2. Conceito
• São substâncias que bloqueiam a condução nervosa quando
aplicadas localmente no tecido nervoso em concentrações
apropriadas.
• Em contato com o nervo são capazes de produzir tanto bloqueio
sensitivo quanto motor.
• Efeito temporário e reversível
* bloqueio temporário e localizado da condução nervosa podendo
acarretar perda da sensibilidade e da motricidade, dependendo
da dose e do local de sua administração.
3. Histórico
Éster
- C - O -
O
O-CH3O
C N-CH3
Cocaína
Nativos do Peru – Folhas da Erytroxylon coca
1860 – Albert Niemann (isolamento)
1870-1880 Sigmund Freud (SNC)
1884 – Carl Koller – Anestesia oftálmica
1905 – Einhorn – Síntese da Procaína
1943 – Lofgren – Síntese da Lidocaína
NA
NA Dopamina
Dopamina
Cocaína
4. Química e Classificação
H2N - - C - O - (CH2)2 - N
R1
R2
O
- N
R2
R3
O
- NH – C – CH
R1
Região lipofílica
(anel aromático)
Região Hidrofílica
(Amina)
Cadeia
Intermediária
Éster
Amida
Ésteres:
Procaína
Tetracaína
Amida:
Lidocaína
Bupivacaína
Ropivacaína
Prilocaína
Bases fracas:
6. Propriedades físico químicas
• As características dos anestésicos locais incluem:
potência, difusão, latência e duração da atividade
anestésica
• São determinadas pelas propriedades físico-
químicas destes agentes
7. Difusão dos ALs – Penetração e latência
Axônio
Bainha de
mielina
B ↔ BH+
B ↔ BH+
B ↔ BH+
Canais Na+
Anestésico % da BASE
pH do meio
pKa 7 7,4 7,8
Benzocaína 3,5 100 100 100
Lidocaína 7,9 11 24 44
Bupivacaína 8,1 7 17 33
Tetracaína 8,6 6 14 28
Procaína 8,9 1 3 7
Grau de ionização do AL depende do pH do meio
↓ PH do meio (pH<pKa) ⇒ ↑ionização - ↓Penetração - ↓Efeito
B + H+
BH+
9. Mecanismos de Ação
Aδ
Narahashi e cols, 1971
QX314+
Na+
B ↔ BH+
B ↔ BH+
B ↔ BH+
QX314+Potencial de
Ação
Anestésico
local
1) Interação (BH+
) com o sítio do AL localizado próximo ao poro
2) Acúmulo de Base não ionizada na bicamada lipídica
10. Fatores que influenciam a ação dos
ALs
Lipossolubilidade do AL
Concentração do AL no sítio de ação
pH do meio
Frequência de ativação dos canais de Na+
Associação do AL com vasoconstrictor
11. PA
Aα
Aδ
C
Canais de Na
Diâmetro das fibras
Grau de mielinização
Freq. de disparos de PA
Bloqueio diferencial dos nervos
sensitivos vs. motores
12. Associação dos ALs com agentes
vasoconstrictores
ALs +
Epinefrina
1) Prolonga a duração anestésica
2) ⇓ Riscos toxicidade
3) Sangramentos locais
Vantagens
Desvantagens
1) Inapropriada para regiões de baixo fluxo sanguíneo
2) Riscos de efeitos colaterais em pacientes cardiopatas
Influência da epinefrina na duração da anestesia induzida
pela lidocaína e etidocaína no bloqueio do nervo ulnar
(min)
Lidocaína 1 %
Etidocaína 0,5 %
600200 400
Sem epinefrina
Epinefrina 1:200.000
1g/200.000ml = 5µg/ml*
O 1o AL introduzido na clínica médica foi a cocaína encontrada nas folhas da Erytroxylon coca usada inicialmente pelos Nativos do Peru para reduzir a fadiga e induzir a sensação de bem estar. A cocaína foi isolada em 1860 e é um éster do ácido benzóico. Posteriormente, Freud descreveu suas propriedade eufórica e sua ação de reduzir a sensibilidade. Ao descrever para seu amigo a propriedade anestésica da cocaína, seu amigo Carl Koller a utilizou para anestesiar a córnea e a conjuntiva e assim foi realizada a primeira cirurgia em condição de anestesia local. Além do efeito anestésico local a cocaína também induz à vasoconstricção por bloqueio da captação de NE pelo terminal nervoso simpático. A cocaína é uma droga muito tóxica devido a sua capacidade de bloquear a captação de catecolaminas no SNPeriférico e Central tendo efeitos semelhantes aqueles da anfetamina. Sua propriedade eufórica a torna uma droga de alto potencial para o abuso e deve-se ao bloqueio da captação de catecolaminas como a dopamina e serotonina no SNC. Devido a sua toxicidade e alto potencial de abuso a sua utilização clínica atual é muito restrita, sendo utilizada somente para anestesia oftalmica tópica (solução 1%, 4% e 10%). A cocaína foi usada por mais de 20 anos até ocorrer a síntese da Procaína. A procaína e os outros AL não bloqueiam a captação de catecolaminas, portanto não apresentam os efeitos periféricos (vasoconstricção e midríase) ou centrais (euforia). Á procura de um AL com maior duração de ação que a procaína, foi sintetizado a Lidocaína. A lidocaína é o anestésico local até hoje mais utilizado na clínica médica e é o protótipo dos Als.