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Lista exercícios Farmacologia geral - out/2015 FCM-UFMT
1- Conceitue:
a. Farmacologia
É a ciência que estuda as interações entre entidades químicas e sistemas
biorgânicos e suas implicações.
b. Farmacocinética
É uma divisão da farmacologia que estuda o caminho que o fármaco percorre no
organismo, desde sua administração até a excreção (Absorção, Distribuição,
Metabolismo e Excreção).
c. Farmacodinâmica
É o campo da farmacologia que estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos nos
organismos, seus mecanismos de ação e a relação entre concentração do fármaco
e efeito. Simplificadamente podemos considerar farmacodinâmica como o estudo
do efeito da droga nos tecidos.
d. Farmacotécnica
É o ramo da farmacologia que estuda o preparo, a purificação e a conservação de
medicamentos em formas farmacêuticas visando obter melhor aproveitamento.
Nessa área estuda-se o desenvolvimento de novos produtos e sua relação com o
meio biológico, técnicas de manipulação, doses, formas farmacêuticas, interações
físicas e químicas entre os princípios ativos e entre os princípios ativos e os
excipientes e veículos.
e. Toxicologia
Estuda os venenos e seus efeitos sobre o organismo.
f. Posologia
Estudo das doses do medicamento com fins terapêuticos, basicamente a forma de
utilizar os medicamentos, ou seja, o número de vezes e a quantidade de
medicamento a ser utilizada a cada dia, o que varia em função do paciente, da
doença que está sendo tratada e do tipo de medicamento utilizado. A posologia
está relacionada com o tempo de ação e a dose terapêutica do medicamento em
questão. Um esquema posológico baseia-se no fato de que existe uma
concentração-alvo que deve ser atingida e mantida para produzir o efeito
terapêutico desejado
g. Reações adversas a medicamentos (RAM)
É qualquer efeito que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses
normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e
tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica. Vale
ressaltar que efeito adverso não é o mesmo que efeito colateral, pois efeitos
colaterais estão ligados à própria ação do medicamente e são esperados em alguns
casos.
h. Fórmula-formulação farmacêutica
É o que contém o medicamento, substâncias e sua quantidade.
i. Efeito placebo/Nocebo
Placebo é como se denomina um fármaco ou procedimento inerte, e que apresenta
efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que
está a ser tratado. Já efeito Nocebo é utilizado para designar reações (ou respostas)
danosas, prejudiciais, desagradáveis ou indesejadas em um indivíduo como
resultado da aplicação de uma droga inerte, onde estas reações não foram geradas
por ação química ou física da mesma, mas pela crença e expectativa pessimistas
do indivíduo de que a droga poderia causar efeitos indesejados.
j. Remédio
Todo meio utilizado para combater um estado patológico (doença) por meio de
medicamentos, meios físicos (por exemplo, fisioterapia) e psíquicos (por exemplo,
terapia de grupo).
k. Terapêutica
Tratamento para uma determinada doença pela medicina tradicional, ou através de
terapia complementar ou alternativa. Parte da medicina que ensina a maneira de
tratar as doenças.
l. Farmacologia clínica
É a ciência das drogas e seu uso clínico. Tem como base a ciência da
farmacologia com foco adicional na aplicação dos princípios farmacológicos e
seus métodos como formas terapêuticas. A farmacologia clinica conecta a fenda
entre a prática médica e a ciência laboratorial
m. Farmacogenetica
É a ciência que estuda a variabilidade genética dos indivíduos com relação a
drogas específicas. Determinados indivíduos podem reagir diferentemente ao
mesmo tipo de medicamento devido a diversas variações genéticas como, por
exemplo, sua etnia.
n. Efeito farmacológico
Efeito farmacológico geralmente se refere ao efeito de uma substância química
em um sistema de vida, tal como o corpo humano. Efeitos farmacológicos podem
ser terapêuticos, tóxicos ou letais.
o. Efeito tóxico
Quando o efeito farmacológico de uma droga é maléfico ao organismo.
p. Ação farmacológica
Modificações causadas pelos fármacos sobre sistemas celulares (sistemas
bioorgânicos).
q. Modo de ação farmacológica
São processos que se investigam através de métodos farmacológicos e que
explicam de que forma a ação do fármaco levou ao efeito.
r. Dose
Quantidade de medicamento para produzir o efeito terapêutico.
s. Efeitos adversos
Qualquer reação indesejada; são reações indesejadas que ocorrem com o emprego
de doses profiláticas, diagnósticas, ou terapêuticas (OMS).
t. Agente agonista
É uma substância química que interage com um receptor membranar, ativando-o e
desencadeando uma resposta que pode ser aumento ou diminuição de uma
manifestação particular da atividade das células as quais os receptores estão
associados. Ao se ligarem aos receptores causam o efeito fisiológico equivalente a
ativação dos mesmos.
u. Agente antagonista
Um agente antagonista se liga a determinado receptor, porém não o ativa, impedindo
que outros componentes responsáveis pela ativação do mesmo se liguem ao receptor.
Pode ser parcial/total, reversível/irreversível, competitivo/alostérico (o competitivo
atua no mesmo receptor que o agonista impedindo ele de se encaixar, enquanto o
alostérico atua em outro receptor, mas tem efeitos atenuantes dos efeitos
desencadeados pelo agonista), inverso.
v. Receptores farmacológicos
Os receptores são moléculas protéicas cuja função é reconhecer e responder a
ligantes endógenos ou exógenos possuindo efeitos fisiológicos. Podem ser
metabotrópicos (acoplados à proteína G, englobam a maioria dos receptores do
corpo humano, sendo que mais de 30% dos fármacos usados na clínica exercem
seus efeitos por interagirem com os mesmos, como exemplo temos os receptores
muscarínicos, adrenérgicos, serotoninérgicos, de dopamina, opioidérgicos, do
ADH e muitos outros), ionotrópicos (são os canais iônicos, que controlam
eventos de permeabilidade a certos íons na membrana celular. Quando ativados
por um ligante difundem o sinal alterando o potencial de membrana ou a
composição iônica do citoplasma. Os receptores deste tipo controlam os eventos
sinápticos mais rápidos do sistema nervoso, por exemplo, quando um nervo
aumenta de modo transitório sua permeabilidade ao íon sódio), ligados a quinase,
nucleares.
w. Eficácia, afinidade e potência
A eficácia refere-se à tendência de um fármaco de ativar seu receptor uma vez
que esteja ligado a ele, é resposta terapêutica potencial máxima que um fármaco
pode induzir.
A afinidade refere-se à tendência de um fármaco se ligar ao seu receptor, quanto
maior a afinidade de um fármaco pelo seu receptor, maior é sua potência.
A potência refere-se à quantidade de fármaco de que se necessita para que ele
possa produzir o efeito esperado, e quanto mais for a potência do fármaco, menor
a quantidade necessária para produzir o efeito.
x. Efeito aditivo e efeito sinérgico
A interação simultânea entre várias substâncias pode modificar fatores como
absorção, ligação protéica, metabolização e excreção. O efeito aditivo ocorre
quando a efeito final a tóxicos combinados tem a mesmo efeito de cada um dos
agentes envolvidos teria separadamente. O efeito sinérgico é o quando o efeito
final é superior à soma dos efeitos de cada agente em separado.
2- Discorra sobre fármacos quanto a:
a. Suas origens
Os fármacos podem ter origem natural, animal, vegetal e artificial. Na origem
natural temos a biossíntese na qual o fármaco é originado a partir da ingestão
do fármaco para o tecido alvo. Na biotransformação o fármaco é “finalizado”
por um ser vivo ou parte dele (ex.: anticoncepcional). Ainda temos a biologia
molecular na qual um organismo recebe informação genética que não possuía e
com ela produz o fármaco. Na origem artificial temos a síntese na qual o
fármaco é construído pelo homem a partir de pequenas estruturas. No caso da
semi-síntese é bastante semelhante a biotransformação, o homem apenas
finaliza em poucas etapas uma molécula de certa complexidade e origem
natural.
b. Principais alterações produzidas no organismo humano
Um fármaco é uma substância química que, quando aplicada a um sistema
fisiológico, afeta seu funcionamento de um modo específico. Com poucas
exceções, os fármacos agem sobre proteínas-alvo (receptores, enzimas,
moléculas carregadoras e canais iônicos) produzindo alterações bioquímicas e
fisiológicas dentro do organismo.
c. Suas implicações clínicas
As implicações clínicas são variadas, o fármaco pode ter efeitos terapêutico,
tóxico, sistêmico, local, sinérgico, antagônico.
3- Absorção de medicamentos:
a. Conceito
Absorção é definida com a passagem de um fármaco de seu local de
administração para o plasma.
b. Principais modalidades de absorção
São elas: difusão passiva (difusão simples e filtração), difusão mediada por
transportadores, transporte ativo e endocitose.
c. Principais fatores que influenciam na absorção de fármacos/medicamentos
Características do fármaco; propriedade do organismo; característica da
exposição; fatores exógenos; área de superfície; tamanho e forma molecular;
circulação sanguínea no local da absorção; forma farmacêutica; solubilidade;
pH e ionização; motilidade gastrintestinal.
a. Dê exemplos (sobre os principais fatores)
A motilidade gastrintestinal tem grande efeito pois muitos distúrbios (p.ex.,
enxaqueca, neuropatia diabética) causam estase gástrica, reduzindo a absorção de
fármacos; o tratamento com fármacos também pode afetar a motilidade
reduzindo- a (p.ex., fármacos que bloqueiam receptores muscarínicos) ou
aumentando-a (p.ex., metoclopramida).
Em relação ao pH, fármacos básicos são melhor absorvidos em pH básico, e
fármacos ácidos em pH ácido.
Quanto maior a concentração do fármaco maior sua absorção; quanto menor o
peso molecular, maior a absorção; quanto maior a área absortiva, maior a
absorção; quanto maior a circulação locar, maior a absorção.
4- Vias de administração de fármacos:
a. Conceito
Denomina-se via de administração o local onde a forma farmacêutica (do
medicamento) entra em contato com o organismo.
b. Vantagens e desvantagens das principais vias
Via oral- Vantagens: meio barato, fácil e indolor; auto-ingestão, possibilidade
de remoção do medicamento; efeito local e sistêmico. Desvantagens: absorção
variável e ineficiente; metabolismo de primeira passagem; irritação gástrica;
sabor desagradável; interação com alimentos.
Via sublingual ou bucal- Vantagens: absorção rápida e direta; fácil acesso e
aplicação; penetração na corrente sanguínea; não causa irritação gatrintestinal.
Desvantagens: apenas substâncias muito lipossoulúveis podem ser fornecidas
por essas vias, podendo causar irritação da mucosa oral.
Via retal- Vantagens: livre do efeito de primeira passagem. Desvantagem:
irritação da parede do canal; aceitação do paciente.
Via subcutânea- Vantagens: boa absorção; constante para soluções; lenta para
suspensões e pellets. Desvantagens: sensibilidade do paciente; dor e necrose.
Via intramuscular- Vantagem: pode se administrar um volume maior de
fármaco; a droga é armazenada e absorvida mais lentamente. Desvantagem:
dolorosa; absorção é dependente do fluxo sanguíneo na região de aplicação.
5- Distribuição/redistribuição de fármacos:
b. Conceito
Distribuição é definida como a passagem/translocação das moléculas do
fármaco da corrente sanguínea para outros fluidos ou tecidos.
c. Principais fatores que influenciam na distribuição/redistribuição
Os principais fatores são o fluxo sanguíneo tecidual, propriedades físico-
químicas dos fármacos, características da membrana de transporte, ligação a
proteínas plasmáticas.
d. Dê exemplos (sobre os principais fatores)
Fármacos lipossolúveis atravessam facilmente a membrana endotelial e quanto
maior a taxa de perfusão maior é a velocidade de distribuição. Fármacos polares e
de alto peso molecular dificilmente atravessam a membrana endotelial e a
velocidade de distribuição é limitada pela taxa de difusão.
Para penetrar nos compartimentos transcelulares, a partir do compartimento
extracelular, uma droga deve atravessar uma barreira celular, sendo a barreira
hematoencefálica (BHE) um exemplo particularmente importante no contexto da
farmacocinética.
6- Eliminação/excreção:
a. Conceito
Passagem dos fármacos da circulação sanguínea para o meio externo.
b. Principais sistemas
As principais vias pelas quais fármacos e seu metabólitos deixam o organismo
são: os rins, o sistema hepatobiliar, os pulmões (importante para anestésicos
voláteis/gasosos), lágrimas, suor, saliva, leite materno e fezes.
c. Principais fatores que influenciam nos processos de eliminação/excreção com
exemplos
Fatores fisiológicos e patológicos como, por exemplo, a insuficiência renal
(ajuste de doses), como a idade (crianças e idosos).
Fatores ligados ao fármaco como o grau de ionização, tamanho da molécula,
ligação a proteínas plasmáticas.
Fatores ligados ao meio como pH da urina e o fluxo sanguíneo renal.
7- Biotransformação de fármacos:
a. Conceito
Processo em que um xenobiótico (composto exógeno) é transformado em um
metabólito mais hidrossolúvel para facilitar sua excreção do organismo.
b. Principais sistemas de biotransformação
A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões
(prostanóides), no plasma (hidrólise de suxametônio pela colinesterase
plasmática), pele, parede intestinal (Tiramina, Salbutamol) e no tecido
nervoso.
c. Fases envolvidas
Fase I (onde ocorre oxidação, redução e hidrólise) e fase II (conjugação).
d. Principais reações de cada fase com exemplos.
As reações de fase I geralmente formam produtos quimicamente mais reativos, que
podem ser farmacologicamente ativos (pró-fármacos), tóxicos ou carcinogênicos;
com frequência envolvem um sistema de moaminooxigenases, no qual o citocronomo
P450 desempenha papel fundamental.
As reações de fase II envolvem conjugação (p.ex., glicuronidação, acetilação,
metilação) de um grupo reativo (geralmente inserido durante a reação de fase I) e
normalmente levam à formação de produtos inativos e polares que são eliminados
facilmente.
8. De exemplos, justificando – os plenamente:
a. Medicamento
Medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de
diagnosticar, prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo
produzidos com rigoroso controle técnico para atender às especificações
determinadas pela Anvisa (fonte: Anvisa). Antibióticos, antihelmínticos e
antiprotozoários são medicamentos, por exemplo que curam doenças. Soros,
vacinas, antissépticos, complementos vitamínicos, minerais e enzimáticos são
exemplos de medicamentos que atuam na prevenção de doenças.
b. Fármaco
É toda a estrutura química conhecida e definida; de origem natural ou não,
com propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria
função. Exemplo: fórmula química do paracetamol.
c. Droga
Toda matéria, de origem natural, que retirada no seu todo ou em partes,
contem princípios ativos, que apresentam ação farmacológica ou tóxica.
Exemplo: cafeína
d. Princípio ativo
É um substância ou conjunto de substâncias de composição química variada,
invariavelmente complexa, conhecida ou desconhecida que podem ser utilizadas
na confecção de agentes medicinais ou tóxicos. Exemplo: ácido cítrico.
e. Forma farmacêutica
Qualquer preparação (magistral, oficinal ou industrializada) que contem
fármacos ou princípios ativos medicamentosos, de fórmula declarada, ação
terapêutica comprovada, acondicionado uniformemente de modo a prover um
meio adequado para aplicação ou administração de doses definidas. Podem ser
líquidas, sólidas, semi-sólidas e gasosas. Exemplo: xaropes, aerossóis,
comprimidos, cápsulas, pomadas, entre outros.
9. Qual a importância dos estudos da FD e FC em Medicina
O entendimento da FC é de fundamental importância, pois é necessário que se
entendam as transformações que o fármaco sofre no organismo desde sua
administração até sua excreção, além disso, a FC avalia se o organismo pode
modificar o efeito de um fármaco, determinando a posologia e via de
administração mais adequada.
A FD também é imprescindível para a medicina, já que a FD é a área da
farmacologia que estuda os efeitos bioquímicos e farmacológicos de determinado
fármaco no seu tecido alvo, e como ocorre a ação nesse tecido.
10. Conceitue:
a. Tempo de latência ou de indução
É o período entre a administração do fármaco e o início do efeito no organismo.
b. Tempo de absorção máxima
É o tempo entre a administração do fármaco até o ponto de máxima concentração
c. Duração da ação
É o período desde o início do efeito farmacológico (após o período de defasagem)
de determinado fármaco no organismo até que ele fique novamente abaixo da
concentração eficaz mínima.
d. Meia-vida
A meia-vida de um fármaco consiste no período de tempo, a contar do momento
da administração, em que a concentração plasmática fica reduzida à sua metade
e. Vida media
É a duração média da concentração do fármaco no organismo.
f. Faixa de concentração sub-clinica
É a faixa onde a concentração do fármaco não é suficiente para atingir os efeitos
esperados.
g. Faixa de concentração terapêutica
É a faixa de concentração entre a concentração mínima eficaz do fármaco e a
concentração máxima acima da qual o fármaco irá apresentar efeitos tóxicos.
h. Faixa de concentração tóxica
É a faixa acima da concentração tóxica mínima para aquele fármaco.
i. Concentração mínima efetiva
É a concentração a partir da qual o fármaco começa a apresentar seus efeitos,
ocorre após o período de defasagem (período em que a concentração do fármaco
não é suficiente para causar efeitos).
j. Área sob a Curva
É a concentração plasmática em função do tempo para aquele fármaco.
k. Dose efetiva 1%, dose efetiva 50% e dose efetiva 99%
Dose efetiva 1% é a dose efetiva para 1% da população estuda em ensaio
padronizado, dose efetiva 50% é a dose efetiva para 50% da população e dose
efetiva 99% é a dose efetiva para 99% da população.
l. Dose letal 1% e dose letal 50%
Dose letal 1% é a dose necessária para matar 1% da população estuda em ensaio
padronizado, enquanto dose letal 50% é a dose necessária para matar 50% da
população estudada em ensaio padronizado.
m. Índice terapêutico
Dose letal para 50% da população divida pela dose eficaz para 50% da mesma
população, fornece uma medida grosseira da segurança de qualquer fármaco
usado clinicamente.
n. Steady state ou estado de equilíbrio
É quando o fármaco encontra-se em faixa de concentração constante no sangue,
ou seja, a taxa de excreção é igual à taxa de biodisponibilidade.
o. Dose de ataque e dose de manutenção
A dose de ataque pode ser utilizada no início de um tratamento para que se atinja
rapidamente a concentração plasmática desejada, enquanto a dose de manutenção
é a dose necessária para que o fármaco se mantenha em uma concentração efetiva
no sangue.
p. Dose resposta gradual
Descreve o efeito de várias doses de um fármaco sobre o indivíduo. Utiliza como
parâmetros (determinados graficamente), a potência (concentração em que o
fármaco produz 50% de sua resposta máxima) e a eficácia (resposta máxima
produzida pelo fármaco).
q. Dose resposta quantal
A relação de dose resposta quantal representa graficamente a fração da população
que responde a determinada dose de um fármaco como função da dose deste
fármaco. Utiliza outros dois parâmetros, sendo eles a dose efetiva 50% e índice
terapêutico.
11. Interações medicamentosas: conceito e classificação.
É a interferência que a administração de um fármaco pode ocasionar na ação de outro
fármaco, quando utilizados simultaneamente. Essa interferência pode se dar por meio de
interação farmacodinâmica ou farmacocinética.
A interação farmacodinâmica ocorre quando a administração de um fármaco modifica o
efeito farmacológico de outro fármaco sem alterar sua concentração no líquido intersticial.
A interação farmacocinética ocorre quando um fármaco altera a concentração de outro
fármaco que alcança seu local de ação.
12. Quais são os objetivos do tratamento com agentes antiparasitarios?
Reduzir a carga parasitária, causando a eliminiação do agente desse organismo acometido
ou a diminuição da carga parasitária para niveis toleráveis, além disso, podem ser
utilizados em estratégias de erradicação de parasitoses em populações com alta
prevalência.
13. Para seleção de fármacos antiparasitários quais fatores dependentes do parasita
devem ser considerados?
Antiparasitários são subdivididos em anti-helmintos e em antiprotozoarios, cada
grupo tem ainda diferentes agentes, e cada agente tem suas características próprias;
o diagnóstico correto do agente causador da parasitose é primordial, pois cada
agente possui um ciclo de vida diferente, formas de contaminação diferentes,
áreas com alta prevalência, alguns ainda podem responder melhor a diferentes
tipos de antiparasitário (resistência); a seleção de fármacos busca o fármaco com
maior eficiência, índice terapêutico amplo e facilidade na administração para
aquele tipo de agente.
14. Mecanismo de ação dos principais fármacos antichásicos
O nifurtinox (1) e bensnidazol (2) são os principais fármacos utilizados para o
tratamento da doença de Chagas, evidências indicam que eles atuam através da
formação de radicais livres e/ou metabólitos eletrofílicos. O grupo nitro (NO2)
presente nestas moléculas é reduzido ao grupo amino (NH2) pela ação de
enzimas do tipo nitroredutases, que atuam especificamente em sistemas
moleculares do tipo R-NO2. Este processo, iniciado pela reação catalisada pela
NADPH citocromo P450 redutase (EC 1.6.2.4), leva à formação de um
intermediário nitro radicalar (R-NO2
•-
) com subsequente formação de
hidroxilamina (R-NHOH).27
No caso de 1, o radical reduz o oxigênio molecular
(O2) formando o íon superóxido (O2
•-
) e regenerando o grupo NO2 num processo
conhecido como ciclo redox (redox ciclyng).27
O íon superóxido formado é
captado pela enzima superóxido dismutase (EC 1.15.1.1) gerando peróxido de
hidrogênio (H2O2) que, através da reação de Haber-Weiss na presença de íons
FeIII
, forma o radical hidroxila (•
OH).28,29
A esta espécie tem sido atribuído o
efeito tripanocida por mecanismos complexos que envolvem ligação a lipídeos,
proteínas e ao DNA do T. cruzi.27
Por outro lado, o fármaco 2 não atua através do
ciclo redox e não depende diretamente de espécies reativas de oxigênio (ROS -
reactive oxigen species).27
O radical nitro formado em 2 estaria envolvido com
seu efeito tripanocida através da formação de ligações covalentes com
macromoléculas do T. cruzi (e.g., DNA e citocromo P450).28
É descrito ainda
que 2 aumenta a fagocitose e lisa o T. cruziatravés de um mecanismo dependente
de interferon-gama (IFN-γ - interferon-gamma),29
e inibe o crescimento do T.
cruzi através da enzima NADH-fumarato redutase (EC 1.3.1.6).30
(DIAS, Luiz C. et al .
Quimioterapia da doença de Chagas: estado da arte e perspectivas no desenvolvimento de novos fármacos. Quím.
Nova, São Paulo , v. 32, n. 9, p. 2444-2457, 2009 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000900038&lng=en&nrm=iso>. access
on 15 Oct. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000900038)
15. Principais fármacos usados no tratamento da Leishmaniose
Os principais fármacos usados na leishmaniose visceral são os compostos
antimoniais pentavalentes, tais como estiboglioconato de sódio e o antiomoniato
de meglumina (não no Reino Unido), mas a resistência a estes agentes está
crescendo e sua toxicidade é alta. A anfotericina é um reforço útil, e o isetinoayo
de pentamidina também é usado na leishmaniose resistente ao antimônio. Em
alguns países, a miltefosina, originalmente desenvolvida como fármaco
antitumoral, foi utilizada com sucesso para tratar a doença.
16. Mecanismo de ação dos agentes antimoniais pentavalentes
O mecanismo de ação preciso do agentes antimoniais pentavalentes ainda é
incerto, mas parece ser um evento que envolve diversos aspectos do metabolismo
do parasita. Tem sido sugerido que algumas particularidades químicas na
composição destes fármacos podem contribuir para seus efeitos farmacológicos.
Por exemplo, os carboidratos, como o ácido glicônico (presente no Pentostan®
ou
no Glucantime®
), são capazes de formar complexos solúveis em água com o
átomo de antimônio, o que pode distribuir os agentes antimoniais para os
macrófagos infectados (Roberts et al., 1995; Sereno et al., 1998). Além disso,
como a forma pentavalente apresenta pouca toxicidade, é possível que esta forma
seja um pró-fármaco, que se converte na forma mais tóxica, trivalente, próxima de
seu local de ação, ou seja, no interior dos macrófagos ou próximo destas células.
Esta conversão foi sugerida há mais de 50 anos (Goodwin, Page, 1943) e tem sido
corroborada pela evidência em soro de pacientes tratados com Glucantime®
, que
apresenta 15 a 25% de compostos com antimônio trivalente (Sereno et al., 1998).
Sereno et al. (2001) demonstraram que compostos de antimônio trivalente são
extremamente ativos para promastigotas de diferentes espécies deLeishmania,
enquanto a forma pentavalente é menos ativa. Os antimoniais pentavalentes (ou a
forma ativa, trivalente) parecem interferir na produção de energia em amastigotas
de Leishmania, inibindo tanto a glicólise como a β-oxidação de ácidos graxos
(Tracy, Webster Júnior, 1996).
17. Mecanismo de ação da milefosina
Os mecanismos de ação da miltefosina ainda não são bem conhecidos, mas sabe-
se que primariamente interfere com a membrana celular, podendo ou não interagir
com o DNA. Modula a composição lipídica, e permeabilidade e a fluidez à
membrana, assim como o metabolismo de fosfolipídios. Também induz morte
celular por apoptose (MOORE et al.,2003; PRAZARD et al,. 2004)
18. Mecanismo de ação da pentamidina
Seu mecanismo de ação não está claramente definido, pode interferir com a
incorporação de nucleotídeos e de ácidos nucléicos do RNA e DNA ao impedir a
fosforilação oxidativa, o que ocasiona a inibição da biossíntese do DNA, RNA,
fosfolipídeos e proteínas; também pode interferir com a transformação de folato.
Absorve-se muito pouco no trato gastrintestinal, razão pela qual deve ser
administrada por via parenteral. Não atravessa a barreira hematoencefálica e une-
se com rapidez aos tecidos depois da administração. Excreta-se por via renal e os
pacientes podem continuar excretando quantidades decrescentes na urina, durante
8 semanas após a suspensão do tratamento.
19. Mecanismo de ação da anfotericina B
A anfotericina B interage especificamente com o ergosterol, esteróide da
membrana das leishmânias, causando aumento de permeabilidade e morte do
parasito (Berman JD. Human leishmaniasis: clinical, diagnostic and chemotherapeutic developments in the last 10
years. Clinical Infections Diseases 24: 684-703, 1997.)
20. Quais os principais objetivos do uso de antimaláricos?
O tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia sangüínea,
responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela
diversidade do seu ciclo biológico, é também objetivo da terapêutica proporcionar
a erradicação de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítas) da
espécie P. vivax, evitando assim as recaídas. Além disso, a abordagem terapêutica
de pacientes residentes em áreas endêmicas deve visar também à redução de
fontes de infecção, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos
parasitos (Manual Terapêutico da Malária).
21. Classifique os agentes antimaláricos baseados nos seus estágios de
desenvolvimento no individuo
Agentes esquizonticidas sanguíneos(atuam nas formas eritrocíticas do parasita,
promovem a cura clínica); agentes esquizonticidas teciduais (atuam na forma
hepática do plasmódio e causam a destruição dos gametócitos, cura radical);
profilático causais (bloqueiam a ligação entre os estágios hepáticos e eritrocíticos
do parasita); gametocidas (função de bloquear a transmissão por meio da
eliminação dos gametócitos).
22. Classificação dos esquizonticidas sanguíneos antimalaricos
Esse grupo fármacos inclui os quinolina-metanóis (p.ex.,quinina, mefloquina),
várias 4-aminoquinolinas (p.ex.,cloroquina), o halofantrino fenantreno
(halofantrina), e os agentes que interferem tanto na síntese de folato (p.ex.,
sulfonas), quanto com sua ação (p.ex.,pirimetamina e proguanila), bem como
compostos hidroxinaftoquinônico atovaquona.
23. Quais os mecanismos de ação da cloroquina e mefloquina?
A cloroquina é a principal 4-aminoquinolina usada clinicamente e possui um
complexo mecanismo de ação que ainda não está completamente compreendido.
Sabe-se que, em altas concentrações, a cloroquina inibe a síntese de proteínas de
RNA e de DNA, mas é improvavel que estes efeitos estejam envolvidos em sua
atividade antimalárica. Provavelmente, a cloroquina age principalmente na
remoção do heme, evitando a digestão da hemoglobina pelo parasita e, assim,
reduzindo o suprimentos de aminoácidos necessários para a viabilidade parasitária.
A mefloquina é um composto quinolina-metanol esquizonticida sanguíneo, seu
mecanismo de ação está associado à inibição da heme polimerase; no entanto,
como não está extensamente concentrada nos parasitas, outros mecanismos
podem estar envolvidos.
24. Quais os mecanismos de ação das sulfas antimaláricas e da pirimetamina?
As sulfonamidas ligam-se preferencialmente e seletivamente à enzima di-
hidrofolato redutase-timidilato sintase (DHFR-TS) do parasita. Esta inibição
interfere na habilidade doPlasmodium em converter o ácido di-hidrofólico em
tetra-hidrofolato, cofator importante no processo de síntese de ácidos nucléicos e
aminoácidos.
A pirimetamina interfere com a síntese de ácido tetra-hidrofólico a partir de ácido
fólico por inibição da enzima di-hidrofolato redutase (DHFR). O ácido
tetrahidrofólico é necessário para a síntese de DNA e RNA, em muitas espécies ,
incluindo protozoários.
25. Qual o mecanismo de ação das tetraciclinas indicadas para o tratamento associado
em malária?
As tetraciclinas são inibidoras da síntese protéica, inibindo a ligação do
aminoacyl-tRNA ao complexo mRNA-ribossômico. Elas fazem isso
principalmente através da ligação à subunidade ribossomal 30S no complexo
tradutor do mRNA A tetraciclina é um antimicrobiano de amplo espectro com
ação potente, porém lenta, contra as fases sanguíneas assexuadas dos plasmódios.
Tem, também, ação contra as fases intra-hepáticas primárias do P. falciparum.
26. Explique o mecanismo de ação dos derivados da prima quina e proguanilo na
malária
A primaquina (8-(4-amino-1-metilpropilamino)-6-metoxiquinolina), é efetiva
contras as formas exoeritrocitárias das espécies de Plasmódios capazes de infectar
o homem. Seu mecanismo de ação ainda não foi totalmente esclarecido, mas se
acredita que atue intercalando-se entre os pares de bases do DNA, impedindo a
replicação do material genético, ou através dos mecanismos de oxirredução, tanto
na produção das espécies reativas de oxigênio, quanto na interferência no
transporte de elétrons da cadeia respiratória mitocondrial.
Um dos mecanismos de ação do proguanilo é através do seu metabolito
cicloguanilo, um inibidor da di-hidrofolato redutase, que interrompe a síntese de
deoxitimidilato. O proguanilo também tem uma atividade antimalárica
independente do seu metabolito cicloguanilo, e o proguanilo, mas não o
cicloguanilo, tem a capacidade de potenciar a ação da atovaquona na diminuição
no potencial de membrana mitocondrial do parasita da malária. Este último
mecanismo pode explicar a sinergia observada com a associação atovaquona e
proguanilo.
27. Metronidazol: espectro de atividade, mecanismo de ação, efeitos adversos e
interações medicamentosas.
Possui espectro de atividade antimicrobiana que abrange exclusivamente
microrganismos anaeróbios. Espécies sensíveis (mais de 90% das espécies são
sensíveis): Peptostreptococcus, Clostridium perfrigens, Clostridium difficile,
Clostridium sp, Bacteroides sp, Bacteroides fragilis, Porevotella, Fusobacterium,
Veillonella. Espécies de sensibilidade variável: Bifidobacterium, Eubacterium
(porcentagem de resistência adquirida é variável e, portanto, suscetibilidade
antibiótica é imprevisível sem a realização de testes de sensibilidade “in vitro”).
Espécies resistentes: Pelo menos 50% das cepas são resistentes;
Propionibacterium, Actiomyces, Mobiluncus. Atividade antiparasitária:
Entamoeba histolytica, Tricomonas vaginalis, Giardia lamblia.
Mecanismo de ação: após a entrada na célula, por difusão passiva, o
antimicrobiano é ativado por um processo de redução. O grupo nitro da droga atua
como receptor de elétrons, levando à liberação de compostos tóxicos e radicais
livres que atuam no DNA, inativando-o e impedindo a síntese enzimática das
bactérias. As bactérias aeróbicas não possuem enzimas que reduzam a droga, e
não formam portanto, os compostos tóxicos intermediários com atividade
antibacteriana.
Efeitos adversos: o fármaco deixa sabor metálico e amargo na boca, porém causa
poucos efeitos adversos, em doses terapêuticas. Foram relatados distúrbios
gastrintestinais menores, bem como sintomas do SNC (tonturas, cefaleia,
neuropatias sensitivas). O fármaco interfere com o metabolismo do álcool, eo uso
concomitante desta substância deve ser estritamente evitado. Não deve usado na
gravidez.
A administração simultânea de drogas que induzem enzimas microssomais
hepáticas tais como, a fenitoína ou fenobarbital, pode acelerar a eliminação
do Metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos; observou-se
também diminuição da depuração de fenitoína.
A administração concomitante de drogas que diminuem a atividade enzimática
dos microssomas hepáticos tais como, cimetidina, pode prolongar a meia-vida e
diminuir a depuração plasmática do Metronidazol. Em pacientes fazendo uso de
altas doses de lítio, pode ocorrer elevação dos níveis plasmáticos do mesmo.
O Metronidazol potencializa a ação do vecurônio (agente bloqueador
neuromuscular não despolarizante).
Associações desaconselhadas:
− Dissulfiram: o uso concomitante pode causar delírio (alterações psicóticas
agudas) ou confusão mental.
− Álcool: o uso concomitante pode causar o efeito antabuse (sensação de calor,
fibrilação atrial, vômito e taquicardia). Os pacientes devem ser advertidos para
evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou de medicamentos que contenham álcool
em sua composição durante o tratamento com o Metronidazol.
Associações que necessitam de cuidados:
− Anticoagulantes orais (varfarina): ocorre potencialização do efeito
anticoagulante e do risco hemorrágico, resultante do retardo do catabolismo
hepático do mesmo. Deve-se realizar, portanto, a monitoração frequente do tempo
de protrombina, e ajuste da dose de anticoagulante oral durante e nos 8 dias
seguintes ao tratamento com o Metronidazol.
Associações a serem consideradas:
− Fluorouracil: o Metronidazol aumenta a toxicidade do fluorouracil devido à
redução da depuração.
28. Fármacos empregados em Giardíases?
Os principais fármacos são metronidazol, tinidazol, secnidazol, ornidazol,
albendazol, nitazoxanide.
29. Principais agentes usados em infestações por nematódeos
Os principais agentes usados são derivados azólicos como benzimidazol,
mebendazol e albendazol, além da pirimidina e ivermectina.
30. Principais agentes usados em infestações por cestoides e trematódeos
Os principais são oxamniquina, praziquantel, niclosamida, albendazol,
diclorofeno, mebendazol.
31. Construa uma tabela das infestações tratadas pelos benzimidazóis como
tiabendazol e mebendazol.
Helmintos Fármaco(s) usado(s)
Nematódeo filiforme (oxúro)
Enterobius vermicularis
Strongyloides stercoralis (EUA)
Mebendazol, albendazol
Albendazol, tiabendazol
Nematelminto comum
Ascaris lumbricoides Mebendazol
Outro nematelmintos (filaria)
Filária (Dracunculus medinensis)
Triquíniase (Trichinela spiralis)
Cisticercose (infestação larva da Taenia solium)
Hidátide (Eschinococcus granulosus)
Ancilóstomo (Ankilostoma duodenale, Necator
americanus)
Verme chicote (Trichuris trichiura)
Mebendazol
Tiabendazol, mebendazol
Albendazol
Albendazol
Mebendazol, albendazol
Mebendazo, albendazol
Larva migrans cutânea
Ankylostoma caninum Albendazol, tiabendazol
Larva migrans visceral
Toxocara canis Albedazol, tiabendazol
32. Mecanismo de ação do tiabendazol?
O tiabendazol age inibindo uma enzima mitocondrial específica dos helmintos, a
fumarato redutase, interferindo com sua produção de energia matando os vermes.
33. Mecanismo de ação das ivermectinas?
A invermectina destrói o verme pelas aberturas dos canais iônicos de cloro
controlados pelo glutamato (encontrado somente nos invertebrados) e pelo
aumento da condutância ao Cl-
; e ainda, por ligar-se em um novo local alostérico
no receptor de nicotínico da aceltilcolina, causando aumeto na transmissão e
levando à paralisia motora ou ligando-se a receptores de ácido aminobutírico.
34. Mecanismo de ação do pirantel?
Pamoato de pirantel e seus análogos são vermífugos bloqueadores
neuromusculares despolarizantes. Induzem uma ativação acentuada e persistente
dos receptores nicotínicos, o que resulta em paralisia estática do verme. O pirantel
também inibe as colinesterases, sendo eficaz contra ancilóstomos, nematódeos e
oxiúros.
35. Mecanismo de ação do praziquantel, e espectro de ação, efeitos colaterais e
contraindicações.
Mecanismo de ação: fármaco aparentemente compromete a homeostase do Ca2+
no parasita, unindo-se aos locais de ligação reconhecidos da proteína quinase C,
em uma subunidade beta dos canais de cálcio controlados por voltagem do
esquistossomo. Isto induz um influxo do íon, uma contração rápida e prolongada
da musculatura, e a eventual paralisia e morte do verme. O praziquantel também
compromete o tegumento do parasita, disponibilizando novos antígenos, e como
resultado ele pode tornar-se mais suscetível às respostas imunológicas normais do
hospedeiro.
É um fármaco de amplo espectro (teníase, himenolepíase, cisticercose,
neurocisticercose, esquistossomose) altamente ativo.
Os principais efeitos colaterais do Praziquantel incluem dor abdominal, náuseas,
diarreia, vômitos, tonturas, sonolência, dores de cabeça e aumento da produção de
suor.
O Praziquantel está contraindicado para pacientes com cisticercose ocular ou com
hipersensibilidade ao Praziquantel ou qualquer outro componente da fórmula.
SIMULADOS
Assinale a correta. Paciente de 73 anos, sexo feminino, com insuficiência cardíaca
congestiva e edemas, vai iniciar tratamento com um diurético. Os fármacos X e Y têm
o mesmo mecanismo de ação diurética. O fármaco X na concentração plasmática de 1
nM produz a mesma magnitude de efeito diurético que 10 nM do fármaco Y. Tal sugere
que:
A. O fármaco X é mais eficaz que o fármaco Y.
B. O fármaco X tem uma afinidade 10 vezes superior à do fármaco Y.
C. O fármaco X possui maior toxicidade que o fármaco Y.
D. O fármaco X é mais potente que o fármaco Y.
E. O fármaco Y é mais eficaz que o fármaco X.
Avaliem os fármacos A e B, em que o fármaco A eleva a pressão arterial e o fármaco B
baixa-a. O aumento gradativo da concentração plasmática de B em presença de
concentrações equimolares de A+B, baixa gradativamente a pressão arterial. Com relação
a A e B, analise as proposições de I a V, e assinale a alternativa correta.
I.A é antagonista de B e o antagonismo é farmacológico
II.A e B são agonistas e o antagonismo é químico
III.A e B são agonistas e antagonismo é fisiológico
IV. A e B são antagonistas e o antagonismo é químico
V.A é antagonista de B e o antagonismo é fisiológico
a.I e II estão corretas.
b.II e III estão corretas.
c.III e I estão corretas.
d. IV e I estão corretas
e. I e Vestão corretas
1 Antagonista farmacológico
competitivo:
a.não impedem a ligação de outras
moléculas ao receptor pela sua
ligação com o mesmo
b.impedem a ligação de outras
moléculas ao receptor pela sua
ligação com o mesmo
c. impedem a ligação das
moléculas do agonista endogeno ao
receptor pela sua ligação com o
mesmo
d.A e B
e.B e C
2 O mecanismo mais comum de
permeação dos fármacos através
de biomenbranas:
a.endocitose
b.transporte mediado por carreador
c.transporte ativo
d.difusão passiva
e.nenhuma das anteriores
3 Termo que se refere as ações do
fármaco no organismo:
a.farmacocinetica
b.farmacodinamica
c.farmacogenetica
e.efeito placebo
f.farmacovigilancia
4 Qual das alternativas
corresponderia ao farmaco com
propriedade de ionização mais
provável para a boa difusão no
intestino (pH 8,3):
a.acido fraco (pKa 7.4)
b.base fraca (pKa 8.3)
c.acido fraco (pKa 8.3)
d.base fraca (pKa 6.4)
e.acido fraco (pKa 6.4)
5 Termo que se refere as ações do
organismo sobre as moléculas
dos fármacos:
a.farmacodinamica.
b.farmacogenetica.
c.farmacocinetica.
d.farmacognosia.
e.farmacotecnica.
6 A dramática diminuição da
concentração sistemica do
farmaco apos ingestão oral pode
ser devida, mais provavelmente
a:
a.instabilidade do medicamento no
pH estomacal.
b.efeito de primeira passagem
hepática.
c.metabolização pela flora
intestinal.
d.dissolução incompleta do
comprimido.
e.não adesão do paciente.
7 O mais importante fator que
influencia na absorção de
medicamentos por via
intramuscular é:
a.diametro da agulha.
b.velocidade de administração.
c.fluxo sanguineo local.
d.volume injetado.
e.nenhuma das anteriores.
8 Sistema de transporte de
fármacos dependente de energia:
a. Filtração glomerular
b. difusão
c. transporte ativo
d.B e C
e.A, B e C
9 Sobre liposolubilidade, os
farmacos:
a.acidos fracos geram formas
lipossoluveis em pH alcalino.
b acidos fracos geram formas
lipossoluveis em pH acido.
c.bases fracas geram formas
lipossoluveis em pH alcalino.
d.A e C
e.B e C
10 O conceito de índice terapêutico
refere-se a:
a.ED50/LD50
b.potencia/seletividade
c.EC50/LD50
d.TD50/ED50
e.ED50/EC50
11 Sobre a biotransformação de
fármacos:
a.ocorre principalmente, mas não
exclusivamente no fígado.
b os produtos são usualmente
menos ativos.
c os produtos podem ser tóxicos.
d.A e B
e.A, B e C
12 Muitos fármacos são oxidados
no:
a.reticulo endoplasmático liso.
b.reticulo endoplasmático rugoso.
c.nos retículos endoplasmáticos
liso e rugoso.
d.no núcleo celular.
e.em todas acima.
13 Oxidação independente do
citocromo-P450:
a.alquilação
b.epoxidação
c.N- oxidação
d.S- oxidação
e.amino oxidase
14 O sistema de oxidases de função
mista localizam-se,
principalmente:
a.fração mitocondrial.
b. membranas celulares.
c.corpo de Golgi.
d.fração microssomal.
e.nucleolos.
15 O sitio primário de
metabolização de fármacos e
drogas:
a. intestino delgado.
b. estomago.
c. fígado.
d.rins.
e. músculos.
16 O termo meia-vida ou semi-vida,
refere-se a:
a.tempo decorrido entre a aplicação
do medicamento e o surgimento de
efeito verificável.
b.tempo necessário para a
eliminação completa do fármaco do
organismo.
c.tempo necessário para que a
concentração do fármaco caia pela
metade.
d.tempo necessário para que a
concentração do fármaco se
mantenha numa faixa constante.
e.tempo necessário para que o
fármaco possa ser detetado na
corrente sanguinea.
17 O termo tempo de indução ou
tempo de resposta, refere-se a:
a.tempo necessário para que o
fármaco possa ser detetado na
corrente sanguinea.
b.tempo necessário para a
eliminação completa do fármaco do
organismo.
c.tempo necessário para que a
concentração do fármaco caia pela
metade.
d.tempo decorrido entre a aplicação
do medicamento e o surgimento de
efeito verificável.
e.tempo necessário para que a
concentração do fármaco se
mantenha numa faixa constante.
18 O termo estado de equilíbrio ou
steady-state, refere-se a:
a.tempo necessário para que a
concentração do fármaco caia pela
metade.
b.tempo necessário para que o
fármaco possa ser detetado na
corrente sanguinea.
c.tempo decorrido entre a aplicação
do medicamento e o surgimento de
efeito verificável.
d.tempo necessário para que a
concentração do fármaco se
mantenha numa faixa constante.
e.tempo necessário para a
eliminação completa do fármaco do
organismo.
19 O termo vida-media refere-se a:
a.tempo decorrido entre a aplicação
do medicamento e o surgimento de
efeito verificável.
b.tempo necessário para que a
concentração do fármaco se
mantenha numa faixa constante.
c.tempo necessário para a
eliminação completa do fármaco do
organismo.
d.tempo necessário para que a
concentração do fármaco caia pela
metade.
e.tempo necessário para que o
fármaco possa ser detetado na
corrente sanguinea.
20 As reações mais comuns da Fase
I correspondem a:
a.oxidação, redução, hidrolise e
acetilação
b.acetilação, redução,
glicuronidação
c.glicuronidação, desalquilação,
oxidação
d. oxidação, redução, hidrolise e
desalquilação
e.desalquilação, hidrolise,
sulfatação e glicuronidação
1- A liberação do conteúdo vesicular neuronal (neurotransmissores) para a fenda
sináptica é realizado por:
a. Proteína transportadora.
b. difusão passiva.
c. endocitose.
d. exocitose.
e. difusão lipídica.
2- Considere os fármacos como ácidos ou bases orgânicas fracas, a relação de
solubilidade em fase lipídica:
I. quanto mais fraco o acido, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em pH
alcalino.
II. quanto mais fraca a base, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em pH
alcalino.
III. quanto mais fraco o ácido, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em
pH ácido.
a. afirmativas I e II estão corretas.
b. afirmativas I e III estão corretas.
c. afirmativas II e III estão corretas.
d. afirmativas I,IIe III estão corretas
e. afirmativas I, II e III estão incorretas.
3- Considere os mais freqüentes processos de permeação e distribuição das moléculas dos
fármacos nos organismos:
I. difusão passiva em meio aquoso.
II. difusão passiva em meio lípidico.
III. transporte ativo
a. afirmativas I e II estão corretas.
b. afirmativas I e III estão corretas.
c. afirmativas II e III estão corretas.
d. afirmativas I,IIe III estão corretas
e. afirmativas I, II e III estão incorretas.
4- Definição de índice terapêutico:
a. LD50/ED50.
b. ED50/LD50.
c. EC50/LD50.
d. TD50/ED50.
e. ED50/TD50.
5-Moléculas reguladoras que são influênciadas pelos sistemas acoplados à Proteína G:
a. adenilato ciclase.
b. fosfolipases A2,C e D.
c. canais iônicos de Ca+2, K+ e Na+.
d. proteínas transportadoras.
e. todas alternatives anteriores.
6- Referente a concentração de fármaco capaz de gerar 50% do efeito máximo esperado:
a. LD50
b. Kd
c. EC50
d. TI
e. Ki
7- Receptores acoplados a Proteína G que estão envolvidos na transdução de sinal para
quais dos itens abaixo:
a. aminas biogênicas.
b. hormônios peptídicos.
c. ambos.
d. nenhum.
9- Na presença deste tipo de antagonista, o antagonismo não pode ser superado através do
aumento da concentração do agonista:
I – Competitivo II- não-competitivo.
a. somente I.
b. somente II
c. ambos.
d. nenhum deles.
10- Das forças de interações fármaco-receptor abaixo relacionadas, assinale a mais forte:
a. van der Waals.
b. dipolo.
c. covalente.
d. Hidrofóbica.
e. iônica.
11- Assinale a afirmação verdadeira sobre a inibição competitiva:
a. com a inibição competitiva, a interação do fármaco/antagonista no sitio de ligação do
receptor é reversível.
b. com a inibição competitiva, a curva dose-efeito é deslocada para a esquerda.
c. com inibição competitiva, o efeito máximo não pode ser obtido, mesmo em
concentrações elevadas do agonista.
d. todas as acima estão corretas.
12- Quais dos receptores abaixo não são enzimas:
I-acetilcolinesterases II-tubulina III-RNA.
a. I.
b. II
c. III.
d. I e II.
e. I e III.
f. II e III.
13- considerando a escala de tempo para ocorrência de eventos farmacológicos, assinale a
alternativa que dispõe os receptores em ordem crescente de velocidade (do mais lento
ao mais rápido):
I-Ligados a quinases, II- Transcrição de genes, III-Ionotrópicos e IV-Metabotrópicos.
a. I, II, III e IV
b. II, I, IV e III
c. III, IV, I e II
d. IV, III, II e I
e. II, IV, I e III
14- Nos receptores colinérgicos, o término da ação da acetilcolina nas fendas sinápticas
se devem a quais dos seguintes eventos:
a. hidrólise enzimática
b. difusão passiva
c. recaptura pelo neurônio pós-sináptico
d. A e B
e. nenhum deles
15- Em processos adaptativos de regulação de receptores como na dessensibilização
quais dos eventos abaixo podem ocorrer com os receptores:
a. inativação
b. destruição
c. internalização
d. redução da síntese
e. todas anteriores
16- Nos adrenoceptores, o término da ação da noradrenalina nas fendas sinápticas se
devem a quais dos seguintes eventos:
a. hidrólise enzimática.
b. difusão passiva.
c. oxidação metabólica.
d. acilação metabólica.
e. nenhum deles.
17- Considerando o gráfico abaixo (concentração plasmática x tempo), os segmentos A,
B e C; correspondem aos tempos de:
Cp
tempo
A
B
Conc.miníma efetiva
C
a. absorção, indução e duração
b. duração, indução e tempo de absorção máxima
c. absorção, distribuição e eliminação
d. indução, distribuição e eliminação
e. latência, duração da ação e tempo de absorção máxima.
18- Assinale a alternativa que corresponda a uma estratégia usada em farmacologia para
obtenção de efeito antagonista:
a. inibição da biossintese de neurotransmissor.
b. bloqueio da recaptura de neurotransmissor.
c. exposição a precurssor da biossintese de neurotransmissor.
d. exposição a análogo estrutural do neurotransmissor.
e. nenhuma das anteriores.
19- A inibição total e reversível de enzimas metabolizadoras de neurotransmissores
produzirá, junto aos respectivos receptores, atividades:
I-agonista, II-antagonista
a. somente I
b. somente II
c. nem I e nem II
d. I e II
e. nenhuma das anteriores
20- Dois medicamentos contendo o mesmo principio ativo, nas mesmas concentrações e
mesmas formas farmacêuticas (por exemplo, comprimidos),serão bioequivalentes se:
a. forem quimicamente equivalentes.
b. forem equivalentes farmacêuticos.
c. apresentarem a mesma biodisponibilidade.
d. forem A e B.
e. forem B e C.
1. Não corresponde a um processo farmacocinético :
a. excreção
b. Distribuição
c. Absorção
d. dissolução
2. Não corresponde a uma via de absorção meio (indireto)
a. Via oral
b. Via retal
c. Via otica
d. Via endovenosa.
5. Sobre vía endovenosa: qual seria a correta.
a. Provê um efeito constante e lento.
b. Útil no tratamento de diabetes com insulina
c. Se obtem doses precisas e rápidas
d. Depende do fluxo sanguíneo do tecido.
e. Difícil de controlar a dose
7. Sobre a excreção assinale a incorreta:
a. Os rins são os orgãos mais importantes.
b. A excreção de fármacos por filtração glomerular depende do tamanho da
molécula
c. Os metabolitos de fármacos formados no fígado podem ser excretados pelo Trato
GI.
d. Em nivel renal, em meio ácido se reabsorvem os os fármacos com pKa maior
que 7
e. Nas fezes podem ser encontrados metabolitos de fármacos
9. Factores que modifican la distribución, marque la correcta.
a. Gasto cardiaco
b. Permeabilidade capilar.
c. Conteudo lipídico tecidual.
d. Barreiras corporais.
e. Todas as anteriores.
36. Sobre fatores que modificam a ação dos fármacos, marque a correta.
a. Doses
b. Idade
c. Peso
d. Estado de saúde
e. Todas as anteriores.
41. É considerado um diurético poupador de potássio:
a. Furosemida.
b. Indapamida.
c. Clortalidona.
d. Bumetanida.
e. N.A.
42. Assinale a afirmação correta com relação aos diuréticos relacionados aos tiazidicos:
a. São antagonistas da aldosterona.
b. Atuam sobre o túbulo proximal.
c. Reduzem a excreção de Ca++ e inibem o co-transporte Na+
/Cl-
.
d. Produzem hiperpotassemia.
e. N.A.
43. Assinale a afirmação correta em relação a FUROSEMIDA :
a. diurético de alça.
b. diurético de alta potencia.
c. Produz hipopotassemia.
d. Pode provocar ototoxicidade.
e. Todas as afirmações são corretas.
44. Los diuréticos de Alça produzem:
a. Alcalose metabólica.
b. Alcalose respiratoria.
c. Alcalose mixta.
d. Acidose respiratoria.
e. Acidose metabólica.
45. A alcalose metabolica esta relaciona com o uso de:
a. Espironolactona.
b. Hidroclorotiazida.
c. Triamtereno.
d. Todos.
e. nenhum.
46. A ação da lidocaína, utilizada como antiarrítmico, consiste em:
a. Reduzir a automaticidade anormal.
b. Reduzir o potencial de repouso.
c. Aumentar a duração do potencial de ação.
d. Aumentar o intervalo PR.
e. Aumentar a contractilidade.
62. Dentro de os efeitos adversos dos AINES qual dos abaixo arrolados, esta incorreto:
a. Induz ulceras gástricas
b. Induz úlceras intestinais
c. Perturbação da função plaquetária
d. Diminui o trabalho de parto.
e. Fechamento prematuro do ducto arterioso persistente.
63. O acetaminofeno ou paracetamol tem as seguintes características farmacológicas
exceto:
a. Não tem atividade antiinflamatoria.
b. Fármaco eficaz como analgésico
c. Fármaco eficaz como antipirético.
d. Não produz hepatotoxicidade.
e. Ocasionalmente produz erosões cutáneas e reações alérgicas.
47. Qual dos seguintes antibióticos não atua inibindo a sintese da parede celular?:
1) Cefalosporinas.
2) Carbopenemos.
3) Macrólideos.
4) Vancomicina.
5) Penicilinas.
FARMACOS ANESTÉSICOS LOCAIS
Questões
1. Conceitue anestésicos locais (AL)?
Os AL são moléculas alifiláticas com um grupo aromático hidrofóbico e um grupo amino
básico. São fármacos que determinam bloqueio reversivo da condução nervosa, com
perda de sensações em área circunscrita do organismo, sem alteração do grau de
consciência. Os AL bloqueiam a geração de potenciais de ação por bloqueio dos canais
de sódio.
2. Classifique os AL quanto a sua constituição química. Com exemplos.
Anestésicos locais classificam-se em agentes de tipo aminoester (p.ex., benzocaína,
cocaína, procaína, tetracaína, cloroprocaína) e aminoamidas (p.ex., lidocaína, prilocaína,
mepivacaína, etidocaína, bupivacaína, ropivacaína, levopubivacaína).
3. Classifique os AL quanto a duração da ação dando exemplos?
Classificam-se nos de curta duração, como procaína e cloroprocaína; duração média,
abrangendo lidocaína, prilocaína, mepivacaína e articaína; longa duração, como
bupivacaína, tetracaína, etidocaína e ropivacaína.
4. Quais os principais usos clínicos dos AL?
Os anestésicos locais podem ser infiltrados em partes moles (p.ex., na gengiva) ou
bloquear um nervo ou plexo nervos. Fármacos lipossoulúveis (p.ex., lodocaína
[lignocaína]) são absorvidos das mucosas e usados como anestésicos de superfície. A
buvicaína tem início de ação lento, mas longa duração. Costuma ser usada para bloqueio
epidural (p.ex., para bloqueio epidural contínuo durante o trabalho de parto) e anestesia
espinal. Seu isômero, a levobupivacaína, é menos cardiotóxico se for administrado num
vaso sanguíneo. Os AL são usados principalmente para produzir bloqueio nervoso local.
Em concentrações baixas demais para causar bloqueio nervoso, contudo, são capazes de
suprimir a descarga espontânea em neurônios sensitivos que se acredita ser responsáveis
pela dor neuropática. A maioria dos anestésicos locais atua por 2-3 horas quando
injetados localmente, o que costuma ser suficiente para alívio da dor.
5. Quais as principais vias empregadas para o uso dos AL?
Anestesia tópica, proporcionam alívio da dor a curto prazo quando aplicados às mucosas
ou à pele.
Anestesia infiltrativa, utilizada para anestesiar uma área da pele (ou uma superfície
mucosa) através de uma injeção.
Bloqueio de nervoso periféricos por via percutânea (bloqueio nervoso pequeno e grande).
Bloqueio nervoso central, o fármaco é injetado próximo à medula espinal, inclui tanto a
anestesia epidural quanto a intratecal (espinal).
Anestesia regional intravenosa (bloqueio de Bier), um torniquete e uma faixa elástica
colocada distalmente são aplicados a um membro elevado, resultando em exsanguinação
parcial do membro. A seguir, o torniquete é insuflado e a faixa, removida. Injeta-se então
o AL numa veia da extremidade, para produzir anestesia local, e o torniquete impede a
sua toxicidade sistêmica ao limitar o fluxo sanguíneo pela extremidade.
6. Qual o mecanismo geral de ação dos AL?
Os anestésicos locais possuem maior afinidade pelos estados fechado, aberto e inativado
dos canais de sódio do que pelo estado em repouso. Embora o AL se ligue a um sítio no
poro do canal, o mecanismo molecular de inibição do canal envolve não apenas a oclusão
física do poro, como também a restrição da ativação do canal. A ligação do fármaco aos
estados fechados que ocorrem durante o processo de ativação seqüencial parece limitar as
mudanças de conformação do canal de sódio, de modo que o canal ligado a um fármaco
não pode sofrer toda a série de mudanças de conformação necessárias para a abertura do
canal. Para que ocorra reabertura de um canal ligado a um fármaco, o AL precisa
dissociar-se do canal e, portanto, permitir que o canal retorne a seu estado de repouso.
Essa dissociação do fármaco (cuja velocidade varia entre os diferentes AL) é mais lenta
do que a recuperação normal da conformação inativada do canal para a de repouso na
ausência de AL. Por conseguinte, os AL estendem o período refratário do neurônio ao
retardar o retorno do canal inativado ao estado de repouso em cerca de 50 a 100 vezes.
Em altas concentrações, os AL ligam-se a um número suficiente de canais de repouso de
baixa afinidade para impedir a condução do impulso.
Além de bloquear os canais de sódio, os anestésicos locais podem exercer uma ampla
gama de outros efeitos bioquímicos e fisiológicos. Os AL podem interagir com canais de
potássio, canais de cálcio, canais regulados por ligantes (como o receptor nicotínico de
acetilcolina), os canais de potencial receptor transitório (trp) e vários receptores
acoplados à proteína G (incluindo receptores muscarínicos colinérgicos, receptores �-
adrenérgicos e receptores da substância P). Os AL também podem desacoplar algumas
proteínas G de seus receptores de superfície celular e, assim, inibir a transdução de sinais.
Na maioria dos casos, esses efeitos não são significativos, visto que os AL apresentam
menor afinidade por esses outros receptores do que pelo canal de sódio.
7. Explique sucintamente o modo de ação dos AL.
Os AL bloqueiam o início da propagação dos potenciais de ação por impedirem o
aumento da condutância de Na+
voltagem dependente.
8. Quais os principais fatores que influenciam na atividade, duração da ação e
potência dos AL?
Tanto a hidrofobicidade, que é atribuível, em grande parte, ao anel aromático e seus
substituintes, quanto a ionizabilidade (pKa) da amina determinam a potência dos AL e a
cinética da ação anestésica local. O início e a duração dos AL têm relação direta com o
grau de ligação a proteína plasmática. Quanto mais afinidade por proteínas tem o
fármaco, menor será sua fração livre no plasma, o que diminui a sua ação. A potência está
diretamente ligada a lipossolubilidade do AL (quanto maior a lipossolubilidae maior a
toxicidade e menor a margem de segurança do AL).
9. Explique a biotransformação e a excreção/eliminação dos AL.
Os AL com ligação éster são metabolizados por esterases (pseudocolinesterases)
teciduais e plasmáticas. Esse processo é rápido (da ordem de minutos), e os produtos
resultantes são excretados pelos rins. Os AL com ligação amida são primariamente
metabolizados no fígado pelas enzimas do citocromo P450. As três principais vias de
metabolismo hepático são a hidroxilação aromática, a N-desalquilação e a hidrólise da
amida. Os metabólitos dos AL com ligação amida retornam à circulação e são excretados
pelos rins.
10. Enumere os principais efeitos adversos dos AL.
Os principais efeitos adversos dos AL envolvem o SNC (agitação, tremores, ansiedade,
ocasionalmente convulsões seguidas por depressão respiratória) e o sistema
cardiovascular (bradicardia e diminuição do débito cardíaco vasodilatação, que pode
causar colapso circulatório), e constituem a principal fonte de trisco quando os AL são
usados clinicamente.
11. Justifique a associação de um agente AL com vasoconstritores, cite exemplos.
A coadministração de um vasoconstritor (p.ex., adrenalina) prolonga o efeito local. Esses
agentes adjuvantes reduzem o fluxo sanguíneo para o local de injeção, produzindo
contração dos músculos lisos dos vasos e, dessa maneira, diminuindo a taxa de remoção
do AL. Através desse efeito, os vasoconstritores aumentam a concentração de anestésico
ao redor do nervo e diminuem a concentração máxima alcançada na circulação sistêmica.
O primeiro efeito aumenta a duração de ação do AL, enquanto o segundo efeito diminui a
toxicidade sistêmica do AL.
12. Enumere os principais fatores que podem levar a intoxicação por AL?
Dose excessiva, absorção inesperadamente rápida, injeção intravascular inadvertida e
queda da metabolização. O metabolismo dos AL torna-se mais lento em pacientes com
cirrose ou outras doenças hepáticas, e, nesse tipo de paciente, a administração de uma
dose padrão de um AL com ligação amida pode resultar em toxicidade. Além disso, pode
ocorrer algum metabolismo extra-hepático dos AL com ligação amida, como, por
exemplo, nos pulmões e nos rins.
13. Enumere as principais contraindicações para o uso dos AL?
Alergia ao AL (usa-se anestésico de classe diferente), alergia à sulfa ou ao enxofre (evita-
se articaína), alergia ao bissulfito (evita-se AL com vasoconstritor adrenérgico).
Metemoglobinemia idiopática ou congênita (evita-se o uso de articaína e prilocaína).
14. Enumere os riscos dos AL na gestação.
Os anestésicos locais considerados não seguros na gravidez são a Prilocaína e a
Mepivacaína. Estas drogas não são a melhor escolha durante a gravidez, pois são
rapidamente absorvidas e normalmente são providos de uma solução mais concentrada,
somando assim o seu potencial tóxico. A administração de prilocaína no período próximo
ao termo da gestação, potencialmente acarreta cianose por metemoglobinemia em recém-
nascidos, nos quais já existe um impedimento no transporte de oxigênio.
15. Justifique porque a atividade dos AL torna-se reduzida nos casos de regiões com
processos inflamatórios ou infecciosos? (dica, ver “aprisionamento iônico”).
Os processos infecciosos e inflamatórios possuem subprodutos locais ácidos que
diminuem o pH no local. Os anestésicos locais, por outro lado, são bases fracas. Muitos
fármacos, por serem ácidos fracos ou bases fracas, alteram sua ionização com o pH, o que
afeta sua excreção renal. O efeito de aprisionamento de íons significa que um fármaco
básico é mais rapidamente excretado na urina ácida, visto que o pH baixo no interior do
túbulo favorece sua ionização e, portanto, inibe sua reabsorção. Então haverá disponível
menor quantidade de base livre (AL) para a difusão através dos tecidos e, por conseguinte,
o anestésico local tem menor atividade.
16. Enumere quais seriam as propriedades que tornariam um AL ideal?
Ação em área delimitada, ação reversível, baixa agressão tecidual, início de ação rápido e
tempo de duração suficiente, grau reduzido de toxicidade, potente (o suficiente para
anestesiar), boa penetração tecidual, não desencadear reações alérgicas.
ANTIINFLAMATÓRIOS
1. O que são anti-inflamatórios?
Os anti-inflamatórios são medicamentos que impedem ou amenizam a reação
inflamatória e minimizam os sintomas da inflamação como calor, rubor e dor.
2. Quais são as 02 grandes classes de anti-inflamatórios em uso terapêutico?
Anti-inflamatórios não-esteroidais e esteroidais.
3. O que é inflamação?
O processo inflamatório é uma resposta dos organismo vivos homeotérmicom, mediada
por prostanóides, a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo
capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de
tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e
celular do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão.
4. Construa um fluxograma descritivo da fisiologia da inflamação (mediadores
químicos, enzimas e células presentes na inflamação).
Estímulo lesivo → Agente infeccioso penetra no epitélio e entra no tecido subepitelial
↓
Os macrófagos residentes reconhecem o patógeno – TNF e interleucina-1 (IL-1)
↓
TNF e IL-1 estimulam células endoteliais a expressarem Eselectina e P-selectina
↓
Monócitos e neutrófilos circulantes expressam carboidratos que se ligam as moléculas de
adesão (fracamente)
↓
Fluxo sanguíneo destrói esta ligação que se forma mais adiante. ROLAMENTO
↓
Em ao resposta ao TNF e IL-1 os macrófagos teciduais produzem quimiocinas
↓
Quimiocinas aumentam a afinidade das integrinas (leucócitos) pelos ligantes de
integrinas no endotélio. ADESÃO
↓
Leucócitos migram através da parede do vaso até o local de infecção , seguindo o
gradiente de quimiocina. MIGRAÇÃO
↓
O acumulo de leucócito no local de infecção, vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular é denominado INFLAMAÇÃO
5. Como se classificam as inflamações?
Classificam-se em inflamações agudas e inflamações crônicas.
6. Qual o papel dos mediadores químicos da inflamação?
São substâncias provenientes do plasma ou das células que desencadeiam, amplificam e
controlam a evolução da inflamação. Podem agir em um ou alguns tipos celulares, ter
vários alvos ou mesmo apresentar efeitos diferentes em tipos celulares diferentes.. A
maior parte dos mediadores induz seus efeitos através da ligação a receptores específicos
nas células-alvo. Ou seja, podem atuar somente em um ou em alguns alvos ou ainda
apresentar ações mais abrangentes, com efeitos distintos, variando de acordo com o tipo
celular que afetam, sendo que alguns mediadores apresentam atividades tóxicas e/ou
enzimáticas diretas. Além disso, os mediadores podem estimular a liberação de moléculas
efetoras secundárias pelas células-alvo. Mediadores químicos distintos podem apresentar
ações similares, amplificando certa resposta ou podem, ainda, apresentar efeitos opostos,
funcionando, desta forma, no controle da resposta. Outro ponto importante de ressaltar
é que a ação da maior parte dos mediadores químicos são estreitamente reguladas. Após
ativados e liberados das células, os mediadores decompõem-se rapidamente ou são
inativados por enzimas, são removidos ou completamente inibidos.
7. Quais são as fases da inflamação?
Fase irritativa: ocorrem modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos
que promovem a liberação de mediadores químicos, que irão desencadear as outras fases
inflamatórias.
Fase vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade vascular no
local da agressão.
Fase exsudativa: essa fase é característica do processo inflamatório, e é formada pelos
exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco inflamatório)
oriundos do aumento da permeabilidade vascular.
Fase degenerativa-necrótica: composta por células com alterações degenerativas
reversíveis ou não (neste caso, originando um material necrótico), derivadas da ação
direta do agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas consequentes das
três fases anteriores.
Fase produtiva-reparativa: aumento na quantidade dos elementos teciduais -
principalmente células, resultado das fases anteriores. O objetivo é destruir o agente
agressor e reparar o tecido agredido.
8. Como estão agrupados os antiinflamatórios não esteroidais, mais comumente
empregados em terapêutica? E cite exemplos
Derivados do ácido salicílico (aspirina). Derivados da pirazolona (anador, novalgina).
Derivados do para-aminofenol (paracetamol). Derivados do ácido acético (cataflam).
Derivados do ácido enólico (Movatec). Derivados do ácido fenilantranílico (Ponstan).
Derivados do ácido propiônico (ibuprofeno). Inibidores seletivos da enzima
cicloxigenase-2 (nimesulida, celebra).
9. Qual é o mecanismo de ação dos AINEs?
Sabe-se que as prostaglandinas são produtos originados do ácido aracdônico, o qual é
obtido da dieta ou do ácido linoléico, encontrando-se presentes em todos os tecidos
animais exercendo várias funções. Quimicamente são parte de um grupo chamado
eicosanóides, derivados do ácido aracdônico e liberado de fosfolipídeos de membrana de
células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2. As cicloxigenases (COX-1 e COX-
2) e a hidroperoxidase catalisam as etapas sequenciais de síntese dos prostanóides
(prostaglandinas clássicas e tromboxanos) e as lipoxigenases transformam o ácido
aracdônico em leucotrienos e outros compostos.
O principal mecanismo de ação dos AINEs ocorre através da inibição específica da COX
e consequente redução da conversão do ácido aracdônico ou araquidônico (AA) em
prostaglandinas. Reações mediadas pelas COXs, a partir do AA produzem PGG2, que
sob ação da peroxidase forma PGH2, sendo então convertidas às prostaglandinas,
prostaciclinas e tromboxanos. As prostaglandinas têm ação vasodilatadora. A PGD2 é
liberada de mastócitos ativados por estímulos alérgicos ou outros. A PGE2 inibe a ação
de linfócitos e outras células que participam das respostas alérgicas ou inflamatórias.
Além de promoverem vasodilatação, sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e
estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. A prostaglandina I2
(prostaciclina) predomina no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição
da adesividade plaquetária. O TX, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários
como vaconstrição e agregação plaquetátia.
Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio
da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os
receptores nocigênicos.
Existem pelo menos duas isoformas de COX que apresentam diferenças na sua regulação
e expressão. A atividade de ambas as isoformas são inibidas por todos os AINEs em
graus variáveis. A COX-1 e COX-2 possuem60% de homologia na sua seqüência de
aminoácidos expressa em muitos tecidos. As COX-1, ditas como constitutivas, auxiliam
na manutenção da integridade da mucosa gastroduodenal, homeostase vascular,
agregação plaquetária e modulação do fluxo plasmático renal.
10. Quais os efeitos colaterais dos AINEs?
Distúrbios gastrointestinais: PGE2 estimula produção de muco e bicarbonato e modula
secreção de HCl; perda da ação protetora sobre a mucosa e deixa de inibir a secreção
ácida; dispepsia, diarréia (ou constipação), náuseas, vômito, sangramento gástrico e
ulceração.
Reações cutâneas: erupções leves, urticária, fotossensibilidade (ác. Mefenâmico,
sulindaco).
Efeitos renais adversos: PGE2, PGI2 estão envolvidos na manutenção da hemodinâmica
renal; nefropatia por analgésicos (nefrite crônica e necrose papilar renal)
Distúrbios hepáticos e depressão da medula óssea.
Broncoespasmos em indivíduos asmáticos
Efeitos cardiovasculares: ocorre mais com inibidores de COX2.
11. Quais as vias de administração dos AINEs?
Via oral, intramuscular, endovenosa e uso tópico.
12. Qual a ½ vida do AAS, paracetamol, nimesulida, diclofenaco, dipirona?
ASS: meia-vida é de 15 a 20 minutos (para a molécula intacta).
Paracetamol: a meia-vida sérica da fase terminal em humanos é de 1 a 4 horas; não é
alterada em casos de insuficiência renal, mas pode ser prolongada na superdosagem
aguda. A meia-vida sérica é ligeiramente mais longa em neonatos, em hepatopatas e no
idoso. A meia-vida do Paracetamol no leite materno é de 1,35 a 3,5 horas.
Nimesulida: meia de 2 a 5 horas.
Diclofenaco: meia vida de 2 horas.
Dipirona: meia vida de aproximadamente 14 minutos.
13. Qual é a distribuição dos AINES?
Ligam significativamente a albumina plasmática, as frações livres atuam principalmente
nos tecidos inflamados e não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica. Os
mais lipossolúveis: cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno, penetram mais facilmente no
SNC e estão associados com leves alteções do humor e na função cognitiva.
14. Local e tipo de biotransformação dos AINEs?
São convertidos em metabólitos inativos no fígado
15. Local de excreção do AINEs?
As formas inativas são excretadas pelos rins.
16. Utilizando conhecimentos de excreção renal, que característica química deveria ter
um medicamento para tratamento da intoxicação aguda por Ácido acetil salicilico
(AAS)?
O medicamento deveria ser básico pois assim a urina seria alcalinizada, aumentando a
forma ionizada do ácido acetil salicílico , desse modo haveria uma menor reabsorção
tubular e aumentar-se-ia a excreção através da urina, diminuindo-se os níveis sanguíneos
de AAS.
17. Quais os empregos terapêuticos dos AINEs?
São utilizados para tratar sinais e sintomas de inflamação. Os AINES tem efeito
antiinflamatório (modificação da reação inflamatória), analgésico (redução de certos tipos
de dor) e antipirético (redução da temperatura corporal).
18. Quais as contraindicações?
Os anti-inflamatórios não devem ser utilizados em doentes com úlcera péptica activa. A
sua prescrição a doentes com história de úlcera ou hemorragia digestiva requer
precauções adicionais. Estão contraindicados em doentes com hipersensibilidade ao ácido
acetilsalicílico. Podem agravar a IR, IC ou IH bem como dificultar o controlo da pressão
arterial em doentes hipertensos. Devem ser evitados durante a gravidez e aleitamento.
19. O que é síndrome de Reyes?
A síndrome de Reye é uma doença muita grave e rara que atinge principalmente crianças
que se caracteriza por encefalopatia hepática após uma doença viral aguda. Acredita-se
que remédios que contenham acetilsalicílico sejam os desencadeantes da doença.
20. Entre os AINEs qual(is) aqueles que podem ser utilizados em indivíduos com suspeita
de dengue? Porque?
Paracetamol e dipirona podem ser utilizados, pois diferentemente dos salicilatos, como,
por exemplo, o ácido acetilsalicílico, não possuem propriedade antiagregante plaquetária.
O ácido acetilsalicílico provoca a acetilação da enzima cicloxigenase plaquetária,
inibindo a formação do tromboxano A2, o que leva a uma redução na formação de
plaquetas, diminuindo, assim, a agregação plaquetária, portanto, podendo agravar o
quadro de trombocitopenia, potencializando os riscos de hemorragias.
21. Há vantagens em se utilizar diclofenaco em vez de AAS para o tratamento de um
processo inflamatório? Se sim, qual (is) seria(m)? Porque?
Na prática clínica talvez haja; entretanto, não há referência bibliográfica disponível onde
se afirme isso.
22. Qual a limitação para o uso terapêutico da indometacina? Porque?
Não é recomendado durante a gestação ou lactação (medicamento é secretado no leite).
Os efeitos conhecidos dos medicamentos desta classe nos fetos humanos durante o 3º
trimestre da gravidez são obstrução dos ductos arteriosos, disfunção plaquetária com
conseqüente hemorragia, disfunção ou insuficiência renal com oligohidrâmnio,
hemorragia ou perfuração gastrointestinal e mudanças degenerativas miocárdicas.
23. Porque o AAS é utilizado para prevenção da trombose?
O Ácido Acetil Salicílico atua inibindo a ação da ciclo-oxigenase. Ao inibir a Cox –1
diminui a síntese de tromboxane A2 e, como consequência, da agregação plaquetária. Na
inibição da Cox–2, com seu efeito anti-inflamatório, diminui a inflamação vascular no
sítio da placa ateromatosa e esse, por sua vez, reduz a infiltração de células
mononucleares na placa ateromatosa. COX-1 e COX-2 são enzimas (tromboxanos,
prostaciclinas e prostaglandinas sintases) que catalisam a produção de mediadores
lipídicos usando como matéria-prima o ácido araquidônico.
O efeito do AAS ao nível plaquetário é irreversível, pois devido às plaquetas não
possuírem núcleo são incapazes de sintetizar novas moléculas de enzima para substituir
as inativas. Isso não ocorre no endotélio vascular, pois este tem a capacidade de sintetizar
as novas moléculas. O seu tempo de ação persiste por aproximadamente 10 dias (tempo
de meia vida das plaquetas), porém não afeta a adesão plaquetária ao endotélio e a placa
aterosclerótica, inibindo parcialmente a agregação induzida pela trombina, colágeno ou
ácido araquidônico, bloqueando a produção plaquetária de diacilglicerol, ações menos
duradouras que a inibição da ciclo-oxigenase
24. Cite 02 substâncias com potente ação ANTIPIRÉTICAS e ANALGÉSICAS, porém
com fraca atividade ANTIINFLAMATÓRIA? Por que.
O paracetamol tem mecanismo de ação que consiste em inibir a enzima responsável pela
síntese de prostaglandina no cérebro, explicando assim a capacidade do fármaco de
reduzir a febre (antipirático) e induzir a analgesia (analgésico). No entanto, o paracetamol
é desprovido de uma grande atividade anti-inflamatória por ter uma fraca ação inibitória
nas prostaglandinas.
A dipirona tem sua ação antitérmica (antipirático) explicada pelo antagonismo direto de
cininas pirogênicas em receptores do centro termo-regulador, localizado no tálamo.
Todas as pesquisas já realizadas com dipriona apontarem para uma ação bloqueadora da
hiperalgesia exercida pela ligação a um receptor periférico (analgésico), combinado com
ação espinal da dipirona e com poucos efeitos antiedematosos e/ou antiiflmatórios.
25. Quais são os Principais antiinflamatórios esteroidais mais comumente utilizado em
terapêutica?
Betametasona, dexametasona, hidrocortisona, prednisolona, prednisona.
26. Mecanismo de Ação dos Antiinflamatórios Esteróidais.
Glicocorticoides (GC) atuam praticamente sobre todos os órgãos e tecidos. O mecanismo
fundamental que promove a transativação ou a transrepressão gênica inicia-se com o
hormônio, que é lipofílico, cruzando a membrana citoplasmática da célula-alvo por
difusão passiva. No citoplasma os GC ligam-se a receptores protéicos específicos – os
receptores de GC (RGC) – que são proteínas citoplasmáticas com estrutura contendo
domínios comuns a outros membros da superfamília de receptores nucleares. Atuam
como fatores de transcrição, alterando a expressão dos genes alvo em resposta a um sinal
hormonal específico. O complexo glicocorticóide-receptor sofre transformação estrutural
e se torna capaz de penetrar no núcleo celular no qual se liga a regiões promotoras de
certos genes, denominadas elementos responsivos aos GC, induzindo a síntese, não
somente de proteínas antiinflamatórias, como a lipocortina-1 e IkB, mas também de
proteínas que atuam no metabolismo sistêmico (por exemplo, proteínas que promovem
gliconeogênese). Este processo é chamado de transativação. Os GC também atuam por
meio do mecanismo genômico chamado de transrepressão em que monômeros de
moléculas de GC e receptores de GC interagem com fatores de transcrição, como a
proteína ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB), por interação proteína-proteína
e promovem efeito inibitório de suas funções. Por essa via, por exemplo, a síntese de
citocinas pró-inflamatoriaiss, como interleucina 6 (IL-6) e IL-2, fator de necrose tumoral
alfa (TNF-α) e prostaglandinas é reduzida. Diversos estudos têm demonstrado que a
maior parte dos efeitos clínicos procurados ao se administrar um GC, ou seja, o efeito
antiinflamatório e o efeito imunossupressor, são desencadeados por mecanismos de
transrepressão, enquanto que grande parte dos efeitos adversos é relacionada aos
mecanismos de transativação. Quando administramos um GC exógeno com intuito de
obter ação antiinflamatória e/ou imunossupressora, estamos amplificando, em última
análise, seus mecanismos de ação fisiológicos.
27. Vias de administração dos Antiinflamatórios Esteróidais?
Via oral, tópica, parenteral e aerossol.
28. Usos terapêuticos? E contraindicação?
Terapia de reposição (Insuficiência Suprarrenal Crônica-ISR), ISR aguda, doenças
alérgicas doenças autoimunes, transplantes de órgãos.
As contraindicações são para diabetes, úlcera, cardiopatia com hipertensão,
osteoporose, virilização e distúrbios menstruais em mulheres, glaucoma, psicoses,
infecções.
29. Onde ocorre a Biotransformação dos antiinflamatórios esteróides?
Metabolismo hepático.
30. Local de excreção?
Rins.
31. Quais os efeitos metabólicos gerais dos glicorticóides?
Efeitos imunossupressivos e antiinfamatórios.
32. Quais os outros efeitos sobre o organismo?
Interfere no metabolismo de proteínas, lipídeos, carboidratos e da glicose.
33. Procure na lista da RENAME os antiinflamatótios considerados essenciais.
AINEs: ácido acetilsalicílico e ibuprofeno.
Antiiflamatórios esteroides: acetato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona,
dipropionato de beclometasona, budesonida, dexametasona, fosfato dissódico de
dexametasona, acetato de hidrocortisona, succinato sódico de hidrocortisona, succinato
sódico de metilprednisolona, fosfato sódico de prednisolona e prednisona.
ANTIBIÓTICOS  - LACTAMICOS
1. O que são ANTIBIÓTICOS?
Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou
causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como bactericidas,
quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando promovem a inibição do
crescimento microbiano.
2. Porque as PENICILINAS E AS CEFALOSPORINAS são chamadas de
antibióticos  - lactâmicos?
Porque todos os antibióticos β-lactâmicos têm um elemento estrutural farmacofórico em
comum, o anel azetidinona de quatro membros ou anel β-lactâmico.
3. Quais os primeiros antibióticos  - lactâmicos utilizados em terapêutica?
Penicilinas.
4. Como se classificam as PENICILINAS?
Penicilina G
Penicilina V
Penicilina penicilinase resistente
Penicilinas de espectro amplo
Penicilinas anti-pseudomonas
5. Qual o mecanismo de ação das penicilinas?
Ocorre por inibição da síntese da parede celular das bactérias e lise osmótica.
6. Quais as formas de apresentação da Penicilina G (natural)?
Procaína e benzatina.
7. Qual o espectro de ação da Penicilina G?
Cocos gram positivos: estreptococos (S. pyogenes, S. agalactiae e Streptococcus grupo
viridans)
Outros: Listeria monocytogenes, Actinomyces israelli, Pasteurella multocida
Espiroquetas: Leptospira interrogans, Treponema pallidum
Anaeróbios: Clostridium spp, Fusobacterium, Peptostreptococcus sp, Spirillum
8. Quais as vias de administração da Penicilina G?
Inrtramuscular ou intravenosa.
9. Qual o tempo para inicio e duração dos efeitos?
Penicilina G procaína: apenas para uso intramuscular. A associação com procaína
retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12
horas. Penicilina G benzatina: é uma penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, e
seu uso é exclusivamente intramuscular. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30
dias, dependentes da dose utilizada.
10. Porque a penicilina G não é administrada por Via Oral?
A penicilina G é completamente instável em meio ácido por isso não deve ser utiliza por
via oral, mas sim por via intravenosa ou intramuscular na forma de suspensão.
11. Como se distribui esta penicilina?
Distribuição corporal é ampla, incluindo a placenta, mas com baixa penetração no SNC,
olhos e próstata.
12. Qual local de biotransformação e excreção?
Biotransformação no fígado e excreção renal.
13. Quais os tipos de resistência à penicilina?
Por alteração do alvo; fármaco não atinge o alvo; fármaco inativado;.
14. Qual a finalidade da associação das penicilinas naturais com SULFOBACTAM e
com o ACIDO CLAVULÂNICO?
A associação de antibióticos beta-lactâmicos com inibidores de beta- lactamases
( Sulfobactam, ácido clavulânico) tem ampliado significativamente o espectro de ação
desses antibióticos, tanto para Gram positivos como para Gram negativos.
15. Qual é o esquema de síntese da penicilina V (biossintética)?
Adição de precursores da cadeia lateral ao meio de fermentação, é um derivado da
penicilina G.
16. Quais as vias de administração e qual espectro?
Via oral.
Cocos gram positivos: estreptococos (S. pyogenes, S. agalactiae e Streptococcus grupo
viridans)
Outros: Listeria monocytogenes, Actinomyces israelli, Pasteurella multocida
Espiroquetas: Leptospira interrogans, Treponema pallidum
Anaeróbios: Clostridium spp, Fusobacterium, Peptostreptococcus sp, Spirillum
16. O que significa Penicilina resistente às  - lactamases?
Penicilinas resistentes à inativação pela β-lactamase possuem grupos volumosos (anéis
aromático orto-dissubstituídos) ligados diretamente à carbonila amídica da cadeia lateral,
o que causa impedimento estérico na interação com a β-lactamase.
17. Quais são as penicilinas resistentes as  - lactamases? E qual a origem destas
penicilinas?
Flucloxacilina, meticilina (não é mais utilizada devido a alto grau de nefrotoxicidade),
oxacilina. Origem natural.
19. Qual é o espectro destas penicilinas?
O mesmo da penicilina G.
20. Quais as vias de administração das penicilinas resistente as  - lactamases?
Via oral.
21. Local de biotransformação e excreção?
Metabolismo predominantemente hepático e excreção renal (60%).
22. O que são penicilinas de amplo espectro?
É um tipo de penicilina semi-sintética sensível as beta-lactamases bacterianas. O
principal representante é a Amoxicilina. O seu uso deve ser feito em associação com
clavulanato.
23. Como se classificam as penicilinas de Amplo espectro?
Amoxilina e ampicilina.
25. Quais as vias de administração das penicilinas de 2º geração?
Via oral, endovenosa, intramuscular.
26. Biotransformação e excreção?
Sofrem metabolização hepática e excreção principalmente via renal.
27. Quais as reações adversas das penicilinas?
Reacções de hipersensibilidade incluindo febre, urticária, dores articulares; angioedema.
28. O que são CEFALOSPORINAS?
São antibióticos semelhantes às penicilinas, sendo mais estáveis em meio ácido. São
enquadradas no grupo dos beta-lactâmicos por também possuírem um anel beta-
lactâmico.
30. Qual é o mecanismo de ação das cefalosporinas?
Apresentam mecanismo de ação muito parecido com o das penicilinas, ou seja, impedem
a síntese da parede do microorganismo e, por esse motivo, são antibióticos bactericidas.
31. Como se classificam as cefalosporinas?
As cefalosporinas são classificadas em antibióticos de primeira, segunda, terceira, quarta
e quinta gerações.
32. Qual o espectro de ação das cefalosporinas?
As de primeira geração tem boa actividade contra as bactérias Gram-positivo, incluindo o
estafilococo. As demais gerações tem amplo aspecto contra bactérias Gram negativas.
33. Quais as vias de administração e absorção das cefalosporinas?
Via oral e parenteral.
33. Qual a distribuição das cefalosporinas?
São distribuídas amplamente pelos tecidos e fluidos corporais, penetrando no líquido
pleural, sinovial, pericárdico, articular e capazes de cruzar a barreira placentária. As
cefalosporinas de 3ª geração penetram no liquor em concentrações satisfatórias, sendo os
antibióticos prefe- ríveis para o tratamento das meningites. Possuem variada capacidade
de ligação às proteínas plasmáticas, ligandose em 65% a 85% (cefalotina, cefazolina,
ceftriaxona e cefoperazona). A excreção ocorre principalmente pelos rins, em grande
parte por secreção tubular. Entretanto, 40% da ceftriaxona e 75% da cefoperazona são
eliminadas nas fezes através da bile.
34. As bactérias tornam-se resistentes as cefalosporinas?como?
Sim, por produção de beta-lactamases ou por PBP (proteína de ligação da penicilina) com
baixa afinidade pelo antibiótico.
35. Procure na lista da RENAME as penicilinas e cefalosporinas considerados essenciais.
Penicilinas: amoxicilina, amoxicilina + clavulanato de potássio, ampicilina sódica,
benzilpenicilina benzatina, benzilpenicilina potássica, benzilpenicilina procaína +
benzilpenicilina potássica e oxacilina sódica.
Cefalosporinas: cefalexina sódica ou cloridrato de cefalexina, cefalotina sódica,
cefotaxima, ceftazidima e ceftriaxona sódica.
BACITRACINA E VANCOMICINA
36. Qual a origem da Bacitracina e da Vancomicina?
A bacitracina m polipeptídico antibiótico isolado de Bacillus subtilis. A vancomicina é u
antibiótico glicopeptídeo tricíclico, cromatograficamente purificado, de fórmula
molecular C66H75Cl2N9O24.HCl e o peso molecular é 1,486, derivado de cepas de
Amycolatopsis orientalis (anteriormente conhecido como Nocardia orientalis), ativo
contra microrganismos gram-positivos.
37. Qual o espectro da bacitracina e da vancomicina?
Bacitracina: o espectro de ação da bacitracina compreende principalmente as bactérias
gram-positivas e algumas bactérias gram-negativas.
Vancomicina: tem atividade fundamentalmente contra bactérias gram-positivas, sendo o
fármaco de primeira escolha para S. aureus meticilina resistente.
38. Como são apresentadas para utilização terapêutica?
Pomada e líquido.
39. Qual o mecanismo de ação destas substâncias?
Tanto a vancomicina quanto a bacitracina inibem a síntese da parede celular baceriana.
40. Resistência?
Bacitracina: é um antibiótico produzido por algumas espécies de Bacillus, estando a sua
resistência associada até ao momento a mecanismos de efluxo.
Resistência aos glicopeptídeos (vancomicina): os mecanismos de resistência a
vancomicina são raros, no entanto algumas bactérias como Leuconostoc, Lactobacillus,
Pediococcus, Erysipelothrix, Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis podem ser
resistentes á acção destes antibióticos.
41. Quais as vias de administração?
Via tópica e intravenosa.
42. Quais os empregos terapêuticos da bacitracina e vancomicina?
A vancomicina é indicada no tratamento de infecções graves causadas por cepas
suscetíveis de estafilococos (betalactâmicos ou meticilina resistentes). É indicada em
pacientes alérgicos à penicilina, em pacientes que não podem receber ou que não
responderam ao tratamento com outras drogas, incluindo penicilinas ou cefalosporinas, e
em infecções graves causadas por microrganismos suscetíveis à vancomicina e resistentes
a outras drogas antimicrobianas. A vancomicina é eficaz no tratamento de endocardite
estafilocócica, estreptocócica ou por difteróide.
A bacitacina é indicada no tratamento de infecções bacterianas da pele e de mucosas,
causadas por microorganismos sensíveis: piodermites, impetigo , eczemas infectados,
otite externa , infecções da mucosa nasal , furúnculos, antraz , ectima , abscessos, acne
infectada, intertrigo , úlceras cutâneas e queimaduras infectadas. Na profilaxia de
infecções cutâneo-mucosas decorrentes de ferimentos cortantes (inclusive cirúrgicos),
abrasões, queimaduras pouco extensas, dentre outros.
43. Verifique na lista da RENAME a Bacitracina e Vancomicina se são considerados
essenciais
Neomicina + bacitracina e cloridarato de vancomicina.
ANTIBIÓTICOS AMINOGLICOSÍDEOS E
POLIMIXINAS
1. O que são antibióticos AMINOGLICOSÍDEOS?
Caracterizam fármacos antimicrobianos compostos de um grupo amino e um grupo
glicosídeo, parecendo-se entre si na atividade antimicrobiana, nas características
farmacocinéticas e na toxicidade.
2. Quais os microorganismos produtores destes antibióticos?
Streptomyces griséus, Micromonospora. S. tenebrarius.
3. De alguns exemplos de antibióticos Aminoglicosídeos?
Gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobramicina, netilmicina e neomicina.
4. Qual o espectro de ação dos Aminoglicosídeos?
São drogas bastantes eficazes sobre a maioria dos anaeróbios Gram negativos
Pseudomonas spp., Escherichia coli, Proteus spp. Providencia spp.,
KlebsiellaEnterobacter-Serratia spp., Acinetobacter spp. (anteriormente MimaHerellea) e
Citrobacter freundii, Streptococcus pyogenes, enterococos, Streptococcus pneumoniae e
estafilococos produtores ou não de penicilinase.
5. Qual a finalidade de associar A. Aminoglicosídeos com penicilinas naturais?
Expandir o espectro empírico de atividade do regime antimicrobiano para assegurar a
presença de pelo menos um fármaco ativo contra o patógeno suspeito.
Proporcionar efeito sinérgico na morte bacteriana.
Impedir que se desenvolva resistência aos agentes individuais.
6. Qual é o mecanismo de ação dos antibióticos Aminoglicosídeos?
7. Qual o mecanismo de resistência bacteriana aos antibióticos aminoglicosídeos?
O mecanismo de ação inicia-se com a ligação à parede celular, sendo depois transportado
para o citoplasma por um processo dependente de gasto energético. No citoplasma liga-se
a fração 30S do ARNr causando uma leitura errada da ARNm. Isto conduz a uma
sequência errada de proteínas codificadas que ao serem incorporadas na membrana
celular afectam a sua permeabilidade, conduzindo ao efluxo de moléculas e íons vitais
para a bactéria.
8. Vias de administração?
Via intravenosa, intramuscular e via oral (neomicina para reduzir flora microbiana
intestinal).
9. Qual o local de Eliminação?
Via renal.
10. Quais os efeitos tóxicos provocados pelas antibióticos amionoglicosídeos?
Os seus efeitos tóxicos mais importantes são nefrotoxicidade, ototoxicidade e bloqueio
neuromuscular.
11. O que são POLIMIXINAS?
As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos derivados do Bacillus polimixa com
mecanismo de ação distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa
forma, a possibilidade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito remota,
permitindo que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies de bactérias
multirresistentes.
12. Quais as polimixinas Como se classificam as polimixinas?
Há duas polimixinas disponíveis comercialmente, colistina (polimixina E) e polimixina B.
13. Quais destas polimixinas tem emprego terapêutico?
Polimixina B e polimixina E.
14. Qual é o espectro de ação das polimixinas?
As polimixinas são ativas contra uma grande variedade de bacilos gram-negativos
(incluindo P. aeruginosa e Acinetobacter spp.) incluindo muitas espécies de
enterobactérias (como E. coli e Klebsiella spp.) e bacilos não-fermentadores.
15. Qual é o mecanismo de ação das polimixinas?
Desestabilização da membrana e interferência no equilíbrio osmótico celular.
16. Mecanismo de resistência?
Além dos cocos gram-positivos, algumas espécies de bacilos gram-negativos também
apresentam resistência intrínseca às polimixinas (algumas espécies deBurkholderia
cepacia, Proteus spp., Serratia spp., Stenotrophomonas maltophilia e Enterobacter spp.).
A resistência natural de bactérias gram-positivas está relacionada à incapacidade da droga
de penetrar na parede celular. Entre os gram-negativos a resistência pode ocorrer por
mecanismo semelhante, ou por diminuição na ligação à membrana celular.
17. Quais as vias de administração?
Via oral e parenteral (intravenoso, intramuscular, intratecal e inalatório).
18. Biotransformação e excreção?
Sofre uma metabolização biológica parcial e a maior parte (60%) elimina-se pelo rim de
forma rápida.
19. Quais os efeitos tóxicos?
Efeitos nefrotóxicos e neurotóxicos.
20. Quais os empregos terapêuticos dos aminoglicosídeos e polimixinas?
Os principais usos dos aminoglicosídeos são: septicemias, infecções do trato urinário,
endocardites, infecções respiratórias, infecções intra-abdominais, meningites em recém-
nascidos, infecções oculares, osteomielites e infecções de articulações. têm grande
atividade contra bacilos e cocos gram-negativos aeróbios, entre
eles, Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Citrobacterspp., Haemophilus spp.,
Acinetobacter spp. e cepas de Pseudomonas aeruginosa. Apresentam também atividade
contra bactérias gram-positivas, entre elas: Staphylococcus aureus, S.
epidermidis,Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides, além
de serem ativas contra micobactérias.
As polimixinas têm sido utilizadas na prática clínica no tratamento de infecções graves
por bacilos gram-negativos multirressitentes como P.aeruginosa eA.baumannii,
principalmente, no tratamento de pneumonias associadas à assistência à saúde, infecções
da corrente sanguínea relacionadas a cateteres, nas infecções do sítio cirúgico e nas
infecções do trato urinário.
21. Procure na lista da RENAME os aminoglicosídeos e polimixinas considerados
essenciais?
Aminoglicosídeos: sulfato de amicacina, sulfato de gentamicina
Polimixinas não estão presentes na lista.
TETRACICLINAS
1. O que são TETRACICLINAS?
Antimicrobianos primariamente bacteriostáticos, quando em concentrações terapêuticas.
Apresentam amplo espectro de ação, incluindo bactérias gram-positivas, gram-negativas
aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns
protozoários.
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  • 1. Lista exercícios Farmacologia geral - out/2015 FCM-UFMT 1- Conceitue: a. Farmacologia É a ciência que estuda as interações entre entidades químicas e sistemas biorgânicos e suas implicações. b. Farmacocinética É uma divisão da farmacologia que estuda o caminho que o fármaco percorre no organismo, desde sua administração até a excreção (Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção). c. Farmacodinâmica É o campo da farmacologia que estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos nos organismos, seus mecanismos de ação e a relação entre concentração do fármaco e efeito. Simplificadamente podemos considerar farmacodinâmica como o estudo do efeito da droga nos tecidos. d. Farmacotécnica É o ramo da farmacologia que estuda o preparo, a purificação e a conservação de medicamentos em formas farmacêuticas visando obter melhor aproveitamento. Nessa área estuda-se o desenvolvimento de novos produtos e sua relação com o meio biológico, técnicas de manipulação, doses, formas farmacêuticas, interações físicas e químicas entre os princípios ativos e entre os princípios ativos e os excipientes e veículos. e. Toxicologia Estuda os venenos e seus efeitos sobre o organismo. f. Posologia Estudo das doses do medicamento com fins terapêuticos, basicamente a forma de utilizar os medicamentos, ou seja, o número de vezes e a quantidade de medicamento a ser utilizada a cada dia, o que varia em função do paciente, da doença que está sendo tratada e do tipo de medicamento utilizado. A posologia está relacionada com o tempo de ação e a dose terapêutica do medicamento em questão. Um esquema posológico baseia-se no fato de que existe uma
  • 2. concentração-alvo que deve ser atingida e mantida para produzir o efeito terapêutico desejado g. Reações adversas a medicamentos (RAM) É qualquer efeito que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica. Vale ressaltar que efeito adverso não é o mesmo que efeito colateral, pois efeitos colaterais estão ligados à própria ação do medicamente e são esperados em alguns casos. h. Fórmula-formulação farmacêutica É o que contém o medicamento, substâncias e sua quantidade. i. Efeito placebo/Nocebo Placebo é como se denomina um fármaco ou procedimento inerte, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que está a ser tratado. Já efeito Nocebo é utilizado para designar reações (ou respostas) danosas, prejudiciais, desagradáveis ou indesejadas em um indivíduo como resultado da aplicação de uma droga inerte, onde estas reações não foram geradas por ação química ou física da mesma, mas pela crença e expectativa pessimistas do indivíduo de que a droga poderia causar efeitos indesejados. j. Remédio Todo meio utilizado para combater um estado patológico (doença) por meio de medicamentos, meios físicos (por exemplo, fisioterapia) e psíquicos (por exemplo, terapia de grupo). k. Terapêutica Tratamento para uma determinada doença pela medicina tradicional, ou através de terapia complementar ou alternativa. Parte da medicina que ensina a maneira de tratar as doenças. l. Farmacologia clínica É a ciência das drogas e seu uso clínico. Tem como base a ciência da farmacologia com foco adicional na aplicação dos princípios farmacológicos e
  • 3. seus métodos como formas terapêuticas. A farmacologia clinica conecta a fenda entre a prática médica e a ciência laboratorial m. Farmacogenetica É a ciência que estuda a variabilidade genética dos indivíduos com relação a drogas específicas. Determinados indivíduos podem reagir diferentemente ao mesmo tipo de medicamento devido a diversas variações genéticas como, por exemplo, sua etnia. n. Efeito farmacológico Efeito farmacológico geralmente se refere ao efeito de uma substância química em um sistema de vida, tal como o corpo humano. Efeitos farmacológicos podem ser terapêuticos, tóxicos ou letais. o. Efeito tóxico Quando o efeito farmacológico de uma droga é maléfico ao organismo. p. Ação farmacológica Modificações causadas pelos fármacos sobre sistemas celulares (sistemas bioorgânicos). q. Modo de ação farmacológica São processos que se investigam através de métodos farmacológicos e que explicam de que forma a ação do fármaco levou ao efeito. r. Dose Quantidade de medicamento para produzir o efeito terapêutico. s. Efeitos adversos Qualquer reação indesejada; são reações indesejadas que ocorrem com o emprego de doses profiláticas, diagnósticas, ou terapêuticas (OMS). t. Agente agonista É uma substância química que interage com um receptor membranar, ativando-o e desencadeando uma resposta que pode ser aumento ou diminuição de uma manifestação particular da atividade das células as quais os receptores estão associados. Ao se ligarem aos receptores causam o efeito fisiológico equivalente a ativação dos mesmos. u. Agente antagonista
  • 4. Um agente antagonista se liga a determinado receptor, porém não o ativa, impedindo que outros componentes responsáveis pela ativação do mesmo se liguem ao receptor. Pode ser parcial/total, reversível/irreversível, competitivo/alostérico (o competitivo atua no mesmo receptor que o agonista impedindo ele de se encaixar, enquanto o alostérico atua em outro receptor, mas tem efeitos atenuantes dos efeitos desencadeados pelo agonista), inverso. v. Receptores farmacológicos Os receptores são moléculas protéicas cuja função é reconhecer e responder a ligantes endógenos ou exógenos possuindo efeitos fisiológicos. Podem ser metabotrópicos (acoplados à proteína G, englobam a maioria dos receptores do corpo humano, sendo que mais de 30% dos fármacos usados na clínica exercem seus efeitos por interagirem com os mesmos, como exemplo temos os receptores muscarínicos, adrenérgicos, serotoninérgicos, de dopamina, opioidérgicos, do ADH e muitos outros), ionotrópicos (são os canais iônicos, que controlam eventos de permeabilidade a certos íons na membrana celular. Quando ativados por um ligante difundem o sinal alterando o potencial de membrana ou a composição iônica do citoplasma. Os receptores deste tipo controlam os eventos sinápticos mais rápidos do sistema nervoso, por exemplo, quando um nervo aumenta de modo transitório sua permeabilidade ao íon sódio), ligados a quinase, nucleares. w. Eficácia, afinidade e potência A eficácia refere-se à tendência de um fármaco de ativar seu receptor uma vez que esteja ligado a ele, é resposta terapêutica potencial máxima que um fármaco pode induzir. A afinidade refere-se à tendência de um fármaco se ligar ao seu receptor, quanto maior a afinidade de um fármaco pelo seu receptor, maior é sua potência. A potência refere-se à quantidade de fármaco de que se necessita para que ele possa produzir o efeito esperado, e quanto mais for a potência do fármaco, menor a quantidade necessária para produzir o efeito. x. Efeito aditivo e efeito sinérgico
  • 5. A interação simultânea entre várias substâncias pode modificar fatores como absorção, ligação protéica, metabolização e excreção. O efeito aditivo ocorre quando a efeito final a tóxicos combinados tem a mesmo efeito de cada um dos agentes envolvidos teria separadamente. O efeito sinérgico é o quando o efeito final é superior à soma dos efeitos de cada agente em separado. 2- Discorra sobre fármacos quanto a: a. Suas origens Os fármacos podem ter origem natural, animal, vegetal e artificial. Na origem natural temos a biossíntese na qual o fármaco é originado a partir da ingestão do fármaco para o tecido alvo. Na biotransformação o fármaco é “finalizado” por um ser vivo ou parte dele (ex.: anticoncepcional). Ainda temos a biologia molecular na qual um organismo recebe informação genética que não possuía e com ela produz o fármaco. Na origem artificial temos a síntese na qual o fármaco é construído pelo homem a partir de pequenas estruturas. No caso da semi-síntese é bastante semelhante a biotransformação, o homem apenas finaliza em poucas etapas uma molécula de certa complexidade e origem natural. b. Principais alterações produzidas no organismo humano Um fármaco é uma substância química que, quando aplicada a um sistema fisiológico, afeta seu funcionamento de um modo específico. Com poucas exceções, os fármacos agem sobre proteínas-alvo (receptores, enzimas, moléculas carregadoras e canais iônicos) produzindo alterações bioquímicas e fisiológicas dentro do organismo. c. Suas implicações clínicas As implicações clínicas são variadas, o fármaco pode ter efeitos terapêutico, tóxico, sistêmico, local, sinérgico, antagônico. 3- Absorção de medicamentos: a. Conceito Absorção é definida com a passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma.
  • 6. b. Principais modalidades de absorção São elas: difusão passiva (difusão simples e filtração), difusão mediada por transportadores, transporte ativo e endocitose. c. Principais fatores que influenciam na absorção de fármacos/medicamentos Características do fármaco; propriedade do organismo; característica da exposição; fatores exógenos; área de superfície; tamanho e forma molecular; circulação sanguínea no local da absorção; forma farmacêutica; solubilidade; pH e ionização; motilidade gastrintestinal. a. Dê exemplos (sobre os principais fatores) A motilidade gastrintestinal tem grande efeito pois muitos distúrbios (p.ex., enxaqueca, neuropatia diabética) causam estase gástrica, reduzindo a absorção de fármacos; o tratamento com fármacos também pode afetar a motilidade reduzindo- a (p.ex., fármacos que bloqueiam receptores muscarínicos) ou aumentando-a (p.ex., metoclopramida). Em relação ao pH, fármacos básicos são melhor absorvidos em pH básico, e fármacos ácidos em pH ácido. Quanto maior a concentração do fármaco maior sua absorção; quanto menor o peso molecular, maior a absorção; quanto maior a área absortiva, maior a absorção; quanto maior a circulação locar, maior a absorção. 4- Vias de administração de fármacos: a. Conceito Denomina-se via de administração o local onde a forma farmacêutica (do medicamento) entra em contato com o organismo. b. Vantagens e desvantagens das principais vias Via oral- Vantagens: meio barato, fácil e indolor; auto-ingestão, possibilidade de remoção do medicamento; efeito local e sistêmico. Desvantagens: absorção variável e ineficiente; metabolismo de primeira passagem; irritação gástrica; sabor desagradável; interação com alimentos. Via sublingual ou bucal- Vantagens: absorção rápida e direta; fácil acesso e aplicação; penetração na corrente sanguínea; não causa irritação gatrintestinal.
  • 7. Desvantagens: apenas substâncias muito lipossoulúveis podem ser fornecidas por essas vias, podendo causar irritação da mucosa oral. Via retal- Vantagens: livre do efeito de primeira passagem. Desvantagem: irritação da parede do canal; aceitação do paciente. Via subcutânea- Vantagens: boa absorção; constante para soluções; lenta para suspensões e pellets. Desvantagens: sensibilidade do paciente; dor e necrose. Via intramuscular- Vantagem: pode se administrar um volume maior de fármaco; a droga é armazenada e absorvida mais lentamente. Desvantagem: dolorosa; absorção é dependente do fluxo sanguíneo na região de aplicação. 5- Distribuição/redistribuição de fármacos: b. Conceito Distribuição é definida como a passagem/translocação das moléculas do fármaco da corrente sanguínea para outros fluidos ou tecidos. c. Principais fatores que influenciam na distribuição/redistribuição Os principais fatores são o fluxo sanguíneo tecidual, propriedades físico- químicas dos fármacos, características da membrana de transporte, ligação a proteínas plasmáticas. d. Dê exemplos (sobre os principais fatores) Fármacos lipossolúveis atravessam facilmente a membrana endotelial e quanto maior a taxa de perfusão maior é a velocidade de distribuição. Fármacos polares e de alto peso molecular dificilmente atravessam a membrana endotelial e a velocidade de distribuição é limitada pela taxa de difusão. Para penetrar nos compartimentos transcelulares, a partir do compartimento extracelular, uma droga deve atravessar uma barreira celular, sendo a barreira hematoencefálica (BHE) um exemplo particularmente importante no contexto da farmacocinética. 6- Eliminação/excreção: a. Conceito Passagem dos fármacos da circulação sanguínea para o meio externo.
  • 8. b. Principais sistemas As principais vias pelas quais fármacos e seu metabólitos deixam o organismo são: os rins, o sistema hepatobiliar, os pulmões (importante para anestésicos voláteis/gasosos), lágrimas, suor, saliva, leite materno e fezes. c. Principais fatores que influenciam nos processos de eliminação/excreção com exemplos Fatores fisiológicos e patológicos como, por exemplo, a insuficiência renal (ajuste de doses), como a idade (crianças e idosos). Fatores ligados ao fármaco como o grau de ionização, tamanho da molécula, ligação a proteínas plasmáticas. Fatores ligados ao meio como pH da urina e o fluxo sanguíneo renal. 7- Biotransformação de fármacos: a. Conceito Processo em que um xenobiótico (composto exógeno) é transformado em um metabólito mais hidrossolúvel para facilitar sua excreção do organismo. b. Principais sistemas de biotransformação A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões (prostanóides), no plasma (hidrólise de suxametônio pela colinesterase plasmática), pele, parede intestinal (Tiramina, Salbutamol) e no tecido nervoso. c. Fases envolvidas Fase I (onde ocorre oxidação, redução e hidrólise) e fase II (conjugação). d. Principais reações de cada fase com exemplos. As reações de fase I geralmente formam produtos quimicamente mais reativos, que podem ser farmacologicamente ativos (pró-fármacos), tóxicos ou carcinogênicos; com frequência envolvem um sistema de moaminooxigenases, no qual o citocronomo P450 desempenha papel fundamental. As reações de fase II envolvem conjugação (p.ex., glicuronidação, acetilação, metilação) de um grupo reativo (geralmente inserido durante a reação de fase I) e normalmente levam à formação de produtos inativos e polares que são eliminados facilmente.
  • 9. 8. De exemplos, justificando – os plenamente: a. Medicamento Medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos com rigoroso controle técnico para atender às especificações determinadas pela Anvisa (fonte: Anvisa). Antibióticos, antihelmínticos e antiprotozoários são medicamentos, por exemplo que curam doenças. Soros, vacinas, antissépticos, complementos vitamínicos, minerais e enzimáticos são exemplos de medicamentos que atuam na prevenção de doenças. b. Fármaco É toda a estrutura química conhecida e definida; de origem natural ou não, com propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função. Exemplo: fórmula química do paracetamol. c. Droga Toda matéria, de origem natural, que retirada no seu todo ou em partes, contem princípios ativos, que apresentam ação farmacológica ou tóxica. Exemplo: cafeína d. Princípio ativo É um substância ou conjunto de substâncias de composição química variada, invariavelmente complexa, conhecida ou desconhecida que podem ser utilizadas na confecção de agentes medicinais ou tóxicos. Exemplo: ácido cítrico. e. Forma farmacêutica Qualquer preparação (magistral, oficinal ou industrializada) que contem fármacos ou princípios ativos medicamentosos, de fórmula declarada, ação terapêutica comprovada, acondicionado uniformemente de modo a prover um meio adequado para aplicação ou administração de doses definidas. Podem ser líquidas, sólidas, semi-sólidas e gasosas. Exemplo: xaropes, aerossóis, comprimidos, cápsulas, pomadas, entre outros. 9. Qual a importância dos estudos da FD e FC em Medicina O entendimento da FC é de fundamental importância, pois é necessário que se entendam as transformações que o fármaco sofre no organismo desde sua
  • 10. administração até sua excreção, além disso, a FC avalia se o organismo pode modificar o efeito de um fármaco, determinando a posologia e via de administração mais adequada. A FD também é imprescindível para a medicina, já que a FD é a área da farmacologia que estuda os efeitos bioquímicos e farmacológicos de determinado fármaco no seu tecido alvo, e como ocorre a ação nesse tecido. 10. Conceitue: a. Tempo de latência ou de indução É o período entre a administração do fármaco e o início do efeito no organismo. b. Tempo de absorção máxima É o tempo entre a administração do fármaco até o ponto de máxima concentração c. Duração da ação É o período desde o início do efeito farmacológico (após o período de defasagem) de determinado fármaco no organismo até que ele fique novamente abaixo da concentração eficaz mínima. d. Meia-vida A meia-vida de um fármaco consiste no período de tempo, a contar do momento da administração, em que a concentração plasmática fica reduzida à sua metade e. Vida media É a duração média da concentração do fármaco no organismo. f. Faixa de concentração sub-clinica É a faixa onde a concentração do fármaco não é suficiente para atingir os efeitos esperados. g. Faixa de concentração terapêutica É a faixa de concentração entre a concentração mínima eficaz do fármaco e a concentração máxima acima da qual o fármaco irá apresentar efeitos tóxicos. h. Faixa de concentração tóxica É a faixa acima da concentração tóxica mínima para aquele fármaco. i. Concentração mínima efetiva
  • 11. É a concentração a partir da qual o fármaco começa a apresentar seus efeitos, ocorre após o período de defasagem (período em que a concentração do fármaco não é suficiente para causar efeitos). j. Área sob a Curva É a concentração plasmática em função do tempo para aquele fármaco. k. Dose efetiva 1%, dose efetiva 50% e dose efetiva 99% Dose efetiva 1% é a dose efetiva para 1% da população estuda em ensaio padronizado, dose efetiva 50% é a dose efetiva para 50% da população e dose efetiva 99% é a dose efetiva para 99% da população. l. Dose letal 1% e dose letal 50% Dose letal 1% é a dose necessária para matar 1% da população estuda em ensaio padronizado, enquanto dose letal 50% é a dose necessária para matar 50% da população estudada em ensaio padronizado. m. Índice terapêutico Dose letal para 50% da população divida pela dose eficaz para 50% da mesma população, fornece uma medida grosseira da segurança de qualquer fármaco usado clinicamente. n. Steady state ou estado de equilíbrio É quando o fármaco encontra-se em faixa de concentração constante no sangue, ou seja, a taxa de excreção é igual à taxa de biodisponibilidade. o. Dose de ataque e dose de manutenção A dose de ataque pode ser utilizada no início de um tratamento para que se atinja rapidamente a concentração plasmática desejada, enquanto a dose de manutenção é a dose necessária para que o fármaco se mantenha em uma concentração efetiva no sangue. p. Dose resposta gradual Descreve o efeito de várias doses de um fármaco sobre o indivíduo. Utiliza como parâmetros (determinados graficamente), a potência (concentração em que o fármaco produz 50% de sua resposta máxima) e a eficácia (resposta máxima produzida pelo fármaco). q. Dose resposta quantal
  • 12. A relação de dose resposta quantal representa graficamente a fração da população que responde a determinada dose de um fármaco como função da dose deste fármaco. Utiliza outros dois parâmetros, sendo eles a dose efetiva 50% e índice terapêutico. 11. Interações medicamentosas: conceito e classificação. É a interferência que a administração de um fármaco pode ocasionar na ação de outro fármaco, quando utilizados simultaneamente. Essa interferência pode se dar por meio de interação farmacodinâmica ou farmacocinética. A interação farmacodinâmica ocorre quando a administração de um fármaco modifica o efeito farmacológico de outro fármaco sem alterar sua concentração no líquido intersticial. A interação farmacocinética ocorre quando um fármaco altera a concentração de outro fármaco que alcança seu local de ação. 12. Quais são os objetivos do tratamento com agentes antiparasitarios? Reduzir a carga parasitária, causando a eliminiação do agente desse organismo acometido ou a diminuição da carga parasitária para niveis toleráveis, além disso, podem ser utilizados em estratégias de erradicação de parasitoses em populações com alta prevalência. 13. Para seleção de fármacos antiparasitários quais fatores dependentes do parasita devem ser considerados? Antiparasitários são subdivididos em anti-helmintos e em antiprotozoarios, cada grupo tem ainda diferentes agentes, e cada agente tem suas características próprias; o diagnóstico correto do agente causador da parasitose é primordial, pois cada agente possui um ciclo de vida diferente, formas de contaminação diferentes, áreas com alta prevalência, alguns ainda podem responder melhor a diferentes tipos de antiparasitário (resistência); a seleção de fármacos busca o fármaco com maior eficiência, índice terapêutico amplo e facilidade na administração para aquele tipo de agente. 14. Mecanismo de ação dos principais fármacos antichásicos O nifurtinox (1) e bensnidazol (2) são os principais fármacos utilizados para o tratamento da doença de Chagas, evidências indicam que eles atuam através da formação de radicais livres e/ou metabólitos eletrofílicos. O grupo nitro (NO2) presente nestas moléculas é reduzido ao grupo amino (NH2) pela ação de enzimas do tipo nitroredutases, que atuam especificamente em sistemas moleculares do tipo R-NO2. Este processo, iniciado pela reação catalisada pela
  • 13. NADPH citocromo P450 redutase (EC 1.6.2.4), leva à formação de um intermediário nitro radicalar (R-NO2 •- ) com subsequente formação de hidroxilamina (R-NHOH).27 No caso de 1, o radical reduz o oxigênio molecular (O2) formando o íon superóxido (O2 •- ) e regenerando o grupo NO2 num processo conhecido como ciclo redox (redox ciclyng).27 O íon superóxido formado é captado pela enzima superóxido dismutase (EC 1.15.1.1) gerando peróxido de hidrogênio (H2O2) que, através da reação de Haber-Weiss na presença de íons FeIII , forma o radical hidroxila (• OH).28,29 A esta espécie tem sido atribuído o efeito tripanocida por mecanismos complexos que envolvem ligação a lipídeos, proteínas e ao DNA do T. cruzi.27 Por outro lado, o fármaco 2 não atua através do ciclo redox e não depende diretamente de espécies reativas de oxigênio (ROS - reactive oxigen species).27 O radical nitro formado em 2 estaria envolvido com seu efeito tripanocida através da formação de ligações covalentes com macromoléculas do T. cruzi (e.g., DNA e citocromo P450).28 É descrito ainda que 2 aumenta a fagocitose e lisa o T. cruziatravés de um mecanismo dependente de interferon-gama (IFN-γ - interferon-gamma),29 e inibe o crescimento do T. cruzi através da enzima NADH-fumarato redutase (EC 1.3.1.6).30 (DIAS, Luiz C. et al . Quimioterapia da doença de Chagas: estado da arte e perspectivas no desenvolvimento de novos fármacos. Quím. Nova, São Paulo , v. 32, n. 9, p. 2444-2457, 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000900038&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Oct. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422009000900038) 15. Principais fármacos usados no tratamento da Leishmaniose Os principais fármacos usados na leishmaniose visceral são os compostos antimoniais pentavalentes, tais como estiboglioconato de sódio e o antiomoniato de meglumina (não no Reino Unido), mas a resistência a estes agentes está crescendo e sua toxicidade é alta. A anfotericina é um reforço útil, e o isetinoayo de pentamidina também é usado na leishmaniose resistente ao antimônio. Em alguns países, a miltefosina, originalmente desenvolvida como fármaco antitumoral, foi utilizada com sucesso para tratar a doença. 16. Mecanismo de ação dos agentes antimoniais pentavalentes O mecanismo de ação preciso do agentes antimoniais pentavalentes ainda é incerto, mas parece ser um evento que envolve diversos aspectos do metabolismo do parasita. Tem sido sugerido que algumas particularidades químicas na composição destes fármacos podem contribuir para seus efeitos farmacológicos. Por exemplo, os carboidratos, como o ácido glicônico (presente no Pentostan® ou no Glucantime® ), são capazes de formar complexos solúveis em água com o átomo de antimônio, o que pode distribuir os agentes antimoniais para os macrófagos infectados (Roberts et al., 1995; Sereno et al., 1998). Além disso, como a forma pentavalente apresenta pouca toxicidade, é possível que esta forma seja um pró-fármaco, que se converte na forma mais tóxica, trivalente, próxima de seu local de ação, ou seja, no interior dos macrófagos ou próximo destas células.
  • 14. Esta conversão foi sugerida há mais de 50 anos (Goodwin, Page, 1943) e tem sido corroborada pela evidência em soro de pacientes tratados com Glucantime® , que apresenta 15 a 25% de compostos com antimônio trivalente (Sereno et al., 1998). Sereno et al. (2001) demonstraram que compostos de antimônio trivalente são extremamente ativos para promastigotas de diferentes espécies deLeishmania, enquanto a forma pentavalente é menos ativa. Os antimoniais pentavalentes (ou a forma ativa, trivalente) parecem interferir na produção de energia em amastigotas de Leishmania, inibindo tanto a glicólise como a β-oxidação de ácidos graxos (Tracy, Webster Júnior, 1996). 17. Mecanismo de ação da milefosina Os mecanismos de ação da miltefosina ainda não são bem conhecidos, mas sabe- se que primariamente interfere com a membrana celular, podendo ou não interagir com o DNA. Modula a composição lipídica, e permeabilidade e a fluidez à membrana, assim como o metabolismo de fosfolipídios. Também induz morte celular por apoptose (MOORE et al.,2003; PRAZARD et al,. 2004) 18. Mecanismo de ação da pentamidina Seu mecanismo de ação não está claramente definido, pode interferir com a incorporação de nucleotídeos e de ácidos nucléicos do RNA e DNA ao impedir a fosforilação oxidativa, o que ocasiona a inibição da biossíntese do DNA, RNA, fosfolipídeos e proteínas; também pode interferir com a transformação de folato. Absorve-se muito pouco no trato gastrintestinal, razão pela qual deve ser administrada por via parenteral. Não atravessa a barreira hematoencefálica e une- se com rapidez aos tecidos depois da administração. Excreta-se por via renal e os pacientes podem continuar excretando quantidades decrescentes na urina, durante 8 semanas após a suspensão do tratamento. 19. Mecanismo de ação da anfotericina B A anfotericina B interage especificamente com o ergosterol, esteróide da membrana das leishmânias, causando aumento de permeabilidade e morte do parasito (Berman JD. Human leishmaniasis: clinical, diagnostic and chemotherapeutic developments in the last 10 years. Clinical Infections Diseases 24: 684-703, 1997.) 20. Quais os principais objetivos do uso de antimaláricos? O tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia sangüínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção. Entretanto, pela diversidade do seu ciclo biológico, é também objetivo da terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítas) da espécie P. vivax, evitando assim as recaídas. Além disso, a abordagem terapêutica de pacientes residentes em áreas endêmicas deve visar também à redução de
  • 15. fontes de infecção, pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos (Manual Terapêutico da Malária). 21. Classifique os agentes antimaláricos baseados nos seus estágios de desenvolvimento no individuo Agentes esquizonticidas sanguíneos(atuam nas formas eritrocíticas do parasita, promovem a cura clínica); agentes esquizonticidas teciduais (atuam na forma hepática do plasmódio e causam a destruição dos gametócitos, cura radical); profilático causais (bloqueiam a ligação entre os estágios hepáticos e eritrocíticos do parasita); gametocidas (função de bloquear a transmissão por meio da eliminação dos gametócitos). 22. Classificação dos esquizonticidas sanguíneos antimalaricos Esse grupo fármacos inclui os quinolina-metanóis (p.ex.,quinina, mefloquina), várias 4-aminoquinolinas (p.ex.,cloroquina), o halofantrino fenantreno (halofantrina), e os agentes que interferem tanto na síntese de folato (p.ex., sulfonas), quanto com sua ação (p.ex.,pirimetamina e proguanila), bem como compostos hidroxinaftoquinônico atovaquona. 23. Quais os mecanismos de ação da cloroquina e mefloquina? A cloroquina é a principal 4-aminoquinolina usada clinicamente e possui um complexo mecanismo de ação que ainda não está completamente compreendido. Sabe-se que, em altas concentrações, a cloroquina inibe a síntese de proteínas de RNA e de DNA, mas é improvavel que estes efeitos estejam envolvidos em sua atividade antimalárica. Provavelmente, a cloroquina age principalmente na remoção do heme, evitando a digestão da hemoglobina pelo parasita e, assim, reduzindo o suprimentos de aminoácidos necessários para a viabilidade parasitária. A mefloquina é um composto quinolina-metanol esquizonticida sanguíneo, seu mecanismo de ação está associado à inibição da heme polimerase; no entanto, como não está extensamente concentrada nos parasitas, outros mecanismos podem estar envolvidos. 24. Quais os mecanismos de ação das sulfas antimaláricas e da pirimetamina? As sulfonamidas ligam-se preferencialmente e seletivamente à enzima di- hidrofolato redutase-timidilato sintase (DHFR-TS) do parasita. Esta inibição interfere na habilidade doPlasmodium em converter o ácido di-hidrofólico em tetra-hidrofolato, cofator importante no processo de síntese de ácidos nucléicos e aminoácidos. A pirimetamina interfere com a síntese de ácido tetra-hidrofólico a partir de ácido fólico por inibição da enzima di-hidrofolato redutase (DHFR). O ácido tetrahidrofólico é necessário para a síntese de DNA e RNA, em muitas espécies , incluindo protozoários.
  • 16. 25. Qual o mecanismo de ação das tetraciclinas indicadas para o tratamento associado em malária? As tetraciclinas são inibidoras da síntese protéica, inibindo a ligação do aminoacyl-tRNA ao complexo mRNA-ribossômico. Elas fazem isso principalmente através da ligação à subunidade ribossomal 30S no complexo tradutor do mRNA A tetraciclina é um antimicrobiano de amplo espectro com ação potente, porém lenta, contra as fases sanguíneas assexuadas dos plasmódios. Tem, também, ação contra as fases intra-hepáticas primárias do P. falciparum. 26. Explique o mecanismo de ação dos derivados da prima quina e proguanilo na malária A primaquina (8-(4-amino-1-metilpropilamino)-6-metoxiquinolina), é efetiva contras as formas exoeritrocitárias das espécies de Plasmódios capazes de infectar o homem. Seu mecanismo de ação ainda não foi totalmente esclarecido, mas se acredita que atue intercalando-se entre os pares de bases do DNA, impedindo a replicação do material genético, ou através dos mecanismos de oxirredução, tanto na produção das espécies reativas de oxigênio, quanto na interferência no transporte de elétrons da cadeia respiratória mitocondrial. Um dos mecanismos de ação do proguanilo é através do seu metabolito cicloguanilo, um inibidor da di-hidrofolato redutase, que interrompe a síntese de deoxitimidilato. O proguanilo também tem uma atividade antimalárica independente do seu metabolito cicloguanilo, e o proguanilo, mas não o cicloguanilo, tem a capacidade de potenciar a ação da atovaquona na diminuição no potencial de membrana mitocondrial do parasita da malária. Este último mecanismo pode explicar a sinergia observada com a associação atovaquona e proguanilo. 27. Metronidazol: espectro de atividade, mecanismo de ação, efeitos adversos e interações medicamentosas. Possui espectro de atividade antimicrobiana que abrange exclusivamente microrganismos anaeróbios. Espécies sensíveis (mais de 90% das espécies são sensíveis): Peptostreptococcus, Clostridium perfrigens, Clostridium difficile, Clostridium sp, Bacteroides sp, Bacteroides fragilis, Porevotella, Fusobacterium, Veillonella. Espécies de sensibilidade variável: Bifidobacterium, Eubacterium (porcentagem de resistência adquirida é variável e, portanto, suscetibilidade antibiótica é imprevisível sem a realização de testes de sensibilidade “in vitro”). Espécies resistentes: Pelo menos 50% das cepas são resistentes; Propionibacterium, Actiomyces, Mobiluncus. Atividade antiparasitária: Entamoeba histolytica, Tricomonas vaginalis, Giardia lamblia. Mecanismo de ação: após a entrada na célula, por difusão passiva, o antimicrobiano é ativado por um processo de redução. O grupo nitro da droga atua
  • 17. como receptor de elétrons, levando à liberação de compostos tóxicos e radicais livres que atuam no DNA, inativando-o e impedindo a síntese enzimática das bactérias. As bactérias aeróbicas não possuem enzimas que reduzam a droga, e não formam portanto, os compostos tóxicos intermediários com atividade antibacteriana. Efeitos adversos: o fármaco deixa sabor metálico e amargo na boca, porém causa poucos efeitos adversos, em doses terapêuticas. Foram relatados distúrbios gastrintestinais menores, bem como sintomas do SNC (tonturas, cefaleia, neuropatias sensitivas). O fármaco interfere com o metabolismo do álcool, eo uso concomitante desta substância deve ser estritamente evitado. Não deve usado na gravidez. A administração simultânea de drogas que induzem enzimas microssomais hepáticas tais como, a fenitoína ou fenobarbital, pode acelerar a eliminação do Metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos; observou-se também diminuição da depuração de fenitoína. A administração concomitante de drogas que diminuem a atividade enzimática dos microssomas hepáticos tais como, cimetidina, pode prolongar a meia-vida e diminuir a depuração plasmática do Metronidazol. Em pacientes fazendo uso de altas doses de lítio, pode ocorrer elevação dos níveis plasmáticos do mesmo. O Metronidazol potencializa a ação do vecurônio (agente bloqueador neuromuscular não despolarizante). Associações desaconselhadas: − Dissulfiram: o uso concomitante pode causar delírio (alterações psicóticas agudas) ou confusão mental. − Álcool: o uso concomitante pode causar o efeito antabuse (sensação de calor, fibrilação atrial, vômito e taquicardia). Os pacientes devem ser advertidos para evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou de medicamentos que contenham álcool em sua composição durante o tratamento com o Metronidazol. Associações que necessitam de cuidados: − Anticoagulantes orais (varfarina): ocorre potencialização do efeito anticoagulante e do risco hemorrágico, resultante do retardo do catabolismo hepático do mesmo. Deve-se realizar, portanto, a monitoração frequente do tempo de protrombina, e ajuste da dose de anticoagulante oral durante e nos 8 dias seguintes ao tratamento com o Metronidazol. Associações a serem consideradas: − Fluorouracil: o Metronidazol aumenta a toxicidade do fluorouracil devido à redução da depuração. 28. Fármacos empregados em Giardíases? Os principais fármacos são metronidazol, tinidazol, secnidazol, ornidazol, albendazol, nitazoxanide.
  • 18. 29. Principais agentes usados em infestações por nematódeos Os principais agentes usados são derivados azólicos como benzimidazol, mebendazol e albendazol, além da pirimidina e ivermectina. 30. Principais agentes usados em infestações por cestoides e trematódeos Os principais são oxamniquina, praziquantel, niclosamida, albendazol, diclorofeno, mebendazol. 31. Construa uma tabela das infestações tratadas pelos benzimidazóis como tiabendazol e mebendazol. Helmintos Fármaco(s) usado(s) Nematódeo filiforme (oxúro) Enterobius vermicularis Strongyloides stercoralis (EUA) Mebendazol, albendazol Albendazol, tiabendazol Nematelminto comum Ascaris lumbricoides Mebendazol Outro nematelmintos (filaria) Filária (Dracunculus medinensis) Triquíniase (Trichinela spiralis) Cisticercose (infestação larva da Taenia solium) Hidátide (Eschinococcus granulosus) Ancilóstomo (Ankilostoma duodenale, Necator americanus) Verme chicote (Trichuris trichiura) Mebendazol Tiabendazol, mebendazol Albendazol Albendazol Mebendazol, albendazol Mebendazo, albendazol Larva migrans cutânea Ankylostoma caninum Albendazol, tiabendazol Larva migrans visceral Toxocara canis Albedazol, tiabendazol
  • 19. 32. Mecanismo de ação do tiabendazol? O tiabendazol age inibindo uma enzima mitocondrial específica dos helmintos, a fumarato redutase, interferindo com sua produção de energia matando os vermes. 33. Mecanismo de ação das ivermectinas? A invermectina destrói o verme pelas aberturas dos canais iônicos de cloro controlados pelo glutamato (encontrado somente nos invertebrados) e pelo aumento da condutância ao Cl- ; e ainda, por ligar-se em um novo local alostérico no receptor de nicotínico da aceltilcolina, causando aumeto na transmissão e levando à paralisia motora ou ligando-se a receptores de ácido aminobutírico. 34. Mecanismo de ação do pirantel? Pamoato de pirantel e seus análogos são vermífugos bloqueadores neuromusculares despolarizantes. Induzem uma ativação acentuada e persistente dos receptores nicotínicos, o que resulta em paralisia estática do verme. O pirantel também inibe as colinesterases, sendo eficaz contra ancilóstomos, nematódeos e oxiúros. 35. Mecanismo de ação do praziquantel, e espectro de ação, efeitos colaterais e contraindicações. Mecanismo de ação: fármaco aparentemente compromete a homeostase do Ca2+ no parasita, unindo-se aos locais de ligação reconhecidos da proteína quinase C, em uma subunidade beta dos canais de cálcio controlados por voltagem do esquistossomo. Isto induz um influxo do íon, uma contração rápida e prolongada da musculatura, e a eventual paralisia e morte do verme. O praziquantel também compromete o tegumento do parasita, disponibilizando novos antígenos, e como resultado ele pode tornar-se mais suscetível às respostas imunológicas normais do hospedeiro. É um fármaco de amplo espectro (teníase, himenolepíase, cisticercose, neurocisticercose, esquistossomose) altamente ativo. Os principais efeitos colaterais do Praziquantel incluem dor abdominal, náuseas, diarreia, vômitos, tonturas, sonolência, dores de cabeça e aumento da produção de suor. O Praziquantel está contraindicado para pacientes com cisticercose ocular ou com hipersensibilidade ao Praziquantel ou qualquer outro componente da fórmula.
  • 20. SIMULADOS Assinale a correta. Paciente de 73 anos, sexo feminino, com insuficiência cardíaca congestiva e edemas, vai iniciar tratamento com um diurético. Os fármacos X e Y têm o mesmo mecanismo de ação diurética. O fármaco X na concentração plasmática de 1 nM produz a mesma magnitude de efeito diurético que 10 nM do fármaco Y. Tal sugere que: A. O fármaco X é mais eficaz que o fármaco Y. B. O fármaco X tem uma afinidade 10 vezes superior à do fármaco Y. C. O fármaco X possui maior toxicidade que o fármaco Y. D. O fármaco X é mais potente que o fármaco Y. E. O fármaco Y é mais eficaz que o fármaco X. Avaliem os fármacos A e B, em que o fármaco A eleva a pressão arterial e o fármaco B baixa-a. O aumento gradativo da concentração plasmática de B em presença de concentrações equimolares de A+B, baixa gradativamente a pressão arterial. Com relação a A e B, analise as proposições de I a V, e assinale a alternativa correta. I.A é antagonista de B e o antagonismo é farmacológico II.A e B são agonistas e o antagonismo é químico III.A e B são agonistas e antagonismo é fisiológico IV. A e B são antagonistas e o antagonismo é químico V.A é antagonista de B e o antagonismo é fisiológico a.I e II estão corretas. b.II e III estão corretas. c.III e I estão corretas. d. IV e I estão corretas e. I e Vestão corretas 1 Antagonista farmacológico competitivo:
  • 21. a.não impedem a ligação de outras moléculas ao receptor pela sua ligação com o mesmo b.impedem a ligação de outras moléculas ao receptor pela sua ligação com o mesmo c. impedem a ligação das moléculas do agonista endogeno ao receptor pela sua ligação com o mesmo d.A e B e.B e C 2 O mecanismo mais comum de permeação dos fármacos através de biomenbranas: a.endocitose b.transporte mediado por carreador c.transporte ativo d.difusão passiva e.nenhuma das anteriores 3 Termo que se refere as ações do fármaco no organismo: a.farmacocinetica b.farmacodinamica c.farmacogenetica e.efeito placebo f.farmacovigilancia 4 Qual das alternativas corresponderia ao farmaco com propriedade de ionização mais provável para a boa difusão no intestino (pH 8,3): a.acido fraco (pKa 7.4) b.base fraca (pKa 8.3) c.acido fraco (pKa 8.3) d.base fraca (pKa 6.4) e.acido fraco (pKa 6.4)
  • 22. 5 Termo que se refere as ações do organismo sobre as moléculas dos fármacos: a.farmacodinamica. b.farmacogenetica. c.farmacocinetica. d.farmacognosia. e.farmacotecnica. 6 A dramática diminuição da concentração sistemica do farmaco apos ingestão oral pode ser devida, mais provavelmente a: a.instabilidade do medicamento no pH estomacal. b.efeito de primeira passagem hepática. c.metabolização pela flora intestinal. d.dissolução incompleta do comprimido. e.não adesão do paciente. 7 O mais importante fator que influencia na absorção de medicamentos por via intramuscular é: a.diametro da agulha. b.velocidade de administração. c.fluxo sanguineo local. d.volume injetado. e.nenhuma das anteriores. 8 Sistema de transporte de fármacos dependente de energia: a. Filtração glomerular b. difusão c. transporte ativo
  • 23. d.B e C e.A, B e C 9 Sobre liposolubilidade, os farmacos: a.acidos fracos geram formas lipossoluveis em pH alcalino. b acidos fracos geram formas lipossoluveis em pH acido. c.bases fracas geram formas lipossoluveis em pH alcalino. d.A e C e.B e C 10 O conceito de índice terapêutico refere-se a: a.ED50/LD50 b.potencia/seletividade c.EC50/LD50 d.TD50/ED50 e.ED50/EC50 11 Sobre a biotransformação de fármacos: a.ocorre principalmente, mas não exclusivamente no fígado. b os produtos são usualmente menos ativos. c os produtos podem ser tóxicos. d.A e B e.A, B e C 12 Muitos fármacos são oxidados no: a.reticulo endoplasmático liso. b.reticulo endoplasmático rugoso. c.nos retículos endoplasmáticos liso e rugoso. d.no núcleo celular. e.em todas acima.
  • 24. 13 Oxidação independente do citocromo-P450: a.alquilação b.epoxidação c.N- oxidação d.S- oxidação e.amino oxidase 14 O sistema de oxidases de função mista localizam-se, principalmente: a.fração mitocondrial. b. membranas celulares. c.corpo de Golgi. d.fração microssomal. e.nucleolos. 15 O sitio primário de metabolização de fármacos e drogas: a. intestino delgado. b. estomago. c. fígado. d.rins. e. músculos. 16 O termo meia-vida ou semi-vida, refere-se a: a.tempo decorrido entre a aplicação do medicamento e o surgimento de efeito verificável. b.tempo necessário para a eliminação completa do fármaco do organismo. c.tempo necessário para que a concentração do fármaco caia pela metade. d.tempo necessário para que a
  • 25. concentração do fármaco se mantenha numa faixa constante. e.tempo necessário para que o fármaco possa ser detetado na corrente sanguinea. 17 O termo tempo de indução ou tempo de resposta, refere-se a: a.tempo necessário para que o fármaco possa ser detetado na corrente sanguinea. b.tempo necessário para a eliminação completa do fármaco do organismo. c.tempo necessário para que a concentração do fármaco caia pela metade. d.tempo decorrido entre a aplicação do medicamento e o surgimento de efeito verificável. e.tempo necessário para que a concentração do fármaco se mantenha numa faixa constante. 18 O termo estado de equilíbrio ou steady-state, refere-se a: a.tempo necessário para que a concentração do fármaco caia pela metade. b.tempo necessário para que o fármaco possa ser detetado na corrente sanguinea. c.tempo decorrido entre a aplicação do medicamento e o surgimento de efeito verificável. d.tempo necessário para que a concentração do fármaco se mantenha numa faixa constante. e.tempo necessário para a eliminação completa do fármaco do organismo.
  • 26. 19 O termo vida-media refere-se a: a.tempo decorrido entre a aplicação do medicamento e o surgimento de efeito verificável. b.tempo necessário para que a concentração do fármaco se mantenha numa faixa constante. c.tempo necessário para a eliminação completa do fármaco do organismo. d.tempo necessário para que a concentração do fármaco caia pela metade. e.tempo necessário para que o fármaco possa ser detetado na corrente sanguinea. 20 As reações mais comuns da Fase I correspondem a: a.oxidação, redução, hidrolise e acetilação b.acetilação, redução, glicuronidação c.glicuronidação, desalquilação, oxidação d. oxidação, redução, hidrolise e desalquilação e.desalquilação, hidrolise, sulfatação e glicuronidação 1- A liberação do conteúdo vesicular neuronal (neurotransmissores) para a fenda sináptica é realizado por: a. Proteína transportadora. b. difusão passiva. c. endocitose. d. exocitose.
  • 27. e. difusão lipídica. 2- Considere os fármacos como ácidos ou bases orgânicas fracas, a relação de solubilidade em fase lipídica: I. quanto mais fraco o acido, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em pH alcalino. II. quanto mais fraca a base, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em pH alcalino. III. quanto mais fraco o ácido, a forma mais lipossolúvel ocorrerá mais extensamente em pH ácido. a. afirmativas I e II estão corretas. b. afirmativas I e III estão corretas. c. afirmativas II e III estão corretas. d. afirmativas I,IIe III estão corretas e. afirmativas I, II e III estão incorretas. 3- Considere os mais freqüentes processos de permeação e distribuição das moléculas dos fármacos nos organismos: I. difusão passiva em meio aquoso. II. difusão passiva em meio lípidico. III. transporte ativo a. afirmativas I e II estão corretas. b. afirmativas I e III estão corretas. c. afirmativas II e III estão corretas. d. afirmativas I,IIe III estão corretas
  • 28. e. afirmativas I, II e III estão incorretas. 4- Definição de índice terapêutico: a. LD50/ED50. b. ED50/LD50. c. EC50/LD50. d. TD50/ED50. e. ED50/TD50. 5-Moléculas reguladoras que são influênciadas pelos sistemas acoplados à Proteína G: a. adenilato ciclase. b. fosfolipases A2,C e D. c. canais iônicos de Ca+2, K+ e Na+. d. proteínas transportadoras. e. todas alternatives anteriores. 6- Referente a concentração de fármaco capaz de gerar 50% do efeito máximo esperado: a. LD50 b. Kd c. EC50 d. TI e. Ki
  • 29. 7- Receptores acoplados a Proteína G que estão envolvidos na transdução de sinal para quais dos itens abaixo: a. aminas biogênicas. b. hormônios peptídicos. c. ambos. d. nenhum. 9- Na presença deste tipo de antagonista, o antagonismo não pode ser superado através do aumento da concentração do agonista: I – Competitivo II- não-competitivo. a. somente I. b. somente II c. ambos. d. nenhum deles. 10- Das forças de interações fármaco-receptor abaixo relacionadas, assinale a mais forte: a. van der Waals. b. dipolo. c. covalente. d. Hidrofóbica. e. iônica.
  • 30. 11- Assinale a afirmação verdadeira sobre a inibição competitiva: a. com a inibição competitiva, a interação do fármaco/antagonista no sitio de ligação do receptor é reversível. b. com a inibição competitiva, a curva dose-efeito é deslocada para a esquerda. c. com inibição competitiva, o efeito máximo não pode ser obtido, mesmo em concentrações elevadas do agonista. d. todas as acima estão corretas. 12- Quais dos receptores abaixo não são enzimas: I-acetilcolinesterases II-tubulina III-RNA. a. I. b. II c. III. d. I e II. e. I e III. f. II e III. 13- considerando a escala de tempo para ocorrência de eventos farmacológicos, assinale a alternativa que dispõe os receptores em ordem crescente de velocidade (do mais lento ao mais rápido): I-Ligados a quinases, II- Transcrição de genes, III-Ionotrópicos e IV-Metabotrópicos. a. I, II, III e IV b. II, I, IV e III c. III, IV, I e II d. IV, III, II e I
  • 31. e. II, IV, I e III 14- Nos receptores colinérgicos, o término da ação da acetilcolina nas fendas sinápticas se devem a quais dos seguintes eventos: a. hidrólise enzimática b. difusão passiva c. recaptura pelo neurônio pós-sináptico d. A e B e. nenhum deles 15- Em processos adaptativos de regulação de receptores como na dessensibilização quais dos eventos abaixo podem ocorrer com os receptores: a. inativação b. destruição c. internalização d. redução da síntese e. todas anteriores 16- Nos adrenoceptores, o término da ação da noradrenalina nas fendas sinápticas se devem a quais dos seguintes eventos: a. hidrólise enzimática. b. difusão passiva. c. oxidação metabólica. d. acilação metabólica. e. nenhum deles.
  • 32. 17- Considerando o gráfico abaixo (concentração plasmática x tempo), os segmentos A, B e C; correspondem aos tempos de: Cp tempo A B Conc.miníma efetiva C a. absorção, indução e duração b. duração, indução e tempo de absorção máxima c. absorção, distribuição e eliminação d. indução, distribuição e eliminação e. latência, duração da ação e tempo de absorção máxima. 18- Assinale a alternativa que corresponda a uma estratégia usada em farmacologia para obtenção de efeito antagonista: a. inibição da biossintese de neurotransmissor. b. bloqueio da recaptura de neurotransmissor. c. exposição a precurssor da biossintese de neurotransmissor. d. exposição a análogo estrutural do neurotransmissor.
  • 33. e. nenhuma das anteriores. 19- A inibição total e reversível de enzimas metabolizadoras de neurotransmissores produzirá, junto aos respectivos receptores, atividades: I-agonista, II-antagonista a. somente I b. somente II c. nem I e nem II d. I e II e. nenhuma das anteriores 20- Dois medicamentos contendo o mesmo principio ativo, nas mesmas concentrações e mesmas formas farmacêuticas (por exemplo, comprimidos),serão bioequivalentes se: a. forem quimicamente equivalentes. b. forem equivalentes farmacêuticos. c. apresentarem a mesma biodisponibilidade. d. forem A e B. e. forem B e C. 1. Não corresponde a um processo farmacocinético : a. excreção b. Distribuição c. Absorção d. dissolução 2. Não corresponde a uma via de absorção meio (indireto) a. Via oral b. Via retal c. Via otica
  • 34. d. Via endovenosa. 5. Sobre vía endovenosa: qual seria a correta. a. Provê um efeito constante e lento. b. Útil no tratamento de diabetes com insulina c. Se obtem doses precisas e rápidas d. Depende do fluxo sanguíneo do tecido. e. Difícil de controlar a dose 7. Sobre a excreção assinale a incorreta: a. Os rins são os orgãos mais importantes. b. A excreção de fármacos por filtração glomerular depende do tamanho da molécula c. Os metabolitos de fármacos formados no fígado podem ser excretados pelo Trato GI. d. Em nivel renal, em meio ácido se reabsorvem os os fármacos com pKa maior que 7 e. Nas fezes podem ser encontrados metabolitos de fármacos 9. Factores que modifican la distribución, marque la correcta. a. Gasto cardiaco b. Permeabilidade capilar. c. Conteudo lipídico tecidual. d. Barreiras corporais. e. Todas as anteriores. 36. Sobre fatores que modificam a ação dos fármacos, marque a correta. a. Doses b. Idade c. Peso d. Estado de saúde e. Todas as anteriores. 41. É considerado um diurético poupador de potássio: a. Furosemida. b. Indapamida. c. Clortalidona. d. Bumetanida. e. N.A. 42. Assinale a afirmação correta com relação aos diuréticos relacionados aos tiazidicos: a. São antagonistas da aldosterona. b. Atuam sobre o túbulo proximal.
  • 35. c. Reduzem a excreção de Ca++ e inibem o co-transporte Na+ /Cl- . d. Produzem hiperpotassemia. e. N.A. 43. Assinale a afirmação correta em relação a FUROSEMIDA : a. diurético de alça. b. diurético de alta potencia. c. Produz hipopotassemia. d. Pode provocar ototoxicidade. e. Todas as afirmações são corretas. 44. Los diuréticos de Alça produzem: a. Alcalose metabólica. b. Alcalose respiratoria. c. Alcalose mixta. d. Acidose respiratoria. e. Acidose metabólica. 45. A alcalose metabolica esta relaciona com o uso de: a. Espironolactona. b. Hidroclorotiazida. c. Triamtereno. d. Todos. e. nenhum. 46. A ação da lidocaína, utilizada como antiarrítmico, consiste em: a. Reduzir a automaticidade anormal. b. Reduzir o potencial de repouso. c. Aumentar a duração do potencial de ação. d. Aumentar o intervalo PR. e. Aumentar a contractilidade. 62. Dentro de os efeitos adversos dos AINES qual dos abaixo arrolados, esta incorreto: a. Induz ulceras gástricas b. Induz úlceras intestinais c. Perturbação da função plaquetária d. Diminui o trabalho de parto. e. Fechamento prematuro do ducto arterioso persistente. 63. O acetaminofeno ou paracetamol tem as seguintes características farmacológicas exceto: a. Não tem atividade antiinflamatoria. b. Fármaco eficaz como analgésico c. Fármaco eficaz como antipirético.
  • 36. d. Não produz hepatotoxicidade. e. Ocasionalmente produz erosões cutáneas e reações alérgicas. 47. Qual dos seguintes antibióticos não atua inibindo a sintese da parede celular?: 1) Cefalosporinas. 2) Carbopenemos. 3) Macrólideos. 4) Vancomicina. 5) Penicilinas. FARMACOS ANESTÉSICOS LOCAIS Questões 1. Conceitue anestésicos locais (AL)? Os AL são moléculas alifiláticas com um grupo aromático hidrofóbico e um grupo amino básico. São fármacos que determinam bloqueio reversivo da condução nervosa, com perda de sensações em área circunscrita do organismo, sem alteração do grau de consciência. Os AL bloqueiam a geração de potenciais de ação por bloqueio dos canais de sódio. 2. Classifique os AL quanto a sua constituição química. Com exemplos. Anestésicos locais classificam-se em agentes de tipo aminoester (p.ex., benzocaína, cocaína, procaína, tetracaína, cloroprocaína) e aminoamidas (p.ex., lidocaína, prilocaína, mepivacaína, etidocaína, bupivacaína, ropivacaína, levopubivacaína). 3. Classifique os AL quanto a duração da ação dando exemplos? Classificam-se nos de curta duração, como procaína e cloroprocaína; duração média, abrangendo lidocaína, prilocaína, mepivacaína e articaína; longa duração, como bupivacaína, tetracaína, etidocaína e ropivacaína. 4. Quais os principais usos clínicos dos AL? Os anestésicos locais podem ser infiltrados em partes moles (p.ex., na gengiva) ou bloquear um nervo ou plexo nervos. Fármacos lipossoulúveis (p.ex., lodocaína [lignocaína]) são absorvidos das mucosas e usados como anestésicos de superfície. A buvicaína tem início de ação lento, mas longa duração. Costuma ser usada para bloqueio epidural (p.ex., para bloqueio epidural contínuo durante o trabalho de parto) e anestesia espinal. Seu isômero, a levobupivacaína, é menos cardiotóxico se for administrado num vaso sanguíneo. Os AL são usados principalmente para produzir bloqueio nervoso local. Em concentrações baixas demais para causar bloqueio nervoso, contudo, são capazes de
  • 37. suprimir a descarga espontânea em neurônios sensitivos que se acredita ser responsáveis pela dor neuropática. A maioria dos anestésicos locais atua por 2-3 horas quando injetados localmente, o que costuma ser suficiente para alívio da dor. 5. Quais as principais vias empregadas para o uso dos AL? Anestesia tópica, proporcionam alívio da dor a curto prazo quando aplicados às mucosas ou à pele. Anestesia infiltrativa, utilizada para anestesiar uma área da pele (ou uma superfície mucosa) através de uma injeção. Bloqueio de nervoso periféricos por via percutânea (bloqueio nervoso pequeno e grande). Bloqueio nervoso central, o fármaco é injetado próximo à medula espinal, inclui tanto a anestesia epidural quanto a intratecal (espinal). Anestesia regional intravenosa (bloqueio de Bier), um torniquete e uma faixa elástica colocada distalmente são aplicados a um membro elevado, resultando em exsanguinação parcial do membro. A seguir, o torniquete é insuflado e a faixa, removida. Injeta-se então o AL numa veia da extremidade, para produzir anestesia local, e o torniquete impede a sua toxicidade sistêmica ao limitar o fluxo sanguíneo pela extremidade. 6. Qual o mecanismo geral de ação dos AL? Os anestésicos locais possuem maior afinidade pelos estados fechado, aberto e inativado dos canais de sódio do que pelo estado em repouso. Embora o AL se ligue a um sítio no poro do canal, o mecanismo molecular de inibição do canal envolve não apenas a oclusão física do poro, como também a restrição da ativação do canal. A ligação do fármaco aos estados fechados que ocorrem durante o processo de ativação seqüencial parece limitar as mudanças de conformação do canal de sódio, de modo que o canal ligado a um fármaco não pode sofrer toda a série de mudanças de conformação necessárias para a abertura do canal. Para que ocorra reabertura de um canal ligado a um fármaco, o AL precisa dissociar-se do canal e, portanto, permitir que o canal retorne a seu estado de repouso. Essa dissociação do fármaco (cuja velocidade varia entre os diferentes AL) é mais lenta do que a recuperação normal da conformação inativada do canal para a de repouso na ausência de AL. Por conseguinte, os AL estendem o período refratário do neurônio ao retardar o retorno do canal inativado ao estado de repouso em cerca de 50 a 100 vezes. Em altas concentrações, os AL ligam-se a um número suficiente de canais de repouso de baixa afinidade para impedir a condução do impulso. Além de bloquear os canais de sódio, os anestésicos locais podem exercer uma ampla gama de outros efeitos bioquímicos e fisiológicos. Os AL podem interagir com canais de potássio, canais de cálcio, canais regulados por ligantes (como o receptor nicotínico de
  • 38. acetilcolina), os canais de potencial receptor transitório (trp) e vários receptores acoplados à proteína G (incluindo receptores muscarínicos colinérgicos, receptores �- adrenérgicos e receptores da substância P). Os AL também podem desacoplar algumas proteínas G de seus receptores de superfície celular e, assim, inibir a transdução de sinais. Na maioria dos casos, esses efeitos não são significativos, visto que os AL apresentam menor afinidade por esses outros receptores do que pelo canal de sódio. 7. Explique sucintamente o modo de ação dos AL. Os AL bloqueiam o início da propagação dos potenciais de ação por impedirem o aumento da condutância de Na+ voltagem dependente. 8. Quais os principais fatores que influenciam na atividade, duração da ação e potência dos AL? Tanto a hidrofobicidade, que é atribuível, em grande parte, ao anel aromático e seus substituintes, quanto a ionizabilidade (pKa) da amina determinam a potência dos AL e a cinética da ação anestésica local. O início e a duração dos AL têm relação direta com o grau de ligação a proteína plasmática. Quanto mais afinidade por proteínas tem o fármaco, menor será sua fração livre no plasma, o que diminui a sua ação. A potência está diretamente ligada a lipossolubilidade do AL (quanto maior a lipossolubilidae maior a toxicidade e menor a margem de segurança do AL). 9. Explique a biotransformação e a excreção/eliminação dos AL. Os AL com ligação éster são metabolizados por esterases (pseudocolinesterases) teciduais e plasmáticas. Esse processo é rápido (da ordem de minutos), e os produtos resultantes são excretados pelos rins. Os AL com ligação amida são primariamente metabolizados no fígado pelas enzimas do citocromo P450. As três principais vias de metabolismo hepático são a hidroxilação aromática, a N-desalquilação e a hidrólise da amida. Os metabólitos dos AL com ligação amida retornam à circulação e são excretados pelos rins. 10. Enumere os principais efeitos adversos dos AL. Os principais efeitos adversos dos AL envolvem o SNC (agitação, tremores, ansiedade, ocasionalmente convulsões seguidas por depressão respiratória) e o sistema cardiovascular (bradicardia e diminuição do débito cardíaco vasodilatação, que pode causar colapso circulatório), e constituem a principal fonte de trisco quando os AL são usados clinicamente. 11. Justifique a associação de um agente AL com vasoconstritores, cite exemplos.
  • 39. A coadministração de um vasoconstritor (p.ex., adrenalina) prolonga o efeito local. Esses agentes adjuvantes reduzem o fluxo sanguíneo para o local de injeção, produzindo contração dos músculos lisos dos vasos e, dessa maneira, diminuindo a taxa de remoção do AL. Através desse efeito, os vasoconstritores aumentam a concentração de anestésico ao redor do nervo e diminuem a concentração máxima alcançada na circulação sistêmica. O primeiro efeito aumenta a duração de ação do AL, enquanto o segundo efeito diminui a toxicidade sistêmica do AL. 12. Enumere os principais fatores que podem levar a intoxicação por AL? Dose excessiva, absorção inesperadamente rápida, injeção intravascular inadvertida e queda da metabolização. O metabolismo dos AL torna-se mais lento em pacientes com cirrose ou outras doenças hepáticas, e, nesse tipo de paciente, a administração de uma dose padrão de um AL com ligação amida pode resultar em toxicidade. Além disso, pode ocorrer algum metabolismo extra-hepático dos AL com ligação amida, como, por exemplo, nos pulmões e nos rins. 13. Enumere as principais contraindicações para o uso dos AL? Alergia ao AL (usa-se anestésico de classe diferente), alergia à sulfa ou ao enxofre (evita- se articaína), alergia ao bissulfito (evita-se AL com vasoconstritor adrenérgico). Metemoglobinemia idiopática ou congênita (evita-se o uso de articaína e prilocaína). 14. Enumere os riscos dos AL na gestação. Os anestésicos locais considerados não seguros na gravidez são a Prilocaína e a Mepivacaína. Estas drogas não são a melhor escolha durante a gravidez, pois são rapidamente absorvidas e normalmente são providos de uma solução mais concentrada, somando assim o seu potencial tóxico. A administração de prilocaína no período próximo ao termo da gestação, potencialmente acarreta cianose por metemoglobinemia em recém- nascidos, nos quais já existe um impedimento no transporte de oxigênio. 15. Justifique porque a atividade dos AL torna-se reduzida nos casos de regiões com processos inflamatórios ou infecciosos? (dica, ver “aprisionamento iônico”). Os processos infecciosos e inflamatórios possuem subprodutos locais ácidos que diminuem o pH no local. Os anestésicos locais, por outro lado, são bases fracas. Muitos fármacos, por serem ácidos fracos ou bases fracas, alteram sua ionização com o pH, o que afeta sua excreção renal. O efeito de aprisionamento de íons significa que um fármaco básico é mais rapidamente excretado na urina ácida, visto que o pH baixo no interior do túbulo favorece sua ionização e, portanto, inibe sua reabsorção. Então haverá disponível menor quantidade de base livre (AL) para a difusão através dos tecidos e, por conseguinte, o anestésico local tem menor atividade.
  • 40. 16. Enumere quais seriam as propriedades que tornariam um AL ideal? Ação em área delimitada, ação reversível, baixa agressão tecidual, início de ação rápido e tempo de duração suficiente, grau reduzido de toxicidade, potente (o suficiente para anestesiar), boa penetração tecidual, não desencadear reações alérgicas. ANTIINFLAMATÓRIOS 1. O que são anti-inflamatórios? Os anti-inflamatórios são medicamentos que impedem ou amenizam a reação inflamatória e minimizam os sintomas da inflamação como calor, rubor e dor. 2. Quais são as 02 grandes classes de anti-inflamatórios em uso terapêutico? Anti-inflamatórios não-esteroidais e esteroidais. 3. O que é inflamação? O processo inflamatório é uma resposta dos organismo vivos homeotérmicom, mediada por prostanóides, a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e celular do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão. 4. Construa um fluxograma descritivo da fisiologia da inflamação (mediadores químicos, enzimas e células presentes na inflamação). Estímulo lesivo → Agente infeccioso penetra no epitélio e entra no tecido subepitelial ↓ Os macrófagos residentes reconhecem o patógeno – TNF e interleucina-1 (IL-1) ↓ TNF e IL-1 estimulam células endoteliais a expressarem Eselectina e P-selectina ↓ Monócitos e neutrófilos circulantes expressam carboidratos que se ligam as moléculas de adesão (fracamente) ↓ Fluxo sanguíneo destrói esta ligação que se forma mais adiante. ROLAMENTO ↓ Em ao resposta ao TNF e IL-1 os macrófagos teciduais produzem quimiocinas ↓ Quimiocinas aumentam a afinidade das integrinas (leucócitos) pelos ligantes de integrinas no endotélio. ADESÃO ↓ Leucócitos migram através da parede do vaso até o local de infecção , seguindo o gradiente de quimiocina. MIGRAÇÃO ↓ O acumulo de leucócito no local de infecção, vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular é denominado INFLAMAÇÃO
  • 41. 5. Como se classificam as inflamações? Classificam-se em inflamações agudas e inflamações crônicas. 6. Qual o papel dos mediadores químicos da inflamação? São substâncias provenientes do plasma ou das células que desencadeiam, amplificam e controlam a evolução da inflamação. Podem agir em um ou alguns tipos celulares, ter vários alvos ou mesmo apresentar efeitos diferentes em tipos celulares diferentes.. A maior parte dos mediadores induz seus efeitos através da ligação a receptores específicos nas células-alvo. Ou seja, podem atuar somente em um ou em alguns alvos ou ainda apresentar ações mais abrangentes, com efeitos distintos, variando de acordo com o tipo celular que afetam, sendo que alguns mediadores apresentam atividades tóxicas e/ou enzimáticas diretas. Além disso, os mediadores podem estimular a liberação de moléculas efetoras secundárias pelas células-alvo. Mediadores químicos distintos podem apresentar ações similares, amplificando certa resposta ou podem, ainda, apresentar efeitos opostos, funcionando, desta forma, no controle da resposta. Outro ponto importante de ressaltar é que a ação da maior parte dos mediadores químicos são estreitamente reguladas. Após ativados e liberados das células, os mediadores decompõem-se rapidamente ou são inativados por enzimas, são removidos ou completamente inibidos. 7. Quais são as fases da inflamação? Fase irritativa: ocorrem modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos que promovem a liberação de mediadores químicos, que irão desencadear as outras fases inflamatórias. Fase vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade vascular no local da agressão. Fase exsudativa: essa fase é característica do processo inflamatório, e é formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco inflamatório) oriundos do aumento da permeabilidade vascular. Fase degenerativa-necrótica: composta por células com alterações degenerativas reversíveis ou não (neste caso, originando um material necrótico), derivadas da ação direta do agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas consequentes das três fases anteriores. Fase produtiva-reparativa: aumento na quantidade dos elementos teciduais - principalmente células, resultado das fases anteriores. O objetivo é destruir o agente agressor e reparar o tecido agredido. 8. Como estão agrupados os antiinflamatórios não esteroidais, mais comumente empregados em terapêutica? E cite exemplos Derivados do ácido salicílico (aspirina). Derivados da pirazolona (anador, novalgina). Derivados do para-aminofenol (paracetamol). Derivados do ácido acético (cataflam). Derivados do ácido enólico (Movatec). Derivados do ácido fenilantranílico (Ponstan).
  • 42. Derivados do ácido propiônico (ibuprofeno). Inibidores seletivos da enzima cicloxigenase-2 (nimesulida, celebra). 9. Qual é o mecanismo de ação dos AINEs? Sabe-se que as prostaglandinas são produtos originados do ácido aracdônico, o qual é obtido da dieta ou do ácido linoléico, encontrando-se presentes em todos os tecidos animais exercendo várias funções. Quimicamente são parte de um grupo chamado eicosanóides, derivados do ácido aracdônico e liberado de fosfolipídeos de membrana de células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2. As cicloxigenases (COX-1 e COX- 2) e a hidroperoxidase catalisam as etapas sequenciais de síntese dos prostanóides (prostaglandinas clássicas e tromboxanos) e as lipoxigenases transformam o ácido aracdônico em leucotrienos e outros compostos. O principal mecanismo de ação dos AINEs ocorre através da inibição específica da COX e consequente redução da conversão do ácido aracdônico ou araquidônico (AA) em prostaglandinas. Reações mediadas pelas COXs, a partir do AA produzem PGG2, que sob ação da peroxidase forma PGH2, sendo então convertidas às prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. As prostaglandinas têm ação vasodilatadora. A PGD2 é liberada de mastócitos ativados por estímulos alérgicos ou outros. A PGE2 inibe a ação de linfócitos e outras células que participam das respostas alérgicas ou inflamatórias. Além de promoverem vasodilatação, sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. A prostaglandina I2 (prostaciclina) predomina no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição da adesividade plaquetária. O TX, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários como vaconstrição e agregação plaquetátia. Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. Existem pelo menos duas isoformas de COX que apresentam diferenças na sua regulação e expressão. A atividade de ambas as isoformas são inibidas por todos os AINEs em graus variáveis. A COX-1 e COX-2 possuem60% de homologia na sua seqüência de aminoácidos expressa em muitos tecidos. As COX-1, ditas como constitutivas, auxiliam na manutenção da integridade da mucosa gastroduodenal, homeostase vascular, agregação plaquetária e modulação do fluxo plasmático renal. 10. Quais os efeitos colaterais dos AINEs? Distúrbios gastrointestinais: PGE2 estimula produção de muco e bicarbonato e modula secreção de HCl; perda da ação protetora sobre a mucosa e deixa de inibir a secreção ácida; dispepsia, diarréia (ou constipação), náuseas, vômito, sangramento gástrico e ulceração. Reações cutâneas: erupções leves, urticária, fotossensibilidade (ác. Mefenâmico, sulindaco). Efeitos renais adversos: PGE2, PGI2 estão envolvidos na manutenção da hemodinâmica renal; nefropatia por analgésicos (nefrite crônica e necrose papilar renal) Distúrbios hepáticos e depressão da medula óssea. Broncoespasmos em indivíduos asmáticos
  • 43. Efeitos cardiovasculares: ocorre mais com inibidores de COX2. 11. Quais as vias de administração dos AINEs? Via oral, intramuscular, endovenosa e uso tópico. 12. Qual a ½ vida do AAS, paracetamol, nimesulida, diclofenaco, dipirona? ASS: meia-vida é de 15 a 20 minutos (para a molécula intacta). Paracetamol: a meia-vida sérica da fase terminal em humanos é de 1 a 4 horas; não é alterada em casos de insuficiência renal, mas pode ser prolongada na superdosagem aguda. A meia-vida sérica é ligeiramente mais longa em neonatos, em hepatopatas e no idoso. A meia-vida do Paracetamol no leite materno é de 1,35 a 3,5 horas. Nimesulida: meia de 2 a 5 horas. Diclofenaco: meia vida de 2 horas. Dipirona: meia vida de aproximadamente 14 minutos. 13. Qual é a distribuição dos AINES? Ligam significativamente a albumina plasmática, as frações livres atuam principalmente nos tecidos inflamados e não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica. Os mais lipossolúveis: cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno, penetram mais facilmente no SNC e estão associados com leves alteções do humor e na função cognitiva. 14. Local e tipo de biotransformação dos AINEs? São convertidos em metabólitos inativos no fígado 15. Local de excreção do AINEs? As formas inativas são excretadas pelos rins. 16. Utilizando conhecimentos de excreção renal, que característica química deveria ter um medicamento para tratamento da intoxicação aguda por Ácido acetil salicilico (AAS)? O medicamento deveria ser básico pois assim a urina seria alcalinizada, aumentando a forma ionizada do ácido acetil salicílico , desse modo haveria uma menor reabsorção tubular e aumentar-se-ia a excreção através da urina, diminuindo-se os níveis sanguíneos de AAS. 17. Quais os empregos terapêuticos dos AINEs? São utilizados para tratar sinais e sintomas de inflamação. Os AINES tem efeito antiinflamatório (modificação da reação inflamatória), analgésico (redução de certos tipos de dor) e antipirético (redução da temperatura corporal). 18. Quais as contraindicações? Os anti-inflamatórios não devem ser utilizados em doentes com úlcera péptica activa. A sua prescrição a doentes com história de úlcera ou hemorragia digestiva requer precauções adicionais. Estão contraindicados em doentes com hipersensibilidade ao ácido
  • 44. acetilsalicílico. Podem agravar a IR, IC ou IH bem como dificultar o controlo da pressão arterial em doentes hipertensos. Devem ser evitados durante a gravidez e aleitamento. 19. O que é síndrome de Reyes? A síndrome de Reye é uma doença muita grave e rara que atinge principalmente crianças que se caracteriza por encefalopatia hepática após uma doença viral aguda. Acredita-se que remédios que contenham acetilsalicílico sejam os desencadeantes da doença. 20. Entre os AINEs qual(is) aqueles que podem ser utilizados em indivíduos com suspeita de dengue? Porque? Paracetamol e dipirona podem ser utilizados, pois diferentemente dos salicilatos, como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, não possuem propriedade antiagregante plaquetária. O ácido acetilsalicílico provoca a acetilação da enzima cicloxigenase plaquetária, inibindo a formação do tromboxano A2, o que leva a uma redução na formação de plaquetas, diminuindo, assim, a agregação plaquetária, portanto, podendo agravar o quadro de trombocitopenia, potencializando os riscos de hemorragias. 21. Há vantagens em se utilizar diclofenaco em vez de AAS para o tratamento de um processo inflamatório? Se sim, qual (is) seria(m)? Porque? Na prática clínica talvez haja; entretanto, não há referência bibliográfica disponível onde se afirme isso. 22. Qual a limitação para o uso terapêutico da indometacina? Porque? Não é recomendado durante a gestação ou lactação (medicamento é secretado no leite). Os efeitos conhecidos dos medicamentos desta classe nos fetos humanos durante o 3º trimestre da gravidez são obstrução dos ductos arteriosos, disfunção plaquetária com conseqüente hemorragia, disfunção ou insuficiência renal com oligohidrâmnio, hemorragia ou perfuração gastrointestinal e mudanças degenerativas miocárdicas. 23. Porque o AAS é utilizado para prevenção da trombose? O Ácido Acetil Salicílico atua inibindo a ação da ciclo-oxigenase. Ao inibir a Cox –1 diminui a síntese de tromboxane A2 e, como consequência, da agregação plaquetária. Na inibição da Cox–2, com seu efeito anti-inflamatório, diminui a inflamação vascular no sítio da placa ateromatosa e esse, por sua vez, reduz a infiltração de células mononucleares na placa ateromatosa. COX-1 e COX-2 são enzimas (tromboxanos, prostaciclinas e prostaglandinas sintases) que catalisam a produção de mediadores lipídicos usando como matéria-prima o ácido araquidônico. O efeito do AAS ao nível plaquetário é irreversível, pois devido às plaquetas não possuírem núcleo são incapazes de sintetizar novas moléculas de enzima para substituir as inativas. Isso não ocorre no endotélio vascular, pois este tem a capacidade de sintetizar as novas moléculas. O seu tempo de ação persiste por aproximadamente 10 dias (tempo de meia vida das plaquetas), porém não afeta a adesão plaquetária ao endotélio e a placa aterosclerótica, inibindo parcialmente a agregação induzida pela trombina, colágeno ou ácido araquidônico, bloqueando a produção plaquetária de diacilglicerol, ações menos duradouras que a inibição da ciclo-oxigenase
  • 45. 24. Cite 02 substâncias com potente ação ANTIPIRÉTICAS e ANALGÉSICAS, porém com fraca atividade ANTIINFLAMATÓRIA? Por que. O paracetamol tem mecanismo de ação que consiste em inibir a enzima responsável pela síntese de prostaglandina no cérebro, explicando assim a capacidade do fármaco de reduzir a febre (antipirático) e induzir a analgesia (analgésico). No entanto, o paracetamol é desprovido de uma grande atividade anti-inflamatória por ter uma fraca ação inibitória nas prostaglandinas. A dipirona tem sua ação antitérmica (antipirático) explicada pelo antagonismo direto de cininas pirogênicas em receptores do centro termo-regulador, localizado no tálamo. Todas as pesquisas já realizadas com dipriona apontarem para uma ação bloqueadora da hiperalgesia exercida pela ligação a um receptor periférico (analgésico), combinado com ação espinal da dipirona e com poucos efeitos antiedematosos e/ou antiiflmatórios. 25. Quais são os Principais antiinflamatórios esteroidais mais comumente utilizado em terapêutica? Betametasona, dexametasona, hidrocortisona, prednisolona, prednisona. 26. Mecanismo de Ação dos Antiinflamatórios Esteróidais. Glicocorticoides (GC) atuam praticamente sobre todos os órgãos e tecidos. O mecanismo fundamental que promove a transativação ou a transrepressão gênica inicia-se com o hormônio, que é lipofílico, cruzando a membrana citoplasmática da célula-alvo por difusão passiva. No citoplasma os GC ligam-se a receptores protéicos específicos – os receptores de GC (RGC) – que são proteínas citoplasmáticas com estrutura contendo domínios comuns a outros membros da superfamília de receptores nucleares. Atuam como fatores de transcrição, alterando a expressão dos genes alvo em resposta a um sinal hormonal específico. O complexo glicocorticóide-receptor sofre transformação estrutural e se torna capaz de penetrar no núcleo celular no qual se liga a regiões promotoras de certos genes, denominadas elementos responsivos aos GC, induzindo a síntese, não somente de proteínas antiinflamatórias, como a lipocortina-1 e IkB, mas também de proteínas que atuam no metabolismo sistêmico (por exemplo, proteínas que promovem gliconeogênese). Este processo é chamado de transativação. Os GC também atuam por meio do mecanismo genômico chamado de transrepressão em que monômeros de moléculas de GC e receptores de GC interagem com fatores de transcrição, como a proteína ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB), por interação proteína-proteína e promovem efeito inibitório de suas funções. Por essa via, por exemplo, a síntese de citocinas pró-inflamatoriaiss, como interleucina 6 (IL-6) e IL-2, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e prostaglandinas é reduzida. Diversos estudos têm demonstrado que a maior parte dos efeitos clínicos procurados ao se administrar um GC, ou seja, o efeito antiinflamatório e o efeito imunossupressor, são desencadeados por mecanismos de transrepressão, enquanto que grande parte dos efeitos adversos é relacionada aos mecanismos de transativação. Quando administramos um GC exógeno com intuito de obter ação antiinflamatória e/ou imunossupressora, estamos amplificando, em última análise, seus mecanismos de ação fisiológicos. 27. Vias de administração dos Antiinflamatórios Esteróidais?
  • 46. Via oral, tópica, parenteral e aerossol. 28. Usos terapêuticos? E contraindicação? Terapia de reposição (Insuficiência Suprarrenal Crônica-ISR), ISR aguda, doenças alérgicas doenças autoimunes, transplantes de órgãos. As contraindicações são para diabetes, úlcera, cardiopatia com hipertensão, osteoporose, virilização e distúrbios menstruais em mulheres, glaucoma, psicoses, infecções. 29. Onde ocorre a Biotransformação dos antiinflamatórios esteróides? Metabolismo hepático. 30. Local de excreção? Rins. 31. Quais os efeitos metabólicos gerais dos glicorticóides? Efeitos imunossupressivos e antiinfamatórios. 32. Quais os outros efeitos sobre o organismo? Interfere no metabolismo de proteínas, lipídeos, carboidratos e da glicose. 33. Procure na lista da RENAME os antiinflamatótios considerados essenciais. AINEs: ácido acetilsalicílico e ibuprofeno. Antiiflamatórios esteroides: acetato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona, dipropionato de beclometasona, budesonida, dexametasona, fosfato dissódico de dexametasona, acetato de hidrocortisona, succinato sódico de hidrocortisona, succinato sódico de metilprednisolona, fosfato sódico de prednisolona e prednisona. ANTIBIÓTICOS  - LACTAMICOS
  • 47. 1. O que são ANTIBIÓTICOS? Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando promovem a inibição do crescimento microbiano. 2. Porque as PENICILINAS E AS CEFALOSPORINAS são chamadas de antibióticos  - lactâmicos? Porque todos os antibióticos β-lactâmicos têm um elemento estrutural farmacofórico em comum, o anel azetidinona de quatro membros ou anel β-lactâmico. 3. Quais os primeiros antibióticos  - lactâmicos utilizados em terapêutica? Penicilinas. 4. Como se classificam as PENICILINAS? Penicilina G Penicilina V Penicilina penicilinase resistente Penicilinas de espectro amplo Penicilinas anti-pseudomonas 5. Qual o mecanismo de ação das penicilinas? Ocorre por inibição da síntese da parede celular das bactérias e lise osmótica. 6. Quais as formas de apresentação da Penicilina G (natural)? Procaína e benzatina.
  • 48. 7. Qual o espectro de ação da Penicilina G? Cocos gram positivos: estreptococos (S. pyogenes, S. agalactiae e Streptococcus grupo viridans) Outros: Listeria monocytogenes, Actinomyces israelli, Pasteurella multocida Espiroquetas: Leptospira interrogans, Treponema pallidum Anaeróbios: Clostridium spp, Fusobacterium, Peptostreptococcus sp, Spirillum 8. Quais as vias de administração da Penicilina G? Inrtramuscular ou intravenosa. 9. Qual o tempo para inicio e duração dos efeitos? Penicilina G procaína: apenas para uso intramuscular. A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12 horas. Penicilina G benzatina: é uma penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é exclusivamente intramuscular. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada. 10. Porque a penicilina G não é administrada por Via Oral? A penicilina G é completamente instável em meio ácido por isso não deve ser utiliza por via oral, mas sim por via intravenosa ou intramuscular na forma de suspensão. 11. Como se distribui esta penicilina? Distribuição corporal é ampla, incluindo a placenta, mas com baixa penetração no SNC, olhos e próstata. 12. Qual local de biotransformação e excreção? Biotransformação no fígado e excreção renal. 13. Quais os tipos de resistência à penicilina? Por alteração do alvo; fármaco não atinge o alvo; fármaco inativado;. 14. Qual a finalidade da associação das penicilinas naturais com SULFOBACTAM e com o ACIDO CLAVULÂNICO? A associação de antibióticos beta-lactâmicos com inibidores de beta- lactamases ( Sulfobactam, ácido clavulânico) tem ampliado significativamente o espectro de ação desses antibióticos, tanto para Gram positivos como para Gram negativos. 15. Qual é o esquema de síntese da penicilina V (biossintética)? Adição de precursores da cadeia lateral ao meio de fermentação, é um derivado da penicilina G. 16. Quais as vias de administração e qual espectro? Via oral. Cocos gram positivos: estreptococos (S. pyogenes, S. agalactiae e Streptococcus grupo viridans) Outros: Listeria monocytogenes, Actinomyces israelli, Pasteurella multocida
  • 49. Espiroquetas: Leptospira interrogans, Treponema pallidum Anaeróbios: Clostridium spp, Fusobacterium, Peptostreptococcus sp, Spirillum 16. O que significa Penicilina resistente às  - lactamases? Penicilinas resistentes à inativação pela β-lactamase possuem grupos volumosos (anéis aromático orto-dissubstituídos) ligados diretamente à carbonila amídica da cadeia lateral, o que causa impedimento estérico na interação com a β-lactamase. 17. Quais são as penicilinas resistentes as  - lactamases? E qual a origem destas penicilinas? Flucloxacilina, meticilina (não é mais utilizada devido a alto grau de nefrotoxicidade), oxacilina. Origem natural. 19. Qual é o espectro destas penicilinas? O mesmo da penicilina G. 20. Quais as vias de administração das penicilinas resistente as  - lactamases? Via oral. 21. Local de biotransformação e excreção? Metabolismo predominantemente hepático e excreção renal (60%). 22. O que são penicilinas de amplo espectro? É um tipo de penicilina semi-sintética sensível as beta-lactamases bacterianas. O principal representante é a Amoxicilina. O seu uso deve ser feito em associação com clavulanato. 23. Como se classificam as penicilinas de Amplo espectro? Amoxilina e ampicilina. 25. Quais as vias de administração das penicilinas de 2º geração? Via oral, endovenosa, intramuscular. 26. Biotransformação e excreção? Sofrem metabolização hepática e excreção principalmente via renal. 27. Quais as reações adversas das penicilinas? Reacções de hipersensibilidade incluindo febre, urticária, dores articulares; angioedema. 28. O que são CEFALOSPORINAS? São antibióticos semelhantes às penicilinas, sendo mais estáveis em meio ácido. São enquadradas no grupo dos beta-lactâmicos por também possuírem um anel beta- lactâmico. 30. Qual é o mecanismo de ação das cefalosporinas?
  • 50. Apresentam mecanismo de ação muito parecido com o das penicilinas, ou seja, impedem a síntese da parede do microorganismo e, por esse motivo, são antibióticos bactericidas. 31. Como se classificam as cefalosporinas? As cefalosporinas são classificadas em antibióticos de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta gerações. 32. Qual o espectro de ação das cefalosporinas? As de primeira geração tem boa actividade contra as bactérias Gram-positivo, incluindo o estafilococo. As demais gerações tem amplo aspecto contra bactérias Gram negativas. 33. Quais as vias de administração e absorção das cefalosporinas? Via oral e parenteral. 33. Qual a distribuição das cefalosporinas? São distribuídas amplamente pelos tecidos e fluidos corporais, penetrando no líquido pleural, sinovial, pericárdico, articular e capazes de cruzar a barreira placentária. As cefalosporinas de 3ª geração penetram no liquor em concentrações satisfatórias, sendo os antibióticos prefe- ríveis para o tratamento das meningites. Possuem variada capacidade de ligação às proteínas plasmáticas, ligandose em 65% a 85% (cefalotina, cefazolina, ceftriaxona e cefoperazona). A excreção ocorre principalmente pelos rins, em grande parte por secreção tubular. Entretanto, 40% da ceftriaxona e 75% da cefoperazona são eliminadas nas fezes através da bile. 34. As bactérias tornam-se resistentes as cefalosporinas?como? Sim, por produção de beta-lactamases ou por PBP (proteína de ligação da penicilina) com baixa afinidade pelo antibiótico. 35. Procure na lista da RENAME as penicilinas e cefalosporinas considerados essenciais. Penicilinas: amoxicilina, amoxicilina + clavulanato de potássio, ampicilina sódica, benzilpenicilina benzatina, benzilpenicilina potássica, benzilpenicilina procaína + benzilpenicilina potássica e oxacilina sódica. Cefalosporinas: cefalexina sódica ou cloridrato de cefalexina, cefalotina sódica, cefotaxima, ceftazidima e ceftriaxona sódica. BACITRACINA E VANCOMICINA 36. Qual a origem da Bacitracina e da Vancomicina? A bacitracina m polipeptídico antibiótico isolado de Bacillus subtilis. A vancomicina é u antibiótico glicopeptídeo tricíclico, cromatograficamente purificado, de fórmula molecular C66H75Cl2N9O24.HCl e o peso molecular é 1,486, derivado de cepas de Amycolatopsis orientalis (anteriormente conhecido como Nocardia orientalis), ativo contra microrganismos gram-positivos. 37. Qual o espectro da bacitracina e da vancomicina?
  • 51. Bacitracina: o espectro de ação da bacitracina compreende principalmente as bactérias gram-positivas e algumas bactérias gram-negativas. Vancomicina: tem atividade fundamentalmente contra bactérias gram-positivas, sendo o fármaco de primeira escolha para S. aureus meticilina resistente. 38. Como são apresentadas para utilização terapêutica? Pomada e líquido. 39. Qual o mecanismo de ação destas substâncias? Tanto a vancomicina quanto a bacitracina inibem a síntese da parede celular baceriana. 40. Resistência? Bacitracina: é um antibiótico produzido por algumas espécies de Bacillus, estando a sua resistência associada até ao momento a mecanismos de efluxo. Resistência aos glicopeptídeos (vancomicina): os mecanismos de resistência a vancomicina são raros, no entanto algumas bactérias como Leuconostoc, Lactobacillus, Pediococcus, Erysipelothrix, Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis podem ser resistentes á acção destes antibióticos. 41. Quais as vias de administração? Via tópica e intravenosa. 42. Quais os empregos terapêuticos da bacitracina e vancomicina? A vancomicina é indicada no tratamento de infecções graves causadas por cepas suscetíveis de estafilococos (betalactâmicos ou meticilina resistentes). É indicada em pacientes alérgicos à penicilina, em pacientes que não podem receber ou que não responderam ao tratamento com outras drogas, incluindo penicilinas ou cefalosporinas, e em infecções graves causadas por microrganismos suscetíveis à vancomicina e resistentes a outras drogas antimicrobianas. A vancomicina é eficaz no tratamento de endocardite estafilocócica, estreptocócica ou por difteróide. A bacitacina é indicada no tratamento de infecções bacterianas da pele e de mucosas, causadas por microorganismos sensíveis: piodermites, impetigo , eczemas infectados, otite externa , infecções da mucosa nasal , furúnculos, antraz , ectima , abscessos, acne infectada, intertrigo , úlceras cutâneas e queimaduras infectadas. Na profilaxia de infecções cutâneo-mucosas decorrentes de ferimentos cortantes (inclusive cirúrgicos), abrasões, queimaduras pouco extensas, dentre outros. 43. Verifique na lista da RENAME a Bacitracina e Vancomicina se são considerados essenciais Neomicina + bacitracina e cloridarato de vancomicina. ANTIBIÓTICOS AMINOGLICOSÍDEOS E POLIMIXINAS 1. O que são antibióticos AMINOGLICOSÍDEOS?
  • 52. Caracterizam fármacos antimicrobianos compostos de um grupo amino e um grupo glicosídeo, parecendo-se entre si na atividade antimicrobiana, nas características farmacocinéticas e na toxicidade. 2. Quais os microorganismos produtores destes antibióticos? Streptomyces griséus, Micromonospora. S. tenebrarius. 3. De alguns exemplos de antibióticos Aminoglicosídeos? Gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobramicina, netilmicina e neomicina. 4. Qual o espectro de ação dos Aminoglicosídeos? São drogas bastantes eficazes sobre a maioria dos anaeróbios Gram negativos Pseudomonas spp., Escherichia coli, Proteus spp. Providencia spp., KlebsiellaEnterobacter-Serratia spp., Acinetobacter spp. (anteriormente MimaHerellea) e Citrobacter freundii, Streptococcus pyogenes, enterococos, Streptococcus pneumoniae e estafilococos produtores ou não de penicilinase. 5. Qual a finalidade de associar A. Aminoglicosídeos com penicilinas naturais? Expandir o espectro empírico de atividade do regime antimicrobiano para assegurar a presença de pelo menos um fármaco ativo contra o patógeno suspeito. Proporcionar efeito sinérgico na morte bacteriana. Impedir que se desenvolva resistência aos agentes individuais. 6. Qual é o mecanismo de ação dos antibióticos Aminoglicosídeos? 7. Qual o mecanismo de resistência bacteriana aos antibióticos aminoglicosídeos? O mecanismo de ação inicia-se com a ligação à parede celular, sendo depois transportado para o citoplasma por um processo dependente de gasto energético. No citoplasma liga-se a fração 30S do ARNr causando uma leitura errada da ARNm. Isto conduz a uma sequência errada de proteínas codificadas que ao serem incorporadas na membrana celular afectam a sua permeabilidade, conduzindo ao efluxo de moléculas e íons vitais para a bactéria. 8. Vias de administração?
  • 53. Via intravenosa, intramuscular e via oral (neomicina para reduzir flora microbiana intestinal). 9. Qual o local de Eliminação? Via renal. 10. Quais os efeitos tóxicos provocados pelas antibióticos amionoglicosídeos? Os seus efeitos tóxicos mais importantes são nefrotoxicidade, ototoxicidade e bloqueio neuromuscular. 11. O que são POLIMIXINAS? As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos derivados do Bacillus polimixa com mecanismo de ação distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa forma, a possibilidade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito remota, permitindo que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies de bactérias multirresistentes. 12. Quais as polimixinas Como se classificam as polimixinas? Há duas polimixinas disponíveis comercialmente, colistina (polimixina E) e polimixina B. 13. Quais destas polimixinas tem emprego terapêutico? Polimixina B e polimixina E. 14. Qual é o espectro de ação das polimixinas? As polimixinas são ativas contra uma grande variedade de bacilos gram-negativos (incluindo P. aeruginosa e Acinetobacter spp.) incluindo muitas espécies de enterobactérias (como E. coli e Klebsiella spp.) e bacilos não-fermentadores. 15. Qual é o mecanismo de ação das polimixinas? Desestabilização da membrana e interferência no equilíbrio osmótico celular. 16. Mecanismo de resistência? Além dos cocos gram-positivos, algumas espécies de bacilos gram-negativos também apresentam resistência intrínseca às polimixinas (algumas espécies deBurkholderia cepacia, Proteus spp., Serratia spp., Stenotrophomonas maltophilia e Enterobacter spp.). A resistência natural de bactérias gram-positivas está relacionada à incapacidade da droga
  • 54. de penetrar na parede celular. Entre os gram-negativos a resistência pode ocorrer por mecanismo semelhante, ou por diminuição na ligação à membrana celular. 17. Quais as vias de administração? Via oral e parenteral (intravenoso, intramuscular, intratecal e inalatório). 18. Biotransformação e excreção? Sofre uma metabolização biológica parcial e a maior parte (60%) elimina-se pelo rim de forma rápida. 19. Quais os efeitos tóxicos? Efeitos nefrotóxicos e neurotóxicos. 20. Quais os empregos terapêuticos dos aminoglicosídeos e polimixinas? Os principais usos dos aminoglicosídeos são: septicemias, infecções do trato urinário, endocardites, infecções respiratórias, infecções intra-abdominais, meningites em recém- nascidos, infecções oculares, osteomielites e infecções de articulações. têm grande atividade contra bacilos e cocos gram-negativos aeróbios, entre eles, Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Citrobacterspp., Haemophilus spp., Acinetobacter spp. e cepas de Pseudomonas aeruginosa. Apresentam também atividade contra bactérias gram-positivas, entre elas: Staphylococcus aureus, S. epidermidis,Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides, além de serem ativas contra micobactérias. As polimixinas têm sido utilizadas na prática clínica no tratamento de infecções graves por bacilos gram-negativos multirressitentes como P.aeruginosa eA.baumannii, principalmente, no tratamento de pneumonias associadas à assistência à saúde, infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateteres, nas infecções do sítio cirúgico e nas infecções do trato urinário. 21. Procure na lista da RENAME os aminoglicosídeos e polimixinas considerados essenciais? Aminoglicosídeos: sulfato de amicacina, sulfato de gentamicina Polimixinas não estão presentes na lista. TETRACICLINAS 1. O que são TETRACICLINAS? Antimicrobianos primariamente bacteriostáticos, quando em concentrações terapêuticas. Apresentam amplo espectro de ação, incluindo bactérias gram-positivas, gram-negativas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários.