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Universidade Federal de
     Mato Grosso do Sul
Mestranda: Juliana da Costa Feliz
Orientadora: Profª. Drª. Eluiza B. Ghizzi
A cada 15 segundos uma mulher é espancada
 no Brasil (Instituto Patrícia Galvão);

 10% das brasileiras (área urbana) e
 14% (área rural) já foram forçadas a manter
 relações sexuais ou a realizar práticas
 sexuais degradantes ou humilhantes, por
 medo do que o parceiro pudesse cometer
 (Organização Mundial da Saúde);
 De cada 5 mulheres do mundo, uma será
 vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro
 até o fim de sua vida (Anistia Internacional).

A incidência de estupros no Brasil é alta,
 chegando a 15 mil registros por ano,
 (Delegacias Especializadas no Atendimento à
 Mulher, 2005)

 Somente em 1990 que o estupro passou a ser
 considerado crime hediondo no Brasil.
 Têm   raízes bastante antigas:




    Adão e Eva, óleo sobre tela, Lucas Cranach, 1531, Berlim
 No mito da criação, o homem foi criado por
  Deus à sua imagem e semelhança e a
  mulher surgiu a partir de uma costela
  recurva desse primeiro homem, para lhe ser
  auxiliar;
 Conforme a Bíblia, a mulher conduziu o
  homem ao pecado original, à expulsão do
  paraíso e aos sofrimentos eternos;
 A mulher é a culpada por comer o fruto
  proibido e o oferecer ao homem, que
  também o come, infringindo uma ordem
  dada por Deus.
 Segundo  Muraro (2000), depois do Gênesis:
  “A mulher será definida por sua
  sexualidade, e o homem, pelo seu
  trabalho.”
 A mulher é vista como tentadora ao homem,
  aquela que perturba sua relação com a
  transcendência e que conflitua as relações
  entre os homens.
 A mulher é ligada à natureza, à carne, ao
  sexo e ao prazer, domínios que tem de ser
  rigorosamente normatizados.
 Na  Idade Média esses argumentos foram
  usados pelos inquisidores para “satanizar” a
  sexualidade e a mulher – ferramenta do
  demônio para afastar o homem de Deus;
 A Igreja relacionou a transgressão sexual à
  transgressão da fé e puniu a mulher por isso;
 O Martelo das Feiticeiras (Malleus
  Maleficarum), publicado em 1484, frades
  alemães Heinrich Kramer e James Sprenger,
  era o manual dos inquisidores.
 As “bruxas” tinham poderes: copulavam com o
  demônio, eram culpadas pela infertilidade,
  pela impotência masculina, praticavam
  abortos e cortavam o pênis dos homens para
  criá-los em ninhos, alimentando-os com
  alpiste;
 A obra é considerada a expressão máxima da
  misoginia na cultura ocidental por construir
  um discurso em que a mulher é a culpada por
  todos os males da humanidade e estaria em
  posição inferior ao homem.
A  Santa Inquisição durou 4 séc. (XIV ao XVIII);
 Levou à tortura e à morte milhares de
  mulheres por bruxaria.
 Dois séculos após o fim da Inquisição: a
  mulher ocidental se vê liberta, menos
  controle sobre a sexualidade, participação na
  esfera pública - oposto à antiga forma de
  opressão e de confinamento no lar;
 No entanto, nota-se a banalização do corpo
  feminino e sua exploração nas mídias, na
  publicidade para a venda de produtos e na
  pornografia, mercados altamente rentáveis.
 Seção  diária que ocupava a metade da oitava
  página do jornal Primeira Hora, dentro da
  editoria de Polícia;
 Apresentava a fotografia de uma mulher nua
  ou seminua sempre associada a uma frase;
 Mulheres jovens, atraentes e sensuais;
 Exibem o próprio corpo;
 Semelhantes às mulheres de revistas
  masculinas, como a Playboy;
 Vestem lingeries, trajes de banho ou
  fantasias eróticas.
 Circulação: diária, Campo Grande e interior;
 Período: 1999 a 2006 (07 anos);
 Jornalismo Policial e sensacionalista;
 Notícias de acidentes, homicídios, suicídios,
  situações bizarras e inusitadas;
 As capas destacavam sempre fotografias de
  pessoas mortas;
 Manchetes com tom jocoso destacando o
  motivo ou a forma que ocorreu a morte.
SITUAÇÕES BIZARRAS: 4 de outubro, 2005
 Características similares ao Primeira Hora;
 Circulação: diária, São Paulo;
 Período: 1963 a 2001 (38 anos);
 Jornalismo Policial e sensacionalista;
 Noticiava situações bizarras, inusitadas,
  crimes e mortes violentas;
 Conhecido com “espreme que sai sangue”;
 Manchetes com tom jocoso e fantasioso.
12 de outubro, 1977   28 de agosto, 1971
 Observação da incidência de textos
 jornalísticos sobre violência sexual contra a
 mulher na mesma página da Garota da
 Hora;

A constatação despertou o interesse em
 identificar as possíveis mensagens
 transmitidas aos leitores do jornal a partir
 dessa relação.
 Desenvolver uma análise sobre a posição que
 a figura feminina ocupa na oitava página do
 Primeira Hora a partir da relação entre a
 fotografia da Garota da Hora e as notícias
 de violência sexual contra a mulher.
A   relação na composição da página entre:

     textos imagéticos (Garota da Hora) e
     textos linguísticos (notícias policiais)

 denota uma mulher entendida como objeto
 sexual e, por isso, geradora de conflitos
 sociais, além de ser colocada como culpada
 por ter provocado a violência, ao invés da
 posição de vítima.
 Selecionadas13 edições do Primeira Hora
 que apresentavam a relação Garota da Hora
 e matérias sobre violência sexual contra a
 mulher na oitava página:

 2005 – doze edições (uma de cada mês)
 2006 – uma edição (que evidencia a relação)
A   página oito das 265 edições de 2005:

 100%  - Garota da Hora;
 64,15% - pelo menos uma matéria sobre
  violência contra a mulher;
 Dessas, 20% - violência sexual (estupro,
  tentativa de estupro, atentado violento ao
  pudor e abuso sexual de meninas)
 35,85% - homens eram agentes e vítimas de
  violência.
29 de janeiro de 2005   19 de fevereiro de 2005
9 de março de 2005   9 de abril de 2005
18 de maio de 2005   14 de junho de 2005
8 de julho de 2005   30 de agosto de 2005
15 de setembro de 2005   21 de outubro de 2005
11 de novembro de 2005   06 de dezembro de 2005
19 de junho de 2006
 Base teórica e metodológica: a semiótica
  desenvolvida por Charles Sanders Peirce (1839-
  1914), matemático, cientista, lógico e filósofo
  norte-americano;
 A metodologia de análise baseou-se nos três
  pontos de vista fundamentais e
  complementares propostos por Peirce, que
  explicitam o potencial comunicativo do signo:
 1) O fundamento do signo – o ponto de vista
  qualitativo-icônico; 2) O poder sugestivo,
  indicativo e representativo do signo – o ponto
  de vista singular-indicativo; e 3) O nível
  interpretativo do signo – o ponto de vista
  convencional-simbólico.
 Identificare descrever
 os elementos que
 compõem cada uma das
 mensagens, e sua
 natureza sígnica,
 destacando a fotografia
 e a frase relacionada da
 seção Garota da Hora,
 bem como as
 manchetes das notícias
 de violência contra a
 mulher;
 Analisar os prováveis
 significados,
 conceitos, ideias e
 valores transmitidos
 aos leitores do jornal
 por meio da
 associação entre a
 seção Garota da Hora
 e as manchetes sobre
 violência sexual na
 composição da
 página;
 Avaliarse a suposta
 associação se
 justifica no modo
 como a fotografia e
 os textos
 jornalísticos estão
 organizados na
 página.
 NOTÍCIAS: narram que as vítimas estavam
 sozinhas na rua durante a noite:
              (...) o estupro aconteceu por volta
              das duas da madrugada, quando
              a vítima retornava de uma festa. O
              tarado a atacou no caminho e a
              estuprou (...) (PH, 29/01/2005)


 GAROTA  DA HORA: mulher sozinha que deixa
 o corpo à mostra e se exibe de forma
 sedutora e provocativa;
A relação sugere que a mulher facilita para
 que o homem cometa a violência sexual;

 Remete   à expressões da linguagem cotidiana:

      “Sozinha a essa hora da noite,
          foi ela quem procurou”

        “Vestindo-se assim, estava
       pedindo para que acontecesse”
 Indica que a mulher também é a culpada
  pelo crime cometido pelo homem, já que o
  incitou e favoreceu o estupro;
 De vítima, a mulher passa a ser vista como
  sedutora e perigosa, levando o homem a
  transgredir as leis;
 O homem, que antes era visto como agente
  de violência, tem essa imagem atenuada e
  passa a ser co-responsável de uma situação
  em que a mulher o colocou.
O  homem que comete violência sexual contra
  uma mulher, e é descoberto, pode ser
  julgado e condenado à prisão;
 BÍBLIA: a mulher é um ser falho, secundário,
  que seduz o homem pelas vias do sexo e o
  induz a cometer o “pecado”, sendo o mesmo
  descoberto, julgado e condenado;
 MARTELO DAS FEITICEIRAS: recupera esses
  valores e agrega a “satanização” do
  feminino e a culpa da mulher por diversos
  males da humanidade.
 Obras  de cunho histórico e religioso, mas
  era a Igreja quem ditava as leis e definia os
  princípios éticos e morais;
 As ideias disseminadas por essas obras ainda
  repercutem na sociedade;
 Hoje temos outras esferas de poder que
  transmitem valores e conceitos, como os
  meios de comunicação de massa, que
  influenciam, reforçam preconceitos e
  estereótipos, formam pensamentos e
  opiniões e julgam a conduta e os costumes
  humanos.
 NOTÍCIAS:  nenhuma mulher teve seu nome
  ou fotografia revelados, por preservação da
  imagem da vítima;
 GAROTA DA HORA: aparece com nome e
  sobrenome (fictícios) e com a fotografia
  ocupando a metade da página;
 Fatores complementares podem gerar a
  ideia de serem a mesma mulher, como uma
  fotografia que ilustra a matéria;
 Essa mensagem é transmitida ao leitor de
  maneira implícita ou mesmo subliminar, sem
  que o mesmo perceba essa influência.
 NOTÍCIAS:  as notícias de violência sexual
  aconteceram realmente, pois o Jornalismo
  trabalha com fatos reais;
 GAROTA DA HORA: é uma mulher real, que
  existe ou existiu naquele tempo e espaço em
  que foi fotografada.
 As duas são reais, com características
  semelhantes e complementares;
 A mensagem final passa a ser única,
  relacionando-as na composição da página.
 Perpassa  as duas seções da página:
 NOTÍCIAS: o sexo é associado à violência, ao
  crime, a impulsividade e aos instintos;
 GAROTA DA HORA: o sexo é relacionado à
  sedução, ao prazer, ao erotismo, à fantasia
  sexual e à luxúria;
 A página carrega em si as ideias e os valores
  do prazer sensual, do crime motivado pelos
  instintos humanos, da impunidade, da
  mulher com função exclusivamente sexual
  para proporcionar prazer ao homem.
 Essa mensagem tende a ser mais claramente
  definida na mente do leitor que carrega os
  valores culturais do machismo, os quais são
  predominantes na sociedade;
 O homem não pode resistir a uma mulher
  quando ela é atraente e se oferece para ter
  com ele momentos de prazer e
  sensualidade. Quando se nega, ou não
  cumpre essa exigência com virilidade, o
  mesmo corre o risco de ser interpretado
  como homossexual, tendo sua
  masculinidade colocada em dúvida.
A  sensualidade do corpo da mulher passa a
  ser um dos motivos da culpa pela violência
  sofrida e a causa de ser representada com a
  função primeira de proporcionar prazer ao
  homem.
 A imagem da mulher é a de um ser
  persuasivo, desejado, perigoso, sensual e
  provocador, que tem a capacidade de fazer
  o homem perder a lucidez e o equilíbrio e
  que usa todo o seu poder de sedução para
  enfeitiçar os homens, conduzindo-os à
  transgressão social;
O  homem que cai em tentação passa de
  algoz à vítima da mulher, já que após
  deixar-se seduzir, corre o risco de ser
  descoberto, julgado e condenado à prisão
  pelo ato facilitado por ela.
 Por todos esses fatores, essa mulher “bruxa”
  pode ser comercializada, abusada e
  explorada, ainda que seja contra a própria
  vontade.
A “Eva” de Zorra Total na
revista Playboy (janeiro, 2006)
 BARTHES,    R. A câmara clara. Rio de Janeiro:
  Nova Fronteira, 1984.
 CAMPOS, C. Jr. [et al.]. Nada mais que a
  verdade: a extraordinária história do jornal
  Notícias Populares. São Paulo: Carrenho
  Editorial, 2002.
 IBRI, I. A. Kósmos Noétos: A Arquitetura
  metafísica de Charles S. Peirce. São Paulo:
  Perspectiva; Hólon, 1992.
 KAYSER, W. O grotesco. Tradução de J.
  Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1986.
 KRAMER,   H. e SPRENGER, J. O Martelo das
  Feiticeiras. 14 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos
  Tempos, 2000.
 MORRIS, D. Você: um estudo objetivo do
  comportamento humano. Círculo do Livro:
  São Paulo, 1977.
 MURARO, R. A mulher no terceiro milênio:
  uma história da mulher através dos tempos e
  suas perspectivas para o futuro. Rio de
  Janeiro: Rosa dos Ventos, 1992.
 MURARO,   R. Textos da Fogueira. Brasília:
  Letraviva, 2000.
 MURARO, R. e BOFF, L. Feminino e
  Masculino: uma nova consciência para o
  encontro das diferenças. Rio de Janeiro:
  Sextante, 2002.
 NÖTH, W. Panorama da semiótica. De Platão
  a Peirce. São Paulo: Annablume, 1995.
 RAMOS, S. e PAIVA, A. Mídia e violência:
  tendências na cobertura de criminalidade e
  segurança no Brasil. Rio de Janeiro: IUPERJ,
  2007.
 SANTAELLA,   L. e NÖTH, W. Imagem:
  cognição, semiótica, mídia. São Paulo:
  Iluminuras, 20
 SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada. São
  Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
 _____________. A teoria geral dos signos:
  semiótica e autogeração. São Paulo: Ática,
  1995.
 Entrevista com Sérgio Cruz, ex-proprietário
  do jornal Primeira Hora.

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A representação da mulher na oitava página do jornal Primeira Hora

  • 1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • 2. Mestranda: Juliana da Costa Feliz Orientadora: Profª. Drª. Eluiza B. Ghizzi
  • 3.
  • 4. A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil (Instituto Patrícia Galvão);  10% das brasileiras (área urbana) e 14% (área rural) já foram forçadas a manter relações sexuais ou a realizar práticas sexuais degradantes ou humilhantes, por medo do que o parceiro pudesse cometer (Organização Mundial da Saúde);
  • 5.  De cada 5 mulheres do mundo, uma será vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro até o fim de sua vida (Anistia Internacional). A incidência de estupros no Brasil é alta, chegando a 15 mil registros por ano, (Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, 2005)  Somente em 1990 que o estupro passou a ser considerado crime hediondo no Brasil.
  • 6.  Têm raízes bastante antigas: Adão e Eva, óleo sobre tela, Lucas Cranach, 1531, Berlim
  • 7.  No mito da criação, o homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança e a mulher surgiu a partir de uma costela recurva desse primeiro homem, para lhe ser auxiliar;  Conforme a Bíblia, a mulher conduziu o homem ao pecado original, à expulsão do paraíso e aos sofrimentos eternos;  A mulher é a culpada por comer o fruto proibido e o oferecer ao homem, que também o come, infringindo uma ordem dada por Deus.
  • 8.  Segundo Muraro (2000), depois do Gênesis: “A mulher será definida por sua sexualidade, e o homem, pelo seu trabalho.”  A mulher é vista como tentadora ao homem, aquela que perturba sua relação com a transcendência e que conflitua as relações entre os homens.  A mulher é ligada à natureza, à carne, ao sexo e ao prazer, domínios que tem de ser rigorosamente normatizados.
  • 9.  Na Idade Média esses argumentos foram usados pelos inquisidores para “satanizar” a sexualidade e a mulher – ferramenta do demônio para afastar o homem de Deus;  A Igreja relacionou a transgressão sexual à transgressão da fé e puniu a mulher por isso;  O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum), publicado em 1484, frades alemães Heinrich Kramer e James Sprenger, era o manual dos inquisidores.
  • 10.  As “bruxas” tinham poderes: copulavam com o demônio, eram culpadas pela infertilidade, pela impotência masculina, praticavam abortos e cortavam o pênis dos homens para criá-los em ninhos, alimentando-os com alpiste;  A obra é considerada a expressão máxima da misoginia na cultura ocidental por construir um discurso em que a mulher é a culpada por todos os males da humanidade e estaria em posição inferior ao homem.
  • 11. A Santa Inquisição durou 4 séc. (XIV ao XVIII);  Levou à tortura e à morte milhares de mulheres por bruxaria.  Dois séculos após o fim da Inquisição: a mulher ocidental se vê liberta, menos controle sobre a sexualidade, participação na esfera pública - oposto à antiga forma de opressão e de confinamento no lar;  No entanto, nota-se a banalização do corpo feminino e sua exploração nas mídias, na publicidade para a venda de produtos e na pornografia, mercados altamente rentáveis.
  • 12.
  • 13.  Seção diária que ocupava a metade da oitava página do jornal Primeira Hora, dentro da editoria de Polícia;  Apresentava a fotografia de uma mulher nua ou seminua sempre associada a uma frase;  Mulheres jovens, atraentes e sensuais;  Exibem o próprio corpo;  Semelhantes às mulheres de revistas masculinas, como a Playboy;  Vestem lingeries, trajes de banho ou fantasias eróticas.
  • 14.
  • 15.
  • 16.  Circulação: diária, Campo Grande e interior;  Período: 1999 a 2006 (07 anos);  Jornalismo Policial e sensacionalista;  Notícias de acidentes, homicídios, suicídios, situações bizarras e inusitadas;  As capas destacavam sempre fotografias de pessoas mortas;  Manchetes com tom jocoso destacando o motivo ou a forma que ocorreu a morte.
  • 17. SITUAÇÕES BIZARRAS: 4 de outubro, 2005
  • 18.  Características similares ao Primeira Hora;  Circulação: diária, São Paulo;  Período: 1963 a 2001 (38 anos);  Jornalismo Policial e sensacionalista;  Noticiava situações bizarras, inusitadas, crimes e mortes violentas;  Conhecido com “espreme que sai sangue”;  Manchetes com tom jocoso e fantasioso.
  • 19. 12 de outubro, 1977 28 de agosto, 1971
  • 20.
  • 21.  Observação da incidência de textos jornalísticos sobre violência sexual contra a mulher na mesma página da Garota da Hora; A constatação despertou o interesse em identificar as possíveis mensagens transmitidas aos leitores do jornal a partir dessa relação.
  • 22.
  • 23.
  • 24.  Desenvolver uma análise sobre a posição que a figura feminina ocupa na oitava página do Primeira Hora a partir da relação entre a fotografia da Garota da Hora e as notícias de violência sexual contra a mulher.
  • 25. A relação na composição da página entre: textos imagéticos (Garota da Hora) e textos linguísticos (notícias policiais)  denota uma mulher entendida como objeto sexual e, por isso, geradora de conflitos sociais, além de ser colocada como culpada por ter provocado a violência, ao invés da posição de vítima.
  • 26.
  • 27.  Selecionadas13 edições do Primeira Hora que apresentavam a relação Garota da Hora e matérias sobre violência sexual contra a mulher na oitava página:  2005 – doze edições (uma de cada mês)  2006 – uma edição (que evidencia a relação)
  • 28. A página oito das 265 edições de 2005:  100% - Garota da Hora;  64,15% - pelo menos uma matéria sobre violência contra a mulher;  Dessas, 20% - violência sexual (estupro, tentativa de estupro, atentado violento ao pudor e abuso sexual de meninas)  35,85% - homens eram agentes e vítimas de violência.
  • 29. 29 de janeiro de 2005 19 de fevereiro de 2005
  • 30. 9 de março de 2005 9 de abril de 2005
  • 31. 18 de maio de 2005 14 de junho de 2005
  • 32. 8 de julho de 2005 30 de agosto de 2005
  • 33. 15 de setembro de 2005 21 de outubro de 2005
  • 34. 11 de novembro de 2005 06 de dezembro de 2005
  • 35. 19 de junho de 2006
  • 36.
  • 37.  Base teórica e metodológica: a semiótica desenvolvida por Charles Sanders Peirce (1839- 1914), matemático, cientista, lógico e filósofo norte-americano;  A metodologia de análise baseou-se nos três pontos de vista fundamentais e complementares propostos por Peirce, que explicitam o potencial comunicativo do signo:  1) O fundamento do signo – o ponto de vista qualitativo-icônico; 2) O poder sugestivo, indicativo e representativo do signo – o ponto de vista singular-indicativo; e 3) O nível interpretativo do signo – o ponto de vista convencional-simbólico.
  • 38.  Identificare descrever os elementos que compõem cada uma das mensagens, e sua natureza sígnica, destacando a fotografia e a frase relacionada da seção Garota da Hora, bem como as manchetes das notícias de violência contra a mulher;
  • 39.  Analisar os prováveis significados, conceitos, ideias e valores transmitidos aos leitores do jornal por meio da associação entre a seção Garota da Hora e as manchetes sobre violência sexual na composição da página;
  • 40.  Avaliarse a suposta associação se justifica no modo como a fotografia e os textos jornalísticos estão organizados na página.
  • 41.
  • 42.  NOTÍCIAS: narram que as vítimas estavam sozinhas na rua durante a noite: (...) o estupro aconteceu por volta das duas da madrugada, quando a vítima retornava de uma festa. O tarado a atacou no caminho e a estuprou (...) (PH, 29/01/2005)  GAROTA DA HORA: mulher sozinha que deixa o corpo à mostra e se exibe de forma sedutora e provocativa;
  • 43. A relação sugere que a mulher facilita para que o homem cometa a violência sexual;  Remete à expressões da linguagem cotidiana: “Sozinha a essa hora da noite, foi ela quem procurou” “Vestindo-se assim, estava pedindo para que acontecesse”
  • 44.  Indica que a mulher também é a culpada pelo crime cometido pelo homem, já que o incitou e favoreceu o estupro;  De vítima, a mulher passa a ser vista como sedutora e perigosa, levando o homem a transgredir as leis;  O homem, que antes era visto como agente de violência, tem essa imagem atenuada e passa a ser co-responsável de uma situação em que a mulher o colocou.
  • 45. O homem que comete violência sexual contra uma mulher, e é descoberto, pode ser julgado e condenado à prisão;  BÍBLIA: a mulher é um ser falho, secundário, que seduz o homem pelas vias do sexo e o induz a cometer o “pecado”, sendo o mesmo descoberto, julgado e condenado;  MARTELO DAS FEITICEIRAS: recupera esses valores e agrega a “satanização” do feminino e a culpa da mulher por diversos males da humanidade.
  • 46.  Obras de cunho histórico e religioso, mas era a Igreja quem ditava as leis e definia os princípios éticos e morais;  As ideias disseminadas por essas obras ainda repercutem na sociedade;  Hoje temos outras esferas de poder que transmitem valores e conceitos, como os meios de comunicação de massa, que influenciam, reforçam preconceitos e estereótipos, formam pensamentos e opiniões e julgam a conduta e os costumes humanos.
  • 47.  NOTÍCIAS: nenhuma mulher teve seu nome ou fotografia revelados, por preservação da imagem da vítima;  GAROTA DA HORA: aparece com nome e sobrenome (fictícios) e com a fotografia ocupando a metade da página;  Fatores complementares podem gerar a ideia de serem a mesma mulher, como uma fotografia que ilustra a matéria;  Essa mensagem é transmitida ao leitor de maneira implícita ou mesmo subliminar, sem que o mesmo perceba essa influência.
  • 48.  NOTÍCIAS: as notícias de violência sexual aconteceram realmente, pois o Jornalismo trabalha com fatos reais;  GAROTA DA HORA: é uma mulher real, que existe ou existiu naquele tempo e espaço em que foi fotografada.  As duas são reais, com características semelhantes e complementares;  A mensagem final passa a ser única, relacionando-as na composição da página.
  • 49.  Perpassa as duas seções da página:  NOTÍCIAS: o sexo é associado à violência, ao crime, a impulsividade e aos instintos;  GAROTA DA HORA: o sexo é relacionado à sedução, ao prazer, ao erotismo, à fantasia sexual e à luxúria;  A página carrega em si as ideias e os valores do prazer sensual, do crime motivado pelos instintos humanos, da impunidade, da mulher com função exclusivamente sexual para proporcionar prazer ao homem.
  • 50.  Essa mensagem tende a ser mais claramente definida na mente do leitor que carrega os valores culturais do machismo, os quais são predominantes na sociedade;  O homem não pode resistir a uma mulher quando ela é atraente e se oferece para ter com ele momentos de prazer e sensualidade. Quando se nega, ou não cumpre essa exigência com virilidade, o mesmo corre o risco de ser interpretado como homossexual, tendo sua masculinidade colocada em dúvida.
  • 51.
  • 52. A sensualidade do corpo da mulher passa a ser um dos motivos da culpa pela violência sofrida e a causa de ser representada com a função primeira de proporcionar prazer ao homem.  A imagem da mulher é a de um ser persuasivo, desejado, perigoso, sensual e provocador, que tem a capacidade de fazer o homem perder a lucidez e o equilíbrio e que usa todo o seu poder de sedução para enfeitiçar os homens, conduzindo-os à transgressão social;
  • 53. O homem que cai em tentação passa de algoz à vítima da mulher, já que após deixar-se seduzir, corre o risco de ser descoberto, julgado e condenado à prisão pelo ato facilitado por ela.  Por todos esses fatores, essa mulher “bruxa” pode ser comercializada, abusada e explorada, ainda que seja contra a própria vontade.
  • 54. A “Eva” de Zorra Total na revista Playboy (janeiro, 2006)
  • 55.  BARTHES, R. A câmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.  CAMPOS, C. Jr. [et al.]. Nada mais que a verdade: a extraordinária história do jornal Notícias Populares. São Paulo: Carrenho Editorial, 2002.  IBRI, I. A. Kósmos Noétos: A Arquitetura metafísica de Charles S. Peirce. São Paulo: Perspectiva; Hólon, 1992.  KAYSER, W. O grotesco. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1986.
  • 56.  KRAMER, H. e SPRENGER, J. O Martelo das Feiticeiras. 14 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2000.  MORRIS, D. Você: um estudo objetivo do comportamento humano. Círculo do Livro: São Paulo, 1977.  MURARO, R. A mulher no terceiro milênio: uma história da mulher através dos tempos e suas perspectivas para o futuro. Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos, 1992.
  • 57.  MURARO, R. Textos da Fogueira. Brasília: Letraviva, 2000.  MURARO, R. e BOFF, L. Feminino e Masculino: uma nova consciência para o encontro das diferenças. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.  NÖTH, W. Panorama da semiótica. De Platão a Peirce. São Paulo: Annablume, 1995.  RAMOS, S. e PAIVA, A. Mídia e violência: tendências na cobertura de criminalidade e segurança no Brasil. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2007.
  • 58.  SANTAELLA, L. e NÖTH, W. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 20  SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.  _____________. A teoria geral dos signos: semiótica e autogeração. São Paulo: Ática, 1995.  Entrevista com Sérgio Cruz, ex-proprietário do jornal Primeira Hora.