3. Corticóides
Antinflamatórios Hormonais
São hormônios produzidos pelas glândulas adrenais, sendo definidos como
naturais ou semi-sintéticos.
Corticoesteróides Naturais – são produzidos pela córtex da adrenal
Corticoesteróides Semi-sintéticos – são análogos estruturais dos naturais
Tem aplicação clínica em:
- terapias de reposição
- necessidades de imunossupressão
- efeito antiinflamatório
4. Antinflamatórios Hormonais
Biossíntese dos Corticoesteróides Naturais
A partir do colesterol (LDL) sintetizado utilizando o
acetato
ou
A partir do colesterol obtido da circulação sistêmica
5. Antinflamatórios Hormonais
Mecanismos que regulam a biossíntese e a liberação dos
Corticoesteróides Naturais
Glicocorticóides (cortisol)
1. CRF – fator liberador de corticotrofina
secretado pelo hipotálamo; age na hipófise
2. ACTH – Hormônio Adreno-corticotrófico ou corticotrofina
secretado pela hipófise anterior; age na córtex da adrenal
Mineralocorticóides (aldosterona)
1. Sistema renina-angiotensina
6. Lembrando que.....
Os corticosteroides são classificados em:
glicocorticoides, produzidos pela zona fasciculada da
supra renal, os mineralocorticoides representados
pela aldosterona, produzidos pela zona glomerulosa
da supra renal, e os androgênios produzidos pela zona
reticulosa. Todos participam ativamente no
metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas, e
os mineralocorticoides (aldosterona), regulam o
equilíbrio hídrico e eletrolítico.
7.
8.
9. Glicocorticóides
Glicocorticóides Semi-sintéticos
Obtidos a partir de mudanças estruturais dos glicocorticóides
naturais
Pela adição de radicais OH- e CH3
Representam este grupo:
prednisona
prednisolona
metilprednisolona
dexametasona
budesonida
fluticasona etc
10.
11.
12. Glicocorticóides
Dentro das aplicações clínicas na Medicina
Veterinária, descreve-se: insuficiência da adrenal,
doenças auto imunes, doenças alérgicas, doenças
articulares, traumas e edemas cerebroespinhais, na
oftalmologia, doenças gastrintestinais, doenças
respiratórias, distúrbios musculoesqueléticos,
transplantes de órgãos e em protocolos
antineoplásicos.
13.
14. Utilizar mais nos quadros de choque,
trauma encefálico, emergências
respiratórias e metabólicas, anafilaxia,
crises alérgicas, dor extrema em
hérnia de disco, uso por pouco tempo
como antiinflamatório, dando
preferência pelas aplicações externas.
15. Os gatos apresentam cerca de 50% menos
receptores para glicocorticoides, quando
comparados aos cães, o que implica em
particularidades na terapia com tais fármacos nessa
espécie.
Porém é importante acrescentar que o número de
iatrogenias em cães e gatos pelo uso indiscriminado
de glicocorticóides vem aumentando.
16. Efeitos colaterais do glicocorticóides
Ação anti-inflamatória e imunossupressora, o que torna o animal mais propenso e
vulnerável a infecções;
Ação hiperglicemiante, ou seja, predispõe o animal a diabetes mellitus;
Alteração na massa muscular, por interferir no metabolismo proteico e lipídico;
Diminui a síntese de colágeno, comprometendo a cicatrização, e tornando a pele mais
delgada, aumentando a susceptibilidade a lesões por traumatismos;
Diminui a absorção de cálcio intestinal, incorrendo em osteopenia;
Promove aumento da sede, apetite e da quantidade de urina excretada;
Leva a letargia, fadiga e apatia;
Induz a cios irregulares e alterações na libido de machos e fêmeas;
Alopecia, pele fina com aumento da pigmentação, calcinose (depósito de cálcio em
várias partes orgânicas);
Dependendo da classe, aumento da pressão arterial, pela atividade mineralocorticoide;
Promove alterações hematológicas e na bioquímica sérica;
Predispõe a catarata, glaucoma e atrofia de retina;
Pode levar a síndrome de Cushing.
17. Efeitos colaterais do glicocorticóides
Ressalta-se que, mesmo os glicocorticoides de uso
tópico (pomadas, cremes, sprays) são amplamente
absorvidos, incorrendo nos mesmos riscos adversos,
ainda que em menor escala.
18. Algumas observações sobre os
glicocorticóides
Pode ser utilizado em cremes e pomadas nas
piodermites não complicadas, colírios e soluções
otológicas.
Nunca utilizar em inflamações oculares onde há
úlceras corneais.
Nunca utilizar junto aos AINES
19. Minimizando os efeitos colaterais
Os princípios gerais que devem ser utilizados para que se minimizem os efeitos indesejáveis da
corticoterapia incluem:
a) indicação rígida para os casos em que o uso do glicocorticóide seja essencial;
b) evitar o uso de glicocorticóides de ação prolongada, preferindo glicocorticóide de ação curta ou
intermediária, como a hidrocortisona e a prednisona ou prednisolona;
c) reduzir ao mínimo necessário a duração do tratamento, visto que tratamentos com duração entre 5 e
7 dias apresentam poucos efeitos colaterais e rápida recuperação do eixo hipotalâmico-hipofisário;
d) preferir glicocorticóides de ação local, como glicocorticóides inalatórios (bronquite, asma)
e) associação com outros fármacos, em especial outros imunossupressores mais específicos, buscando
efeitos sinérgicos que permitam evitar o uso de glicocorticóides ou reduzir a dose e o tempo da
corticoterapia;
f) oferecer a menor dose necessária para o efeito desejado, respeitando a sensibilidade de cada indivíduo
aos glicocorticóides
20. Em tratamentos de mais de 10 dias nunca retirar o
medicamento subitamente e sim decrescendo a dose
gradativamente.
A retirada da corticoterapia é uma situação que deve ser
planejada, pois a retirada inadequada de um
glicocorticóide pode determinar a reativação da doença de
base ou quadro de insuficiência adrenal conseqüente à
supressão prolongada do eixo HHA (anorexia, letargia,
náusea, redução abrupta de peso, artralgia, fraqueza
muscular e mialgia, hipotensão arterial e hipoglicemia).
Estranhamente, em cães é frequente o aparecimento do
hiepradrenocorticismo ( Cushing) e não a síndrome de
Addison
26. Corticóides
Comparação entres os principais
Corticosteróide Potência antiinflamatória Potência de retenção de Na
Ação curta (£12 hs)
Hidrocortisona 1 1
Cortisona 0.8 0.8
Fludrocortisona 10 125
Ação interm(12-36hs)
Prednisona 4 0.8
Prednisolona 5 0.8
metilprednisolona 5 0.5
Triancinolona 5 0
Ação longa (36-72 hs)
Parametasona 10 0
Betametasona 25 0
Dexametasona 25 0
flumetasona 30 0
27. Corticóides
Condições Clínicas relacionadas com a terapia corticoesteroidal
Problemas Respiratórios
casos de rinites, asma, bronquite crônica agudizada, DPOC’s
- budesonida, fluticasona, beclometasona (1ml / 4ml soro)
- inalação ou inspiração passiva
Doença Inflamatória Intestinal
em casos de diarréias não-responsivas; poodle e persas
- budesonida por enema ou cápsulas
- predinisolona por via oral, IM ou SC
28. Corticóides
Condições Clínicas relacionadas com a terapia corticoesteroidal
Lesões Encapsuladas
casos de eczemas graves e tumorações
- acetato de triancinolona
- aplicação tópica ou mesmo intra-lesional
Uveítes
- predinisolona por via ocular, oral, IM ou SC
- descartar presença de úlcera de córnea
29. Corticóides
Condições Clínicas relacionadas com a terapia corticoesteroidal
Traumas Medulares
- metilpredinisolona (até 4mg/Kg)
- via IV em infunsão lenta e progressiva / regressiva
Encefalites
- predinisolona, dexametasona
- evitar doses imunossupressoras máximas (“dose-resposta”)
30. Corticóides
Condições Clínicas relacionadas com a terapia corticoesteroidal
Quimioterapias
- dexametasona, metilpredinisolona
- avaliar situação de aplicação da droga
Artrites
- predinisolona, dexametasona
- adequar dose dependendo da etiologia e resposta do paciente
31. Corticóides
Choque endotóxico
- dexametasona
- terapia questionável
Testes Diagnósticos
- Supressão por baixa dose de dexametasona (hiperadrenocorticismo)
- Estimulação pelo ACTH (hipoadrenocorticismo)
32. Corticóides
Testes Diagnósticos
Hipoadrenocorticismo
(Síndrome de Addison)
- coleta de sangue para dosar o cortisol basal (baixo...)
- aplicação de ACTH
- nova coleta (baixo... talvez normal...)
33. Corticóides
Testes Diagnósticos
Hiperadrenocorticismo
(Síndrome de Cushing)
Teste de Supressão
- coleta de sangue para dosar o cortisol basal (alto...)
- aplicação de dexametasona a baixa dose (0,01mg/Kg)
- novas coletas (4 e 8h após a aplicação)
Interpretação:
- coleta de 4h com níveis de cortisol em ligeiro decréscimo
- coleta de 8h com níveis de cortisol altos
Ou seja... após 8h não há mais supressão pela dexametasona do eixo H.H.A.
Lembrando que o hiperadrenocorticismo no cão e gato geralmente é devido
a um microadenoma de adenohipófise .
Nos casos de tumor adrenal, não há qualquer supressão
47. Antiinflamatórios Não Hormonais
Pirazolônicos
. Dipirona:
- Novalgina
. Analgésico, antipirético e antiespasmódico;
. Fraco antiinflamatório;
- cólica equina – associado hioscina (Buscopan)
. Não deve ser usado em animais para consumo
humano.
48. Antiinflamatórios Não Hormonais
Oxicans
. Piroxicam:
- Feldene
. Potente antiinflamatório, analgésico e antipirético;
. Cães e equinos:
- distúrbios músculo-esqueléticos;
- osteoartrites;
- dores traumáticas.
49. Antiinflamatórios Não Hormonais
Oxicans
. Meloxicam:
- Meloxivet
. AINES mais seguro;
. Tratamento até 14 dias;
. Poucos efeitos mucosa gástrica.
50. Antiinflamatórios Não Hormonais
COX-1 é uma enzima constitutiva expressa na maioria
dos tecidos, envolvida na homeostasia tecidual. Seu
bloqueio esta relacionado com reações indesejáveis por
parte dos AINES.
COX-2 é uma enzima induzida nas reações inflamatórias
por IL-1 e α-TNF.
Mediador na formação de Prostaglandinas e Tromboxanos.
São alvo dos AINES mais modernos.
51.
52.
53.
54.
55. Previ-cox - fibrocoxib
Altamente seletivo para Cox 2
Porém:
Não administrar a cadelas gestantes ou lactantes.
Não administrar a animais com menos de 10 semanas de
idade ou menos de 3 Kg de peso corporal.
Não administrar a animais que sofram de hemorragias
gastro-intestinais, discrasia sanguínea ou perturbações
hemorrágicas.
Não administrar em simultâneo com corticosteróides ou
outros medicamentos anti-inflamatórios não esteróides
(AINEs).
56. TROCOXIL - mavacoxib
Inicialmente dar o 2º comprimido após 15 dias, e daí em diante
mensalmente. Não exceder 7 doses consecutivas(6,5meses)
Não usar em cães com menos de 12 meses de vida e/ou menos de 5 kg
de peso corporal.
Não usar em cães que sofrem de distúrbios gastrointestinais,
incluindo ulceração e sangramento.
Não usar quando há evidência de um distúrbio hemorrágico.
Não usar em casos de função renal ou hepática comprometida.
Não usar em casos de insuficiência cardíaca.
Não usar em animais prenhes, de criação e em lactação.
Não usar em animais em fase de reprodução.
Não usar em caso de hipersensibilidade à substância ativa ou a
qualquer excipiente.
Não usar no caso de hipersensibilidade conhecida às sulfonamidas.
Não usar concomitantemente com glicocorticóides ou outros AINEs.
57. É necessário muito cuidado administrar AINES em
animais que tiveram/tem doenças causadas por
hemoparasitos, pois em geral persistem as
coagulopatias induzidas pelos mesmos.
Mesmo os mais seguros AINES não devem ser
utilizados indefinidamente na dor crônica.
Aqueles animais que necessitem devem ser
rigorosamente monitorados, e sempre tentar
alternativas substitutivas tais como Acupuntura,
Fitoterápicos e Homeopatia.
60. Antiinflamatórios Não Hormonais
Outros
. Dimetilsulfóxido:
- Dimesol;
- antiinflamatório uso tópico;
. Cães e equinos (IV);
- Deve ser manipulado com luvas.
. Glicosaminoglicanos: condroitina, glucosamina, UC II, colágeno (+ vit.C)
- Condroton e outros;
- Antiinflamatório;
. Ressíntese cartilaginosa;
- cães e equinos.
Alendronato de sódio
Óleo de abacate – Piascledine 300