2. É um produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no País cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro, conforme a
definição do inciso XXII, artigo 3º, da Lei n. 6.360, de 1976 (com redação dada pela Lei nº
9.787 de 10 de fevereiro de 1999). A empresa interessada em registrar medicamentos
genéricos e/ou similares deverá utilizar obrigatoriamente o medicamento de referência
constante nas listas vigentes disponíveis de acordo com os requisitos específicos da RDC
35 de 15/06/2012, que dispõe sobre os critérios de indicação, inclusão e exclusão de
medicamentos na Lista de Medicamentos de Referência.
Medicamento de Referência
3. É aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é
administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do
medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do
medicamento de referência podendo, com este, ser intercambiável. A intercambialidade, ou
seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada
por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos
estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência
apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os medicamentos genéricos
podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê "Medicamento Genérico". Além
disso, deve constar na embalagem a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787/99”. Como
os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do
medicamento.
Medicamento Genérico
4. É aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica,
e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância
sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre
ser identificado por nome comercial ou marca.
Medicamento Similar
5.
6. Também denominado fármaco, ou simplesmente princípio ativo, é o componente
farmacologicamente ativo destinado ao emprego em medicamento
Insumo Farmacêutico Ativo
7. Indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de
dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua
excreção na urina.
Biodisponibilidade
8. Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a
mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de
princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob
um mesmo desenho experimental.
Bioequivalência
9. Se o impulso para o nascimento da farmacologia ocorreu no século XVIII, foi no final do XIX
que essa ciência teve seu desenvolvimento incrementado com as novas tecnologias
disponíveis. Na metade do século XIX, na França, vale destacar as pesquisas de Claude
Bernard (Porter, 2004, 1996; Black, 1999) na área de fisiologia. Ele conseguiu identificar, ao
estudar a ação do curare, o local de atuação dessa substância no músculo animal. A partir
dessa constatação, surgiu um conceito fundamental em farmacologia: o organismo
possui receptores para drogas que, mesmo não visualizados na época por não haver
recursos técnicos disponíveis, inauguraram a ideia de que a ação dos medicamentos
é um evento químico.
Origem da Farmacologia
10. A farmacologia foi definida por Schmiedeberg, como uma ciência que estuda "os efeitos das
substâncias químicas sob condições fisiológicas ..., que se ocupa da ação dos
medicamentos independente de sua importância prática.
O objetivo da farmacologia é amplo e abarca o conhecimento da fonte. das propriedades
físicas e químicas, dos compostos, das ações fisiológicas, da absorção, do destino e da
excreção, bem como do uso terapêutico dos fármaco.
Conceito da Farmacologia
11. Um fármaco pode ser amplamente definido como qualquer agente químico que age no
protoplasma vivo, e poucas substancias fogem à inclusão por esta definição".
Conceito de Fármaco
12. Aspirina
Tomemos como exemplo o ácido salicílico. Do salgueiro (Salix
alba), planta utilizada desde a Antiguidade para dores e
problemas reumáticos, foi isolada a substância salicilina em
1829. No organismo, ela se converte em ácido salicílico, que por
sua vez foi sintetizado em laboratório na segunda metade do
século XIX para ser utilizado como analgésico (Pinto, 2008). Em
1893, o ácido salicílico teve sua estrutura modificada por
Félix Hoffmann, funcionário da Bayer, para ácido acetilsalicílico
(uma forma mais estável, que permitiu melhor administração
e comercialização da droga, nessa época utilizada para
dores, febres e problemas reumatológicos). Em 1899, o
medicamento foi nomeado Aspirina. Mesmo entrando para
domínio público em 1919 e, a partir daí, sendo comercializado
por outras empresas sob seu nome químico, continuou
conhecido como 'aspirina'.
13.
14. Anatomia
Anatomia é a ciência que
estuda a constituição e o
desenvolvimento dos seres
organizados, humanos,
vegetais e animais.
Cabeça pescoço tronco e
membros.
Cabeça: Parte superior.
Tronco: Tórax e abdome
(cavidade pélvica)
Membros inferiores e
superiores.
15.
16. Interação
Medicamentosa
O conceito de interação
medicamentosa baseia-se na
resposta farmacológica ou
clínica oriunda da interferência
da ação de um determinado
medicamento, alimento ou
qualquer substância química
sobre o efeito de outro
medicamento, administrado
previamente ou em
concomitância ao primeiro.
17. Interação
Medicamentosa
As interações entre
medicamentos podem ser
classificadas em sinérgicas,
quando o efeito da interação é
maior que o efeito individual
dos medicamentos, e
antagônicas, quando o efeito
da interação é menor que o
efeito individual dos
medicamentos ou quando há
alteração/anulação da
resposta farmacológica dos
mesmos.
18. Interação
Medicamentosa
Interações medicamentosas
potenciais, capazes de
resultar em reações adversas,
constituem um importante
indicador de qualidade de
prescrição.
Esse indicador é mensurado
pelo grau de polifarmácia do
indivíduo, ou seja, pela
quantidade de medicamentos
contidos na prescrição.
19. Exemplo de Artigo
Científico
O presente trabalho objetivou
avaliar interações medicamentosas
potenciais através da análise de
prescrições da atenção primária
de Vitória da Conquista (BA).
Os dados foram obtidos dos
registros de prescrições atendidas
na referida unidade no período de
julho a dezembro de 2010.
Foram analisadas 350
prescrições, que apresentaram
média de 2,8 ± 1,2 medicamentos
por prescrição.
Os medicamentos mais
comumente prescritos estão
dispostos na Tabela 1 e incluem
ibuprofeno (13,3%), paracetamol
(9,5%), amoxicilina (7,0%),
dexclorfeniramina (4,8%) e
hidroclorotiazida.
20. Dentre os medicamentos analisados (N = 975), 35,0%
apresentaram a via de administração registrada na prescrição,
75,9% a forma farmacêutica, 75,2% tinham dose do
medicamento especificada, 96,4% apresentaram frequência de
uso, 39,6% indicavam duração do tratamento.
É preocupante a baixa frequência de informações sobre a duração
de tratamento e recomendações de uso nas prescrições
analisadas, uma vez que a ausência desses itens pode resultar
em tempo e forma de uso inadequado, aumentando os riscos
de ocorrência de efeitos não desejados, como a intoxicação
medicamentosa, interações e reações adversas a
medicamentos.
Observou-se ainda que para a maior parte dos medicamentos
prescritos a via de administração não havia sido especificada e
para aproximadamente 1/4 dos itens a forma farmacêutica estava
ausente. Tais falhas podem predispor a erros de dispensação, que
podem interferir diretamente na segurança e eficácia do tratamento
farmacológico.
21. A frequência de interações medicamentosas nas
prescrições do estudo foi de 48,9%, com média de 0,80
interações por prescrição.
Em relação à gravidade, 71,7% das interações
medicamentosas foram consideradas de gravidade
moderada (ou significante), sendo suas consequências
exigentes de tratamento e monitoramento.
Para 3,2% das interações, a gravidade foi considerada
maior (ou de relevância muito significante), situações nas
quais pode haver uma reação adversa grave, com risco de
morte.
Nesse estudo, 64,0% das interações foram classificadas
com gravidade moderada e cerca de 40% das interações
medicamentosas envolviam a combinação de anti-
inflamatórios não esteroidais com anti-hipertensivos.
22.
23. Conclusão
Ademais, a associação encontrada entre polifarmácia e
interações reforça a necessidade de acompanhamento
farmacoterapêutico mais rigoroso.
Cabe ressaltar que o Brasil ainda não possui um sistema
informatizado de registros que contemple informações sobre o
histórico do paciente em todos os níveis de atenção à saúde, o
que dificulta a realização desse tipo de estudo no país.
24. ANVISA. Conceitos e definições de medicamentos. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/medicamentos/conceitos-e-
definicoes. Acesso em: 12 out. 2019.
MALUFIII, S. C. B. S. C. S. Farmacologia no século XX: a ciência dos medicamentos a partir da análise do livro de Goodman
e Gilman: Pharmacology in the twentieth century: the science of drugs through the analysis of Goodman and Gilman's textbook.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702013000200499&script=sci_arttext. Acesso em: 12 out. 2019.
GILMAN, Goodman And; As Bases Farmacológicas da Terapeutica., 10. ed., 2004.
MEDEIROS, D. F. L. L. C. S. D. M. D. S. D. Avaliação de interações medicamentosas potenciais em prescrições da atenção
primária de Vitória da Conquista (BA), Brasil: Evaluation of potential drug interactions in primary health care prescriptions in
Vitória da Conquista, Bahia (Brazil). dez./2005. Disponível em: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
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Referências Bibliográficas