O documento discute os conceitos de gestão, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Aborda as dimensões econômica, social e ambiental da sustentabilidade e como elas podem ser aplicadas na gestão de projetos de engenharia de forma a promover o desenvolvimento sustentável. Também reflete sobre os desafios de incorporar a sustentabilidade nos processos de negócio e na visão do engenheiro.
2. O QUE É GESTÃO OU GERENCIAMENTO?
A ação de reunir pessoas para atingirem juntos
um objetivo comum desejado e suas metas
utilizando recursos com eficiência e eficácia.
Compreende
Planejar, Organizar, Liderar, Agir, Monitorar e
Controlar.
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4. O QUE É SUSTENTABILIDADE?
O que é
sustentável, defensável, suportável, capaz de
ser mantido.
Um processo contínuo, que no longo prazo, se
sustenta, impedindo a ruína de algo.
Deve ser avaliada internamente (agentes
interno) e no impacto de todos os envolvidos
(agentes externos)
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7. Sustentabilidade é um relacionamento entre sistemas
econômicos dinâmicos e sistemas ecológicos maiores
e também dinâmicos, embora de mudança mais
lenta, em que:
a) a vida humana pode continuar indefinidamente;
b) os indivíduos podem prosperar;
c) as culturas humanas podem desenvolver-se;
d) os resultados das atividades humanas obedecem
a limites para não destruir a diversidade, a
complexidade e a função do sistema ecológico de
apoio à vida
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8. MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
VIGENTE
A partir da produção em
massa (Taylor/Ford no
início do Séc. XX) o
processo de
industrialização se
desenvolveu com a
produção em larga escala,
com o consumo excessivo
de energia, água e
matérias-primas, além da
utilização intensiva de mão-
de-obra barata.
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9. O QUE SUSTENTA ESTE
MODELO?
O consumo massivo, ou
consumismo.
Pois novos consumidores
precisam ter acesso ao
que deve ser produzido. E
os atuais consumidores
devem consumir mais
produtos (sejam bens ou
serviços).
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10. É eficaz utilizar 1.000 kg de materiais para
transportar 1,2 pessoas em média?
Solução tecnológica: carros menores
Solução com mudança de paradigma:
carro como serviço e não como um bem,
paga-se pelo que se usa.
http://www.triciclopompeo.com.br/
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16. O desenvolvimento tecnológico (revolução
digital) nivelou por cima a qualidade de
produção nas empresas de classe mundial
iniciando no Séc. XXI a busca de
competitividade no conhecimento agregado
aos produtos (Era do Conhecimento) e serviços
associados a estes.
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18. O QUE DIZER DOS IMPACTOS?
Os impactos sociais e ambientais são altamente
questionados e já considerados indesejados
por grande parte da população.
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19. Destaque para a poluição ambiental de diversas ordens
(atmosférica, visual, sonora), a produção excessiva de
lixo, precarização das condições de trabalho, especialmente
nos países ditos emergentes.
Solução para os resíduos sólidos: tecnológica - reutilizar e
reciclar; mudança de paradigma – não produzir resíduos.
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20. SUSTENTABILIDADE SISTÊMICA
Assim, o termo sustentabilidade deve ser
compreendido de forma mais ampla, ou
sistêmica, relacionado com a continuidade dos
aspectos econômicos, sociais, culturais e
ambientais da sociedade humana.
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21. GERAÇÕES FUTURAS
O que se aceita hoje é que a sustentabilidade
deve objetivar o atendimento das necessidades
presentes na
sociedade, sem, contudo, comprometer a
possibilidade de gerações futuras satisfazerem
suas próprias necessidades.
Embora não se conheça exatamente quais
serão estas necessidades.
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22. A produção impacta integralmente a
sustentabilidade. Na forma de explorar os
recursos naturais, na forma de produzir, na
forma de entregar, na forma de servir, na forma
de consumir.
Há que se resolver o conflito
CONSUMISMO X NECESSIDADE
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23. NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO
Há vários níveis de envolvimento com a
questão da sustentabilidade:
• SER VIVO
• SER HUMANO
• CIDADÃO POLÍTICO
• JOVENS
• EMPREENDEDOR
• ENGENHEIRO
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24. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE*:
• Sócio-Cultural
• Econômica
• Ecológica
• Espacial
• Técnica
• Política
• Institucional
* SACHS (1998), p. 57-58 e COLOMBO (2004), p. 71
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25. SUSTENTABILIDADE SÓCIO-CULTURAL
Construir uma civilização com maior equidade
na distribuição de renda, de modo a melhorar
substancialmente os direitos e as condições de
amplas massas da população e a reduzir a
distância entre os diversos padrões de vida.
Respeito às especificidades de cada
ecossistema, de cada cultura e de cada local.
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26. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
Locação e gestão mais eficientes dos recursos e
por um fluxo regular do investimento público e
privado. Envolve principalmente as barreiras
protecionistas e as limitações de acesso à
ciência e a tecnologia.
Uma nova eficiência econômica macro-social.
Economia como meio e não como finalidade.
ECONOMIA SOLIDÁRIA
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27. SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA
Aumento da capacidade de carga da Terra, uso
de recursos potenciais de vários ecossistemas,
redução do volume de resíduos e de poluição,
redução do consumo material (uma nova
economia).
Capital natural na entrada dos processos
Capacidade de absorção de resíduos
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28. MODELO DO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
RECURSOS A SEREM
TRANSFORMADOS BENS E SERVIÇOS
PROCESSOS DE
Entradas TRANFORMAÇÃO Saídas
RECURSOS DE
TRANSFORMAÇÃO RESÍDUOS
Capital natural na entrada dos processos
Inclui os resíduos
Capacidade de absorção de resíduos 28
29. SUSTENTABILIDADE ESPACIAL
Uma nova configuração rural-urbana mais
equilibrada e uma melhor distribuição
TERRITORIAL de assentamentos humanos e
atividades econômicos. Novo modelo de
industrialização descentralizada. Controle
populacional discutido com a sociedade
(DEMOGRÁFICA)
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30. SUSTENTABILIDADE POLÍTICA
Construção de
cidadania, democratização, fortalecimento das
organizações comunitárias, redistribuição de
recursos, divulgação das informações.
Cultura da COLABORAÇÃO
ECONOMIA SOLIDÁRIA
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32. Para que o conceito de desenvolvimento
sustentável seja durável, ele precisa ser:
ecologicamente correto, economicamente
viável, socialmente justo e culturalmente
aceito. O grande desafio é manter esse modelo
equilibrado e trabalhar o maior número de
dimensões da sustentabilidade.
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34. IMPACTO CAUSADOS PELA GESTÃO
Em geral tais impactos ocorrem por falha no
planejamento e controle mais tradicional
(PRAZO, CUSTOS, ESCOPO, RISCO e
QUALIDADE) e em aspectos ligadas à
SUSTENTABILIDADE.
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35. O que há é que ainda negligenciamos a
dimensão sustentabilidade na maioria das
organizações e projetos.
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36. Estratégia É no nível de processos de
de Negócios negócios e metodologias que essa
lacuna mais se manifesta
Processos de negócio /
Metodologias
Atividades do negócio /
Operações
Carvalho e Rabechini Jr (2011), p. 300
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37. DIMENSÃO ECONÔMICA EM PROJETOS*
• Estudos de impacto de custo contínuo para
apoiar decisões (ROI, trade-off de custo x
benefício);
• Relacionamento com os envolvidos e
consumidores no processo;
• Busca contínua pela excelência e melhor
qualidade;
• Gestão ágil com rápida tomada de decisão;
• Prioridade da fase de projeto conceitual.
Carvalho e Rabechini Jr (2011), p. 305
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38. DIMENSÃO SOCIAL EM PROJETOS*
• Rede de gestão de conhecimento;
• Reuniões de consenso no processo de
decisão e de reflexão para aprendizado com
experiência e erros;
• Líder para ensinar e obter
comprometimentos e disciplina efetiva;
• Valores, princípios e crenças compartilhados
pelos integrantes da organização;
• Controle visual do monitoramento e
controle.
Carvalho e Rabechini Jr (2011), p. 305
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39. DIMENSÃO AMBIENTAL EM PROJETOS*
• Análises de desmontagem (disassembly);
• Rastreamento pós-venda (Logística inversa);
• Aplicacão e reuso de tecnologias
consolidadas;
• Redução do consumo de energia no CICLO
DE VIDA DO PROJETO E DO PRODUTO;
• Uso de matéria-prima 3Rs
(REUSO, REMANUFATURA e
RECICLAGEM), priorizando recursos naturais
abundantes e renováveis.
Carvalho e Rabechini Jr (2011), p. 305
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40. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
Têm sido responsáveis pela solução dos
grandes problemas quando estes pareciam
insolúveis.
No passado, foram usadas para criar novas
tecnologias, novos produtos e descobrir novos
materiais.
E no futuro? Precisamos inventar mais? Ou
criar e inovar nas tecnologias sociais
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41. TECNOLOGIA SOCIAL
Produto, método ou técnica, criado para
solucionar algum tipo de problema social e que
seja simples, de baixo custo, facilmente
reaplicável e tenha impacto social.
Cada vez mais grupos consideram ser a solução
para os problemas dos recursos
naturais, alimentos, educação e saúde e sua
melhor distribuição.
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42. Cisterna de placas
pré-moldadas
Moeda social. Banco Palmas
microcrédito e economia solidária
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43. VISÃO MECANICISTA DO ENGENHEIRO*
A Engenharia transforma produtos naturais em
bens e serviços
O Engenheiro entende bem o comportamento
da matéria, mas não a natureza humana –
transformada pelo uso dos produtos da
engenharia
FERRAZ (1983), p. 71-72
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44. Isto acaba por criar uma realidade externa a si
mesma – baseada em observações
quantitativas dos fatos.
Relegando a segundo plano a determinação das
causas e de seus efeitos e a correta
interpretação dos fenômenos sociais, que
constituem as verdadeiras bases de sua
intervenção.
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45. OS FUNDAMENTOS DA ATUAÇÃO DO
ENGENHEIRO
Ao cliente: ESTABILIDADE, ESTÉTICA E
FUNCIONALIDADE
E para a sociedade?
QUALIDADE DE VIDA? BUSCA DOS IDEAIS DO
SER HUMANO?
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51. OBRIGADO!
mendesjr@ufpr.br
CESEC
GRUPO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
3361-3448
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52. REFERÊNCIAS
Carvalho, M. M. de; Rabechini Jr, R. Fundamentos em gestão de
projetos: construindo competências para gerenciar projetos. 3.
ed. – São Paulo: Atlas, 2011.
Colombo, C. R. Princípios teórico-práticos para formação de
engenheiros civil: em perspectiva de uma construção civil
voltada à sustentabilidade. Tese de doutorado. Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas, UFSC, 2004.
Ferraz, H. A formação do Engenheiro: um questionamento
humanístico. São Paulo: Ática, 1983.
Sachs, I. Debates. In: VIEIRA, P. F. et al. Desenvolvimento e meio
ambiente no Brasil: a contribuição de Ignacy Sachs. Porto
Alegre: Pallotti; Florianópolis: APED, 1998.
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53. BIBLIOGRAFIA
Amato Neto, J. (org.) Sustentabilidade & produção: teoria e
prática para uma gestão sustentável. São Paulo: Atlas, 2011.
Capra, F. A teia da vida: uma nova concepção científica dos
sistemas vivos. Trad. Álvaro Cabral, 15. ed. São Paulo: Cultrix,
1996.
Capra, F. Conexões ocultas. São Paulo: Cultrix, 2002
Trigueiro, A. Mundo sustentável 2: novos rumos para um
planeta em crise. São Paulo: Globo, 2012.
Dias, G. F. Pegada ecológica e sustentabilidade humana. São
Paulo:Gaia, 2002.
Fialho, F. A. P.; Montibeller Fo, G.; Macedo, M.; Mitidieri, T. C.
Gestão da sustentabilidade na era do conhecimento.
Florianópolis: Visual Books, 2008.
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