1) O documento discute sistemas de tubulação e redes de tubos, apresentando equações para análise de escoamento em tubos.
2) São apresentadas equações para balanço de energia e continuidade para análise de redes de tubos, considerando perdas de carga distribuídas e localizadas.
3) O documento mostra como escrever as equações de balanço para uma rede de tubos específica, resultando em um sistema não-linear de equações a ser resolvido.
3. 14/06/2017 11:25 327 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Na última aula...
Tubos em paralelo
• Para um tubo que se divide em dois (ou mais) tubos paralelos e, em seguida, é
reunido em uma junção a jusante, a vazão total é a soma dos tubos individuais.
• A queda de pressão (ou perda de carga) de cada tubo individual conectado em
paralelo deve ser igual, uma vez que e as pressões nas junções PA e PB são iguais para
todos os tubos individuais.
Poranto, as vazões relativas dos tubos paralelos são estabelecidas do requisito de que
a perda de carga de cada tubo seja a mesma. Esse resultado pode ser estendido a
qualquer número de tubos conectados em paralelo.
Se há perda de carga localizada: somar comprimentos equivalentes ao comprimento
do tubo.
5. 14/06/2017 11:25 527 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Rede de tubos
Perda de carga distribuída
As perdas podem ser escritas da seguinte forma:
x
L RQh
Coeficiente de resistência
Expoente
Vazão
Para análise de sistemas de tubos, é mais conveniente expressar o
comportamento de f utilizando fórmulas empíricas aproximadas. Assim, o fator de
fricção (atrito) pode ser obtido analiticamente em termos do número de Reynolds e
da rugosidade relativa
Combinando com Darcy-Weisbach:
52
8
Dg
Lf
R D
2x
ℎ𝑙𝐷 = 𝑓𝐷
𝐿
𝐷
𝑣2
2𝑔
6. 14/06/2017 11:25 627 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Rede de tubos
Perda de carga distribuída
Correlações para fD e R
• Swamee-Jain (1976):
Combinando com R de Darcy:
• Hazen-Williams:
x = 1,85
m = 4,87
C = f(e/D) coeficiente de Hazen-Williams – tabelado (Potter – Cap. 11)
K1 depende do sistema de unidades SI: K1 = 10,59 e UI K1 = 4,72
2
0,9
D
1
f 1,325 ln 0,27 5,74
D Re
2
0,9
5
L 1
R 1,07 ln 0,27 5,74
gD D Re
8
10D/e01,0
8
105000 Re
valem para a faixa de
mx
DC
LK
R 1
7. 14/06/2017 11:25 727 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Comparação entre as correlações para fD e R
Esta é a equação que descreve as curvas do Diagrama de Moody na faixa de
transição entre o regime laminar e o totalmente rugoso
Rede de tubos
Perda de carga distribuída
8. 14/06/2017 11:25 827 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Rede de tubos
Perda de carga localizada
Perdas localizadas
2
42
2
2
2
2
2
2
84
222
QK
Dg
Q
Dg
K
Q
gA
K
g
v
KhL
Em alguns casos, é melhor expressar como comprimento equivalente:
Substituindo: 22
52
8
QRQ
Dg
LLf
h ieiD
L
i
Coeficiente de Resistência Médio (perdas
distribuídas e localizadas)
Tubo Componentes (ou acidentes)
52
8
Dg
Lf
R TD
9. 14/06/2017 11:25 927 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Rede de tubos
Para muitos casos de escoamento em sistemas de
tubos, ao aplicar a Eq. da Conservação da Energia:
Desconsideram-se os termos cinéticos na entrada e saída
do sistema (a energia cinética seria significante somente
para velocidades relativamente altas)
22
52
8
QRQ
Dg
LLf
h ieiD
L
i
10. 14/06/2017 11:25 1027 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
A figura abaixo mostra uma rede de tubos relativamente simples consistindo de sete
tubos, dois reservatórios e uma bomba. Assume-se que o nível piezométrico em A e F
são conhecidos; estes pontos são chamados de nós de nível fixo. Vazões de saída
estão presentes nos nós C e D. Os nós C e D, juntamente com os nós B e E, são
chamados nós internos ou junções. As direções dos escoamento não são conhecidas
inicialmente, mas assume-se arbitrariamente uma direção.
11. 14/06/2017 11:25 1127 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
Balanços:
Energia: Exemplo A -> B
Bomba
BA
HQ
gA
K
Rz
p
z
p
2
12
1
1
2
2
11 QRHHH BombaBA
Massa:
0 saientra QQ
(Nas junções)
12. 14/06/2017 11:25 1227 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
• Balanço de Energia para cada tubo (7 equações)e tubo Direção entre os nós Balanço de energia
A B 2
111 QRQHHH BombaBA
B D
2
22 QRHH DB
C D
2
33QRHH DC
B C
2
44 QRHH CB
C E
2
55QRHH EC
E D
2
66 QRHH DE
F E
2
77 QRHH EF
Nó ou junção Continuidade
B 0421 QQQ
D DQQQQ 632
C CQQQQ 534
E 0765 QQQ
2
121101 QaQaaQHBomba
• Balanço de massa em cada nó interno (4 equações)
• Curva da Bomba (1 equação)
13. 6
3
2
5
4
14/06/2017 11:25 1327 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
• Designemos a variável Wi como sendo a queda do nível piezométrico em um
elemento de tubo i:
• Para o sistema em questão, dois caminho fechados, ou loops internos, podem ser
identificados. O escoamento é considerado positivo no sentido horário em cada
loop. Os balanços de energia escritos para cada loop I e II são:
2
iii QRW
0536 WWW 0423 WWW
14. 14/06/2017 11:25 1427 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
• Para se levar em conta as vazões nos tubos 1 e 7, um caminho pode ser definido
ao longo dos nós A, B, D, E e F. Com a adição do termo da potência da bomba, o
balanço de energia de A até F é:
7621 WWWWHHH BombaFA
6
2
1
7
15. 14/06/2017 11:25 1527 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
Substituindo a equação da bomba e a equação do fator de fricção nas relações de energia
das 3 últimas equações, obtém-se o seguinte conjunto de equações reduzidas:
02
66
2
55
2
33 QRQRQR
02
44
2
33
2
22 QRQRQR
02
77
2
66
2
22
2
12110
2
11 FA HHQRQRQRQaQaaQR
Somadas às equações da continuidade, tem-se um sistema de 7 incógnitas (Q1, ..., Q7) e
sete equações para resolver. As equações da energia são não-lineares uma vez que os
termos da perda de carga e da potência da bomba são representadas como polinômios em
relação às vazões.
16. 14/06/2017 11:25 1627 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Análise de rede de tubos
Se F é o número de nós fixos (A e F) no sistema, existirá (F-1) equações para
caminhos distintos. Seja P o número de elementos de tubo numa rede, J o
número de nós iternos e L o número de loops internos. Então, a seguinte relação
será válida se uma rede de tubos adequadamente definida for analisada:
No exemplo inicial, temos J = 4, L = 2 e F = 2, tal que P = 4 + 2 + 2 – 1 =7
1 FLJP
17. 14/06/2017 11:25 1727 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Equações de Rede Generalizada
1. Equação da Continuidade no j-ésimo nó interno:
– o índice j se refere aos tubos conectados ao nó e Qe representa uma vazão externa
– Convenção do sinal algébrico: positivo para um escoamento entrando no nó e negativo para um
escoamento saindo do nó
0 ejj QQ
0 HHW iBombaii
0 iBombaii HW
2. Balanço de energia ao longo de um loop interno:
– o índice i se refere ao tubos que pertencem ao loop
– Existirá um relação para cada um dos loops
– Convenção do sinal algébrico: positivo é usado se o escoamento no elemento de tubo está no sentido
horário; do contrário, é negativo
3. Balanço de energia ao longo de um caminho único ou pseudoloop conectando os
dois nós fixos:
– onde H é a diferença de magnitude do nível piezométrico dos dois nós fixos no caminho ordenado no
sentido horário através de um tubo imaginário no pseudoloop.
– Convenção do sinal algébrico: positivo é usado se o escoamento no elemento de tubo está no sentido
horário; do contrário, é negativo.
18. 14/06/2017 11:25 1827 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Linearização da Equação da Energia
A equação abaixo é uma relação geral do balanço de energia e pode ser aplicada a
qualquer caminho ou loop interno de uma rede de tubos.
Se é aplicada a um loop fechado, H é zero e, se nenhuma bomba existe no
caminho ou loop, Hbomba é igual a zero. No desenvolvimento da linearização, esta
equação será usada para representar qualquer loop ou caminho na rede de tubos.
Inicialmente, define-se a função f (Q) contendo os termos não lineares W(Q) e
HBomba(Q):
Esta equação pode ser expandida em série de Taylor assumindo a seguinte forma:
na qual Q0 é uma estimativa de Q
0 HHW iBombaii
QHQRQHQWQ Bomba
x
Bomba f
2
2
0
2
2
00
00
QQ
dQ
d
QQ
dQ
d
QQ
QQ
ff
ff
19. 14/06/2017 11:25 1927 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Linearização da Equação da Energia
Retendo somente os primeiros dois termos do lado direito da equação e abrindo a
variável f(Q):
Note que esta aproximação para a função f(Q) é linear em relação a Q.
Introduzindo-se um parâmetro G:
Substituindo a equação de energia de um loop generalizado:
na qual W0 = W(Q0) e HBomba 0 = HBomba (Q0).
0
1
000
0
QQ
dQ
QdH
QRxQHQRQ
Q
Bombax
Bomba
x
f
0
1
0
Q
Bombax
dQ
QdH
QRxG
GQQHWGQQQHQRQ BombaBomba
x
000000 f
(*)
20. 14/06/2017 11:25 2027 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Linearização da Equação da Energia
Uma vez que Q nas relações acima pode assumir valores negativos ou positivos, e
são freqüentemente substituídos por e (*) respectivamente, em
algoritmos.
A equação linearizada da energia forma a base do método de Hardy Cross e outros
métodos de resolução de sistemas lineares.
0000 HGQQHW iiiiBombaii
1
00
x
QQ
1
0
x
Q
x
Q0
1
0
x
Q
0 HHW iBombaii
GQQHWGQQQHQRQ BombaBomba
x
000000 f
Finalmente, a equação f(Q) é substituída na equação da energia de um loop generalizado
resultando uma equação da energia linearizada:
∅(𝑄)
21. 14/06/2017 11:25 2127 – Escoamento em Tubos - Parte 5
O Método de Hardy Cross
Seja (Q0)i a estimativa das vazões de uma iteração prévia e seja Qi as novas estimativas
das vazões. Em cada loop, é definido o ajuste dos escoamentos Qj da seguinte
forma:
onde o índice j se refere ao loop analisado e o índice i aos elementos de tubo que
pertencem ao loop. O ajuste é aplicado independentemente em todos os tubos
num dado loop ou caminho do sistema. Portanto, a equação da energia
linearizada pode ser escrita para cada loop na seguinte forma:
Resolvendo a equação para Q , temos:
iij QQQ 0
000 HGQHW ijiBombaii
i
iBombaii
j
G
HHW
Q
00
22. 14/06/2017 11:25 2227 – Escoamento em Tubos - Parte 5
O Método de Hardy Cross
A solução iterativa de Hardy Cross é descrita nos seguintes passos:
1. Assume-se uma estimativa inicial para a distribuição das vazões que satisfaça a
continuidade em cada k-ésimo nó interno:
2. Para cada j-ésimo loop ou caminho , calcula-se:
3. A vazão é atualizada em cada i-ésimo elemento de tubo da rede :
4. Os passos 2 e 3 são repetidos com os valores atualizados das vazões até que a acurácia
desejada seja alcançada. Um possível critério é:
0 ekk QQ
i
iBombaii
j
G
HHW
Q
00
jii QQQ 0
i
ii
Q
QQ 0
23. 14/06/2017 11:25 2327 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
Para o sistema de tubos mostrado na figura abaixo, determinar a distribuição de
vazão e o nível piezométrico nas junções usando o método de Hardy Cross.
OBS.: As unidades estão em SI
i
ii
iii
24. 14/06/2017 11:25 2427 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
1234
1234 )(
GGGG
zzWWWW
Q BA
I
I
Q1
Q2 Q3
Q4
Q7
Q5
Q8Q6
III
II
853
853
GGG
WWW
QIII
Resolução: existem 5 junções (J = 5), oito tubos (P = 8) e dois nós fixos (F = 2).
Portanto o número de loops fechados é L = 8 - 5 - 2 + 1 = 2 somado a mais um
pseudoloop. A equação de Q é aplicada ao loop I, II e III:
6782
6782
GGGG
WWWW
QII
i
iBombaii
j
G
HHW
Q
00
25. IQ1 Q2 Q3
Q4
14/06/2017 11:25 2527 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
Resolução: O problema é resolvido utilizando uma planilha eletrônica. A seguir, estão
apresentados os cálculos da primeira iteração.
1
x
QQRW
i
iBombaii
j
G
HHW
Q
00
0
1
0
Q
Bombax
dQ
QdH
QRxG
Loop I
Ri Qi Ri Qi |Q|i 2 Ri |Q|i Qi novo
H 20
Tubo 4 100 -0,02 -0,04 4 -0,022 -∑Wi-
ΔH
-0,55
Tubo 3 200 -0,06 -0,72 24 -0,064 Gi = 222
Tubo 2 500 -0,13 -8,45 130 -0,137 QI = -0,0025
Tubo 1 100 -0,32 -10,24 64 -0,322
Na planilha, o sinal correto é atribuído a cada W automaticamente usando a relação:
Wi Gi
26. 14/06/2017 11:25 2627 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
Resolução:
Loop II
Ri Qi Ri Qi |Q|i 2 Ri |Q|i Qi novo
Tubo 2 500 0,13 8,45 130 0,137 Wi = 1,55
Tubo 8 300 0,07 1,47 42 0,074 Gi = 318
Tubo 7 400 -0,04 -0,64 32 -0,035 QII = 0,0049
Tubo 6 300 -0,19 -10,83 114 -0,185
Q7
Q8
Q6
II
27. 14/06/2017 11:25 2727 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
Resolução:
Loop III
Ri Qi Ri Qi |Q|i 2 Ri |Q|i Qi novo
Tubo 3 200 0,06 0,72 24 0,064 Wi = 0,11
Tubo 5 400 0,04 0,64 32 0,041 Gi = 98
Tubo 8 300 -0,07 -1,47 42 -0,074 QIII = 0,0011
28. 14/06/2017 11:25 2827 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Aplicação do Método de Hardy Cross
Valores finais das vazões em litros/segundo:
29. 14/06/2017 11:25 2927 – Escoamento em Tubos - Parte 5
Bibliografia utilizada
Potter, Merle C.; David C. Wiggert com Midhat Hondzo; Tom I. P.
Shih, Mecânica dos fluidos, São Paulo, SP: Pioneira Thomson
Learning, 2004.