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-fica ‘‘estranho’’. Compreende toda configuração de
gênero que difere daquilo que é considerado
‘‘normal’’. Em outras palavras, o padrão
heteronormativo (sexo biológico) e os sistemas
dominantes (culturais ou religiosos) devem ser
desconstruídos pela autodeterminação do indivíduo
que constrói seu gênero socialmente.
Veja a ilustração a seguir:
REFERÊNCIAS:
BONNERWIJN, Olivier. Gender, quem és tu?
Sobre a ideologia de gênero. Campinas, SP:
Ecclesiae, 2015.
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber:
elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artemed.
2000.
FERRAZ, Carolina Valença (Coord.). Manual do
direito homoafetivo. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil
brasileiro. vol. 6: direito de família. 14ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2017.
LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4ª. ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.
PAZ, Anderson. APOSTILA: OS CRISTÃOS
FRENTE À IDEOLOGIA DE GÊNERO.
SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero,
patriarcado e violência. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2004.
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL.
Práticas de Ensino em História nos Anos Finais
do Ensino Fundamental. A Pluralidade no
Ambiente Escolar: Etnia, Gênero e Demais
Diversidades. Responsável pelo Conteúdo: Profa.
Dra. Marcia Barros Valdivia. Revisão Textual: Profa.
Ms. Selma Aparecida Cesarin.
A pluralidade no ambiente escolar
O mundo pertence ao sujeito, que produz
sua história a partir das relações sociais que
desenvolve entre outros seres humanos
(CHARLOT, 2000).
As lutas pela igualdade de gênero, etnia e
respeito a diversidade ganharam eco nas últimas
décadas, devido as convenções discriminatórias
presentes de forma universal. O Brasil tem ganhado
destaque na luta por tais reconhecimentos, apesar de
que, ainda, há muito a ser feito.
Primeiramente, há de convir que o povo
brasileiro é uma mistura de diferentes etnias/raças e
culturas, cada qual com sua crença, hábito e origem
social.
A base pela qual a sociedade brasileira foi
construída encontra-se no patriarcado. Podemos
afirmar que o patriarcado consiste num instrumento
de opressão dos homens contra as mulheres
(SAFFIOTI, 2004). Além deste instrumento
hegemônico, havia a política da escravocracia e o
aparelho ideológico do Estado catolicista. A mulher,
pertencente a elite, não tinha muitos direitos e
submetia-se ao marido, quanto à sua condição de
casada, e ao clero, quanto à sua condição de viuvez.
Quanto às demais etnias, isto é, mestiças,
negras, escravas e índias, tampouco tinham direitos,
pois, além de sujeitarem-se às senhoras elitizadas,
tinham que suportar o predomínio masculino dos
patrões sobre suas vontades.
Neste contexto, pode-se afirmar que foi
através do final da Segunda Guerra Mundial que
surgiram diversos textos constitucionais, dos mais
diversos países envolvidos, defendendo a limitação
do Estado, o respeito à dignidade da pessoa humana
e a garantia da tutela dos direitos fundamentais
(FERRAZ, 2013).
A família patriarcal, neste sentido: ‘‘que a
legislação civil brasileira tomou como modelo, desde
a Colônia, o Império e durante boa parte do século
XX, entrou em crise, culminando com sua
derrocada, no plano jurídico, pelos valores
introduzidos na Constituição de 1988.’’ (LÔBO,
2011, p. 17). Sob este aspecto aduz Gonçalves
(2017) sobre a existência de um novo arranjo
familiar: a família homoafetiva, constituída por
casais do mesmo sexo.
Antigamente, os termos sexo e gênero eram
usados no mesmo sentido. No entanto, o termo
gênero passou a ser usado como identidade social e
cultural que distingue os sexos. Gênero significa,
portanto, uma construção social.
Em outras palavras, o homem e a mulher
nascem com seu sexo biológico definido, mas seu
gênero (identidade) é produto social, de modo que
sua preferência sexual pode ser por homem, mulher
ou ambos.
O conceito de gênero aparece pela primeira
vez em 1955, nos Estados Unidos, quando John
Money (1921-2006), psicólogo e sexólogo
americano, defrontou-se com um caso de
hermafroditismo ou intersexualidade (indivíduos
que possuem o traço biológico dos dois sexos). Ele
foi o primeiro a utilizar o termo ‘‘gênero’’ (gender)
no sentido de sexo.
Segundo Bonnenwijn (2015, p. 27): “um
indivíduo se sente do gênero feminino e se
comporta como tal, apesar de ser geneticamente do
gênero masculino”. A ideia era usar o termo como
espécie de terapia para ajudar os pacientes a
elaborarem sua identidade. Porém, Money passou a
usar o termo gênero como uma identidade sexual
que não coincide com a identidade biológica.
Em 1963, o psiquiatra Robert Stoller
distingue sexo de gênero, atribuindo ao gênero a
identidade sexual do indivíduo em conformidade
com sua orientação.
Nos anos 60 e 70, o termo gênero entra na
pauta política da filosofia freudiana-marxista, que
visava a revolução cultural e sexual. A partir da
influência de Foucault, que o termo ‘‘gênero’’, passa
a ser usada pelas feministas para promover a luta
pela representatividade social nas décadas de 70 e 80.
Neste sentido, o termo ‘‘gênero’’ passa a
adentrar no glossário das ciências sociais como algo
que a pessoa pode decidir pertencer. Não é algo mais
natural. A partir da década de 90, entra em cena a
filósofa americana Judith Butler
Na visão de Butler, gênero não é algo que
uma pessoa tem, mas o que uma pessoa faz. Em
outras palavras, gênero é uma performance, algo que
fazemos, não que somos. É uma escolha, um
discurso.
É a partir da concepção de Butler que temos
o surgimento da Teoria Queer. A palavra Queer signi-

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A pluralidade no ambiente escolar

  • 1. -fica ‘‘estranho’’. Compreende toda configuração de gênero que difere daquilo que é considerado ‘‘normal’’. Em outras palavras, o padrão heteronormativo (sexo biológico) e os sistemas dominantes (culturais ou religiosos) devem ser desconstruídos pela autodeterminação do indivíduo que constrói seu gênero socialmente. Veja a ilustração a seguir: REFERÊNCIAS: BONNERWIJN, Olivier. Gender, quem és tu? Sobre a ideologia de gênero. Campinas, SP: Ecclesiae, 2015. CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artemed. 2000. FERRAZ, Carolina Valença (Coord.). Manual do direito homoafetivo. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro. vol. 6: direito de família. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. PAZ, Anderson. APOSTILA: OS CRISTÃOS FRENTE À IDEOLOGIA DE GÊNERO. SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004. UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL. Práticas de Ensino em História nos Anos Finais do Ensino Fundamental. A Pluralidade no Ambiente Escolar: Etnia, Gênero e Demais Diversidades. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Marcia Barros Valdivia. Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin.
  • 2. A pluralidade no ambiente escolar O mundo pertence ao sujeito, que produz sua história a partir das relações sociais que desenvolve entre outros seres humanos (CHARLOT, 2000). As lutas pela igualdade de gênero, etnia e respeito a diversidade ganharam eco nas últimas décadas, devido as convenções discriminatórias presentes de forma universal. O Brasil tem ganhado destaque na luta por tais reconhecimentos, apesar de que, ainda, há muito a ser feito. Primeiramente, há de convir que o povo brasileiro é uma mistura de diferentes etnias/raças e culturas, cada qual com sua crença, hábito e origem social. A base pela qual a sociedade brasileira foi construída encontra-se no patriarcado. Podemos afirmar que o patriarcado consiste num instrumento de opressão dos homens contra as mulheres (SAFFIOTI, 2004). Além deste instrumento hegemônico, havia a política da escravocracia e o aparelho ideológico do Estado catolicista. A mulher, pertencente a elite, não tinha muitos direitos e submetia-se ao marido, quanto à sua condição de casada, e ao clero, quanto à sua condição de viuvez. Quanto às demais etnias, isto é, mestiças, negras, escravas e índias, tampouco tinham direitos, pois, além de sujeitarem-se às senhoras elitizadas, tinham que suportar o predomínio masculino dos patrões sobre suas vontades. Neste contexto, pode-se afirmar que foi através do final da Segunda Guerra Mundial que surgiram diversos textos constitucionais, dos mais diversos países envolvidos, defendendo a limitação do Estado, o respeito à dignidade da pessoa humana e a garantia da tutela dos direitos fundamentais (FERRAZ, 2013). A família patriarcal, neste sentido: ‘‘que a legislação civil brasileira tomou como modelo, desde a Colônia, o Império e durante boa parte do século XX, entrou em crise, culminando com sua derrocada, no plano jurídico, pelos valores introduzidos na Constituição de 1988.’’ (LÔBO, 2011, p. 17). Sob este aspecto aduz Gonçalves (2017) sobre a existência de um novo arranjo familiar: a família homoafetiva, constituída por casais do mesmo sexo. Antigamente, os termos sexo e gênero eram usados no mesmo sentido. No entanto, o termo gênero passou a ser usado como identidade social e cultural que distingue os sexos. Gênero significa, portanto, uma construção social. Em outras palavras, o homem e a mulher nascem com seu sexo biológico definido, mas seu gênero (identidade) é produto social, de modo que sua preferência sexual pode ser por homem, mulher ou ambos. O conceito de gênero aparece pela primeira vez em 1955, nos Estados Unidos, quando John Money (1921-2006), psicólogo e sexólogo americano, defrontou-se com um caso de hermafroditismo ou intersexualidade (indivíduos que possuem o traço biológico dos dois sexos). Ele foi o primeiro a utilizar o termo ‘‘gênero’’ (gender) no sentido de sexo. Segundo Bonnenwijn (2015, p. 27): “um indivíduo se sente do gênero feminino e se comporta como tal, apesar de ser geneticamente do gênero masculino”. A ideia era usar o termo como espécie de terapia para ajudar os pacientes a elaborarem sua identidade. Porém, Money passou a usar o termo gênero como uma identidade sexual que não coincide com a identidade biológica. Em 1963, o psiquiatra Robert Stoller distingue sexo de gênero, atribuindo ao gênero a identidade sexual do indivíduo em conformidade com sua orientação. Nos anos 60 e 70, o termo gênero entra na pauta política da filosofia freudiana-marxista, que visava a revolução cultural e sexual. A partir da influência de Foucault, que o termo ‘‘gênero’’, passa a ser usada pelas feministas para promover a luta pela representatividade social nas décadas de 70 e 80. Neste sentido, o termo ‘‘gênero’’ passa a adentrar no glossário das ciências sociais como algo que a pessoa pode decidir pertencer. Não é algo mais natural. A partir da década de 90, entra em cena a filósofa americana Judith Butler Na visão de Butler, gênero não é algo que uma pessoa tem, mas o que uma pessoa faz. Em outras palavras, gênero é uma performance, algo que fazemos, não que somos. É uma escolha, um discurso. É a partir da concepção de Butler que temos o surgimento da Teoria Queer. A palavra Queer signi-