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Cristiano Straccioni Quintana  Antônio Barros  Fabio da Silva
Barbosa  Paulinho Assumpção  Elidiomar Ribeiro  Renata Pereira
 Emili Reis  Julliano Mendes  Paula Ester  Ana Paula Granello 
Sérgio Bernardo  Gazy Andraus  Rodrigo Dias  Felipe Durán
Thedim  Camila Gomes  Paula Costa  The Ganmit  Pedro Esteves 
Flavia Asantos  Aldo Moraes  Eduardo C Souza  AnaLu Kattah 
Ana Galdino  Cleuza Figueiredo
Antônio Barros
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Estou caminhando tranquilamente, sentindo a areia e a água gelada nos pés. O sol
aparece de vez em quando de forma tímida no meio das nuvens. Tudo do jeito que
eu gosto. Uma hora de paz caminhando pela praia, escutando o som das ondas.
Natureza. Vejo uma figura vindo na direção contrária. Espero não ser a mulher que
me confundiu com monge budista ou o cara que beijou minha cabeça no metrô
(certamente me confundindo com outra pessoa). O cara se aproxima e para na
minha frente, falando de forma desesperada: “Cara, eu vi o Ronaldinho dançando
ballet e bebendo espumante num copo Stanley de Capão da Canoa até Torres por
quatro horas. (Essa frase faz sentido para você, leitor ou leitora? Para mim não
fez). Voltei para o hotel e não conseguia dormir, pensando no sentido daquilo tudo
que o homem havia falado. Tentei inverter a ordem das palavras para ver se faria
sentido. Nada. No outro dia e nos dias seguintes saí na mesma hora para
caminhar, na esperança de achar o homem e perguntar o que ele queria dizer com
aquilo. Nada. Voltei para a mesma praia no ano seguinte e continuei procurando.
Nada. Todos os dias saia para caminhar no mesmo horário. Nada. Vi uma pessoa
vindo na direção contrária e resolvi perguntar: “Alguma vez aqui nessa praia, você
viu um cara dizendo que havia visto o Ronaldinho dançando ballet e bebendo
espumante num copo Stanley de Capão da Canoa até Torres por quatro horas?”
Saiu caminhando sem responder. Continuei voltando todos os anos questionando
as pessoas. Nada. A única alternativa seria ficar ali caminhando até obter a
resposta. Não voltei para o hotel e no final do verão fiquei morando na praia. Nunca
mais voltei para minha cidade. Comprei uma barraca e montei entre as dunas. O
primeiro inverno foi cruel. A primeira tempestade e a chuva de granizo que quase
acabou com minha moradia. Caminho pela praia e aproveito para pedir uns
trocados ou sobras de comidas dos veranistas. No inverno fico na frente de um
mercado pedindo dinheiro. Nem lembro mais qual era a frase
Ronaldinho
dançando ballet
e bebendo
espumante num
copo Stanley de
Capão da Canoa
até Torres
por quatro horas
Cristiano Straccioni Quintana
artestraccioni@gmail.com
Do fundo de seu porão
gritos e uivos em vão
Não suportava mais conviver
com a podre sociedade a lhe conter
Resolveu então elaborar um protesto
com vísceras, sangue e todo o resto
Sequestrou um padre, um pastor, um militar, um ministro e um delegado
para representar todo seu desagrado
Do padre e do pastor arrancou as pernas e os braços
Colocou as Partes de um no outro e os ajeitou em um fraterno abraço
Do militar e do delegado tirou apenas o escroto
Após terminarem de sangrar, colocou o de um na boca do outro
No ministro fez uma obra fecunda
Arrancou a cabeça e enfiou o nariz na ministerial bunda
Tinha ficado elegante, coisa para expor em museu
Nem ele acreditava que todo aquele talento era seu
O artista
do protesto
sangrento
Fabio da Silva Barbosa
fsb1975@yahoo.com.br
Eles vão te tirar a carne
A veia, a pele, o pensamento
A capacidade de amar e de dizer não
Eles vão expulsar o barulho das tuas memórias
O umbigo enrolado no ventre
O sorriso na boca, a unidade dos corpos
E a certeza do amor
Eles vão te tirar a ogiva
A bomba que tens no cérebro
O dente que não caiu
E os teus medos mais bonitos
Vão te afastar do risco
Da porta entreaberta, das perdições do amor
Acabar com a tua lógica, teu canto, com teus cisnes negros
Vão te amarrar no tronco
Beijar teu pescoço, teu peito, tuas mãos
Não os rejeite, seja pacífico e cordial
Alimente-os com tua obediência e sensatez
E eles aumentarão por osmose
Em discursos lógicos e sedutores
Nas crenças que matam e isolam
Por fim, pisarão nos teus pés
E pedirão desculpas por te tirarem o céu
Colocarão a corda em teu pescoço
E com leve sorriso te desejarão boa noite
Paulinho Assumpção
paulo.assump@terra.com.br
Hei!
Eu odeio a gramática
Odeio que me mandem
Já me irrita dizerem o que posso e nao posso falar
Imagina como eu devo e não devo falar
Esse povo me manda tudo errado
Que diferença faz um “s” no meio de duas vogais?
Que diferença faz um “n” antes de “p” e “b”?
Pelo menos o povo entende de o que eu falo
Quem me manda
sabe nem porque me manda.
sintido
ninhum
Victória Faria
@professorapoetafaria
não é sobre esperar que ele pare
para enfim poder viver.
é desacelerar e observar,
o que ele tem pra oferecer.
é ter coragem de dançar na chuva,
quando não há um teto pra te cobrir.
em alguma hora se encontrar sozinho
e ainda sim saber sorrir.
é ver o mundo com outros olhos,
e enxergar suas próprias cores.
perceber que ele não é tão mau
e não oferece apenas dores.
é aproveitar cada grão,
antes que caia o último na ampulheta.
para não acabar atrasado
por apenas fingir uma vida perfeita.
Tempo
Emili Reis
Tantas histórias guarda a cidade
mas e estórias, quantas delas são?
Há narrativas da realidade
Em cada muro, terreno ou chão
Também por aqui há oralidade
Do campo, no urbano há um quinhão
Bichos e causos, diversidade
brumas de monstros que medo nos dão
Relatos de quem já tem mais idade
Saberes que vêm de longe ou não
Entre a magia e a urbanidade
Visagens noturnas em comunhão
Todos buscando (in)sanidade
Seja real ou na imaginação
Se noite e lenda têm cumplicidade
Quando amanhece as lendas se vão
monstros
urbanos Elidiomar Ribeiro
elidiomar@gmail.com
É medo
Puro medo
Não digam que estou atônita
Não atribuam a imagem
Cravada em minha face
Ao desespero
Ou à ansiedade
É somente medo
Um medo absoluto
Um medo tão intenso
Que quase pode ser tocado
Medo
Da guerra iminente
Da morte em andamento
Desde o nascimento
Na qual não se pensa aos vinte
Mas que não sai da cabeça
Depois dos quarenta
Medo
Renata Pereira
renatafpereira@yahoo.com.br
hoje
é
dia
de
arrancar
galhos
de
árvores
mortas
limpar
os
pés
no
alpendre
lembrar-se
de
dores
curadas
dia
de
refazer,
em
memória,
pequenos
percursos
de
infância
dia
de
umedecer
o
cenho
quase
como
um
carinho
furtivo
ou
um
abraço
de
leve
é
dia
de
olhar
para
dentro
de
si
sem
buscar
nada
investigar-se
como
uma
criança
que
acomete
um
caracol
(se
o
poeta
se
deteve
sobre
as
coisas
naturais
bichos
e
musgos
e
folhas
e
sons
para
tentar
alcançar
alguma
humanidade
desviada
ecos
dos
ecos
de
uma
natureza
selvagem
eu
me
nego
a
imagem
de
caracol
que
se
depõe
em
meu
poema
não
quer
alcançar
humanidade
alguma
apenas
abstraí-la
porque
hoje
é
dia
de
ficar
em
silêncios)
dia
de
juntar
os
pés
ante
uma
oração
sem
palavras
de
olhar
para
os
olhos
de
si
numa
fotografia
velha
de
esquecer
de
fugir
de
seus
mortos
de
tirar
roupa,
não
ter
medo
da
dor
de
amar
o
caos
e
a
dúvida
aproveita
esse
dia
como
um
mimo
guardado
entre
livros
porque
ele
passa
Entre livros Julliano Mendes
ratodosubsolo@yahoo.com.br
e o mar,
Aquele que é infinito
Que afoga os aflitos
Que guarda os segredos
Dos velhos e lindos mitos?
por que a vida se faz de rogada
Nos mata a cada madrugada
Palpita , agita a estrada
Por onde passamos o tempo
E some a qualquer momento?
cadê a parte bonita da história
Da luta , sempre inglória
Do medo que corta a memória
Da farsa que a alma corrói
Da fúria que tudo destrói?
e o amar?
Amargo, sorrateiro e cruel
Faz-se doce, mas não fornece o mel
Só surpresas carregadas de fel
E a solidão de todo réu
Face
Doce Ana Paula Granello
paulagranello@gmail.com
Me despeço dessa fase que agora,
[não é mais a atual.
365 dias se foram.
Nada mais será igual.
Mais um ano se inicia.
O cenário muda.
A esperança e a possibilidade de
[dias melhores
Ocupam todos os cantos…
Os sorrisos alcançam os lábios
Não há mais prantos.
Mas, essa pseudo ideia de renovação
que aquece todo coração ainda que
[momentaneamente.
É apenas uma convenção social…
E passa gradativamente
ANO NOVO
Paula Ester
paulaester545@gmail.com
Épico ser!
Epílogo da vida!
Quão certeiro és.
Quão real existes?
Tua mente possui o labirinto da proeza.
Labor sem fim.
Quanto mais, maior sedes
Hipófise glandular
Epífise correspondente...
do que está dentro, ao que está no todo
Quantas cascas de noz vês?
Miríades estelares bailando com placidez...
Num espaço curvo e negro,
[silencioso acima de tudo
Mas jamais omisso e tortuoso
Jamais tiras a vida de qualquer que seja
Homem, planta, animal, pois Deus és!
Hipófise não mente
Epífise sustenta
Alma pregnante
Épica variável
Hipófise epifísica
Gazy Andraus
yzagandraus@gmail.com
Epífigenese
epifísica
Lembro de Dourados e seu oceano verde.
Sentia sede de mar,
e aproveitava qualquer rede.
Pelo caminho tinha cana, milho
mas eu não via o carnaval.
A bicicleta e seus pedais…
sinto falta da estrada
e dos milharais, tudo era constante, um desafio.
Numa selva de concreto, agora,
volto a sentir...me arrepio,
vejo a solidão das multidões
onde a beleza dos confetes e foliões
mascara o triste semblante
que dorme na calçada.
Na folia, dos reis e rainhas,
faraós e concubinas,
um poeta já dizia: “enquanto houver tristeza
sempre existirá alegria.”
CarnavialFelipe Durán Thedim
lipduran@gmail.com
Como nos veem
: habitantes de sítios à parte
os ainda severinos
parindo filhos
ao destino das marquises
párias
bêbados
sem alfabeto
vontade
meta
luz
filosofia
substratos amorfos do submundo.
Eles dão viadutos aos automóveis.
Nós que os tornamos tetos urbanos
sem jardins
mesas postas
camas brancas
e apenas existimos
defendidos por eles em palavras
nas câmaras
senados
gabinetes
olhando-os por trás dos vidros
mais longe que o sol
e tratados como quem se move
mais abaixo que o chão.
Sérgio Bernardo
tudovirapoesia@sapo.pt
Nós,
os mesmos Miseráveis
de Victor Hugo
Ainda resta no peito, vontade de gritar e falar
De deixar a mágoa sofrida, erguer a cabeça e lutar
O tempo passa e a gente cego não aproveita
Focamos em coisas banais e os sonhos são deixados pra trás
O tempo que passa e muita angústia se acumula
Acreditamos em mentiras e nos afogamos em um mar de ilusão
Porém, ainda resta no peito muita vontade de gritar e de falar
O tempo vai passando e a gente deixa de acreditar
Os sonhos vão ficando de lado, abrindo espaço para a depressão
Estamos cansados de esperar, tão cansados que estamos doentes
Mas no fundo queremos mudança, queremos que as coisas sejam diferentes
Ainda resta no peito, muita vontade de gritar e de falar
Vamos juntar essa raiva contida, erguer a cabeça e lutar
O tempo vai passar, mas não podemos deixar de acreditar
Todo sonho pode ser possível, basta sermos fortes e aprender a lutar
Ainda dá tempo de mudar, ainda dá tempo de sermos diferentes
Juntemos nossas forças e vamos à luta para fazer um mundo decente
Por que ainda resta aqui no peito, muita raiva contida e vontade de mudar
Rodrigo Dias
@diddscinefoto
@uzinagemzines
Ainda
Resta
Camila Gomes
poeta.camilagomes@outlook.com
Sai para dar uma volta
sem rumo, sem direção
Sai para dar uma volta
com dor no coração
Sentindo tristeza, dor e solidão
com as lágrimas caindo ao chão
Porque? Por que sou negro (a)
muita gente tem preconceito
Passei em frente a escola
e ouvi dois jovens falando de mim assim:
Olha só aquele negro
todo sujo, com as roupas
rasgadas e todo suado
Sou negro sim e estou suado sim
cansado, mas, feliz
pois trabalho no emprego que sempre escolhi
Sou digno, descente
trabalho em plantação
mas, sei honrar a minha gente
Com garra e determinação.
PRECONCEITO Já renasci de várias cinzas para
arder por qualquer brasa. Porém,
existe uma fagulha. Aquela
fagulha que de longe, mesmo
que despretensiosamente
aquece e ilumina o meu olhar.
Seu sorriso irradia e sua voz
desliza pelo meu ouvido como
nota musical, que faz vibrar o
meu pulsar. Timidamente se
afasta e faz o meu pensar se
alinhar e como um despertador
me trazendo a realidade, me
fazendo lembrar que tudo são
apenas saudades do que não
v i v e m o s e q u e o u t r a s
oportunidades não teremos.
Paula Costa
Arte aqui fez me despir, da cabeça aos pés
Arte aqui fez Shakespeare recitar Hamlet
Jesus chorou ouvindo Brown numa fita cassete
Tipo Padre Lancellotti num disco de rap
Quando cê olha no meu olho, vê que vivo isso
Abri livro o Wander Lee Conceição Evaristo
Num Quarto de Despejo quando acende a luz
Era Carolina Maria de Jesus.
Vou entregar o seu presente tipo Reis Magos
Polícia mata igual K9 tipo três tragos
Devastador pro nosso povo como Olavo
Com a bota suja de sangue correndo atrás de escravo
Falei pros mano da quebrada que eu tinha plano
insano de salvar o mundo tipo Ariano
Sou Guimarães nesse Grande Sertão Veredas
Que nunca nos falte tinta e comida em cima da mesa
Arte salva mano, tenho certeza!
Se ela não me segura
Eu desço na correnteza.
Quero o peso da leveza de um Sérgio Vaz
O respeito dos meus parceiro quando olhar pra trás
Quem tá perdido na estrada é só seguir a luz,
de Negra Li de Dina Di pra ver Exú do Blues
Rap é a voz do povo que não tem voz
Como aprendi com Eduardo DW
“Eu brindo com os meus heróis!”
Pedro Esteves
pedroesteves.art@gmail.com
DO PÉ QUE
BROTOU CRIOLO
NÃO NASCERÃO
BOLSONAROS
Ao amanhecer ainda com os olhos com sono, uma sensação
de bem estar.
Um bom dia sorridente o corpo a espreguiçar a boca no bocejo
Pelo rosto escorre um lacrimejo histórias relembradas, jamais
serão contadas, tudo tão perfeito, uma noite longa ,intensa de
desejo.
cumplicidade, vaidade, vertigens, infinidade, de coisas
obsoletas, que causa um baile de borboletas no estômago
um sussurro ao pé do ouvido, um segredo revelado ,o âmago
um caso mal interpretado, várias vezes recordado, caçuados.
uma história de ficção ,onde o coadjuvante em ação etc e tal,
morre no final.
O Contexto The Ganmit
ganmitthe@gmail.com
Flavia ASantos
@luzesombras82
Estou como o novo homem
Sentado a beira de um rio
Olhando a vida por viés...
Estou como o novo homem
Abraçado aos cestos de poesia
Do sonho, vendo o que é melhor...
Estou como o novo homem
Saltando o tempo no espaço
Vivendo o arco da saudade
Beijando a musa, a harpa
O sono e o sonho da lira musical
Estou como o novo homem
Deitado dentro da floresta
Sorrindo, simples, como o vento.
Estou como o novo homem
Cansado e louco por viver
Como a avenida que não pára.
Estou como o novo homem
Parado ao céu que nos pertence
E ao astro-rei, o mesmo sol.
Estou como o novo homem
Escravo de um velho amor
Liberto, enfim, da solidão.
A
TRANSFORMAÇÃO
PELO
AMOR
Aldo Moraes
csm.consultoriadeprojetos@gmail.com
Rapto
Mórbido
Rápido
Sórdido
Magro
Pardo
Flagro
Fardo:
Bebo
Corro
Crio
Morro.
Verso
Proso
Mordo
Gozo
Guio
Durmo
Amanheço
Soturno.
Interrogo
Eu
Sou todo:
Meu.
Eu:
Eduardo C Souza
eduardodesouza72@gmail.com
Dois pesos, mais de quatro medidas
Para avaliar seu merecimento
Será que o direito ao sentimento
Nos proporciona dádivas?
Eu vejo disparate na política do afeto
Tão negligenciado para o sobrecarregado
Espírito exausto ante tanta imposição, tanto padrão...
Por que na seleção o amor vai pra quem tem mais condição?
Se a pele é branca, é jovem de classe média
Se é preta, é traficante
O esforço da mulher com jornada tripla
Pra muitos é irrelevante...
Eu quero um mundo com carinho descapitalizado
Voltado ao real, sem ser idealizado.
AnaLu Kattah
anakattaharte@gmail.com
Disparate
Estrada da Purificação Cleuza Figueiredo
azuelcrocha@hotmail.com
Entrar
por
esses
sítios
É
adentrar
na
história;
Caminheiros,
é
um
convite
a
voltar
no
tempo.
Dizem
que
o
imperador
andou
por
essas
plagas...
Parte
da
Estrada
Real
Da
então
Vila
Rica
Que
do
veio
aurífero
negro
E
do
muito
sangue
d'áfrica
Conjuga-se,
hoje,
Ouro
Preto!...
Podemos
avistar
Aves
de
espécies
variadas,
E
outros
tantos
animais;
Que
ao
som
de
passos
fogem
esbaforidos;
E
uma
vegetação
de
rara
beleza,
É
a
mesma
d’outrora
atapetando
o
chão;
Aqui
faço
ponto:
Onde
o
botânico
poderia
apurar
e
escolher
..
Um
pouco
à
frente,
uma
curva
mais
acentuada,
Deparamos
com
um
nicho
ecológico
envolto
em
mistério;
Uma
lenda
ou
um
fato
adormecido?
Em
toda
a
sua
extensão,
Extasiamos
com
idílicos
panoramas;
E
do
mirante,
um
olhar
mais
demorado,
Deveras,
há
de
fitar
um
nascer
do
sol
bacante
[entre
folhas
rendadas
Tecendo
colóquio;
Ou
um
devaneio
d’outros
momentos
longínquos:
Seria
um
carrear
d'ouro
sob
as
estrelas,
nas
noites
de
estio?
Ou
um
pernoite
sob
a
coberta
do
céu?
Por
um
momento
se
ouve
o
cantar
de
uma
fonte
silente.
Onde
se
pode
descansar
os
pés
cansados
de
andarilho.
A
pedra
limosa,
guardiã
Abriga
a
era
entrelaçada...
Tudo
ali
parece
conspirar:
Suspiros
de
amor,
Ideais
naufragados,
Lamentos;
Correntes
que
nos
mantém
ainda
em
degredo...
A
religiosidade
permeia
em
cada
canto;
Como
uma
oração
que
nos
chega
em
sinfonia
com
o
vento
e
Pedisse
passagem...e
as
montanhas
retumbam
num
eco,
Passai!...
Oh,
mãe
Das
Dores;
Apiedai
dessas
almas
idas
E
nós
dê
guarida,
Para
a
proteção
Desse
relicário
de
tamanha
noção
A
estrada
da
Purificação!...
Por um instante, o mundo parou de girar.
O Sol parou com o processo de fusão, pelo qual produz toneladas de Hélio para enviar o calor à Terra...
Não há calor na Terra.
Exceto pelo calor da fissão nuclear, processo oposto que libera Energia em um curto espaço de tempo e envia
calor
muito calor e então...
Há calor na Terra.
Há o calor do abraço
[da mãe que protege o seu filho dos destroços e
Morrem ambos]
Mas há muita, há muita esperança!
[Pediu a menina que escrevesse em seu túmulo antes de morrer e
Não foi encontrada
(Inteira)]
Então se fez o silêncio.
Exceto pelo grito da criança embaixo dos destroços que felizmente já foi abafado pelo som dos mísseis
Ou de uma outra criança
Mas busquemos a paz!
Cujas pás incessantemente reviram escombros em cima dos que jaz
Mas busquemos esperança!
Aquela que dança sobre a corda
“Cada vez que a história adormece, o som das balas a acorda”1
Então se fez o som.
Pois acordes os que ainda dormem!
Para que a corda os enforque
Então tudo se fez e, no último dia, descansou por vários dias.
Antes que as suas mãos arranquem as estrelas dos céus
Rumam os seus pés aos ramos de Oliveira
Jamais ofuscado por qualquer brilho de qualquer estrela
“Você vê aquela nuvem cinzenta acima? Horas atrás era uma coluna de fumaça
E ontem era a nossa casa”1
1: Trechos retirados dos escritos de Hiba Kamal Abu Nada, poetisa Palestina morta por Israel.
Ana Galdino
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  • 1. FANZINE #31 Ouro Preto, MG | 2012 -2024
  • 2. AMEOPO MA E editora artesanal ameopoemaeditora@gmail.com @ameopoemaeditora @coletivoamepoema FANZINE #31 | várias (os) colaboradoras (es) revisão: participantes edição e finalização: @ameopoemaeditora organização: Ed. AMEOPOEMA | @coletivoameopoema Ouro Preto, MG - fevereiro / março 2024 circulação impressa e digital Visite: www.ameopoemaeditora.com part icip antes Cristiano Straccioni Quintana Antônio Barros Fabio da Silva Barbosa Paulinho Assumpção Elidiomar Ribeiro Renata Pereira Emili Reis Julliano Mendes Paula Ester Ana Paula Granello Sérgio Bernardo Gazy Andraus Rodrigo Dias Felipe Durán Thedim Camila Gomes Paula Costa The Ganmit Pedro Esteves Flavia Asantos Aldo Moraes Eduardo C Souza AnaLu Kattah Ana Galdino Cleuza Figueiredo
  • 4. Estou caminhando tranquilamente, sentindo a areia e a água gelada nos pés. O sol aparece de vez em quando de forma tímida no meio das nuvens. Tudo do jeito que eu gosto. Uma hora de paz caminhando pela praia, escutando o som das ondas. Natureza. Vejo uma figura vindo na direção contrária. Espero não ser a mulher que me confundiu com monge budista ou o cara que beijou minha cabeça no metrô (certamente me confundindo com outra pessoa). O cara se aproxima e para na minha frente, falando de forma desesperada: “Cara, eu vi o Ronaldinho dançando ballet e bebendo espumante num copo Stanley de Capão da Canoa até Torres por quatro horas. (Essa frase faz sentido para você, leitor ou leitora? Para mim não fez). Voltei para o hotel e não conseguia dormir, pensando no sentido daquilo tudo que o homem havia falado. Tentei inverter a ordem das palavras para ver se faria sentido. Nada. No outro dia e nos dias seguintes saí na mesma hora para caminhar, na esperança de achar o homem e perguntar o que ele queria dizer com aquilo. Nada. Voltei para a mesma praia no ano seguinte e continuei procurando. Nada. Todos os dias saia para caminhar no mesmo horário. Nada. Vi uma pessoa vindo na direção contrária e resolvi perguntar: “Alguma vez aqui nessa praia, você viu um cara dizendo que havia visto o Ronaldinho dançando ballet e bebendo espumante num copo Stanley de Capão da Canoa até Torres por quatro horas?” Saiu caminhando sem responder. Continuei voltando todos os anos questionando as pessoas. Nada. A única alternativa seria ficar ali caminhando até obter a resposta. Não voltei para o hotel e no final do verão fiquei morando na praia. Nunca mais voltei para minha cidade. Comprei uma barraca e montei entre as dunas. O primeiro inverno foi cruel. A primeira tempestade e a chuva de granizo que quase acabou com minha moradia. Caminho pela praia e aproveito para pedir uns trocados ou sobras de comidas dos veranistas. No inverno fico na frente de um mercado pedindo dinheiro. Nem lembro mais qual era a frase Ronaldinho dançando ballet e bebendo espumante num copo Stanley de Capão da Canoa até Torres por quatro horas Cristiano Straccioni Quintana artestraccioni@gmail.com
  • 5. Do fundo de seu porão gritos e uivos em vão Não suportava mais conviver com a podre sociedade a lhe conter Resolveu então elaborar um protesto com vísceras, sangue e todo o resto Sequestrou um padre, um pastor, um militar, um ministro e um delegado para representar todo seu desagrado Do padre e do pastor arrancou as pernas e os braços Colocou as Partes de um no outro e os ajeitou em um fraterno abraço Do militar e do delegado tirou apenas o escroto Após terminarem de sangrar, colocou o de um na boca do outro No ministro fez uma obra fecunda Arrancou a cabeça e enfiou o nariz na ministerial bunda Tinha ficado elegante, coisa para expor em museu Nem ele acreditava que todo aquele talento era seu O artista do protesto sangrento Fabio da Silva Barbosa fsb1975@yahoo.com.br
  • 6. Eles vão te tirar a carne A veia, a pele, o pensamento A capacidade de amar e de dizer não Eles vão expulsar o barulho das tuas memórias O umbigo enrolado no ventre O sorriso na boca, a unidade dos corpos E a certeza do amor Eles vão te tirar a ogiva A bomba que tens no cérebro O dente que não caiu E os teus medos mais bonitos Vão te afastar do risco Da porta entreaberta, das perdições do amor Acabar com a tua lógica, teu canto, com teus cisnes negros Vão te amarrar no tronco Beijar teu pescoço, teu peito, tuas mãos Não os rejeite, seja pacífico e cordial Alimente-os com tua obediência e sensatez E eles aumentarão por osmose Em discursos lógicos e sedutores Nas crenças que matam e isolam Por fim, pisarão nos teus pés E pedirão desculpas por te tirarem o céu Colocarão a corda em teu pescoço E com leve sorriso te desejarão boa noite Paulinho Assumpção paulo.assump@terra.com.br Hei!
  • 7. Eu odeio a gramática Odeio que me mandem Já me irrita dizerem o que posso e nao posso falar Imagina como eu devo e não devo falar Esse povo me manda tudo errado Que diferença faz um “s” no meio de duas vogais? Que diferença faz um “n” antes de “p” e “b”? Pelo menos o povo entende de o que eu falo Quem me manda sabe nem porque me manda. sintido ninhum Victória Faria @professorapoetafaria não é sobre esperar que ele pare para enfim poder viver. é desacelerar e observar, o que ele tem pra oferecer. é ter coragem de dançar na chuva, quando não há um teto pra te cobrir. em alguma hora se encontrar sozinho e ainda sim saber sorrir. é ver o mundo com outros olhos, e enxergar suas próprias cores. perceber que ele não é tão mau e não oferece apenas dores. é aproveitar cada grão, antes que caia o último na ampulheta. para não acabar atrasado por apenas fingir uma vida perfeita. Tempo Emili Reis
  • 8. Tantas histórias guarda a cidade mas e estórias, quantas delas são? Há narrativas da realidade Em cada muro, terreno ou chão Também por aqui há oralidade Do campo, no urbano há um quinhão Bichos e causos, diversidade brumas de monstros que medo nos dão Relatos de quem já tem mais idade Saberes que vêm de longe ou não Entre a magia e a urbanidade Visagens noturnas em comunhão Todos buscando (in)sanidade Seja real ou na imaginação Se noite e lenda têm cumplicidade Quando amanhece as lendas se vão monstros urbanos Elidiomar Ribeiro elidiomar@gmail.com É medo Puro medo Não digam que estou atônita Não atribuam a imagem Cravada em minha face Ao desespero Ou à ansiedade É somente medo Um medo absoluto Um medo tão intenso Que quase pode ser tocado Medo Da guerra iminente Da morte em andamento Desde o nascimento Na qual não se pensa aos vinte Mas que não sai da cabeça Depois dos quarenta Medo Renata Pereira renatafpereira@yahoo.com.br
  • 9. hoje é dia de arrancar galhos de árvores mortas limpar os pés no alpendre lembrar-se de dores curadas dia de refazer, em memória, pequenos percursos de infância dia de umedecer o cenho quase como um carinho furtivo ou um abraço de leve é dia de olhar para dentro de si sem buscar nada investigar-se como uma criança que acomete um caracol (se o poeta se deteve sobre as coisas naturais bichos e musgos e folhas e sons para tentar alcançar alguma humanidade desviada ecos dos ecos de uma natureza selvagem eu me nego a imagem de caracol que se depõe em meu poema não quer alcançar humanidade alguma apenas abstraí-la porque hoje é dia de ficar em silêncios) dia de juntar os pés ante uma oração sem palavras de olhar para os olhos de si numa fotografia velha de esquecer de fugir de seus mortos de tirar roupa, não ter medo da dor de amar o caos e a dúvida aproveita esse dia como um mimo guardado entre livros porque ele passa Entre livros Julliano Mendes ratodosubsolo@yahoo.com.br
  • 10. e o mar, Aquele que é infinito Que afoga os aflitos Que guarda os segredos Dos velhos e lindos mitos? por que a vida se faz de rogada Nos mata a cada madrugada Palpita , agita a estrada Por onde passamos o tempo E some a qualquer momento? cadê a parte bonita da história Da luta , sempre inglória Do medo que corta a memória Da farsa que a alma corrói Da fúria que tudo destrói? e o amar? Amargo, sorrateiro e cruel Faz-se doce, mas não fornece o mel Só surpresas carregadas de fel E a solidão de todo réu Face Doce Ana Paula Granello paulagranello@gmail.com Me despeço dessa fase que agora, [não é mais a atual. 365 dias se foram. Nada mais será igual. Mais um ano se inicia. O cenário muda. A esperança e a possibilidade de [dias melhores Ocupam todos os cantos… Os sorrisos alcançam os lábios Não há mais prantos. Mas, essa pseudo ideia de renovação que aquece todo coração ainda que [momentaneamente. É apenas uma convenção social… E passa gradativamente ANO NOVO Paula Ester paulaester545@gmail.com
  • 11. Épico ser! Epílogo da vida! Quão certeiro és. Quão real existes? Tua mente possui o labirinto da proeza. Labor sem fim. Quanto mais, maior sedes Hipófise glandular Epífise correspondente... do que está dentro, ao que está no todo Quantas cascas de noz vês? Miríades estelares bailando com placidez... Num espaço curvo e negro, [silencioso acima de tudo Mas jamais omisso e tortuoso Jamais tiras a vida de qualquer que seja Homem, planta, animal, pois Deus és! Hipófise não mente Epífise sustenta Alma pregnante Épica variável Hipófise epifísica Gazy Andraus yzagandraus@gmail.com Epífigenese epifísica Lembro de Dourados e seu oceano verde. Sentia sede de mar, e aproveitava qualquer rede. Pelo caminho tinha cana, milho mas eu não via o carnaval. A bicicleta e seus pedais… sinto falta da estrada e dos milharais, tudo era constante, um desafio. Numa selva de concreto, agora, volto a sentir...me arrepio, vejo a solidão das multidões onde a beleza dos confetes e foliões mascara o triste semblante que dorme na calçada. Na folia, dos reis e rainhas, faraós e concubinas, um poeta já dizia: “enquanto houver tristeza sempre existirá alegria.” CarnavialFelipe Durán Thedim lipduran@gmail.com
  • 12. Como nos veem : habitantes de sítios à parte os ainda severinos parindo filhos ao destino das marquises párias bêbados sem alfabeto vontade meta luz filosofia substratos amorfos do submundo. Eles dão viadutos aos automóveis. Nós que os tornamos tetos urbanos sem jardins mesas postas camas brancas e apenas existimos defendidos por eles em palavras nas câmaras senados gabinetes olhando-os por trás dos vidros mais longe que o sol e tratados como quem se move mais abaixo que o chão. Sérgio Bernardo tudovirapoesia@sapo.pt Nós, os mesmos Miseráveis de Victor Hugo
  • 13. Ainda resta no peito, vontade de gritar e falar De deixar a mágoa sofrida, erguer a cabeça e lutar O tempo passa e a gente cego não aproveita Focamos em coisas banais e os sonhos são deixados pra trás O tempo que passa e muita angústia se acumula Acreditamos em mentiras e nos afogamos em um mar de ilusão Porém, ainda resta no peito muita vontade de gritar e de falar O tempo vai passando e a gente deixa de acreditar Os sonhos vão ficando de lado, abrindo espaço para a depressão Estamos cansados de esperar, tão cansados que estamos doentes Mas no fundo queremos mudança, queremos que as coisas sejam diferentes Ainda resta no peito, muita vontade de gritar e de falar Vamos juntar essa raiva contida, erguer a cabeça e lutar O tempo vai passar, mas não podemos deixar de acreditar Todo sonho pode ser possível, basta sermos fortes e aprender a lutar Ainda dá tempo de mudar, ainda dá tempo de sermos diferentes Juntemos nossas forças e vamos à luta para fazer um mundo decente Por que ainda resta aqui no peito, muita raiva contida e vontade de mudar Rodrigo Dias @diddscinefoto @uzinagemzines Ainda Resta
  • 14. Camila Gomes poeta.camilagomes@outlook.com Sai para dar uma volta sem rumo, sem direção Sai para dar uma volta com dor no coração Sentindo tristeza, dor e solidão com as lágrimas caindo ao chão Porque? Por que sou negro (a) muita gente tem preconceito Passei em frente a escola e ouvi dois jovens falando de mim assim: Olha só aquele negro todo sujo, com as roupas rasgadas e todo suado Sou negro sim e estou suado sim cansado, mas, feliz pois trabalho no emprego que sempre escolhi Sou digno, descente trabalho em plantação mas, sei honrar a minha gente Com garra e determinação. PRECONCEITO Já renasci de várias cinzas para arder por qualquer brasa. Porém, existe uma fagulha. Aquela fagulha que de longe, mesmo que despretensiosamente aquece e ilumina o meu olhar. Seu sorriso irradia e sua voz desliza pelo meu ouvido como nota musical, que faz vibrar o meu pulsar. Timidamente se afasta e faz o meu pensar se alinhar e como um despertador me trazendo a realidade, me fazendo lembrar que tudo são apenas saudades do que não v i v e m o s e q u e o u t r a s oportunidades não teremos. Paula Costa
  • 15. Arte aqui fez me despir, da cabeça aos pés Arte aqui fez Shakespeare recitar Hamlet Jesus chorou ouvindo Brown numa fita cassete Tipo Padre Lancellotti num disco de rap Quando cê olha no meu olho, vê que vivo isso Abri livro o Wander Lee Conceição Evaristo Num Quarto de Despejo quando acende a luz Era Carolina Maria de Jesus. Vou entregar o seu presente tipo Reis Magos Polícia mata igual K9 tipo três tragos Devastador pro nosso povo como Olavo Com a bota suja de sangue correndo atrás de escravo Falei pros mano da quebrada que eu tinha plano insano de salvar o mundo tipo Ariano Sou Guimarães nesse Grande Sertão Veredas Que nunca nos falte tinta e comida em cima da mesa Arte salva mano, tenho certeza! Se ela não me segura Eu desço na correnteza. Quero o peso da leveza de um Sérgio Vaz O respeito dos meus parceiro quando olhar pra trás Quem tá perdido na estrada é só seguir a luz, de Negra Li de Dina Di pra ver Exú do Blues Rap é a voz do povo que não tem voz Como aprendi com Eduardo DW “Eu brindo com os meus heróis!” Pedro Esteves pedroesteves.art@gmail.com DO PÉ QUE BROTOU CRIOLO NÃO NASCERÃO BOLSONAROS
  • 16. Ao amanhecer ainda com os olhos com sono, uma sensação de bem estar. Um bom dia sorridente o corpo a espreguiçar a boca no bocejo Pelo rosto escorre um lacrimejo histórias relembradas, jamais serão contadas, tudo tão perfeito, uma noite longa ,intensa de desejo. cumplicidade, vaidade, vertigens, infinidade, de coisas obsoletas, que causa um baile de borboletas no estômago um sussurro ao pé do ouvido, um segredo revelado ,o âmago um caso mal interpretado, várias vezes recordado, caçuados. uma história de ficção ,onde o coadjuvante em ação etc e tal, morre no final. O Contexto The Ganmit ganmitthe@gmail.com Flavia ASantos @luzesombras82
  • 17. Estou como o novo homem Sentado a beira de um rio Olhando a vida por viés... Estou como o novo homem Abraçado aos cestos de poesia Do sonho, vendo o que é melhor... Estou como o novo homem Saltando o tempo no espaço Vivendo o arco da saudade Beijando a musa, a harpa O sono e o sonho da lira musical Estou como o novo homem Deitado dentro da floresta Sorrindo, simples, como o vento. Estou como o novo homem Cansado e louco por viver Como a avenida que não pára. Estou como o novo homem Parado ao céu que nos pertence E ao astro-rei, o mesmo sol. Estou como o novo homem Escravo de um velho amor Liberto, enfim, da solidão. A TRANSFORMAÇÃO PELO AMOR Aldo Moraes csm.consultoriadeprojetos@gmail.com Rapto Mórbido Rápido Sórdido Magro Pardo Flagro Fardo: Bebo Corro Crio Morro. Verso Proso Mordo Gozo Guio Durmo Amanheço Soturno. Interrogo Eu Sou todo: Meu. Eu: Eduardo C Souza eduardodesouza72@gmail.com
  • 18. Dois pesos, mais de quatro medidas Para avaliar seu merecimento Será que o direito ao sentimento Nos proporciona dádivas? Eu vejo disparate na política do afeto Tão negligenciado para o sobrecarregado Espírito exausto ante tanta imposição, tanto padrão... Por que na seleção o amor vai pra quem tem mais condição? Se a pele é branca, é jovem de classe média Se é preta, é traficante O esforço da mulher com jornada tripla Pra muitos é irrelevante... Eu quero um mundo com carinho descapitalizado Voltado ao real, sem ser idealizado. AnaLu Kattah anakattaharte@gmail.com Disparate
  • 19. Estrada da Purificação Cleuza Figueiredo azuelcrocha@hotmail.com Entrar por esses sítios É adentrar na história; Caminheiros, é um convite a voltar no tempo. Dizem que o imperador andou por essas plagas... Parte da Estrada Real Da então Vila Rica Que do veio aurífero negro E do muito sangue d'áfrica Conjuga-se, hoje, Ouro Preto!... Podemos avistar Aves de espécies variadas, E outros tantos animais; Que ao som de passos fogem esbaforidos; E uma vegetação de rara beleza, É a mesma d’outrora atapetando o chão; Aqui faço ponto: Onde o botânico poderia apurar e escolher .. Um pouco à frente, uma curva mais acentuada, Deparamos com um nicho ecológico envolto em mistério; Uma lenda ou um fato adormecido? Em toda a sua extensão, Extasiamos com idílicos panoramas; E do mirante, um olhar mais demorado, Deveras, há de fitar um nascer do sol bacante [entre folhas rendadas Tecendo colóquio; Ou um devaneio d’outros momentos longínquos: Seria um carrear d'ouro sob as estrelas, nas noites de estio? Ou um pernoite sob a coberta do céu? Por um momento se ouve o cantar de uma fonte silente. Onde se pode descansar os pés cansados de andarilho. A pedra limosa, guardiã Abriga a era entrelaçada... Tudo ali parece conspirar: Suspiros de amor, Ideais naufragados, Lamentos; Correntes que nos mantém ainda em degredo... A religiosidade permeia em cada canto; Como uma oração que nos chega em sinfonia com o vento e Pedisse passagem...e as montanhas retumbam num eco, Passai!... Oh, mãe Das Dores; Apiedai dessas almas idas E nós dê guarida, Para a proteção Desse relicário de tamanha noção A estrada da Purificação!...
  • 20. Por um instante, o mundo parou de girar. O Sol parou com o processo de fusão, pelo qual produz toneladas de Hélio para enviar o calor à Terra... Não há calor na Terra. Exceto pelo calor da fissão nuclear, processo oposto que libera Energia em um curto espaço de tempo e envia calor muito calor e então... Há calor na Terra. Há o calor do abraço [da mãe que protege o seu filho dos destroços e Morrem ambos] Mas há muita, há muita esperança! [Pediu a menina que escrevesse em seu túmulo antes de morrer e Não foi encontrada (Inteira)] Então se fez o silêncio. Exceto pelo grito da criança embaixo dos destroços que felizmente já foi abafado pelo som dos mísseis Ou de uma outra criança Mas busquemos a paz! Cujas pás incessantemente reviram escombros em cima dos que jaz Mas busquemos esperança! Aquela que dança sobre a corda “Cada vez que a história adormece, o som das balas a acorda”1 Então se fez o som. Pois acordes os que ainda dormem! Para que a corda os enforque Então tudo se fez e, no último dia, descansou por vários dias. Antes que as suas mãos arranquem as estrelas dos céus Rumam os seus pés aos ramos de Oliveira Jamais ofuscado por qualquer brilho de qualquer estrela “Você vê aquela nuvem cinzenta acima? Horas atrás era uma coluna de fumaça E ontem era a nossa casa”1 1: Trechos retirados dos escritos de Hiba Kamal Abu Nada, poetisa Palestina morta por Israel. Ana Galdino machadoa180@gmail.com
  • 21. MUITO OBRIGADO PELA LEITURA ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO! ameopoemaeditora@gmail.com @ameopoemaeditora @coletivoameopoema COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA INCENTIVAR NOVOS TRABALHOS: ameopoemaeditora@gmail.com Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato. Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato, são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva. INTERVENHA NESTA REVISTA E MANDE UMA FOTO PRA GENTE EDITORA INDEPENDENTE EXEMPLARES FÍSICOS PODEM SER SOLICITADOS VIA CONTATOS ACIMA