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www.icafebr.com
VOL. 5 / Nº. 10 / 30 NOVEMBRO 2016
O Bureau de Inteligência Competitiva do Café
é um programa que busca oferecer informações e
análises relevantes para o setor cafeeiro nacional. A
informação se tornou crucial para a competitividade
de qualquer atividade econômica e com a cafeicultura
não é diferente. Por isso, buscamos reunir, analisar
e divulgar dados e informações que permitam aos
agentes da cadeia agroindustrial do café planejar e
tomar decisões melhores.
	 Nosso trabalho se iniciou em 2010, com apoio
financeiro da FAPEMIG. O mentor do projeto é o prof.
Luiz Gonzaga de Castro Junior, doutor em Economia
Aplicada e pesquisador do mercado de café desde
2002. As atividades são realizadas no Centro de Inte-
ligência em Mercado (CIM), sediado na Universidade
Federal de Lavras (UFLA). O CIM tem se consolidado
como uma organização especializada em pesquisas
e prestação de serviços para agentes do agronegó-
cio.
	 O convênio com a FAPEMIG terminou em
2012, o que poderia ter paralisado as atividades do
programa. No entanto, com o apoio do Pólo de Ex-
celência do Café, da UFLA e dos pesquisadores en-
volvidos, as atividades continuaram. Ainda em 2012,
o Bureau publicou relatórios sobre a Terceira Onda
do consumo de café a sobre a indústria de cápsulas.
Estes trabalhos foram muito bem recebidos pelo setor
e consolidaram o Bureau como fonte de informações
e análises relevantes. Em outubro daquele ano foi
elaborado o primeiro Relatório Internacional de Ten-
dências do Café, publicação que já é referência para
os agentes da cadeia agroindustrial do café. Os últi-
mos relatórios alcançaram cerca de 10 mil downloads
mensais no site do Bureau (icafebr.com.br).
	 Atualmente o Bureau integra a Agência de Ino-
vação do Café (InovaCafé), uma organização geren-
ciada pela UFLA, que busca integrar os conhecimen-
tos das diferentes áreas relacionadas ao café e criar
soluções e inovações para o setor. Já em seu quinto
ano de atividade, o programa conta atualmente com o
apoio da Embrapa e da Bayer, e busca novos parcei-
ros e apoiadores.
Equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café
SOBRE NÓS
Coordenador do Centro de Inteligência
em Mercados:
Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior
Coordenadores do Bureau:
Me. Eduardo Cesar Silva
Angélica da Silva Azevedo
Equipe de Analistas:
Diego Humberto de Oliveira
Gislene Nogueira de Souza
Lucas da Silva Pereira
Nilmar Diogo dos Reis
Analista Internacional
Dr. José Márcio Carvalho
Projeto Gráfico: i9 agência de criação
O setor de cafeterias continua em franca ex-
pansão. A cada ano, conquista novos consumi-
dores, tanto nos mercados tradicionais quanto
nos emergentes. Além disso, grandes redes e
pequenas lojas independentes crescem juntas,
atendendo diferentes nichos. Com a terceira
onda do café, o consumidor passou a ter grãos
de altíssima qualidade e muita informação so-
bre a origem do produto. Aos poucos, graças ao
trabalho de empreendedores dedicados aos ca-
fés especiais, o mercado brasileiro vai mudando,
para melhor, com a oferta crescente de cafés de
alta qualidade e a educação do consumidor final.
Eduardo Cesar Silva
Coordenador do Bureau
1. PRODUÇÃO.............2
2. INDÚSTRIA............4
3. CAFETERIAS..........8
4. INSIGHTS.................12
1
2
PRODUÇÃO
C
afeicultores e políticos continuam em busca de al-
ternativas para aumentar a renda da atividade e
alcançar novos mercados. Os investimentos em
tecnologia e treinamento são uma aposta para ampliar a
produção e a produtividade. Na mesma linha, algumas
regiões investem na conversão para o sistema de cultivo
orgânico. A justificativa, neste caso, vai além da susten-
tabilidade ambiental, já que os cafeicultores acreditam na
possibilidade de aumentar a receita. Outra possibilidade
é adoção em larga escala da certificação Fairtrade, que
compreende aspectos sociais, ambientais e econômicos,
algo muito valorizado pelos consumidores europeus.
	 No aspecto da oferta e demanda, a escassez de
café conilon brasileiro fez com que o valor das exportações
do grão nacional tivesse aumento maior do que o observa-
do nos grãos de outras origens.
ÁSIA
Vietnã
	 Um membro do Ministério da Indústria e do Co-
mércio do Vietnã, Bùi Huy Sơn, disse em um evento que
o país precisa adotar em maior escala as normas da certi-
ficação Fairtrade. Para ele, este é o melhor caminho para
alcançar a sustentabilidade do setor agrícola.
	 Com a certificação, os produtos vietnamitas teriam
maior acesso ao mercado europeu. Além disso, trata-se
de uma maneira de garantir os direitos e interesses dos
produtores e trabalhadores.
	 Em 2015, Vietnã e União Europeia assinaram um
acordo de livre comércio que, entre outras medidas, incen-
tiva o uso da certificação Fairtrade. Isso é relevante porque
os consumidores dos países desenvolvidos mostram pre-
ocupação crescente com os fatores econômicos, sociais e
ambientais da produção de alimentos. Grandes multinacio-
nais do setor já definiram metas de aquisição de volumes
cada vez maiores de produtos sustentáveis, o que, por
sua vez, pressiona os produtores a adotarem a certifica-
ção.
ÁFRICA
Uganda
	 O país, que conta com aproximadamente 1,5
milhão de famílias envolvidas na produção do café, está
fomentando a formação de grupos de cafeicultores. Se-
gundo um representante do Ministério da Agricultura, a
associação entre os produtores contribuirá com o aumen-
to na produção. Conforme já mencionado em relatórios
anteriores, Uganda tem um plano de colher 20 milhões
de sacas até 2020, o que demanda várias medidas para
aumentar a safra.
	 Com esse plano, o governo ugandês doará 900
milhões de mudas aos cafeicultores. Além disso, serão
oferecidos treinamentos de manejo e colheita, além de
outros programas que possam fomentar o incremento
da produção. O governo também considera como funda-
mental a permanência dos jovens na atividade, por isso é
importante que ela seja economicamente viável.
	 Ressalta-se também que o governo ugandês, por
meio da União Nacional do Agronegócio Café e Empre-
endimentos Rurais (Nucafe), lançou uma cobertura de
seguro aos cafeicultores para mitigar os riscos oriundos
da seca e mudanças climáticas. Assim, espera-se que
menos pessoas abandonem a produção de café com
receio dos riscos de prejuízos advindos das mudanças
climáticas. Para ter acesso ao seguro, os cafeicultores
deverão pagar um prêmio equivalente a 5% do valor da
safra segurada. Metade desse valor será subsidiado pelo
governo.
3
Tanzânia
	 Os cafeicultores das regiões de Kilimanjaro e
Arusha estão convertendo suas lavouras para o sistema
orgânico. Eles acreditam que a mudança ajudará a recu-
perar a produtividade das plantas e a qualidade dos grãos,
já que ambas decaíram nos últimos anos.
	 O processo de transição exige que os pesticidas e
fertilizantes solúveis em água sejam substituídos por pro-
dutos naturais. Para isso, os cafeicultores contam o apoio
da Tanzania Bureau of Standards, Universidade de Ardhi e
Agência de Meio Ambiente das Nações Unidas.
	 Desde 2011, aproximadamente 37 milhões de hec-
tares em todo o mundo foram cultivados organicamente, o
que representa cerca de 0,9% da superfície agrícola total
mundial.
AMÉRICA DO SUL
Brasil	
	 O Bureau de Inteligência Competitiva do Café ana-
lisou o comportamento das cotações do Coffea canephora
nos principais países produtores. A análise foi feita para o
projeto Campo Futuro. Foram consideradas as cotações
na origem, Free on board (FOB), para Vietnã, Brasil, Indo-
nésia e Uganda. Observa-se, pelo Gráfico 5, que o com-
portamento das cotações foi semelhante entre as diferen-
tes origens.
	 As cotações foram obtidas na plataforma Com-
modity3, em Euros por tonelada. Procedeu-se com a
elaboração das médias mensais das cotações (FOB) de
cada país para o período em questão e, posteriormente,
sua conversão para reais por saca de 60 quilogramas. A
taxa de câmbio foi obtida no sistema do Banco Central do
Brasil e convertida em médias mensais.
	 Existe uma correlação entre as cotações do C.
canephora nas quatro origens analisadas. Até novembro
de 2015, a cotação no Brasil permaneceu abaixo dos va-
lores praticados por Uganda e próximo ao negociado no
Vietnã e Indonésia. A partir de dezembro do mesmo ano,
houve um descolamento em relação às cotações dos de-
mais países.
	 Naquele mês, as cotações dos concorrentes ini-
ciaram tendência de queda em comparação com novem-
bro, mas a cotação do café brasileiro continuou em alta.
Desde então, as cotações do C. canephora brasileiro per-
maneceram em patamar superior ao dos demais concor-
rentes. Além disso, houve um alargamento do diferencial
em relação ao Vietnã (maior produtor desta espécie), que
passou de R$ 8,66/saca em janeiro/14 para R$109,43 em
setembro/16.
	 Foi constatada uma redução na oferta devido aos
problemas meteorológicos nas principais regiões produ-
toras desta espécie no Brasil, explicando o comporta-
mento das cotações.
Fonte: Elaborado pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café com dados de Commodity5.
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
550,00
jan/14
fev/14
mar/14
abr/14
mai/14
jun/14
jul/14
ago/14
set/14
out/14
nov/14
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fev/15
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abr/15
mai/15
jun/15
jul/15
ago/15
set/15
out/15
nov/15
dez/15
jan/16
fev/16
mar/16
abr/16
mai/16
jun/16
jul/16
ago/16
set/16
Indonésia Uganda Vietnã Brasil
GRÁFICO 1 - Cotação do Coffea canephora, FOB na origem (Reais por saca de 60 quilos).
A
consciência ambiental e social continua permeando
as ações das indústrias de café. Pelo lado social,
os projetos abrangem iniciativas ao empreendedo-
rismo, melhorias nas comunidades cafeicultoras e investi-
mentos na capacitação dos produtores. No lado ambiental
existe a preocupação constante com os malefícios cau-
sados pelas cápsulas e o desenvolvimento de ações que
ajudem a minimizá-los, voltadas para a reciclagem e a
criação de cápsulas reutilizáveis.
	 Além das questões ambientais e sociais, as em-
presas também estão voltadas para a diversificação de
seus artigos, com a oferta de novas opções em máquinas
e produtos. Além disso, investem na comunicação com
seus clientes por meio de plataformas interativas e cam-
panhas publicitárias. Algumas indústrias do café, como a
JAB Holdings, continuam expandindo sua atuação com a
aquisição de empresas concorrentes e a abertura de no-
vas.
NESTLÉ
	 Em 2015, a empresa lançou no México o proje-
to “Carrito Cafetero Nestlé”, em parceria com o Instituto
Nacional de Empreendedorismo (INADEM), no intuito de
fomentar o empreendedorismo entre os jovens. O projeto
busca oferecer capacitação e ferramentas aos participan-
tes para adquirirem e operarem carrinhos, como os da ima-
gem ao lado, como ponto de venda de café ao consumidor
final. Esta micro-franquia possui baixo custo de aquisição
e rentabilidade imediata ao empreendedor.
	 Em outubro deste ano, como forma de manter seu
compromisso com o empreendedorismo local, a empre-
sa doou 17 carrinhos para a Casa do Empreendedor do
Instituto Mexicano da Juventude, IMJUVE. O objetivo da
empresa é atrair jovens talentos e reduzir o desemprego
juvenil no país.
	 De acordo com o portal Economíahoy.mx, esti-
ma-se que até o final do ano 950 jovens estejam traba-
lhando com os carrinhos. Atualmente, há cerca de 72 car-
rinhos em atividade.
Fonte: Portal Líderes Mexicanos
INDÚSTRIA
4
NESPRESSO	
Ajuda aos cafeicultores
	 A Nespresso, em parceria com a IFC (International
Finance Corporate), órgão membro do World Bank, anun-
ciou o investimento conjunto de US$ 6 milhões em um pro-
jeto que visa apoiar os cafeicultores da África Oriental no
combate às mudanças climáticas.
	 O investimento foi realizado por meio do Nespres-
so Sustainability Innovation Fund, um fundo de investimen-
to da empresa destinado a iniciativas de sustentabilidade
inovadoras, que estão além das suas operações comer-
ciais habituais.
	 Este projeto faz parte do Nespresso AAA Sustai-
nable Quality™ Program, programa da Nespresso para
a obtenção de cafés sustentáveis e de maior qualidade.
Estima-se que cerca de 40 mil pequenos cafeicultores da
Etiópia e do Quênia serão beneficiados com apoio técni-
co e financeiro para melhorar as práticas sustentáveis, a
produtividade, a qualidade dos grãos, além de ampliar a
área florestada em suas propriedades. De acordo com a
publicação no portal 3BL Media, o reflorestamento torna as
fazendas mais resistentes às mudanças climáticas.
	 Segundo Jean-Marc Duvoisin, CEO da Nespres-
so, a iniciativa conjunta mostra a importância das parcerias
público-privado no apoio ao desenvolvimento sustentável
da cadeia do café. Para ele, a melhoria na produtividade e
qualidade é benéfica para os consumidores, para o meio
ambiente e para os produtores.
Reciclagem de cápsulas
	 A Nespresso mantém seus esforços para reciclar
o maior número possível de cápsulas. Nos últimos meses,
a companhia anunciou diversas parcerias com outras em-
presas para ampliar a coleta das cápsulas utilizadas (vide
RITC v. 5 n. 05 e RITC v. 5 n. 09).
	 Agora, foi divulgado mais um acordo de coopera-
ção para estender seus pontos de coleta na Nova Zelân-
dia, por meio da New Zealand Post, a agência postal do
país.
	 A partir desta parceria, os consumidores poderão
deixar suas cápsulas, acondicionadas em sacos próprios,
em qualquer agência postal do país. Após a coleta, elas
serão enviadas para uma fábrica de reciclagem especia-
lizada, onde a borra de café será encaminhada para a
fabricação de composto orgânico e o alumínio será desti-
nado para a fabricação de novos produtos. Os sacos, que
acomodam até 130 cápsulas, podem ser adquiridos pelo
consumidores por $1,50 em moeda local. Já o envio para
a reciclagem é custeado pela própria Nespresso.
NESCAFÉ DOLCE GUSTO
	 A Nescafé prossegue investindo em mídias so-
ciais como Viber, Snapchat e Instagram no intuito de
aumentar sua relevância entre os nativos digitais, nome
dado aos indivíduos que nasceram e cresceram com a
internet presente em suas vidas.
	 Este movimento da marca teve início em 2015
com a transferência de seus sites para mais de 50 pá-
ginas diferentes no Tumblr, como forma de manter uma
5
6
maior interação com os consumidores por meio de gifs e
vídeos.
	 Além de marcar presença em diversas redes
sociais, a Nescafé também busca se aproximar de seus
clientes por meio de campanhas publicitárias. Na última,
denominada como “Good Morning World”, as pessoas fo-
ram convidadas a enviarem um vídeo de si mesmas e seu
café da manhã. Os vídeos selecionados foram veiculados
em uma transmissão no Facebook, Periscope e Youtu-
be por 24 horas. A ideia desta promoção foi celebrar o
Dia Internacional do Café, comemorado em 1° de outubro
e estima-se que 15 milhões de pessoas foram atingidas
pela campanha. A marca, que se comprometeu em doar
1 muda de café por cada vídeo enviado, espera converter
os espectadores em clientes por meio do reencaminha-
mento de mensagens pelas mídias sociais.
	 Além dos investimentos em redes sociais, a Nes-
café também aposta no desenvolvimento de chatbots,
softwares que simulam seres humanos em conversas via
chat. Atualmente, alguns testes de serviço ao cliente são
realizados pelo Facebook Messenger.
JAB HOLDINGS
	 Mesmo após a aquisição de grandes redes de
cafeterias como Krispy Kreme, Caribou Coffee e Peet’s
Coffee and Tea, a Jab Holdings continua investindo neste
segmento com a Coffee & Bagels, uma nova rede criada
pela holding sediada em Luxemburgo. A ideia da empresa
é realizar ações nesta nova rede que não podem ser im-
plementadas nas cafeterias já consolidadas. A Coffee &
Bagels vende cafés da Caribou Coffee e bagels da Eins-
tein Bros.
	 De acordo com Mike Tattersfield, CEO da Caribou
Coffee, em publicação feita pelo portal Bloomberg, esta
nova rede, apesar de pequena, é um teste para saber
se a JAB conseguirá gerar sinergia entre suas marcas.
Para Tattersfield, a abertura de uma cafeteria que ofereça
produtos assados frescos consiste em uma oportunidade
para a empresa.
	 A primeira loja foi inaugurada em 2015 e cerca
de 35 serão abertas até o final deste ano. De acordo com
Tattersfield, a empresa planeja abrir mais de 50 lojas da
Coffee & Bagels nos EUA. As lojas são bem iluminadas,
possuem mesas comunitárias e um balcão onde os clien-
tes podem sentar e assistir o preparo das bebidas; além
de uma grande seção de varejo com cafés embalados
para a venda, canecas e demais produtos da marca. Em
algumas lojas também são oferecidos produtos da Argo
Tea, empresa especializada em chás e café, em caráter
de teste, por meio de um contrato de licenciamento.
	
	 Nos últimos anos, a Jab adquiriu uma grande va-
riedade de marcas e, agora, enacara o desafio de interli-
gá-las de forma a torná-las mais fortes. De acordo com o
site Bloomberg, o objetivo da companhia é criar um impé-
rio do café.
CRU KAFE
	 A startup londrina CRU Kafe iniciou suas ativida-
des em 2013, por meio de financiamento coletivo, com
a venda de cápsulas fabricadas com grãos orgânicos e
compatíveis com o sistema Nespresso.
	 Atualmente, a startup se dedica a diversificar seu
portfólio com a venda de café torrado e moído e planeja
lançar, em breve, cápsulas totalmente compostáveis que
se degradam em estabelecimentos específicos para o
recebimento deste material. Para tanto, a empresa rece-
beu o aporte de £ 1,25 milhão do fundo de investimentos
Seedcamp, que auxiliará no processo de crescimento da
CRU Kafe.
	 De acordo com Carlos Eduardo Espinal, sócio da
Seedcamp, a CRU Kafe está posicionada em um merca-
do em crescimento e oferece produtos com alta qualida-
de; isto teria motivado o investimento na startup. Ainda
segundo Espinal, os cafés vendidos pela empresa são
orgânicos.
CÁPSULAS REUTILIZÁVEIS
	 As cápsulas reutilizáveis são uma alternativa vi-
ável e barata para os consumidores preocupados com o
dano ambiental das cápsulas comuns. Elas também re-
presentam uma oportunidade para empresas que fabri-
cam o produto, como a holandesa Bluecup.
	 O sistema Bluecup possui, além das cápsulas,
folhas de alumínio que servem para selá-la, uma colher
para facilitar sua recarga e um criador de cápsulas, que
consiste em uma peça de plástico que auxilia na monta-
gem. Elas são compatíveis com o sistema Nespresso.
	 Para utilizá-las, basta recarregar o copo de plásti-
co com o pó de preferência do consumidor, tampá-lo com
a folha de alumínio descartável e inseri-lo no criador de
cápsulas. Após adicioná-la ao criador de cápsulas, é só
pressionar e girar o mecanismo para que a tampa seja
devidamente encaixada ao copo. Este vídeo demonstra
o funcionamento do sistema https://ksr-video.imgix.net/
projects/2611929/video-701845-h264_high.mp4
	 De acordo com seus criadores, as cápulas po-
dem ser reutilizadas cerca de 100 vezes. O projeto en-
contra-se na plataforma de financiamento coletivo Kicks-
tarter para angariar fundos.
Fonte: Libra Coffee
7
LIBRA COFFEE
		 Inagurada recentemente, a Libra Coffee
é uma empresa que comercializa sachês de café em pó,
produzidos com material biodegradável, para um preparo
rápido e em qualquer lugar. Os kits podem ser adquiridos
no site da empresa e cada pacote contém um sachê de
café premium. Para o preparo do café, basta colocar o
sachê em uma xícara e adicionar água quente, confor-
me imagem abaixo. Além do café em sachê, também são
vendidos pacotes de café torrado e moído.
	 De acordo com o site da empresa, os cafés são
personalizados de acordo com o gosto dos clientes e en-
tregues em casa por meio do serviço de assinatura.
	 Os cafés são produzidos de forma ética e com
grãos de origem única. Até o momento, foram adquiridos
grãos de fazendas da Etiópia, Colômbia e Guatemala.
	 Além da proposta de praticidade e conveniência,
a Libra Coffee também se destaca pelo trabalho social
que faz nas regiões de onde obtém os grãos. Para cada
pacote de café torrado e moído ou a cada caixa de 10 sa-
chês vendidos, a empresa doa US$ 1,00 para a aquisição
de filtros de água para as comunidades. Cada filtro forne-
ce água limpa para 100 pessoas por aproximadamente 5
anos.
8
CAFETERIAS
A
s preocupações com o meio ambiente permanecem
relevantes no segmento de cafeterias. As empresas,
que já se empenham na conscientização dos consu-
midores para o descarte correto dos copos de papel, têm for-
mado alianças com organizações ambientais para a criação
de projetos que ampliem os postos de coleta deste material.
	 A acirrada concorrência no setor fomenta o desen-
volvimento de inovações. As empresas apostam na oferta de
menus especiais, bebidas diferenciadas e novos conceitos
em lojas para atrair e fidelizar os clientes.
	 A expansão para outros mercados também é uma
alternativa adotada pelas cafeterias que já estão consolida-
das em determinadas localidades. Além da ampliação para
mercados pouco explorados, há a entrada de empresas de
menor expressão em mercados maduros, como o dos Esta-
dos Unidos. Neste caso, as grandes redes de cafeterias já
estabelecidas no país precisam estar atentas às mudanças
para manterem seu market share.
	 A participação dos millennials como consumidores
de café nos EUA continua em expansão e suas demandas
complementam o esforço em inovação por parte das cafete-
rias.
	
STARBUCKS
Estados Unidos
	 Howard Schutz, CEO da empresa, anunciou os pla-
nos de expansão da Starbucks Reserve, sua marca super
premium de café torrado e moído, acessórios e cafeterias. O
objetivo da empresa é fazer frente aos rivais neste segmen-
to, como a Blue Bottle e a Intelligentsia. A primeira unidade
Reserve, com torrefadora e sala de degustação, foi aberta há
dois anos em Seattle, e possui como ênfase o atendimento
a consumidores da terceira onda. Na loja são vendidos cafés
de edições especiais e as bebidas oferecidas são preparadas
a partir de métodos alternativos, dificilmente encontrados em
cafeterias convencionais.
	 A Starbucks planeja abrir sua segunda unidade Re-
serve em Xangai, já no próximo ano e em Nova York e Tó-
quio, em 2018. Ao longo do tempo, a empresa espera abrir
em torno de mil lojas exclusivas da Reserve.
	 Saiba mais sobre a Starbucks Reserve no artigo do
prof. José Márcio, publicado na página 11.
China
	 Em declaração a CNNMoney, Howard Schultz,
CEO da Starbucks, afirmou que a companhia preten-
de abrir uma nova loja por dia no país pelos próximos 5
anos. A projeção da empresa é ter 5000 lojas espalhadas
pela China em 2021.
	 O mercado chinês é o segundo maior onde a em-
presa atua e apesar da desaceleração do crescimento da
economia chinesa, Howard disse que a Starbucks foca
em planos cujos resultados virão a longo prazo.
	
Drinks a base de cerveja
	 Starbucks lançou o seu primeiro drink a base de
cerveja artesanal e café espresso. O Espresso Cloud ™
IPA foi criado por Justin Burns-Beach, barista da rede,
e é ofertado apenas nas Starbucks Evening, lojas nor-
te-americanas que servem bebidas alcoólicas no horário
pós-expediente.
	 Para preparar a bebida, Justin agita o espresso
com gelo em uma coqueteleira até formar uma espuma
que, em seguida, é colocada sobre a cerveja tipo IPA. O
que sobrou do café gelado é servido ao lado, como acom-
panhamento, em um copo pequeno. Segundo o criador
do coquetel, em reportagem divulgada pelo portal UOL,
é possível tomar a cerveja e o espresso separadamente,
mas ele aconselha misturar os dois e ver a “nuvem” escu-
ra que se forma na parte de cima do copo.
MCDONALD’S
	 McDonald’s planeja expandir, até o final do ano, a
cadeia McCafé para 25 unidades no país. A primeira loja
foi inaugurada em 2010 e em 2016 foram abertas 4 lojas
na cidade de Bucareste. Há planos para a abertura de
mais duas unidades em Brasov e Timoisoara.
	 O aumento de lojas é resultado de um investimen-
to de cerca de 7,5 milhões de leus romenos. Atualmente,
a cadeia McCafé representa 6% do lucro do McDonalds
na Romênia.
	 Daniel Boaje, Diretor Geral da Premier Restau-
rants Romênia, dona das franquias McCafé no país, de-
clarou que esta é a maior rede de cafés da Romênia e
que o sucesso da companhia, desde a inauguração da
9
primeira unidade no país, foi fator chave para a decisão
de expansão.
COSTA COFFEE
	 A Costa Coffee anunciou o lançamento de uma
loja experimental, mais sofisticada, com um ambiente
elegante e com uma seleção de bebidas alcoólicas para
complementar a sua gama de alimentos e bebidas ofere-
cidos à noite, em Wandsworth.
	 Também serão oferecidos blends compostos por
cafés de origem única de Indonésia, Quênia e Colômbia,
com grãos 100% arábica. A Costa Coffee conta com 2 mil
cafeterias no Reino Unido e mais de 1.180 em 30 países,
sendo o negócio de cafeterias que mais cresce no Reino
Unido.
	 A marca também se preocupa com os cafeiculto-
res, por isso criou uma instituição de caridade, a Funda-
ção Costa, que promove questões relativas à educação,
saúde e meio ambiente em comunidades cafeeiras no
mundo todo. A organização já financiou 53 escolas e con-
tribuiu com a melhoria do bem-estar social e econômico
das comunidades atendidas.
	 Além de atender as comunidades produtoras de
café, a Costa Coffee ainda ajuda, por meio do projeto “Vi-
sion for Literacy Business Pledge”, a enfrentar a crise de-
alfabetização no Reino Unido , Em setembro deste ano, o
projeto desenvolvido pela Fundação Costa, denominado
como “Semana da Leitura”, contou com a parceria de
mais de 500 escolas no Reino Unido.
TIM HORTONS
	 A Restaurant Brands International pretende de-
safiar os gigantes do café e expandir a presença da sua
marca Tim Hortons nos Estados Unidos. Com a maior
parte das lojas da rede concentradas no Canadá, 3665
das 4590 existentes, a marca ainda não é amplamente
conhecida nos EUA.
	 A Tim Hortons já possui uma forte posição no
mercado canadense, porém seu posicionamento nos
EUA ainda é fraco em relação às grandes redes como
Dunkin Donuts, que possui mais de 8.000 lojas, e Star-
bucks, com mais de 13.500 cafeterias no país.
	 A Tim Hortons apresentou um forte desempe-
nho em suas lojas nos EUA durante o terceiro trimestre,
registrando um crescimento de 4,5% nas vendas. Nas
vendas totais, a empresa obteve um aumento de 4,8%
no trimestre.
	 A expansão no mercado americano é um ob-
jetivo de longo prazo, que será realizado por meio de
parcerias com franquias existentes. A empresa já possui
quatro grandes parceiros no país e planeja ampliar sua
rede de parcerias.
COFFEE CLUB
	 A The Coffee Club acrescentou um prato ex-
clusivo ao seu menu para celebrar o Ramadã. A rede
australiana de cafeterias se uniu ao chef Shaikha Al Ali,
blogueiro de arte culinária, para criar um prato de Iftar
chamado Balaleet.
	 O novo item do menu combina a culinária tradi-
cional com tendências internacionais. O Balaleet foi um
10
grande sucesso durante os meses de junho e julho em
todos os estabelecimentos da The Coffee Club nos Emi-
rados Árabes Unidos. Segundo Michael Chick, Gerente
Geral da Liwa Minor Food and Beverages LLC, pelo me-
nos 10% dos clientes que visitaram as lojas nesse período
experimentaram o prato.
	 “A comida é um elemento central da cultura local,
bem como a hospitalidade e o serviço. Introduzimos o pra-
to inspirado em Balaleet para reconhecer a nossa estreita
ligação com este país e enfatizar a importância que os
gostos e preferências de nossos clientes têm para nós”,
aponta Chick em entrevista ao MENA Herald.
COOPER’S CASK COFFEE
	 No segmento de café houve uma revolução na
qualidade do produto, dos grãos à xícara. O café arte-
sanal reconhecido pela sua qualidade, sustentabilidade,
com caracteristicas únicas e complexas alcançou o mes-
mo status do vinho. Os proprietários da Coopers’s Cask
Coffee, localizada na Ilha de Rodes,EUA, almejam trazer
ao mundo uma revolução do café artesanal, assim como
a cerveja artesanal transformou grandes cervejarias.
	 A Coopers’s Cask Coffee combina grãos de café
de origem única, tipicamente conhecidos como cafés de
terceira onda, com os aromas de uísques premiados. Para
tanto, os grãos de café não torrados são envelhecidos em
barris usados anteriormente para a produção do uísque
Sons of Liberty. Posteriormente, os grãos são torrados e
vendidos em microlotes, com a data da torra e a assinatu-
ra do mestre de torra.
	 As notas sensoriais dos cafés se misturam as do
uísque, promovendo uma experiência diferenciada aos
consumidores. Por exemplo, as notas dos grãos de Su-
matra são descritas como amadeiradas e terrosas, com
um toque de tabaco doce e um toque de frutas tropicais
maduras. A doçura da baunilha e notas de caramelo do
uísque Sons of Liberty, após o processo de envelhecimen-
to no barril, acentua ainda mais o sabor e o aroma do
grão. Após a degustação, obtém-se a experiência de um
café enriquecido marcado pelo aroma prolongado de uís-
que no final.
MILLENNIALS
	 De acordo com Datassential, empresa de pesqui-
sa especializada no mercado de alimentos, os Millennials,
grupo de indivíduos com idades entre 19 e 34 anos, re-
presentam cerca de 44% do mercado consumidor de café
nos Estados Unidos. Nos últimos oito anos, o consumo
diário de café entre os jovens de 18 a 24 anos saltou de
34% para 48%, enquanto o consumo na faixa etária entre
25 e 39 anos saiu de 51% para 60%. Já o consumo entre
os mais velhos (acima de 60 anos), apresentou queda de
76% para 64%. O declínio também é percebido no grupo de
40 a 59 anos.
	 Outro dado interessante sobre os millennials diz
respeito ao início do consumo de café. Enquanto os nasci-
dos na década de 1980 começaram a ingerir a bebida com
a idade média de 17,1 anos, os jovens nascidos após 1995
consomem a partir dos 14,7 anos, em média.
	 O interesse dos mais jovens pelo café tem impul-
sionado inovações no setor, visto que esta geração busca
por produtos diferenciados tanto no quesito sabor, quanto
praticidade.
RECICLAGEM DE COPOS DESCARTÁVEIS
	 Quando se fala em reciclagem dos copos de bebi-
da para viagem, o maior desafio centra-se no descarte pós-
-consumo devido à deficiência de locais adequados para
descartá-los. Em Manchester, copos de cafés gigantes es-
tão sendo espalhados para incentivar a destinação correta
dos copos de papel.
	 No mês passado, a Hubbub, organização voltada
para assuntos ambientais, anunciou uma parceria com
uma série de varejistas, incluindo Caffé Nero, Costa Coffee,
McDonald’s, KFC, Pret e autoridades locais para lançar a
campanha de experimento social #1MoreShot. Durante
três meses, as caixas gigantes de xícaras de cafés serão
colocadas em Oxford Road para coletar apenas copos de
papel, o objetivo é reciclar cerca de 20.000 unidades.
	 Para Gavin Ellis, co-fundador da Hubbub, em publi-
cação ao edie.NET: “Esta nova iniciativa testará uma nova
tecnologia inovadora e descobrirá se o público separará
seus copos de café se forem fornecidas caixas especiali-
zadas. Precisamos urgentemente mudar a maneira como
descartamos os 2,5 bilhões de copos de papel que são jo-
gados fora todos os anos, já que atualmente apenas 1 em
400 copos estão sendo reciclados. Se isto for bem sucedi-
do, pode ser estendido a outras cidades em todo o Reino
Unido”.
	 Os 20.000 copos de papel coletados serão recicla-
dos em 15.000 suportes para flores de plástico, que serão
utilizados em jardins comunitários ao redor da área. Os co-
pos de café formam apenas uma parte das questões de
lixo em andamento no Reino Unido. Em média, 272.602
copos de papel descartáveis são usados diariamente em
Manchester, as despesas com o lixo e a limpeza das ruas
custam à Câmara Municipal 7,5 milhões de libras por ano.
	 A campanha terminará em dezembro e se conside-
radaum sucesso, será lançada em outras áreas que já se
inscreveram para expandir o projeto. Além da campanha,
os consumidores também serão conscientizados sobre a
reciclabilidade dos copos de papel, que são muitas vezes
difíceis de reciclar, devido ao revestimento de polietileno
(plástico) no seu interior.
11
	 A Nestlé, Kraft Heinz (controlada por brasileiros),
Melitta, Douwe Egberts, Lavazza e Starbucks são algu-
mas das grandes multinacionais que comercializam cafés.
Pois bem, uma tendência forte entre estas grandes em-
presas é buscar um posicionamento nos estratos superio-
res de consumo dos seus produtos, ou seja, desenvolver
conceitos, produtos e serviços que atendam aos consumi-
dores mais exigentes e dispostos a pagar mais pelo que
vão consumir.
	 A Nestle desenvolveu com grande sucesso a
Nespresso e suas lojas conceito. A Melitta desenvolveu
cafés torrados premium e, mais recentemente, a Starbu-
cks passou a experimentar novas ideias desenvolvidas
para os consumidores mais exigentes. Uma loja conceito
da Starbucks foi aberta em Seattle, cidade de origem da
empresa. Trata-se, sem dúvida, de um passo ousado da
Starbucks
	 Nesta loja conceito, que está em uma avenida no-
bre da cidade, pode se encontrar uma área de armazena-
gem de grãos e torra de café. É, fundamentalmente, uma
instalação industrial em miniatura, onde os equipamen-
tos mais avançados disponíveis são utilizados para dar a
sensação ao consumidor de como é feita toda a sequência
de produção de cafés. Em uma outra área das instalações
está o restaurante e loja de equipamentos de preparação
de cafés. Em uma terceira área, pode ser encontrada uma
cafeteria da Starbucks que vende, principalmente, cafés
especiais.
	 Em última análise, a Starbucks busca se apropriar
do conceito de cafeterias de terceira onda. Todo o investi-
mento é como se fosse uma cafeteria de cafés especiais
superdimensionada, algo bem fiel às “concept stores” que
muitas outras grandes corporações adotaram. Uma das ge-
rentes da loja mencionou que a empresa estuda a possibili-
dade de abrir outras lojas conceitos como esta, de Seattle,
em outras cidades, sendo que Nova York é uma das alter-
nativas óbvias.
	 Abaixo, podem ser encontradas duas fotografias
da Sartbucks Reserve. Na primeira, pode ser vista a má-
quina de torra de cafés, onde são torrados os cafés que se-
rão servidos na loja. Na segunda foto, está o espaço onde
serão vendidos os cafés torrados e os equipamentos de
preparação das bebidas. Imagens: Relatório Internacional
de Tendências do Café.
STARBUCKS E SUA LOJA CONCEITO
Por José Márcio Carvalho
PRODUÇÃO
	 As informações sobre Uganda, Tanzânia e Vietnã
apresentadas neste número mostram como os países pro-
dutores tentam aumentar sua competitividade de diferen-
tes maneiras. O objetivo de Uganda, 20 milhões de sacas
em 2020 é irreal. Se o aumento da produção dependesse
apenas da vontade política e alguns benefícios aos cafei-
cultores, o mundo estaria transbordando de café. As ações
do governo ugandês podem realmente contribuir com o de-
senvolvimento da atividade, mas em proporções menores
do que o alardeado.
	 O interesse do Vietnã pela certificação Fairtrade
é algo interessante. O país é famoso por produzir café ro-
busta em grande quantidade, mas a sustentabilidade não
costuma ser associada aos grãos do país. No entanto, as
principais torrefadoras do mundo estão comprometidas
com a aquisição de volumes cada vez maiores de café
sustentável, o que pode criar problemas para o Vienã no
futuro, caso nada seja feito.
	
INDÚSTRIA
	 A indústria do café vive um momento propício para
o surgimento de novos produtos e conceitos. Graças a
internet, inúmeras pequenas e médias empresas podem
captar recursos de doadores para viabilizar projetos inova-
dores e, também, divulgar suas marcas nas redes sociais
com maior facilidade e interação com os consumidores,
além do baixo custo.
	 Alguns destes empreedimentos terão sucesso e
conquistarão seu espaço no concorrido mercado de café
industrializado, outros fecharão em menos de 5 anos,
como ocorre na maioria dos setores. Mas o mais impor-
tante é que o mercado evolui justamente a partir dos erros
e acertos. As propostas que mais agradam ao consumidor
terão continuidade, enquanto as outras serão encerradas
ou modificadas.
	 Atentas às mudanças do mercado, as grandes
companhias também inovam nos canais de venda e, cada
vez mais, oferecem produtos e serviços alianhados com a
sustentabilidade e a ética. O “carrito cafetero” da Nescafé
é um ótimo exemplo disso, já que uma original “cafeteria
móvel” de baixo custo que aumenta a visibilidade da marca
e cria oportunidades de trabalho para os interessados.
CAFETERIAS
	 A “Terceira Onda do Café” se consolidou como
tendência duradoura no mercado. Embora a expressão
tenha sido criada no início dos anos 2000, a verdadei-
ra popularização do conceito ocorreu nos últimos anos.
Nesse período, inúmeras cafeterias independentes sur-
giram com uma proposta alinhada à terceira onda, am-
paradas pela exigência crescente dos consumidores por
qualidade. Diante disso, algumas grandes redes já inves-
tem nesse segmento, com a oferta de cafés de altíssima
qualidade e origem única.
	 No Brasil, o primeiro texto detalhado sobre a ter-
ceira onda foi publicado pelo Bureau, em 2012. Naquela
época, muitos ainda não conheciam a tendência e houve,
inclusive, questionamentos sobre a sua relevância para o
setor. Hoje, muitas empresas brasileiras já abraçaram a
proposta da terceira onda e, com isso, ajudam a construir
um mercado de café mais sofisticado no país.
	 A terceira onda do café não é uma tendência iso-
lada. Vários outros produtos passam por um processo de
aumento da qualidade, como a cerveja e o chocolate. Há
alguns anos, no Brasil, era muito difícil encontrar cervejas
artesanais ou chocolates gourmet. Hoje, até as cidades
com menos de 100 mil habitantes já contam com algumas
opções desses produtos, e, também, de cafés especiais.
	 Isso evidencia que o consumidor realmente está
mais exigente e disposto a pagar por qualidade. E essa
mudança é permanente, o que fará da terceira onda do
café algo duradouro.
12
INSIGHTS
Produção: All Africa, New Vision, Vietnam
News.
Indústria: 3BL Media, Bloomberg, Blue-
cup / Kickstarter, Business Insider, CRU
Kafe, Digiday, Digital Trends, Economíahoy.
mx, EFTM, Indiegogo / Projeto Libra Coffee,
Libra Coffee, Líderes Mexicanos, Nespres-
so, Nestlé México, Pronews, Scoop, See-
dcamp, Tech Guide, The Huffington Post.
Cafeterias: Bloomberg, Business Review,
Daily Times, edie.NET, ERP Retail News,
Investor Place, MENA Herald, Net News
Ledger, Newser, The Motley Fool, UOL.
FONTES COMO É FEITO
O RELATÓRIO?
COMO CITAR
O RELATÓRIO?
RELATÓRIO INTERNACIONAL DE TENDÊNCIAS
DO CAFÉ. Lavras: Bureau de Inteligência Compe-
titiva do Café, v.5, n.10, 30 novembro 2016. 13 p.
O relatório é dividido em três seções temáticas (pro-
dução, indústria e cafeterias) e uma seção de insights.
Cada seção temática é inciada por um sumário que
apresenta os principais pontos abordados nos tópicos
seguintes. Os tópicos, por sua vez, são elaborados a
partir de notícias nacionais e internacionais coletadas
pelaequipedoBureau.NosInsights,osanalistasdoBu-
reau apresentam a sua interpretação e considerações
acerca dos tópicos apresentados em cada número.
Centro de Inteligência em Mercados,
Agência de Inovação e Desenvolvimento do Café,
Universidade Federal de Lavras, CEP: 37200-000
(35) 3829-1443
cim@dae.ufla.br
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V. 5 n.10

  • 1. www.icafebr.com VOL. 5 / Nº. 10 / 30 NOVEMBRO 2016
  • 2. O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é um programa que busca oferecer informações e análises relevantes para o setor cafeeiro nacional. A informação se tornou crucial para a competitividade de qualquer atividade econômica e com a cafeicultura não é diferente. Por isso, buscamos reunir, analisar e divulgar dados e informações que permitam aos agentes da cadeia agroindustrial do café planejar e tomar decisões melhores. Nosso trabalho se iniciou em 2010, com apoio financeiro da FAPEMIG. O mentor do projeto é o prof. Luiz Gonzaga de Castro Junior, doutor em Economia Aplicada e pesquisador do mercado de café desde 2002. As atividades são realizadas no Centro de Inte- ligência em Mercado (CIM), sediado na Universidade Federal de Lavras (UFLA). O CIM tem se consolidado como uma organização especializada em pesquisas e prestação de serviços para agentes do agronegó- cio. O convênio com a FAPEMIG terminou em 2012, o que poderia ter paralisado as atividades do programa. No entanto, com o apoio do Pólo de Ex- celência do Café, da UFLA e dos pesquisadores en- volvidos, as atividades continuaram. Ainda em 2012, o Bureau publicou relatórios sobre a Terceira Onda do consumo de café a sobre a indústria de cápsulas. Estes trabalhos foram muito bem recebidos pelo setor e consolidaram o Bureau como fonte de informações e análises relevantes. Em outubro daquele ano foi elaborado o primeiro Relatório Internacional de Ten- dências do Café, publicação que já é referência para os agentes da cadeia agroindustrial do café. Os últi- mos relatórios alcançaram cerca de 10 mil downloads mensais no site do Bureau (icafebr.com.br). Atualmente o Bureau integra a Agência de Ino- vação do Café (InovaCafé), uma organização geren- ciada pela UFLA, que busca integrar os conhecimen- tos das diferentes áreas relacionadas ao café e criar soluções e inovações para o setor. Já em seu quinto ano de atividade, o programa conta atualmente com o apoio da Embrapa e da Bayer, e busca novos parcei- ros e apoiadores. Equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café SOBRE NÓS
  • 3. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados: Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior Coordenadores do Bureau: Me. Eduardo Cesar Silva Angélica da Silva Azevedo Equipe de Analistas: Diego Humberto de Oliveira Gislene Nogueira de Souza Lucas da Silva Pereira Nilmar Diogo dos Reis Analista Internacional Dr. José Márcio Carvalho Projeto Gráfico: i9 agência de criação O setor de cafeterias continua em franca ex- pansão. A cada ano, conquista novos consumi- dores, tanto nos mercados tradicionais quanto nos emergentes. Além disso, grandes redes e pequenas lojas independentes crescem juntas, atendendo diferentes nichos. Com a terceira onda do café, o consumidor passou a ter grãos de altíssima qualidade e muita informação so- bre a origem do produto. Aos poucos, graças ao trabalho de empreendedores dedicados aos ca- fés especiais, o mercado brasileiro vai mudando, para melhor, com a oferta crescente de cafés de alta qualidade e a educação do consumidor final. Eduardo Cesar Silva Coordenador do Bureau
  • 4. 1. PRODUÇÃO.............2 2. INDÚSTRIA............4 3. CAFETERIAS..........8 4. INSIGHTS.................12 1
  • 5. 2 PRODUÇÃO C afeicultores e políticos continuam em busca de al- ternativas para aumentar a renda da atividade e alcançar novos mercados. Os investimentos em tecnologia e treinamento são uma aposta para ampliar a produção e a produtividade. Na mesma linha, algumas regiões investem na conversão para o sistema de cultivo orgânico. A justificativa, neste caso, vai além da susten- tabilidade ambiental, já que os cafeicultores acreditam na possibilidade de aumentar a receita. Outra possibilidade é adoção em larga escala da certificação Fairtrade, que compreende aspectos sociais, ambientais e econômicos, algo muito valorizado pelos consumidores europeus. No aspecto da oferta e demanda, a escassez de café conilon brasileiro fez com que o valor das exportações do grão nacional tivesse aumento maior do que o observa- do nos grãos de outras origens. ÁSIA Vietnã Um membro do Ministério da Indústria e do Co- mércio do Vietnã, Bùi Huy Sơn, disse em um evento que o país precisa adotar em maior escala as normas da certi- ficação Fairtrade. Para ele, este é o melhor caminho para alcançar a sustentabilidade do setor agrícola. Com a certificação, os produtos vietnamitas teriam maior acesso ao mercado europeu. Além disso, trata-se de uma maneira de garantir os direitos e interesses dos produtores e trabalhadores. Em 2015, Vietnã e União Europeia assinaram um acordo de livre comércio que, entre outras medidas, incen- tiva o uso da certificação Fairtrade. Isso é relevante porque os consumidores dos países desenvolvidos mostram pre- ocupação crescente com os fatores econômicos, sociais e ambientais da produção de alimentos. Grandes multinacio- nais do setor já definiram metas de aquisição de volumes cada vez maiores de produtos sustentáveis, o que, por sua vez, pressiona os produtores a adotarem a certifica- ção. ÁFRICA Uganda O país, que conta com aproximadamente 1,5 milhão de famílias envolvidas na produção do café, está fomentando a formação de grupos de cafeicultores. Se- gundo um representante do Ministério da Agricultura, a associação entre os produtores contribuirá com o aumen- to na produção. Conforme já mencionado em relatórios anteriores, Uganda tem um plano de colher 20 milhões de sacas até 2020, o que demanda várias medidas para aumentar a safra. Com esse plano, o governo ugandês doará 900 milhões de mudas aos cafeicultores. Além disso, serão oferecidos treinamentos de manejo e colheita, além de outros programas que possam fomentar o incremento da produção. O governo também considera como funda- mental a permanência dos jovens na atividade, por isso é importante que ela seja economicamente viável. Ressalta-se também que o governo ugandês, por meio da União Nacional do Agronegócio Café e Empre- endimentos Rurais (Nucafe), lançou uma cobertura de seguro aos cafeicultores para mitigar os riscos oriundos da seca e mudanças climáticas. Assim, espera-se que menos pessoas abandonem a produção de café com receio dos riscos de prejuízos advindos das mudanças climáticas. Para ter acesso ao seguro, os cafeicultores deverão pagar um prêmio equivalente a 5% do valor da safra segurada. Metade desse valor será subsidiado pelo governo.
  • 6. 3 Tanzânia Os cafeicultores das regiões de Kilimanjaro e Arusha estão convertendo suas lavouras para o sistema orgânico. Eles acreditam que a mudança ajudará a recu- perar a produtividade das plantas e a qualidade dos grãos, já que ambas decaíram nos últimos anos. O processo de transição exige que os pesticidas e fertilizantes solúveis em água sejam substituídos por pro- dutos naturais. Para isso, os cafeicultores contam o apoio da Tanzania Bureau of Standards, Universidade de Ardhi e Agência de Meio Ambiente das Nações Unidas. Desde 2011, aproximadamente 37 milhões de hec- tares em todo o mundo foram cultivados organicamente, o que representa cerca de 0,9% da superfície agrícola total mundial. AMÉRICA DO SUL Brasil O Bureau de Inteligência Competitiva do Café ana- lisou o comportamento das cotações do Coffea canephora nos principais países produtores. A análise foi feita para o projeto Campo Futuro. Foram consideradas as cotações na origem, Free on board (FOB), para Vietnã, Brasil, Indo- nésia e Uganda. Observa-se, pelo Gráfico 5, que o com- portamento das cotações foi semelhante entre as diferen- tes origens. As cotações foram obtidas na plataforma Com- modity3, em Euros por tonelada. Procedeu-se com a elaboração das médias mensais das cotações (FOB) de cada país para o período em questão e, posteriormente, sua conversão para reais por saca de 60 quilogramas. A taxa de câmbio foi obtida no sistema do Banco Central do Brasil e convertida em médias mensais. Existe uma correlação entre as cotações do C. canephora nas quatro origens analisadas. Até novembro de 2015, a cotação no Brasil permaneceu abaixo dos va- lores praticados por Uganda e próximo ao negociado no Vietnã e Indonésia. A partir de dezembro do mesmo ano, houve um descolamento em relação às cotações dos de- mais países. Naquele mês, as cotações dos concorrentes ini- ciaram tendência de queda em comparação com novem- bro, mas a cotação do café brasileiro continuou em alta. Desde então, as cotações do C. canephora brasileiro per- maneceram em patamar superior ao dos demais concor- rentes. Além disso, houve um alargamento do diferencial em relação ao Vietnã (maior produtor desta espécie), que passou de R$ 8,66/saca em janeiro/14 para R$109,43 em setembro/16. Foi constatada uma redução na oferta devido aos problemas meteorológicos nas principais regiões produ- toras desta espécie no Brasil, explicando o comporta- mento das cotações. Fonte: Elaborado pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café com dados de Commodity5. 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 Indonésia Uganda Vietnã Brasil GRÁFICO 1 - Cotação do Coffea canephora, FOB na origem (Reais por saca de 60 quilos).
  • 7. A consciência ambiental e social continua permeando as ações das indústrias de café. Pelo lado social, os projetos abrangem iniciativas ao empreendedo- rismo, melhorias nas comunidades cafeicultoras e investi- mentos na capacitação dos produtores. No lado ambiental existe a preocupação constante com os malefícios cau- sados pelas cápsulas e o desenvolvimento de ações que ajudem a minimizá-los, voltadas para a reciclagem e a criação de cápsulas reutilizáveis. Além das questões ambientais e sociais, as em- presas também estão voltadas para a diversificação de seus artigos, com a oferta de novas opções em máquinas e produtos. Além disso, investem na comunicação com seus clientes por meio de plataformas interativas e cam- panhas publicitárias. Algumas indústrias do café, como a JAB Holdings, continuam expandindo sua atuação com a aquisição de empresas concorrentes e a abertura de no- vas. NESTLÉ Em 2015, a empresa lançou no México o proje- to “Carrito Cafetero Nestlé”, em parceria com o Instituto Nacional de Empreendedorismo (INADEM), no intuito de fomentar o empreendedorismo entre os jovens. O projeto busca oferecer capacitação e ferramentas aos participan- tes para adquirirem e operarem carrinhos, como os da ima- gem ao lado, como ponto de venda de café ao consumidor final. Esta micro-franquia possui baixo custo de aquisição e rentabilidade imediata ao empreendedor. Em outubro deste ano, como forma de manter seu compromisso com o empreendedorismo local, a empre- sa doou 17 carrinhos para a Casa do Empreendedor do Instituto Mexicano da Juventude, IMJUVE. O objetivo da empresa é atrair jovens talentos e reduzir o desemprego juvenil no país. De acordo com o portal Economíahoy.mx, esti- ma-se que até o final do ano 950 jovens estejam traba- lhando com os carrinhos. Atualmente, há cerca de 72 car- rinhos em atividade. Fonte: Portal Líderes Mexicanos INDÚSTRIA 4
  • 8. NESPRESSO Ajuda aos cafeicultores A Nespresso, em parceria com a IFC (International Finance Corporate), órgão membro do World Bank, anun- ciou o investimento conjunto de US$ 6 milhões em um pro- jeto que visa apoiar os cafeicultores da África Oriental no combate às mudanças climáticas. O investimento foi realizado por meio do Nespres- so Sustainability Innovation Fund, um fundo de investimen- to da empresa destinado a iniciativas de sustentabilidade inovadoras, que estão além das suas operações comer- ciais habituais. Este projeto faz parte do Nespresso AAA Sustai- nable Quality™ Program, programa da Nespresso para a obtenção de cafés sustentáveis e de maior qualidade. Estima-se que cerca de 40 mil pequenos cafeicultores da Etiópia e do Quênia serão beneficiados com apoio técni- co e financeiro para melhorar as práticas sustentáveis, a produtividade, a qualidade dos grãos, além de ampliar a área florestada em suas propriedades. De acordo com a publicação no portal 3BL Media, o reflorestamento torna as fazendas mais resistentes às mudanças climáticas. Segundo Jean-Marc Duvoisin, CEO da Nespres- so, a iniciativa conjunta mostra a importância das parcerias público-privado no apoio ao desenvolvimento sustentável da cadeia do café. Para ele, a melhoria na produtividade e qualidade é benéfica para os consumidores, para o meio ambiente e para os produtores. Reciclagem de cápsulas A Nespresso mantém seus esforços para reciclar o maior número possível de cápsulas. Nos últimos meses, a companhia anunciou diversas parcerias com outras em- presas para ampliar a coleta das cápsulas utilizadas (vide RITC v. 5 n. 05 e RITC v. 5 n. 09). Agora, foi divulgado mais um acordo de coopera- ção para estender seus pontos de coleta na Nova Zelân- dia, por meio da New Zealand Post, a agência postal do país. A partir desta parceria, os consumidores poderão deixar suas cápsulas, acondicionadas em sacos próprios, em qualquer agência postal do país. Após a coleta, elas serão enviadas para uma fábrica de reciclagem especia- lizada, onde a borra de café será encaminhada para a fabricação de composto orgânico e o alumínio será desti- nado para a fabricação de novos produtos. Os sacos, que acomodam até 130 cápsulas, podem ser adquiridos pelo consumidores por $1,50 em moeda local. Já o envio para a reciclagem é custeado pela própria Nespresso. NESCAFÉ DOLCE GUSTO A Nescafé prossegue investindo em mídias so- ciais como Viber, Snapchat e Instagram no intuito de aumentar sua relevância entre os nativos digitais, nome dado aos indivíduos que nasceram e cresceram com a internet presente em suas vidas. Este movimento da marca teve início em 2015 com a transferência de seus sites para mais de 50 pá- ginas diferentes no Tumblr, como forma de manter uma 5
  • 9. 6 maior interação com os consumidores por meio de gifs e vídeos. Além de marcar presença em diversas redes sociais, a Nescafé também busca se aproximar de seus clientes por meio de campanhas publicitárias. Na última, denominada como “Good Morning World”, as pessoas fo- ram convidadas a enviarem um vídeo de si mesmas e seu café da manhã. Os vídeos selecionados foram veiculados em uma transmissão no Facebook, Periscope e Youtu- be por 24 horas. A ideia desta promoção foi celebrar o Dia Internacional do Café, comemorado em 1° de outubro e estima-se que 15 milhões de pessoas foram atingidas pela campanha. A marca, que se comprometeu em doar 1 muda de café por cada vídeo enviado, espera converter os espectadores em clientes por meio do reencaminha- mento de mensagens pelas mídias sociais. Além dos investimentos em redes sociais, a Nes- café também aposta no desenvolvimento de chatbots, softwares que simulam seres humanos em conversas via chat. Atualmente, alguns testes de serviço ao cliente são realizados pelo Facebook Messenger. JAB HOLDINGS Mesmo após a aquisição de grandes redes de cafeterias como Krispy Kreme, Caribou Coffee e Peet’s Coffee and Tea, a Jab Holdings continua investindo neste segmento com a Coffee & Bagels, uma nova rede criada pela holding sediada em Luxemburgo. A ideia da empresa é realizar ações nesta nova rede que não podem ser im- plementadas nas cafeterias já consolidadas. A Coffee & Bagels vende cafés da Caribou Coffee e bagels da Eins- tein Bros. De acordo com Mike Tattersfield, CEO da Caribou Coffee, em publicação feita pelo portal Bloomberg, esta nova rede, apesar de pequena, é um teste para saber se a JAB conseguirá gerar sinergia entre suas marcas. Para Tattersfield, a abertura de uma cafeteria que ofereça produtos assados frescos consiste em uma oportunidade para a empresa. A primeira loja foi inaugurada em 2015 e cerca de 35 serão abertas até o final deste ano. De acordo com Tattersfield, a empresa planeja abrir mais de 50 lojas da Coffee & Bagels nos EUA. As lojas são bem iluminadas, possuem mesas comunitárias e um balcão onde os clien- tes podem sentar e assistir o preparo das bebidas; além de uma grande seção de varejo com cafés embalados para a venda, canecas e demais produtos da marca. Em algumas lojas também são oferecidos produtos da Argo Tea, empresa especializada em chás e café, em caráter de teste, por meio de um contrato de licenciamento. Nos últimos anos, a Jab adquiriu uma grande va- riedade de marcas e, agora, enacara o desafio de interli- gá-las de forma a torná-las mais fortes. De acordo com o site Bloomberg, o objetivo da companhia é criar um impé- rio do café. CRU KAFE A startup londrina CRU Kafe iniciou suas ativida- des em 2013, por meio de financiamento coletivo, com a venda de cápsulas fabricadas com grãos orgânicos e compatíveis com o sistema Nespresso. Atualmente, a startup se dedica a diversificar seu portfólio com a venda de café torrado e moído e planeja lançar, em breve, cápsulas totalmente compostáveis que se degradam em estabelecimentos específicos para o recebimento deste material. Para tanto, a empresa rece- beu o aporte de £ 1,25 milhão do fundo de investimentos Seedcamp, que auxiliará no processo de crescimento da CRU Kafe. De acordo com Carlos Eduardo Espinal, sócio da Seedcamp, a CRU Kafe está posicionada em um merca- do em crescimento e oferece produtos com alta qualida- de; isto teria motivado o investimento na startup. Ainda segundo Espinal, os cafés vendidos pela empresa são orgânicos. CÁPSULAS REUTILIZÁVEIS As cápsulas reutilizáveis são uma alternativa vi- ável e barata para os consumidores preocupados com o dano ambiental das cápsulas comuns. Elas também re- presentam uma oportunidade para empresas que fabri- cam o produto, como a holandesa Bluecup. O sistema Bluecup possui, além das cápsulas, folhas de alumínio que servem para selá-la, uma colher para facilitar sua recarga e um criador de cápsulas, que consiste em uma peça de plástico que auxilia na monta- gem. Elas são compatíveis com o sistema Nespresso. Para utilizá-las, basta recarregar o copo de plásti- co com o pó de preferência do consumidor, tampá-lo com a folha de alumínio descartável e inseri-lo no criador de cápsulas. Após adicioná-la ao criador de cápsulas, é só pressionar e girar o mecanismo para que a tampa seja devidamente encaixada ao copo. Este vídeo demonstra o funcionamento do sistema https://ksr-video.imgix.net/ projects/2611929/video-701845-h264_high.mp4 De acordo com seus criadores, as cápulas po- dem ser reutilizadas cerca de 100 vezes. O projeto en- contra-se na plataforma de financiamento coletivo Kicks- tarter para angariar fundos.
  • 10. Fonte: Libra Coffee 7 LIBRA COFFEE Inagurada recentemente, a Libra Coffee é uma empresa que comercializa sachês de café em pó, produzidos com material biodegradável, para um preparo rápido e em qualquer lugar. Os kits podem ser adquiridos no site da empresa e cada pacote contém um sachê de café premium. Para o preparo do café, basta colocar o sachê em uma xícara e adicionar água quente, confor- me imagem abaixo. Além do café em sachê, também são vendidos pacotes de café torrado e moído. De acordo com o site da empresa, os cafés são personalizados de acordo com o gosto dos clientes e en- tregues em casa por meio do serviço de assinatura. Os cafés são produzidos de forma ética e com grãos de origem única. Até o momento, foram adquiridos grãos de fazendas da Etiópia, Colômbia e Guatemala. Além da proposta de praticidade e conveniência, a Libra Coffee também se destaca pelo trabalho social que faz nas regiões de onde obtém os grãos. Para cada pacote de café torrado e moído ou a cada caixa de 10 sa- chês vendidos, a empresa doa US$ 1,00 para a aquisição de filtros de água para as comunidades. Cada filtro forne- ce água limpa para 100 pessoas por aproximadamente 5 anos.
  • 11. 8 CAFETERIAS A s preocupações com o meio ambiente permanecem relevantes no segmento de cafeterias. As empresas, que já se empenham na conscientização dos consu- midores para o descarte correto dos copos de papel, têm for- mado alianças com organizações ambientais para a criação de projetos que ampliem os postos de coleta deste material. A acirrada concorrência no setor fomenta o desen- volvimento de inovações. As empresas apostam na oferta de menus especiais, bebidas diferenciadas e novos conceitos em lojas para atrair e fidelizar os clientes. A expansão para outros mercados também é uma alternativa adotada pelas cafeterias que já estão consolida- das em determinadas localidades. Além da ampliação para mercados pouco explorados, há a entrada de empresas de menor expressão em mercados maduros, como o dos Esta- dos Unidos. Neste caso, as grandes redes de cafeterias já estabelecidas no país precisam estar atentas às mudanças para manterem seu market share. A participação dos millennials como consumidores de café nos EUA continua em expansão e suas demandas complementam o esforço em inovação por parte das cafete- rias. STARBUCKS Estados Unidos Howard Schutz, CEO da empresa, anunciou os pla- nos de expansão da Starbucks Reserve, sua marca super premium de café torrado e moído, acessórios e cafeterias. O objetivo da empresa é fazer frente aos rivais neste segmen- to, como a Blue Bottle e a Intelligentsia. A primeira unidade Reserve, com torrefadora e sala de degustação, foi aberta há dois anos em Seattle, e possui como ênfase o atendimento a consumidores da terceira onda. Na loja são vendidos cafés de edições especiais e as bebidas oferecidas são preparadas a partir de métodos alternativos, dificilmente encontrados em cafeterias convencionais. A Starbucks planeja abrir sua segunda unidade Re- serve em Xangai, já no próximo ano e em Nova York e Tó- quio, em 2018. Ao longo do tempo, a empresa espera abrir em torno de mil lojas exclusivas da Reserve. Saiba mais sobre a Starbucks Reserve no artigo do prof. José Márcio, publicado na página 11. China Em declaração a CNNMoney, Howard Schultz, CEO da Starbucks, afirmou que a companhia preten- de abrir uma nova loja por dia no país pelos próximos 5 anos. A projeção da empresa é ter 5000 lojas espalhadas pela China em 2021. O mercado chinês é o segundo maior onde a em- presa atua e apesar da desaceleração do crescimento da economia chinesa, Howard disse que a Starbucks foca em planos cujos resultados virão a longo prazo. Drinks a base de cerveja Starbucks lançou o seu primeiro drink a base de cerveja artesanal e café espresso. O Espresso Cloud ™ IPA foi criado por Justin Burns-Beach, barista da rede, e é ofertado apenas nas Starbucks Evening, lojas nor- te-americanas que servem bebidas alcoólicas no horário pós-expediente. Para preparar a bebida, Justin agita o espresso com gelo em uma coqueteleira até formar uma espuma que, em seguida, é colocada sobre a cerveja tipo IPA. O que sobrou do café gelado é servido ao lado, como acom- panhamento, em um copo pequeno. Segundo o criador do coquetel, em reportagem divulgada pelo portal UOL, é possível tomar a cerveja e o espresso separadamente, mas ele aconselha misturar os dois e ver a “nuvem” escu- ra que se forma na parte de cima do copo. MCDONALD’S McDonald’s planeja expandir, até o final do ano, a cadeia McCafé para 25 unidades no país. A primeira loja foi inaugurada em 2010 e em 2016 foram abertas 4 lojas na cidade de Bucareste. Há planos para a abertura de mais duas unidades em Brasov e Timoisoara. O aumento de lojas é resultado de um investimen- to de cerca de 7,5 milhões de leus romenos. Atualmente, a cadeia McCafé representa 6% do lucro do McDonalds na Romênia. Daniel Boaje, Diretor Geral da Premier Restau- rants Romênia, dona das franquias McCafé no país, de- clarou que esta é a maior rede de cafés da Romênia e que o sucesso da companhia, desde a inauguração da
  • 12. 9 primeira unidade no país, foi fator chave para a decisão de expansão. COSTA COFFEE A Costa Coffee anunciou o lançamento de uma loja experimental, mais sofisticada, com um ambiente elegante e com uma seleção de bebidas alcoólicas para complementar a sua gama de alimentos e bebidas ofere- cidos à noite, em Wandsworth. Também serão oferecidos blends compostos por cafés de origem única de Indonésia, Quênia e Colômbia, com grãos 100% arábica. A Costa Coffee conta com 2 mil cafeterias no Reino Unido e mais de 1.180 em 30 países, sendo o negócio de cafeterias que mais cresce no Reino Unido. A marca também se preocupa com os cafeiculto- res, por isso criou uma instituição de caridade, a Funda- ção Costa, que promove questões relativas à educação, saúde e meio ambiente em comunidades cafeeiras no mundo todo. A organização já financiou 53 escolas e con- tribuiu com a melhoria do bem-estar social e econômico das comunidades atendidas. Além de atender as comunidades produtoras de café, a Costa Coffee ainda ajuda, por meio do projeto “Vi- sion for Literacy Business Pledge”, a enfrentar a crise de- alfabetização no Reino Unido , Em setembro deste ano, o projeto desenvolvido pela Fundação Costa, denominado como “Semana da Leitura”, contou com a parceria de mais de 500 escolas no Reino Unido. TIM HORTONS A Restaurant Brands International pretende de- safiar os gigantes do café e expandir a presença da sua marca Tim Hortons nos Estados Unidos. Com a maior parte das lojas da rede concentradas no Canadá, 3665 das 4590 existentes, a marca ainda não é amplamente conhecida nos EUA. A Tim Hortons já possui uma forte posição no mercado canadense, porém seu posicionamento nos EUA ainda é fraco em relação às grandes redes como Dunkin Donuts, que possui mais de 8.000 lojas, e Star- bucks, com mais de 13.500 cafeterias no país. A Tim Hortons apresentou um forte desempe- nho em suas lojas nos EUA durante o terceiro trimestre, registrando um crescimento de 4,5% nas vendas. Nas vendas totais, a empresa obteve um aumento de 4,8% no trimestre. A expansão no mercado americano é um ob- jetivo de longo prazo, que será realizado por meio de parcerias com franquias existentes. A empresa já possui quatro grandes parceiros no país e planeja ampliar sua rede de parcerias. COFFEE CLUB A The Coffee Club acrescentou um prato ex- clusivo ao seu menu para celebrar o Ramadã. A rede australiana de cafeterias se uniu ao chef Shaikha Al Ali, blogueiro de arte culinária, para criar um prato de Iftar chamado Balaleet. O novo item do menu combina a culinária tradi- cional com tendências internacionais. O Balaleet foi um
  • 13. 10 grande sucesso durante os meses de junho e julho em todos os estabelecimentos da The Coffee Club nos Emi- rados Árabes Unidos. Segundo Michael Chick, Gerente Geral da Liwa Minor Food and Beverages LLC, pelo me- nos 10% dos clientes que visitaram as lojas nesse período experimentaram o prato. “A comida é um elemento central da cultura local, bem como a hospitalidade e o serviço. Introduzimos o pra- to inspirado em Balaleet para reconhecer a nossa estreita ligação com este país e enfatizar a importância que os gostos e preferências de nossos clientes têm para nós”, aponta Chick em entrevista ao MENA Herald. COOPER’S CASK COFFEE No segmento de café houve uma revolução na qualidade do produto, dos grãos à xícara. O café arte- sanal reconhecido pela sua qualidade, sustentabilidade, com caracteristicas únicas e complexas alcançou o mes- mo status do vinho. Os proprietários da Coopers’s Cask Coffee, localizada na Ilha de Rodes,EUA, almejam trazer ao mundo uma revolução do café artesanal, assim como a cerveja artesanal transformou grandes cervejarias. A Coopers’s Cask Coffee combina grãos de café de origem única, tipicamente conhecidos como cafés de terceira onda, com os aromas de uísques premiados. Para tanto, os grãos de café não torrados são envelhecidos em barris usados anteriormente para a produção do uísque Sons of Liberty. Posteriormente, os grãos são torrados e vendidos em microlotes, com a data da torra e a assinatu- ra do mestre de torra. As notas sensoriais dos cafés se misturam as do uísque, promovendo uma experiência diferenciada aos consumidores. Por exemplo, as notas dos grãos de Su- matra são descritas como amadeiradas e terrosas, com um toque de tabaco doce e um toque de frutas tropicais maduras. A doçura da baunilha e notas de caramelo do uísque Sons of Liberty, após o processo de envelhecimen- to no barril, acentua ainda mais o sabor e o aroma do grão. Após a degustação, obtém-se a experiência de um café enriquecido marcado pelo aroma prolongado de uís- que no final. MILLENNIALS De acordo com Datassential, empresa de pesqui- sa especializada no mercado de alimentos, os Millennials, grupo de indivíduos com idades entre 19 e 34 anos, re- presentam cerca de 44% do mercado consumidor de café nos Estados Unidos. Nos últimos oito anos, o consumo diário de café entre os jovens de 18 a 24 anos saltou de 34% para 48%, enquanto o consumo na faixa etária entre 25 e 39 anos saiu de 51% para 60%. Já o consumo entre os mais velhos (acima de 60 anos), apresentou queda de 76% para 64%. O declínio também é percebido no grupo de 40 a 59 anos. Outro dado interessante sobre os millennials diz respeito ao início do consumo de café. Enquanto os nasci- dos na década de 1980 começaram a ingerir a bebida com a idade média de 17,1 anos, os jovens nascidos após 1995 consomem a partir dos 14,7 anos, em média. O interesse dos mais jovens pelo café tem impul- sionado inovações no setor, visto que esta geração busca por produtos diferenciados tanto no quesito sabor, quanto praticidade. RECICLAGEM DE COPOS DESCARTÁVEIS Quando se fala em reciclagem dos copos de bebi- da para viagem, o maior desafio centra-se no descarte pós- -consumo devido à deficiência de locais adequados para descartá-los. Em Manchester, copos de cafés gigantes es- tão sendo espalhados para incentivar a destinação correta dos copos de papel. No mês passado, a Hubbub, organização voltada para assuntos ambientais, anunciou uma parceria com uma série de varejistas, incluindo Caffé Nero, Costa Coffee, McDonald’s, KFC, Pret e autoridades locais para lançar a campanha de experimento social #1MoreShot. Durante três meses, as caixas gigantes de xícaras de cafés serão colocadas em Oxford Road para coletar apenas copos de papel, o objetivo é reciclar cerca de 20.000 unidades. Para Gavin Ellis, co-fundador da Hubbub, em publi- cação ao edie.NET: “Esta nova iniciativa testará uma nova tecnologia inovadora e descobrirá se o público separará seus copos de café se forem fornecidas caixas especiali- zadas. Precisamos urgentemente mudar a maneira como descartamos os 2,5 bilhões de copos de papel que são jo- gados fora todos os anos, já que atualmente apenas 1 em 400 copos estão sendo reciclados. Se isto for bem sucedi- do, pode ser estendido a outras cidades em todo o Reino Unido”. Os 20.000 copos de papel coletados serão recicla- dos em 15.000 suportes para flores de plástico, que serão utilizados em jardins comunitários ao redor da área. Os co- pos de café formam apenas uma parte das questões de lixo em andamento no Reino Unido. Em média, 272.602 copos de papel descartáveis são usados diariamente em Manchester, as despesas com o lixo e a limpeza das ruas custam à Câmara Municipal 7,5 milhões de libras por ano. A campanha terminará em dezembro e se conside- radaum sucesso, será lançada em outras áreas que já se inscreveram para expandir o projeto. Além da campanha, os consumidores também serão conscientizados sobre a reciclabilidade dos copos de papel, que são muitas vezes difíceis de reciclar, devido ao revestimento de polietileno (plástico) no seu interior.
  • 14. 11 A Nestlé, Kraft Heinz (controlada por brasileiros), Melitta, Douwe Egberts, Lavazza e Starbucks são algu- mas das grandes multinacionais que comercializam cafés. Pois bem, uma tendência forte entre estas grandes em- presas é buscar um posicionamento nos estratos superio- res de consumo dos seus produtos, ou seja, desenvolver conceitos, produtos e serviços que atendam aos consumi- dores mais exigentes e dispostos a pagar mais pelo que vão consumir. A Nestle desenvolveu com grande sucesso a Nespresso e suas lojas conceito. A Melitta desenvolveu cafés torrados premium e, mais recentemente, a Starbu- cks passou a experimentar novas ideias desenvolvidas para os consumidores mais exigentes. Uma loja conceito da Starbucks foi aberta em Seattle, cidade de origem da empresa. Trata-se, sem dúvida, de um passo ousado da Starbucks Nesta loja conceito, que está em uma avenida no- bre da cidade, pode se encontrar uma área de armazena- gem de grãos e torra de café. É, fundamentalmente, uma instalação industrial em miniatura, onde os equipamen- tos mais avançados disponíveis são utilizados para dar a sensação ao consumidor de como é feita toda a sequência de produção de cafés. Em uma outra área das instalações está o restaurante e loja de equipamentos de preparação de cafés. Em uma terceira área, pode ser encontrada uma cafeteria da Starbucks que vende, principalmente, cafés especiais. Em última análise, a Starbucks busca se apropriar do conceito de cafeterias de terceira onda. Todo o investi- mento é como se fosse uma cafeteria de cafés especiais superdimensionada, algo bem fiel às “concept stores” que muitas outras grandes corporações adotaram. Uma das ge- rentes da loja mencionou que a empresa estuda a possibili- dade de abrir outras lojas conceitos como esta, de Seattle, em outras cidades, sendo que Nova York é uma das alter- nativas óbvias. Abaixo, podem ser encontradas duas fotografias da Sartbucks Reserve. Na primeira, pode ser vista a má- quina de torra de cafés, onde são torrados os cafés que se- rão servidos na loja. Na segunda foto, está o espaço onde serão vendidos os cafés torrados e os equipamentos de preparação das bebidas. Imagens: Relatório Internacional de Tendências do Café. STARBUCKS E SUA LOJA CONCEITO Por José Márcio Carvalho
  • 15. PRODUÇÃO As informações sobre Uganda, Tanzânia e Vietnã apresentadas neste número mostram como os países pro- dutores tentam aumentar sua competitividade de diferen- tes maneiras. O objetivo de Uganda, 20 milhões de sacas em 2020 é irreal. Se o aumento da produção dependesse apenas da vontade política e alguns benefícios aos cafei- cultores, o mundo estaria transbordando de café. As ações do governo ugandês podem realmente contribuir com o de- senvolvimento da atividade, mas em proporções menores do que o alardeado. O interesse do Vietnã pela certificação Fairtrade é algo interessante. O país é famoso por produzir café ro- busta em grande quantidade, mas a sustentabilidade não costuma ser associada aos grãos do país. No entanto, as principais torrefadoras do mundo estão comprometidas com a aquisição de volumes cada vez maiores de café sustentável, o que pode criar problemas para o Vienã no futuro, caso nada seja feito. INDÚSTRIA A indústria do café vive um momento propício para o surgimento de novos produtos e conceitos. Graças a internet, inúmeras pequenas e médias empresas podem captar recursos de doadores para viabilizar projetos inova- dores e, também, divulgar suas marcas nas redes sociais com maior facilidade e interação com os consumidores, além do baixo custo. Alguns destes empreedimentos terão sucesso e conquistarão seu espaço no concorrido mercado de café industrializado, outros fecharão em menos de 5 anos, como ocorre na maioria dos setores. Mas o mais impor- tante é que o mercado evolui justamente a partir dos erros e acertos. As propostas que mais agradam ao consumidor terão continuidade, enquanto as outras serão encerradas ou modificadas. Atentas às mudanças do mercado, as grandes companhias também inovam nos canais de venda e, cada vez mais, oferecem produtos e serviços alianhados com a sustentabilidade e a ética. O “carrito cafetero” da Nescafé é um ótimo exemplo disso, já que uma original “cafeteria móvel” de baixo custo que aumenta a visibilidade da marca e cria oportunidades de trabalho para os interessados. CAFETERIAS A “Terceira Onda do Café” se consolidou como tendência duradoura no mercado. Embora a expressão tenha sido criada no início dos anos 2000, a verdadei- ra popularização do conceito ocorreu nos últimos anos. Nesse período, inúmeras cafeterias independentes sur- giram com uma proposta alinhada à terceira onda, am- paradas pela exigência crescente dos consumidores por qualidade. Diante disso, algumas grandes redes já inves- tem nesse segmento, com a oferta de cafés de altíssima qualidade e origem única. No Brasil, o primeiro texto detalhado sobre a ter- ceira onda foi publicado pelo Bureau, em 2012. Naquela época, muitos ainda não conheciam a tendência e houve, inclusive, questionamentos sobre a sua relevância para o setor. Hoje, muitas empresas brasileiras já abraçaram a proposta da terceira onda e, com isso, ajudam a construir um mercado de café mais sofisticado no país. A terceira onda do café não é uma tendência iso- lada. Vários outros produtos passam por um processo de aumento da qualidade, como a cerveja e o chocolate. Há alguns anos, no Brasil, era muito difícil encontrar cervejas artesanais ou chocolates gourmet. Hoje, até as cidades com menos de 100 mil habitantes já contam com algumas opções desses produtos, e, também, de cafés especiais. Isso evidencia que o consumidor realmente está mais exigente e disposto a pagar por qualidade. E essa mudança é permanente, o que fará da terceira onda do café algo duradouro. 12 INSIGHTS
  • 16. Produção: All Africa, New Vision, Vietnam News. Indústria: 3BL Media, Bloomberg, Blue- cup / Kickstarter, Business Insider, CRU Kafe, Digiday, Digital Trends, Economíahoy. mx, EFTM, Indiegogo / Projeto Libra Coffee, Libra Coffee, Líderes Mexicanos, Nespres- so, Nestlé México, Pronews, Scoop, See- dcamp, Tech Guide, The Huffington Post. Cafeterias: Bloomberg, Business Review, Daily Times, edie.NET, ERP Retail News, Investor Place, MENA Herald, Net News Ledger, Newser, The Motley Fool, UOL. FONTES COMO É FEITO O RELATÓRIO? COMO CITAR O RELATÓRIO? RELATÓRIO INTERNACIONAL DE TENDÊNCIAS DO CAFÉ. Lavras: Bureau de Inteligência Compe- titiva do Café, v.5, n.10, 30 novembro 2016. 13 p. O relatório é dividido em três seções temáticas (pro- dução, indústria e cafeterias) e uma seção de insights. Cada seção temática é inciada por um sumário que apresenta os principais pontos abordados nos tópicos seguintes. Os tópicos, por sua vez, são elaborados a partir de notícias nacionais e internacionais coletadas pelaequipedoBureau.NosInsights,osanalistasdoBu- reau apresentam a sua interpretação e considerações acerca dos tópicos apresentados em cada número.
  • 17. Centro de Inteligência em Mercados, Agência de Inovação e Desenvolvimento do Café, Universidade Federal de Lavras, CEP: 37200-000 (35) 3829-1443 cim@dae.ufla.br www.icafebr.com.br facebook.com/bureaudocafe