O documento discute a obesidade e como ela é percebida versus a realidade. A obesidade é uma doença crônica reconhecida pela OMS que ocorre quando há um desequilíbrio energético no corpo. O IMC é um método confiável para medir a obesidade, dividindo a massa corporal pelo quadrado da altura. Tratamentos para a obesidade devem ser prescritos por profissionais de saúde.
1. A OBESIDADE E A IMAGEM DO ESPELHO
Você se acha magro(a) ou gordo(a)? Que padrão te. Essa doença vem atingindo cada vez mais pes-
de medida você usa para responder a essa pergun- soas jovens e uma de suas possíveis causas está
ta: apenas a imagem que vê refletida no espelho? na grande pressão social para que as pessoas man-
Se o espelho for o seu único padrão de referência tenham a forma física.
para medir a grandeza obesidade, cuidado! A. ima- Por outro lado, quem está obeso deve ficar
gem que temos de nós mesmos tem muito a ver atento, pois sua saúde corre risco. Obesidade é
com nosso humor, estado de espírito e auto-estima uma doença crônica reconhecida pela Organização
- e esses atributos não são quantificáveis! Mundial de Saúde. Ela se caracteriza por excesso
Você já deve ter ouvido falar de uma doença de gordura corporal, que pode ocorrer de duas for-
chamada anorexia, uma terrível e contínua obses- mas diferentes: pelo número ou pelas dimensões
são pela magreza. Os primeiros sinais são regimes das células adiposas.
constantes e a prática exagerada de exercícios físi- De maneira geral, o acúmulo de gordura pode
cos. Quem sofre desse mal tem uma visão distor- surgir quando há um desequilíbrio energético: a pes-
cida de seu próprio corpo: ao olhar para o espelho, soa ingere mais calorias (energia) do que consome.
enxerga uma pessoa gorda, mesmo que seu corpo Muitos fatores podem desencadear esse desequilí-
esteja esquelético e subnutrido, e, por isso, per- brio: de maus hábitos alimentares a fatores genétí-
siste numa dieta de fome que pode até levar à mor- cos, passando até por problemas emocionais.
2. E como sa er se estamos obesos? Um padrão de referência con-
fiável para medirmos a obesidade pode ser o IMC (índice de massa cor-
poral), grandeza que relaciona a altura e a massa de um indivíduo. Para
calcular o IMC, é necessário dividir a massa (rn), dada em quilogra-
mas, pelo quadrado da altura (h), dada em metros: IMC = m/h2. De
modo geral, os médicos classificam como obesa a pessoa que pos-
sui IMC superior a 30 kg/rrr', embora possa haver variações indivi-
duais, conforme o biótipo ou constituição óssea do indivíduo (veja a
tabela abaixo).
ESCALA DE íNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
Desnutrição abaixo de 14,5 kglm 2
Peso abaixo do normal até 20 kglm2
20 - 24,9 kglm 2
25,0 - 29,9 kglm 2
30,0 - 39,9 kglm 2
Fonte: Revista Nova Escola. n.172. maio 2004.
o importante é diagnosticar a doença e avaliar suas causas pa-
ra atacá-Ias, pois a obesidade predispõe o organismo a várias outras
doenças graves, como hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose,
insuficiência respiratória ou cardíaca e vários tipos de câncer. Entre-
tanto, lembre-se de que só profissionais especialistas podem indicar
tratamentos seguros.
A Química desenvolveu drogas que são extremamente importan-
tes no tratamento contra a obesidade. Algumas atuam no hipotála-
mo, parte do cérebro que regula o apetite, inibindo a fome e provo-
cando sensação de saciedade. Outras inibem a absorção de gorduras
pelo intestino. Genericamente chamadas de "remédios para emagre-
cer", essas drogas, se não forem bem administradas, podem até
matar. Algumas, como as anfetaminas, são tão perigosas que têm uso
controlado (veja quadro na página 261). E esse é um dos grandes ris-
cos do tratamento sem orientação médica. Muita gente usa "remédios
para emagrecer" sem necessidade, apenas por razões estéticas. Co-
mo todo medicamento, eles também apresentam efeitos colaterais
que podem ser bastante perigosos,
tais como taquicardia, cefaléia, an-
siedade, insônia, sonolência, dimi-
nuição da libido, boca seca, au-
mento do ritmo intestinal, pro-
blemas nas válvulas cardíacas.
É o médico que precisa avaliar a
relação risco/benefício pa-
ra cada paciente.
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