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A origem do
conhecimento
Perguntas/Questões
A busca da certeza
A filosofia do cto de Descartes
Pode ser vista como uma busca da certeza.
Obriga à distinção entre dois conceitos:
1. Certeza psicológica
2. Certeza epistémica
Certeza psicológica:
1. Quando uma pessoa tem a
certeza de que uma preposição é
verdadeira:
● Quer dizer que a sua crença nessa preposição não podia ser
mais forte.
● A certeza, assim entendida , consiste no grau máximo de
convicção. (É subjetiva) – sentimento de confiança na absoluta
verdade de uma preposição. “O João é honesto”
Certeza epistémica:
1. É diferente: diz respeito à força de
uma justificação e não de uma crença
a. Quando a justificação para crer numa preposição é certa e
exclui completamente a possibilidade de ela ser falsa;
b. Consiste em justificações infalíveis;
c. Em justificações tão fortes que são conclusivas;
d. Excluem qualquer possibilidade de erro;
e. A certeza epistémica é objetiva
● “A soma dos triângulos é de 180º” , “Amanhã vai nevar” sem ter
prova conclusiva
1.1 Dúvida metódica
Descartes é:
● Um infalibilista
● Que excluiu a possibilidade do erro
Assim concebido, o conhecimento
parece muito difícil de alcançar
● Não é um cético
● Então é preciso: duvidar de tudo
● A dúvida constitui-se como método
para chegar à certeza
1.2 Ilusão dos sentidos
Para por em marcha a dúvida metódica;
● Cada um tem de examinar as suas crenças
● Uma torre ao longe parece redonda
● Os sentidos iludem-nos.
● Logo, não podemos confiar inteiramente nos sentidos
● No entanto, nem tudo é ilusão (perceções dos sentidos
1.3 O argumento do sonho
● P: será que as melhores perceções
sensíveis merecem toda a nossa
confiança?
Quando está à lareira não tem a certeza de não estar a sonhar, mesmo
vestido com um roupão!
Não poderá estar enganado quando julga?
Pode estar a sonhar, pq alguns sonhos são tão vividos que não é possível
distingui-los , com toda a segurança , das perceções que temos enquanto
estamos acordados.
Assim, nem mesmos as melhores perceções sensíveis nos oferecem certeza
1.4 O génio maligno
● P: o que nos diz o argumento?
● Que nos permite concluir?
● O que pretende?
R: pretende afirmar a dúvida cartesiana como hiperbólica! É uma dúvida
radical que surge sempre qd temos razão para suspeitar daquilo em que
acreditamos.
Talvez a nossa mente esteja a ser controlada por
um ser extremamente poderoso e inteligente, que
faz tudo o que pode para nos enganar.
Não diz que existe, coloca a hipótese
Não afirma que existe, mas tb não prova que é falsa.
1.4 O génio maligno
● P: o que nos diz?
● Que nos permite concluir?
● O que pretende?
R: CONCLUSÃO- não podemos estar certos de que o mundo físico é real
Talvez a nossa mente esteja a ser controlada por
um ser extremamente poderoso e inteligente, que
faz tudo o que pode para nos enganar.
Da hipótese do génio maligno resulta: 1. É possível que exista um génio maligno.
2. Se isso é possível , então não posso ter a certeza de que o
mundo físico é real.
3. Se não posso ter essa certeza , então não sei se o mundo
físico é real.
4. Logo, não sei se o mundo físico é real.
1.5 O cogito
● P: Então, o que temos como certo?
● Será que os céticos têm razão?
● Não, não me poderia enganar em tudo,
mesmo com a existência de um génio
maligno.
R: CONCLUSÃO- enquanto isso, eu penso!!!!!!!!
Talvez a
Da hipótese do génio maligno resulta:
Do buscar razões para pôr em causa:
1. Para pensar tenho que existir!
• Para pensar tem de existir e
assim chega à inferência: “Eu
penso, logo existo = cogito
• 1.ª certeza- para lá de qualquer
dúvida existe como ser pensante!
2 Além do cogito
● Cogito certeza de que ele existe
● Sabe, tb que é um ser pensante que:
compreende, duvida, acredita, deseja,
sente, (estes estados de consciência são
pensamentos ou ideias)
Questão: e os outros, e a existência dos objetos sensíveis, será que existem?
.
Será que poderemos estar certos apenas
acerca da nossa existência e dos nossos
pensamentos ou ideias? 2.1- Critério de verdade
2.1 O critério da verdade
● A partir da 1.ª certeza (cogito) tenta
encontrar nela um critério de verdade
P: O que me faz ter a certeza que o
cogito me leva à verdade?
Donde: tudo o que
percebemos com clareza
e distinção é verdade
Assim, segundo este critério as perceções claras e distintas já
mais nos induzem em erro, isto é, levam-nos infalivelmente à
verdade
Estas perceções não são sensíveis: são
intelectuais
2.1 O critério da verdade
● A intuição racional (ou
intelectual) é uma fonte de
conhecimento
Qd pelo intelecto “vemos” ou
entendemos com toda a nitidez que
alguma coisa é verdade
Então, podemos ter a
certeza de que não
estamos enganados - é
verdade
Estas perceções não são sensíveis: são
intelectuais
2.2 A existência de Deus
● Existência contida na ideia
● Omnipotência
● Omnisciência
● Sumamente bom
Ser perfeito
Argumento ontológico
É a priori
1. Um ser sumamente perfeito tem
todas as perfeiçoes
2. A existência é uma perfeição
3. Logo, existe um ser sumamente
perfeito – Deus.
2.2 A existência de Deus
 Deus é concebido como um ser sumamente perfeito, isto é, como um ser
que reúne todas as perfeições no máximo grau possível.
 Ora, segundo Descartes, a existência é uma perfeição, pois é melhor
existir do que não existir.
 Assim, refletindo sobre o conceito de um ser sumamente perfeito,
chegamos à conclusão de que a própria existência é uma das suas
qualidades.
1. Um ser sumamente perfeito tem todas as perfeições.
2. A existência é uma perfeição.
3. Logo, existe um ser sumamente perfeito – Deus.
2.3. A validação do critério de verdade
● Estabelecida a existência de Deus, Descartes
julga que o critério da perceção clara e
distinta fica validado
● Deus é um ser sumamente bom, não é um
ser enganador
Então, cada um de nós pode estar
certo de que tudo aquilo que percebe
com toda a clareza e distinção é
verdade.
2.4. A realidade do mundo físico
● Estabelecida a existência de Deus, Descartes
julga que o critério da perceção clara e
distinta fica validado
● Então, tendo chegado aqui, cada um de nós pode
estar certo de que tudo aquilo que percebe com
toda a clareza e distinção é verdade.
Por isso, julga poder afastar todas as
dúvidas quanto à realidade do mundo
físico.
2.4. A realidade do mundo físico
 Podemos agora estar certos de que as
nossas perceções sensíveis representam
objetos físicos reais. Podemos saber que são
causadas por eles.
 Descartes atinge esta conclusão através do
raciocínio seguinte:
1. Tenho uma inclinação muito forte para acreditar que as minhas perceções sensíveis são
causadas por objetos físicos.
2. Se as minhas perceções sensíveis fossem causadas de outra forma, eu não poderia
descobrir isso.
3. Se eu não pudesse descobrir isso, Deus seria enganador.
4. Mas Deus não é enganador.
5. Logo, as minhas experiências sensíveis não são causadas de outra forma.
6. Logo, a minha inclinação para crer que são causadas por objetos físicos é correta.
2.4. A realidade do mundo físico
2.5. Mente e corpo
 Qual é a relação entre a mente e o corpo?
 Serão a mesma coisa?
 Ou serão coisas distintas?
 Descartes argumenta a favor desta última hipótese:
1. Posso conceber a minha mente sem o meu corpo.
2. Se posso conceber a minha mente sem o meu corpo, então é possível que a
minha mente exista sem o meu corpo. (para existir basta que eu a conceba)
3. Mas, se é possível que a minha mente exista sem o meu corpo, então (na
realidade) esta não é o meu corpo.
4. Logo, a minha mente não é o meu corpo. (Dualismo cartesiano)
2.6. Dualismo
• substância é uma coisa que tem propriedades e que, de certa forma, pode existir por
si mesma.
• Uma substância não é uma propriedade ou um estado de outra coisa.
• Um objeto físico, para Descartes, é uma substância extensa.
• Uma mente é uma substância pensante.
• Descartes propõe uma conceção dualista dos seres humanos.
 Cada um de nós é constituído por duas substâncias muito diferentes: um corpo ou
organismo, que é uma substância extensa, e uma mente ou alma, que é uma
substância pensante.
 Mas só a alma nos é essencial.
1. Racionalismo
● Para o racionalismo a razão é a fonte
principal do conhecimento. O
conhecimento sensível é considerado
enganador. Por isso, as representações
da razão são as mais certas, e as únicas
que podem conduzir ao conhecimento
logicamente necessário e
universalmente válido.
1. Racionalismo
A razão é capaz de conhecer a estrutura da
realidade a partir de princípios puros da
própria razão. A ordenação lógica do mundo
permite compreender a sua estrutura de
forma dedutiva. O racionalismo segue, neste
aspecto, o modelo matemático de dedução
a partir de um reduzido número de axiomas.
1. Racionalismo
Os racionalistas partem do princípio que o sujeito
cognoscente é ativo e, ao criar uma representação de qualquer
objeto real, está a submetê-lo às suas estruturas ideais
(ideias).
Entre os filósofos que assumiram uma perspetiva
racionalista do conhecimento, destacam-se Platão, René
Descartes (1596-1650), Spinoza (1632 -1677) e Leibniz (1646-1716), partem
do princípio que possuímos ideias inatas e que a realidade é
uma construção da razão.
1. Racionalismo
Dedução: do universal para o particular
M
H
F
1. Racionalismo
René Descartes
(1596-1650)
1. Racionalismo
René Descartes,
pintura de Frans
Hals, 1648
1. Racionalismo
a) Descartes é considerado o fundador do
racionalismo moderno. As fases da sua filosofia
podem ser resumidas da seguinte maneira:
● Objetivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas
logicamente, a partir de uma evidência irrefutável.
1. Racionalismo
a) Descartes é considerado o fundador do
racionalismo moderno. As fases da sua filosofia
podem ser resumidas da seguinte maneira:
● Dúvida Metódica: Para atingir um conhecimento absoluto, tem
que eliminar tudo o que seja suscetível de dúvida. Nesse
sentido, começa por suspender todos os conhecimentos
susceptíveis de serem postos em causa. Descobre que todos
os dados do sentidos o podem enganar.
Questões para resolver na aula:
1. Distingue certeza psicológica de certeza
epistémica? P. 133
2. Em que consiste a dúvida metódica? p133
3. Explique em que consiste o argumento do
sonho. P135
4. Explique como a possibilidade do génio
maligno põe em causa a convicção na
realidade do mundo físico.
5. Em que consiste o cogito?

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  • 3. A filosofia do cto de Descartes Pode ser vista como uma busca da certeza. Obriga à distinção entre dois conceitos: 1. Certeza psicológica 2. Certeza epistémica
  • 4. Certeza psicológica: 1. Quando uma pessoa tem a certeza de que uma preposição é verdadeira: ● Quer dizer que a sua crença nessa preposição não podia ser mais forte. ● A certeza, assim entendida , consiste no grau máximo de convicção. (É subjetiva) – sentimento de confiança na absoluta verdade de uma preposição. “O João é honesto”
  • 5. Certeza epistémica: 1. É diferente: diz respeito à força de uma justificação e não de uma crença a. Quando a justificação para crer numa preposição é certa e exclui completamente a possibilidade de ela ser falsa; b. Consiste em justificações infalíveis; c. Em justificações tão fortes que são conclusivas; d. Excluem qualquer possibilidade de erro; e. A certeza epistémica é objetiva ● “A soma dos triângulos é de 180º” , “Amanhã vai nevar” sem ter prova conclusiva
  • 6. 1.1 Dúvida metódica Descartes é: ● Um infalibilista ● Que excluiu a possibilidade do erro Assim concebido, o conhecimento parece muito difícil de alcançar ● Não é um cético ● Então é preciso: duvidar de tudo ● A dúvida constitui-se como método para chegar à certeza
  • 7. 1.2 Ilusão dos sentidos Para por em marcha a dúvida metódica; ● Cada um tem de examinar as suas crenças ● Uma torre ao longe parece redonda ● Os sentidos iludem-nos. ● Logo, não podemos confiar inteiramente nos sentidos ● No entanto, nem tudo é ilusão (perceções dos sentidos
  • 8. 1.3 O argumento do sonho ● P: será que as melhores perceções sensíveis merecem toda a nossa confiança? Quando está à lareira não tem a certeza de não estar a sonhar, mesmo vestido com um roupão! Não poderá estar enganado quando julga? Pode estar a sonhar, pq alguns sonhos são tão vividos que não é possível distingui-los , com toda a segurança , das perceções que temos enquanto estamos acordados. Assim, nem mesmos as melhores perceções sensíveis nos oferecem certeza
  • 9. 1.4 O génio maligno ● P: o que nos diz o argumento? ● Que nos permite concluir? ● O que pretende? R: pretende afirmar a dúvida cartesiana como hiperbólica! É uma dúvida radical que surge sempre qd temos razão para suspeitar daquilo em que acreditamos. Talvez a nossa mente esteja a ser controlada por um ser extremamente poderoso e inteligente, que faz tudo o que pode para nos enganar. Não diz que existe, coloca a hipótese Não afirma que existe, mas tb não prova que é falsa.
  • 10. 1.4 O génio maligno ● P: o que nos diz? ● Que nos permite concluir? ● O que pretende? R: CONCLUSÃO- não podemos estar certos de que o mundo físico é real Talvez a nossa mente esteja a ser controlada por um ser extremamente poderoso e inteligente, que faz tudo o que pode para nos enganar. Da hipótese do génio maligno resulta: 1. É possível que exista um génio maligno. 2. Se isso é possível , então não posso ter a certeza de que o mundo físico é real. 3. Se não posso ter essa certeza , então não sei se o mundo físico é real. 4. Logo, não sei se o mundo físico é real.
  • 11. 1.5 O cogito ● P: Então, o que temos como certo? ● Será que os céticos têm razão? ● Não, não me poderia enganar em tudo, mesmo com a existência de um génio maligno. R: CONCLUSÃO- enquanto isso, eu penso!!!!!!!! Talvez a Da hipótese do génio maligno resulta: Do buscar razões para pôr em causa: 1. Para pensar tenho que existir! • Para pensar tem de existir e assim chega à inferência: “Eu penso, logo existo = cogito • 1.ª certeza- para lá de qualquer dúvida existe como ser pensante!
  • 12. 2 Além do cogito ● Cogito certeza de que ele existe ● Sabe, tb que é um ser pensante que: compreende, duvida, acredita, deseja, sente, (estes estados de consciência são pensamentos ou ideias) Questão: e os outros, e a existência dos objetos sensíveis, será que existem? . Será que poderemos estar certos apenas acerca da nossa existência e dos nossos pensamentos ou ideias? 2.1- Critério de verdade
  • 13. 2.1 O critério da verdade ● A partir da 1.ª certeza (cogito) tenta encontrar nela um critério de verdade P: O que me faz ter a certeza que o cogito me leva à verdade? Donde: tudo o que percebemos com clareza e distinção é verdade Assim, segundo este critério as perceções claras e distintas já mais nos induzem em erro, isto é, levam-nos infalivelmente à verdade Estas perceções não são sensíveis: são intelectuais
  • 14. 2.1 O critério da verdade ● A intuição racional (ou intelectual) é uma fonte de conhecimento Qd pelo intelecto “vemos” ou entendemos com toda a nitidez que alguma coisa é verdade Então, podemos ter a certeza de que não estamos enganados - é verdade Estas perceções não são sensíveis: são intelectuais
  • 15. 2.2 A existência de Deus ● Existência contida na ideia ● Omnipotência ● Omnisciência ● Sumamente bom Ser perfeito Argumento ontológico É a priori 1. Um ser sumamente perfeito tem todas as perfeiçoes 2. A existência é uma perfeição 3. Logo, existe um ser sumamente perfeito – Deus.
  • 16. 2.2 A existência de Deus  Deus é concebido como um ser sumamente perfeito, isto é, como um ser que reúne todas as perfeições no máximo grau possível.  Ora, segundo Descartes, a existência é uma perfeição, pois é melhor existir do que não existir.  Assim, refletindo sobre o conceito de um ser sumamente perfeito, chegamos à conclusão de que a própria existência é uma das suas qualidades. 1. Um ser sumamente perfeito tem todas as perfeições. 2. A existência é uma perfeição. 3. Logo, existe um ser sumamente perfeito – Deus.
  • 17. 2.3. A validação do critério de verdade ● Estabelecida a existência de Deus, Descartes julga que o critério da perceção clara e distinta fica validado ● Deus é um ser sumamente bom, não é um ser enganador Então, cada um de nós pode estar certo de que tudo aquilo que percebe com toda a clareza e distinção é verdade.
  • 18. 2.4. A realidade do mundo físico ● Estabelecida a existência de Deus, Descartes julga que o critério da perceção clara e distinta fica validado ● Então, tendo chegado aqui, cada um de nós pode estar certo de que tudo aquilo que percebe com toda a clareza e distinção é verdade. Por isso, julga poder afastar todas as dúvidas quanto à realidade do mundo físico.
  • 19. 2.4. A realidade do mundo físico  Podemos agora estar certos de que as nossas perceções sensíveis representam objetos físicos reais. Podemos saber que são causadas por eles.  Descartes atinge esta conclusão através do raciocínio seguinte:
  • 20. 1. Tenho uma inclinação muito forte para acreditar que as minhas perceções sensíveis são causadas por objetos físicos. 2. Se as minhas perceções sensíveis fossem causadas de outra forma, eu não poderia descobrir isso. 3. Se eu não pudesse descobrir isso, Deus seria enganador. 4. Mas Deus não é enganador. 5. Logo, as minhas experiências sensíveis não são causadas de outra forma. 6. Logo, a minha inclinação para crer que são causadas por objetos físicos é correta. 2.4. A realidade do mundo físico
  • 21. 2.5. Mente e corpo  Qual é a relação entre a mente e o corpo?  Serão a mesma coisa?  Ou serão coisas distintas?  Descartes argumenta a favor desta última hipótese: 1. Posso conceber a minha mente sem o meu corpo. 2. Se posso conceber a minha mente sem o meu corpo, então é possível que a minha mente exista sem o meu corpo. (para existir basta que eu a conceba) 3. Mas, se é possível que a minha mente exista sem o meu corpo, então (na realidade) esta não é o meu corpo. 4. Logo, a minha mente não é o meu corpo. (Dualismo cartesiano)
  • 22. 2.6. Dualismo • substância é uma coisa que tem propriedades e que, de certa forma, pode existir por si mesma. • Uma substância não é uma propriedade ou um estado de outra coisa. • Um objeto físico, para Descartes, é uma substância extensa. • Uma mente é uma substância pensante. • Descartes propõe uma conceção dualista dos seres humanos.  Cada um de nós é constituído por duas substâncias muito diferentes: um corpo ou organismo, que é uma substância extensa, e uma mente ou alma, que é uma substância pensante.  Mas só a alma nos é essencial.
  • 23. 1. Racionalismo ● Para o racionalismo a razão é a fonte principal do conhecimento. O conhecimento sensível é considerado enganador. Por isso, as representações da razão são as mais certas, e as únicas que podem conduzir ao conhecimento logicamente necessário e universalmente válido.
  • 24. 1. Racionalismo A razão é capaz de conhecer a estrutura da realidade a partir de princípios puros da própria razão. A ordenação lógica do mundo permite compreender a sua estrutura de forma dedutiva. O racionalismo segue, neste aspecto, o modelo matemático de dedução a partir de um reduzido número de axiomas.
  • 25. 1. Racionalismo Os racionalistas partem do princípio que o sujeito cognoscente é ativo e, ao criar uma representação de qualquer objeto real, está a submetê-lo às suas estruturas ideais (ideias). Entre os filósofos que assumiram uma perspetiva racionalista do conhecimento, destacam-se Platão, René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632 -1677) e Leibniz (1646-1716), partem do princípio que possuímos ideias inatas e que a realidade é uma construção da razão.
  • 26. 1. Racionalismo Dedução: do universal para o particular M H F
  • 29. 1. Racionalismo a) Descartes é considerado o fundador do racionalismo moderno. As fases da sua filosofia podem ser resumidas da seguinte maneira: ● Objetivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas logicamente, a partir de uma evidência irrefutável.
  • 30. 1. Racionalismo a) Descartes é considerado o fundador do racionalismo moderno. As fases da sua filosofia podem ser resumidas da seguinte maneira: ● Dúvida Metódica: Para atingir um conhecimento absoluto, tem que eliminar tudo o que seja suscetível de dúvida. Nesse sentido, começa por suspender todos os conhecimentos susceptíveis de serem postos em causa. Descobre que todos os dados do sentidos o podem enganar.
  • 31. Questões para resolver na aula: 1. Distingue certeza psicológica de certeza epistémica? P. 133 2. Em que consiste a dúvida metódica? p133 3. Explique em que consiste o argumento do sonho. P135 4. Explique como a possibilidade do génio maligno põe em causa a convicção na realidade do mundo físico. 5. Em que consiste o cogito?

Notas do Editor

  1. O que é conhecer? Qual a origem do conhecimento? Que valor devemos dar ao conhecimento?