SlideShare uma empresa Scribd logo
1
CADERNOS DE FORMAÇÃO 01
Um primeiro olharsobre o Projeto
Série:
AÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA PELA VIA DA
INTERDISCIPLINARIDADE
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
I – FUNDAMENTOSDO PROJETO
1. Introdução
2. Princípiose prioridades
3. Justificativas
4. Objetivos
5. Características da ação pedagógica interdisciplinar
II – ETAPAS DE ENCAMINHAMENTO
1. Estudo preliminarda localidade
2. Escolham dos temas geradores
3. Construção do Programa
4. Avaliação
III – ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA PARA VIABILIZAR ESTA
AÇÃO PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
2
“Digo uma coisa muito norte-americana sobre os
resultados: há transformações de todo tamanho.
Minha meta é a mudança social, mas trabalho no
sentido de provocar as transformações possíveis
dentro de cada classe. Frequentemente, o
máximo que posso alcançar em um curso é um
momento de transição da passividade, ou
ingenuidade, para certa percepção crítica”.
Paulo Freire& Ira Shor, Medo e Ousadia: o
cotidiano do professor, p. 47.
3
p. 07
APRESENTAÇÃO
Entre as prioridades da Secretaria Municipal de Educaçãqo, nesta gestão, destaca-se a busca
de uma Nova Qualidade de Ensino. Esta prioridade vem se concretizando, desde 1989 por
várias ações, entre as quais o Movimento de Reorientação Curricular.
Reafirmamos aqui o entendimento de que a reorientação curricular é um processo de
construçãocoletivadoqual participam, necessariamente,diferentesgruposde interlocução: a
escola, a comunidade e os especialistas nas diferentes áreas do conhecimento. Os dois
primeiros momentos deste movimento, a Problematização e a Sistematização (em seu
primeiro nível) atingiram a rede em toda a sua extensão e modalidades de ensino.
A reorientação curricular previa e garante o estímulo e o apoio ao desenvolvimento de
projetos gerados pelas próprias escolas, buscando avançar na direção de sua autonomia.
p. 8
Simultaneamente,conformehaviasidoprevisto,iniciou-se o projeto de interdisciplinaridade.
As equipesmultidisciplinaresdosNúcleosde AçãoEducativa, Diretoriade OrientaçãoTécnica e
das Escolas Piloto, com assessoria de professores universitários, empenharam-se na
construção coletiva dos caminhos desta proposta. Aconteceram conquistas, confrontos e
conflitos; viveram-se ansiedades, alegrias e tristezas.
A experiência vivida até agora permite registrar, num trabalho coletivo das equipes
participantes no processo, a descrição, a fundamentação e os procedimentos básicos desta
ação pedagógica. Este texto trata, inicialmente, das considerações preliminares que,
necessariamente, terão aprofundamento nos cadernos desta série.
Deve-se entender, no entanto, que “um primeiro olhar sobre a proposta” não dispensa a
discussão, reflexão e crítica com vistas a uma decisão. Decisão que, certamente, estará
indicando a opção que a escola fará para a organização da sua ação pedagógica.
p. 9
I – FUNDAMENTOS DO PROJETO
1. Introdução
A questão da escola pública apresenta-se hoje como um desafio a ser superado. Há
consensoemrelaçãoà crise pelaqual todospassamos.Noentanto, osonhoe o desejo
da transformação existem. As falas frequentes e as atitudes isoladas de educadores
mais críticos bem o demonstram.
Um grande problemaexige umagrande soluçãoe oque aqui se entende comosolução
é mais do que reforma: mudança; mais do que mudança: transformação.
Transformar implica em agir, agir conscientemente, agir construtivamente. Ação
global,coletiva,entendendoaescolacomomaisdo que a soma de partes. A escola do
4
real vivido que se relaciona organicamente com a comunidade na qual está inserida.
Espaço significativo de construção do conhecimento.
p. 10
Que escola é essa que queremos transformar?
O Documento2, “O Movimentode ReorientaçãoCurricularnaSecretaria Municipal de
Educação de São Paulo – 1990”, explicita algumas características dessa instituição.
Mostra uma escola que dificilmente consegue voltar seus olhos para si mesma numa
dimensão crítica. Uma escola que quase sempre se acomoda à situação política
vigente, aguardando soluções mágicas, prontos, de fora para dentro e de cima para
baixo.
Uma escolaque,teoricamente colocadaa serviço da população, isola-se em relação à
comunidade na qual está inserida.
Isolamento que se coloca em dois níveis: na não consulta da comunidade para o
planejamento da ação educativa e na preocupação com a realidade local.
Outra característica apontada, na fala problematizadora dos educadores, é que o
conhecimento, [p.11] concretizado nos conteúdos escolares, além de ser proposto e
organizado em gabinetes, é compartimentalizado e fragmentado artificialmente,
havendoumadesconsideração total com a interdisciplinaridade natural do objeto do
conhecimento.
Como fruto que somos dessa instituição em crise, nos acostumamos a receber
propostaspedagógicas que nem sempre atendem às especificidades da comunidade
escolar;a usar livrosdidáticoscomoinstrumentosúnicosdonossofazerpedagógico; a
não discutir questões educacionais mais amplas e a nos isolarmos a ponto de
Não perceberoque acontece alémdasquatro paredesde nossaclasse. Perdemos,por
consequencia, a motivação, não nos percebendo como sujeitos do fazer educativo e
portanto, deixando de construir nossa própria identidade.
Este sistema que nos leva a analisar os efeitos, sem atacar as causas, nos mostra um
quadro eufemisticamente chamado de fracasso escolar – evasão e repetência – que
vem sendo enfrentado, [p. 12] ainda que de maneira pontualizada, por educadores
comprometidos com a mudança.
Tais iniciativas apontam para a construção de uma escola que se quer participativa e
decisivanaformaçãodo sujeitosocial,que considere como organismo vivo (pensante
e participante) a comunidade escolar que a usa e que a faz.
5
Uma escola onde o educador seja sujeito de sua ação, capaz de refletir e alterar
programase métodos;capazde inserirsuaescola,primeiramente, numa comunidade
que lhe dá razão de existir e, depois, num sistema maior que se quer trasformar.
Nessa direção e tendo em vista a experiência acumulada pelo trabalho realizado nas
dez escolas-piloto, que vem demonstrando ser possível a construção de uma nova
escola, submetemos aos educadores do Ensino Municipal de São Paulo a presente
proposta de fazermos, juntos, um outro caminho. Assim como na relação escola-
conhecimento-comunidade, esta proposta só terá sentido e significado se para ela
convergir a força criadora [p. 13] e transformadora que hoje habita a escola, à espera
do momento e da oportunidade de constituir-se como tal.
Estamos, pois, submetendo ao olhar crítico dos educadores que fazem conosco a
educação pública no município de São Paulo, esta proposta de organização e ação
pedagógicada escola pela da interdisciplinaridade. É um primeiro olhar que não tem
como objetivo o aparecimento de paixões à primeira vista, mas que ambiciona o
fortalecimento de uma relação sólida e duradoura, porque conjunta e coletiva.
2. Princípios e Prioridades
Qualquer que seja a aproximação que a escola faça desta proposta, os princípios e as
prioridadesdeverãoestargarantidos.Dessa forma, esta proposta de ação pedagógica
da escolapelada interdisciplinaridade considera,pressupõee realça a participação e a
descentralização como fundamentais à autonomia, que são os três princípios que
norteiam nossa política [p. 14] educacional.
3.
4.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Educação inclusiva aula 2 - a escola como espaço inclusivo
Educação inclusiva   aula 2 - a escola como espaço inclusivoEducação inclusiva   aula 2 - a escola como espaço inclusivo
Educação inclusiva aula 2 - a escola como espaço inclusivoFernanda Câmara
 
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...Marily Oliveira
 
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...Joaquim Colôa
 
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam todos os alunos
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam  todos os alunosJuntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam  todos os alunos
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam todos os alunosJoaquim Colôa
 
Projeto de Intervenção
Projeto de IntervençãoProjeto de Intervenção
Projeto de Intervençãomoniquests
 
Freitas, luiz carlos de ciclo, seriacao, avaliacao
Freitas, luiz carlos de   ciclo, seriacao, avaliacaoFreitas, luiz carlos de   ciclo, seriacao, avaliacao
Freitas, luiz carlos de ciclo, seriacao, avaliacaomarcaocampos
 
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.Seduc MT
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorgesluannagorges
 
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAROLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLARLuz Mary Dias
 
Todas as crianças são bem
Todas as crianças são bemTodas as crianças são bem
Todas as crianças são bemAlana Bregantin
 
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...Ivete Almeida
 
O papel da gestão em relação a indisciplina na escola
O papel da gestão em relação a indisciplina na escolaO papel da gestão em relação a indisciplina na escola
O papel da gestão em relação a indisciplina na escolaSeduc MT
 
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosMacedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosmarcaocampos
 

Mais procurados (20)

Relatório de alisângela considerações finais
Relatório de alisângela considerações finaisRelatório de alisângela considerações finais
Relatório de alisângela considerações finais
 
Educação inclusiva aula 2 - a escola como espaço inclusivo
Educação inclusiva   aula 2 - a escola como espaço inclusivoEducação inclusiva   aula 2 - a escola como espaço inclusivo
Educação inclusiva aula 2 - a escola como espaço inclusivo
 
Cooperação
CooperaçãoCooperação
Cooperação
 
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
 
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...
RESPONSABILIDADE DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PARA AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS CO...
 
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam todos os alunos
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam  todos os alunosJuntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam  todos os alunos
Juntos Aprendemos Melhor: As escolas inclusivas beneficiam todos os alunos
 
Projeto de Intervenção
Projeto de IntervençãoProjeto de Intervenção
Projeto de Intervenção
 
Freitas, luiz carlos de ciclo, seriacao, avaliacao
Freitas, luiz carlos de   ciclo, seriacao, avaliacaoFreitas, luiz carlos de   ciclo, seriacao, avaliacao
Freitas, luiz carlos de ciclo, seriacao, avaliacao
 
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
O Coordenador Pedagógico. Sobre outros olhares.
 
Evasão escolar
Evasão escolar Evasão escolar
Evasão escolar
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorges
 
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAROLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
OLHARES HOLÍSTICOS NA AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
 
Educação Inclusiva Desafio no Ambiente Escolar e na Pratica Pedagógica
Educação Inclusiva Desafio no Ambiente Escolar e na Pratica PedagógicaEducação Inclusiva Desafio no Ambiente Escolar e na Pratica Pedagógica
Educação Inclusiva Desafio no Ambiente Escolar e na Pratica Pedagógica
 
Todas as crianças são bem
Todas as crianças são bemTodas as crianças são bem
Todas as crianças são bem
 
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
 
Ciclos progressivos de aprendizagens
Ciclos progressivos de aprendizagensCiclos progressivos de aprendizagens
Ciclos progressivos de aprendizagens
 
O papel da gestão em relação a indisciplina na escola
O papel da gestão em relação a indisciplina na escolaO papel da gestão em relação a indisciplina na escola
O papel da gestão em relação a indisciplina na escola
 
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosMacedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
 
Entendendo as Dificuldades de Aprendizagem Infantil
Entendendo as Dificuldades de Aprendizagem InfantilEntendendo as Dificuldades de Aprendizagem Infantil
Entendendo as Dificuldades de Aprendizagem Infantil
 
Fracasso escolar
Fracasso escolarFracasso escolar
Fracasso escolar
 

Semelhante a Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto

A escola reflexiva resumo
A escola reflexiva   resumoA escola reflexiva   resumo
A escola reflexiva resumoKelly Sauerbonn
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisrenatalguterres
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisRosinara Azeredo
 
Trablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusãoTrablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusãoCaroll Lima
 
Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação InclusivaCarina
 
Ciclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOCiclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOasvale2
 
Ciclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOCiclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOasvale2
 
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5Rute Pereira
 
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosMacedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosmarcaocampos
 
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014Adilson P Motta Motta
 
A escola que educa para o pensar
A escola que educa para o pensarA escola que educa para o pensar
A escola que educa para o pensarRenata Peruce
 
A prática refelxiva no ensino médio
A prática refelxiva no ensino médioA prática refelxiva no ensino médio
A prática refelxiva no ensino médioAdriana Melo
 
Ciclos de Formação: uma proposta transformadora
Ciclos de Formação: uma proposta transformadoraCiclos de Formação: uma proposta transformadora
Ciclos de Formação: uma proposta transformadoraPedagogiZa
 
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.Najara Nascimento
 

Semelhante a Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto (20)

A escola reflexiva resumo
A escola reflexiva   resumoA escola reflexiva   resumo
A escola reflexiva resumo
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciais
 
inclusão escolar
inclusão escolarinclusão escolar
inclusão escolar
 
Heterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciaisHeterogeneidade nos anos iniciais
Heterogeneidade nos anos iniciais
 
Papel pedagogo
Papel pedagogo Papel pedagogo
Papel pedagogo
 
Trablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusãoTrablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusão
 
Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação Inclusiva
 
Ciclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOCiclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãO
 
Ciclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãOCiclos De FormaçãO
Ciclos De FormaçãO
 
15 fernanda may
15 fernanda may15 fernanda may
15 fernanda may
 
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
 
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todosMacedo, lino, como construir uma escola para todos
Macedo, lino, como construir uma escola para todos
 
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014
Projeto Político Pedagógico Escola Ney Braga 2014
 
A escola que educa para o pensar
A escola que educa para o pensarA escola que educa para o pensar
A escola que educa para o pensar
 
A prática refelxiva no ensino médio
A prática refelxiva no ensino médioA prática refelxiva no ensino médio
A prática refelxiva no ensino médio
 
Ciclos de Formação: uma proposta transformadora
Ciclos de Formação: uma proposta transformadoraCiclos de Formação: uma proposta transformadora
Ciclos de Formação: uma proposta transformadora
 
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.
Caderno 2 – conselho escolar e a aprendizagem na escola.
 
Replanejamento escolar
Replanejamento escolarReplanejamento escolar
Replanejamento escolar
 
Inclusão escolar
Inclusão escolarInclusão escolar
Inclusão escolar
 
Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação Inclusiva
 

Último

Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfrarakey779
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosbiancaborges0906
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoPedroFerreira53928
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médiorafaeloliveirafelici
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaComando Resgatai
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPereira801
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
 
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humanoSlide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humanoCoachClaumerson
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisValéria Shoujofan
 
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfA NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfmarcos oliveira
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxMariaSantos298247
 
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfPastor Robson Colaço
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persafelipescherner
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Centro Jacques Delors
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxtchingando6
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédioifbauab
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxcleanelima11
 
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humanoSlide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfA NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
 
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
 

Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto

  • 1. 1 CADERNOS DE FORMAÇÃO 01 Um primeiro olharsobre o Projeto Série: AÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA PELA VIA DA INTERDISCIPLINARIDADE ÍNDICE APRESENTAÇÃO I – FUNDAMENTOSDO PROJETO 1. Introdução 2. Princípiose prioridades 3. Justificativas 4. Objetivos 5. Características da ação pedagógica interdisciplinar II – ETAPAS DE ENCAMINHAMENTO 1. Estudo preliminarda localidade 2. Escolham dos temas geradores 3. Construção do Programa 4. Avaliação III – ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA PARA VIABILIZAR ESTA AÇÃO PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
  • 2. 2 “Digo uma coisa muito norte-americana sobre os resultados: há transformações de todo tamanho. Minha meta é a mudança social, mas trabalho no sentido de provocar as transformações possíveis dentro de cada classe. Frequentemente, o máximo que posso alcançar em um curso é um momento de transição da passividade, ou ingenuidade, para certa percepção crítica”. Paulo Freire& Ira Shor, Medo e Ousadia: o cotidiano do professor, p. 47.
  • 3. 3 p. 07 APRESENTAÇÃO Entre as prioridades da Secretaria Municipal de Educaçãqo, nesta gestão, destaca-se a busca de uma Nova Qualidade de Ensino. Esta prioridade vem se concretizando, desde 1989 por várias ações, entre as quais o Movimento de Reorientação Curricular. Reafirmamos aqui o entendimento de que a reorientação curricular é um processo de construçãocoletivadoqual participam, necessariamente,diferentesgruposde interlocução: a escola, a comunidade e os especialistas nas diferentes áreas do conhecimento. Os dois primeiros momentos deste movimento, a Problematização e a Sistematização (em seu primeiro nível) atingiram a rede em toda a sua extensão e modalidades de ensino. A reorientação curricular previa e garante o estímulo e o apoio ao desenvolvimento de projetos gerados pelas próprias escolas, buscando avançar na direção de sua autonomia. p. 8 Simultaneamente,conformehaviasidoprevisto,iniciou-se o projeto de interdisciplinaridade. As equipesmultidisciplinaresdosNúcleosde AçãoEducativa, Diretoriade OrientaçãoTécnica e das Escolas Piloto, com assessoria de professores universitários, empenharam-se na construção coletiva dos caminhos desta proposta. Aconteceram conquistas, confrontos e conflitos; viveram-se ansiedades, alegrias e tristezas. A experiência vivida até agora permite registrar, num trabalho coletivo das equipes participantes no processo, a descrição, a fundamentação e os procedimentos básicos desta ação pedagógica. Este texto trata, inicialmente, das considerações preliminares que, necessariamente, terão aprofundamento nos cadernos desta série. Deve-se entender, no entanto, que “um primeiro olhar sobre a proposta” não dispensa a discussão, reflexão e crítica com vistas a uma decisão. Decisão que, certamente, estará indicando a opção que a escola fará para a organização da sua ação pedagógica. p. 9 I – FUNDAMENTOS DO PROJETO 1. Introdução A questão da escola pública apresenta-se hoje como um desafio a ser superado. Há consensoemrelaçãoà crise pelaqual todospassamos.Noentanto, osonhoe o desejo da transformação existem. As falas frequentes e as atitudes isoladas de educadores mais críticos bem o demonstram. Um grande problemaexige umagrande soluçãoe oque aqui se entende comosolução é mais do que reforma: mudança; mais do que mudança: transformação. Transformar implica em agir, agir conscientemente, agir construtivamente. Ação global,coletiva,entendendoaescolacomomaisdo que a soma de partes. A escola do
  • 4. 4 real vivido que se relaciona organicamente com a comunidade na qual está inserida. Espaço significativo de construção do conhecimento. p. 10 Que escola é essa que queremos transformar? O Documento2, “O Movimentode ReorientaçãoCurricularnaSecretaria Municipal de Educação de São Paulo – 1990”, explicita algumas características dessa instituição. Mostra uma escola que dificilmente consegue voltar seus olhos para si mesma numa dimensão crítica. Uma escola que quase sempre se acomoda à situação política vigente, aguardando soluções mágicas, prontos, de fora para dentro e de cima para baixo. Uma escolaque,teoricamente colocadaa serviço da população, isola-se em relação à comunidade na qual está inserida. Isolamento que se coloca em dois níveis: na não consulta da comunidade para o planejamento da ação educativa e na preocupação com a realidade local. Outra característica apontada, na fala problematizadora dos educadores, é que o conhecimento, [p.11] concretizado nos conteúdos escolares, além de ser proposto e organizado em gabinetes, é compartimentalizado e fragmentado artificialmente, havendoumadesconsideração total com a interdisciplinaridade natural do objeto do conhecimento. Como fruto que somos dessa instituição em crise, nos acostumamos a receber propostaspedagógicas que nem sempre atendem às especificidades da comunidade escolar;a usar livrosdidáticoscomoinstrumentosúnicosdonossofazerpedagógico; a não discutir questões educacionais mais amplas e a nos isolarmos a ponto de Não perceberoque acontece alémdasquatro paredesde nossaclasse. Perdemos,por consequencia, a motivação, não nos percebendo como sujeitos do fazer educativo e portanto, deixando de construir nossa própria identidade. Este sistema que nos leva a analisar os efeitos, sem atacar as causas, nos mostra um quadro eufemisticamente chamado de fracasso escolar – evasão e repetência – que vem sendo enfrentado, [p. 12] ainda que de maneira pontualizada, por educadores comprometidos com a mudança. Tais iniciativas apontam para a construção de uma escola que se quer participativa e decisivanaformaçãodo sujeitosocial,que considere como organismo vivo (pensante e participante) a comunidade escolar que a usa e que a faz.
  • 5. 5 Uma escola onde o educador seja sujeito de sua ação, capaz de refletir e alterar programase métodos;capazde inserirsuaescola,primeiramente, numa comunidade que lhe dá razão de existir e, depois, num sistema maior que se quer trasformar. Nessa direção e tendo em vista a experiência acumulada pelo trabalho realizado nas dez escolas-piloto, que vem demonstrando ser possível a construção de uma nova escola, submetemos aos educadores do Ensino Municipal de São Paulo a presente proposta de fazermos, juntos, um outro caminho. Assim como na relação escola- conhecimento-comunidade, esta proposta só terá sentido e significado se para ela convergir a força criadora [p. 13] e transformadora que hoje habita a escola, à espera do momento e da oportunidade de constituir-se como tal. Estamos, pois, submetendo ao olhar crítico dos educadores que fazem conosco a educação pública no município de São Paulo, esta proposta de organização e ação pedagógicada escola pela da interdisciplinaridade. É um primeiro olhar que não tem como objetivo o aparecimento de paixões à primeira vista, mas que ambiciona o fortalecimento de uma relação sólida e duradoura, porque conjunta e coletiva. 2. Princípios e Prioridades Qualquer que seja a aproximação que a escola faça desta proposta, os princípios e as prioridadesdeverãoestargarantidos.Dessa forma, esta proposta de ação pedagógica da escolapelada interdisciplinaridade considera,pressupõee realça a participação e a descentralização como fundamentais à autonomia, que são os três princípios que norteiam nossa política [p. 14] educacional. 3. 4.