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Para que servem as escolas?
Michael Young
Conceituando o conhecimento escolar
• Bernstein (1971; 2000) – tentativa de conceituar o
conhecimento escolar
• Fronteiras do conhecimento
– condição para aquisição do conhecimento
– incorporação das relações de poder envolvidas na
pedagogia

• Fronteiras – duas dimensões:
– classificação do conhecimento e enquadramento
do conhecimento
Conceituando o conhecimento escolar
• Classificação do conhecimento: grau de
isolamento entre domínios de conhecimento
– Classificação Forte: domínios altamente isolados
(ex.: física e história)
– Classificação Fraca: baixo nível de isolamento entre
os domínios (ex. currículos de humanidades e
ciências)
Conceituando o conhecimento escolar
• Enquadramento do conhecimento: grau de
isolamento entre o conhecimento escolar/currículo
e o conhecimento cotidiano (não-escolar)
– Enquadramento forte: conhecimentos escolar e nãoescolar isolados
– Enquadramento fraco: fronteiras entre conhecimentos
escolar e não-escolar são diluídas
(ex. programas de educação adulta; currículos para alunos
menos capazes)
Estrutura dos domínios de conhecimento
• Bernstein (1996, 2000) – passa do foco nas
relações entre domínios para a estrutura dos
domínios
• Estruturas de conhecimento: modo como
diferentes domínios do conhecimento incorporam
diferentes ideias de como o conhecimento evolui
Estrutura dos domínios de conhecimento
•Estruturas verticais: conhecimento evolui para níveis
mais elevados de abstração (ex. ciências naturais)
•Estruturas horizontais: conhecimento evolui ao
desenvolver novas linguagens que apresentam novos
problemas (ex. ciências sociais e as humanidades)
Estrutura dos domínios de conhecimento
• Interesses de Bernstein:
1. desenvolver uma linguagem para pensar em diferentes
possibilidades de currículo e suas implicações
2. fazer a conexão entre estruturas de conhecimento,
fronteiras e identidades de alunos

• Fronteiras fortes entre domínios de conhecimento e
entre os conhecimentos escolar e não-escolar exercem
um papel crítico no suporte às identidades dos alunos
Ideia de fronteira - Bernstein
 Fronteiras referem-se às relações entre conteúdos não aos
conteúdos do conhecimento em si.(???)
 Disciplinas escolares não são a única forma que as
fronteiras fortes podem ter
 Fronteiras fortes entre os conteúdos terão consequências
distributivas– serão associadas a certas qualidades
negativas dos resultados.(???)
 Inovação – demandará que cruzemos fronteiras e
coloquemos identidades em questão
A melhoria das escolas sob essa perspectiva irá envolver
tanto a estabilidade quanto a mudança – relação entre
manutenção e cruzamento da fronteira
Conclusões
• Para que servem as escolas – significa perguntar como e
por que as escolas emergiram historicamente, em tempos
e sociedade diferentes – propósito específico de capacitar
alunos a adquirir conhecimento (poderoso) não disponível
em seu cotidiano
• Conceito de diferenciação do conhecimento – parte do
conhecimento importante a ser adquirido não será local e
será contrário à sua experiência (controvérsias – violência
simbólica – Bourdieu)
Conclusões
• Currículo – levar em consideração o conhecimento
cotidiano do aluno mas este nunca poderá ser a base
do currículo
• Conceito de diferenciação do conhecimento requer:
– exploração da relação entre o propósito das escolas em criar
condições para que o aluno adquira conhecimento poderoso e
entre as escolas e o conhecimento cotidiano de comunidades
locais
– autonomia das escolas para auxiliar os alunos na aquisição do
conhecimento poderoso
Conclusões
•

Conceito de diferenciação do conhecimento requer:
–Pesquisadores educacionais: abordagem da tensão que existe no papel
essencialmente conservador das escolas como instituições responsáveis
pela transmissão de conhecimento na sociedade
• Conservador:
 Preservar as condições estáveis para aquisição do conhecimento poderoso resistindo às
pressões políticas e econômicas
 Dar prioridade à preservação de privilégios e interesses particulares de uma determinada
classe social

•

Currículo – levar em consideração o conhecimento cotidiano do
aluno mas este nunca poderá ser a base do currículo
Conclusões
•

Agentes – campo educacional: Profissionais da área, pesquisadores e
responsáveis por decisões políticas – tratar dos propósitos específicos da
escola

•

Ligação entre as expectativas emancipatórias associadas à expansão da
escolaridade e a oportunidade de aquisição do conhecimento poderoso

•

Conceito de diferenciação do
conhecimento escolar e não-escolar

conhecimento-

distinção

entre

Enfraquecer as fronteiras entre conhecimento escolar e não-escolar poder ser
negar as condições para a aquisição de conhecimento poderoso aos
alunos já desfavorecidos por suas circunstâncias sociais – resolver os
problemas dessa tensão entre demandas políticas e realidades educativas
é uma das maiores questões educativas do nosso tempo (Young, 2007)

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Apresentação para que servem as escolas

  • 1. Para que servem as escolas? Michael Young
  • 2. Conceituando o conhecimento escolar • Bernstein (1971; 2000) – tentativa de conceituar o conhecimento escolar • Fronteiras do conhecimento – condição para aquisição do conhecimento – incorporação das relações de poder envolvidas na pedagogia • Fronteiras – duas dimensões: – classificação do conhecimento e enquadramento do conhecimento
  • 3. Conceituando o conhecimento escolar • Classificação do conhecimento: grau de isolamento entre domínios de conhecimento – Classificação Forte: domínios altamente isolados (ex.: física e história) – Classificação Fraca: baixo nível de isolamento entre os domínios (ex. currículos de humanidades e ciências)
  • 4. Conceituando o conhecimento escolar • Enquadramento do conhecimento: grau de isolamento entre o conhecimento escolar/currículo e o conhecimento cotidiano (não-escolar) – Enquadramento forte: conhecimentos escolar e nãoescolar isolados – Enquadramento fraco: fronteiras entre conhecimentos escolar e não-escolar são diluídas (ex. programas de educação adulta; currículos para alunos menos capazes)
  • 5. Estrutura dos domínios de conhecimento • Bernstein (1996, 2000) – passa do foco nas relações entre domínios para a estrutura dos domínios • Estruturas de conhecimento: modo como diferentes domínios do conhecimento incorporam diferentes ideias de como o conhecimento evolui
  • 6. Estrutura dos domínios de conhecimento •Estruturas verticais: conhecimento evolui para níveis mais elevados de abstração (ex. ciências naturais) •Estruturas horizontais: conhecimento evolui ao desenvolver novas linguagens que apresentam novos problemas (ex. ciências sociais e as humanidades)
  • 7. Estrutura dos domínios de conhecimento • Interesses de Bernstein: 1. desenvolver uma linguagem para pensar em diferentes possibilidades de currículo e suas implicações 2. fazer a conexão entre estruturas de conhecimento, fronteiras e identidades de alunos • Fronteiras fortes entre domínios de conhecimento e entre os conhecimentos escolar e não-escolar exercem um papel crítico no suporte às identidades dos alunos
  • 8. Ideia de fronteira - Bernstein  Fronteiras referem-se às relações entre conteúdos não aos conteúdos do conhecimento em si.(???)  Disciplinas escolares não são a única forma que as fronteiras fortes podem ter  Fronteiras fortes entre os conteúdos terão consequências distributivas– serão associadas a certas qualidades negativas dos resultados.(???)  Inovação – demandará que cruzemos fronteiras e coloquemos identidades em questão A melhoria das escolas sob essa perspectiva irá envolver tanto a estabilidade quanto a mudança – relação entre manutenção e cruzamento da fronteira
  • 9. Conclusões • Para que servem as escolas – significa perguntar como e por que as escolas emergiram historicamente, em tempos e sociedade diferentes – propósito específico de capacitar alunos a adquirir conhecimento (poderoso) não disponível em seu cotidiano • Conceito de diferenciação do conhecimento – parte do conhecimento importante a ser adquirido não será local e será contrário à sua experiência (controvérsias – violência simbólica – Bourdieu)
  • 10. Conclusões • Currículo – levar em consideração o conhecimento cotidiano do aluno mas este nunca poderá ser a base do currículo • Conceito de diferenciação do conhecimento requer: – exploração da relação entre o propósito das escolas em criar condições para que o aluno adquira conhecimento poderoso e entre as escolas e o conhecimento cotidiano de comunidades locais – autonomia das escolas para auxiliar os alunos na aquisição do conhecimento poderoso
  • 11. Conclusões • Conceito de diferenciação do conhecimento requer: –Pesquisadores educacionais: abordagem da tensão que existe no papel essencialmente conservador das escolas como instituições responsáveis pela transmissão de conhecimento na sociedade • Conservador:  Preservar as condições estáveis para aquisição do conhecimento poderoso resistindo às pressões políticas e econômicas  Dar prioridade à preservação de privilégios e interesses particulares de uma determinada classe social • Currículo – levar em consideração o conhecimento cotidiano do aluno mas este nunca poderá ser a base do currículo
  • 12. Conclusões • Agentes – campo educacional: Profissionais da área, pesquisadores e responsáveis por decisões políticas – tratar dos propósitos específicos da escola • Ligação entre as expectativas emancipatórias associadas à expansão da escolaridade e a oportunidade de aquisição do conhecimento poderoso • Conceito de diferenciação do conhecimento escolar e não-escolar conhecimento- distinção entre Enfraquecer as fronteiras entre conhecimento escolar e não-escolar poder ser negar as condições para a aquisição de conhecimento poderoso aos alunos já desfavorecidos por suas circunstâncias sociais – resolver os problemas dessa tensão entre demandas políticas e realidades educativas é uma das maiores questões educativas do nosso tempo (Young, 2007)