O documento apresenta poemas e textos de diversos autores sobre temas como solidão, natureza, sonhos e crítica social. Também promove o projeto de extensão "AMEOPOEMA" que busca ampliar o acesso à cultura e literatura em áreas carentes.
1. QUERPARTICIPARDASNOSSASAÇÕES?
ENTREEMCONTATO:
@coletivoameopoema//fb.com.ameopoema
PROJETODEEXTENSÃOAMEOPOEMA
bibliotecaanarquista.org
Flores no jardim.
a morte roda viva.
pássaros voam.
Cesar Carvalho
"Se fantasia fosse realidade
no espelho escreveria:
amor, não me procure.
e o batom eu guardaria."
DOIS
POEMAS
COM
em meio ao cinza
essas poucas flores no papel de parede
embalam os sonhos de infância.
O verde das fachadas
derrama lágrimas vegetais
Maria Alice Bragança
@maria_alice_braganca
AMEOPOEMA
#103 - dezembro de 2023 - Ouro Preto, MG - Brasil
A Aranha
alí no cantinho
só na teia
roçando as patinhas
antenada
tramando à morte
espreitando vibrações
salivando a seda
de um fio de teia
que a leve selvagem
ao encontro fatal
numa euforia excitante
liberando o veneno do ferrão
A Aranha
salta num bote certeiro
no exato momento
que a presa caí alí na teia
onde o drama da Aranha acaba
sem medo da solidão e do vazio
A Aranha vai vivendo
tecendo a teia
devorando as presas
saciando a fome
NA
TEIA
DA
ARANHA
Joe Maia
facebook.com/joicyano
“Soprar o canudo e ver borbulhas no ar, bolas
de sabão e sol, formam arco íris nos olhos,
nada mais leve que ver a praça e os
moleques no pique - sem buzina ou fumaça,
sem nuvem nem hora marcada, sonho infinito
de sábado, nada para atrapalhar”
Alexandre Durratos
@poeta.xandu
O desejo de destruir também
é um impulso criativo.
Mikhail Bakunin
2. Edição: Editora AMEOPOEMA (@ameopoemaeditora)
Coordenação: Editora AMEOPOEMA (@ameopoemaeditora).
Circulação (impressa e E-book): Ouro Preto, Mariana (MG) e BH
Conselho Editorial: Rômulo Ferreira | Flávia Alves
Exemplares na pRAÇA: 1000 (distribuídos gratuitamente).
Nesta edição: Marcelo Brandão / Michel Felipe / Polyana Arenari /
Joe Maia/ Alexandre Durratos / Cesar Carvalho / Rômulo Ferreira /
Maria Alice Bragança / AMEOPOEMA+ OUTRAS ARTES
ameopoemaeditora@gmail.com || @ameopoemaeditora
ameopoemaeditora.com.br | @coletivoameopoema
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BY ND
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EDITORIAL
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O projeto busca a ampliação do acesso cultural e literário
para a população residente em áreas pouco assistidas por
serviços públicos, artísticos e culturais.
Dentre as propostas apresentadas, estão atividades de
estímulo à leitura, escrita, criação artística e geração de renda,
além de reforço e acompanhamento escolar. PARTICIPE!
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clique nos
ícones
PROJETO DE EXTENSÃO AMEOPO MA
E
Publicação sem fins lucrativos, feita artesanalmente, com amor
e vontade de circular ideias e estimular a produção literária em
Ouro Preto e região. (Circulação: desde junho de 2010)
Abri! Eu Chamo-me Anarquia
Eu sou o Turbilhão colérico e profundo,
que vem varrer a terra, o ralo nunca
[antes visto
Venho cheio de pó, cansado, todo imundo,
Em toda parte o mal! Em toda parte o Cristo!
Sou quem trago a sentença escrita contra o
[mundo,
e que açoita o cavalo com sangue do
[anti-Cristo!
Sou quem trago comigo os rotos esquadrões
da plebe esguedelhada, anônima, assassina.
Sou quem hei de varrer reis e religiões,
a indignação de baixo, a cólera ferina
Já chegou a Justiça, o sangue das Nações!
-A pé, a pé, a pé! A cotovia trina!
Papas, bispos e reis, peitos de diamante!
como não chorareis ouvindo o grande abalo
Alemanha, arremassa ao Reno o teu guante
Tu, Igreja, renega antes que cante o galo,
-Justiça, mostra já teu dedo flamejante!
-Vingança, vei selar o teu feroz cavalo!
Fonte: livro ‘‘Poesias e Hinos Libertários’’ org:
Michel Felipe e Polyana Arenari (a maioria das poesias foram
retiradas do jornal "A Plebe", (1950).
Amanhã é
um novo dia.
Uma nova
oportunidade
de eu me superar.
Eu não tenho
a intenção
de ser melhor
que ninguém,
de me exibir,
de me mostrar.
Aliás, acho isso,
meio patético.
Prefiro alimentar
o meu corpo,
do que meu ego.
Aprendi e ainda
tenho aprendido
com o que
de fato,
eu devo
me importar.
(...)
2297
(...)
O tempo passa
e ele tem
passado rápido.
E ele leva
a vida junto.
Então, tenho feito
o que posso,
para que
amanhã cedo
já não seja
tarde demais,
para que eu
possa sonhar.
Neste mar
de palavras,
percebo que
na verdade nós
estamos sozinhos...
e não adianta
nem lamentar.
Percebo que
sigo aprendendo
a viver disposto
e exposto a tudo
que o amanhã
têm ou terá
para me ensinar.
Marcelo Brandão
@sinta_a_sintese
portas cerradas, raios, luzes, barulho,
barulho, caos... a mente ferve nestes dias
que a lágrima briga com o olho... fica
paralisada nas milhares de esperas que
inventamos, fica. só fica!
...depois, o real é só o que sobra das
explosões, a lembrança do momento antes
de soltar o pino e tentar se arrepender de
algo sem tempo para retorno.
trabalhamos tanto para termos promessas,
trabalhamos tanto para mantermos nossa
cara visível frente a um pedaço de espelho
que insistimos em resguardar para no futuro
recordarmos que nada mudou desde a
última vez que miramos no alvo do viver.
pode ser um delírio esquematizado, sim...
permito que seja, deixo-me delirar no
sorriso amarelo entre um cigarro e outro...
sinto-me invisível no ar, dançando com
pombos e urubus, numa dança que me
deixa paralisado tal qual uma nuvem cinza
que espera algo para seu derradeiro
derrame. fique sabendo, as crianças não
estão bem... elas carregam o desejo de
destruir.
Rômulo Ferreira | @romulopherreira