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Notas de aula para o curso de F´
                                      ısica 3
                     Fernando T. Brandt (professor),
 Alessandro M. Marques, Bertha M. Cuadros-Melgar, Edgar R. R. Sanabria,
          Luciano B. de Lemos e Manuel A. Espinoza (monitores)
                          27 de setembro de 2000


1     Primeira aula
1.1    Intera¸oes fundamentais da natureza
             c˜
As intera¸oes entre os constituintes mais elementares da mat´ria, conhecidos
         c˜                                                 e
at´ o presente, podem ser classificadas em 4 tipos (em ordem crescente da
  e
intensidade da intera¸ao)
                     c˜

    • Gravitacional

    • Nuclear fraca

    • Eletromagn´tica
                e

    • Nuclear forte

    As intera¸oes nucleares operam somente na escala microsc´pica (nuclear
             c˜                                                o
e sub-nuclear), decaindo muito rapidamente para grandes distˆncias. Fe-
                                                                  a
nˆmenos macrosc´picos no dom´
  o               o             ınio da f´ısica cl´ssica, podem ser estudados
                                                  a
levando-se em conta somente as intera¸oes gravitacional e eletromagn´tica.
                                        c˜                              e
Embora estas duas intera¸oes possuam certas semelhan¸as qualitativas for-
                          c˜                               c
mais, do ponto de vista quantitativo elas diferem em v´rias ordens de gran-
                                                          a
deza. De fato, considerando a intera¸ao entre, por exemplo, dois el´trons,
                                     c˜                              e
                      Atra¸ao gravitacional
                          c˜                        1
                                            =              .
                        Repuls˜o el´trica
                              a    e          4, 17 × 1042

                                        1
+                       +

                          -                       -
                          +                       -
                          Figura 1: Tipos de cargas


    Apesar desta gigantesca diferen¸a, os efeitos da intera¸ao gravitacional
                                     c                       c˜
nos parecem mais percept´ ıveis do que a intera¸ao eletromagn´tica. Isto ocorre
                                                c˜            e
porque a for¸a el´trica pode ser tanto atrativa como repulsiva. J´ a gravita¸ao
            c e                                                  a          c˜
atua em todos os corpos materiais (na verdade, em qualquer forma de energia)
sempre de maneira atrativa. Entretanto, este mascaramento da intera¸ao      c˜
eletromagn´tica, relativamente a gravitacional, desaparece totalmente (na
           e                      `
verdade ele se inverte) quando consideramos efeitos n˜o est´ticos, como a
                                                          a     a
intera¸ao da mat´ria com ondas eletromagn´ticas.
      c˜          e                            e

1.2     Carga el´trica
                e
A existˆncia de atra¸ao e repuls˜o foi descrita pela primeira vez em ter-
        e             c˜          a
mos de cargas el´tricas por Charles Fran¸ois de Cisternay du Fay em 1773.
                 e                         c
Investigando-se a eletriza¸ao por atrito concluiu-se que existem dois tipos de
                          c˜
carga: carga positiva e carga negativa, como mostra a figura 1.

1.2.1   Conserva¸˜o da carga
                ca
Normalmente um corpo ´ neutro por ter quantidades iguais de cargas positi-
                         e
vas e negativas. Quando o objeto I transfere carga de um dado sinal para o
objeto II, o objeto I fica carregado com carga de mesmo valor absoluto, mas
de sinal contr´rio. Esta hip´tese, formulada pela primeira vez por Benjamin
              a              o
Franklin, ´ considerada a primeira formula¸ao da lei de conserva¸ao de carga
          e                                c˜                   c˜
el´trica.
  e



                                      2
1.2.2   Quantiza¸˜o da carga
                ca
Em diversos problemas que ser˜o abordados neste curso, assumiremos a
                                  a
existˆncia de cargas distribu´
     e                       ıdas continuamente no espa¸o, do mesmo modo
                                                       c
como ocorre com a massa de um corpo. Isto pode ser considerado somente
uma boa aproxima¸ao para diversos problemas macrosc´picos. De fato, sa-
                   c˜                                  o
bemos que todos os objetos diretamente observados na natureza possuem
cargas que s˜o m´ ltiplos inteiros da carga do el´tron
            a    u                               e

                         e = 1, 602177 × 10−19 C,

onde a unidade de carga C, o coulomb, ser´ definida mais adiante. Este fato
                                          a
experimental foi observado pela primeira vez por Millikan em 1909.

1.3     A Lei de Coulomb
A primeira constata¸ao de que a intera¸ao entre cargas el´tricas obedece a
                     c˜                  c˜               e               `
lei de for¸a
           c
                                        1
                                   F ∝ 2,                               (1)
                                        r
onde r ´ a distˆncia entre as cargas e F ´ o m´dulo da for¸a, foi feita por
         e      a                          e    o           c
Priestley em 1766. Priestley observou que um recipiente met´lico carregado,
                                                            a
n˜o possui cargas na superf´ interna, 1 , n˜o exercendo for¸as sobre uma
  a                          ıcie            a                c
carga colocada dentro dele. A partir deste fato experimental, pode-se dedu-
zir matematicamente a validade de (1) O mesmo tipo de dedu¸ao pode ser
                                                                c˜
feita na gravita¸ao, para mostrar que dentro de uma cavidade n˜o h´ for¸a
                c˜                                               a a     c
gravitacional.
    Medidas diretas da lei (1) foram realizadas em 1785 por Coulomb, utili-
zando um aparato denominado balan¸a de tor¸ao. Medidas modernas mos-
                                      c        c˜
tram que supondo uma lei dada por
                                           1
                                F ∝            ,                        (2)
                                       r 2+
ent˜o | | < 3 × 10−16 [6].
   a
   O resultado completo obtido por Coulomb pode ser expresso como
                                        q1 q2
                            F2 1 = k           r12 ,
                                               ˆ
                                       (r12 )2


                                       3
F
                        12         r                      F21
                                   12

                              q1                     q2
                                        r
                                        12

                       Figura 2: For¸a entre duas cargas
                                    c


onde a nota¸ao est´ explicada na figura 2. Um outro fato experimental ´ a
            c˜     a                                                 e
validade da terceira lei de Newton,

                                   F2 1 = − F1 2 .

1.3.1   Sistema de unidades
No sistema MKSA a carga el´trica ´ medida em unidades de coulomb (C) e
                            e    e
a constante de Coulomb k ´ dada por
                         e

                          k = 8, 9875 × 109 N · m2 /C 2
´
E conveniente definir tamb´m a constante de permissividade do v´cuo, 0
                           e                                       a
dada por
                                       1
                                 0 =                                    (3)
                                     4πk
A unidade de carga C ´ definida em termos da unidade de corrente, o amp`re,
                     e                                                 e
A; em um segundo, a quantidade de carga que atravessa uma se¸ao transversal
                                                            c˜
de um fio, por onde flui uma corrente de 1 A ´ 1 C.
                                            e

1.4     Princ´
             ıpio de superposi¸˜o
                              ca
Em situa¸oes mais gerais, quanto existem mais de duas cargas no v´cuo, a
         c˜                                                             a
experiˆncia mostra que vale o princ´pio de superposi¸ao, ou seja, a for¸a sobre
      e                             ı                   c˜             c
cada carga ´ a soma vetorial das suas intera¸oes com cada uma das outras
            e                                  c˜
cargas. Portanto,
                                                 qj
                      Fi =      Fi j = kqi             r ,
                                                       ˆ
                                                      2 ji
                                                                            (4)
                            j=i            j=i (rji )

  1´
    E por esta raz˜o que as pessoas dentro de um avi˜o que atravessa uma tempestade,
                  a                                 a
n˜o morrem eletrocutadas!
 a

                                         4
1.5    O Campo
Consideremos a equa¸ao (4) aplicada a for¸a sentida por uma carga q 0 , devida
                       c˜           ` c
a N cargas q1 · · · qN
`
                                     N
                                         qj
                           F = q0 k            r,
                                               ˆ
                                              2 j
                                                                           (5)
                                    j=1 (rj )

onde rj ´ a distˆncia desde a carga qj at´ o ponto do espa¸o onde se encontra
        e       a                        e                 c
a carga q0 e rj ´ o vetor unit´rio apontando na dire¸ao da linha que une
              ˆ e               a                       c˜
as cargas qj e q0 , no sentido de qj para q0 . Esta equa¸ao pode ser escrita
                                                         c˜
formalmente como
                                      N
                            F = q0         Ej = q0 E,                     (6)
                                     j=1

onde
                               N              N
                                                   qj
                         E=         Ej = k               r.
                                                         ˆ
                                                        2 j
                              j=1             j=1 (rj )

A grandeza E ´ denominada campo el´trico e est´ definida em todos os pontos
               e                      e          a
do espa¸o. Para que possamos observar, ou seja, medir, o campo el´trico E,
        c                                                         e
´ preciso posicionar uma carga em um determinado ponto do espa¸o, medir
e                                                                c
a for¸a sentida por esta carga e calcular a raz˜o
     c                                         a

                                       F
                                          .
                                       q0
Estamos supondo uma situa¸ao idealizada, onde a carga q0 n˜o altera o
                              c˜                                 a
campo produzido pelas outras cargas.
    A id´ia de se introduzir campos na f´
         e                              ısica constitui um passo importante
para uma descri¸ao onde as intera¸oes s˜o entendidas sem a introdu¸ao de
                 c˜               c˜     a                           c˜
a¸ao a distˆncia. Na presente descri¸ao, a intera¸ao entre duas cargas se d´
 c˜ `       a                       c˜           c˜                        a
em duas etapas. Primeiro a carga q1 cria o campo E, e em seguida, a carga
q2 interage com o campo E. Este detalhamento, que por enquanto parece um
luxo desnecess´rio, ´ de fundamental importˆncia em problemas dependentes
              a     e                       a
do tempo, tendo em vista que os sinais eletromagn´ticos propagam-se, no
                                                      e
v´cuo, com a velocidade da luz
 a

                         c = 2, 99792458 × 108 m/s




                                          5
E1
                                  y
                                       E
                                  P


                                      E2
                              r

                              θ                θ
                         +                                     x
                         q1                        q2
                                      2a
                            Figura 3: Dipolo el´trico
                                               e


1.6     Campo de um dipolo
Um dos exemplos mais simples do campo el´trico de mais de uma carga ´ o
                                                 e                    e
caso do chamado dipolo el´trico, mostrado na figura 3.
                          e
     Um dipolo el´trico nada mais ´ do que duas cargas de sinais opostos
                    e                e
separadas por uma certa distˆncia, que aqui vale 2a. Supondo que as duas
                              a
cargas se encontram sobre o eixo x, ambas a uma distˆncia a da origem,
                                                   `     a
vamos calcular o campo el´trico devido a elas em um ponto que se encontra
                           e                 `
sobre o eixo y. Supondo tamb´m que as duas cargas tenham m´dulos iguais,
                              e                              o
|q1 | = |q2 | = q ent˜o
                     a
                                                  q
                             |E 1 | = | E 2 | = k 2 .
                                                 r
Note que, devido a geometria do problema e a condi¸ao acima, as componen-
                     `                           `    c˜
tes y de E1 e E2 s˜o iguais em m´dulo mas com sentidos opostos e portanto
                     a             o
a componente y da resultante E1 + E2 ´ nula. A componente x ´ dada por
                                            e                  e
                                                   q a   2kaq      2kaq
      E1x + E2x = |E1 | cos θ + |E2 | cos θ = 2k        = 3 =
                                                   r 2r   r   (y 2 + a2 )3/2


Uma situa¸ao de especial interesse ´ quando a separa¸ao entre as cargas ´
         c˜                        e                c˜                  e

                                           6
∆q i    ^
                  ri



                            P

                          ∆Ei

                 Figura 4: Distribuic˜o continua de carga
                                     a

muito menor que a distˆncia at´ o ponto de observa¸ao P
                      a       e                   c˜

                                  y       a.

Neste caso, podemos desprezar a no denominador da equa¸ao anterior, ob-
                                                      c˜
tendo
                                         p
                           E1x + E2x = k 3 ,
                                        y
na qual
                                 p ≡ 2qa                                (7)
´ o chamado momento de dipolo.
e
    Situa¸oes de interesse f´sico e tecnol´gico onde aparece o momento de
         c˜                 ı             o
dipolo ocorrem tanto em sistemas atˆmicos como em antenas.
                                      o


2     Segunda aula
2.1    Campo de uma distribui¸˜o cont´
                             ca      ınua de cargas
Em v´rias situa¸oes de interesse pr´tico, podemos desprezar a granularidade
      a         c˜                 a
da carga el´trica e calcular o campo el´trico, assumindo a continuidade da
            e                           e
distribui¸ao. Este procedimento envolve os seguintes passos:
         c˜

    • Dividimos o volume em peda¸os ∆Vi , cada um possuindo carga ∆qi ,
                                c
      conforme a figura 4.


                                      7
• Calculamos o campo el´trico produzido por ∆qi no ponto P ,
                          e
                                                  ∆qi
                                    ∆E i = k             ri
                                                         ˆ
                                                  (ri )2

   • Usamos o princ´
                   ıpio de superposi¸ao para calcular o campo total em P
                                    c˜
                                                                   ∆qi
                      E = lim           ∆Ei = k lim                       ri
                                                                          ˆ
                           ∆qi →0
                                    i
                                                      ∆qi →0
                                                               i   (ri )2

   Ap´s tomarmos o limite indicado nas express˜es acima, obtemos a se-
      o                                       o
guinte express˜o para o campo
              a
                                                 dq
                                E=k                 r,
                                                    ˆ
                                             V   r2
onde V denota a regi˜o onde a distribui¸ao de cargas ´ n˜o nula.
                    a                  c˜             e a
   ´ conveniente distinguirmos os seguintes tipos de distribui¸oes de cargas:
   E                                                          c˜
                                                                               dq
   • Carga distribu´ em um volume V com densidade ρ =
                   ıda                                                         dV
                                                                                    .
                                                                                        dq
   • Carga distribu´ em uma superf´ A com densidade σ =
                   ıda            ıcie                                                  dA

                                                                                             dq
   • Carga distribu´ em ao longo de uma linha l com densidade λ =
                   ıda                                                                       dl
                                                                                                .
   Veremos a seguir alguns exemplos simples de distribui¸oes cont´
                                                        c˜       ınuas.

2.2    Campo de um bast˜o carregado
                       a
Consideremos um bast˜o de comprimento l possuindo carga Q, positiva,
                       a
uniformemente distribu´da. Vamos calcular o campo el´trico em um ponto
                       ı                              e
P , localizado a uma distˆncia d da extremidade esquerda do bast˜o, como
                         a                                      a
mostra a figura 5.
    O elemento de comprimento dx possui carga
                                                         Q
                            dq = λdx;            λ=        .
                                                         l
Cada elemento de carga dq produz um campo el´trico em P , apontando
                                                 e
sempre no sentido negativo do eixo x. De acordo com a lei de Coulomb,
                                   dq     dx
                          dE = −ˆ 2 = −ˆ
                                ik     ikλ 2 ,
                                   x      x
                                         8
y
                                                                                l
                         P                  

                                               ¡
                                                           ¤

                                                           ¥
                                                                

                                                               ¡   ¢
                                                                       ¤

                                                                       ¥   ¢£       ¢£   ¢£   ¢£




                                                                                                       x
                E                  ¦

                                   §
                                           ¦

                                           §




                                                                   dx
                                       d

                        Figura 5: Bast˜o carregado
                                      a


onde ˆ ´ o versor na dire¸ao x. O campo el´trico total em P ´ dado pela
     i e                 c˜               e                 e
superposi¸ao dos campos infinitesimais
         c˜
                                 d+l   dx         1   1                                                        kQ
      E = −ˆ
           i      dE = ˆ
                       ikλ               2
                                           = −ˆ
                                              ikλ   −                                                = −ˆ
                                                                                                        i
                             d         x          d d+l                                                     d (d + l)

Note que para d     l
                                     Q
                                       |E| ≈ k
                                         ,
                                     d2
que ´ o campo de uma carga puntiforme.
    e
   Para um fio de comprimento infinito, ou seja, l                                                   d, mas com densidade
λ finita,
                                       1
                             |E| ≈ kλ .
                                       d

2.3    Campo de um anel carregado
Consideremos um anel uniformemente carregado, possuindo carga total Q,
positiva. Queremos determinar o campo el´trico em um ponto P , que est´
                                             e                              a
a uma distˆncia z do plano do anel, situado no eixo do anel, conforme a
           a
figura 6. Note que a soma vetorial das componentes do campo el´trico or-
                                                                    e
togonais ao eixo z ´ nula. De fato, para cada elemento de carga dq, existe
                    e
outro, diametralmente aposto, produzindo uma componente ortogonal com
sinal oposto. Esta equivalˆncia entre os elementos de cargas diametralmente
                          e
opostos ´ denominada uma simetria do sistema; uma simetria nada mais ´ do
        e                                                                e
que uma equivalˆncia, neste caso geom´trica, entre uma parte de um sistema
                e                       e
e sua contra-parte reversa, neste caso o ponto oposto em rela¸ao ao centro do
                                                             c˜


                                                       9
dE       dE

                                  P
                         dE
                                       r
                                  θ
                              z
                                           dq
                                       a
                                                                       y


                x
                          Figura 6: Anel carregado


anel. Simetrias s˜o muito uteis pois costumam facilitar bastante a solu¸ao
                 a        ´                                            c˜
de problemas mais complicados.
   As componentes paralelas ao eixo z s˜o dadas por
                                        a
                                      dq                z
                         dE|| = z k
                                ˆ       2
                                          cos θ = z kdq 3 .
                                                  ˆ
                                      r                r
Note que a grandeza rz3 assume sempre o mesmo valor quando percorremos
os pontos do anel. Logo,
                         z            z                  z                 z
   E|| =    dE|| = z k
                   ˆ              ˆ
                             dq = z k 3         dq = k       Q = z kQ
                                                                 ˆ                     (8)
                         r 3         r                   r 3
                                                                      (a2 + z 2 )3/2

Para z     a a express˜o acima comporta-se como
                      a
                                                kQ
                                  E|| ≈ z
                                        ˆ          ,
                                                z2
que ´ o campo de uma carga puntiforme.
    e


                                           10
P




                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                                                              r
                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                   




                   




                   
                          

                         ¡




                          

                         ¡




                          

                         ¡
                                  

                                 ¡




                                  

                                 ¡




                                  

                                 ¡
                                     R    

                                         ¡




                                          

                                         ¡




                                          

                                         ¡
                                                ¡




                                                ¡




                                                ¡
                                                     




                                                     




                                                     
                                                           

                                                          ¡




                                                           

                                                          ¡




                                                           

                                                          ¡
                                                                  ¡




                                                                  ¡




                                                                  ¡
                                                                       




                                                                       




                                                                       
                                                                             

                                                                            ¡




                                                                             

                                                                            ¡




                                                                             

                                                                            ¡
                                                                                 

                                                                                ¡




                                                                                 

                                                                                ¡




                                                                                 

                                                                                ¡
                                                                                                    y
                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                                                                                 

                         ¡       ¡       ¡      ¡         ¡       ¡         ¡   ¡




                 x
                                     Figura 7: Disco carregado


2.4     Campo de um disco carregado
Consideremos agora um disco uniformemente carregado possuindo carga total
Q, conforme a figura 7. Queremos calcular o campo el´trico em um ponto
                                                       e
P situado no eixo do disco, a uma distˆncia z do plano do disco. Utilizando
                                      a
o princ´pio de superposi¸ao, o campo produzido em P ´ a soma (integral)
       ı                c˜                              e
dos campos produzidos por an´is de raio r, com r variando entre 0 e R. De
                               e
acordo com a equa¸ao (8),
                  c˜
                                                                                    z
                                             dE|| = z k
                                                    ˆ                                       dq,                (9)
                                                                          (r 2 + z 2 )3/2

onde dq ´ a carga contida em um anel infinitesimal de raio r e espessura dr.
         e
Ou seja,
                           dq = σdA = σ2π r dr.                        (10)
Substituindo (10) em (9) e integrando, teremos
                                 R             rdr                                            z      z
            ˆ
      E|| = z 2π k σ z                                                    = z 2π k σ
                                                                            ˆ                    −√ 2     .   (11)
                             0       (r 2 +             z 2 )3/2                             |z|   R + z2


                                                                           11
E
                         + + + + +
                        + + + + +
                       + + + + +

                                         E
                     Figura 8: Plano infinito carregado


   Nas proximidades do disco, z         R, o segundo termo em (11) pode ser
desprezado. Neste caso, teremos
                                        z     σ
                      E|| ≈ z 2π k σ
                            ˆ              =z
                                            ˆ sinal(z),                 (12)
                                       |z|    20

aqui usamos a equa¸ao (3). A fun¸ao sinal(z) ´ definida como
                  c˜            c˜           e

                                       −1 se z < 0 ,
                       sinal(z) =                                       (13)
                                        1 se z > 0 .

    Este limite nos d´ o campo el´trico de uma plano infinito carregado, como
                     a           e
est´ ilustrado na figura 8.
   a


3     Terceira aula
3.1    Linhas de campo
Nos exemplos vistos anteriormente, o campo el´trico foi calculado em um
                                                  e
unico ponto P do espa¸o. Antes de partirmos para o c´lculo em pontos ar-
´                       c                                a
bitr´rios, ´ conveniente que tenhamos uma visualiza¸ao qualitativa do campo
    a      e                                         c˜
el´trico. Esta visualiza¸ao pode ser feita introduzindo-se as chamadas linhas
  e                     c˜
de campo. Na figura 9 foram desenhadas algumas destas linhas, possuindo
as seguintes propriedades:

                                        12
E




                       Figura 9: Linhas de campo


   • As linhas s˜o tangentes, em cada ponto, a dire¸ao do campo el´trico
                a                            `     c˜             e
     neste ponto.
   • A intensidade do campo ´ proporcional ao n´mero de linhas por uni-
                            e                  u
     dade de area de uma superf´ perpendicular as linhas.
             ´                 ıcie             `
    Na figura 10 est˜o representadas as linhas as linhas de campo de uma
                   a
carga puntiforme positiva e de uma carga puntiforme negativa negativa. As
linhas do campo de um dipolo est˜o representadas na figura 11.
                                 a

3.1.1   Consistˆncia com a Lei de Coulomb
               e
Podemos verificar que a visualiza¸ao em termos de linhas de for¸a ´ consis-
                                 c˜                           c e
tente com a lei de Coulomb. Para isso, devemos notar que, por simetria, a
intensidade do campo deve ser a mesma em todos os pontos de uma superf´cie
                                                                      ı
esf´rica de raio r. Sendo N o n´ mero de linhas que originam-se na carga,
   e                            u
ent˜o o n´mero de linhas por unidade de area da superf´ esf´rica ´
   a      u                                 ´         ıcie e     e
                                    N
                                          .
                                   4π r 2
De acordo com a visualiza¸ao em termos de linhas de for¸a,
                          c˜                            c
                                       N
                                E∝            ,
                                     4π r 2
o que est´ de acordo com a lei de Coulomb.
         a

                                   13
+                                          −




Figura 10: Linhas do campo de uma carga puntiforme




        +                                _




      Figura 11: Linhas do campo de um dipolo




                        14
3.2      Fluxo e Lei de Gauss
3.2.1     Fluxo
De acordo com a no¸ao qualitativa de linhas de campo, vista na se¸ao 3.1, a
                      c˜                                              c˜
intensidade do campo el´trico ´ proporcional ao n´mero de linhas que atra-
                          e      e                  u
vessam uma superf´cie ortogonal as linhas. Para estudarmos, de maneira
                     ı               `
quantitativa, as rela¸oes entre a intensidade do campo e superf´
                     c˜                                        ıcies quaisquer,
vamos agora introduzir a grandeza Φ, denominada fluxo do campo el´trico   e
atrav´s de uma superf´cie. Vejamos inicialmente dois exemplos simples.
     e                  ı

   • Campo uniforme E atravessando uma superf´ ortogonal de area A
                                             ıcie           ´

                                       Φ = EA

   • Campo uniforme E atravessando uma superf´
                                             ıcie, cuja normal forma
     um angulo θ com a dire¸ao do campo
        ˆ                  c˜

                                Φ = EA cos θ = E · A,                     (14)

        onde A ≡ An; n ´ o vetor unit´rio normal a superf´
                     ˆe              a           `       ıcie.

    Em situa¸oes mais gerais, o campo ´ n˜o uniforme, e a superf´ pode
              c˜                          e a                       ıcie
ter uma forma qualquer, como ilustra a figura 12. Em pequenas regi˜es dao
superf´
      ıcie, podemos utilizar a express˜o (14). Devemos subdividir a superf´
                                      a                                   ıcie
em pequenos elementos de area ∆Ai . Para cada um destes elementos, teremos
                           ´
um fluxo elementar dado por

                         Φi = Ei · ∆Ai = Ei ∆Ai cos θi .

Somando todos os elementos de area e tomando o limite ∆Ai → 0, teremos
                                ´
a seguinte express˜o para o fluxo total atrav´s de uma superf´cie arbitr´ria
                  a                         e               ı          a

                  Φ = lim       E i · ∆A i =                E · dA
                       ∆Ai →0                  superf´
                                                     ıcie
    Um caso de especial interesse ´ quando a superf´ sobre a qual esta-
                                   e                 ıcie
mos integrando, ´ fechada. Uma superf´ fechada divide o espa¸o em uma
                 e                     ıcie                    c
regi˜o interna e uma regi˜o externa a superf´
    a                    a           `      ıcie. Um exemplo deste tipo de
superf´
      ıcie, denominada superf´cie gaussiana, ´ mostrado na figura 13. Neste
                             ı               e


                                       15
∆ Ai
                            θ            Ei

                                              Ej
                                     θ


                                         ∆ Aj


Figura 12: Fluxo atrav´s de uma superficie gen´rica
                      e                      e




                      ∆ Ai
                        θ
                                Ei



         Figura 13: Superf´ gaussiana
                          ıcie




                       16
caso, convenciona-se que o vetor n aponta no sentido da regi˜o interna para
                                 ˆ                          a
a regi˜o externa. O fluxo atrav´s de uma superf´ fechada ´ ent˜o dado por
      a                       e               ıcie        e     a

                         Φc =       E · dA =        En dA,
                                                     ˆ


onde
                                    En = E · n
                                     ˆ       ˆ
´ a componente do campo el´trico na dire¸ao da normal a superf´
e                          e              c˜          `       ıcie.
    Estude o exemplo 24.1 do livro texto [5].

3.2.2   Lei de Gauss
Consideremos o campo el´trico de uma carga puntiforme. De acordo com a
                       e
lei de Coulomb, em um ponto localizado a uma distˆncia r da origem,
                                                 a
                                        q r  ˆ
                                E=              .
                                       4π 0 r 2
Imaginemos agora uma superf´ gaussiana arbitr´ria, abrangendo uma regi˜o
                            ıcie              a                       a
qualquer do espa¸o. O fluxo de E atrav´s de um elemento de area dA = ndA
                 c                   e                    ´         ˆ
desta superf´ imagin´ria ´
            ıcie      a e
                                      q dA cos θ
                              dΦ =               ,                     (15)
                                     4π 0 r2
onde usamos n · r = cos θ.
            ˆ ˆ

                   Digress˜o sobre ˆngulo s´lido
                           a          a         o
   Na figura 14 ∆A ´ o elemento de area de uma superf´ qualquer, ∆Σ e
                   e                ´                   ıcie
∆Ω s˜o elementos de area de esferas de raio r e de raio 1, respectivamente.
     a               ´
A grandeza ∆Ω ´ o elemento de angulo s´lido subentendido pelo elemento
               e                ˆ        o
de superf´ ∆A. Note que
         ıcie
                                     ∆Σ    ∆A cos θ
                             ∆Ω =      2
                                         =
                                     r       r2
Portanto, somar sobre
                             ∆A cos θ
                                      ,
                               r2
´ o mesmo que somar sobre ∆Ω. Devemos agora considerar duas possibili-
e
dades.

                                        17
∆A
                                           ∆Σ
           1
                    ∆Ω
                                                         P
O                                                                       r
                                                                θ
                                           θ
                     r
                                                                    n

                                    ˆ
                         Figura 14: Angulo S´lido
                                            o


    • A origem O est´ dentro da superf´cie gaussiana. Neste caso,
                    a                 ı

                               dΩ = 4π (O interno),                     (16)

      onde usamos o resultado para a area de uma superf´ esf´rica de raio
                                     ´                 ıcie e
      unit´rio.
          a

    • A origem O est´ fora da superf´cie gaussiana. Neste caso, os elementos
                     a              ı
      de angulo s´lido cancelam-se mutuamente, resultando em
         ˆ       o

                                dΩ = 0 (O externo).                     (17)

                 Fim da Digress˜o sobre ˆngulo s´lido
                               a        a       o

    A equa¸ao (15) pode agora ser expressa como
          c˜
                                       q
                               dΦ =        dΩ,                          (18)
                                      4π 0
                                                                            ´
onde dΩ ´ o angulo s´lido subentendido por dA, visto da posi¸ao da carga q. E
        e ˆ         o                                       c˜
importante notar que o fluxo do campo proporcional ao angulo s´lido, ´ uma
                                                        ˆ        o     e

                                      18
consequˆncia direta da lei do inverso quadrado da distˆncia. A mesma forma
         e                                              a
seria obtida se estiv´ssemos considerando o fluxo do campo gravitacional
                     e
newtoniano, produzido por uma massa puntiforme.
    Utilizando as equa¸oes (16) e (17), teremos para o fluxo total,
                       c˜
                             q
                                  se a carga q estiver dentro de A
                 q
                            
                            
                                 0
           Φ=          dΩ =
               4π 0         
                            
                                0 se a carga q estiver fora de A
                            

    Uma distribui¸ao qualquer de cargas pode ser decomposta em elementos
                 c˜
de cargas, cada um comportando-se como uma carga puntiforme. O princ´
                                                                    ıpio
de superposi¸ao nos d´ o campo resultante como a soma dos campos pro-
             c˜       a
duzidos por cada elemento de carga. Assim, obtemos a Lei de Gauss na
forma
                                         qin
                               E · dA =      ,                      (19)
                                           0
onde qin ´ a carga contida dentro da superf´ A.
          e                                 ıcie
    A Lei de Gauss est´ expressa na equa¸ao (19) na forma integral. Esta
                        a                  c˜
´ uma das quatro equa¸oes de Maxwell do eletromagnetismo. Veremos que
e                       c˜
existe uma forma equivalente em termos de uma equa¸ao diferencial, e que
                                                      c˜
esta lei permanece v´lida mesmo quando as distribui¸oes de cargas n˜o s˜o
                      a                              c˜             a a
est´ticas, ou seja, quando as cargas possuem um movimento qualquer.
   a
    H´ uma interessante analogia entre as linhas de campo el´trico e linhas
      a                                                     e
de velocidade de um fluido. Cargas positivas (negativas) s˜o an´logas as
                                                           a     a       `
                                     ´
fontes (sorvedouros) de um fluido. E por esta raz˜o que as cargas el´tricas
                                                   a                e
s˜o consideradas como fontes do campo eletrost´tico [4].
 a                                               a


4     Quarta aula
4.1    Exemplos simples de aplica¸oes da Lei de Gauss
                                 c˜
A lei de Gauss n˜o ´ somente uma forma elegante de expressar os fenˆmenos
                 a e                                               o
                ´
eletrost´ticos. E tamb´m uma ferramenta util para o c´lculo do campo de
        a              e                  ´            a
distribui¸oes de cargas possuindo elementos de simetria. De maneira geral,
         c˜
sempre que for poss´ identificar uma superf´cie gaussiana tal que o campo
                    ıvel                     ı
el´trico tenha o mesmo valor em todos os seus pontos, ent˜o o c´lculo do
  e                                                       a      a
fluxo torna-se elementar
                           Φ=     E · dA = EA,                         (20)

                                    19
onde E ´ a intensidade do campo e A ´ a area da superf´
        e                            e ´              ıcie. Note que E pode
ser positivo ou negativo, dependendo se as linhas de campo est˜o entrando
                                                                a
ou saindo da superf´ıcie. Vejamos alguns exemplos.

4.1.1   Campo de uma carga puntiforme
Devemos determinar a superf´   ıcie gaussiana tal que o fluxo do campo de
uma carga puntiforme adquira a forma simples dada por (20). O campo
produzido por uma carga puntiforme deve possuir simetria esf´rica. Ou seja,
                                                              e
sua intensidade n˜o varia quando percorremos a superf´ de uma esfera
                  a                                      ıcie
imagin´ria de raio r, a qual possui area
       a                            ´

                                 A = 4π r 2

Portanto, utilizando a rela¸ao (20), teremos
                           c˜

                                Φ = E4π r 2 .

Finalmente, aplicando a lei de Gauss dada por (19), teremos
                                            q
                                E=
                                       4π 0 r 2

4.1.2   Campo de uma esfera isolante possuindo densidade de carga
        uniforme e raio a.
Novamente temos uma configura¸ao possuindo simetria esf´rica. Ou seja, o
                               c˜                         e
fluxo do campo el´trico a uma distˆncia r do centro da esfera ´
                e      `         a                           e

                                Φ = E4π r 2 .

Para r > a, toda a carga da esfera est´ contida no interior da superf´
                                        a                            ıcie
gaussiana. Logo, de acordo com a lei de Gauss,
                                   Q
                           E=               ;   r > a,
                                4π 0 r 2
onde Q ´ a carga total da esfera.
       e
   Para r < a, a carga que est´ contida no interior da superf´ gaussiana ´
                              a                              ıcie        e
                                     4
                                q = ρ πr 3 ,
                                     3
                                       20
Figura 15: Soluc˜o do problema (24.63) do Serway
                            a


onde ρ ´ a densidade uniforme de carga da esfera isolante,
       e
                                        Q
                                 ρ=    4     .                       (21)
                                       3
                                         πa3
Aplicando a lei de Gauss,
                     q  1        Qr 3        Q
               E=          2
                             = 3       2
                                         = 3     r;      r < a.
                     0 4πr    a 4π 0 r    a 4π 0
Note que nos pontos internos a esfera o campo varia linearmente com r,
                                `
tendendo a zero quando r → 0.
           `
    Como uma aplica¸ao deste resultado, vamos fazer o problema (24.63) do
                      c˜
livro texto [5]. A solu¸ao gr´fica deste problema ´ mostrada na figura 15.
                       c˜    a                   e

4.1.3   Campo de uma casca esf´rica delgada
                              e
Consideremos uma casca esf´rica delgada, possuindo raio a e uma carga Q
                          e
uniformemente distribu´ sobre sua superf´
                      ıda                 ıcie. Novamente temos uma si-
metria esf´rica. Para pontos externos a casca esf´rica, imaginamos uma
           e                          `           e
superf´ gaussiana possuindo raio r > a. Aplicando a lei de Gauss, teremos
      ıcie
                                   Q
                            E=              ;   r > a.               (22)
                                 4π 0 r 2

                                       21
Note que para pontos externos a distribui¸ao de cargas, os campos dados por
                              `          c˜
(21) e (22) comportam-se como se toda a carga estivesse concentrada num
unico ponto na origem.
´
   Para pontos internos a casca esf´rica, a carga no interior da superf´
                         `          e                                   ıcie
gaussiana imagin´ria ´ nula. Logo,
                a e

                               E = 0; r < a.

4.1.4   Distribui¸˜o de cargas com simetria cil´
                 ca                            ındrica
Certas distribui¸oes de carga exibem simetria cil´ndrica, ou seja, podemos
                c˜                               ı
antecipar que o campo produzido por estas distribui¸oes tem a mesma inten-
                                                   c˜
sidade em todos os pontos pertencentes a uma superf´cie cil´ndcdrica ima-
                                        `             ı      ı
gin´ria. Podemos decompor o fluxo total atrav´s do cilindro como
   a                                          e

           Φ=     En dA =
                   ˆ               En1 dA −
                                    ˆ                  En1 dA + En2 (2πrl),
                                                        ˆ        ˆ            (23)
                            topo                base

onde r ´ o raio do cilindro, l ´ sua altura e os vetores unit´rios n1 e n2
         e                     e                             a      ˆ    ˆ
s˜o mutuamente ortogonais apontando para cima e para fora da superf´
 a                                                                     ıcie
lateral, respectivamente.
    Suponhamos a distribui¸ao de cargas seja um fio de comprimento infinito,
                          c˜
uniformemente carregado com densidade linear de carga λ. Por simetria,
as linhas de campo s˜o direcionadas radialmente, de modo que En1 = 0 e
                      a                                           ˆ
En2 = E, sendo E a intensidade do campo. Usando a lei de Gauss, e a
  ˆ
express˜o (23) teremos
        a

                                   qin     1        λ
                         En 2 =
                          ˆ                     =        ,                    (24)
                                    0    (2πrl)   2π 0 r

onde usamos qin = λl.

4.1.5   Plano uniformemente carregado
Neste caso, podemos antecipar que o campo el´trico E ter´ o mesmo valor
                                                e           a
em todos os pontos dos planos paralelos ao plano da distribui¸ao de cargas,
                                                               c˜
sendo paralelo a normal exterior de dois planos quaisquer que contenham
                `
o plano de cargas entre eles (sanduiche). Constru´ımos ent˜o uma superf´
                                                           a              ıcie
gaussiana, adicionando quatro planos de maneira a formar um paralelep´pedo.
                                                                        ı
O fluxo atrav´s das 4 faces laterais do paralelep´
             e                                  ıpedo ´ nulo, j´ que o campo
                                                      e        a

                                           22
´ ortogonal a normal destes 4 planos. Como o vetor E tem sentidos opostos
e           `
acima e abaixo do plano de cargas, ent˜o
                                      a

                          Φ = EA + EA = 2EA

Usando a lei de Gauss,
                                   qin   σ
                             E=        =    ,
                                  2A 0   20
onde usamos qin = σA. Note que j´ hav´
                                   a    ıamos obtido este resultado (veja a
equa¸ao (12)), a partir do limite de pequenas distˆncias do campo do disco
     c˜                                           a
uniformemente carregado. Note tambem que este campo n˜o depende do
                                                             a
ponto do espa¸o; ´ um campo uniforme.
             c e

4.1.6    Equil´
              ıbrio no campo eletrost´tico
                                     a
A lei de Gauss tamb´m permite a demonstra¸ao de certas propriedades gerais
                     e                       c˜
em eletrost´tica. Uma destas propriedades diz respeito a n˜o existˆncia de
            a                                             ` a       e
pontos de equil´brio est´vel em um campo eletrost´tico. Um ponto P0 ´ de
                 ı      a                           a                    e
equil´
     ıbrio est´vel se, ao deslocarmos uma carga q0 em qualquer dire¸ao, a
              a                                                       c˜
partir do ponto P0 , as for¸as eletrost´ticas tender˜o a puxar a carga q0 de
                           c           a            a
volta para o ponto P0 . Para que isto ocorra, as linhas de campo el´trico
                                                                       e
devem todas convergir para o ponto P0 . Mas, neste caso, o fluxo do campo
atrav´s de uma pequena superf´ gaussiana, contendo o ponto P0 em seu
      e                          ıcie
interior, ser´ n˜o nulo. De acordo com a lei de Gauss, isto n˜o ´ poss´vel,
             a a                                               a e       ı
uma vez que n˜o existe uma carga q (fonte do campo el´trico) em P0 .
                a                                        e


5       Quinta aula
5.1     Condutores
As cargas el´tricas (el´trons) podem se mover no interior de um meio condu-
              e        e
tor, mas n˜o podem escapar espontaneamente deste meio. Na eletrost´tica,
            a                                                          a
estamos descrevendo situa¸oes onde as cargas encontram-se em repouso. Ad-
                           c˜
mitindo que as cargas ja se deslocaram para uma configura¸ao de equil´brio
                                                              c˜        ı
                                                               −16
(em um bom condutor, o equil´   ıbrio ´ atingido em cerca de 10 s), n˜o pode
                                      e                              a
haver campo el´trico no interior do condutor, pois, se houvesse, as cargas
                e
ainda estariam se movendo sob a a¸ao deste campo. Logo, no equil´brio
                                        c˜                              ı
eletrost´tico,
        a

                                    23
Figura 16: Condutor Carregado


                    o campo el´trico ´ nulo no interior do condutor.
                                e        e
           A figura 16 mostra um condutor carregado, ou seja, n˜o neutro, onde a
                                                                       a
       linha tracejada em vermelho representa uma superf´ gaussiana cujo interior
                                                              ıcie
       cont´m o volume interno do condutor. Uma vez que, no equil´
            e                                                              ıbrio, o campo
       el´trico ´ nulo no interior do condutor, ent˜o o fluxo do campo atrav´s da
         e       e                                      a                            e
       superf´ gaussiana ´ nulo. Logo, de acordo com a lei de Gauss, n˜o h´
              ıcie            e                                                      a a
       cargas no interior do condutor. Do ponto de vista macrosc´pico, a solu¸ao
                                                                         o             c˜
       de equil´brio eletrost´tico ´ tal que
                ı            a     e
                      a carga localiza-se na superf´    ıcie do condutor.
           Na parte externa do condutor, existe um campo el´trico produzido pelas
                                                                   e
       cargas superficiais. Como estas cargas n˜o possuem movimento ao longo da
                                                   a
       superf´ do condutor (solu¸ao est´tica), ent˜o
              ıcie                    c˜     a           a
a componente do campo tangencial ` superf´ a        ıcie externa do condutor deve ser nula
           Para determinar a componente normal a superf´
                                                      `        ıcie, constru´
                                                                            ımos uma su-
       perf´ gaussiana em forma de caixa cil´
           ıcie                                   ındrica como mostra a figura 17
           Na face lateral da caixa cil´
                                       ındrica o fluxo do campo ´ nulo, pois n˜o existe
                                                                    e             a
       componente tangencial. Na base do cilindro, que est´ dentro do condutor, o
                                                                 a
       campo el´trico ´ nulo. Logo, s´ h´ fluxo atrav´s do topo do cilindro, e este
                  e      e               o a               e
       fluxo ´ dado por
              e
                                            Φ = EdA,
        onde dA ´ a area do topo do cilindro, que ´ idˆntica a area de se¸ao do
                e ´                               e e        ` ´         c˜




                                           24
E




              Figura 17: Superf´ gaussiana para o condutor
                               ıcie


cilindro com a superf´ do condutor. Portanto, usando a Lei de Gauss,
                     ıcie
                                   dqin  σ
                              E=        = ,
                                   0 dA   0

                dq
onde usamos σ = dA .
   Estude o exemplo (24.7) do livro texto.

5.2     Potencial Eletrost´tico
                          a
Sabemos que uma part´  ıcula carregada, possuindo carga q0 , sob a a¸ao de um
                                                                    c˜
campo eletrost´tico ser´ acelerada por uma for¸a
              a         a                      c

                                 F = q0 E.

Em consequˆncia, a energia cin´tica ser´ aumentada ou diminu´
            e                   e      a                       ıda. De onde
vem a energia adquirida ou perdida pela part´
                                            ıcula? A resposta a esta quest˜o
                                                              `           a
nos leva a introduzir o conceito de energia na descri¸ao dos fenˆmenos ele-
                                                     c˜         o
tromagn´ticos.
        e

5.2.1   Campos conservativos
A figura 18 [1] ilustra o movimento de uma carga q0 , na presen¸a do campo
                                                                 c
eletrost´tico produzido por outra carga q. O trabalho realizado sobre a carga
        a

                                     25
q0 , num deslocamento infinitesimal ds ´
                                      e

                                          dW = q0 E · ds.

Consideremos inicialmente o trecho 1 → 2. A varia¸ao da energia cin´tica
                                                 c˜                e
da carga q0 neste trecho ´
                         e
                  2                            2   ˆ
                                                   r · ds               2   dr           1   1
 T2 − T 1 =           q0 E · ds = kq0 q                   = kq0 q               = −kq0 q   −   .
              1                            1         r2             1       r 2          r2 r1
Suponhamos agora que a carga q0 percorra todo o trajeto mostrado na figura
18, retornando ao ponto 1 de partida. Caso sua energia cin´tica fosse, por
                                                            e
exemplo, maior que a inicial, ter´
                                 ıamos uma forma de produzir energia do
nada! Sabemos que isto n˜o ´ poss´
                         a e       ıvel, pois n˜o existe um moto perp´tuo.
                                               a                     e
Portanto, devemos ser capazes de demonstrar que

o trabalho realizado ao longo de qualquer trajet´ria fechada ´ nulo
                                                o            e

   (Caso uma determinada trajet´ria resultasse em um trabalho negativo
                                   o
(diminuindo a energia cin´tica da carga q0 ), poder´
                           e                       ıamos inverter o sentido
da trajet´ria obtendo assim um ganho de energia cin´tica.)
         o                                           e
   Vamos primeiro mostrar que o trabalho ´ de fato nulo para a trajet´ria
                                            e                          o
simples mostrada na figura 18.
   Note que, nos trechos 2 → 3, 4 → 5, 6 → 7 e 8 → 1, a carga q0 desloca-se
perpendicularmente a dire¸ao do campo radial E. Portanto, o trabalho ´ nulo
                    `     c˜                                         e
nestes trechos (dW = E · ds = 0). Nos trechos onde o trabalho ´ n˜o nulo
                                                                 e a
temos
                                2 dr            1    1
                   W12 = kq0 q       = −kq0 q     −     ,
                               1 r2            r2 r1

                                              4    dr           1   1
                         W34 = kq0 q                 2
                                                       = −kq0 q   −   ,
                                          3        r            r4 r3

                                              6    dr           1   1
                         W56 = kq0 q                 2
                                                       = −kq0 q   −   ,
                                          5        r            r6 r5

                                              8    dr           1   1
                         W78 = kq0 q                 2
                                                       = −kq0 q   −   .
                                          7        r            r8 r7

                                                     26
1


                               q0

                                                    8
                       2                    7

                  q                     5
                           3                    6
                                    4




Figura 18: Trajet´ria num campo conservativo
                 o




                      27
O trabalho total ´ a soma dos trabalhos em cada trecho;
                    e
                         1  1  1  1  1  1  1  1
          W = −kq0 q       − + − + − + −         .
                         r2 r1 r4 r3 r6 r5 r8 r7
Conclu´  ımos facilmente que W = 0, notando que r2 = r3 , r4 = r5 , r6 = r7 e
r1 = r 8 .
    A curva utilizada na figura 18 pode parecer muito especial. Vamos agora
verificar o que acontece em uma situa¸ao mais geral, como a mostrada na
                                         c˜
figura 19 (escolhemos uma for¸a repulsiva, mas o mesmo poderia ser deduzido
                              c
com uma for¸a atrativa). A amplia¸ao de um dos trechos da trajet´ria,
               c                        c˜                              o
mostra uma aproxima¸ao em termos de dente de serra. Estamos portanto
                        c˜
reduzindo uma trajet´ria qualquer ao caso considerado na figura 18, onde j´
                       o                                                    a
demonstramos que o trabalho ´ nulo quando percorremos o circuito fechado.
                                e
Tomando dentes suficientemente pequenos, como ´ mostrado na amplia¸ao
                                                     e                   c˜
seguinte, tudo o que precisamos mostrar ´ que, para um dente qualquer, o
                                            e
trabalho Wac ´ o mesmo que a soma dos trabalhos Wab e Wbc . No trecho
                e
a → c o trabalho ´  e             c
                          Wca =     F · ds = F s cos θ,
                                 a
pois a for¸a ´ constante ao longo do trecho infinitesimal. No trecho horizontal,
          c e
                                         c
                           Wab =             F · ds = F x.
                                     a

No trecho vertical Wbc = 0, visto que a for¸a ´ perpendicular ao deslocamento.
                                           c e
Como s cos θ = x, conclu´ ımos que Wac = Wab + Wbc . Portanto, o trabalho
ao longo de uma trajet´ria qualquer ´ o mesmo que o trabalho ao logo de
                        o               e
uma trajet´ria em forma de dente de serra, que por sua vez ´ nula para um
            o                                                   e
circuito fechado.
    For¸as possuindo a propriedade demonstrada acima, s˜o chamadas de
       c                                                      a
for¸as conservativas. Note que esta propriedade ´ comum a qualquer for¸a
   c                                                e         `             c
que dependa somente da distˆncia radial, ou seja, for¸as centrais.
                              a                        c
    Uma consequˆncia imediata do anulamento do trabalho em um circuito
                  e
fechado ´ que o trabalho realizado entre dois pontos A e B quaisquer, n˜o
         e                                                                 a
depende do caminho entre A e B. Para mostrar isto, considere as duas
trajet´ria exibidas na figura 20. Partindo do ponto A e percorrendo as duas
      o
trajet´rias no sentido hor´rio, teremos
      o                   a
                            AB          BA
                           Wvermelho + Wazul = 0.

                                             28
q



                                                          c
                                          F
                                              s
                                                              y
                                      .   θ           .
                                  a               x       b

Figura 19: Trajet´ria geral num campo conservativo
                 o




                       29
A




                                   B


Figura 20: Diferentes caminhos entre A e B




                   30
BA       AB
Como Wazul = −Wazul , obtemos
                              AB          AB
                             Wvermelho = Wazul .
Portanto, para calcular W AB , podemos escolher qualquer trajet´ria. Uma
                                                               o
trajet´ria conveniente ´ aquela mostrada em verde, na figura 20. No trecho
      o                e
semi-circular desta trajet´ria, sabemos que n˜o h´ trabalho realizado. No
                          o                  a a
trecho que vai de rA at´ rB , o trabalho ´
                       e                 e
                                B   dr            1   1
                 W AB = kq0 q         2
                                        = −kq0 q    −   ,               (25)
                                A   r            rB rA
Esta propriedade pode ser equivalentemente expressa dizendo que
           o trabalho realizado por uma for¸a conservativa
                                                c
            s´ depende da posi¸˜o dos pontos inicial e final
             o                  ca
    No caso de um campo eletrost´tico produzido por uma distribui¸ao qual-
                                 a                                c˜
quer de cargas, podemos invocar o princ´pio de superposi¸ao, subdividindo a
                                        ı               c˜
distribui¸ao de cargas em elementos de carga puntiforme, cada um dos quais
         c˜
produzindo um campo coulombiano, portanto conservativo. Naturalmente,
a soma de campos conservativos ´ um campo conservativo.
                                e

5.2.2   Diferen¸a de potencial eletrost´tico
               c                       a
Consideremos dois pontos A e B de uma regi˜o do espa¸o onde existe um
                                              a          c
campo el´trico E e uma carga q0 que pode ocupar qualquer destes pontos.
        e
Definimos a diferen¸a de energia potencial eletrost´tica deste sistema como
                  c                               a
                                                 B
                     ∆U = UB − UA = −q0              E · ds.            (26)
                                              A

Note que ∆U ´ o trabalho realizado sobre q0 entre A e B, com sinal trocado.
               e
Se imaginarmos um agente externo deslocando a carga q0 entre A e B, sem
alterar sua energia cin´tica, ent˜o a equa¸ao (26) ´ idˆntica ao trabalho re-
                       e         a        c˜       e e
alizado pelo agente externo. Sabemos da se¸ao anterior que ∆U ´ de fato
                                             c˜                     e
uma grandeza que depende somente da posi¸ao dos pontos A e B. Podemos
                                            c˜
portanto utilizar qualquer caminho ligando os ponto A e B, para calcular a
integral de linha na equa¸ao (26).
                         c˜
    Podemos tamb´m definir a grandeza, denominada diferen¸a de potencial
                   e                                          c
entre os pontos A e B, como
                             UB − U A         B
                      ∆V =            =−           E · ds.
                                q0           A


                                      31
Note que esta grandeza depende somente das propriedades do campo el´trico.
                                                                   e
Escolhendo arbitrariamente um ponto de referˆncia, P0 , onde V (P0 ) = 0,
                                              e
teremos o potencial em qualquer ponto do espa¸o
                                             c
                                             P
                            V (P ) = −            E · ds.                (27)
                                             P0

Frequentemente, o ponto P0 ´ tomado a uma distˆncia infinita das distri-
                           e        `         a
bui¸oes de carga.
   c˜

5.2.3   Cargas puntiformes
Vimos que o trabalho realizado pela for¸a eletrost´tica de uma carga q sobre
                                        c          a
outra carga q0 ´ dado pela equa¸ao (25). Utilizando a defini¸ao geral de
               e                   c˜                           c˜
diferen¸a potencial eletrost´tico, dada por (5.2.2), teremos
       c                    a
                                    B   dr        1   1
                  VB − VA = −kq           2
                                            = kq    −   ,                (28)
                                   A    r        rB rA
Convencionando-se que o valor do potencial ´ zero em rA = ∞, podemos
                                              e
falar em potencial em cada ponto produzido por uma carga puntiforme, como
sendo dado por
                                         q
                                   V =k .
                                         r
Note que este potencial n˜o muda de valor nos pontos de superf´
                         a                                    ıcies esf´ricas
                                                                       e
de raio r. Em geral, superf´
                           ıcies onde o potencial tem sempre o mesmo valor
s˜o denominadas
 a

                            Superf´
                                  ıcies Equipotenciais


   Utilizando o princ´  ıpio de superposi¸ao, o potencial produzido por N car-
                                            c˜
gas puntiformes, q1 , · · · qN , ´ dado por
                                 e
                                         N
                                                  qi
                                V =k                 ,
                                         i=1      ri

onde o potencial, de cada carga, no infinito, foi posto igual a zero.
                                                             `




                                        32
5.2.4   Energia potencial de part´
                                 ıculas carregadas
Uma carga q1 est´ produzindo um potencial
                a
                                          q1
                                 V1 = k
                                          r12
em um ponto que est´ a uma distˆncia r12 de q1 . Da defini¸ao de potencial,
                    a            a                         c˜
sabemos que o trabalho realizado por um agente externo para deslocar, sem
acelera¸ao, uma segunda carga q2 , desde o infinito at´ a distˆncia r12 ´
       c˜                                            e       a         e

                                   q 2 V1 .

Este trabalho ´ definido como a energia potencial U do sistema de cargas.
               e
Ou seja,
                                       q1 q2
                                 U =k        .
                                        r12
Para um sistema constitu´ de N cargas, devemos somar as energias poten-
                          ıdo
ciais associadas a cada par de cargas. Ou seja,
                                              qi qj
                              U =k                  .
                                      i>j      rij

5.2.5   Distribui¸oes cont´
                 c˜       ınuas de cargas
Utilizando o princ´pio de superposi¸ao, o potencial de uma distribui¸ao con-
                  ı                c˜                               c˜
t´
 ınua ´ dado pela soma dos potenciais
      e
                                            dq
                                dV = k
                                             r
produzidos por elementos de carga dq. Ou seja,
                                              dq
                               V =k              .
                                               r
Estamos convencionando que o potencial ´ nulo em pontos situados a uma
                                           e
distˆncia infinita da distribui¸ao de cargas.
    a                         c˜




                                     33
P




                                        r’’
                            r

                                    φ                              r’d θ
                                θ r
                                    ’


                                                   r ’ sen θ d φ      d r’




               Figura 21: Esfera uniformemente carregada


6     Sexta aula
6.1    Potencial de uma esfera uniformemente carregada
A figura 21 mostra uma esfera possuindo carga total Q, uniformemente dis-
tribu´da em todo o seu volume.
     ı
    Um elemento de carga dq = ρdv (o volume dv est´ mostrado na figura),
                                                     a
produz um potencial
                                    dq      dv
                            dV = k = kρ
                                    r        r
num ponto P situado a uma distˆncia r do centro da esfera. Tamb´m esta
                                 a                                  e
indicada na figura, a distˆncia r , que vai do centro da esfera at´ o volume
                         a                                       e
dv. Podemos expressar r em termos de r e r , observando que

         r =    (r senθ)2 + (r − r cos θ)2 =             r 2 + r 2 − 2rr cos θ

As dimens˜es do elemento de volume dv s˜o r senθdφ, r dθ e dr . Portanto,
         o                             a

                        dv = (r senθdφ)(r dθ)(dr ).

                                              34
O potencial total em P ´ obtido integrando em r , θ e φ
                       e
                       2π            π         ρ senθ r 2R
              V =k          dφ           dθ                  dr √
                                                                .
                    0      0      0       r 2 + r 2 − 2rr cos θ
Como a densidade de carga ρ ´ constante e o resto do integrando n˜o depende
                            e                                     a
de φ, podemos imediatamente integrar em φ, resultando em
                                     π                   R               ρ senθ r 2
               V = kρ(2π)                dθ                  dr √                         .
                                 0                   0              r 2 + r 2 − 2rr cos θ
Fazendo a mudan¸a de vari´vel
               c         a
                            senθdθ = −d(cos θ) = −du,
teremos
                                         R  r2               1
                V = kρ(2π)        du √ 2     dr         .
                         0     −1       r + r 2 − 2rr u
Fazendo uma segunda mudan¸a de vari´vel
                          c        a
                            2
                    x = r + r 2 − 2rr u; dx = −2rr du,
teremos
                                                 R                (r−r )2     dx r 2
                V   = kρ(2π)                         dr                            √
                                             0                   (r+r )2    (−2rr ) x

                       kρ(2π) R
                    = −            r (|r − r | − |r + r |) dr
                          r     0
   Devemos agora distinguir duas situa¸oes:
                                       c˜
                ponto P fora da distribui¸˜o de cargas
                                         ca
   Neste caso, |r − r | − |r + r | = −2r . Logo,
                                             kρ(4π) R3   kQ
                                V =                    =                                      (29)
                                               r    3     r

               ponto P dentro da distribui¸˜o de cargas
                                          ca
    Devemos, neste caso, separar a regi˜o de integra¸ao em duas partes. Uma,
                                        a            c˜
de 0 at´ r, onde |r − r | − |r + r | = −2r . Outra, de r at´ R, onde |r − r | −
        e                                                  e
|r + r | = −2r. Logo
                 kρ(4π) r 3    R2 r 2                                         kQ   r2
             V =            +r   −                                          =    3− 2         (30)
                   r    3      2   2                                          2R   R

                                                             35
s




                                          ds               E
                                                   θ




               Figura 22: Campo el´trico de uma carga teste
                                  e


6.2    C´lculo do campo el´trico a partir do potencial
        a                 e
Consideremos uma carga teste q0 movendo-se ao longo da dire¸ao s, mostrada
                                                              c˜
na figura 22. As linhas tracejadas representam superf´ıcies equipotenciais. Ao
atravessar uma diferen¸a de potencial dV , ´ realizado um trabalho
                       c                   e

                 dW = −q0 dV = q0 E · ds = q0 E ds cos θ.

Portanto,
                                            dV
                              E cos θ = −      .
                                            ds
Ou seja,
                                                      ∂V
                 (Componente de E ao longo de s) = −
                                                       ∂s
O eixo s poderia ter sido escolhido ao longo de qualquer um dos 3 eixos x,


                                     36
y ou z. Neste caso, ter´
                       ıamos as componentes cartesianas do vetor campo
el´trico dadas por
  e
                           ∂V          ∂V          ∂V
                  Ex = −      , Ey = −    , Ez = −    .                (31)
                           ∂x          ∂y          ∂z

6.3    Potencial de um condutor carregado
J´ sabemos que o campo el´trico ´ nulo no interior de um condutor. Usando-
 a                         e      e
se as equa¸oes (31), chega-se a conclus˜o de que
          c˜                  `        a

          o potencial no interior do condutor ´ constante.
                                              e

   Como o campo el´trico ´ sempre normal a superf´cie do condutor, pode-
                    e      e               `     ı
mos facilmente deduzir que em dois pontos A e B quaisquer, na superf´ıcie
do condutor, o potencial ´ o mesmo. De fato,
                         e
                                         B
                        VB − V A = −         E · ds = 0.
                                       A

Portanto, o condutor ´ uma regi˜o equipotencial
                      e        a
    A figura 23 mostra os gr´ficos do potencial e do campo el´trico de uma
                            a                              e
esfera condutora carregada.

6.4    Condutor possuindo uma cavidade - Blindagem
A figura 24 mostra o corte de um condutor carregado possuindo uma cavi-
dade, no interior da qual n˜o h´ carga l´
                           a a          ıquida. Queremos determinar o campo
el´trico no interior da cavidade e a distribui¸ao de cargas na superf´ in-
  e                                            c˜                    ıcie
terna. Na figura 25 constru´  ımos uma superf´ (linha tracejada), passando
                                              ıcie
pelo interior do meio condutor, e envolvendo toda a cavidade. Como E = 0
no condutor, a lei de Gauss nos d´ a
                                               qin
                              E · da = 0 =           .
                                                 0

Portanto, toda a informa¸ao que a lei de Gauss nos d´, ´ que a carga l´quida
                        c˜                          a e               ı
na superf´ da cavidade ´ nula.
          ıcie           e
    Admitindo que as cargas teriam se distribu´ na superf´ da cavidade,
                                              ıdo          ıcie
como na figura 26 (sabemos que num condutor tal configura¸ao n˜o seria
                                                               c˜ a
est´vel), ter´
   a         ıamos um campo el´trico n˜o nulo no interior da cavidade. Mas
                              e        a

                                    37
+   +
                        +
                    +               +

                +                       +

                +                           +
                                    R
                +                       +
                    +               +
                        +   +   +


                            V
                                    kQ
                                    R
                                                        kQ
                                                         r

                                                                     r

                            E



                                                        kQ
                                                         r2

                                                                     r


Figura 23: Potencial e campo el´trico de uma esfera carregada
                               e




                    E=0
                                                              Q =0
                                                 Q= 0

                                        E=?


                            E=0




        Figura 24: Condutor possuindo uma cavidade



                                                38
Superficie gaussiana
                     −−
                       −


                 ?
           +
            ++




Figura 25: Superf´ gaussiana envolvendo a cavidade
                 ıcie




                               - -
                                   -




                      +
                       ++



                           Γ


   Figura 26: Distribuic˜o de cargas na cavidade
                        a




                            39
esta suposi¸ao nos leva a uma contradi¸ao, uma vez que a integral de linha
           c˜           `               c˜
do campo el´trico, ao longo da curva fechada Γ, indicada na figura, seria n˜o
            e                                                             a
nula;
                                  E · ds = 0,
                                 Γ
o que ´ um absurdo. Logo,
      e

n˜o h´ campo el´trico no interior de uma cavidade de um condutor
 a   a         e
    ´
    E por esta raz˜o que circuitos el´tricos sens´
                  a                  e           ıveis (como a placa m˜e de um
                                                                      a
computador) s˜o blindados por um gabinete met´lico. Note que se a lei de
                a                                    a
Gauss n˜o fosse verdadeira, a blindagem n˜o ocorreria, mesmo que o campo
        a                                     a
fosse conservativo.


7     S´tima aula
       e
7.1    Capacitores
Capacitores s˜o utilizados em diversos dispositivos tais como:
             a
    • “Flash” de m´quina fotogr´fica.
                  a            a
    • Sintonizador de radio.
    • Filtros.
    • Capacitores microsc´picos em mem´ria RAM de computadores.
                         o            o
    Basicamente, um capacitor ´ um armazenador de energia potencial el´-
                                   e                                      e
trica. Um capacitor t´  ıpico ´ formado por dois condutores possuindo cargas
                              e
iguais e opostas (estas cargas podem ser fornecidas por uma bateria), sepa-
rados por um isolante.
    De acordo com o princ´pio de superposi¸ao, a superposi¸˜o de duas con-
                            ı              c˜               ca
figura¸oes idˆnticas a mostrada na figura 27 (mesma disposi¸ao geom´trica e
       c˜   e        `                                      c˜       e
mesmo isolante), ser´ uma nova configura¸ao possuindo o dobro da carga; o
                     a                     c˜
campo el´trico ser´ dobrado em cada ponto do espa¸o, o que por sua vez far´
          e       a                                 c                      a
com que o trabalho para transportar uma carga teste seja tamb´m dobrado.
                                                                e
Portanto, conclu´ımos que o m´dulo da carga el´trica Q deve ser proporcional
                                o               e
ao m´dulo da diferen¸a de potencial V , ou seja,
      o                c
                                     Q = CV.

                                       40
Condutor
       +Q
                                         -Q

Condutor
                         Isolante




                         Bateria



            Figura 27: Capacitor




                    41
Q
                                     + + + + +
                                +    + + + +
                                    + + + +               d
                          +
                                     - - - - -
                                -       E
                                      - - - -
                          -         - - - -

                 Figura 28: Capacitor de placas paralelas


Note que a rela¸ao acima n˜o depende da validade da lei de Coulomb. Ela
                c˜        a
´ uma consequˆncia somente do princ´
e              e                     ıpio de superposi¸ao e do fato de ser
                                                      c˜
o campo el´trico um campo conservativo (deriv´vel de um potencial). A
           e                                    a
constante C ´ chamada de capacitˆncia e V ´ denominado voltagem.
             e                   a         e
   A unidade de capacitˆncia ´ o farad.
                       a     e
                                            C
                                    [C] =     = F.
                                            V
Um capacitor t´ ıpico possui capacitˆncia variando entre 1µ F = 10−6 F at´
                                    a                                    e
         −12
1pF = 10 F .
   Como um exemplo, vamos calcular a capacitˆncia de uma esfera condu-
                                                a
tora. Sabemos que a voltagem ´ V = kQ/R, onde R ´ o raio da esfera (o
                                 e                     e
outro condutor ´ uma casa esf´rica met´lica a uma distˆncia praticamente
                 e             e         a    `          a
infinita da esfera). Portanto,
                              Q   Q    R
                       C=       = kQ =   = 4π 0 R.                    (32)
                              V    R
                                       k

Para uma esfera de 10 cm de raio,

           C = 4π 0 (0, 1) = 4π 8, 85 × 10−12 × 0, 1 = 11, 1 pF

7.1.1   Capacitor de placas paralelas
O potencial entre as placas ´
                            e
                                            −
                                    V =         E · ds.               (33)
                                          +


                                            42
y
                                                 −




                           + + + + + + + +
                                                 −
                                                −
                                                −
                                                −
                                                −
                                                −
                                                −
                                                                        x

            Figura 29: Distorc˜o das linhas de campo nas bordas
                              a


Desconsiderando a pequena distor¸ao das linhas de campo nas proximidades
                                  c˜
das bordas (veja a figura 29), teremos
                          σˆ
                       
                       
                           i                 entre as placas.
                           0
                  E=                                                                  (34)
                       
                       
                           0                  em qualquer outro ponto.
                       


   Substituindo (34) em (33), teremos
                                     −                    σ       d          σd
                     V =                     E · ds =                 dx =        .   (35)
                               +                          0   0              0

Portanto,
                                              Q   0Q   0A
                           C=                   =    =    ,
                                              V   σd   d
onde utilizamos
                                        Q
                                          .      σ=
                                        A
   Exerc´ıcio: Calcule a area das placas paralelas de um capacitor possuindo
                         ´
capacitˆncia C = 1 F e distˆncia entre as placas de um mil´
       a                    a                               ımetro.




                                                     43
b
                                                    a
                                                  +Q


                                    L

                                                    −Q




                             Figura 30: Capacitor Cil´
                                                     ındrico


7.1.2   Capacitor cil´
                     ındrico
A figura 30 mostra um condutor cil´   ındrico de raio a, comprimento L
b, e carga +Q, coaxial com uma casca cil´  ındrica de raio b > a, tamb´m   e
condutora, e possuindo carga −Q. Tomando superf´  ıcies gaussianas cil´
                                                                      ındricas
de comprimento l     L, a lei de Gauss nos d´
                                            a
                 qin     1         λ
             
                              r=
                              ˆ         r
                                        ˆ         para a < r < b
             
             
                       (2πrl)    2π 0 r
             
             
                  0
        E=                                                                      ,   (36)
             
             
             
             
                              0                   em qualquer outro ponto.

onde λ ´ a carga por unidade de comprimento do cilindro. O potencial ´
       e                                                             e
                              −               λ             b   dr    λ    b
                       V =        E · ds =                         =     ln .
                              +              2π 0       a        r   2π 0 a
Portanto, a capacitˆncia ´
                   a     e
                                        Q   λL   2π 0 L
                                  C=      =    =     b .
                                        V   V     ln a

7.1.3   Capacitor esf´rico
                     e
O capacitor esf´rico ´ constitu´ por uma esfera met´lica de raio a e carga
               e     e         ıdo                 a
+Q, concˆntrica com uma casca esf´rica met´lica de raio b > a e carga
         e                          e        a


                                              44
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  • 1. Notas de aula para o curso de F´ ısica 3 Fernando T. Brandt (professor), Alessandro M. Marques, Bertha M. Cuadros-Melgar, Edgar R. R. Sanabria, Luciano B. de Lemos e Manuel A. Espinoza (monitores) 27 de setembro de 2000 1 Primeira aula 1.1 Intera¸oes fundamentais da natureza c˜ As intera¸oes entre os constituintes mais elementares da mat´ria, conhecidos c˜ e at´ o presente, podem ser classificadas em 4 tipos (em ordem crescente da e intensidade da intera¸ao) c˜ • Gravitacional • Nuclear fraca • Eletromagn´tica e • Nuclear forte As intera¸oes nucleares operam somente na escala microsc´pica (nuclear c˜ o e sub-nuclear), decaindo muito rapidamente para grandes distˆncias. Fe- a nˆmenos macrosc´picos no dom´ o o ınio da f´ısica cl´ssica, podem ser estudados a levando-se em conta somente as intera¸oes gravitacional e eletromagn´tica. c˜ e Embora estas duas intera¸oes possuam certas semelhan¸as qualitativas for- c˜ c mais, do ponto de vista quantitativo elas diferem em v´rias ordens de gran- a deza. De fato, considerando a intera¸ao entre, por exemplo, dois el´trons, c˜ e Atra¸ao gravitacional c˜ 1 = . Repuls˜o el´trica a e 4, 17 × 1042 1
  • 2. + + - - + - Figura 1: Tipos de cargas Apesar desta gigantesca diferen¸a, os efeitos da intera¸ao gravitacional c c˜ nos parecem mais percept´ ıveis do que a intera¸ao eletromagn´tica. Isto ocorre c˜ e porque a for¸a el´trica pode ser tanto atrativa como repulsiva. J´ a gravita¸ao c e a c˜ atua em todos os corpos materiais (na verdade, em qualquer forma de energia) sempre de maneira atrativa. Entretanto, este mascaramento da intera¸ao c˜ eletromagn´tica, relativamente a gravitacional, desaparece totalmente (na e ` verdade ele se inverte) quando consideramos efeitos n˜o est´ticos, como a a a intera¸ao da mat´ria com ondas eletromagn´ticas. c˜ e e 1.2 Carga el´trica e A existˆncia de atra¸ao e repuls˜o foi descrita pela primeira vez em ter- e c˜ a mos de cargas el´tricas por Charles Fran¸ois de Cisternay du Fay em 1773. e c Investigando-se a eletriza¸ao por atrito concluiu-se que existem dois tipos de c˜ carga: carga positiva e carga negativa, como mostra a figura 1. 1.2.1 Conserva¸˜o da carga ca Normalmente um corpo ´ neutro por ter quantidades iguais de cargas positi- e vas e negativas. Quando o objeto I transfere carga de um dado sinal para o objeto II, o objeto I fica carregado com carga de mesmo valor absoluto, mas de sinal contr´rio. Esta hip´tese, formulada pela primeira vez por Benjamin a o Franklin, ´ considerada a primeira formula¸ao da lei de conserva¸ao de carga e c˜ c˜ el´trica. e 2
  • 3. 1.2.2 Quantiza¸˜o da carga ca Em diversos problemas que ser˜o abordados neste curso, assumiremos a a existˆncia de cargas distribu´ e ıdas continuamente no espa¸o, do mesmo modo c como ocorre com a massa de um corpo. Isto pode ser considerado somente uma boa aproxima¸ao para diversos problemas macrosc´picos. De fato, sa- c˜ o bemos que todos os objetos diretamente observados na natureza possuem cargas que s˜o m´ ltiplos inteiros da carga do el´tron a u e e = 1, 602177 × 10−19 C, onde a unidade de carga C, o coulomb, ser´ definida mais adiante. Este fato a experimental foi observado pela primeira vez por Millikan em 1909. 1.3 A Lei de Coulomb A primeira constata¸ao de que a intera¸ao entre cargas el´tricas obedece a c˜ c˜ e ` lei de for¸a c 1 F ∝ 2, (1) r onde r ´ a distˆncia entre as cargas e F ´ o m´dulo da for¸a, foi feita por e a e o c Priestley em 1766. Priestley observou que um recipiente met´lico carregado, a n˜o possui cargas na superf´ interna, 1 , n˜o exercendo for¸as sobre uma a ıcie a c carga colocada dentro dele. A partir deste fato experimental, pode-se dedu- zir matematicamente a validade de (1) O mesmo tipo de dedu¸ao pode ser c˜ feita na gravita¸ao, para mostrar que dentro de uma cavidade n˜o h´ for¸a c˜ a a c gravitacional. Medidas diretas da lei (1) foram realizadas em 1785 por Coulomb, utili- zando um aparato denominado balan¸a de tor¸ao. Medidas modernas mos- c c˜ tram que supondo uma lei dada por 1 F ∝ , (2) r 2+ ent˜o | | < 3 × 10−16 [6]. a O resultado completo obtido por Coulomb pode ser expresso como q1 q2 F2 1 = k r12 , ˆ (r12 )2 3
  • 4. F 12 r F21 12 q1 q2 r 12 Figura 2: For¸a entre duas cargas c onde a nota¸ao est´ explicada na figura 2. Um outro fato experimental ´ a c˜ a e validade da terceira lei de Newton, F2 1 = − F1 2 . 1.3.1 Sistema de unidades No sistema MKSA a carga el´trica ´ medida em unidades de coulomb (C) e e e a constante de Coulomb k ´ dada por e k = 8, 9875 × 109 N · m2 /C 2 ´ E conveniente definir tamb´m a constante de permissividade do v´cuo, 0 e a dada por 1 0 = (3) 4πk A unidade de carga C ´ definida em termos da unidade de corrente, o amp`re, e e A; em um segundo, a quantidade de carga que atravessa uma se¸ao transversal c˜ de um fio, por onde flui uma corrente de 1 A ´ 1 C. e 1.4 Princ´ ıpio de superposi¸˜o ca Em situa¸oes mais gerais, quanto existem mais de duas cargas no v´cuo, a c˜ a experiˆncia mostra que vale o princ´pio de superposi¸ao, ou seja, a for¸a sobre e ı c˜ c cada carga ´ a soma vetorial das suas intera¸oes com cada uma das outras e c˜ cargas. Portanto, qj Fi = Fi j = kqi r , ˆ 2 ji (4) j=i j=i (rji ) 1´ E por esta raz˜o que as pessoas dentro de um avi˜o que atravessa uma tempestade, a a n˜o morrem eletrocutadas! a 4
  • 5. 1.5 O Campo Consideremos a equa¸ao (4) aplicada a for¸a sentida por uma carga q 0 , devida c˜ ` c a N cargas q1 · · · qN ` N qj F = q0 k r, ˆ 2 j (5) j=1 (rj ) onde rj ´ a distˆncia desde a carga qj at´ o ponto do espa¸o onde se encontra e a e c a carga q0 e rj ´ o vetor unit´rio apontando na dire¸ao da linha que une ˆ e a c˜ as cargas qj e q0 , no sentido de qj para q0 . Esta equa¸ao pode ser escrita c˜ formalmente como N F = q0 Ej = q0 E, (6) j=1 onde N N qj E= Ej = k r. ˆ 2 j j=1 j=1 (rj ) A grandeza E ´ denominada campo el´trico e est´ definida em todos os pontos e e a do espa¸o. Para que possamos observar, ou seja, medir, o campo el´trico E, c e ´ preciso posicionar uma carga em um determinado ponto do espa¸o, medir e c a for¸a sentida por esta carga e calcular a raz˜o c a F . q0 Estamos supondo uma situa¸ao idealizada, onde a carga q0 n˜o altera o c˜ a campo produzido pelas outras cargas. A id´ia de se introduzir campos na f´ e ısica constitui um passo importante para uma descri¸ao onde as intera¸oes s˜o entendidas sem a introdu¸ao de c˜ c˜ a c˜ a¸ao a distˆncia. Na presente descri¸ao, a intera¸ao entre duas cargas se d´ c˜ ` a c˜ c˜ a em duas etapas. Primeiro a carga q1 cria o campo E, e em seguida, a carga q2 interage com o campo E. Este detalhamento, que por enquanto parece um luxo desnecess´rio, ´ de fundamental importˆncia em problemas dependentes a e a do tempo, tendo em vista que os sinais eletromagn´ticos propagam-se, no e v´cuo, com a velocidade da luz a c = 2, 99792458 × 108 m/s 5
  • 6. E1 y E P E2 r θ θ + x q1 q2 2a Figura 3: Dipolo el´trico e 1.6 Campo de um dipolo Um dos exemplos mais simples do campo el´trico de mais de uma carga ´ o e e caso do chamado dipolo el´trico, mostrado na figura 3. e Um dipolo el´trico nada mais ´ do que duas cargas de sinais opostos e e separadas por uma certa distˆncia, que aqui vale 2a. Supondo que as duas a cargas se encontram sobre o eixo x, ambas a uma distˆncia a da origem, ` a vamos calcular o campo el´trico devido a elas em um ponto que se encontra e ` sobre o eixo y. Supondo tamb´m que as duas cargas tenham m´dulos iguais, e o |q1 | = |q2 | = q ent˜o a q |E 1 | = | E 2 | = k 2 . r Note que, devido a geometria do problema e a condi¸ao acima, as componen- ` ` c˜ tes y de E1 e E2 s˜o iguais em m´dulo mas com sentidos opostos e portanto a o a componente y da resultante E1 + E2 ´ nula. A componente x ´ dada por e e q a 2kaq 2kaq E1x + E2x = |E1 | cos θ + |E2 | cos θ = 2k = 3 = r 2r r (y 2 + a2 )3/2 Uma situa¸ao de especial interesse ´ quando a separa¸ao entre as cargas ´ c˜ e c˜ e 6
  • 7. ∆q i ^ ri P ∆Ei Figura 4: Distribuic˜o continua de carga a muito menor que a distˆncia at´ o ponto de observa¸ao P a e c˜ y a. Neste caso, podemos desprezar a no denominador da equa¸ao anterior, ob- c˜ tendo p E1x + E2x = k 3 , y na qual p ≡ 2qa (7) ´ o chamado momento de dipolo. e Situa¸oes de interesse f´sico e tecnol´gico onde aparece o momento de c˜ ı o dipolo ocorrem tanto em sistemas atˆmicos como em antenas. o 2 Segunda aula 2.1 Campo de uma distribui¸˜o cont´ ca ınua de cargas Em v´rias situa¸oes de interesse pr´tico, podemos desprezar a granularidade a c˜ a da carga el´trica e calcular o campo el´trico, assumindo a continuidade da e e distribui¸ao. Este procedimento envolve os seguintes passos: c˜ • Dividimos o volume em peda¸os ∆Vi , cada um possuindo carga ∆qi , c conforme a figura 4. 7
  • 8. • Calculamos o campo el´trico produzido por ∆qi no ponto P , e ∆qi ∆E i = k ri ˆ (ri )2 • Usamos o princ´ ıpio de superposi¸ao para calcular o campo total em P c˜ ∆qi E = lim ∆Ei = k lim ri ˆ ∆qi →0 i ∆qi →0 i (ri )2 Ap´s tomarmos o limite indicado nas express˜es acima, obtemos a se- o o guinte express˜o para o campo a dq E=k r, ˆ V r2 onde V denota a regi˜o onde a distribui¸ao de cargas ´ n˜o nula. a c˜ e a ´ conveniente distinguirmos os seguintes tipos de distribui¸oes de cargas: E c˜ dq • Carga distribu´ em um volume V com densidade ρ = ıda dV . dq • Carga distribu´ em uma superf´ A com densidade σ = ıda ıcie dA dq • Carga distribu´ em ao longo de uma linha l com densidade λ = ıda dl . Veremos a seguir alguns exemplos simples de distribui¸oes cont´ c˜ ınuas. 2.2 Campo de um bast˜o carregado a Consideremos um bast˜o de comprimento l possuindo carga Q, positiva, a uniformemente distribu´da. Vamos calcular o campo el´trico em um ponto ı e P , localizado a uma distˆncia d da extremidade esquerda do bast˜o, como a a mostra a figura 5. O elemento de comprimento dx possui carga Q dq = λdx; λ= . l Cada elemento de carga dq produz um campo el´trico em P , apontando e sempre no sentido negativo do eixo x. De acordo com a lei de Coulomb, dq dx dE = −ˆ 2 = −ˆ ik ikλ 2 , x x 8
  • 9. y l P   ¡   ¤ ¥   ¡ ¢ ¤ ¥ ¢£ ¢£ ¢£ ¢£ x E ¦ § ¦ § dx d Figura 5: Bast˜o carregado a onde ˆ ´ o versor na dire¸ao x. O campo el´trico total em P ´ dado pela i e c˜ e e superposi¸ao dos campos infinitesimais c˜ d+l dx 1 1 kQ E = −ˆ i dE = ˆ ikλ 2 = −ˆ ikλ − = −ˆ i d x d d+l d (d + l) Note que para d l Q |E| ≈ k , d2 que ´ o campo de uma carga puntiforme. e Para um fio de comprimento infinito, ou seja, l d, mas com densidade λ finita, 1 |E| ≈ kλ . d 2.3 Campo de um anel carregado Consideremos um anel uniformemente carregado, possuindo carga total Q, positiva. Queremos determinar o campo el´trico em um ponto P , que est´ e a a uma distˆncia z do plano do anel, situado no eixo do anel, conforme a a figura 6. Note que a soma vetorial das componentes do campo el´trico or- e togonais ao eixo z ´ nula. De fato, para cada elemento de carga dq, existe e outro, diametralmente aposto, produzindo uma componente ortogonal com sinal oposto. Esta equivalˆncia entre os elementos de cargas diametralmente e opostos ´ denominada uma simetria do sistema; uma simetria nada mais ´ do e e que uma equivalˆncia, neste caso geom´trica, entre uma parte de um sistema e e e sua contra-parte reversa, neste caso o ponto oposto em rela¸ao ao centro do c˜ 9
  • 10. dE dE P dE r θ z dq a y x Figura 6: Anel carregado anel. Simetrias s˜o muito uteis pois costumam facilitar bastante a solu¸ao a ´ c˜ de problemas mais complicados. As componentes paralelas ao eixo z s˜o dadas por a dq z dE|| = z k ˆ 2 cos θ = z kdq 3 . ˆ r r Note que a grandeza rz3 assume sempre o mesmo valor quando percorremos os pontos do anel. Logo, z z z z E|| = dE|| = z k ˆ ˆ dq = z k 3 dq = k Q = z kQ ˆ (8) r 3 r r 3 (a2 + z 2 )3/2 Para z a a express˜o acima comporta-se como a kQ E|| ≈ z ˆ , z2 que ´ o campo de uma carga puntiforme. e 10
  • 11. P                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ r                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡         ¡   ¡   ¡   ¡   ¡   ¡ R   ¡   ¡   ¡ ¡ ¡ ¡         ¡   ¡   ¡ ¡ ¡ ¡         ¡   ¡   ¡   ¡   ¡   ¡ y                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡                   ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ x Figura 7: Disco carregado 2.4 Campo de um disco carregado Consideremos agora um disco uniformemente carregado possuindo carga total Q, conforme a figura 7. Queremos calcular o campo el´trico em um ponto e P situado no eixo do disco, a uma distˆncia z do plano do disco. Utilizando a o princ´pio de superposi¸ao, o campo produzido em P ´ a soma (integral) ı c˜ e dos campos produzidos por an´is de raio r, com r variando entre 0 e R. De e acordo com a equa¸ao (8), c˜ z dE|| = z k ˆ dq, (9) (r 2 + z 2 )3/2 onde dq ´ a carga contida em um anel infinitesimal de raio r e espessura dr. e Ou seja, dq = σdA = σ2π r dr. (10) Substituindo (10) em (9) e integrando, teremos R rdr z z ˆ E|| = z 2π k σ z = z 2π k σ ˆ −√ 2 . (11) 0 (r 2 + z 2 )3/2 |z| R + z2 11
  • 12. E + + + + + + + + + + + + + + + E Figura 8: Plano infinito carregado Nas proximidades do disco, z R, o segundo termo em (11) pode ser desprezado. Neste caso, teremos z σ E|| ≈ z 2π k σ ˆ =z ˆ sinal(z), (12) |z| 20 aqui usamos a equa¸ao (3). A fun¸ao sinal(z) ´ definida como c˜ c˜ e −1 se z < 0 , sinal(z) = (13) 1 se z > 0 . Este limite nos d´ o campo el´trico de uma plano infinito carregado, como a e est´ ilustrado na figura 8. a 3 Terceira aula 3.1 Linhas de campo Nos exemplos vistos anteriormente, o campo el´trico foi calculado em um e unico ponto P do espa¸o. Antes de partirmos para o c´lculo em pontos ar- ´ c a bitr´rios, ´ conveniente que tenhamos uma visualiza¸ao qualitativa do campo a e c˜ el´trico. Esta visualiza¸ao pode ser feita introduzindo-se as chamadas linhas e c˜ de campo. Na figura 9 foram desenhadas algumas destas linhas, possuindo as seguintes propriedades: 12
  • 13. E Figura 9: Linhas de campo • As linhas s˜o tangentes, em cada ponto, a dire¸ao do campo el´trico a ` c˜ e neste ponto. • A intensidade do campo ´ proporcional ao n´mero de linhas por uni- e u dade de area de uma superf´ perpendicular as linhas. ´ ıcie ` Na figura 10 est˜o representadas as linhas as linhas de campo de uma a carga puntiforme positiva e de uma carga puntiforme negativa negativa. As linhas do campo de um dipolo est˜o representadas na figura 11. a 3.1.1 Consistˆncia com a Lei de Coulomb e Podemos verificar que a visualiza¸ao em termos de linhas de for¸a ´ consis- c˜ c e tente com a lei de Coulomb. Para isso, devemos notar que, por simetria, a intensidade do campo deve ser a mesma em todos os pontos de uma superf´cie ı esf´rica de raio r. Sendo N o n´ mero de linhas que originam-se na carga, e u ent˜o o n´mero de linhas por unidade de area da superf´ esf´rica ´ a u ´ ıcie e e N . 4π r 2 De acordo com a visualiza¸ao em termos de linhas de for¸a, c˜ c N E∝ , 4π r 2 o que est´ de acordo com a lei de Coulomb. a 13
  • 14. + − Figura 10: Linhas do campo de uma carga puntiforme + _ Figura 11: Linhas do campo de um dipolo 14
  • 15. 3.2 Fluxo e Lei de Gauss 3.2.1 Fluxo De acordo com a no¸ao qualitativa de linhas de campo, vista na se¸ao 3.1, a c˜ c˜ intensidade do campo el´trico ´ proporcional ao n´mero de linhas que atra- e e u vessam uma superf´cie ortogonal as linhas. Para estudarmos, de maneira ı ` quantitativa, as rela¸oes entre a intensidade do campo e superf´ c˜ ıcies quaisquer, vamos agora introduzir a grandeza Φ, denominada fluxo do campo el´trico e atrav´s de uma superf´cie. Vejamos inicialmente dois exemplos simples. e ı • Campo uniforme E atravessando uma superf´ ortogonal de area A ıcie ´ Φ = EA • Campo uniforme E atravessando uma superf´ ıcie, cuja normal forma um angulo θ com a dire¸ao do campo ˆ c˜ Φ = EA cos θ = E · A, (14) onde A ≡ An; n ´ o vetor unit´rio normal a superf´ ˆe a ` ıcie. Em situa¸oes mais gerais, o campo ´ n˜o uniforme, e a superf´ pode c˜ e a ıcie ter uma forma qualquer, como ilustra a figura 12. Em pequenas regi˜es dao superf´ ıcie, podemos utilizar a express˜o (14). Devemos subdividir a superf´ a ıcie em pequenos elementos de area ∆Ai . Para cada um destes elementos, teremos ´ um fluxo elementar dado por Φi = Ei · ∆Ai = Ei ∆Ai cos θi . Somando todos os elementos de area e tomando o limite ∆Ai → 0, teremos ´ a seguinte express˜o para o fluxo total atrav´s de uma superf´cie arbitr´ria a e ı a Φ = lim E i · ∆A i = E · dA ∆Ai →0 superf´ ıcie Um caso de especial interesse ´ quando a superf´ sobre a qual esta- e ıcie mos integrando, ´ fechada. Uma superf´ fechada divide o espa¸o em uma e ıcie c regi˜o interna e uma regi˜o externa a superf´ a a ` ıcie. Um exemplo deste tipo de superf´ ıcie, denominada superf´cie gaussiana, ´ mostrado na figura 13. Neste ı e 15
  • 16. ∆ Ai θ Ei Ej θ ∆ Aj Figura 12: Fluxo atrav´s de uma superficie gen´rica e e ∆ Ai θ Ei Figura 13: Superf´ gaussiana ıcie 16
  • 17. caso, convenciona-se que o vetor n aponta no sentido da regi˜o interna para ˆ a a regi˜o externa. O fluxo atrav´s de uma superf´ fechada ´ ent˜o dado por a e ıcie e a Φc = E · dA = En dA, ˆ onde En = E · n ˆ ˆ ´ a componente do campo el´trico na dire¸ao da normal a superf´ e e c˜ ` ıcie. Estude o exemplo 24.1 do livro texto [5]. 3.2.2 Lei de Gauss Consideremos o campo el´trico de uma carga puntiforme. De acordo com a e lei de Coulomb, em um ponto localizado a uma distˆncia r da origem, a q r ˆ E= . 4π 0 r 2 Imaginemos agora uma superf´ gaussiana arbitr´ria, abrangendo uma regi˜o ıcie a a qualquer do espa¸o. O fluxo de E atrav´s de um elemento de area dA = ndA c e ´ ˆ desta superf´ imagin´ria ´ ıcie a e q dA cos θ dΦ = , (15) 4π 0 r2 onde usamos n · r = cos θ. ˆ ˆ Digress˜o sobre ˆngulo s´lido a a o Na figura 14 ∆A ´ o elemento de area de uma superf´ qualquer, ∆Σ e e ´ ıcie ∆Ω s˜o elementos de area de esferas de raio r e de raio 1, respectivamente. a ´ A grandeza ∆Ω ´ o elemento de angulo s´lido subentendido pelo elemento e ˆ o de superf´ ∆A. Note que ıcie ∆Σ ∆A cos θ ∆Ω = 2 = r r2 Portanto, somar sobre ∆A cos θ , r2 ´ o mesmo que somar sobre ∆Ω. Devemos agora considerar duas possibili- e dades. 17
  • 18. ∆A ∆Σ 1 ∆Ω P O r θ θ r n ˆ Figura 14: Angulo S´lido o • A origem O est´ dentro da superf´cie gaussiana. Neste caso, a ı dΩ = 4π (O interno), (16) onde usamos o resultado para a area de uma superf´ esf´rica de raio ´ ıcie e unit´rio. a • A origem O est´ fora da superf´cie gaussiana. Neste caso, os elementos a ı de angulo s´lido cancelam-se mutuamente, resultando em ˆ o dΩ = 0 (O externo). (17) Fim da Digress˜o sobre ˆngulo s´lido a a o A equa¸ao (15) pode agora ser expressa como c˜ q dΦ = dΩ, (18) 4π 0 ´ onde dΩ ´ o angulo s´lido subentendido por dA, visto da posi¸ao da carga q. E e ˆ o c˜ importante notar que o fluxo do campo proporcional ao angulo s´lido, ´ uma ˆ o e 18
  • 19. consequˆncia direta da lei do inverso quadrado da distˆncia. A mesma forma e a seria obtida se estiv´ssemos considerando o fluxo do campo gravitacional e newtoniano, produzido por uma massa puntiforme. Utilizando as equa¸oes (16) e (17), teremos para o fluxo total, c˜  q  se a carga q estiver dentro de A q   0 Φ= dΩ = 4π 0   0 se a carga q estiver fora de A  Uma distribui¸ao qualquer de cargas pode ser decomposta em elementos c˜ de cargas, cada um comportando-se como uma carga puntiforme. O princ´ ıpio de superposi¸ao nos d´ o campo resultante como a soma dos campos pro- c˜ a duzidos por cada elemento de carga. Assim, obtemos a Lei de Gauss na forma qin E · dA = , (19) 0 onde qin ´ a carga contida dentro da superf´ A. e ıcie A Lei de Gauss est´ expressa na equa¸ao (19) na forma integral. Esta a c˜ ´ uma das quatro equa¸oes de Maxwell do eletromagnetismo. Veremos que e c˜ existe uma forma equivalente em termos de uma equa¸ao diferencial, e que c˜ esta lei permanece v´lida mesmo quando as distribui¸oes de cargas n˜o s˜o a c˜ a a est´ticas, ou seja, quando as cargas possuem um movimento qualquer. a H´ uma interessante analogia entre as linhas de campo el´trico e linhas a e de velocidade de um fluido. Cargas positivas (negativas) s˜o an´logas as a a ` ´ fontes (sorvedouros) de um fluido. E por esta raz˜o que as cargas el´tricas a e s˜o consideradas como fontes do campo eletrost´tico [4]. a a 4 Quarta aula 4.1 Exemplos simples de aplica¸oes da Lei de Gauss c˜ A lei de Gauss n˜o ´ somente uma forma elegante de expressar os fenˆmenos a e o ´ eletrost´ticos. E tamb´m uma ferramenta util para o c´lculo do campo de a e ´ a distribui¸oes de cargas possuindo elementos de simetria. De maneira geral, c˜ sempre que for poss´ identificar uma superf´cie gaussiana tal que o campo ıvel ı el´trico tenha o mesmo valor em todos os seus pontos, ent˜o o c´lculo do e a a fluxo torna-se elementar Φ= E · dA = EA, (20) 19
  • 20. onde E ´ a intensidade do campo e A ´ a area da superf´ e e ´ ıcie. Note que E pode ser positivo ou negativo, dependendo se as linhas de campo est˜o entrando a ou saindo da superf´ıcie. Vejamos alguns exemplos. 4.1.1 Campo de uma carga puntiforme Devemos determinar a superf´ ıcie gaussiana tal que o fluxo do campo de uma carga puntiforme adquira a forma simples dada por (20). O campo produzido por uma carga puntiforme deve possuir simetria esf´rica. Ou seja, e sua intensidade n˜o varia quando percorremos a superf´ de uma esfera a ıcie imagin´ria de raio r, a qual possui area a ´ A = 4π r 2 Portanto, utilizando a rela¸ao (20), teremos c˜ Φ = E4π r 2 . Finalmente, aplicando a lei de Gauss dada por (19), teremos q E= 4π 0 r 2 4.1.2 Campo de uma esfera isolante possuindo densidade de carga uniforme e raio a. Novamente temos uma configura¸ao possuindo simetria esf´rica. Ou seja, o c˜ e fluxo do campo el´trico a uma distˆncia r do centro da esfera ´ e ` a e Φ = E4π r 2 . Para r > a, toda a carga da esfera est´ contida no interior da superf´ a ıcie gaussiana. Logo, de acordo com a lei de Gauss, Q E= ; r > a, 4π 0 r 2 onde Q ´ a carga total da esfera. e Para r < a, a carga que est´ contida no interior da superf´ gaussiana ´ a ıcie e 4 q = ρ πr 3 , 3 20
  • 21. Figura 15: Soluc˜o do problema (24.63) do Serway a onde ρ ´ a densidade uniforme de carga da esfera isolante, e Q ρ= 4 . (21) 3 πa3 Aplicando a lei de Gauss, q 1 Qr 3 Q E= 2 = 3 2 = 3 r; r < a. 0 4πr a 4π 0 r a 4π 0 Note que nos pontos internos a esfera o campo varia linearmente com r, ` tendendo a zero quando r → 0. ` Como uma aplica¸ao deste resultado, vamos fazer o problema (24.63) do c˜ livro texto [5]. A solu¸ao gr´fica deste problema ´ mostrada na figura 15. c˜ a e 4.1.3 Campo de uma casca esf´rica delgada e Consideremos uma casca esf´rica delgada, possuindo raio a e uma carga Q e uniformemente distribu´ sobre sua superf´ ıda ıcie. Novamente temos uma si- metria esf´rica. Para pontos externos a casca esf´rica, imaginamos uma e ` e superf´ gaussiana possuindo raio r > a. Aplicando a lei de Gauss, teremos ıcie Q E= ; r > a. (22) 4π 0 r 2 21
  • 22. Note que para pontos externos a distribui¸ao de cargas, os campos dados por ` c˜ (21) e (22) comportam-se como se toda a carga estivesse concentrada num unico ponto na origem. ´ Para pontos internos a casca esf´rica, a carga no interior da superf´ ` e ıcie gaussiana imagin´ria ´ nula. Logo, a e E = 0; r < a. 4.1.4 Distribui¸˜o de cargas com simetria cil´ ca ındrica Certas distribui¸oes de carga exibem simetria cil´ndrica, ou seja, podemos c˜ ı antecipar que o campo produzido por estas distribui¸oes tem a mesma inten- c˜ sidade em todos os pontos pertencentes a uma superf´cie cil´ndcdrica ima- ` ı ı gin´ria. Podemos decompor o fluxo total atrav´s do cilindro como a e Φ= En dA = ˆ En1 dA − ˆ En1 dA + En2 (2πrl), ˆ ˆ (23) topo base onde r ´ o raio do cilindro, l ´ sua altura e os vetores unit´rios n1 e n2 e e a ˆ ˆ s˜o mutuamente ortogonais apontando para cima e para fora da superf´ a ıcie lateral, respectivamente. Suponhamos a distribui¸ao de cargas seja um fio de comprimento infinito, c˜ uniformemente carregado com densidade linear de carga λ. Por simetria, as linhas de campo s˜o direcionadas radialmente, de modo que En1 = 0 e a ˆ En2 = E, sendo E a intensidade do campo. Usando a lei de Gauss, e a ˆ express˜o (23) teremos a qin 1 λ En 2 = ˆ = , (24) 0 (2πrl) 2π 0 r onde usamos qin = λl. 4.1.5 Plano uniformemente carregado Neste caso, podemos antecipar que o campo el´trico E ter´ o mesmo valor e a em todos os pontos dos planos paralelos ao plano da distribui¸ao de cargas, c˜ sendo paralelo a normal exterior de dois planos quaisquer que contenham ` o plano de cargas entre eles (sanduiche). Constru´ımos ent˜o uma superf´ a ıcie gaussiana, adicionando quatro planos de maneira a formar um paralelep´pedo. ı O fluxo atrav´s das 4 faces laterais do paralelep´ e ıpedo ´ nulo, j´ que o campo e a 22
  • 23. ´ ortogonal a normal destes 4 planos. Como o vetor E tem sentidos opostos e ` acima e abaixo do plano de cargas, ent˜o a Φ = EA + EA = 2EA Usando a lei de Gauss, qin σ E= = , 2A 0 20 onde usamos qin = σA. Note que j´ hav´ a ıamos obtido este resultado (veja a equa¸ao (12)), a partir do limite de pequenas distˆncias do campo do disco c˜ a uniformemente carregado. Note tambem que este campo n˜o depende do a ponto do espa¸o; ´ um campo uniforme. c e 4.1.6 Equil´ ıbrio no campo eletrost´tico a A lei de Gauss tamb´m permite a demonstra¸ao de certas propriedades gerais e c˜ em eletrost´tica. Uma destas propriedades diz respeito a n˜o existˆncia de a ` a e pontos de equil´brio est´vel em um campo eletrost´tico. Um ponto P0 ´ de ı a a e equil´ ıbrio est´vel se, ao deslocarmos uma carga q0 em qualquer dire¸ao, a a c˜ partir do ponto P0 , as for¸as eletrost´ticas tender˜o a puxar a carga q0 de c a a volta para o ponto P0 . Para que isto ocorra, as linhas de campo el´trico e devem todas convergir para o ponto P0 . Mas, neste caso, o fluxo do campo atrav´s de uma pequena superf´ gaussiana, contendo o ponto P0 em seu e ıcie interior, ser´ n˜o nulo. De acordo com a lei de Gauss, isto n˜o ´ poss´vel, a a a e ı uma vez que n˜o existe uma carga q (fonte do campo el´trico) em P0 . a e 5 Quinta aula 5.1 Condutores As cargas el´tricas (el´trons) podem se mover no interior de um meio condu- e e tor, mas n˜o podem escapar espontaneamente deste meio. Na eletrost´tica, a a estamos descrevendo situa¸oes onde as cargas encontram-se em repouso. Ad- c˜ mitindo que as cargas ja se deslocaram para uma configura¸ao de equil´brio c˜ ı −16 (em um bom condutor, o equil´ ıbrio ´ atingido em cerca de 10 s), n˜o pode e a haver campo el´trico no interior do condutor, pois, se houvesse, as cargas e ainda estariam se movendo sob a a¸ao deste campo. Logo, no equil´brio c˜ ı eletrost´tico, a 23
  • 24. Figura 16: Condutor Carregado o campo el´trico ´ nulo no interior do condutor. e e A figura 16 mostra um condutor carregado, ou seja, n˜o neutro, onde a a linha tracejada em vermelho representa uma superf´ gaussiana cujo interior ıcie cont´m o volume interno do condutor. Uma vez que, no equil´ e ıbrio, o campo el´trico ´ nulo no interior do condutor, ent˜o o fluxo do campo atrav´s da e e a e superf´ gaussiana ´ nulo. Logo, de acordo com a lei de Gauss, n˜o h´ ıcie e a a cargas no interior do condutor. Do ponto de vista macrosc´pico, a solu¸ao o c˜ de equil´brio eletrost´tico ´ tal que ı a e a carga localiza-se na superf´ ıcie do condutor. Na parte externa do condutor, existe um campo el´trico produzido pelas e cargas superficiais. Como estas cargas n˜o possuem movimento ao longo da a superf´ do condutor (solu¸ao est´tica), ent˜o ıcie c˜ a a a componente do campo tangencial ` superf´ a ıcie externa do condutor deve ser nula Para determinar a componente normal a superf´ ` ıcie, constru´ ımos uma su- perf´ gaussiana em forma de caixa cil´ ıcie ındrica como mostra a figura 17 Na face lateral da caixa cil´ ındrica o fluxo do campo ´ nulo, pois n˜o existe e a componente tangencial. Na base do cilindro, que est´ dentro do condutor, o a campo el´trico ´ nulo. Logo, s´ h´ fluxo atrav´s do topo do cilindro, e este e e o a e fluxo ´ dado por e Φ = EdA, onde dA ´ a area do topo do cilindro, que ´ idˆntica a area de se¸ao do e ´ e e ` ´ c˜ 24
  • 25. E Figura 17: Superf´ gaussiana para o condutor ıcie cilindro com a superf´ do condutor. Portanto, usando a Lei de Gauss, ıcie dqin σ E= = , 0 dA 0 dq onde usamos σ = dA . Estude o exemplo (24.7) do livro texto. 5.2 Potencial Eletrost´tico a Sabemos que uma part´ ıcula carregada, possuindo carga q0 , sob a a¸ao de um c˜ campo eletrost´tico ser´ acelerada por uma for¸a a a c F = q0 E. Em consequˆncia, a energia cin´tica ser´ aumentada ou diminu´ e e a ıda. De onde vem a energia adquirida ou perdida pela part´ ıcula? A resposta a esta quest˜o ` a nos leva a introduzir o conceito de energia na descri¸ao dos fenˆmenos ele- c˜ o tromagn´ticos. e 5.2.1 Campos conservativos A figura 18 [1] ilustra o movimento de uma carga q0 , na presen¸a do campo c eletrost´tico produzido por outra carga q. O trabalho realizado sobre a carga a 25
  • 26. q0 , num deslocamento infinitesimal ds ´ e dW = q0 E · ds. Consideremos inicialmente o trecho 1 → 2. A varia¸ao da energia cin´tica c˜ e da carga q0 neste trecho ´ e 2 2 ˆ r · ds 2 dr 1 1 T2 − T 1 = q0 E · ds = kq0 q = kq0 q = −kq0 q − . 1 1 r2 1 r 2 r2 r1 Suponhamos agora que a carga q0 percorra todo o trajeto mostrado na figura 18, retornando ao ponto 1 de partida. Caso sua energia cin´tica fosse, por e exemplo, maior que a inicial, ter´ ıamos uma forma de produzir energia do nada! Sabemos que isto n˜o ´ poss´ a e ıvel, pois n˜o existe um moto perp´tuo. a e Portanto, devemos ser capazes de demonstrar que o trabalho realizado ao longo de qualquer trajet´ria fechada ´ nulo o e (Caso uma determinada trajet´ria resultasse em um trabalho negativo o (diminuindo a energia cin´tica da carga q0 ), poder´ e ıamos inverter o sentido da trajet´ria obtendo assim um ganho de energia cin´tica.) o e Vamos primeiro mostrar que o trabalho ´ de fato nulo para a trajet´ria e o simples mostrada na figura 18. Note que, nos trechos 2 → 3, 4 → 5, 6 → 7 e 8 → 1, a carga q0 desloca-se perpendicularmente a dire¸ao do campo radial E. Portanto, o trabalho ´ nulo ` c˜ e nestes trechos (dW = E · ds = 0). Nos trechos onde o trabalho ´ n˜o nulo e a temos 2 dr 1 1 W12 = kq0 q = −kq0 q − , 1 r2 r2 r1 4 dr 1 1 W34 = kq0 q 2 = −kq0 q − , 3 r r4 r3 6 dr 1 1 W56 = kq0 q 2 = −kq0 q − , 5 r r6 r5 8 dr 1 1 W78 = kq0 q 2 = −kq0 q − . 7 r r8 r7 26
  • 27. 1 q0 8 2 7 q 5 3 6 4 Figura 18: Trajet´ria num campo conservativo o 27
  • 28. O trabalho total ´ a soma dos trabalhos em cada trecho; e 1 1 1 1 1 1 1 1 W = −kq0 q − + − + − + − . r2 r1 r4 r3 r6 r5 r8 r7 Conclu´ ımos facilmente que W = 0, notando que r2 = r3 , r4 = r5 , r6 = r7 e r1 = r 8 . A curva utilizada na figura 18 pode parecer muito especial. Vamos agora verificar o que acontece em uma situa¸ao mais geral, como a mostrada na c˜ figura 19 (escolhemos uma for¸a repulsiva, mas o mesmo poderia ser deduzido c com uma for¸a atrativa). A amplia¸ao de um dos trechos da trajet´ria, c c˜ o mostra uma aproxima¸ao em termos de dente de serra. Estamos portanto c˜ reduzindo uma trajet´ria qualquer ao caso considerado na figura 18, onde j´ o a demonstramos que o trabalho ´ nulo quando percorremos o circuito fechado. e Tomando dentes suficientemente pequenos, como ´ mostrado na amplia¸ao e c˜ seguinte, tudo o que precisamos mostrar ´ que, para um dente qualquer, o e trabalho Wac ´ o mesmo que a soma dos trabalhos Wab e Wbc . No trecho e a → c o trabalho ´ e c Wca = F · ds = F s cos θ, a pois a for¸a ´ constante ao longo do trecho infinitesimal. No trecho horizontal, c e c Wab = F · ds = F x. a No trecho vertical Wbc = 0, visto que a for¸a ´ perpendicular ao deslocamento. c e Como s cos θ = x, conclu´ ımos que Wac = Wab + Wbc . Portanto, o trabalho ao longo de uma trajet´ria qualquer ´ o mesmo que o trabalho ao logo de o e uma trajet´ria em forma de dente de serra, que por sua vez ´ nula para um o e circuito fechado. For¸as possuindo a propriedade demonstrada acima, s˜o chamadas de c a for¸as conservativas. Note que esta propriedade ´ comum a qualquer for¸a c e ` c que dependa somente da distˆncia radial, ou seja, for¸as centrais. a c Uma consequˆncia imediata do anulamento do trabalho em um circuito e fechado ´ que o trabalho realizado entre dois pontos A e B quaisquer, n˜o e a depende do caminho entre A e B. Para mostrar isto, considere as duas trajet´ria exibidas na figura 20. Partindo do ponto A e percorrendo as duas o trajet´rias no sentido hor´rio, teremos o a AB BA Wvermelho + Wazul = 0. 28
  • 29. q c F s y . θ . a x b Figura 19: Trajet´ria geral num campo conservativo o 29
  • 30. A B Figura 20: Diferentes caminhos entre A e B 30
  • 31. BA AB Como Wazul = −Wazul , obtemos AB AB Wvermelho = Wazul . Portanto, para calcular W AB , podemos escolher qualquer trajet´ria. Uma o trajet´ria conveniente ´ aquela mostrada em verde, na figura 20. No trecho o e semi-circular desta trajet´ria, sabemos que n˜o h´ trabalho realizado. No o a a trecho que vai de rA at´ rB , o trabalho ´ e e B dr 1 1 W AB = kq0 q 2 = −kq0 q − , (25) A r rB rA Esta propriedade pode ser equivalentemente expressa dizendo que o trabalho realizado por uma for¸a conservativa c s´ depende da posi¸˜o dos pontos inicial e final o ca No caso de um campo eletrost´tico produzido por uma distribui¸ao qual- a c˜ quer de cargas, podemos invocar o princ´pio de superposi¸ao, subdividindo a ı c˜ distribui¸ao de cargas em elementos de carga puntiforme, cada um dos quais c˜ produzindo um campo coulombiano, portanto conservativo. Naturalmente, a soma de campos conservativos ´ um campo conservativo. e 5.2.2 Diferen¸a de potencial eletrost´tico c a Consideremos dois pontos A e B de uma regi˜o do espa¸o onde existe um a c campo el´trico E e uma carga q0 que pode ocupar qualquer destes pontos. e Definimos a diferen¸a de energia potencial eletrost´tica deste sistema como c a B ∆U = UB − UA = −q0 E · ds. (26) A Note que ∆U ´ o trabalho realizado sobre q0 entre A e B, com sinal trocado. e Se imaginarmos um agente externo deslocando a carga q0 entre A e B, sem alterar sua energia cin´tica, ent˜o a equa¸ao (26) ´ idˆntica ao trabalho re- e a c˜ e e alizado pelo agente externo. Sabemos da se¸ao anterior que ∆U ´ de fato c˜ e uma grandeza que depende somente da posi¸ao dos pontos A e B. Podemos c˜ portanto utilizar qualquer caminho ligando os ponto A e B, para calcular a integral de linha na equa¸ao (26). c˜ Podemos tamb´m definir a grandeza, denominada diferen¸a de potencial e c entre os pontos A e B, como UB − U A B ∆V = =− E · ds. q0 A 31
  • 32. Note que esta grandeza depende somente das propriedades do campo el´trico. e Escolhendo arbitrariamente um ponto de referˆncia, P0 , onde V (P0 ) = 0, e teremos o potencial em qualquer ponto do espa¸o c P V (P ) = − E · ds. (27) P0 Frequentemente, o ponto P0 ´ tomado a uma distˆncia infinita das distri- e ` a bui¸oes de carga. c˜ 5.2.3 Cargas puntiformes Vimos que o trabalho realizado pela for¸a eletrost´tica de uma carga q sobre c a outra carga q0 ´ dado pela equa¸ao (25). Utilizando a defini¸ao geral de e c˜ c˜ diferen¸a potencial eletrost´tico, dada por (5.2.2), teremos c a B dr 1 1 VB − VA = −kq 2 = kq − , (28) A r rB rA Convencionando-se que o valor do potencial ´ zero em rA = ∞, podemos e falar em potencial em cada ponto produzido por uma carga puntiforme, como sendo dado por q V =k . r Note que este potencial n˜o muda de valor nos pontos de superf´ a ıcies esf´ricas e de raio r. Em geral, superf´ ıcies onde o potencial tem sempre o mesmo valor s˜o denominadas a Superf´ ıcies Equipotenciais Utilizando o princ´ ıpio de superposi¸ao, o potencial produzido por N car- c˜ gas puntiformes, q1 , · · · qN , ´ dado por e N qi V =k , i=1 ri onde o potencial, de cada carga, no infinito, foi posto igual a zero. ` 32
  • 33. 5.2.4 Energia potencial de part´ ıculas carregadas Uma carga q1 est´ produzindo um potencial a q1 V1 = k r12 em um ponto que est´ a uma distˆncia r12 de q1 . Da defini¸ao de potencial, a a c˜ sabemos que o trabalho realizado por um agente externo para deslocar, sem acelera¸ao, uma segunda carga q2 , desde o infinito at´ a distˆncia r12 ´ c˜ e a e q 2 V1 . Este trabalho ´ definido como a energia potencial U do sistema de cargas. e Ou seja, q1 q2 U =k . r12 Para um sistema constitu´ de N cargas, devemos somar as energias poten- ıdo ciais associadas a cada par de cargas. Ou seja, qi qj U =k . i>j rij 5.2.5 Distribui¸oes cont´ c˜ ınuas de cargas Utilizando o princ´pio de superposi¸ao, o potencial de uma distribui¸ao con- ı c˜ c˜ t´ ınua ´ dado pela soma dos potenciais e dq dV = k r produzidos por elementos de carga dq. Ou seja, dq V =k . r Estamos convencionando que o potencial ´ nulo em pontos situados a uma e distˆncia infinita da distribui¸ao de cargas. a c˜ 33
  • 34. P r’’ r φ r’d θ θ r ’ r ’ sen θ d φ d r’ Figura 21: Esfera uniformemente carregada 6 Sexta aula 6.1 Potencial de uma esfera uniformemente carregada A figura 21 mostra uma esfera possuindo carga total Q, uniformemente dis- tribu´da em todo o seu volume. ı Um elemento de carga dq = ρdv (o volume dv est´ mostrado na figura), a produz um potencial dq dv dV = k = kρ r r num ponto P situado a uma distˆncia r do centro da esfera. Tamb´m esta a e indicada na figura, a distˆncia r , que vai do centro da esfera at´ o volume a e dv. Podemos expressar r em termos de r e r , observando que r = (r senθ)2 + (r − r cos θ)2 = r 2 + r 2 − 2rr cos θ As dimens˜es do elemento de volume dv s˜o r senθdφ, r dθ e dr . Portanto, o a dv = (r senθdφ)(r dθ)(dr ). 34
  • 35. O potencial total em P ´ obtido integrando em r , θ e φ e 2π π ρ senθ r 2R V =k dφ dθ dr √ . 0 0 0 r 2 + r 2 − 2rr cos θ Como a densidade de carga ρ ´ constante e o resto do integrando n˜o depende e a de φ, podemos imediatamente integrar em φ, resultando em π R ρ senθ r 2 V = kρ(2π) dθ dr √ . 0 0 r 2 + r 2 − 2rr cos θ Fazendo a mudan¸a de vari´vel c a senθdθ = −d(cos θ) = −du, teremos R r2 1 V = kρ(2π) du √ 2 dr . 0 −1 r + r 2 − 2rr u Fazendo uma segunda mudan¸a de vari´vel c a 2 x = r + r 2 − 2rr u; dx = −2rr du, teremos R (r−r )2 dx r 2 V = kρ(2π) dr √ 0 (r+r )2 (−2rr ) x kρ(2π) R = − r (|r − r | − |r + r |) dr r 0 Devemos agora distinguir duas situa¸oes: c˜ ponto P fora da distribui¸˜o de cargas ca Neste caso, |r − r | − |r + r | = −2r . Logo, kρ(4π) R3 kQ V = = (29) r 3 r ponto P dentro da distribui¸˜o de cargas ca Devemos, neste caso, separar a regi˜o de integra¸ao em duas partes. Uma, a c˜ de 0 at´ r, onde |r − r | − |r + r | = −2r . Outra, de r at´ R, onde |r − r | − e e |r + r | = −2r. Logo kρ(4π) r 3 R2 r 2 kQ r2 V = +r − = 3− 2 (30) r 3 2 2 2R R 35
  • 36. s ds E θ Figura 22: Campo el´trico de uma carga teste e 6.2 C´lculo do campo el´trico a partir do potencial a e Consideremos uma carga teste q0 movendo-se ao longo da dire¸ao s, mostrada c˜ na figura 22. As linhas tracejadas representam superf´ıcies equipotenciais. Ao atravessar uma diferen¸a de potencial dV , ´ realizado um trabalho c e dW = −q0 dV = q0 E · ds = q0 E ds cos θ. Portanto, dV E cos θ = − . ds Ou seja, ∂V (Componente de E ao longo de s) = − ∂s O eixo s poderia ter sido escolhido ao longo de qualquer um dos 3 eixos x, 36
  • 37. y ou z. Neste caso, ter´ ıamos as componentes cartesianas do vetor campo el´trico dadas por e ∂V ∂V ∂V Ex = − , Ey = − , Ez = − . (31) ∂x ∂y ∂z 6.3 Potencial de um condutor carregado J´ sabemos que o campo el´trico ´ nulo no interior de um condutor. Usando- a e e se as equa¸oes (31), chega-se a conclus˜o de que c˜ ` a o potencial no interior do condutor ´ constante. e Como o campo el´trico ´ sempre normal a superf´cie do condutor, pode- e e ` ı mos facilmente deduzir que em dois pontos A e B quaisquer, na superf´ıcie do condutor, o potencial ´ o mesmo. De fato, e B VB − V A = − E · ds = 0. A Portanto, o condutor ´ uma regi˜o equipotencial e a A figura 23 mostra os gr´ficos do potencial e do campo el´trico de uma a e esfera condutora carregada. 6.4 Condutor possuindo uma cavidade - Blindagem A figura 24 mostra o corte de um condutor carregado possuindo uma cavi- dade, no interior da qual n˜o h´ carga l´ a a ıquida. Queremos determinar o campo el´trico no interior da cavidade e a distribui¸ao de cargas na superf´ in- e c˜ ıcie terna. Na figura 25 constru´ ımos uma superf´ (linha tracejada), passando ıcie pelo interior do meio condutor, e envolvendo toda a cavidade. Como E = 0 no condutor, a lei de Gauss nos d´ a qin E · da = 0 = . 0 Portanto, toda a informa¸ao que a lei de Gauss nos d´, ´ que a carga l´quida c˜ a e ı na superf´ da cavidade ´ nula. ıcie e Admitindo que as cargas teriam se distribu´ na superf´ da cavidade, ıdo ıcie como na figura 26 (sabemos que num condutor tal configura¸ao n˜o seria c˜ a est´vel), ter´ a ıamos um campo el´trico n˜o nulo no interior da cavidade. Mas e a 37
  • 38. + + + + + + + + + R + + + + + + + V kQ R kQ r r E kQ r2 r Figura 23: Potencial e campo el´trico de uma esfera carregada e E=0 Q =0 Q= 0 E=? E=0 Figura 24: Condutor possuindo uma cavidade 38
  • 39. Superficie gaussiana −− − ? + ++ Figura 25: Superf´ gaussiana envolvendo a cavidade ıcie - - - + ++ Γ Figura 26: Distribuic˜o de cargas na cavidade a 39
  • 40. esta suposi¸ao nos leva a uma contradi¸ao, uma vez que a integral de linha c˜ ` c˜ do campo el´trico, ao longo da curva fechada Γ, indicada na figura, seria n˜o e a nula; E · ds = 0, Γ o que ´ um absurdo. Logo, e n˜o h´ campo el´trico no interior de uma cavidade de um condutor a a e ´ E por esta raz˜o que circuitos el´tricos sens´ a e ıveis (como a placa m˜e de um a computador) s˜o blindados por um gabinete met´lico. Note que se a lei de a a Gauss n˜o fosse verdadeira, a blindagem n˜o ocorreria, mesmo que o campo a a fosse conservativo. 7 S´tima aula e 7.1 Capacitores Capacitores s˜o utilizados em diversos dispositivos tais como: a • “Flash” de m´quina fotogr´fica. a a • Sintonizador de radio. • Filtros. • Capacitores microsc´picos em mem´ria RAM de computadores. o o Basicamente, um capacitor ´ um armazenador de energia potencial el´- e e trica. Um capacitor t´ ıpico ´ formado por dois condutores possuindo cargas e iguais e opostas (estas cargas podem ser fornecidas por uma bateria), sepa- rados por um isolante. De acordo com o princ´pio de superposi¸ao, a superposi¸˜o de duas con- ı c˜ ca figura¸oes idˆnticas a mostrada na figura 27 (mesma disposi¸ao geom´trica e c˜ e ` c˜ e mesmo isolante), ser´ uma nova configura¸ao possuindo o dobro da carga; o a c˜ campo el´trico ser´ dobrado em cada ponto do espa¸o, o que por sua vez far´ e a c a com que o trabalho para transportar uma carga teste seja tamb´m dobrado. e Portanto, conclu´ımos que o m´dulo da carga el´trica Q deve ser proporcional o e ao m´dulo da diferen¸a de potencial V , ou seja, o c Q = CV. 40
  • 41. Condutor +Q -Q Condutor Isolante Bateria Figura 27: Capacitor 41
  • 42. Q + + + + + + + + + + + + + + d + - - - - - - E - - - - - - - - - Figura 28: Capacitor de placas paralelas Note que a rela¸ao acima n˜o depende da validade da lei de Coulomb. Ela c˜ a ´ uma consequˆncia somente do princ´ e e ıpio de superposi¸ao e do fato de ser c˜ o campo el´trico um campo conservativo (deriv´vel de um potencial). A e a constante C ´ chamada de capacitˆncia e V ´ denominado voltagem. e a e A unidade de capacitˆncia ´ o farad. a e C [C] = = F. V Um capacitor t´ ıpico possui capacitˆncia variando entre 1µ F = 10−6 F at´ a e −12 1pF = 10 F . Como um exemplo, vamos calcular a capacitˆncia de uma esfera condu- a tora. Sabemos que a voltagem ´ V = kQ/R, onde R ´ o raio da esfera (o e e outro condutor ´ uma casa esf´rica met´lica a uma distˆncia praticamente e e a ` a infinita da esfera). Portanto, Q Q R C= = kQ = = 4π 0 R. (32) V R k Para uma esfera de 10 cm de raio, C = 4π 0 (0, 1) = 4π 8, 85 × 10−12 × 0, 1 = 11, 1 pF 7.1.1 Capacitor de placas paralelas O potencial entre as placas ´ e − V = E · ds. (33) + 42
  • 43. y − + + + + + + + + − − − − − − − x Figura 29: Distorc˜o das linhas de campo nas bordas a Desconsiderando a pequena distor¸ao das linhas de campo nas proximidades c˜ das bordas (veja a figura 29), teremos  σˆ    i entre as placas. 0 E= (34)   0 em qualquer outro ponto.  Substituindo (34) em (33), teremos − σ d σd V = E · ds = dx = . (35) + 0 0 0 Portanto, Q 0Q 0A C= = = , V σd d onde utilizamos Q . σ= A Exerc´ıcio: Calcule a area das placas paralelas de um capacitor possuindo ´ capacitˆncia C = 1 F e distˆncia entre as placas de um mil´ a a ımetro. 43
  • 44. b a +Q L −Q Figura 30: Capacitor Cil´ ındrico 7.1.2 Capacitor cil´ ındrico A figura 30 mostra um condutor cil´ ındrico de raio a, comprimento L b, e carga +Q, coaxial com uma casca cil´ ındrica de raio b > a, tamb´m e condutora, e possuindo carga −Q. Tomando superf´ ıcies gaussianas cil´ ındricas de comprimento l L, a lei de Gauss nos d´ a qin 1 λ  r= ˆ r ˆ para a < r < b   (2πrl) 2π 0 r   0 E= , (36)     0 em qualquer outro ponto. onde λ ´ a carga por unidade de comprimento do cilindro. O potencial ´ e e − λ b dr λ b V = E · ds = = ln . + 2π 0 a r 2π 0 a Portanto, a capacitˆncia ´ a e Q λL 2π 0 L C= = = b . V V ln a 7.1.3 Capacitor esf´rico e O capacitor esf´rico ´ constitu´ por uma esfera met´lica de raio a e carga e e ıdo a +Q, concˆntrica com uma casca esf´rica met´lica de raio b > a e carga e e a 44