Este documento é uma edição da revista AMEOPO que contém poemas e ilustrações de vários artistas. Apresenta poemas curtos que refletem sobre ausência, memória, circunstâncias dúbias e a necessidade de oceano e mergulhos. Também traz informações sobre como participar do grupo e apoiar novas edições financeiramente.
1. AMEOPO MAERio de Janeiro - Bra$il - #0050 - junho de 2017
www.facebook.com/wanderson.silvadesouza
‘‘Estudo de cachos Nº2 WSS 20 de Maio de 2017"
é paz de coração
o coração
mas bate forte
ilustração: Wanderson Silva de Souza
Mas havia sempre a parede invisível
transparente e rígida como a pedra mais dura do universo
feita do gelo mais frio que homem algum jamais experimentou
frio como um inferno às avessas
a lhe barrar os passos e os abraços
a proibir o mais leve roçar das mãos
a impedir o encontro dos amantes
O Álvaro nunca andou
em linha reta
Era um parasita
grotesco
mesquinho
arrogante
sujo e vil
literalmente vil
Veio um paulista
habilidoso tanto
com a estricnina
quanto
com a carabina
e pigarreando
deu-lhe um tiro.
Pessoas morrem quando menos se espera.
OBITUÁRIO‘‘fingir é conhecer-se’’
Álvaro de Campos
Edmilson Borret
www.facebook.com/edborret
Paulinho Assumpção
www.facebook.com/paulinho.assumpcao
Marcelo da Veiga
www.facebook.com/marcelo.daveiga.37
No pequeno cômodo
através da vidraça
a paisagem entra
fragmentada
no pincel de Magritte.
Do outro lado
das paredes
a realidade vai até onde
a imaginação alcança.
O tempo
o olhar inventa.
Almandrade
facebook.com/almandrade.andrade
JANELA
EA
FANTASIA
2. capa: rômulo ferreira Colagem digital (201sete)
Edição e Coordenação: Selo Editorial Outras Dimensões
Exemplares na pRAÇA: muitos exemplares. PIRATEIE!.
tem grana sobrando: Financie novas edições e outros trabalhos
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(Rômulo Ferreira) Agência 0473-1 conta poup. 16197-7 (var. 51)
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Nesta edição: Almandrade Carlos E. Faraco David Monsores Daniel Rolin
Tayna Woff Edmilson Borret Susana Savedra Paulinho Assumpção
Susana Savedra (Susy Poesia Savedra)
www.facebook.com/susana.savedra.7
Se Deus cometer
haraquiri,
que não se percam
de vista
as nuances
do voo
do colibri
ANTÍDOTOÀNÁUSEA
ilustração: Daniel Rolin
facebook.com/daniel.r.rocha.7
Sequer lembro do rosto, fosco, entre outras memórias
desvanecidas pela ausência. Esta ausência que
rasga. Esta ausência insistente, escarnecida. Sequer
construímos memórias cândidas, para que possa eu,
pensar além dos lábios incendiários, dos olhos
oblíquos e da barba (sortilégio). Os ouvidos, sequer
recordam a voz lascívia. Os pés a muito não fazem
mover todo o corpo, no gramado do aterro, à beira da
baía de Guanabara. Sequer contemplo estas águas
por onde tanto naveguei e que podem ser
vislumbradas do alto, na varanda do suntuoso lar do
zombeteiro ausente, de quem a distância aflige.
Sequer sei genuinamente o quanto nossas oposições
e discordâncias incomodam as índoles. Ouço um
tango eletrônico e aguardo um café. O olor do café,
meu sincero alento. O som, mescla-se a outros sons
que me fazem querer a solidão em um campo, para ter
os sons límpidos e em cada som por mim escolhido a
singularidade. Escolho em seguida um toque de piano.
O paladar embebido em tônica com limão e café. Os
olhos fechados.Acerteza de que não haverá a tal
comparência. Um sorriso de quem sabe que
em verdade, não quer presença, precisa tão
somente alimentar uma agonia que a faz
poeta. Que o queixo largo de sortilégio é
somente uma escolha para inquietar os
sentidos e tornar os dias mais
confusos. Cria e desfaz afetos,
alimenta e reconstrói
saudades. Mantêm as
incertezas. Afirma, uma
das poucas coisas que
p o d e a fi r m a r : a s
circunstâncias são sempre
dúbias. O toque do piano
a g r a v a - s e . V e m u m a
necessidade de oceano. Que
amanhã haja sol e mergulhos junto a
princesinha do mar. Que os mergulhos
abrandem as inquietações inventadas. Que
haja claridade nos dias e poesia mais presente
nos sentidos que em palavras torpes
Somente o seu pau anoiteceu verões
que jamais existiram
Dando margem a um quarto escuro
Mas claro de circunstâncias
Pois há inverno bêbado
e verões que ainda não aconteceram
O leite ainda jorrará no sol
Na angústia de alguma madrugada
Tentei me valer da distância impertinente
Corri na sombra
Mas a pegada quente
Ficou fria sem sol
Modos Operantes
David Monsores
david_taba@hotmail.com
Carlos Emilio Faraco
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Tayná Wolff
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SELO EDITORIAL
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ditorialE
enquanto houver sonho,
haverá gente dormindo.
rf
divirta-se
Wanderson Silva de Souza Marcelo da Veiga Rômulo Ferreira