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Armação:
caráter e sentido
Deborah Cattani
Metafísica ocidental
• É, em si mesma, humanista  pretende definir a
  essência do homem
  • Não está em busca do que é a verdade
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     da técnica como um gênero, mas, sim, como um
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“Desejamos sem parar produzir algo
que possa funcionar sem nós e
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que nos tornem supérfluos, através
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liquidemos. Pouco importa se essa
meta final esteja longe de ser
concretizada, importante é a
tendência e seu motto é: sem nós
(Anders apud Van Dijk, 2000, p. 34)”
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  ao apelo do ser
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  em torno da essência do homem
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  meditativo
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    tecnológico (da armação)
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• Produtor  poético
• Explorador  armador
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        de vários processos
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  humano
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  dominará
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        TOTALITÁRIO
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  não domina
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  homem, mas não é de responsabilidade deste
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A questão da técnica é, pois, se seremos, alguns de nós pelo
menos, capazes de voltar a pensar livremente o ser, isto é, não
metafisicamente, mantendo nossa condição ainda metafísica
(misteriosa, diria o filósofo) de entidades pensantes; ou se, ao invés
disso, seremos, virtualmente todos, convertidos em um organismo
cibernético, cujo destino final é a obediência a um modo de vida
totalmente programado e maquinístico (Rüdiger, 2006, 155-156)
A solução
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• Voltar a meditar sobre o SER
   • A essência do humano não condiz com sua
     humanização  a essência pode ser atribuída a outras
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• A técnica moderna tem por essência a revelação da
  armação
   • A produção artística e a maquinística têm algo em
     comum  ambos são MODOS de produção, modos de
     DESVELAMENTO
• As épocas encobrem a distinção inicial do SER como
  presença
• A fenda entre a metafísica da presença e a da armação
  que permite a meditação sobre o perigo chamado
  homem
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     mutação  de nos revelarmos distintos no futuro
• Não deve-se estarrecer diante da técnica e suas
  realizações
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Então…
• A armação pode ser
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  intermediária entre o fim da
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Armação heideggeriana

  • 2. Metafísica ocidental • É, em si mesma, humanista  pretende definir a essência do homem • Não está em busca do que é a verdade • Nem da história e do modo de ser do ente • Romanos  redefinição do homem como ANIMAL RACIONAL • Onde ANIMAL vem de ANIMA (alma) e RAZÃO de RATIO (cálculo) • Ao invés do animal que fala (zoológico) • Heidegger vai além dessa proposta limitada
  • 3. Para Heidegger… • Não somos animais racionais, apenas  somos seres com capacidade de questionar • Essência humana – capacidade de empregar pensamento  CRIAR e PERGUNTAR forte e radicalmente
  • 4. • Na metafísica ocidental o humano não tem essência  a existência do homem ocorre através de mundos que o interpelam historicamente • Humano é o PASTOR DO SER  veículo das interpelações • Nietzsche  a humanidade existe e nada mais • Heidegger diz que primeiro é preciso definir o homem em sua essência para depois entender seu sentido no mundo
  • 5. Violência • Quando a metafísica é dependente ou subordinada ao império da armação tecnológica  fim da HUMANIDADE • O mundo é a totalidade daquilo que nos interpela • Conferências de Bremen  Armação  essência da técnica moderna  ato fundador (COMANDO)  assegura que a natureza tenha condição de recurso • A metafísica ocidental trata do SER como algo estável, fixo  mas não deveria • Heidegger explica que a armação não é a essência da técnica como um gênero, mas, sim, como um princípio de instituição do humano  DESTINO
  • 6. O risco da armação • Consiste na exigência que nos coloca • Pode levar ao esquecimento da essência da verdade (abertura e fechamento) ou a supressão do próprio ser humano “Desejamos sem parar produzir algo que possa funcionar sem nós e nossa assistência, criar instrumentos que nos tornem supérfluos, através dos quais nos eliminemos, nós nos liquidemos. Pouco importa se essa meta final esteja longe de ser concretizada, importante é a tendência e seu motto é: sem nós (Anders apud Van Dijk, 2000, p. 34)”
  • 7. • Heidegger  o pensamento poético corresponde mais ao apelo do ser • O pensamento tecnológico provém da reinterpelação do homem pela armação • ARMAÇÃO  é perigosa porque é MISTERIOSA • No entanto, o império da técnica favorece o pensamento em torno da essência do homem • Mas o homem se torna cada vez mais inútil • A armação possui um aspecto poético  o pensamento meditativo • Pensamento poético (da presença) X pensamento tecnológico (da armação)
  • 8. Poética e armação • Produtor  poético • Explorador  armador • A armação se superpõe ao SER e é veiculada pela técnica • Modo de revelação do SER  A revelação depende de vários processos • Vontade de vontade  destino CONVOCADO pelo ser • SER é o que oculta-se na técnica • Seria o fim da metafísica? • Transferência para o pensamento tecnológico • Visões de mundo • Conversão do mundo em imagens • TECNIFICAÇÃO das atividades cotidianas
  • 9. Metafísica (logos) • A moral jamais controlará a técnica  seu sentido não é humano • O homem tem poder, graças a armação, mas não dominará • A vontade de poder é a essência de um mundo em que o homem vive tecnicamente em unidade com essa mesma vontade • Nesse mundo, o homem jamais encontra realização • O cálculo se autonomiza  torna-se impulsivo e TOTALITÁRIO • A técnica, em si mesma, é qualquer coisa que o homem não domina
  • 10. Evento apropriador ou apropriação • Ser e ente se apropriam mutuamente, indicando a proveniência de um e de outro • A apropriação não é uma espécie de ser, nem vice-versa  não é sua forma de expressão • O reposicionamento do homem e a reconfiguração do mundo são efeitos de um evento que acontece ao ser, mas que não lhe corresponde • O fato tem origem no ente  aciona a figura do homem, mas não é de responsabilidade deste
  • 11. A técnica A questão da técnica é, pois, se seremos, alguns de nós pelo menos, capazes de voltar a pensar livremente o ser, isto é, não metafisicamente, mantendo nossa condição ainda metafísica (misteriosa, diria o filósofo) de entidades pensantes; ou se, ao invés disso, seremos, virtualmente todos, convertidos em um organismo cibernético, cujo destino final é a obediência a um modo de vida totalmente programado e maquinístico (Rüdiger, 2006, 155-156)
  • 12. A solução • Livre relacionamento com a técnica • Voltar a meditar sobre o SER • A essência do humano não condiz com sua humanização  a essência pode ser atribuída a outras entidades que não o homem (Nietzsche) • Metafísica consumada  conversão do mundo em organismo maquinístico • O problema? • Kant  o que é o homem? • Heidegger  o que é a humanidade? • Evitar a perda da humanidade
  • 13. • A técnica moderna tem por essência a revelação da armação • A produção artística e a maquinística têm algo em comum  ambos são MODOS de produção, modos de DESVELAMENTO • As épocas encobrem a distinção inicial do SER como presença • A fenda entre a metafísica da presença e a da armação que permite a meditação sobre o perigo chamado homem • Corremos o risco de perdermos a capacidade de mutação  de nos revelarmos distintos no futuro • Não deve-se estarrecer diante da técnica e suas realizações • Nem, tampouco, tentar dominar a técnica
  • 14. Então… • A armação pode ser entendida como uma estação intermediária entre o fim da metafísica ocidental e o que está por vir  talvez não haja mais nem ser nem ente chamado homem • A armação faz o homem calcular o ser  reuni homem e ser, a fim de que se provoquem reciprocamente • A história do ser toca seu final