O documento discute como as redes transformaram a produção e distribuição de conteúdo e como isso impactou a forma como a memória é criada. As tecnologias da informação facilitam o compartilhamento da memória entre comunidades definidas pelo ato de compartilhar. A internet cria paisagens mentais coletivas e identidades transversais à medida que as conexões tornam as pessoas mais próximas umas das outras.
2. Pierre Lévy
• O desenvolvimento das redes é
constante alvo de debates, devido a
maneira como rompeu com a forma
convencional de se produzir e
distribuir conteúdos.
• Esta ruptura por sua vez resultou em
uma maneira diferente de se criar
memória.
3. • As tecnologias da informação são
humanistas, têm o ser humano como
unidade;
• As fronteiras são flutuantes;
• As redes facilitam o processo de
difusão da memória;
• As comunidades definem-se por
COMPARTILHAR.
4. • Na internet surgem paisagens mentais
coletivas – centros de interesses,
paixões, competências...
• A conexão é a condição fundamental;
• A proximidade de espírito favorece a
proximidade dos corpos;
• A comunicação nas redes permite a
melhor distribuição da informação no
tempo;
• As interconexões crescentes dão vazão
a origem de identidades transversais.
6. • A informação, em geral, é "um laço secreto
entre almas, um laço virtual preso ao suporte
físico da mensagem";
• O que e virtualidade? Pode ser a ausência
física?
• A virtualidade é "um mundo de existência
independente de coordenadas espaço
temporais precisas [...]";
• O ser humano passa seu tempo se
relacionando com outros – existem inúmeros
tipos de relações;
• A internet serve a todas as relações – mas
nem todas as relações passam por ela.
8. • O centro gravitacional do ecossistema se
deslocará para as telecomunicações e para o
ciberespaço;
• Haverá uma metamensagem, em um
hipercontexto único, onde tudo estará
conectado;
• É bom que se permita esquecer;
• Nós sabemos onde estão as informações e
podemos consultá-las sempre que
quisermos;
• São os procedimento técnicos, intelectuais,
sociais, afetivos que constituem a memória;
• A memória é um processo de síntese,
esquematização e interpretação.
9. • A memória FAZ o presente e aclara o futuro;
• Links são laços;
• Memória viva é hipertexto em reconstrução
permanente;
• O ciberespaço está se tornando universal;
• É difícil entender uma mensagem quando ela
está fora de contexto – quem envia a
mensagem tem algo
em mente (imaginário)
diferente de quem está
recebendo...
• Logo, a memória exige
contexto.
11. "O ciberespaço é um dispositivo de
comunicação que dá a palavra a uma
multidão de vozes."
12. Estamos frente a processos de construção de novidades ou de invenções que são coletivos, que reúnem
pessoas advindas de horizontes diferentes.
13. "Cada um carrega a memória da
linhagem a qual pertence e encontra-se
com outros, pertencentes a outras
linhagens,
e isso enriquece tanto quanto
o trabalho feito comum."
14. •
• Com a ressalva de que a cultura
não é mais recepção-conservação-
transmissão de um fogo sagrado,
mas um processo de identificação e
de imitação.
Neste cenário onde processos coletivos são redimensionados, a diversidade e a fecundidade
cultural encontram solo fértil;
15. •
A interconexão engendra e favorece os fenômenos de imitação na
medida em que ela é um vetor de cultura pulsante, os dois são
aspectos indissociáveis. É possível evidenciar claramente este
fenômeno nos processos de distribuição de moda, por exemplo.
17. William J. Mitchell
• Para existir, a comunidade depende de um
grupo de pessoas que possuam capacidade
de comunicação e interação entre elas;
• Mas atenção: uma comunidade não é
apenas uma "coleção randômica de pessoas
que interagem por acaso";
• Os membros devem ter algum interesse em
permanecer e comprometer-se com a sua
continuidade.
18. • Para que uma comunidade virtual se
transforme em uma comunidade de fato,
deve haver interação interna entre seus
membros e eles devem tem um LUGAR
na comunidade;
• Os chats, por exemplo, não são
comunidades, pois as pessoas não têm
nenhum suporte neles, entram e saem
randomicamente e não interagem;
• Não se deve contrastar as comunidade
físicas e virtuais, pois elas se sobrepõem
e se interconectam.
19. E-mails e chats
não são
comunidades
físicas, porém
podem, sim,
abrigar
comunidades
físicas. A virtual
reforça a real e
vice-versa.
20. • A comunicação local sincrônica é chegar
junto, ao mesmo tempo, no mesmo local;
• A comunicação local assincrônica se
estabelece com os textos, inscrições (nas
paredes e em lugares);
• A comunicação remota sincrônica ocorre
quando se dá início ao rádio;
• E a comunicação
remota assincrônica
se amplia com a
WWW e a internet.
22. • É fundamental para os humanos quererem
gravar o que é importante e transmitir aos
outros membros da comunidade;
• "Se você não possui uma motivação inerente
para criar memória , então você não tem uma
comunidade";
• A arquitetura tem papel fundamental. É um
"repositório" de memória";
• As instituições (igrejas, governos) constroem
websites como se fosse no passado, a
construção de monumentos;
• A rede mundial se tornou uma MEMÓRIA
GLOBAL.
24. • Os modos diferentes de memória
coexistem;
• A memória é multimídia, mas não é
textual;
• Os diferentes níveis técnicos se
transformam em dados que
explicitam representações sociais e
culturais.
25. Paul Virilio
• Presença, hic et nunc;
• As novas formas de comunicação
estão vivas, no aqui e no agora;
• Crash temporal, novas formas de
poluição (flood de informação);
• Comunidade real se refere à
dimensão étnica.
27. • A comunidade não é mais de
presença, mas de telepresença;
• A verdadeira memória não é mais a
de fatos, mas, sim, a de ação –
interação;
• Memória do instante presente vai se
dilatar – efeito lupa, não sobre um
ponto no espaço, mas sobre um
instante no tempo;
• A internet possibilita ver o que se
passa na comunicação.
28. • O fim dos herdeiros e a decadência da
família influenciam na construção da
memória;
• As relações deixam de ser sexuais e
territoriais para privilegiar a técnica –
Heidegger;
• Avatares, clones eletrônicos, levam à
telepresença;
• O tempo real, estéreo-real, relevo;
• "Doravante é a informação que modifica
a massa e os batimentos, não apenas a
massa e a energia."
29. • Perda da narrativa projetada e da
possibilidade de interpretação – perda de
memória;
• O vazio – carência de relevo ou volume;
• O face a face dá lugar a interface, onde a
comunicação é instantânea, com
qualquer um que não está ali e para
quem nós estamos ausentes;
• "O conteúdo da memória é a função da
velocidade do esquecimento" – Norman
E. Spear;
• Não há memória sem esquecimento.
31. • O sistema de comunicação de massa
é um perigo para a democracia;
• Resistência ao sistema;
• O sistema é uma espécie de governo
das novas tecnologias, porém não
podem controlar o Estado – TIRANIA;
• A tecnologia torna tudo mais tangível;
• Internet – exército – guerra;
• A memória CIVIL do vivido;
• Exibicionismo e voyeurismo –
webcams.
33. • A moradia será completada pela
informação – media buildings;
• Necessidade da narrativa;
• "Há relato quando o tempo é mais
curto";
• Dilatação da narrativa;
• Substância da narrativa.
34. André Akoun
• As sociedades se constrõem em
cima de quadros rituais, num período
– em diferentes tempos sociais;
• TUDO passa;
• As experiências próprias se perdem
no fluxo;
• Eu fenomênico.
35. • Cosciência do tempo;
• A palavra se dá na ordem da
linguagem, que é o que organiza o
tempo;
• As coisas são únicas, através da
linguagem;
• A linguagem nos confere um lugar;
• O espaço se torna triangular e
excludente – simbolismo;
• As palavras inscrevem a permanência
de seus traços e relatos.
36. A linguagem é a matriz ordinária daquilo que pelo tempo se representa
37. • Os rituais das sociedades são
exemplificados por calendários;
• Existem 3 tipos de temporalização:
mítica ou religiosa, histórica e
estética/descontínua;
• A mítica é construida pela repetição,
enquanto que a religiosa privilegia a
eternidade divina e o tempo humano;
• "O tempo dos homens conserva um
laço com uma ordem que se quer
atemporal."
38. • O homem é a entidade fundadora e
legitimadora do discurso?
• Como ocorre o processo temporal da
história?
• Palavras sagradas da tribo;
• A comunicação funda um espaço de
valores comuns;
• O que cria o laço?
• Tempo de sucessão de instantes –
momentos qualitativos;
• A história coletiva não é mais o lugar de
inscrição do sentido da vida – o vazio;
39. "O contexto é o de uma sociedade 'publicitária', que vive em
meio a uma superabundância enlouquecida e anoréxica de
informações, em meio a uma profusão de imagens e de
palavras, em que o sentido e o tempo se apagam, em que
triunfa o esquecimento."
40. Sherry Turkle
• Relação entre homem, tecnologia e
computadores;
• Formas de comunicação e interação
no ciberespaço;
• Não se deve separar real do virtual –
ou teremos uma visão parcial do
fenômeno.
41. • Usos sociais das redes;
• Fronteiras permeáveis;
• Interação em rede e a presença na
virtualidade causam problemas na
memória do nosso tempo;
• Não existe comunidades na
transitoriedade;
• As salas de bate-papo são como salas
de aeroportos – não há sentido de
permanência, de definir papéis, de se
tornar parte da vida dos outros...
• A vida virtual também pode ser real.
42. • O ser humano tem habilidades de crias
relacionamentos reais em ambientes
virtuais;
• Relacionamentos reais são aqueles que
as pessoas se sentem conectadas o
suficiente para sentirem as
consequências dessas relações;
• A cultura acentua a uniformidade ou a
multiplicidade das experiências,
conforme a época;
• "A vida on-line pega algo do cotidiano e a
leva para um 'poder maior'."
44. •
• A tecnologia permite a manipulação dos
textos da memória;
• Os objetos da memória adquirem um
novo status – mesmo formato e mesma
presença na tela do que os novos
objetos.
Sensação de pertencimento: Quando as pessoas estão on-line e participam de uma comunidade
virtual, elas estão lá para responderem aos outros;
45. A artista Sophie Calle levou um
"fora" do namorado por e-mail e, a
partir disso, pediu para 107
mulheres de diferentes profissões
interpretarem a carta. A atividade
deu origem a uma exposição com
vídeos, fotos e textos.
Sophie Calle - Cuide de Você
47. Marc Augé
• O contexto é planetário;
• A adição de distintas temporalidades
configura a modernidade do lugar;
• A modernidade é o desencanto do
mundo (Max Weber);
• Desaparecimento dos mitos de
origem.
48. • Desaparecimento do sistema de crenças;
• O homem moderno não tem laços com
deuses, terra, família;
• A modernidade também é o
aparecimento de mitos do futuro;
• A concepção de progresso até a metade
dos até os anos 50 (sustentada pela
ciencia e técnica);
• A ideia se desfaz na segunda metade do
século XX : os mitos do futuro eram
ilusões (fracasso político, economico e
moral).
49. • Surgimento da "aldeia global" –
McLuhan;
• A antropologia pós-moderna propõe
uma ideologia da FRAGMENTAÇÃO;
• Paradoxo do mundo contemporâneo:
não é o fim (da história, da
modernidade, das ideologias), mas
sim uma multiplicação e aceleração
dos fatores que constituem a
modernidade – "superabundância de
causas".
50. • A SOBREMODERNIDADE amplia e
diversifica a modernidade; lógica do
excesso:
Excesso de informação
Excesso de imagens
Excesso de individualismo
52. • O excesso de informação nos dá a
impressão de que a história se
acelera;
• Necessidade de ESQUECER;
• Idade do imediatismo e instantâneo;
• O nosso domínio do tempo reduz o
nosso espaço;
• Individualização passiva:
consumidores que surgem com o
desenvolvimento dos meios de
comunicação.
53. • A passagem dos LUGARES aos NÃO-
LUGARES;
• "O lugar é um espaço em que podemos
ler, em parte ou em sua totalidade, a
identidade dos que o ocupam. As
relações que mantêm e as histórias que
compartilham";
• Não-lugares são os espaços onde esta
leitura não é possível: auto-estradas,
aeroportos, supermercados, hotéis...
• A definição do espaço está em função
dos que vivem nele.
55. Essa apresentação
é um oferecimento
de: Maria Teresa
Weidlich, Deborah
Cattani e Vanessa
Valiati. Nenhum
animal ou estagiário
foi maltratado
durante o processo.