Este documento descreve a história e o desenvolvimento da tabela periódica dos elementos, começando com as primeiras descobertas de elementos químicos individuais e as tentativas iniciais de classificação. Detalha as contribuições de cientistas como Dobereiner, Newlands e Mendeleev, que reconheceram padrões periódicos nas propriedades dos elementos. Finalmente, discute melhorias posteriores na tabela, incluindo o trabalho de Moseley sobre o número atômico e de Seaborg sobre os actinídeos.
1. TABELA PERIÓDICA DOS
ELEMENTOS – HISTÓRICO,
ESTRUTURA E PROPRIEDADES
PROFª ANA CRISTINA FÉLIX VIEIRA DIAS.
ana_cristina_quimica@yahoo.com.br
biofimika.blogspot.com
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3. DEFINIÇÃO
TABELA :
Qualquer agrupamento de elementos dispostos em
linha e colunas.
PERIÓDICA:
Quando há repetição de propriedades.
EXEMPLO DE TABELA PERIÓDICA:
Calendário mensal, horário escolar, etc.
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4. DEFINIÇÃO
EVENTOS PERIÓDICOS:
Que se repetem em intervalos iguais.
EX.:
A cada 7 dias é terça-feira.
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB
01 02 03 04 05 06 07
08 09 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31
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5. DEFINIÇÃO
A Tabela periódica dos elementos químicos é a
disposição sistemática dos elementos químicos, na
forma de uma tabela, em função de suas
propriedades. É muito útil para se preverem as
características e tendências dos átomos.
Permite, por exemplo, prever o comportamento de
átomos e das moléculas deles formadas, ou
entender porque certos átomos são
extremamente reativos, enquanto outros são
praticamente inertes, etc.
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6. O INÍCIO
Um pré-requisito necessário para construção da tabela
periódica, foi a descoberta individual dos elementos
químicos, embora elementos, tais como o Ouro (Au), a
Prata (Ag), o Estanho (Sn), o Cobre (Cu), o Chumbo
(Pb) e o Mercúrio (Hg) fossem conhecidos desde a
antiguidade.
A primeira descoberta científica de um elemento,
ocorreu em 1669, quando o alquimista Henning Brand
descobriu o fósforo. Durante os 200 anos seguintes, um
grande volume de conhecimento relativo às
propriedades dos elementos e seus compostos, foram
adquiridos pelos químicos.
Com o aumento do número de elementos descobertos,
os cientistas iniciaram a investigação de modelos para
reconhecer as propriedades e desenvolver esquemas
de classificação.
A primeira classificação, foi a divisão dos elementos
em metais e não-metais.
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7. O INÍCIO
Isso possibilitou a antecipação das propriedades de outros
elementos, determinando assim, se seriam ou não metálicos.
No início do século XIX, John Dalton preparou uma lista
de elementos químicos, cujas massas atômicas já eram
conhecidas. Muitos desses valores estavam longe dos atuais,
devido à ocorrência de erros na sua determinação. Os erros
foram corrigidos por outros cientistas, e o desenvolvimento de
tabelas dos elementos e suas massas atômicas,
centralizaram o estudo sistemático da Química.
Os elementos não estavam listados em qualquer arranjo ou
modelo periódico, mas simplesmente por ordem crescente da
sua massa atômica, cada um com suas propriedades e seus
compostos. Os químicos, ao estudar essa lista, concluíram
que ela não estava muito clara.
Os elementos Cloro, Bromo e Iodo, por exemplo, que tinham
propriedades químicas semelhantes, apresentavam massas
atômicas muito separadas. 7
8. COMO SE CLASSIFICAR OS ELEMENTOS?
Várias outras tentativas de organizar os elementos foram
feitas, vejamos algumas:
1) As Tríades de Dobëreiner (1780-1849):
Ele descobriu que alguns elementos
guardavam uma relação entre si que estava
ligada às suas massas.
Por exemplo, se pegarmos os elementos Li, Na e K,
que tem várias propriedades semelhantes, pode-se verificar
experimentalmente que a massa do Na é a média das
massas do Li e do K.
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9. 1) AS TRÍADES DE DOBËREINER
Ex.: Li Na K
6,9 23 39,1
6,9 + 39,1 = 46
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Apesar das evidências, Dobëreiner não conseguiu
convencer os outros cientistas da importância de sua
descoberta, pois foi o primeiro a evidenciar que havia
relação entre as massas e as propriedades dos elementos. 9
10. 2) O PARAFUSO TELÚRICO DE CHANCOURTOIS
(1819-1886)
Seguindo os passos de Dobëreiner, Chancourtois
também tentou organizar os elementos de acordo
com suas propriedades, não mais a massa, mas
suas propriedades químicas.
Ele dispôs os elemento em ordem ascendente, o
que lembrava um parafuso, daí o nome.
Apesar da ideia não ser perfeita, nota-se que
Chancourtois estava certo em relação a alguns
elementos, embora não todos.
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12. 3) AS OITAVAS DE NEWLANDS
(1837-1898)
Em 1864, o inglês John Newlands, professor,
químico e músico, organizou os elementos em
ordem crescente de suas massas atômicas, em
linhas horizontais, contendo sete elementos cada.
O oitavo elemento apresentava as propriedades
semelhantes ao primeiro e assim por diante, numa
relação periódica que lembra a periodicidade das
notas musicais.
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13. 3) AS OITAVAS DE NEWLANDS
Ele nomeou essa repetição de propriedades de Lei
das oitavas. Apresentou sua teoria à Sociedade de
Química de Londres, mas foi ridicularizado.
Seu trabalho foi reconhecido duas décadas depois.
Seu grande mérito foi introduzir a ideia de
periodicidade em função das massas atômicas.
Foi precursor das ideias de Mendeleev. 13
14. 4) MENDELEEV: (1834- 1907) NO CAMINHO CERTO
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Nascido em Tobolsk, na Sibéria,
e professor universitário na Russia,
Mendeleiev foi um dos maiores
gênios da Química.
Sua descoberta foi tão importante
que hoje é conhecida como Lei
Grandiosa e ocorreu por acaso,
enquanto ele estava escrevendo um livro de química.
Diz-se que Mendeleiev organizou os elementos
químicos conhecidos (na época eram 63) como cartas de
baralho sobre uma mesa, cada carta com o símbolo, a
massa atômica e as propriedades físicas e químicas.
Notando que nessa sequência, tal como previu Newlands,
apareciam propriedade semelhantes, de forma periódica.
15. 4) MENDELEEV: PERIODICIDADE E
PREVISÕES
A organização da tabela periódica de Mendeleiev se
deu através de SÉRIES HOMÓLOGAS (colunas) com
elementos de propriedades semelhantes e SÉRIES
HETERÓLOGAS (linhas) de propriedades diferentes.
A classificação deixava ainda espaços vazios prevendo
a descoberta de novos elementos, os quais já tinham
até sua densidade pré-calculada.
Todas as previsões de Mendeleiev se concretizaram.
Em 1879, Swede Lars Nilson descobriu o Escândio
(Sc), previsto por Mendeleiev como eka-borom. EKA
significa 1 em sânscrito e quer dizer que fica uma linha
após o elemento, na mesma coluna.
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16. 4) MENDELEEV: PREVISÕES
Em 1886, German Clemens Winkler descobriu o
Germânio (Ge) previsto também por Mendeleev como
eka-silicon ( eka-silício ). Uma coisa que Mendeleiev
não previa era a descoberta de um novo grupo de
elementos, os GASES NOBRES, descobertos por Scott
William Ramsay e colaboradores, na última década do
século XIX.
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17. 5)MOSELEY E O NÚMERO ATÔMICO
(1887-1915)
Mendeleev ordenou os elementos de acordo com a
sequência crescente de suas massas atômicas, no entanto,
fez algumas inversões para que os elementos ficassem
corretamente posicionados em relação aos outros de
propriedades semelhantes.
Entre 1913 e 1914, enquanto colaborava com Ernest
Rutherford, o inglês Henry Moseley fez importantes descobertas,
entre elas uma característica numérica dos átomos de cada
elemento, que ficou conhecida como número atômico e que foi depois
associada ao número de prótons.
Desse modo, as inversões da Tabela de Mendeleev foram
corrigidas.
A Primeira Guerra Mundial interrompeu a carreira de Moseley,
que morreu em combate, em Gallipoli, Turquia, em 1915. 17
18. 6) GLENN SEABORG (1912-1999)
A última maior troca na tabela periódica, resultou do trabalho
de Glenn Seaborg, na década de 50, séc. XX.
A partir da descoberta do plutônio em 1940, Seaborg
descobriu todos os elementos transurânicos
(do número atômico 94 até ao 102).
Reconfigurou a tabela periódica colocando a série dos
actinídeos abaixo da série dos lantanídeos.
Em 1951, Seaborg recebeu o Prêmio Nobel em química, pelo
seu trabalho.
O elemento 106 tabela periódica é chamado Seabórgio, em
sua homenagem. O sistema de numeração dos grupos da
tabela periódica, usados atualmente, são recomendados pela
União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC).
A numeração é feita em algarismos arábicos de 1 a 18,
começando a numeração da esquerda para a direita, sendo o
grupo 1, o dos metais alcalinos e o 18, o dos gases nobres. 18