SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Baixar para ler offline
20 Perguntas e Respostas
sobre Fixação Biológica
de Nitrogênio
281
ISSN 1517-5111
ISSN online 2176-5081
Fevereiro, 2010
Documentos
ISSN 1517-5111
ISSN online 2176-5081
Fevereiro, 2010
Documentos 281
Iêda de Carvalho Mendes
Fábio Bueno Reis Junior
Mariangela Hungria da Cunha
Embrapa Cerrados
Planaltina, DF
2010
20 Perguntas e Respostas
sobre Fixação Biológica de
Nitrogênio
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Cerrados
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Cerrados
BR 020, Km 18, Rod. Brasília/Fortaleza
Caixa Postal 08223
CEP 73310-970 Planaltina, DF
Fone: (61) 3388-9898
Fax: (61) 3388-9879
http://www.cpac.embrapa.br
sac@cpac.embrapa.br
Comitê de Publicações da Unidade
Presidente: Fernando Antônio Macena da Silva
Secretária-Executiva: Marina de Fátima Vilela
Secretária: Maria Edilva Nogueira
Supervisão editorial: Jussara Flores de Oliveira Arbués
Equipe de revisão:	 Francisca Elijani do Nascimento
		 Jussara Flores de Oliveira Arbués
Assistente de revisão: Elizelva de Carvalho Menezes
Normalização bibliográfica: Paloma Guimarães Correa de Oliveira
Editoração eletrônica: Leila Sandra Gomes Alencar
Capa: Leila Sandra Gomes Alencar
Foto(s) da capa: Iêda de Carvalho Mendes
Impressão e acabamento: Divino Batista de Sousa
Alexandre Moreira Veloso
1a
edição
1a
impressão (2010): tiragem 100 exemplares
Edição online (2010)
Todos os direitos reservados
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Cerrados
M538v Mendes, Iêda de Carvalho.
20 perguntas e respostas sobre fixação biológica de nitrogênio
/ Iêda de Carvalho Mendes, Fábio Bueno Reis Junior, Mariangela
Hungria da Cunha. – ­Planaltina, DF : Embrapa Cerrados, 2010.
19 p. – (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-5111,
ISSN online 2176-5081 ; 281).
1. Perguntas e respostas. 2.Nitrogênio - fixação. I. Reis Junior,
Fábio Bueno. II. Hungria, Mariangela. III. Título. IV. Série.
631.417 - CDD 21
 Embrapa 2010
Autores
Iêda de Carvalho Mendes
Engenheira Agrônoma, Ph.D.
Pesquisadora da Embrapa Cerrados
mendesi@cpac.embrapa.br
Fábio Bueno dos Reis Junior
Engenheiro Agrônomo, Ph.D.
Pesquisador da Embrapa Cerrados
fabio@cpac.embrapa.br
Mariangela Hungria da Cunha
Engenheira Agrônoma, Ph.D.
Pesquisadora da Embrapa Soja
hungria@cnpso.embrapa.br
Apresentação
Entre os nutrientes minerais essenciais às plantas, o nitrogênio (N) é
o mais caro, o que consome mais energia e, potencialmente, o mais
poluente, sendo geralmente o mais limitante à produção vegetal.
No entanto, no Brasil, o uso do nitrogênio é bem menor quando
comparado a outros países, o que se deve, em parte, à utilização e
busca por sistemas produtivos que se beneficiem da fixação biológica
do nitrogênio atmosférico. Neste documento, são disponibilizadas
informações básicas e atualizadas sobre esse importantíssimo processo
biológico, seus benefícios e sua utilização na agricultura brasileira.
José Robson Bezerra Sereno
Chefe-Geral da Embrapa Cerrados
Sumário
Introdução.................................................................................... 9
20 Perguntas Básicas.................................................................. 10
Abstract .................................................................................... 19
20 Perguntas e Respostas
sobre Fixação Biológica de
Nitrogênio
Iêda de Carvalho Mendes
Fabio Bueno Reis Junior
Mariangela Hungria da Cunha
Introdução
O grupo de pesquisa em Microbiologia do Solo da Embrapa Cerrados
foi criado em 1975. O início dos trabalhos coincidiu com a expansão
da cultura da soja no Cerrado e concentrou-se exatamente na busca
por estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio eficientes e adaptadas
às condições do Brasil Central. O objetivo principal desses estudos foi
colaborar para o aumento da produtividade da soja, visando fornecer
todo o nitrogênio necessário para as plantas via fixação biológica (FBN).
Esse trabalho culminou com a seleção e lançamento das estirpes de
Bradyrhizobium elkanii, 29W e SEMIA 587, em 1980, e das estirpes de
Bradyrhizobium japonicum, CPAC-7 (SEMIA 5080) e CPAC-15 (SEMIA
5079), em 1993, que hoje são recomendadas para a formulação dos
inoculantes comerciais produzidos no Brasil para a cultura da soja.
Ainda nas décadas de 1980 e 1990, foram lançadas estirpes para o
cultivo do feijoeiro (CPAC V-23), da ervilha (CPAC EV-5 e CPAC EV-6 )
e da lentilha (CPAC L-3 e CPAC L-12). A parceria com a Embrapa Soja,
desde o início da década 1990, tem sido fundamental para o sucesso
desses estudos e resultaram, entre outros, no lançamento da estirpe
CPAC H-12 para o cultivo do feijão em 2008 e no sequenciamento da
estirpe CPAC-15.
10 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
A importância da FBN em temas como a segurança alimentar e as
mudanças climáticas globais cresce a cada ano. Em 2009, a FBN
foi selecionada pela plataforma ABC (Agricultura de Baixo Carbono)
como um dos mecanismos a serem adotados pelo Brasil para mitigar
os efeitos de gases de efeito estufa juntamente com o plantio direto,
a integração lavoura/pecuária e a recuperação de pastos degradados.
Este documento é voltado para estudantes e o público em geral que
pretendem obter informações básicas e atualizadas sobre a FBN, e
busca, além de informar, chamar a atenção das pessoas para esse
processo biológico tão importante quanto fascinante.
20 Perguntas Básicas
O que é a fixação biológica do nitrogênio (FBN)?
É o processo por meio do qual o nitrogênio presente na atmosfera
(N2
) é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas.
A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, que é encontrada em
todas as bactérias fixadoras. Em termos de agricultura, a simbiose entre
bactérias fixadoras de nitrogênio (denominadas rizóbios) e leguminosas
(família de plantas à qual pertencem a soja, o feijão, a ervilha entre
outras) é a mais importante.
Todas as plantas fixam nitrogênio biologicamente em simbiose com os
rizóbios?
Infelizmente não. A simbiose é praticamente restrita às leguminosas e
se caracteriza pela formação de estruturas especializadas nas raízes,
chamadas nódulos, nos quais ocorre o processo de FBN. Após a
formação de nódulos nas raízes, a bactéria passa a fixar o nitrogênio
atmosférico em compostos orgânicos que são utilizados pelas plantas,
eliminando ou diminuindo a necessidade de uso de adubos nitrogenados.
Isso quer dizer que apenas as leguminosas são beneficiadas pela FBN?
Não. Outras espécies de bactérias capazes de fixar o N2
atmosférico já
foram encontradas em associação com gramíneas como o milho, o trigo
e a cana-de-açúcar. Nessas plantas, não ocorre a formação de nódulos
nas raízes e as quantidades de N fixadas são mais baixas. Por essa
razão, não é possível dispensar a utilização de adubos nitrogenados
1120 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
nessas lavouras. Microrganismos fixadores de nitrogênio também já
foram encontrados em plantas como o café, dendê, mandioca, mamão
e banana, e a sua contribuição para essas plantas tem sido objeto de
vários trabalhos de pesquisa.
Já que não há formação de nódulos, onde ficam localizadas as
bactérias que se associam com plantas não leguminosas?
Localizam-se preferencialmente na região rizosférica, na superfície das
raízes ou até mesmo dentro dos tecidos de raízes, colmos e folhas,
quando são conhecidas como bactérias endófitas ou endofíticas.
Em que consiste o processo de inoculação?
A inoculação é o processo por meio do qual bactérias fixadoras de
nitrogênio, selecionadas pela pesquisa, são adicionadas às sementes
das plantas antes da semeadura. A inoculação é feita com um produto
chamado inoculante.
Como a tecnologia da inoculação chega ao agricultor?
O agricultor compra um produto chamado inoculante. No inoculante,
um caldo com elevada concentração de bactérias é misturado a
um veículo, que pode ser um solo muito rico em matéria orgânica
denominado turfa (inoculante em pó), formulações líquidas (inoculante
líquido), ou combinações de turfa-líquido ou géis. O produto final deve
conter no mínimo 1 bilhão de células de bactérias fixadoras de N2
vivas
por cada g ou ml de inoculante.
Como deve ser feita a inoculação?
A operação de inoculação deve ser feita à sombra, nas horas
mais frescas do dia (pela manhã ou à noite). Devem-se seguir as
recomendações de dosagem e aplicação fornecidas pelo fabricante do
inoculante. Em solos de primeiro ano de plantio, a dose recomendada
é o dobro da dose normal. Sementes bem inoculadas ficam recobertas,
por uma camada fina e uniforme de inoculante. Após a inoculação, as
sementes devem ser secas à sombra e semeadas em, no máximo, 24
horas, desde que fiquem protegidas do sol e umidade. Caso isso não
seja possível, deve-se repetir a inoculação no dia do plantio.
12 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
O tratamento das sementes com fungicida e (ou) micronutrientes deve
ser feito antes ou depois da inoculação?
Antes. É muito importante que o produtor atente para o fato de que o
inoculante não pode ser misturado com os fungicidas e micronutrientes,
pois os mesmos são, em maior ou menor grau, tóxicos para as
bactérias. De maneira geral, fungicidas à base de metais pesados, como
o zinco e o cobre, e alguns inseticidas organofosforados prejudicam
a nodulação de leguminosas. Os herbicidas e os defensivos contra
nematoides são menos tóxicos. No caso de sementes tratadas com
fungicidas e inoculadas, a semeadura deve ser efetuada em, no
máximo, 12 horas. Caso isso não seja possível, as sementes devem ser
inoculadas novamente.
Quais os cuidados que se deve ter ao comprar os inoculantes?
a)	 Verificar se o produto é registrado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), evitando produtos sem a garantia
de estirpes (também conhecidas como cepas) recomendadas pela
pesquisa e de qualidade duvidosa.
b) 	Verificar o prazo de validade do inoculante, que deve constar na
embalagem.
c)	 Certificar-se de que o produto estava conservado em condições
adequadas de temperatura (no máximo 30 °C) e umidade. Após a
aquisição, conservar o inoculante em local arejado e protegido do sol
até o momento de sua utilização, uma vez que o inoculante contém
bactérias sensíveis ao calor.
d)	 Não utilizar um inoculante registrado para uma cultura específica
em outra planta. Por exemplo, não utilizar inoculante para soja no
plantio de feijão.
e)	 Em caso de dúvida sobre a qualidade ou procedência do inoculante,
acionar o fiscal do Mapa responsável pela sua área, para retirar
amostras do local de venda e enviá-las para análise em laboratórios
credenciados.
1320 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
Quais os principais fatores responsáveis pelo insucesso da inoculação?
a)	 Utilização de inoculantes de má qualidade: os inoculantes devem ser
produzidos com veículo esterilizado e conter no mínimo um bilhão de
células por g ou ml do produto, quando do momento da inoculação.
Muitas vezes a má qualidade do inoculante pode ser atribuída às
condições inadequadas de armazenamento e transporte.
b)	 Realização do processo de inoculação de forma inadequada.
c)	 Problemas de acidez do solo e deficiência nutricionais, promovidas
por calagem e (ou) adubação de plantio realizadas de forma
incorreta.
d)	 Adição de produtos tóxicos às sementes, tais como fungicidas,
inseticidas e nematicidas.
e)	 Temperaturas elevadas e deficiência hídrica logo após a semeadura.
Existem alternativas para a inoculação das sementes?
Recentemente, a inoculação no sulco de plantio vem ganhando
popularidade. Essa pode ser uma boa alternativa principalmente no caso
de sementes tratadas com agrotóxicos e micronutrientes. Resultados de
pesquisas indicam que a dose de inoculante necessária para a aplicação
no sulco deve ser, no mínimo, seis vezes superior à dose indicada para
a inoculação das sementes. Essa tecnologia já é recomendada para a
cultura da soja desde a safra 2003/2004.
Qual a importância e as principais vantagens do processo de inoculação
para a lavoura da soja?
No Brasil, graças ao processo de FBN, a inoculação substitui totalmente
a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. O
inoculante contém bactérias selecionadas do gênero Bradyrhizobium
que, quando associadas às raízes de soja, conseguem converter o N2
da
atmosfera em compostos nitrogenados, em quantidades de até 300 kg
de N/ha, que serão utilizados pela planta.
14 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
Além da grande economia obtida quando se substitui a utilização
de fertilizantes nitrogenados industriais pela inoculação da soja
com bactérias do gênero Bradyhrizobium, essa é uma tecnologia
extremamente simples e que não polui o meio ambiente. Devido a sua
baixa eficiência de aproveitamento pelas plantas, em torno de 50% dos
adubos nitrogenados aplicados ao solo é perdido por processos como
a lixiviação, desnitrificação e volatilização, causando a poluição de
mananciais hídricos (rios, lagos, lençóis freáticos) e contribuindo para a
redução da camada de ozônio que envolve o planeta, com consequente
efeito no aquecimento global.
Qual o custo desse inoculante para o produtor?
Apesar do investimento em pesquisa e tecnologia, o custo do
inoculante, suficiente para o plantio de um hectare, geralmente não
ultrapassa o valor de R$ 8,00.
A utilização de adubos nitrogenados na lavoura da soja é necessária?
Não. Desde que o agricultor utilize um inoculante de boa qualidade e
faça a inoculação da forma adequada, não é necessária a utilização de
adubos nitrogenados nessa cultura. O uso de pequenas doses de
N no sulco de plantio, como doses de arranque (20 a 30 kg de N/ha
na semeadura), ou mesmo altas doses de N (200 kg/ha), não promove
nenhum benefício em termos de aumentos de produtividade da lavoura.
Aliás, resultados recentes da pesquisa indicam que não existe razão
para a utilização desses insumos em nenhum estágio do cultivo da soja
no Brasil. Além disso, doses de N no sulco superiores a 30 kg de
N/ha podem promover inibição na nodulação, retardando o processo de
formação de nódulos, o que não é desejável.
O que é reinoculação da soja? Ela é necessária?
Reinoculação é o termo utilizado para descrever a inoculação da soja
em áreas que já haviam sido cultivadas com soja e recebido inoculantes
anteriormente. Solos brasileiros que nunca foram cultivados com soja
não possuem populações nativas de rizóbio capazes de nodular a
soja. Nesses solos, se a soja for plantada sem inoculação, não haverá
1520 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
formação de nódulos. Entretanto, após o plantio sucessivo de soja
inoculada, ocorre o estabelecimento de populações da bactéria no
solo. Por essa razão, quando a soja não-inoculada é plantada em áreas
que já foram inoculadas anteriormente, ocorre a formação de nódulos
nas raízes. Contudo, os resultados de pesquisa têm mostrado que é
vantajoso inocular as áreas de produção de soja a cada safra e que os
incrementos médios na produção de grãos giram em torno de 4% a 9%.
O feijão pode ser inoculado com rizóbio?
Pode. Entretanto, devido a uma série de fatores relacionados à bactéria,
à planta e ao meio-ambiente, no feijoeiro, de modo diferente da cultura
da soja, a inoculação com bactérias fixadoras de N nem sempre é
suficiente para fornecer todo o N exigido pela cultura. Mesmo assim,
vários resultados de pesquisa indicam que o feijoeiro pode se beneficiar
consideravelmente do processo biológico, principalmente porque os
inoculantes incluem estirpes mais eficientes. Em Latossolos de Cerrado,
sob condições de sequeiro, trabalhos conduzidos na Embrapa Cerrados
evidenciaram ganhos médios com a inoculação de 63 a 290 kg/ha,
dependendo da cultivar.
Quando o feijoeiro é cultivado sob condições irrigadas, onde todo o
investimento tecnológico é feito no sentido de maximizar o rendimento
da cultura, geralmente o uso da inoculação não garante todo o N
necessário para que tetos de produtividade sejam atingidos, sendo
necessária a suplementação com adubação nitrogenada. Entretanto,
trabalhos conduzidos no Distrito Federal, sob condições irrigadas, em
um solo Gley Húmico de várzea sem populações nativas de rizóbio,
reportaram ganhos de até 1.500 kg/ha em relação à testemunha não
inoculada em cultivares responsivas à nodulação (esses ganhos foram
semelhantes aos obtidos com 100 kg N/ha).
Também no Paraná, experimentos da Embrapa Soja apresentaram
respostas expressivas do feijoeiro à inoculação, com ganhos médios
de 450 kg grãos/ha, utilizando as estirpes de Rhizobium tropici CPAC
H12 e CPAC H20. As produtividades obtidas com a inoculação foram
comparadas a das plantas que receberam 60 kg de N/ha.
16 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
Atualmente, três estirpes de Rhizobium são autorizadas para a
fabricação de inoculante comercial de feijão no Brasil, a CIAT 899 (ou
SEMIA 4077), isolada pelo CIAT, na Colômbia; a PRF 81(ou SEMIA
4080), isolada no Paraná pelo IAPAR e pela Embrapa Soja, e que
permitiu ganhos de até 906 kg/ha em relação ao controle não-inoculado
nos trabalhos de seleção; e a CPAC H-12 (ou SEMIA 4088) isolada no
Distrito Federal.
Pode-se afirmar que a FBN nessa cultura é realmente importante, pois
se estima que mesmo as estirpes nativas podem contribuir com até
40% do N presente na planta. A adoção da técnica de inoculação
com estirpes selecionadas pela pesquisa, aliada ao uso de cultivares
melhoradas, técnicas de manejo integrado de pragas e doenças e de
correção e adubação do solo poderá, no mínimo, duplicar a média de
produtividade nacional a um baixo custo para o agricultor. Também é
importante ressaltar que, tanto sob condições experimentais, como ao
nível de fazenda, têm-se observado que os níveis de produtividade dos
tratamentos inoculados e suplementados com N (doses de até 80 kg N/
ha) são superiores aos níveis de produtividade dos tratamentos onde
somente se utiliza a adubação nitrogenada.
Além da soja e do feijão, quais as outras leguminosas que se
beneficiam da inoculação com rizóbio?
A ervilha, lentilha, feijão-caupi, leguminosas forrageiras, arbóreas e
de adubo verde. No caso da ervilha e da lentilha, a Embrapa Cerrados
selecionou e lançou estirpes de rizóbio adaptadas às condições
de Cerrado, capazes de substituir totalmente o uso de adubos
nitrogenados nessas culturas, de modo semelhante ao que ocorre
com a soja. Para o feijão-caupi, em trabalhos coordenados pela
Embrapa Agrobiologia, a seleção de estirpes eficientes e adaptadas
às condições regionais culminou com o lançamento da estirpe BR
3267, que possibilitou incrementos de produtividade de até 40%
em condições experimentais e de até 52% nas áreas de agricultores
experimentadores.
1720 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
Em relação ao uso de leguminosas forrageiras, dados experimentais
indicam que pastagens com uma composição botânica contendo,
aproximadamente, 30% de leguminosas consorciadas com gramíneas
seriam suficientes para manter a produtividade vegetal e animal, assim
como a fertilidade do solo no longo prazo. Além de incorporarem N
fixado simbioticamente, as leguminosas contribuem efetivamente para
a produção e sustentabilidade dos sistemas de pastejo, especialmente
em regiões com limitações ambientais.
A utilização de leguminosas arbóreas nos programas de recuperação
de áreas degradadas é outro exemplo de sucesso onde a FBN tem
papel de destaque. O uso de leguminosas nativas ou introduzidas,
como Acacia spp., Albizia spp. e Mimosa spp., entre outras, em
associação com bactérias diazotróficas selecionadas pela pesquisa e
fungos micorrízicos, tem sido preconizado para a revegetação de solos
depauperados, com o objetivo de restabelecer sua fertilidade.
No Brasil já existem inoculantes recomendados para gramíneas?
No Brasil, em 2009, foi lançado o primeiro inoculante para não-
leguminosas, recomendado para as culturas do milho e do arroz e
contendo bactérias Azospirillum brasilense selecionadas pela Embrapa
Soja e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os fabricantes
apontam um potencial para economia de até 50% na utilização de
fertilizantes nitrogenados industriais pelo uso desses inoculantes e o
lançamento de novos produtos comerciais para essas gramíneas, e o
trigo é esperado para 2010.
Acredita-se que esse seja apenas o começo de uma série de inoculantes
para plantas não leguminosas a serem comercializados no Brasil. A
cana-de-açúcar, por exemplo, é naturalmente colonizada por bactérias
fixadoras de N2
, mas trabalhos recentes têm mostrado o potencial da
inoculação dessas plantas com bactérias selecionadas pela pesquisa.
Como desdobramento dos resultados alcançados nesses estudos, a
Embrapa Agrobiologia lançou um produto que vem sendo utilizado
em áreas experimentais e avaliado em usinas produtoras de álcool e
açúcar espalhadas pelo país. A princípio, a utilização da inoculação
18 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
tem como principal impacto a substituição de parte do N utilizado na
cana de primeiro ano. Os resultados têm mostrado que, com o uso do
inoculante, cerca de 30 kg de N/ha/ano podem deixar de ser aplicados.
A previsão é de que o inoculante esteja disponível brevemente para o
mercado.
Além da nutrição nitrogenada, a inoculação com as bactérias fixadoras
de N2
pode trazer outros benefícios para as plantas?
Além da FBN, a maioria dessas bactérias também é conhecida pela
sua capacidade de produzir hormônios de crescimento das plantas.
A produção dessas substâncias promotoras de crescimento pode
estimular o aumento da densidade de pelos radiculares, da taxa de
aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular. Esse
incremento resulta em melhoria na absorção de água e nutrientes,
aumentando assim a capacidade de a planta produzir e suportar
estresses ambientais.
O que deve ser feito para obtermos ainda mais benefícios da associação
entre as bactérias fixadoras de nitrogênio e as plantas?
As abordagens de pesquisa devem priorizar a realização de estudos
que permitam o aprimoramento contínuo da FBN em plantas cultivadas.
Assim, deve-se garantir que as novas variedades e cultivares
estabeleçam associações mais eficazes com as bactérias. Em relação
às estirpes, os programas de seleção devem continuar. Finalmente,
é necessário dar continuidade ao desenvolvimento e à validação de
novos inoculantes e tecnologias de inoculação, dos quais se pode citar
como exemplos a inoculação no sulco, para a compatibilização com
o tratamento de sementes com fungicidas e o enriquecimento das
sementes em molibdênio, para garantir maiores taxas de FBN.
O investimento na pesquisa e difusão da FBN, por meio de estudos
multidisciplinares e integrados, em áreas como microbiologia, ciência
do solo, melhoramento de plantas, manejo de culturas, etc., pode
trazer um grande benefício para o planeta, aumentando a produção
de alimentos e reduzindo o uso de combustíveis fósseis, graças à
diminuição do uso de fontes externas de fertilizantes nitrogenados.
1920 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio
20 Questions and Answers
about Biological Nitrogen
Fixation
Abstract
Among the mineral nutrients essential to plants, nitrogen (N) is
the most expensive, energy consuming and, potentially, the most
pollutant, generally being the most limiting to the vegetal production.
Nevertheless, in Brazil, the use of nitrogen is much lower when
compared to other countries, partially due to the search and utilization
of agricultural production systems based on the biological nitrogen
fixation. This document offers basic and actualized information about
this important biological process, its benefits and utilization in the
Brazilian agriculture.
Index Terms: diazotrophic bacteria, growth promotion, inoculant,
soybean, common bean, gramineaceous.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sistema de Plantio Direto
Sistema de Plantio DiretoSistema de Plantio Direto
Sistema de Plantio DiretoGeagra UFG
 
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJAFIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJAGeagra UFG
 
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidas
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidasControle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidas
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidasMarcelo Venturi
 
Morfologia e fisiologia algodão
Morfologia e fisiologia algodãoMorfologia e fisiologia algodão
Morfologia e fisiologia algodãoGeagra UFG
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Rural Pecuária
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasRural Pecuária
 
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e Planta
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e PlantaGlifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e Planta
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e PlantaGeagra UFG
 
Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Geagra UFG
 
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLE
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLEMANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLE
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLEGeagra UFG
 
Regulação hormonal do algodoeiro
Regulação hormonal do algodoeiro Regulação hormonal do algodoeiro
Regulação hormonal do algodoeiro Geagra UFG
 
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORES
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORESREGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORES
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORESGeagra UFG
 
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra Geagra UFG
 
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...João Siqueira da Mata
 
Fenologia e Fisiologia da soja
Fenologia e Fisiologia da sojaFenologia e Fisiologia da soja
Fenologia e Fisiologia da sojaGeagra UFG
 
Cultivares de algodão
Cultivares de algodão Cultivares de algodão
Cultivares de algodão Geagra UFG
 
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIRO
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIROMANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIRO
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIROGeagra UFG
 
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROMORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROGeagra UFG
 

Mais procurados (20)

Sistema de Plantio Direto
Sistema de Plantio DiretoSistema de Plantio Direto
Sistema de Plantio Direto
 
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJAFIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
 
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidas
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidasControle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidas
Controle de Plantas Espontâneas em Plantio direto sem herbicidas
 
Morfologia e fisiologia algodão
Morfologia e fisiologia algodãoMorfologia e fisiologia algodão
Morfologia e fisiologia algodão
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
 
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e Planta
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e PlantaGlifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e Planta
Glifosato e Paraquat: Dinâmica Solo e Planta
 
Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.
 
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLE
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLEMANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLE
MANEJO DO BICUDO NO ALGODOEIRO E ALTERNATIVAS DE CONTROLE
 
Regulação hormonal do algodoeiro
Regulação hormonal do algodoeiro Regulação hormonal do algodoeiro
Regulação hormonal do algodoeiro
 
36 tomate orgânico
36 tomate orgânico36 tomate orgânico
36 tomate orgânico
 
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORES
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORESREGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORES
REGULADORES DE CRESCIMENTO, DESFOLHANTES E MATURADORES
 
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra
Manejo de Plantas Daninhas 2ª Safra
 
Amendoim forrageiro embrapa
Amendoim forrageiro   embrapaAmendoim forrageiro   embrapa
Amendoim forrageiro embrapa
 
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...
Problemas de nutrição e de doenças de plantas na agricultura moderna: Palestr...
 
Fenologia e Fisiologia da soja
Fenologia e Fisiologia da sojaFenologia e Fisiologia da soja
Fenologia e Fisiologia da soja
 
Cultivares de algodão
Cultivares de algodão Cultivares de algodão
Cultivares de algodão
 
Glifosato yamada
Glifosato yamadaGlifosato yamada
Glifosato yamada
 
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIRO
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIROMANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIRO
MANEJO DE PLANTIO DO ALGODOEIRO
 
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROMORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
 

Destaque

Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do Nitrogênio
Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do NitrogênioMicrobiologia do Solo - Fixação Biológica do Nitrogênio
Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do NitrogênioMICROBIOLOGIA-CSL-UFSJ
 
Sbpc alexandro souza[1]
Sbpc alexandro souza[1]Sbpc alexandro souza[1]
Sbpc alexandro souza[1]carolmacmac
 
Agric prec 25set2013 b
Agric prec 25set2013 bAgric prec 25set2013 b
Agric prec 25set2013 bDirceu Gassen
 
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2Minicurso impacto do uso do rhizobium 2
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2nayara moraes
 
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?Rural Pecuária
 
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24equipeagroplus
 
Folheto Camilo Semedo
Folheto Camilo SemedoFolheto Camilo Semedo
Folheto Camilo SemedoIsi Soares
 
Normas de Produção de Sementes
Normas de Produção de SementesNormas de Produção de Sementes
Normas de Produção de SementesAz. O.
 
TCC classificação de grãos
TCC classificação de grãos TCC classificação de grãos
TCC classificação de grãos Waldo Santos
 
Adubação nitrogenada
Adubação nitrogenadaAdubação nitrogenada
Adubação nitrogenadaLeandro Araujo
 
Peske et al. 2003 sementes fundamentos cientificos e tecnologicos
Peske et al. 2003 sementes   fundamentos cientificos e tecnologicosPeske et al. 2003 sementes   fundamentos cientificos e tecnologicos
Peske et al. 2003 sementes fundamentos cientificos e tecnologicosBruno Rodrigues
 
Tabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementosTabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementosAna Dias
 
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...Bruno Rodrigues
 
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative Presentation
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative PresentationRhizobium Microbiology Science Learning Educative Presentation
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative PresentationRashika Sood
 
Fiscalização em campo de produção de sementes
Fiscalização em campo de produção de sementesFiscalização em campo de produção de sementes
Fiscalização em campo de produção de sementesGeraldo Henrique
 

Destaque (20)

Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do Nitrogênio
Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do NitrogênioMicrobiologia do Solo - Fixação Biológica do Nitrogênio
Microbiologia do Solo - Fixação Biológica do Nitrogênio
 
Sbpc alexandro souza[1]
Sbpc alexandro souza[1]Sbpc alexandro souza[1]
Sbpc alexandro souza[1]
 
Agric prec 25set2013 b
Agric prec 25set2013 bAgric prec 25set2013 b
Agric prec 25set2013 b
 
Soja
SojaSoja
Soja
 
Fbn
FbnFbn
Fbn
 
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2Minicurso impacto do uso do rhizobium 2
Minicurso impacto do uso do rhizobium 2
 
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
 
Aula 1 historico
Aula 1   historicoAula 1   historico
Aula 1 historico
 
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24
SojaPlusMG_Workshop3_Apresentacao_Abiove_Bernardo.2015.04.24
 
Folheto Camilo Semedo
Folheto Camilo SemedoFolheto Camilo Semedo
Folheto Camilo Semedo
 
Normas de Produção de Sementes
Normas de Produção de SementesNormas de Produção de Sementes
Normas de Produção de Sementes
 
Análises de Grãos
Análises de GrãosAnálises de Grãos
Análises de Grãos
 
Aprendar a identificar os amigos naturais do agricultor agroecológico
 Aprendar a identificar os amigos naturais do agricultor agroecológico Aprendar a identificar os amigos naturais do agricultor agroecológico
Aprendar a identificar os amigos naturais do agricultor agroecológico
 
TCC classificação de grãos
TCC classificação de grãos TCC classificação de grãos
TCC classificação de grãos
 
Adubação nitrogenada
Adubação nitrogenadaAdubação nitrogenada
Adubação nitrogenada
 
Peske et al. 2003 sementes fundamentos cientificos e tecnologicos
Peske et al. 2003 sementes   fundamentos cientificos e tecnologicosPeske et al. 2003 sementes   fundamentos cientificos e tecnologicos
Peske et al. 2003 sementes fundamentos cientificos e tecnologicos
 
Tabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementosTabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementos
 
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...
Sá et al. 2011 roteiro prático da disciplina de produção e tecnologia de seme...
 
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative Presentation
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative PresentationRhizobium Microbiology Science Learning Educative Presentation
Rhizobium Microbiology Science Learning Educative Presentation
 
Fiscalização em campo de produção de sementes
Fiscalização em campo de produção de sementesFiscalização em campo de produção de sementes
Fiscalização em campo de produção de sementes
 

Semelhante a 20 perguntas sobre fixação biológica de nitrogênio

Doc embrapa sobre pseudomonas
Doc embrapa sobre pseudomonasDoc embrapa sobre pseudomonas
Doc embrapa sobre pseudomonasTatiFaria1
 
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxPalestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxzLucas4
 
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxPalestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxDeniseGonalo
 
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptx
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptxinoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptx
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptxGeagra UFG
 
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupi
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupiCompatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupi
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupinayara moraes
 
Aplicacao_de_molibidenio.pdf
Aplicacao_de_molibidenio.pdfAplicacao_de_molibidenio.pdf
Aplicacao_de_molibidenio.pdfVinicius Marca
 
Page1 13-134
Page1 13-134Page1 13-134
Page1 13-134mvezzone
 
Adubos de Leguminosa
Adubos de LeguminosaAdubos de Leguminosa
Adubos de LeguminosaSara Brasil
 
Controle Biológico
Controle BiológicoControle Biológico
Controle BiológicoJoão Felix
 
Prova fungos respostas
Prova fungos respostasProva fungos respostas
Prova fungos respostasLis Gonçalves
 
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do solo
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do soloSlides Efeito dos pesticidas na microbiota do solo
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do soloGuilherme Lucio Martins
 
Prof demetrio soja transgenica
Prof demetrio   soja transgenicaProf demetrio   soja transgenica
Prof demetrio soja transgenicaDeto - Geografia
 
Panorama da biotec nos eua
Panorama da biotec nos euaPanorama da biotec nos eua
Panorama da biotec nos euaFlavia Silva
 
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageiras
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageirasSeminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageiras
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageirasMICROBIOLOGIA-CSL-UFSJ
 
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativoA bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativoRural Pecuária
 

Semelhante a 20 perguntas sobre fixação biológica de nitrogênio (20)

Trofobiose.pdf
Trofobiose.pdfTrofobiose.pdf
Trofobiose.pdf
 
Doc embrapa sobre pseudomonas
Doc embrapa sobre pseudomonasDoc embrapa sobre pseudomonas
Doc embrapa sobre pseudomonas
 
fertilizantes.pdf
fertilizantes.pdffertilizantes.pdf
fertilizantes.pdf
 
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxPalestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
 
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptxPalestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
Palestra Fixação Biológica de Nitrogênio.pptx
 
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptx
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptxinoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptx
inoculantes_coinoculantes_e_adubaASSAPSo_foliar.pptx
 
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupi
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupiCompatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupi
Compatibilidade do tratamento de sementes de feijão‑caupi
 
Aplicacao_de_molibidenio.pdf
Aplicacao_de_molibidenio.pdfAplicacao_de_molibidenio.pdf
Aplicacao_de_molibidenio.pdf
 
01
0101
01
 
BIORREMEDIAÇÃO.pptx
BIORREMEDIAÇÃO.pptxBIORREMEDIAÇÃO.pptx
BIORREMEDIAÇÃO.pptx
 
Page1 13-134
Page1 13-134Page1 13-134
Page1 13-134
 
Adubos de Leguminosa
Adubos de LeguminosaAdubos de Leguminosa
Adubos de Leguminosa
 
Controle Biológico
Controle BiológicoControle Biológico
Controle Biológico
 
Prova fungos respostas
Prova fungos respostasProva fungos respostas
Prova fungos respostas
 
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do solo
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do soloSlides Efeito dos pesticidas na microbiota do solo
Slides Efeito dos pesticidas na microbiota do solo
 
2º Ma Grupo 06
2º Ma   Grupo 062º Ma   Grupo 06
2º Ma Grupo 06
 
Prof demetrio soja transgenica
Prof demetrio   soja transgenicaProf demetrio   soja transgenica
Prof demetrio soja transgenica
 
Panorama da biotec nos eua
Panorama da biotec nos euaPanorama da biotec nos eua
Panorama da biotec nos eua
 
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageiras
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageirasSeminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageiras
Seminario micro solo_fixacao_n_leguminosas_forrageiras
 
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativoA bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
A bananeira BRS conquista em sistema Agroflorestal regenerativo
 

Último

CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptxSEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptxCompartilhadoFACSUFA
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 

Último (20)

CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptxSEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL -  PPGEEA - FINAL.pptx
SEMINÁRIO QUIMICA AMBIENTAL - PPGEEA - FINAL.pptx
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 

20 perguntas sobre fixação biológica de nitrogênio

  • 1. 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio 281 ISSN 1517-5111 ISSN online 2176-5081 Fevereiro, 2010 Documentos
  • 2. ISSN 1517-5111 ISSN online 2176-5081 Fevereiro, 2010 Documentos 281 Iêda de Carvalho Mendes Fábio Bueno Reis Junior Mariangela Hungria da Cunha Embrapa Cerrados Planaltina, DF 2010 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Cerrados Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  • 3. Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Cerrados BR 020, Km 18, Rod. Brasília/Fortaleza Caixa Postal 08223 CEP 73310-970 Planaltina, DF Fone: (61) 3388-9898 Fax: (61) 3388-9879 http://www.cpac.embrapa.br sac@cpac.embrapa.br Comitê de Publicações da Unidade Presidente: Fernando Antônio Macena da Silva Secretária-Executiva: Marina de Fátima Vilela Secretária: Maria Edilva Nogueira Supervisão editorial: Jussara Flores de Oliveira Arbués Equipe de revisão: Francisca Elijani do Nascimento Jussara Flores de Oliveira Arbués Assistente de revisão: Elizelva de Carvalho Menezes Normalização bibliográfica: Paloma Guimarães Correa de Oliveira Editoração eletrônica: Leila Sandra Gomes Alencar Capa: Leila Sandra Gomes Alencar Foto(s) da capa: Iêda de Carvalho Mendes Impressão e acabamento: Divino Batista de Sousa Alexandre Moreira Veloso 1a edição 1a impressão (2010): tiragem 100 exemplares Edição online (2010) Todos os direitos reservados A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Cerrados M538v Mendes, Iêda de Carvalho. 20 perguntas e respostas sobre fixação biológica de nitrogênio / Iêda de Carvalho Mendes, Fábio Bueno Reis Junior, Mariangela Hungria da Cunha. – ­Planaltina, DF : Embrapa Cerrados, 2010. 19 p. – (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-5111, ISSN online 2176-5081 ; 281). 1. Perguntas e respostas. 2.Nitrogênio - fixação. I. Reis Junior, Fábio Bueno. II. Hungria, Mariangela. III. Título. IV. Série. 631.417 - CDD 21  Embrapa 2010
  • 4. Autores Iêda de Carvalho Mendes Engenheira Agrônoma, Ph.D. Pesquisadora da Embrapa Cerrados mendesi@cpac.embrapa.br Fábio Bueno dos Reis Junior Engenheiro Agrônomo, Ph.D. Pesquisador da Embrapa Cerrados fabio@cpac.embrapa.br Mariangela Hungria da Cunha Engenheira Agrônoma, Ph.D. Pesquisadora da Embrapa Soja hungria@cnpso.embrapa.br
  • 5. Apresentação Entre os nutrientes minerais essenciais às plantas, o nitrogênio (N) é o mais caro, o que consome mais energia e, potencialmente, o mais poluente, sendo geralmente o mais limitante à produção vegetal. No entanto, no Brasil, o uso do nitrogênio é bem menor quando comparado a outros países, o que se deve, em parte, à utilização e busca por sistemas produtivos que se beneficiem da fixação biológica do nitrogênio atmosférico. Neste documento, são disponibilizadas informações básicas e atualizadas sobre esse importantíssimo processo biológico, seus benefícios e sua utilização na agricultura brasileira. José Robson Bezerra Sereno Chefe-Geral da Embrapa Cerrados
  • 6. Sumário Introdução.................................................................................... 9 20 Perguntas Básicas.................................................................. 10 Abstract .................................................................................... 19
  • 7. 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Iêda de Carvalho Mendes Fabio Bueno Reis Junior Mariangela Hungria da Cunha Introdução O grupo de pesquisa em Microbiologia do Solo da Embrapa Cerrados foi criado em 1975. O início dos trabalhos coincidiu com a expansão da cultura da soja no Cerrado e concentrou-se exatamente na busca por estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio eficientes e adaptadas às condições do Brasil Central. O objetivo principal desses estudos foi colaborar para o aumento da produtividade da soja, visando fornecer todo o nitrogênio necessário para as plantas via fixação biológica (FBN). Esse trabalho culminou com a seleção e lançamento das estirpes de Bradyrhizobium elkanii, 29W e SEMIA 587, em 1980, e das estirpes de Bradyrhizobium japonicum, CPAC-7 (SEMIA 5080) e CPAC-15 (SEMIA 5079), em 1993, que hoje são recomendadas para a formulação dos inoculantes comerciais produzidos no Brasil para a cultura da soja. Ainda nas décadas de 1980 e 1990, foram lançadas estirpes para o cultivo do feijoeiro (CPAC V-23), da ervilha (CPAC EV-5 e CPAC EV-6 ) e da lentilha (CPAC L-3 e CPAC L-12). A parceria com a Embrapa Soja, desde o início da década 1990, tem sido fundamental para o sucesso desses estudos e resultaram, entre outros, no lançamento da estirpe CPAC H-12 para o cultivo do feijão em 2008 e no sequenciamento da estirpe CPAC-15.
  • 8. 10 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio A importância da FBN em temas como a segurança alimentar e as mudanças climáticas globais cresce a cada ano. Em 2009, a FBN foi selecionada pela plataforma ABC (Agricultura de Baixo Carbono) como um dos mecanismos a serem adotados pelo Brasil para mitigar os efeitos de gases de efeito estufa juntamente com o plantio direto, a integração lavoura/pecuária e a recuperação de pastos degradados. Este documento é voltado para estudantes e o público em geral que pretendem obter informações básicas e atualizadas sobre a FBN, e busca, além de informar, chamar a atenção das pessoas para esse processo biológico tão importante quanto fascinante. 20 Perguntas Básicas O que é a fixação biológica do nitrogênio (FBN)? É o processo por meio do qual o nitrogênio presente na atmosfera (N2 ) é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, que é encontrada em todas as bactérias fixadoras. Em termos de agricultura, a simbiose entre bactérias fixadoras de nitrogênio (denominadas rizóbios) e leguminosas (família de plantas à qual pertencem a soja, o feijão, a ervilha entre outras) é a mais importante. Todas as plantas fixam nitrogênio biologicamente em simbiose com os rizóbios? Infelizmente não. A simbiose é praticamente restrita às leguminosas e se caracteriza pela formação de estruturas especializadas nas raízes, chamadas nódulos, nos quais ocorre o processo de FBN. Após a formação de nódulos nas raízes, a bactéria passa a fixar o nitrogênio atmosférico em compostos orgânicos que são utilizados pelas plantas, eliminando ou diminuindo a necessidade de uso de adubos nitrogenados. Isso quer dizer que apenas as leguminosas são beneficiadas pela FBN? Não. Outras espécies de bactérias capazes de fixar o N2 atmosférico já foram encontradas em associação com gramíneas como o milho, o trigo e a cana-de-açúcar. Nessas plantas, não ocorre a formação de nódulos nas raízes e as quantidades de N fixadas são mais baixas. Por essa razão, não é possível dispensar a utilização de adubos nitrogenados
  • 9. 1120 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio nessas lavouras. Microrganismos fixadores de nitrogênio também já foram encontrados em plantas como o café, dendê, mandioca, mamão e banana, e a sua contribuição para essas plantas tem sido objeto de vários trabalhos de pesquisa. Já que não há formação de nódulos, onde ficam localizadas as bactérias que se associam com plantas não leguminosas? Localizam-se preferencialmente na região rizosférica, na superfície das raízes ou até mesmo dentro dos tecidos de raízes, colmos e folhas, quando são conhecidas como bactérias endófitas ou endofíticas. Em que consiste o processo de inoculação? A inoculação é o processo por meio do qual bactérias fixadoras de nitrogênio, selecionadas pela pesquisa, são adicionadas às sementes das plantas antes da semeadura. A inoculação é feita com um produto chamado inoculante. Como a tecnologia da inoculação chega ao agricultor? O agricultor compra um produto chamado inoculante. No inoculante, um caldo com elevada concentração de bactérias é misturado a um veículo, que pode ser um solo muito rico em matéria orgânica denominado turfa (inoculante em pó), formulações líquidas (inoculante líquido), ou combinações de turfa-líquido ou géis. O produto final deve conter no mínimo 1 bilhão de células de bactérias fixadoras de N2 vivas por cada g ou ml de inoculante. Como deve ser feita a inoculação? A operação de inoculação deve ser feita à sombra, nas horas mais frescas do dia (pela manhã ou à noite). Devem-se seguir as recomendações de dosagem e aplicação fornecidas pelo fabricante do inoculante. Em solos de primeiro ano de plantio, a dose recomendada é o dobro da dose normal. Sementes bem inoculadas ficam recobertas, por uma camada fina e uniforme de inoculante. Após a inoculação, as sementes devem ser secas à sombra e semeadas em, no máximo, 24 horas, desde que fiquem protegidas do sol e umidade. Caso isso não seja possível, deve-se repetir a inoculação no dia do plantio.
  • 10. 12 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio O tratamento das sementes com fungicida e (ou) micronutrientes deve ser feito antes ou depois da inoculação? Antes. É muito importante que o produtor atente para o fato de que o inoculante não pode ser misturado com os fungicidas e micronutrientes, pois os mesmos são, em maior ou menor grau, tóxicos para as bactérias. De maneira geral, fungicidas à base de metais pesados, como o zinco e o cobre, e alguns inseticidas organofosforados prejudicam a nodulação de leguminosas. Os herbicidas e os defensivos contra nematoides são menos tóxicos. No caso de sementes tratadas com fungicidas e inoculadas, a semeadura deve ser efetuada em, no máximo, 12 horas. Caso isso não seja possível, as sementes devem ser inoculadas novamente. Quais os cuidados que se deve ter ao comprar os inoculantes? a) Verificar se o produto é registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), evitando produtos sem a garantia de estirpes (também conhecidas como cepas) recomendadas pela pesquisa e de qualidade duvidosa. b) Verificar o prazo de validade do inoculante, que deve constar na embalagem. c) Certificar-se de que o produto estava conservado em condições adequadas de temperatura (no máximo 30 °C) e umidade. Após a aquisição, conservar o inoculante em local arejado e protegido do sol até o momento de sua utilização, uma vez que o inoculante contém bactérias sensíveis ao calor. d) Não utilizar um inoculante registrado para uma cultura específica em outra planta. Por exemplo, não utilizar inoculante para soja no plantio de feijão. e) Em caso de dúvida sobre a qualidade ou procedência do inoculante, acionar o fiscal do Mapa responsável pela sua área, para retirar amostras do local de venda e enviá-las para análise em laboratórios credenciados.
  • 11. 1320 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Quais os principais fatores responsáveis pelo insucesso da inoculação? a) Utilização de inoculantes de má qualidade: os inoculantes devem ser produzidos com veículo esterilizado e conter no mínimo um bilhão de células por g ou ml do produto, quando do momento da inoculação. Muitas vezes a má qualidade do inoculante pode ser atribuída às condições inadequadas de armazenamento e transporte. b) Realização do processo de inoculação de forma inadequada. c) Problemas de acidez do solo e deficiência nutricionais, promovidas por calagem e (ou) adubação de plantio realizadas de forma incorreta. d) Adição de produtos tóxicos às sementes, tais como fungicidas, inseticidas e nematicidas. e) Temperaturas elevadas e deficiência hídrica logo após a semeadura. Existem alternativas para a inoculação das sementes? Recentemente, a inoculação no sulco de plantio vem ganhando popularidade. Essa pode ser uma boa alternativa principalmente no caso de sementes tratadas com agrotóxicos e micronutrientes. Resultados de pesquisas indicam que a dose de inoculante necessária para a aplicação no sulco deve ser, no mínimo, seis vezes superior à dose indicada para a inoculação das sementes. Essa tecnologia já é recomendada para a cultura da soja desde a safra 2003/2004. Qual a importância e as principais vantagens do processo de inoculação para a lavoura da soja? No Brasil, graças ao processo de FBN, a inoculação substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. O inoculante contém bactérias selecionadas do gênero Bradyrhizobium que, quando associadas às raízes de soja, conseguem converter o N2 da atmosfera em compostos nitrogenados, em quantidades de até 300 kg de N/ha, que serão utilizados pela planta.
  • 12. 14 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Além da grande economia obtida quando se substitui a utilização de fertilizantes nitrogenados industriais pela inoculação da soja com bactérias do gênero Bradyhrizobium, essa é uma tecnologia extremamente simples e que não polui o meio ambiente. Devido a sua baixa eficiência de aproveitamento pelas plantas, em torno de 50% dos adubos nitrogenados aplicados ao solo é perdido por processos como a lixiviação, desnitrificação e volatilização, causando a poluição de mananciais hídricos (rios, lagos, lençóis freáticos) e contribuindo para a redução da camada de ozônio que envolve o planeta, com consequente efeito no aquecimento global. Qual o custo desse inoculante para o produtor? Apesar do investimento em pesquisa e tecnologia, o custo do inoculante, suficiente para o plantio de um hectare, geralmente não ultrapassa o valor de R$ 8,00. A utilização de adubos nitrogenados na lavoura da soja é necessária? Não. Desde que o agricultor utilize um inoculante de boa qualidade e faça a inoculação da forma adequada, não é necessária a utilização de adubos nitrogenados nessa cultura. O uso de pequenas doses de N no sulco de plantio, como doses de arranque (20 a 30 kg de N/ha na semeadura), ou mesmo altas doses de N (200 kg/ha), não promove nenhum benefício em termos de aumentos de produtividade da lavoura. Aliás, resultados recentes da pesquisa indicam que não existe razão para a utilização desses insumos em nenhum estágio do cultivo da soja no Brasil. Além disso, doses de N no sulco superiores a 30 kg de N/ha podem promover inibição na nodulação, retardando o processo de formação de nódulos, o que não é desejável. O que é reinoculação da soja? Ela é necessária? Reinoculação é o termo utilizado para descrever a inoculação da soja em áreas que já haviam sido cultivadas com soja e recebido inoculantes anteriormente. Solos brasileiros que nunca foram cultivados com soja não possuem populações nativas de rizóbio capazes de nodular a soja. Nesses solos, se a soja for plantada sem inoculação, não haverá
  • 13. 1520 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio formação de nódulos. Entretanto, após o plantio sucessivo de soja inoculada, ocorre o estabelecimento de populações da bactéria no solo. Por essa razão, quando a soja não-inoculada é plantada em áreas que já foram inoculadas anteriormente, ocorre a formação de nódulos nas raízes. Contudo, os resultados de pesquisa têm mostrado que é vantajoso inocular as áreas de produção de soja a cada safra e que os incrementos médios na produção de grãos giram em torno de 4% a 9%. O feijão pode ser inoculado com rizóbio? Pode. Entretanto, devido a uma série de fatores relacionados à bactéria, à planta e ao meio-ambiente, no feijoeiro, de modo diferente da cultura da soja, a inoculação com bactérias fixadoras de N nem sempre é suficiente para fornecer todo o N exigido pela cultura. Mesmo assim, vários resultados de pesquisa indicam que o feijoeiro pode se beneficiar consideravelmente do processo biológico, principalmente porque os inoculantes incluem estirpes mais eficientes. Em Latossolos de Cerrado, sob condições de sequeiro, trabalhos conduzidos na Embrapa Cerrados evidenciaram ganhos médios com a inoculação de 63 a 290 kg/ha, dependendo da cultivar. Quando o feijoeiro é cultivado sob condições irrigadas, onde todo o investimento tecnológico é feito no sentido de maximizar o rendimento da cultura, geralmente o uso da inoculação não garante todo o N necessário para que tetos de produtividade sejam atingidos, sendo necessária a suplementação com adubação nitrogenada. Entretanto, trabalhos conduzidos no Distrito Federal, sob condições irrigadas, em um solo Gley Húmico de várzea sem populações nativas de rizóbio, reportaram ganhos de até 1.500 kg/ha em relação à testemunha não inoculada em cultivares responsivas à nodulação (esses ganhos foram semelhantes aos obtidos com 100 kg N/ha). Também no Paraná, experimentos da Embrapa Soja apresentaram respostas expressivas do feijoeiro à inoculação, com ganhos médios de 450 kg grãos/ha, utilizando as estirpes de Rhizobium tropici CPAC H12 e CPAC H20. As produtividades obtidas com a inoculação foram comparadas a das plantas que receberam 60 kg de N/ha.
  • 14. 16 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Atualmente, três estirpes de Rhizobium são autorizadas para a fabricação de inoculante comercial de feijão no Brasil, a CIAT 899 (ou SEMIA 4077), isolada pelo CIAT, na Colômbia; a PRF 81(ou SEMIA 4080), isolada no Paraná pelo IAPAR e pela Embrapa Soja, e que permitiu ganhos de até 906 kg/ha em relação ao controle não-inoculado nos trabalhos de seleção; e a CPAC H-12 (ou SEMIA 4088) isolada no Distrito Federal. Pode-se afirmar que a FBN nessa cultura é realmente importante, pois se estima que mesmo as estirpes nativas podem contribuir com até 40% do N presente na planta. A adoção da técnica de inoculação com estirpes selecionadas pela pesquisa, aliada ao uso de cultivares melhoradas, técnicas de manejo integrado de pragas e doenças e de correção e adubação do solo poderá, no mínimo, duplicar a média de produtividade nacional a um baixo custo para o agricultor. Também é importante ressaltar que, tanto sob condições experimentais, como ao nível de fazenda, têm-se observado que os níveis de produtividade dos tratamentos inoculados e suplementados com N (doses de até 80 kg N/ ha) são superiores aos níveis de produtividade dos tratamentos onde somente se utiliza a adubação nitrogenada. Além da soja e do feijão, quais as outras leguminosas que se beneficiam da inoculação com rizóbio? A ervilha, lentilha, feijão-caupi, leguminosas forrageiras, arbóreas e de adubo verde. No caso da ervilha e da lentilha, a Embrapa Cerrados selecionou e lançou estirpes de rizóbio adaptadas às condições de Cerrado, capazes de substituir totalmente o uso de adubos nitrogenados nessas culturas, de modo semelhante ao que ocorre com a soja. Para o feijão-caupi, em trabalhos coordenados pela Embrapa Agrobiologia, a seleção de estirpes eficientes e adaptadas às condições regionais culminou com o lançamento da estirpe BR 3267, que possibilitou incrementos de produtividade de até 40% em condições experimentais e de até 52% nas áreas de agricultores experimentadores.
  • 15. 1720 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio Em relação ao uso de leguminosas forrageiras, dados experimentais indicam que pastagens com uma composição botânica contendo, aproximadamente, 30% de leguminosas consorciadas com gramíneas seriam suficientes para manter a produtividade vegetal e animal, assim como a fertilidade do solo no longo prazo. Além de incorporarem N fixado simbioticamente, as leguminosas contribuem efetivamente para a produção e sustentabilidade dos sistemas de pastejo, especialmente em regiões com limitações ambientais. A utilização de leguminosas arbóreas nos programas de recuperação de áreas degradadas é outro exemplo de sucesso onde a FBN tem papel de destaque. O uso de leguminosas nativas ou introduzidas, como Acacia spp., Albizia spp. e Mimosa spp., entre outras, em associação com bactérias diazotróficas selecionadas pela pesquisa e fungos micorrízicos, tem sido preconizado para a revegetação de solos depauperados, com o objetivo de restabelecer sua fertilidade. No Brasil já existem inoculantes recomendados para gramíneas? No Brasil, em 2009, foi lançado o primeiro inoculante para não- leguminosas, recomendado para as culturas do milho e do arroz e contendo bactérias Azospirillum brasilense selecionadas pela Embrapa Soja e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os fabricantes apontam um potencial para economia de até 50% na utilização de fertilizantes nitrogenados industriais pelo uso desses inoculantes e o lançamento de novos produtos comerciais para essas gramíneas, e o trigo é esperado para 2010. Acredita-se que esse seja apenas o começo de uma série de inoculantes para plantas não leguminosas a serem comercializados no Brasil. A cana-de-açúcar, por exemplo, é naturalmente colonizada por bactérias fixadoras de N2 , mas trabalhos recentes têm mostrado o potencial da inoculação dessas plantas com bactérias selecionadas pela pesquisa. Como desdobramento dos resultados alcançados nesses estudos, a Embrapa Agrobiologia lançou um produto que vem sendo utilizado em áreas experimentais e avaliado em usinas produtoras de álcool e açúcar espalhadas pelo país. A princípio, a utilização da inoculação
  • 16. 18 20 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio tem como principal impacto a substituição de parte do N utilizado na cana de primeiro ano. Os resultados têm mostrado que, com o uso do inoculante, cerca de 30 kg de N/ha/ano podem deixar de ser aplicados. A previsão é de que o inoculante esteja disponível brevemente para o mercado. Além da nutrição nitrogenada, a inoculação com as bactérias fixadoras de N2 pode trazer outros benefícios para as plantas? Além da FBN, a maioria dessas bactérias também é conhecida pela sua capacidade de produzir hormônios de crescimento das plantas. A produção dessas substâncias promotoras de crescimento pode estimular o aumento da densidade de pelos radiculares, da taxa de aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular. Esse incremento resulta em melhoria na absorção de água e nutrientes, aumentando assim a capacidade de a planta produzir e suportar estresses ambientais. O que deve ser feito para obtermos ainda mais benefícios da associação entre as bactérias fixadoras de nitrogênio e as plantas? As abordagens de pesquisa devem priorizar a realização de estudos que permitam o aprimoramento contínuo da FBN em plantas cultivadas. Assim, deve-se garantir que as novas variedades e cultivares estabeleçam associações mais eficazes com as bactérias. Em relação às estirpes, os programas de seleção devem continuar. Finalmente, é necessário dar continuidade ao desenvolvimento e à validação de novos inoculantes e tecnologias de inoculação, dos quais se pode citar como exemplos a inoculação no sulco, para a compatibilização com o tratamento de sementes com fungicidas e o enriquecimento das sementes em molibdênio, para garantir maiores taxas de FBN. O investimento na pesquisa e difusão da FBN, por meio de estudos multidisciplinares e integrados, em áreas como microbiologia, ciência do solo, melhoramento de plantas, manejo de culturas, etc., pode trazer um grande benefício para o planeta, aumentando a produção de alimentos e reduzindo o uso de combustíveis fósseis, graças à diminuição do uso de fontes externas de fertilizantes nitrogenados.
  • 17. 1920 Perguntas e Respostas sobre Fixação Biológica de Nitrogênio 20 Questions and Answers about Biological Nitrogen Fixation Abstract Among the mineral nutrients essential to plants, nitrogen (N) is the most expensive, energy consuming and, potentially, the most pollutant, generally being the most limiting to the vegetal production. Nevertheless, in Brazil, the use of nitrogen is much lower when compared to other countries, partially due to the search and utilization of agricultural production systems based on the biological nitrogen fixation. This document offers basic and actualized information about this important biological process, its benefits and utilization in the Brazilian agriculture. Index Terms: diazotrophic bacteria, growth promotion, inoculant, soybean, common bean, gramineaceous.