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Ouro Preto, MG | 2012 -2022
AMEOPO MA
E
editora artesanal
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FANZINE #26
|
várias (os) colaboradoras (es)
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Ouro Preto, MG - 2022
outubro, novembro e dezembro - OP / MG
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ISABELA SARAMAGO / /
JÚNIO RICARDO MAGALHÃES MARIA RITA FIETTO /
ANA AZEVEDO / CRISTIANO STRACCIONI QUINTANA / JEFERSON ILHA /
ANDITYAS SOARES DE MOURA COSTA MATOS / PAULINHO ASSUMPÇÃO /
KARINE DIAS OLIVEIRA / MÁRCIO SILVA / LIVIA VARGAS GONZÁLEZ /
CAIO MATEUS / JOÃO AIDAR / EDUARDO C. SOUZA /
COLETIVO AMEOPOEMA E MUITO MAIS
Júnio Ricardo Magalhães
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Ilustração: @romulopherreira
Covardias registrada
Em preto e branco
Presente nulo, futuro turvo
Sociedade em pânico
Suas ladeira retratam
A verdade nua e crua
A fragrância da maldade
Exalam por suas ruas
Dia a dia cruel
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Ouro Preto sem paz
Ouro Preto sem amor
Ouro Preto sem comoção
Em cartaz o espetáculo do horror
Vida em apuros
Caminhando em becos obscuros
Onde se refugiar?
Por terras desconhecida caminho
Sangro em território inimigo
Ouro Preto sem massagem
Patrimônio histórico
Cultural da impunidade
Isabela Saramago
isaramago@terra.com.br
Sou o tempo da vida tida.
Sou o espelho do pensamento sensual.
Sou as lágrimas das emoções assumidas.
Sou a alegria do sentimento casual.
Eu sinto.
Sinto o presente, dispenso agonia.
Sinto a surpresa, expresso alegria.
Sinto o suspiro, proclamo vida.
Sinto a gloria, celebro vitória.
Eu quero.
Quero lutar pela alma renunciada.
Quero cantar meu desejo em rima.
Quero dançar na melodia do silêncio.
Quero escrever poesia, exercício do meu
[inconsciente.
Eu sou.
Sou a chave magistral
do quebra-cabeça chamado VIDA.
EU
SOU
Amor
Falta de beleza
Dependência, vício
Turbilhão disfarçado de sentimento calmo
Prisão sem discrição
Atrás de felicidades
Que tornam-se tristeza
Ao fim das certezas
Que se esgotam ao chegar a paixão
Que rasga seu peito
Provoca cortes ardentes
Que sangram as mesmas certezas
Agora tão incertas
Há beleza no amor quando ele chega ao seu fim
Ele dói, destrói
Mas depois se vê calmo
Como uma madrugada acordada de chuva
Onde cada gota
Torna-se lembrança.
Maria Rita Fietto
@mrfietto
REAL
AMOR
Eu odeio você
assim, como odeio os seus olhos
cor de chocolate.
Odeio o jeito
que você me faz amar você.
Assim, como você
me faz acordar
todo dia e sorri.
Fico triste
em saber que
é uma ferida
na minha Costa.
Ana Azevedo
anaazevedo.1293@gmail.com
Ilustração: @romulopherreira
O BRILHO DO SEUS
OLHOS
A nova direita
Olhos que não enxergam
Ouvidos que não ouvem
Cérebro que não raciocina
Coração que não ama
Êxtase
Orgulho eufórico de destruição
Um estado de ser destrutivo
De incompreensão
Incompreenseres
Abalo
O epicentro da imbecilidade
Contra humano
A nova direita
Ou
Os cristais sensíveis de não me toque
Jeferson Ilha
jeferson.ilha@yahoo.com
EPICENTRO
Cristiano Straccioni Quintana
artestraccioni@gmail.com
Janete começa a preparar a janta, lava e corta os ingredientes. Na TV está
passando a novela das oito. O molho está quase pronto, agora coloca a massa na
água quente. Prepara sempre comida para dois, mesmo sabendo que jantará
sozinha novamente (a massa até que ficou boa).
Nosso primeiro ano casados foi bem difícil, não faltava nada, mas também
não sobrava. Gastávamos todo o salário com aluguel e mercado. Não podíamos
sair muito e viajar tornou-se um sonho distante. Vivíamos de amor, como dizem.
Anos passaram e o dinheiro ficou escasso quando João foi demitido: corte
de custos na oficina. Crise, disse o patrão. Quando chega a crise o primeiro a
sofrer é o trabalhador. Fiquei com pena do João. Só ficava em casa triste olhando
para sua caixa de ferramentas. Vendeu tudo. Não aguentava chegar em casa e ver
ele daquele jeito. Eu disse que aquilo era temporário. Que iria conseguir um
emprego melhor. Não conseguiu.
Começou a sair de casa cedo e voltava tarde. No início dizia que estava
procurando emprego. Depois começou a dizer que estava procurando trabalho e
por fim que estava procurando qualquer coisa que desse dinheiro. Na hora não
entendi.
Desligo a TV e vou dormir. Sonho que estou caminhando com meu marido
ao lado. Estamos passeando no parque perto de casa. Ele conta uma piada e
damos uma boa gargalhada. Ele me abraça. Sinto seu cheiro.
No presídio, João sonha com Janete. Eles estão passeando no parque
perto de casa.
Ela conta uma piada. Os dois dão uma boa gargalhada. Ele a abraça. Ele
sente o cheiro de Janete.
JANETE
Nosso Senhor esfolado
Nosso Senhor dos machucados
dos joelhos descarnados
em carne viva avermelhados
açoitado cuspido batido
Nosso Senhor esfolado
Nosso Senhor curtido
de pele arrancada queimada
esturricadas bolhas a explodir
liberando os caldos de Sua agonia
Nosso Senhor esfolado
lapidado chicoteado
de mãos amarradas vendado
no pau de arara garroteado
Nosso Senhor sumido desaparecido
Nosso Senhor esfolado
Nosso Senhor esfolado
lembre-se
de Nosso Senhor esfolado
preso & fritado
na cadeira
do dragão
Andityas Soares de Moura Costa Matos
instagram.com/poesiandityas
legenda aurea 1:
DOPS
Serás senhor do mundo por um dia
O Rei dos humanos
Imperador das forças e das raças
Serás o que aplaude a mão que mata
Que fere, atira e maltrata
Aquele que sangra os destinos
Elimine o riso, a canção e os afetos
Proíba os amores possíveis
Seja o que não se apavora diante do infame
O que nunca se diz fraco
Não implora pela mão
E inventa histórias porque precisa vencer
Pequenos e desarmados
Nós estaremos diante de ti
Nossas defesas serão os livros que desprezas
As canções que não escutas
Os poemas que nunca lestes
A beleza que não conheces
Quando as palavras forem ditas tu fecharás os ouvidos
E quando todos estiverem na rua celebrando a vida
Tu estarás dentro da tua noite que não termina
AH! Como a poesia te humilhará
Nesse dia, todo o poder do mundo não será maior do que um verso
ÚLTIMA
QUERELA
Paulinho Assumpção
paulo.assump@terra.com.br
Hematomas // Hemorragia // Hemoglobina exposta
Sangue escorrendo // Já fora das veias // Nas vias de fato
Sangue coagulado // Incrustado na cara // Coragem
Quase-morte // Rastro // Resto
Insiste // Agride //Machuca
O coração resiste // Apanhando // Mas ainda batendo
Já quase fora do peito // Berrando // Se esgoelando
No limite // Taquicardia // já enfartando
Adrenalina, por favor!
Aguentemos // Mais um pouquinho // Vai passar
E o cu segue sangrando // Quase-estupro
Mas enquanto houver pulso // Há luta
Porque quem tem cu // Até tem medo
Mas não se acovarda // Jamais!
TAQUICARDIA
Márcio Silva
marcio.fsc76@gmail.com
Banquete e poder
Vida descascada
Chão sem força
Vida amargurada!
Batalha diária no rastro desse chão
Buscando pouso digno para o corpo
Onde a mente possa descansar em paz
E o plantio... virar pão!
Não está sendo fácil encarar as estações
No entanto, a estrutura que ronca...
Tenta aliviar os fardos
Pois, ainda tem esperança nesta nação!
O “grito da Independência”
Hoje... são “falas” de defesa
Quem muito se cala... curva-se ao desrespeito
E, não põe comida na mesa!
CHÃO E PÃO
Karine Dias Oliveira
kadioliveira@yahoo.com.br
As
vontades
jogam-se
na
cova
que
ferve
das
entranhas
do
su(l)-mundo.
São
Paulo
faminto
de
horas
e
de
hipotecas
voraz
na
fluidez
dos
corpos
engrenados
suga
fôlegos
e
sonhos
reciclados
na
embriaguez
noturna
da
fome
insatisfeita.
São
Paulo
faminto
de
desejos
programados
cinza
e
deslumbrante
tão
próximo
e
tão
singelo
Como
ousas
me
enganar
nas
calçadas
enfeitadas
com
cuspes
de
descaso,
miragens
banhadas
com
bafos
de
metrópoles
neocoloniais?
São
Paulo
faminto
de
colo
e
de
acalanto
botando
lençóis
que
te
exculpam
das
misérias
in-gratuitas
invisíveis
em
seus
cantos
repetidos
surradas
pelos
passos
e
os
relógios.
Caracas
acrescida
e
monstruosa
rediviva
nas
esquinas
e
nas
pontes
de
Santa
Cecília
até
Urdaneta
Caracas
que
se
espelha
em
orgasmos
poluídos
com
o
mesmo
espasmo
apagado
no
barulho
das
buzinas.
Ah...
São
Paulo
faminto
de
saudades
estrangeiras
cortando
o
céu
com
tuas
garras
de
concreto.
Me
engole
entre
teus
prédios
pregoeiros.
A FOME DE SÃO PAULO Livia Vargas González
liviasartre@gmail.com
Colagem:
@romulopherreira
Ilha
Do acento
Filha
Do alento.
Braços
De descanso
Traços
Do remanso.
Inclino
Sereno
Reclino
Ameno.
Ah...
Cento:
Enc(ó)sto
Num canto
Endosso
Meu manto
De sentar
E ver
A vida...
Passar.
Eduardo C Souza
eduardodesouza72@gmail.com
POLTRONA
É preciso cuidar de nosso útero!
Porque nele se guardam medos, mágoas,
todo riso contido, tanto pó
retirado de armários mal fechados.
É preciso cuidar de nosso útero!
Porque nele se gestam dores, traumas,
todo tipo de câncer, mil feridas
sempre abertas, sangrando noite e dia.
É preciso cuidar de nosso útero!
Remover todo sangue coagulado
e esse lixo juntado desde muito.
É preciso limpá-lo todo dia.
Porque quando parimos nossos versos
a sujeira incrustada sai. Na marra!
FAXINA
Márcio Silva
marcio.fsc76@gmail.com
Desde antes de eu nascer, ondas de ultrassom já denunciavam:
eu não tenho útero!
Por muito tempo acreditei nisso, piamente.
Cresci.
Brincando com carrinhos, jogando futebol, empinando pipas.
Hoje, não mais.
Por algum motivo, isso me faz lembrar Clarice,
mulher amputada de sua terceira perna.
Outro dia, Angélica Freitas disse:
um útero é do tamanho de um punho.
Então é isso, pensei:
o útero é do tamanho do punho, que,
fechado, é do tamanho do coração.
Eis que, entre sístoles e diástoles,
sob pressão de 120 por 80, ou mais,
sinto fortes dores.
Como se esmurracem meu útero,
como se quisessem, na marra,
fazer-me abortar tudo que venho gestando.
As contrAções são inevitáveis.
Escrevo!
Nascem poemas.
ContrAções
João Aidar
fb.com/JoaoAidarFilho
cinzas e bela
(minhas)
palavras para ela
fáceis assim
tempo decorre
espaço percorre
entorno, em mim
rápido agora
o dia la fora
está bem afim
(nuvens, abóboras)
nadinha, agora
tudo bem, bom e sim
tolices
sorrises
oh, mundo econômico
sem vinco
sem mal parecer
sem ices
sem nomes
sem valer
sem doer
sem maldizer
sem amanhecer
sem você
03
poemas
João Aidar
com
no
seu
no
meu
no
céu
@ameopoemaeditora
facebok.com/ameopoema
Pessoal, após um longo
período de espera eis que
anunciamos as finais
etapas de nosso livro
coletivo, agora já são 12
anos, (10 anos +2) nosso
bonde nunca andou nos
trilhos mesmo. Eis a graça
da vida.
Vamos nos preparar pra
em julho fazermos umas
lives maneiras, fazermos
um baita sarau mundial pra
marcar bem a data.
QUEM VEM?
Em breve daremos mais detalhes, por hora ninguém sabe de muita
coisa, só que vai rolar e que será em julho de 2023. Acompanhe para
ficar em dia:
Livro coletivo de 10+2 anos do
Coletivo AMEOPOEMA
EM BREVE
Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021)
com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em
casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de
apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e
Eduardo Sacramento.
O livro está sendo repassado a 25,00 com correio
incluso para todo Brasil - e vai com brinde.
PEDIDOS: (31) 9 7526 3996
Livro do autor e editor desta revista
LANÇAMENTO
Pôr do Sol nas Coisas
poemas inéditos
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Fanzine #26 com poemas e contos de Ouro Preto

  • 1. FANZINE #26 Ouro Preto, MG | 2012 -2022
  • 2. AMEOPO MA E editora artesanal ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @coletivoamepoema FANZINE #26 | várias (os) colaboradoras (es) revisão: participantes edição e finalização: @studiob2m organização: Ed. AMEOPOEMA | @coletivoameopoema Ouro Preto, MG - 2022 outubro, novembro e dezembro - OP / MG Visite: www.ameopoemaeditora.com ISABELA SARAMAGO / / JÚNIO RICARDO MAGALHÃES MARIA RITA FIETTO / ANA AZEVEDO / CRISTIANO STRACCIONI QUINTANA / JEFERSON ILHA / ANDITYAS SOARES DE MOURA COSTA MATOS / PAULINHO ASSUMPÇÃO / KARINE DIAS OLIVEIRA / MÁRCIO SILVA / LIVIA VARGAS GONZÁLEZ / CAIO MATEUS / JOÃO AIDAR / EDUARDO C. SOUZA / COLETIVO AMEOPOEMA E MUITO MAIS
  • 3. Júnio Ricardo Magalhães arcanjo.junio@hotmail.com Ilustração: @romulopherreira Covardias registrada Em preto e branco Presente nulo, futuro turvo Sociedade em pânico Suas ladeira retratam A verdade nua e crua A fragrância da maldade Exalam por suas ruas Dia a dia cruel Nos afogam no mar de fel Ouro Preto sem paz Ouro Preto sem amor Ouro Preto sem comoção Em cartaz o espetáculo do horror Vida em apuros Caminhando em becos obscuros Onde se refugiar? Por terras desconhecida caminho Sangro em território inimigo Ouro Preto sem massagem Patrimônio histórico Cultural da impunidade
  • 4. Isabela Saramago isaramago@terra.com.br Sou o tempo da vida tida. Sou o espelho do pensamento sensual. Sou as lágrimas das emoções assumidas. Sou a alegria do sentimento casual. Eu sinto. Sinto o presente, dispenso agonia. Sinto a surpresa, expresso alegria. Sinto o suspiro, proclamo vida. Sinto a gloria, celebro vitória. Eu quero. Quero lutar pela alma renunciada. Quero cantar meu desejo em rima. Quero dançar na melodia do silêncio. Quero escrever poesia, exercício do meu [inconsciente. Eu sou. Sou a chave magistral do quebra-cabeça chamado VIDA. EU SOU
  • 5. Amor Falta de beleza Dependência, vício Turbilhão disfarçado de sentimento calmo Prisão sem discrição Atrás de felicidades Que tornam-se tristeza Ao fim das certezas Que se esgotam ao chegar a paixão Que rasga seu peito Provoca cortes ardentes Que sangram as mesmas certezas Agora tão incertas Há beleza no amor quando ele chega ao seu fim Ele dói, destrói Mas depois se vê calmo Como uma madrugada acordada de chuva Onde cada gota Torna-se lembrança. Maria Rita Fietto @mrfietto REAL AMOR
  • 6. Eu odeio você assim, como odeio os seus olhos cor de chocolate. Odeio o jeito que você me faz amar você. Assim, como você me faz acordar todo dia e sorri. Fico triste em saber que é uma ferida na minha Costa. Ana Azevedo anaazevedo.1293@gmail.com Ilustração: @romulopherreira O BRILHO DO SEUS OLHOS
  • 7. A nova direita Olhos que não enxergam Ouvidos que não ouvem Cérebro que não raciocina Coração que não ama Êxtase Orgulho eufórico de destruição Um estado de ser destrutivo De incompreensão Incompreenseres Abalo O epicentro da imbecilidade Contra humano A nova direita Ou Os cristais sensíveis de não me toque Jeferson Ilha jeferson.ilha@yahoo.com EPICENTRO
  • 8. Cristiano Straccioni Quintana artestraccioni@gmail.com Janete começa a preparar a janta, lava e corta os ingredientes. Na TV está passando a novela das oito. O molho está quase pronto, agora coloca a massa na água quente. Prepara sempre comida para dois, mesmo sabendo que jantará sozinha novamente (a massa até que ficou boa). Nosso primeiro ano casados foi bem difícil, não faltava nada, mas também não sobrava. Gastávamos todo o salário com aluguel e mercado. Não podíamos sair muito e viajar tornou-se um sonho distante. Vivíamos de amor, como dizem. Anos passaram e o dinheiro ficou escasso quando João foi demitido: corte de custos na oficina. Crise, disse o patrão. Quando chega a crise o primeiro a sofrer é o trabalhador. Fiquei com pena do João. Só ficava em casa triste olhando para sua caixa de ferramentas. Vendeu tudo. Não aguentava chegar em casa e ver ele daquele jeito. Eu disse que aquilo era temporário. Que iria conseguir um emprego melhor. Não conseguiu. Começou a sair de casa cedo e voltava tarde. No início dizia que estava procurando emprego. Depois começou a dizer que estava procurando trabalho e por fim que estava procurando qualquer coisa que desse dinheiro. Na hora não entendi. Desligo a TV e vou dormir. Sonho que estou caminhando com meu marido ao lado. Estamos passeando no parque perto de casa. Ele conta uma piada e damos uma boa gargalhada. Ele me abraça. Sinto seu cheiro. No presídio, João sonha com Janete. Eles estão passeando no parque perto de casa. Ela conta uma piada. Os dois dão uma boa gargalhada. Ele a abraça. Ele sente o cheiro de Janete. JANETE
  • 9. Nosso Senhor esfolado Nosso Senhor dos machucados dos joelhos descarnados em carne viva avermelhados açoitado cuspido batido Nosso Senhor esfolado Nosso Senhor curtido de pele arrancada queimada esturricadas bolhas a explodir liberando os caldos de Sua agonia Nosso Senhor esfolado lapidado chicoteado de mãos amarradas vendado no pau de arara garroteado Nosso Senhor sumido desaparecido Nosso Senhor esfolado Nosso Senhor esfolado lembre-se de Nosso Senhor esfolado preso & fritado na cadeira do dragão Andityas Soares de Moura Costa Matos instagram.com/poesiandityas legenda aurea 1: DOPS
  • 10. Serás senhor do mundo por um dia O Rei dos humanos Imperador das forças e das raças Serás o que aplaude a mão que mata Que fere, atira e maltrata Aquele que sangra os destinos Elimine o riso, a canção e os afetos Proíba os amores possíveis Seja o que não se apavora diante do infame O que nunca se diz fraco Não implora pela mão E inventa histórias porque precisa vencer Pequenos e desarmados Nós estaremos diante de ti Nossas defesas serão os livros que desprezas As canções que não escutas Os poemas que nunca lestes A beleza que não conheces Quando as palavras forem ditas tu fecharás os ouvidos E quando todos estiverem na rua celebrando a vida Tu estarás dentro da tua noite que não termina AH! Como a poesia te humilhará Nesse dia, todo o poder do mundo não será maior do que um verso ÚLTIMA QUERELA Paulinho Assumpção paulo.assump@terra.com.br
  • 11. Hematomas // Hemorragia // Hemoglobina exposta Sangue escorrendo // Já fora das veias // Nas vias de fato Sangue coagulado // Incrustado na cara // Coragem Quase-morte // Rastro // Resto Insiste // Agride //Machuca O coração resiste // Apanhando // Mas ainda batendo Já quase fora do peito // Berrando // Se esgoelando No limite // Taquicardia // já enfartando Adrenalina, por favor! Aguentemos // Mais um pouquinho // Vai passar E o cu segue sangrando // Quase-estupro Mas enquanto houver pulso // Há luta Porque quem tem cu // Até tem medo Mas não se acovarda // Jamais! TAQUICARDIA Márcio Silva marcio.fsc76@gmail.com
  • 12. Banquete e poder Vida descascada Chão sem força Vida amargurada! Batalha diária no rastro desse chão Buscando pouso digno para o corpo Onde a mente possa descansar em paz E o plantio... virar pão! Não está sendo fácil encarar as estações No entanto, a estrutura que ronca... Tenta aliviar os fardos Pois, ainda tem esperança nesta nação! O “grito da Independência” Hoje... são “falas” de defesa Quem muito se cala... curva-se ao desrespeito E, não põe comida na mesa! CHÃO E PÃO Karine Dias Oliveira kadioliveira@yahoo.com.br
  • 13. As vontades jogam-se na cova que ferve das entranhas do su(l)-mundo. São Paulo faminto de horas e de hipotecas voraz na fluidez dos corpos engrenados suga fôlegos e sonhos reciclados na embriaguez noturna da fome insatisfeita. São Paulo faminto de desejos programados cinza e deslumbrante tão próximo e tão singelo Como ousas me enganar nas calçadas enfeitadas com cuspes de descaso, miragens banhadas com bafos de metrópoles neocoloniais? São Paulo faminto de colo e de acalanto botando lençóis que te exculpam das misérias in-gratuitas invisíveis em seus cantos repetidos surradas pelos passos e os relógios. Caracas acrescida e monstruosa rediviva nas esquinas e nas pontes de Santa Cecília até Urdaneta Caracas que se espelha em orgasmos poluídos com o mesmo espasmo apagado no barulho das buzinas. Ah... São Paulo faminto de saudades estrangeiras cortando o céu com tuas garras de concreto. Me engole entre teus prédios pregoeiros. A FOME DE SÃO PAULO Livia Vargas González liviasartre@gmail.com
  • 14. Colagem: @romulopherreira Ilha Do acento Filha Do alento. Braços De descanso Traços Do remanso. Inclino Sereno Reclino Ameno. Ah... Cento: Enc(ó)sto Num canto Endosso Meu manto De sentar E ver A vida... Passar. Eduardo C Souza eduardodesouza72@gmail.com POLTRONA
  • 15. É preciso cuidar de nosso útero! Porque nele se guardam medos, mágoas, todo riso contido, tanto pó retirado de armários mal fechados. É preciso cuidar de nosso útero! Porque nele se gestam dores, traumas, todo tipo de câncer, mil feridas sempre abertas, sangrando noite e dia. É preciso cuidar de nosso útero! Remover todo sangue coagulado e esse lixo juntado desde muito. É preciso limpá-lo todo dia. Porque quando parimos nossos versos a sujeira incrustada sai. Na marra! FAXINA Márcio Silva marcio.fsc76@gmail.com
  • 16. Desde antes de eu nascer, ondas de ultrassom já denunciavam: eu não tenho útero! Por muito tempo acreditei nisso, piamente. Cresci. Brincando com carrinhos, jogando futebol, empinando pipas. Hoje, não mais. Por algum motivo, isso me faz lembrar Clarice, mulher amputada de sua terceira perna. Outro dia, Angélica Freitas disse: um útero é do tamanho de um punho. Então é isso, pensei: o útero é do tamanho do punho, que, fechado, é do tamanho do coração. Eis que, entre sístoles e diástoles, sob pressão de 120 por 80, ou mais, sinto fortes dores. Como se esmurracem meu útero, como se quisessem, na marra, fazer-me abortar tudo que venho gestando. As contrAções são inevitáveis. Escrevo! Nascem poemas. ContrAções
  • 17. João Aidar fb.com/JoaoAidarFilho cinzas e bela (minhas) palavras para ela fáceis assim tempo decorre espaço percorre entorno, em mim rápido agora o dia la fora está bem afim (nuvens, abóboras) nadinha, agora tudo bem, bom e sim tolices sorrises oh, mundo econômico sem vinco sem mal parecer sem ices sem nomes sem valer sem doer sem maldizer sem amanhecer sem você 03 poemas João Aidar com no seu no meu no céu
  • 18. @ameopoemaeditora facebok.com/ameopoema Pessoal, após um longo período de espera eis que anunciamos as finais etapas de nosso livro coletivo, agora já são 12 anos, (10 anos +2) nosso bonde nunca andou nos trilhos mesmo. Eis a graça da vida. Vamos nos preparar pra em julho fazermos umas lives maneiras, fazermos um baita sarau mundial pra marcar bem a data. QUEM VEM? Em breve daremos mais detalhes, por hora ninguém sabe de muita coisa, só que vai rolar e que será em julho de 2023. Acompanhe para ficar em dia: Livro coletivo de 10+2 anos do Coletivo AMEOPOEMA EM BREVE Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021) com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e Eduardo Sacramento. O livro está sendo repassado a 25,00 com correio incluso para todo Brasil - e vai com brinde. PEDIDOS: (31) 9 7526 3996 Livro do autor e editor desta revista LANÇAMENTO Pôr do Sol nas Coisas poemas inéditos
  • 19. MUITO OBRIGADO PELA LEITURA ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO! ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @ameopoemaeditora COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA INCENTIVAR NOVOS TRABALHOS: ameopoemaeditora@gmail.com Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato. Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato, são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva. INTERVENHA NESTA REVISTA E MANDE UMA FOTO PRA GENTE EDITORA INDEPENDENTE