O documento discute: 1) O aumento das reexportações de café da União Europeia e Estados Unidos em março de 2015; 2) A recondução do pesquisador Gabriel Bartholo como Gerente Geral da Embrapa Café por mais três anos; 3) Os planos e prioridades de pesquisa para a nova gestão de 2015-2017 focados em segurança biológica, novas modalidades de consumo de café e adaptação às mudanças climáticas.
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CLIPPING – 09/07/2015
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OIC: reexportações de café da União Europeia sobem 12,2% em março
P1 / Ascom CNC
09/07/2015
Paulo A. C. Kawasaki
De acordo com dados preliminares do relatório estatístico
atualizado pela Organização Internacional do Café (OIC), a
União Europeia aumentou em 12,23% suas reexportações de
café em março de 2015 na comparação com o mês anterior. O
volume reembarcado foi de 3,009 milhões de sacas de 60 kg, ao passo que, em fevereiro deste ano,
o total comercializado pelos europeus foi de 2,681 milhões de sacas.
Os Estados Unidos reexportaram 247 mil sacas no terceiro mês deste ano, volume que implicou alta
de 18,18% em relação às 209 mil sacas reembarcadas em fevereiro de 2015. A Suíça também elevou
suas reexportações de café em março passado. O volume negociado foi de 136 mil sacas,
representando ascensão de 3,82% frente às 131 mil sacas reembarcadas no mês antecedente. Veja,
na tabela a seguir, mais números referentes às reexportações de café realizadas pelos países
consumidores.
Importação de café da UE sobe 10,7% em março de 2015, aponta OIC
P1 / Ascom CNC
09/07/2015
Paulo A. C. Kawasaki
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou a
atualização dos números referentes às importações realizadas
pelos países consumidores em março de 2015. De acordo com
a entidade, a União Europeia adquiriu, no terceiro mês deste
ano, 6,755 milhões de sacas de 60 kg do produto, o que implicou incremento de 10,72% em relação
ao volume comprado em fevereiro (6,101 milhões de sacas).
Com a aquisição de 2,550 milhões de sacas em março, os Estados Unidos apresentaram elevação
de 40,88% na comparação com as 1,810 milhão de sacas de fevereiro. Já o Japão diminuiu suas
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compras do produto (-0,34%), em março, ao adquirir 588 mil sacas. Um mês antes, os nipônicos
haviam importado 590 mil sacas. Confira, na sequência, mais números referentes às importações de
café realizadas pelos países consumidores.
Diretoria Executiva da Embrapa reconduz por mais três anos o gerente geral da Embrapa Café
Embrapa Café
09/07/2015
Flávia Bessa
A Diretoria Executiva da Embrapa publicou, no dia 30 de junho, a
recondução, por mais três anos, do pesquisador Gabriel Bartholo
à função de Gerente Geral da Embrapa Café. Bartholo ocupou a
gerência geral da Unidade de 2004 a 2008, retornando ao cargo
desde 2012, quando foi eleito após rigorosa avaliação
acadêmica e gerencial. Nesses três anos de nova gestão,
valores como foco em PD&I e governança, arranjos
institucionais, sintonia com clientes, gestão participativa e
descentralizada, aprimoramento de processos e visão de futuro
estiveram presentes em todos os processos da sua gestão.
"Nesse sistema, as principais características da boa governança
são participação, transparência, responsabilidade, orientação por
consenso, igualdade, efetividade e eficiência e prestação de
contas", diz.
Bartholo explica que, em sintonia com os desafios do
agronegócio café brasileiro, o processo de governança do Consórcio segue também as diretrizes
emanadas do Conselho Diretor do Consórcio, composto pelos dirigentes das dez entidades
fundadoras, que é presidido pela Embrapa. Cabe à Embrapa Café coordenar o Consórcio Pesquisa
Café e promover a integração das instituições partícipes com base nas diretrizes do Conselho Diretor
e do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. E, ao CDPC, analisar e aprovar a execução dos projetos de pesquisa homologados
pelo Conselho Diretor e alocar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé
para o financiamento dos projetos de pesquisa.
A Embrapa Café, por sua vez, tem por missão gerir a execução do Programa Pesquisa Café do
Consórcio e viabilizar soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento sustentável do
agronegócio café brasileiro e o fortalecimento do Consórcio Pesquisa Café. Para isso, formula,
propõe, coordena e orienta a estratégia e as ações de geração, desenvolvimento e transferência de
tecnologia de café, bem como promove e apoia atividades de pesquisa e desenvolvimento e inovação
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a serem desenvolvidas por instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café, entre elas
Unidades Descentralizadas da Embrapa e instituições integrantes do Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária –SNPA. Desde a criação desse arranjo institucional, em 1997, a Embrapa Café já
coordenou a execução de mais de mil planos de ação de projetos desenvolvidos pelas consorciadas
ao viabilizar a integração de instituições de pesquisa, ensino e extensão rural para geração e
transferência de tecnologias. No âmbito do Consórcio, há, atualmente, 130 projetos de pesquisa e
623 planos de ação, que envolvem mais de 800 pesquisadores, professores e técnicos.
Novos rumos – Para a gestão 2015-2017, o gerente geral Gabriel Bartholo pretende dar
continuidade às pesquisas do Consórcio Pesquisa Café consideradas prioritárias para solucionar os
desafios apontados pelos atuais cenários da cafeicultura brasileira e mundial. Entre os temas
prioritários, estão: segurança biológica – monitoramento de contaminantes, pragas e doenças
quarentenárias não existentes no País; novas modalidades de consumo e de produtos à base de
café; novos equipamentos; gestão e manejo da água e mitigação dos efeitos das mudanças
climáticas. "O mundo exige novas demandas de pesquisa, não só que incrementem a capacidade
produtiva com sustentabilidade e economia, mas também que incorporem características de interesse
agronômico visando à melhoria da qualidade e aumento do valor agregado e garantam a
competitividade do negócio. Devemos continuar investindo em pesquisas de melhoramento genético,
biologia molecular, desenvolvimento de práticas de manejo para adaptação de sistemas produtivos e
mitigação dos impactos previstos nos cenários de mudanças climáticas, além de produção e
industrialização de cafés diversificados em atendimento às crescentes exigências de mercado. Além
disso, as ações de transferência de tecnologia voltadas para manejo da cultura e gestão da
propriedade, estímulo ao uso de boas práticas agrícolas com a implantação de sistema de produção
sustentável focado na responsabilidade socioambiental, bem como prospecções de novos cenários
no País e no exterior, serão preservadas e intensificadas", adianta.
Sobre a política de PD&I, o caminho a ser prosseguido pela Embrapa Café, segundo Bartholo, será o
de fortalecimento da interação e parcerias com outras instituições públicas e privadas no Brasil e no
exterior. Para incrementar parcerias interinstitucionais e internacionais, será mantida a estratégia de
interação intensiva do Consórcio com as entidades integrantes do CDPC, do Mapa, e com unidades
da Embrapa, Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária - SNPA, instituições nacionais e
internacionais de ensino e pesquisa, agentes de fomento à pesquisa, instituições de assistência
técnica e extensão rural, fundações, entidades representantes de produtores e de trabalhadores
rurais.
Destaques em PD&I e TT da gestão 2012-2014 – Desde a criação do Consórcio Pesquisa Café, em
1997, centenas de tecnologias, processos e serviços foram desenvolvidos. De 2012 a 2014,
destacam-se como novidade o genoma completo do Coffea canephora, a descoberta proteína de café
com efeito similar ao da morfina, o polímero hidroretentor (tecnologia adaptada para economia de
água e sustentabilidade da cafeicultura), a fornalha a lenha para secagem de café e grãos. Nesse
período, também foram lançadas novas cultivares de café resistentes a nematoides, ferrugem e
bicho-mineiro. Do café conilon são as cultivares BRS Ouro Preto, Diamante Incaper 8112, Jequitibá
Incaper 8122 e Centenária ES8132; e, de café arábica, Asabranca, Siriema AS 1, Beija Flor e Aranãs.
Entre os avanços obtidos no âmbito do Consórcio, estão a ampliação do conhecimento sobre o
estresse hídrico controlado; manejo da adubação; cultivares resistentes a nematoides, ferrugem e
bicho-mineiro; utilização da braquiária como planta de cobertura nas entrelinhas das lavouras; manejo
da poda e colheita – manual, semimecanizada e mecanizada – e estudos sobre consumo de café e
seus efeitos na saúde humana. Além disso, no triênio 2012 – 2014, a Unidade coordenou, no âmbito
do Consórcio, projetos e planos de ação nos seguintes focos temáticos: agregação de qualidade ao
café; agroclimatologia e fisiologia; aperfeiçoamento dos processos industriais e novos produtos à
base de café; aprimoramento dos sistemas de cultivo; benefícios do café à saúde humana;
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desenvolvimento econômico e social das regiões produtoras de café; genética, melhoramento e
biotecnologia; manejo de pragas e doenças dos cafeeiros; mecanização do cultivo e da colheita do
café em áreas planas e de montanhas; melhoria dos processos de colheita e pós-colheita;
transferência de tecnologia e comunicação; e uso racional de água na cafeicultura.
No campo da transferência de tecnologia, três convênios impactaram muito positivamente o
processo: o estabelecido entre a Embrapa Café e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais – Emater-MG, o assinado pela Embrapa Café e o Instituto
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER-PR e ainda o convênio da Embrapa
Café com o Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, entre outras ações de transferência de
tecnologia, com as previstas nos projetos "Avaliação de impactos sociais, econômicos e ambientais
de inovações tecnológicas difundidas e desenvolvidas com apoio do Consórcio Pesquisa Café" e
"Transferência de tecnologias para a melhoria da qualidade do café produzido pela agricultura
familiar".
Gestão da informação – Uma inovação foi a criação, em 2014, do Observatório do Café, que tem
como objetivo produzir e difundir conhecimentos e informações qualificadas em apoio à formulação
de estratégias de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PD&I e à tomada de decisão no âmbito
do Consórcio Pesquisa Café. A iniciativa está relacionada ao Sistema de Inteligência Estratégica da
Embrapa, o Agropensa, que atua no mapeamento e apoio à organização, integração e disseminação
de base de dados e de informações agropecuárias em apoio à formulação de estratégias de
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para a própria Empresa e instituições parceiras, por
meio do monitoramento e a prospecção de tendências sobre o setor agropecuário no Brasil e no
exterior.
Para Gabriel Bartholo, o Observatório do Café é uma ferramenta de inteligência estratégica para os
agentes do agronegócio café obterem informações atualizadas sobre os avanços e tendências do
setor, além de ser um repositório de informações sobre a cafeicultura para subsidiar agentes públicos
e privados na formulação de políticas para a cafeicultura e na tomada de decisão para o setor. "É
realizada coleta, análise e disseminação de forma sistemática de dados estatísticos, informações
sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados e possíveis
trajetórias do processo de inovação, além de resultados de pesquisas realizadas pelo Consórcio
Pesquisa Café e suas implicações para a competitividade do agronegócio cafeeiro".
No Observatório do Café estão disponíveis, entre outros, as seguintes publicações, documentos e
análises das instituições integrantes e parceiras do Consórcio Pesquisa Café: Informe Estatístico do
Café; exportações brasileiras de café; Revista Coffee Science; Levantamento de Safra de Café,
Relatório de Atividades da Embrapa Café - 2012 a 2015; Publicações Técnicas (com informações
sobre tecnologias desenvolvidas pelas instituições consorciadas); imagens e vídeos sobre
cafeicultura; Informe Estatístico do Café; Valor Bruto da Produção; Relatório Internacional de
Tendências do Café; Rede Social do Café; Clipping do Café do Consórcio; SAC – Consórcio
Pesquisa Café; Relatório Final de Levantamento de Estoques Privados de Café; Evolução do
Consumo Interno; Tendências de Consumo de Café no Brasil; Relatório sobre Mercado de Café;
Informe Estatístico do Café, Relatórios de Atividades da Embrapa Café e Sistema de Informação do
Café disponível – SBICafé, entre outros.
Simpósios de Pesquisa – Em 2013, sob a coordenação dos atuais gestores da Embrapa Café, foi
realizado o VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, realizado em Salvador (BA), no período de
25 a 28 de novembro, que contou com 550 participantes. O VIII Simpósio teve como tema central
"Pesquisa cafeeira - sustentabilidade e inclusão social", no qual foram apresentados 306 trabalhos
técnico-científicos. Contou com três palestras principais, oito minicursos, quatro oficinas de trabalho e
quatro mesas-redondas sobre assuntos variados relacionados à cultura do café, como avanços e
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desafios do Consórcio Pesquisa Café, tecnologias aplicadas à sustentabilidade da cafeicultura,
certificação, Identificação Geográfica, avaliação da sustentabilidade na propriedade rural, manejo e
conservação do solo e da água para a cafeicultura, avanços na nutrição, melhoria da qualidade e
agregação de valor do café arábica e conilon, mecanização, sistemas agroflorestais e orgânicos e
manejo fitossanitário do cafeeiro, noções sobre classificação e degustação de café, estado da arte da
cafeicultura familiar no Brasil, cultivares de café, entre outros.
Em junho de 2015, foi realizado o IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, em Curitiba-PR, com
o tema "Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e Novos Desafios". Avanços da pesquisa cafeeira,
mercado, tendências e oportunidades e desafios para a cafeicultura nacional no País e no mundo
foram assuntos discutidos nessa edição do evento que reuniu mais de 500 participantes, de 14
estados brasileiros e dos países Porto Rico e EUA. No total foram realizadas 22 palestras divididas
em oito painéis temáticos, além de apresentações de pôsteres com divulgação de recentes pesquisas
desenvolvidas pelas instituições que integram o Consórcio Pesquisa Café. A nova edição trouxe pela
primeira vez palestrantes cafeicultores. "São os produtores rurais que validam as tecnologias geradas
pela pesquisa, além de prospectarem novos estudos", justifica Bartholo.
Currículo resumido – Bartholo é engenheiro agrônomo graduado pela Universidade Federal de
Lavras (1972), possui mestrado em Fitotecnia com concentração em Melhoramento Vegetal pela
Universidade Federal de Viçosa (1978) e doutorado em Agronomia (Genética e Melhoramento de
Plantas) pela Universidade Federal de Lavras (2000). É pesquisador na cultura do café, com estudos
concentrados na área de melhoramento genético do cafeeiro/fitotecnia. Trabalhou 31 anos na
Epamig, tendo ocupado praticamente todos os cargos de gestão da Empresa, inclusive o de
presidente entre 1993 e 1995. Foi gerente geral da Embrapa Café de 2004 a 2008. Sua produção
técnico-científica, bem como a lista de prêmios e distinções recebidas é extensa.
Armadilha para combater a broca do café é alternativa ao uso de agrotóxico
Ascom Emater-MG
09/07/2015
Uma praga que provoca perdas consideráveis nas
lavouras cafeeiras pode ser controlada sem o uso de
agrotóxicos. É o que mostra uma experiência implantada
pela Emater-MG, no município de Muriaé, na Zona da
Mata, para combater a broca do café. O trabalho
desenvolvido na Fazenda Santa Rosa consistiu em
adaptar para as características da região o protótipo de
uma armadilha desenvolvida pelo Instituto Agronômico
do Paraná (Iapar) para atrair com uma isca o besouro
(hypothenemus hampei), que causa o problema. A larva
desse besouro se alimenta dos frutos do cafeeiro,
danificando ou mesmo destruindo totalmente os grãos.
O experimento, testado em uma unidade demonstrativa
na propriedade de um cafeicultor familiar, conseguiu
reduzir em 80% o nível de infestação do inseto em um
cafezal de um hectare, com o uso de armadilhas feitas de
garrafas pet. A iniciativa permitiu observar e comparar
com outra lavoura, na mesma fazenda, onde não foram
adotadas as armadilhas. “Na lavoura que não teve esse
controle, o ataque da broca chegou a 2,5% dos frutos. Na
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lavoura com tratamento com a isca alimentar, o ataque da broca foi de 0,5%”, explica o engenheiro
agrônomo, Robério de Oliveira Torres, da Emater-MG de Muriaé.
O resultado da iniciativa foi considerado excelente pelo agrônomo, sendo compartilhado com
cafeicultores da região. “Os benefícios com a utilização dessa armadilha são valiosos: proteção do
cafezal, proteção à saúde dos agricultores e consumidores e do meio ambiente, pois não deixa
resíduos que coloquem em risco animais e lençol freático. Além disso, não podemos esquecer a parte
econômica dessa tecnologia, pois o ataque da broca diminui, o que freia a queda dos frutos, que
ganha mais peso e melhora a qualidade da bebida do café. O custo também é menor, cerca de R$ 80
por hectare ao ano”, garante.
A armadilha – O técnico Robério de Oliveira explica que a armadilha é constituída de uma garrafa
pet de dois litros, com abertura lateral. Ela é usada de cabeça para baixo, com a tampa de plástico
fechada. Na parte inferior da garrafa, é colocada uma mistura de água com detergente. Para cada
200 ml de água, é necessário 1 ml de detergente.
Dentro da garrafa pet, na parede interior, é afixado um vidro de 20 ou 30 mililitros com um atrativo
alimentar, que serve de isca. Para cada litro da mistura, são necessários, 750 ml de álcool metílico
(metanol), misturado com 250 ml de álcool etílico (etanol) e 10 gramas de café moído e torrado.
Como o metanol é um produto tóxico, é necessária a orientação de um técnico para a manipulação.
Na tampa do vidrinho, é feita uma pequena abertura para dispersar o aroma.
A engenhoca é então fixada no pé de café, na altura de um metro e meio. O inseto é atraído pelo
cheiro da mistura. Como há pouco espaço para o besouro voar dentro da garrafa pet, ele acaba
caindo na água com detergente e morrendo. A orientação do técnico é para que essas garrafas
capturadoras sejam montadas quando o grão do café começa a se desenvolver, o que acontece
geralmente nos meses de setembro e outubro. Devem ser espalhadas 25 armadilhas por hectare,
com uma distância de 20 metros entre elas. A mistura da isca e a água com detergente devem ser
completadas sempre que necessárias. Os técnicos também alertam que durante a colheita, o
produtor deve manter a lavoura sem restos de café no chão e não deixar frutos nos pés. Isso ajuda a
ter um controle mais eficiente da broca.
“Esta metodologia de controle é excelente para o pequeno produtor. Além do baixo custo, é mais
segura e ecológica, pois os produtos encontrados hoje no mercado para combater a praga são muito
tóxicos”, explica o coordenador técnico regional da Emater-MG, Ricardo Tadeu Galvão.
Café em Muriaé – A cafeicultura tem grande importância econômica e social para o município de
Muriaé e região e por isso o escritório local tem norteado suas ações na agroecologia. “Temos
trabalhado muito com práticas agroecológicas, que visam constituir uma agricultura e pecuária mais
natural. Procuramos evitar o uso indiscriminado de agrotóxicos e em muitos casos eliminando-os”,
relata Robério de Oliveira. Segundo o agrônomo da Emater-MG, já faz parte da rotina de trabalho da
unidade, a indicação de caldas alternativas para combater pragas e até o uso da homeopatia para
lidar com a pecuária. “Temos parcerias com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e
com grupos que buscam tecnologias alternativas”, informa.
De acordo Oliveira, Muriaé tem cerca de 2 mil hectares de café, sendo aproximadamente 1,5 mil
hectares em produção. Para este ano, o município tem produção estimada em 33 mil sacas de 60
quilos de café. Já Minas Gerais é o estado maior produtor e exportador de café do mundo, com safra
estimada entre 22 a 24 milhões de sacas, respondendo por 67% do café arábica produzido no Brasil,
7. Conselho Nacional do Café – CNC
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numa área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuídos em 587 municípios, envolvendo e
gerando na sua cadeia produtiva 3 milhões de empregos diretos e indiretos.
Mais informações sobre a armadilha para o controle da broca do café podem ser obtidas na regional
da Emater-MG de Muriaé, com o coordenador técnico Ricardo Tadeu, pelo telefone (32) 3271-1343
ou no e-mail ricardo.tadeu@emater.mg.gov.br. Outra opção é falar no escritório local da Emater-MG,
com o Robério Torres, pelo telefone (32) 3722-5799 e pelo e-mail roberio.torres@emater.mg.gov.br.
Procafé: Microterraceamento em cafezais vem sendo ampliado
Fundação Procafé
09/07/2015
J.B. Matiello, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, e J. Renato Dias e Lucas Franco,
engenheiros agrônomos da Fazenda Sertãozinho
O microterraceamento em lavouras de café, em áreas
montanhosas, é uma técnica nova, que vem sendo
desenvolvida mais recentemente. Por isso, seu uso pelos
cafeicultores ainda é pequeno, no entanto, o uso dessa
prática vem ganhando força, nestes dois últimos anos, em função da divulgação realizada e dos bons
resultados alcançados.
A técnica consta da abertura de terraços, com cerca de 1,5 m de largura, nas ruas ou no espaço
entre-linhas, do cafezal, para ali formar caminhos mais planos, onde possam transitar tratores
estreitos que, com seus implementos, venham facilitar os tratos da lavoura, no controle do mato, na
adubação, nas pulverizações, nas podas e até na colheita.
Um trabalho extensivo de micro-terraceamento em cafezais pode ser observado na Fazenda
Sertãozinho, em Botelhos-MG. Ali, 2 tratores, munidos de laminas traseiras, trabalham continuamente
na abertura de terraços. Uma área de cerca de 70 ha de lavouras já foi terraceada, tanto em cafezais
já implantados, como em áreas antes do plantio do café. A orientação da Fazenda é a de preparar,
com micro-terraços, todas as áreas cafeeiras onde a topografia não permita a mecanização normal.
Com esse trabalho de terraceamento, o cenário mudou completamente. As operações de trato das
lavouras, que eram efetuadas manualmente, passaram a ser feitas de forma mecanizada, com maior
rapidez e menor custo.
É fato que o micro-terraceamento adiciona investimentos iniciais, na sua implantação. A experiência
na Fda tem mostrado que o rendimento e os custos dessa prática variam conforme a declividade do
terreno. Em áreas menos declivosas se gasta cerca de 10 hs por ha e naquelas muito íngremes,
onde o corte precisa ser mais profundo, pode-se gastar até 40 hs de trator com lamina por ha. Assim,
o custo para a Fda pode ficar entre 500,00 e 2000,00 por ha, um investimento que, rapidamente, será
compensado pelo menor gasto nos tratos mecanizados da lavoura. Outras observações efetuadas
mostram que é possível construir o terraço mesmo em lavouras com 2,5 m de rua, no entanto, uma
distância de 3 m é melhor. Já se verificou maior retenção de águas de chuvas pelo terraço, restando
verificar, a prazo mais longo, o efeito do corte de raízes, que ocorre junto à parte baixa da linha de
cafeeiros. Parece que este corte vai ser compensado por um maior desenvolvimento radicular na
parte superior da linha de plantas.
8. Conselho Nacional do Café – CNC
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Com as dificuldades e o custo crescente da mão-de-obra, a mecanização tem sido a melhor
alternativa para a redução de custos de produção do café. Como a cafeicultura de montanha ocupa
uma área de cerca de 700 mil ha no Brasil, o uso do micro-terraceamento se torna muito importante,
para viabilizar a competitividade dessa extensa área de lavouras cafeeiras, que representa uma
produção anual de cerca de 15 milhões de sacas e envolve a sobrevivência econômico-social de
muitas regiões.
Os dois tratores trabalhando na abertura de micro-terraços, com lamina traseira, operando em área
antes do plantio do café, no espaçamento de 3 m entre-linhas.
Vista geral de área micro-terraceada antes do plantio do café, em espaçamento de 3 x0,5m.
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Detalhe da área anterior, com a linha de cafeeiros recem plantada entre 2 terraços.
Área micro-terraceada em cafezal com 8 meses de idade, espaç de 3 x0,5m.
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Após uma pequena chuva, pode-se ver a boa retenção de água pelos micro-terraços.
Área terraceada em cafezal 2,5 x0,5m, do segundo pro terceiro ano, já consolidada a retomada do
mato no terraço.