SlideShare uma empresa Scribd logo
As Organizações, Os Salários e a Moderna Gestão
      de Benefícios versus os Pacotes de Incentivos.
                                - Ciladas e Precauções.


                                                                        Por Angelo Peres∗.


I - Introdução.
        Este artigo pretende refletir sobre a importância dos pacotes de benefícios e
dos programas de incentivos, como mais uma ferramenta para a correta gestão dos
RH das organizações do novo milênio. Ou melhor, este artigo aponta para a
imprescindibilidade de se investir em benefícios sociais e nos pacotes de incentivos,
de forma planejada e contextualizada com a realidade da organização, bem como
atreladas as expectativas e a realidade social dos trabalhadores e do País, como um
todo.
        Além disso, este artigo aponta para a importância de termos em mente que
estas ações de RH ajudam nossas empresas a manter seus profissionais
preparados, parceiros etc., do contrário, teremos fortes chances de não alcançar a
tão importante e almejada eficiência / eficácia concorrencial.
        Por outro lado, faremos uma reflexão do quanto essas ações, apesar de
importantes, devem ser planejadas e contextualizadas à realidade da organização,
do contrário terá um efeito desfavorável e/ou será visto/entendido como mais um
mecanismo de suborno; e, poderá trazer sérios problemas de perda da
produtividade, gerará significativos conflitos no interior das equipes de trabalho,
entre outros.
        Assim e ainda, este artigo irá de forma breve, discutir a importância e as
principais diferenças entre um e outro, na gestão das organizações do novo milênio,
bem como apontará possíveis usos para um e outro, de forma a permitir que os
gestores de RH tenham nessas ferramentas, um uso mais eficiente e otimizado.




∗
    Mestre em Economia. Pós-Graduado em RH, Marketing e Gestão Estratégica. Professor
Universitário na Universidade Candido Mendes e no Centro Universitário Celso Lisboa. Sócio-
Gerente da Peres & Peres Consultores Associados – Empresa especializada em RH.
2



II - Refletindo Sobre Remuneração, Benefícios e Incentivos: Que Bela
Confusão!
                                                   Remuneração inclui o retorno financeiro e os
                                               serviços e benefícios tangíveis que os empregados
                                               recebem como parte de pagamento de uma relação de
                                               trabalho (Milkovich e Boudreau, 2000: p. 381).



II. 1 - Entendendo de Remuneração Total.
          Segundo Chiavenato (2004), ninguém trabalha de graça. Dito de outra forma,
as pessoas trabalham nas organizações com determinadas expectativas, bem como
estão dispostas a trabalhar nessas empresas desde que sejam observadas as justas
contrapartidas pelo seu esforço. Ou seja, desde que a organização dê ao
trabalhador algum retorno pelo esforço empreendido, os trabalhadores estarão
dispostos a se dedicar ao trabalho e às metas da organização. Na verdade, esta
contrapartida é fruto de uma reciprocidade, no limite.
          Dessa forma, podemos concluir que remuneração é uma contrapartida dada
pelas organizações às pessoas. Ou melhor, segundo ainda com o autor,
remuneração é um tipo de recompensa a partir da contribuição do trabalhador para o
alcance dos objetivos traçados pelos empresários. Ainda, a remuneração total
concedida ao funcionário é constituída, na contemporaneidade, de três componentes
principais: (i) a remuneração básica1; (ii) os incentivos salariais2; e (iii) os benefícios3
(CHIAVENATO, 2004).
          Assim, e repetindo o conceito central, para terminar esta sessão, e melhor
clarificar o entendimento sobre este tema controverso, remuneração total é o pacote
de recompensas, quantificável, concedido ao trabalhador pelo desempenho de suas
funções (idem, 2004).




1
    É o pagamento fixo que o funcionário recebe todos os meses (salário)
2
    São os componentes desenhados exclusivamente para recompensar os funcionários pelo bom
desempenho. Tais como: bônus, participação nos resultados e nos lucros etc.
3
     Que também é conhecida como remuneração indireta. Tais como: férias, décimo terceiro, seguro
de vida etc.)
3



II. 2 - Os Benefícios Sociais (Legais e Espontâneos)4 versus Incentivos.


                                                           Benefícios      são    regalias    e    vantagens
                                           concedidas pelas organizações, a título de pagamento
                                           adicional dos salários à totalidade ou a parte de seus
                                           funcionários.   Constituem   geralmente       um       pacote   de
                                           benefícios e serviços que faz parte da remuneração
                                           pessoal. Os benefícios e serviços sociais incluem uma
                                           variedade de facilidades e vantagens oferecidas pela
                                           organização, como assistência médico-hospitalar, etc. (...)
                                           Na verdade, os benefícios além do seu aspecto pecuniário
                                           ou financeiro servem para livrar os funcionários de uma
                                           série de transtornos, (...). Os benefícios sociais estão
                                           intimamente      relacionados         como        aspectos      da
                                           responsabilidade social da organização (Chiavenato, 2004:
                                           p. 314-315).



          Como explicado na sessão anterior, a remuneração total concedida aos
trabalhadores como forma de pagamento é composta de salário, benefícios e
incentivos. Até aí não tem mistério.
          O que tem acontecido, e isto sim tem gerado sérios problemas de
entendimento e conceituação, e, por conseguinte, sérios problemas na correta
gestão dos subsistemas de RH, é a distinção entre o primeiro frente ao segundo, e
vice-versa.


4
    Para abordar este tema controverso, de forma plena, dever-se-ia tangenciar a história de lutas dos
trabalhadores através dos longos séculos, bem como a história dos homens e de suas lutas por
liberdade e igualdade.
Para melhor abordar este tema, pelo menos, o correto seria evidenciar o período conhecido como
taylorista-fordista, onde se privilegiava a produção e a acumulação capitalista, em detrimento do
trabalhador e de suas expectativas e sonhos; e as severas lutas travadas nas fábricas, usinas e
minas de carvão, onde a vida humana não tinha qualquer valor e/ou respeito. Ou seja, para abordar
este assunto de forma madura, correta e plena, ter-se-ia que falar/abordar essas lutas infindáveis dos
trabalhadores por melhores (i) condições de trabalho (ambiente físico, químico, biológico, condições
de higiene, de segurança e as características antropométricas do posto de trabalho etc.); (ii) a
organização do trabalho (divisão do trabalho, conteúdo da tarefa, sistema hierárquico, as
modalidades de comando, as relações de poder, as questões de responsabilidade etc.), entre outros,
mas o espaço não nos permite. Para leitura substantiva sobre o tema recomendamos: Dejours, 1992.
4



      Esta confusão, em nossa percepção, é por conta do uso indevido de termos
sinônimos (ou próximos) que geram um significativo mau entendimento - e/ou de
entendimento dúbio – e que criam áreas de choque entre eles. Melhor explicando,
está ocorrendo um grande equívoco conceitual - nas organizações - na medida em
que se nomeia, erradamente, um benefício chamando-o de incentivo, e vice-versa.
E, como não poderia ser diferente, o resultado desse equívoco pode gerar
significativos contratempos visto que cada um tem a sua função e o seu objetivo; e,
ambos, se complementam e são importantes na gestão global das organizações, no
que diz respeito ao RH.
      Assim, e sem aprofundar neste tema, nossa preocupação será a de
conceituar o que é benefício e incentivo e apontar para possíveis desdobramentos
pelo seu mau uso, bem como os problemas que poderemos encontrar com este uso
equivocado.


      A - Benefícios.
      Assim, e conforme já explicamos na sessão anterior, vamos começar
conceituando benefício. Pode ser entendido como uma espécie de remuneração
indireta. Ou seja, é aquela que o trabalhador recebe a fim de satisfazer às suas
necessidades individuais, proporcionando um ambiente mais harmonioso e com
significativo bem-estar.
      No século XXI, a despeito de percepções equivocadas quanto à sua função (e
a seus usos), os benefícios têm se mostrado um importante aliado à gestão dos RH,
na busca, retenção e na satisfação do colaborador. Ou seja, os benefícios têm como
meta tornar a vida do trabalhador mais fácil e agradável. Ou melhor, os benefícios
são regalias e vantagens a título de pagamento adicional dos salários. Ainda, os
benefícios, além do aspecto pecuniário ou financeiro, servem para livrar os
funcionários de uma série de transtornos. Dessa forma, os benefícios estão ligados
(associados)    com     aspectos   da   responsabilidade   social   da   organização
(CHIAVENATO, 2004).
      Porém, é importante repetir que os programas de benefícios não têm como
função aumentar a produtividade do trabalhador, como se acredita corriqueiramente.
Inclusive pela própria área de RH. Não é para isto que eles existem. Sua existência
tem outra função e objetivo. Daí muitas dúvidas e controvérsias quanto ao tema em
5



destaque. O entendimento equivocado pode gerar desmotivação na equipe trabalho
e é um erro conceitual sério.
          Assim, os benefícios não são (ou não servem) para aumentar a produtividade
do trabalhador. A natureza (ou a sua eficácia; ou a sua função) passam pelo
aumento da qualidade de vida do trabalhador e/ou seu bem-estar.


          B - Os incentivos.
          Já no caso dos pacotes de incentivos não. Sua natureza, função e justificativa
são outros. Ou melhor, não basta remunerar um trabalhador para que ele atinja
determinado ponto / meta. Ou seja, isto é necessário, mas não é, em alguns casos,
o suficiente. Assim, a área de RH criou, na contemporaneidade, o que se
convencionou chamar de um programa de incentivos (ou pacotes) que tem este
escopo e missão: incentivar continuamente o trabalhador para, que ele ultrapasse o
seu desempenho atual e alcance as metas e os resultados desafiantes formulados
pelas organizações.
          Em contrapartida, o empresário gratifica o trabalhador através de mecanismos
amplamente conhecidos e divulgados: bônus, participação no lucro, entre outros.
          A remuneração fixa5 (salários e benefícios) funciona, neste caso, como fator
higiênico. Ou seja, não tem como objetivo alcançar este patamar de incentivo e de
superação. Não foi para isto que eles foram criados. No caso dos pacotes de
incentivos não. Tal modelo remuneratório destina-se a induzir que os trabalhadores
trabalhem em benefício da organização. Que superem obstáculos e alcancem novos
patamares de desempenho.
          As empresas, no limite, criam artifícios criativos, como os pacotes de
incentivos, por exemplo, a fim de aumentar as suas margens de lucro, bem como
aumentar sua produtividade sem, contudo, aumentar seus custos de produção. Ao
que parece este modelo de incentivos, vem ganhando adeptos e espaço nas
organizações, em função de que ele passa a ser uma via de mão dupla. Ou melhor,
ele nada mais é do que um contrato de risco entre o trabalhador e o empregador. Se


5
    Produto criado no início do século XX para compensar o trabalho rotineiro e repetitivo imposto pelas
fábricas, usinas e minas de carvão, na Era Industrial. Tratava-se de uma época de relativa
estabilidade e permanência nos postos de trabalho. Era uma época onde, em sua grande maioria,
tudo se repetia infindavelmente (Chiavenato, 2004: p. 288).
6



o empregador atingir suas metas gerais ou setoriais pré-estabelecidas e pactuadas,
os trabalhadores se beneficiam desta situação. Assim, ambos ficam felizes.


III. 3 - Implantando uma Política de Incentivos – Cuidados e Ciladas.
      Administrar pessoas não é como administrar cabras, estoque físico etc.
Administrar pessoas requer algumas expertises que, em alguns casos, não
atentamos e/ou desconsideramos na equação organizacional. Isto porque, ao que
parece, os empresários, nesses casos, só levam em consideração as variáveis
econômico-financeiras, tecnológica e de produção; e, se esquecem a variável
incontrolável: gente.
      Pessoas não gostam de ser manipuladas e/ou tratadas como crianças ou
seres apatetados. Ou melhor, pessoas não são seres passivos; ou, como alguns
gostam de pensar, seres facilmente controláveis. Se fosse assim não haveria a
necessidade de se ter uma área de RH. Ou, num segundo ângulo, tudo seria
controlável e o mundo não seria tão imprevisível como é.
      Na verdade, quando criamos um novo pacote de incentivos em nossas
organizações, estamos, por definição, estabelecendo mecanismos de recompensas
e/ou punição. Ou melhor, quando implantamos sistemas de incentivos pretendemos
aumentar nossa produção, produtividade, margem de lucro e, no que diz respeito ao
trabalhador, estamos acenando com algum tipo de gratificação.
      Se quisermos usar uma metáfora. Poderíamos dizer que as organizações são
como balanças. As pessoas contribuem e, as organizações, recebem sua
contrapartida pela contribuição.
      A contribuição das pessoas é em termo de trabalho, dedicação, tempo e
esforço. E, a retribuição recebida por este desempenho, deve ser em forma de
recompensa, promoções, prêmios e de reconhecimento profissional.
      Assim, a concessão de um pacote de incentivos deve respeitar alguns pontos
importantes que devem ser observados a fim de que não tenhamos sérios
problemas de diversas naturezas: (i) o incentivo deve ser percebido como desejável
pelos trabalhadores, e que gere uma mudança duradoura não só no ambiente
organizacional, mas também no trabalho desempenhado pelo empregado; (ii) a
gestão de RH deve cuidar para que esta concessão não se esvazie com o tempo;
(iii) a gestão de RH deve cuidar para que esta ação não provoque quebra da
motivação e que não haja boicotes nem conflitos interpessoais. Isto porque,
7



incentivos devem atuar como estímulo e não como instrumentos de disputas
internas; (iv) os pacotes de incentivos devem estar ligados às atividades simples e
repetitivas. Ou melhor, atividades que não exijam dos trabalhadores raciocínio e o
desempenho quantitativo este tipo de pacote se justifica. Portanto, as atividades
consideradas interessantes, este investimento é desnecessário e ineficaz; (v) Os
profissionais de RH têm que ter em mente que, nos planos de incentivo (quer
queiramos ou não) punem. Ou melhor, a punição esta embutida; e, (vi) os planos de
incentivos, mesmo com todos os aspectos positivos listados acima, não são
naturais, são controladores e manipuladores (KOHN, 1998).
      Portanto, a moderna gestão de RH, no limite, deve estimular um ambiente de
trabalho em equipe, equilibrado, produtivo e de cooperação. Cabe ao RH criar
mecanismos em que o desenvolvimento das habilidades e os conhecimentos
permeiem as organizações e estas produzam melhores produtos e serviços para
uma vida melhor a todos.
      A crítica de alguns pesquisadores quanto a alguns programas de incentivos
se prende ao fato de que alguns desses pacotes estão calcados na suposição de
que a eficácia está na soma dos desempenhos.
      Porém, devemos apontar (e significar) é que a ação de RH (os pacotes de
incentivos) são importantes e não são lesivos às organizações do século XXI. O que
devemos refletir é o como (onde, de que maneira e com que transparência)
poderemos adotar tais procedimentos. Dessa forma teremos empresas mais justas,
inclusivas e cidadãs.


IV - Reflexões Conclusivas.
      Temos que entender que o mundo mudou. Isto é inescapável e
inquestionável! Por outro lado, temos que estar sensíveis ao contexto das mudanças
e as implicações dessas transformações sistêmicas, nos subsistemas de RH.
      Portanto, queremos concluir este artigo com uma reflexão interessante,
apresentada pelos consultores Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) em um livro
intitulado: Remuneração Estratégica. Dessa forma, pensamos que melhor
concluiremos esta reflexão.
      Segundo estes consultores, o cenário é de muitas mudanças. Na verdade é
mudança sobre mudança. Estas mudanças, de tantas, ocorrem de fora-para-dentro
das organizações, de dentro-para-fora e em todas as direções. Nossas empresas,
8



diuturnamente, são convocadas a administrá-las. Assim, tudo nos leva a crer que
remunerar é fator estratégico e imprescindível realmente.
      Isto porque, a concorrência é cruel e estamos sendo vítimas de pressões
externas e internas. Essas pressões precisam ser conhecidas por nós e, de alguma
forma, administradas. Do contrário, não saberemos que medida tomar no âmbito do
RH. Segundo os autores, em linhas gerais, as pressões externas são: (i) o mundo e
as organizações têm intensificado a competição de forma generalizada; (ii) há uma
tendência global com vistas à modificação da política industrial das nações; (iii) há
uma crescente (e acirrada) disputa pelos mercados externos e por novas políticas
voltadas ao comércio exterior, na busca incessante por novos mercados e parceiros
estratégicos; (iv) o consumidor dessa nova ordem ganha o espaço da centralidade; e
(v) a relação com a comunidade ganha novos contornos e importância (WOOD e
PICARELLI FILHO, 2004: p. 30).
      Por outro lado, no âmbito das pressões internas: (i) há um aumento
significativo dos conflitos internos por poder; (ii) há uma maior exigência, por parte
dos trabalhadores, por maior autonomia e independência no trabalho; (iii) a
demanda por atividades mais criativas e motivadoras estão em alta no seio da
classe trabalhadora; (iv) a tecnologia da informação é uma realidade em todos os
escritórios e/ou nos locais onde o trabalho é produzido e desenvolvido; e, (v) a
formação escolar do trabalhador está aumentado gradativamente nos países em
desenvolvimento (idem: p. 30).
      Está claro para qualquer um que os antigos modelos de trabalho, relações de
trabalho, sistemas de controle e outros, estão sendo substituídos por modelos mais
apropriados à nova ordem econômica, social, cultural e política. Dito de outra forma,
o modelo burocrático de administrar, está em franca fase de transformação e de
mutação.
      Assim, a modernização da gestão empresarial e a adoção de novos modelos
de organização do trabalho tendem a tornar as formas tradicionais de remuneração
anacrônicas e ultrapassadas e devem ser repensadas, bem como novos modelos
remuneratórios devem ser implantados no sentido de dar uma melhor dinâmica à
relação capital versus trabalho.
      Remunerar da forma clássica (salários e benefícios, somente) é um modelo
que não agrega mais valor. Nem, por outro lado, atrai talentos. É um modelo que
está sendo deixado para trás por todas as empresas que desejam sobreviver neste
9



milênio. Assim e para concluir, e sem esgotar o assunto, remunerar corretamente
virou importante/imprescindível para as organizações que pretendem surfar na frente
das demais empresas que concorrem em seu mesmo nicho de mercado.
          Para que isto seja possível, as organizações estão sendo forçadas a substituir
seus antigos modelos mecanicistas de remuneração impostos pela ótica taylorista-
fordista6, do início do século passado, por modelos mais modernos e que consigam
melhor flexibilizar (de forma equilibrada) a multiplicidade do mundo moderno. Ou
melhor, as organizações deverão substituir seus sistemas de remuneração por
modelos mais flexíveis e mais alinhados à nova realidade econômica do século XXI,
bem como estes novos modelos remuneratórios (remuneração base, benefícios e
incentivos) deverão estar alinhados aos objetivos estratégicos da organização7.
          Por conta disto, estes objetivos deverão ser factíveis e ao mesmo tempo
desafiadores e inteligentes; e, no limite, terão de atender e conseguir abraçar as
expectativas dos trabalhadores visto que, como sabemos, estes são o novo nexo
com o cliente.




Referências:
       BARAN e SWEEZY. (1978), Capitalismo Monopolista. 3ª Edição. Rio de Janeiro:
       Zahar.
       BOHLANDER, G, SNELL, S. E SHERMAN, A. (2003), Administração de RH. São
       Paulo: Thomson.
       BRAVERMAN, Harry. (1981), Trabalho e Capital Monopolista. Rio de Janeiro:
       Zahar.
       CHIAVENATO, Idalberto. (2004), Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Campus.
       _________. (1999), Administração nos Novos Tempos. Rio de Janeiro: Campus.
       _________. (2000), Introdução à Teoria Geral da Administração. 6ª Edição. Rio
       de Janeiro: Campus.
       CRITCHLEY, Robert. (2002), Reavaliando a Sua Carreira. Rio de Janeiro:
       Campus.
6
    Para leitura substantiva sobre o período taylorista-fordista em questão: Braverman, 1981; Baran e
Sweezy, 1978; George e Joll, 1983; Friedmann, 1972; Morgan, 1996; Chiavenato, 2000 e 1999; entre
outros.
7
    Para leitura substantiva: Wood Jr, e Picarelli Filho, 2004 e 1997; Critchley, 2002.
10



DEJOURS, Christophe. (1992), A Loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia
do trabalho. 5ª Edição. São Paulo: Cortez.
FRIEDMANN, Georges. (1972), O Trabalho em Migalhas. São Paulo:
Perspectiva.
GEORGE, Kenneth e JOLL, Caroline. (1983), Organização Industrial. Rio de
Janeiro: Zahar.
KOHN, Alfie. (1998), Punidos pelas Recompensas. São Paulo: Atlas.
MILKOVICH, G. e BOUDREAU, J.W. (2000), Administração de RH. São Paulo:
Atlas.
WOOD Jr., Thomaz e PICARELLI FILHO, Vicente. (2004), Remuneração e
Carreira: Por Habilidades e Competências. 3ª Edição. São Paulo: Atlas.
_________. (2004), Remuneração Estratégica: A Nova Vantagem Competitiva.
3ª Edição. São Paulo: Atlas.
___________. (1997), Remuneração Por Habilidades e Competências. São
Paulo: Atlas

Mais conteúdo relacionado

Destaque (11)

Governança Regulatória
Governança RegulatóriaGovernança Regulatória
Governança Regulatória
 
Cpa10 codservqual
Cpa10 codservqualCpa10 codservqual
Cpa10 codservqual
 
Governança Regulatória
Governança RegulatóriaGovernança Regulatória
Governança Regulatória
 
Fundo setorial de publicidade apresentação
Fundo setorial de publicidade   apresentaçãoFundo setorial de publicidade   apresentação
Fundo setorial de publicidade apresentação
 
Regulacao
RegulacaoRegulacao
Regulacao
 
A competência normativa da agência reguladora
A competência normativa da agência reguladoraA competência normativa da agência reguladora
A competência normativa da agência reguladora
 
Mercado Brasileiro: estrutura e mecanismos de incentivo
Mercado Brasileiro: estrutura e mecanismos de incentivoMercado Brasileiro: estrutura e mecanismos de incentivo
Mercado Brasileiro: estrutura e mecanismos de incentivo
 
Regulação do Sistema Financeiro I, Instituições e Supervisão. União Bancária ...
Regulação do Sistema Financeiro I, Instituições e Supervisão. União Bancária ...Regulação do Sistema Financeiro I, Instituições e Supervisão. União Bancária ...
Regulação do Sistema Financeiro I, Instituições e Supervisão. União Bancária ...
 
VITOR SANTOS - Presidente da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
VITOR SANTOS - Presidente da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços EnergéticosVITOR SANTOS - Presidente da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
VITOR SANTOS - Presidente da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
 
Apresentação de Luís Rangel
Apresentação de Luís RangelApresentação de Luís Rangel
Apresentação de Luís Rangel
 
Agências reguladoras - Resumo
Agências reguladoras - ResumoAgências reguladoras - Resumo
Agências reguladoras - Resumo
 

Semelhante a As Organizações, os Salários e a Moderna Gestão de Benefícios versus os Pacotes de Incentivos

Remuneração nas organizações
Remuneração nas organizaçõesRemuneração nas organizações
Remuneração nas organizaçõesFilipe Simão Kembo
 
Monografia pós graduação
Monografia pós graduaçãoMonografia pós graduação
Monografia pós graduaçãoNívea Mozer
 
Subsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosSubsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosUniversidade Pedagogica
 
Aula 3 - Gestão de Benefícios
Aula 3 - Gestão de BenefíciosAula 3 - Gestão de Benefícios
Aula 3 - Gestão de BenefíciosAngelo Peres
 
Aula 3 -Benefícios2
Aula 3 -Benefícios2Aula 3 -Benefícios2
Aula 3 -Benefícios2Angelo Peres
 
Subsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosSubsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosUniversidade Pedagogica
 
Benefícios e serviços
Benefícios e serviços Benefícios e serviços
Benefícios e serviços Rosane Queiroz
 
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...Yoan Rodriguez
 
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariais
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariaisEstatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariais
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariaisRui Proença
 
Benefícios Legais e Espontâneos Importância
Benefícios Legais e Espontâneos ImportânciaBenefícios Legais e Espontâneos Importância
Benefícios Legais e Espontâneos ImportânciaGuilherme354900
 
Remuneracao apresentacao_04112013
Remuneracao  apresentacao_04112013Remuneracao  apresentacao_04112013
Remuneracao apresentacao_04112013LEIA MAIS LIVRARIA
 
Aula 1- Gestãa de Benefícios
Aula 1- Gestãa de BenefíciosAula 1- Gestãa de Benefícios
Aula 1- Gestãa de BenefíciosAngelo Peres
 
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...UWU Solutions, Lda.
 
Processo de recompensar pessoas
Processo de recompensar pessoasProcesso de recompensar pessoas
Processo de recompensar pessoasrenatawr1
 
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e Insentivos
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e InsentivosSlide Gestão de Pessoas II Benefícios e Insentivos
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e InsentivosJoão Pedro
 
Projeto Gestão de Pessoas
Projeto Gestão de PessoasProjeto Gestão de Pessoas
Projeto Gestão de Pessoasmanskinho
 
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes países
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes paísesAnálise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes países
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes paísesDaiane Lins
 

Semelhante a As Organizações, os Salários e a Moderna Gestão de Benefícios versus os Pacotes de Incentivos (20)

Remuneração nas organizações
Remuneração nas organizaçõesRemuneração nas organizações
Remuneração nas organizações
 
Monografia pós graduação
Monografia pós graduaçãoMonografia pós graduação
Monografia pós graduação
 
Subsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosSubsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanos
 
Aula 3 - Gestão de Benefícios
Aula 3 - Gestão de BenefíciosAula 3 - Gestão de Benefícios
Aula 3 - Gestão de Benefícios
 
Aula 3 -Benefícios2
Aula 3 -Benefícios2Aula 3 -Benefícios2
Aula 3 -Benefícios2
 
BENEFÍCIOS.pdf
BENEFÍCIOS.pdfBENEFÍCIOS.pdf
BENEFÍCIOS.pdf
 
Subsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanosSubsistema de manutenção de recursos humanos
Subsistema de manutenção de recursos humanos
 
Benefícios e serviços
Benefícios e serviços Benefícios e serviços
Benefícios e serviços
 
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...
Remuneração variável: Fundamentos que sustentam sua aplicação na empresa mode...
 
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariais
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariaisEstatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariais
Estatuto dos Benefícios Sociais | Empreender o futuro dos extrassalariais
 
Benefícios Legais e Espontâneos Importância
Benefícios Legais e Espontâneos ImportânciaBenefícios Legais e Espontâneos Importância
Benefícios Legais e Espontâneos Importância
 
Remuneracao apresentacao_04112013
Remuneracao  apresentacao_04112013Remuneracao  apresentacao_04112013
Remuneracao apresentacao_04112013
 
Aula 1- Gestãa de Benefícios
Aula 1- Gestãa de BenefíciosAula 1- Gestãa de Benefícios
Aula 1- Gestãa de Benefícios
 
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...
REMUNERAÇÕES E RECOMPENSAS: A sua empresa remunera de forma adequada os colab...
 
Gp aula-10
Gp aula-10Gp aula-10
Gp aula-10
 
Processo de recompensar pessoas
Processo de recompensar pessoasProcesso de recompensar pessoas
Processo de recompensar pessoas
 
Aprendizagem
Aprendizagem Aprendizagem
Aprendizagem
 
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e Insentivos
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e InsentivosSlide Gestão de Pessoas II Benefícios e Insentivos
Slide Gestão de Pessoas II Benefícios e Insentivos
 
Projeto Gestão de Pessoas
Projeto Gestão de PessoasProjeto Gestão de Pessoas
Projeto Gestão de Pessoas
 
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes países
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes paísesAnálise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes países
Análise comparativa entre benefícios dados a funcionários em diferentes países
 

Mais de Angelo Peres

MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RH
MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RHMATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RH
MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RHAngelo Peres
 
Resumo em pdf palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017
Resumo em pdf   palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017Resumo em pdf   palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017
Resumo em pdf palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017Angelo Peres
 
1 os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...
1   os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...1   os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...
1 os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...Angelo Peres
 
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)Angelo Peres
 
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_2014093   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409Angelo Peres
 
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_2014092   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409Angelo Peres
 
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_2014091   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409Angelo Peres
 
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)Angelo Peres
 
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_2014093   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409Angelo Peres
 
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_2014092   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409Angelo Peres
 
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_2014091   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409Angelo Peres
 
11 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas
11   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas11   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas
11 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metasAngelo Peres
 
10 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...
10   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...10   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...
10 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...Angelo Peres
 
9 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética
9   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética9   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética
9 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de éticaAngelo Peres
 
8 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários
8   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários8   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários
8 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honoráriosAngelo Peres
 
7 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação
7   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação7   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação
7 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociaçãoAngelo Peres
 
6 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh
6   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh6   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh
6 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arhAngelo Peres
 
4 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional
4   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional4   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional
4 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucionalAngelo Peres
 
3 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...
3   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...3   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...
3 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...Angelo Peres
 
2 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor
2   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor2   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor
2 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultorAngelo Peres
 

Mais de Angelo Peres (20)

MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RH
MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RHMATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RH
MATRIZ O.A.R.S - Um Modelo de Gestão de RH
 
Resumo em pdf palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017
Resumo em pdf   palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017Resumo em pdf   palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017
Resumo em pdf palestra matriz oars - ucam unidade tijuca 04.05.2017
 
1 os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...
1   os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...1   os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...
1 os trabalhos de conclusão de curso para alunos do curso de administração ...
 
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
 
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_2014093   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
 
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_2014092   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
 
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_2014091   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
 
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)4   cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
4 cartaz ipanema-mba_gestao_estrategicamarketing_201409 (1)
 
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_2014093   cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
3 cartaz ipanema-mba_gestao_rh_201409
 
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_2014092   cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
2 cartaz ipanema-mba_gestao_empreendedorismoedesenvolvimentodepessoas_201409
 
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_2014091   cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
1 cartaz ipanema-pos_gestaoempresarialportoschool_201409
 
11 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas
11   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas11   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas
11 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - objetivos e metas
 
10 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...
10   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...10   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...
10 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comprt organizacional - as organizacoes e a...
 
9 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética
9   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética9   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética
9 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - código de ética
 
8 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários
8   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários8   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários
8 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - honorários
 
7 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação
7   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação7   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação
7 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - negociação
 
6 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh
6   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh6   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh
6 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - arh
 
4 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional
4   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional4   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional
4 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - imagem institucional
 
3 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...
3   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...3   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...
3 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - contrato e plano de...
 
2 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor
2   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor2   aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor
2 aula 16 novo - 2014.1 ucam - comport organizacional - vocaçao do consultor
 

As Organizações, os Salários e a Moderna Gestão de Benefícios versus os Pacotes de Incentivos

  • 1. As Organizações, Os Salários e a Moderna Gestão de Benefícios versus os Pacotes de Incentivos. - Ciladas e Precauções. Por Angelo Peres∗. I - Introdução. Este artigo pretende refletir sobre a importância dos pacotes de benefícios e dos programas de incentivos, como mais uma ferramenta para a correta gestão dos RH das organizações do novo milênio. Ou melhor, este artigo aponta para a imprescindibilidade de se investir em benefícios sociais e nos pacotes de incentivos, de forma planejada e contextualizada com a realidade da organização, bem como atreladas as expectativas e a realidade social dos trabalhadores e do País, como um todo. Além disso, este artigo aponta para a importância de termos em mente que estas ações de RH ajudam nossas empresas a manter seus profissionais preparados, parceiros etc., do contrário, teremos fortes chances de não alcançar a tão importante e almejada eficiência / eficácia concorrencial. Por outro lado, faremos uma reflexão do quanto essas ações, apesar de importantes, devem ser planejadas e contextualizadas à realidade da organização, do contrário terá um efeito desfavorável e/ou será visto/entendido como mais um mecanismo de suborno; e, poderá trazer sérios problemas de perda da produtividade, gerará significativos conflitos no interior das equipes de trabalho, entre outros. Assim e ainda, este artigo irá de forma breve, discutir a importância e as principais diferenças entre um e outro, na gestão das organizações do novo milênio, bem como apontará possíveis usos para um e outro, de forma a permitir que os gestores de RH tenham nessas ferramentas, um uso mais eficiente e otimizado. ∗ Mestre em Economia. Pós-Graduado em RH, Marketing e Gestão Estratégica. Professor Universitário na Universidade Candido Mendes e no Centro Universitário Celso Lisboa. Sócio- Gerente da Peres & Peres Consultores Associados – Empresa especializada em RH.
  • 2. 2 II - Refletindo Sobre Remuneração, Benefícios e Incentivos: Que Bela Confusão! Remuneração inclui o retorno financeiro e os serviços e benefícios tangíveis que os empregados recebem como parte de pagamento de uma relação de trabalho (Milkovich e Boudreau, 2000: p. 381). II. 1 - Entendendo de Remuneração Total. Segundo Chiavenato (2004), ninguém trabalha de graça. Dito de outra forma, as pessoas trabalham nas organizações com determinadas expectativas, bem como estão dispostas a trabalhar nessas empresas desde que sejam observadas as justas contrapartidas pelo seu esforço. Ou seja, desde que a organização dê ao trabalhador algum retorno pelo esforço empreendido, os trabalhadores estarão dispostos a se dedicar ao trabalho e às metas da organização. Na verdade, esta contrapartida é fruto de uma reciprocidade, no limite. Dessa forma, podemos concluir que remuneração é uma contrapartida dada pelas organizações às pessoas. Ou melhor, segundo ainda com o autor, remuneração é um tipo de recompensa a partir da contribuição do trabalhador para o alcance dos objetivos traçados pelos empresários. Ainda, a remuneração total concedida ao funcionário é constituída, na contemporaneidade, de três componentes principais: (i) a remuneração básica1; (ii) os incentivos salariais2; e (iii) os benefícios3 (CHIAVENATO, 2004). Assim, e repetindo o conceito central, para terminar esta sessão, e melhor clarificar o entendimento sobre este tema controverso, remuneração total é o pacote de recompensas, quantificável, concedido ao trabalhador pelo desempenho de suas funções (idem, 2004). 1 É o pagamento fixo que o funcionário recebe todos os meses (salário) 2 São os componentes desenhados exclusivamente para recompensar os funcionários pelo bom desempenho. Tais como: bônus, participação nos resultados e nos lucros etc. 3 Que também é conhecida como remuneração indireta. Tais como: férias, décimo terceiro, seguro de vida etc.)
  • 3. 3 II. 2 - Os Benefícios Sociais (Legais e Espontâneos)4 versus Incentivos. Benefícios são regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários à totalidade ou a parte de seus funcionários. Constituem geralmente um pacote de benefícios e serviços que faz parte da remuneração pessoal. Os benefícios e serviços sociais incluem uma variedade de facilidades e vantagens oferecidas pela organização, como assistência médico-hospitalar, etc. (...) Na verdade, os benefícios além do seu aspecto pecuniário ou financeiro servem para livrar os funcionários de uma série de transtornos, (...). Os benefícios sociais estão intimamente relacionados como aspectos da responsabilidade social da organização (Chiavenato, 2004: p. 314-315). Como explicado na sessão anterior, a remuneração total concedida aos trabalhadores como forma de pagamento é composta de salário, benefícios e incentivos. Até aí não tem mistério. O que tem acontecido, e isto sim tem gerado sérios problemas de entendimento e conceituação, e, por conseguinte, sérios problemas na correta gestão dos subsistemas de RH, é a distinção entre o primeiro frente ao segundo, e vice-versa. 4 Para abordar este tema controverso, de forma plena, dever-se-ia tangenciar a história de lutas dos trabalhadores através dos longos séculos, bem como a história dos homens e de suas lutas por liberdade e igualdade. Para melhor abordar este tema, pelo menos, o correto seria evidenciar o período conhecido como taylorista-fordista, onde se privilegiava a produção e a acumulação capitalista, em detrimento do trabalhador e de suas expectativas e sonhos; e as severas lutas travadas nas fábricas, usinas e minas de carvão, onde a vida humana não tinha qualquer valor e/ou respeito. Ou seja, para abordar este assunto de forma madura, correta e plena, ter-se-ia que falar/abordar essas lutas infindáveis dos trabalhadores por melhores (i) condições de trabalho (ambiente físico, químico, biológico, condições de higiene, de segurança e as características antropométricas do posto de trabalho etc.); (ii) a organização do trabalho (divisão do trabalho, conteúdo da tarefa, sistema hierárquico, as modalidades de comando, as relações de poder, as questões de responsabilidade etc.), entre outros, mas o espaço não nos permite. Para leitura substantiva sobre o tema recomendamos: Dejours, 1992.
  • 4. 4 Esta confusão, em nossa percepção, é por conta do uso indevido de termos sinônimos (ou próximos) que geram um significativo mau entendimento - e/ou de entendimento dúbio – e que criam áreas de choque entre eles. Melhor explicando, está ocorrendo um grande equívoco conceitual - nas organizações - na medida em que se nomeia, erradamente, um benefício chamando-o de incentivo, e vice-versa. E, como não poderia ser diferente, o resultado desse equívoco pode gerar significativos contratempos visto que cada um tem a sua função e o seu objetivo; e, ambos, se complementam e são importantes na gestão global das organizações, no que diz respeito ao RH. Assim, e sem aprofundar neste tema, nossa preocupação será a de conceituar o que é benefício e incentivo e apontar para possíveis desdobramentos pelo seu mau uso, bem como os problemas que poderemos encontrar com este uso equivocado. A - Benefícios. Assim, e conforme já explicamos na sessão anterior, vamos começar conceituando benefício. Pode ser entendido como uma espécie de remuneração indireta. Ou seja, é aquela que o trabalhador recebe a fim de satisfazer às suas necessidades individuais, proporcionando um ambiente mais harmonioso e com significativo bem-estar. No século XXI, a despeito de percepções equivocadas quanto à sua função (e a seus usos), os benefícios têm se mostrado um importante aliado à gestão dos RH, na busca, retenção e na satisfação do colaborador. Ou seja, os benefícios têm como meta tornar a vida do trabalhador mais fácil e agradável. Ou melhor, os benefícios são regalias e vantagens a título de pagamento adicional dos salários. Ainda, os benefícios, além do aspecto pecuniário ou financeiro, servem para livrar os funcionários de uma série de transtornos. Dessa forma, os benefícios estão ligados (associados) com aspectos da responsabilidade social da organização (CHIAVENATO, 2004). Porém, é importante repetir que os programas de benefícios não têm como função aumentar a produtividade do trabalhador, como se acredita corriqueiramente. Inclusive pela própria área de RH. Não é para isto que eles existem. Sua existência tem outra função e objetivo. Daí muitas dúvidas e controvérsias quanto ao tema em
  • 5. 5 destaque. O entendimento equivocado pode gerar desmotivação na equipe trabalho e é um erro conceitual sério. Assim, os benefícios não são (ou não servem) para aumentar a produtividade do trabalhador. A natureza (ou a sua eficácia; ou a sua função) passam pelo aumento da qualidade de vida do trabalhador e/ou seu bem-estar. B - Os incentivos. Já no caso dos pacotes de incentivos não. Sua natureza, função e justificativa são outros. Ou melhor, não basta remunerar um trabalhador para que ele atinja determinado ponto / meta. Ou seja, isto é necessário, mas não é, em alguns casos, o suficiente. Assim, a área de RH criou, na contemporaneidade, o que se convencionou chamar de um programa de incentivos (ou pacotes) que tem este escopo e missão: incentivar continuamente o trabalhador para, que ele ultrapasse o seu desempenho atual e alcance as metas e os resultados desafiantes formulados pelas organizações. Em contrapartida, o empresário gratifica o trabalhador através de mecanismos amplamente conhecidos e divulgados: bônus, participação no lucro, entre outros. A remuneração fixa5 (salários e benefícios) funciona, neste caso, como fator higiênico. Ou seja, não tem como objetivo alcançar este patamar de incentivo e de superação. Não foi para isto que eles foram criados. No caso dos pacotes de incentivos não. Tal modelo remuneratório destina-se a induzir que os trabalhadores trabalhem em benefício da organização. Que superem obstáculos e alcancem novos patamares de desempenho. As empresas, no limite, criam artifícios criativos, como os pacotes de incentivos, por exemplo, a fim de aumentar as suas margens de lucro, bem como aumentar sua produtividade sem, contudo, aumentar seus custos de produção. Ao que parece este modelo de incentivos, vem ganhando adeptos e espaço nas organizações, em função de que ele passa a ser uma via de mão dupla. Ou melhor, ele nada mais é do que um contrato de risco entre o trabalhador e o empregador. Se 5 Produto criado no início do século XX para compensar o trabalho rotineiro e repetitivo imposto pelas fábricas, usinas e minas de carvão, na Era Industrial. Tratava-se de uma época de relativa estabilidade e permanência nos postos de trabalho. Era uma época onde, em sua grande maioria, tudo se repetia infindavelmente (Chiavenato, 2004: p. 288).
  • 6. 6 o empregador atingir suas metas gerais ou setoriais pré-estabelecidas e pactuadas, os trabalhadores se beneficiam desta situação. Assim, ambos ficam felizes. III. 3 - Implantando uma Política de Incentivos – Cuidados e Ciladas. Administrar pessoas não é como administrar cabras, estoque físico etc. Administrar pessoas requer algumas expertises que, em alguns casos, não atentamos e/ou desconsideramos na equação organizacional. Isto porque, ao que parece, os empresários, nesses casos, só levam em consideração as variáveis econômico-financeiras, tecnológica e de produção; e, se esquecem a variável incontrolável: gente. Pessoas não gostam de ser manipuladas e/ou tratadas como crianças ou seres apatetados. Ou melhor, pessoas não são seres passivos; ou, como alguns gostam de pensar, seres facilmente controláveis. Se fosse assim não haveria a necessidade de se ter uma área de RH. Ou, num segundo ângulo, tudo seria controlável e o mundo não seria tão imprevisível como é. Na verdade, quando criamos um novo pacote de incentivos em nossas organizações, estamos, por definição, estabelecendo mecanismos de recompensas e/ou punição. Ou melhor, quando implantamos sistemas de incentivos pretendemos aumentar nossa produção, produtividade, margem de lucro e, no que diz respeito ao trabalhador, estamos acenando com algum tipo de gratificação. Se quisermos usar uma metáfora. Poderíamos dizer que as organizações são como balanças. As pessoas contribuem e, as organizações, recebem sua contrapartida pela contribuição. A contribuição das pessoas é em termo de trabalho, dedicação, tempo e esforço. E, a retribuição recebida por este desempenho, deve ser em forma de recompensa, promoções, prêmios e de reconhecimento profissional. Assim, a concessão de um pacote de incentivos deve respeitar alguns pontos importantes que devem ser observados a fim de que não tenhamos sérios problemas de diversas naturezas: (i) o incentivo deve ser percebido como desejável pelos trabalhadores, e que gere uma mudança duradoura não só no ambiente organizacional, mas também no trabalho desempenhado pelo empregado; (ii) a gestão de RH deve cuidar para que esta concessão não se esvazie com o tempo; (iii) a gestão de RH deve cuidar para que esta ação não provoque quebra da motivação e que não haja boicotes nem conflitos interpessoais. Isto porque,
  • 7. 7 incentivos devem atuar como estímulo e não como instrumentos de disputas internas; (iv) os pacotes de incentivos devem estar ligados às atividades simples e repetitivas. Ou melhor, atividades que não exijam dos trabalhadores raciocínio e o desempenho quantitativo este tipo de pacote se justifica. Portanto, as atividades consideradas interessantes, este investimento é desnecessário e ineficaz; (v) Os profissionais de RH têm que ter em mente que, nos planos de incentivo (quer queiramos ou não) punem. Ou melhor, a punição esta embutida; e, (vi) os planos de incentivos, mesmo com todos os aspectos positivos listados acima, não são naturais, são controladores e manipuladores (KOHN, 1998). Portanto, a moderna gestão de RH, no limite, deve estimular um ambiente de trabalho em equipe, equilibrado, produtivo e de cooperação. Cabe ao RH criar mecanismos em que o desenvolvimento das habilidades e os conhecimentos permeiem as organizações e estas produzam melhores produtos e serviços para uma vida melhor a todos. A crítica de alguns pesquisadores quanto a alguns programas de incentivos se prende ao fato de que alguns desses pacotes estão calcados na suposição de que a eficácia está na soma dos desempenhos. Porém, devemos apontar (e significar) é que a ação de RH (os pacotes de incentivos) são importantes e não são lesivos às organizações do século XXI. O que devemos refletir é o como (onde, de que maneira e com que transparência) poderemos adotar tais procedimentos. Dessa forma teremos empresas mais justas, inclusivas e cidadãs. IV - Reflexões Conclusivas. Temos que entender que o mundo mudou. Isto é inescapável e inquestionável! Por outro lado, temos que estar sensíveis ao contexto das mudanças e as implicações dessas transformações sistêmicas, nos subsistemas de RH. Portanto, queremos concluir este artigo com uma reflexão interessante, apresentada pelos consultores Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) em um livro intitulado: Remuneração Estratégica. Dessa forma, pensamos que melhor concluiremos esta reflexão. Segundo estes consultores, o cenário é de muitas mudanças. Na verdade é mudança sobre mudança. Estas mudanças, de tantas, ocorrem de fora-para-dentro das organizações, de dentro-para-fora e em todas as direções. Nossas empresas,
  • 8. 8 diuturnamente, são convocadas a administrá-las. Assim, tudo nos leva a crer que remunerar é fator estratégico e imprescindível realmente. Isto porque, a concorrência é cruel e estamos sendo vítimas de pressões externas e internas. Essas pressões precisam ser conhecidas por nós e, de alguma forma, administradas. Do contrário, não saberemos que medida tomar no âmbito do RH. Segundo os autores, em linhas gerais, as pressões externas são: (i) o mundo e as organizações têm intensificado a competição de forma generalizada; (ii) há uma tendência global com vistas à modificação da política industrial das nações; (iii) há uma crescente (e acirrada) disputa pelos mercados externos e por novas políticas voltadas ao comércio exterior, na busca incessante por novos mercados e parceiros estratégicos; (iv) o consumidor dessa nova ordem ganha o espaço da centralidade; e (v) a relação com a comunidade ganha novos contornos e importância (WOOD e PICARELLI FILHO, 2004: p. 30). Por outro lado, no âmbito das pressões internas: (i) há um aumento significativo dos conflitos internos por poder; (ii) há uma maior exigência, por parte dos trabalhadores, por maior autonomia e independência no trabalho; (iii) a demanda por atividades mais criativas e motivadoras estão em alta no seio da classe trabalhadora; (iv) a tecnologia da informação é uma realidade em todos os escritórios e/ou nos locais onde o trabalho é produzido e desenvolvido; e, (v) a formação escolar do trabalhador está aumentado gradativamente nos países em desenvolvimento (idem: p. 30). Está claro para qualquer um que os antigos modelos de trabalho, relações de trabalho, sistemas de controle e outros, estão sendo substituídos por modelos mais apropriados à nova ordem econômica, social, cultural e política. Dito de outra forma, o modelo burocrático de administrar, está em franca fase de transformação e de mutação. Assim, a modernização da gestão empresarial e a adoção de novos modelos de organização do trabalho tendem a tornar as formas tradicionais de remuneração anacrônicas e ultrapassadas e devem ser repensadas, bem como novos modelos remuneratórios devem ser implantados no sentido de dar uma melhor dinâmica à relação capital versus trabalho. Remunerar da forma clássica (salários e benefícios, somente) é um modelo que não agrega mais valor. Nem, por outro lado, atrai talentos. É um modelo que está sendo deixado para trás por todas as empresas que desejam sobreviver neste
  • 9. 9 milênio. Assim e para concluir, e sem esgotar o assunto, remunerar corretamente virou importante/imprescindível para as organizações que pretendem surfar na frente das demais empresas que concorrem em seu mesmo nicho de mercado. Para que isto seja possível, as organizações estão sendo forçadas a substituir seus antigos modelos mecanicistas de remuneração impostos pela ótica taylorista- fordista6, do início do século passado, por modelos mais modernos e que consigam melhor flexibilizar (de forma equilibrada) a multiplicidade do mundo moderno. Ou melhor, as organizações deverão substituir seus sistemas de remuneração por modelos mais flexíveis e mais alinhados à nova realidade econômica do século XXI, bem como estes novos modelos remuneratórios (remuneração base, benefícios e incentivos) deverão estar alinhados aos objetivos estratégicos da organização7. Por conta disto, estes objetivos deverão ser factíveis e ao mesmo tempo desafiadores e inteligentes; e, no limite, terão de atender e conseguir abraçar as expectativas dos trabalhadores visto que, como sabemos, estes são o novo nexo com o cliente. Referências: BARAN e SWEEZY. (1978), Capitalismo Monopolista. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar. BOHLANDER, G, SNELL, S. E SHERMAN, A. (2003), Administração de RH. São Paulo: Thomson. BRAVERMAN, Harry. (1981), Trabalho e Capital Monopolista. Rio de Janeiro: Zahar. CHIAVENATO, Idalberto. (2004), Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Campus. _________. (1999), Administração nos Novos Tempos. Rio de Janeiro: Campus. _________. (2000), Introdução à Teoria Geral da Administração. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Campus. CRITCHLEY, Robert. (2002), Reavaliando a Sua Carreira. Rio de Janeiro: Campus. 6 Para leitura substantiva sobre o período taylorista-fordista em questão: Braverman, 1981; Baran e Sweezy, 1978; George e Joll, 1983; Friedmann, 1972; Morgan, 1996; Chiavenato, 2000 e 1999; entre outros. 7 Para leitura substantiva: Wood Jr, e Picarelli Filho, 2004 e 1997; Critchley, 2002.
  • 10. 10 DEJOURS, Christophe. (1992), A Loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho. 5ª Edição. São Paulo: Cortez. FRIEDMANN, Georges. (1972), O Trabalho em Migalhas. São Paulo: Perspectiva. GEORGE, Kenneth e JOLL, Caroline. (1983), Organização Industrial. Rio de Janeiro: Zahar. KOHN, Alfie. (1998), Punidos pelas Recompensas. São Paulo: Atlas. MILKOVICH, G. e BOUDREAU, J.W. (2000), Administração de RH. São Paulo: Atlas. WOOD Jr., Thomaz e PICARELLI FILHO, Vicente. (2004), Remuneração e Carreira: Por Habilidades e Competências. 3ª Edição. São Paulo: Atlas. _________. (2004), Remuneração Estratégica: A Nova Vantagem Competitiva. 3ª Edição. São Paulo: Atlas. ___________. (1997), Remuneração Por Habilidades e Competências. São Paulo: Atlas