2. “Os aspectos destacados permitem caracterizar a
alfabetização como um processo histórico social de
múltiplas dimensões, estando a exigir análises e
enfoques numa perspectiva ampla, sem, contudo, negar
sua especificidade, abarcando as contribuições das
ciências Lingüísticas, da Psicologia, da Antropologia, da
Sociologia, por exemplo. Esse tipo de abordagem
contribui para o estudo da alfabetização na totalidade
de suas nuances dentro do processo ensino-
aprendizagem.” ( BRITO, 2007, p. 01)
Conceito de alfabetização
3. • A escrita como um produto cultural.
• A alfabetização transcende a mecânica do ler e do
escrever (codificação/decodificação), ou seja, a
alfabetização é um processo histórico-social
multifacetado, envolvendo a natureza da língua escrita
e as práticas culturais de seus usos.
• A língua escrita, desde sua origem, está ligada aos
processos de dominação/poder, participação/exclusão
inerentes às relações sociais, no entanto, pode estar
ligada, também, ao desenvolvimento sociocultural e
cognitivo dos povos, provocando mudanças
significativas nas práticas comunicativas (Tfouni, 1997).
4. Aquisição da linguagem segundo
Vygotsky
“A linguagem é social e não se torna social. O
que configura a existência da linguagem, muito
mais que a expressão oral, é a troca de
compreensões dos significados (por gestos,
olhares, choro ou palavras). Assim, a linguagem
está em construção antes mesmo de a criança
aprender a falar.”
5. Os pressupostos teóricos de Vigotski (1998), cuja
contribuição tem sido valiosa no campo
educacional, iluminam a discussão sobre o
aprendizado da escrita (considerada como um
sistema de signos socialmente construídos),
descrevendo o processo de apropriação da escrita
como processo cultural, de caráter histórico,
envolvendo práticas interativas. A aprendizagem da
escrita refere-se, pois, à aquisição de um sistema de
signos que, assim como os instrumentos, foram
produzidos pelo homem em resposta às suas
necessidades socioculturais concretas.
6. Aquisição da linguagem segundo
Piaget
“A linguagem egocêntrica (quando as crianças
falam sozinhas ou com crianças da mesma idade
– em torno de três anos de idade) não tem troca
com o outro inicialmente. O nível de
desenvolvimento da criança é que faz com que
pouco a pouco ela vá trocando sua linguagem
com os outros.
7. O processo de construção da escrita
segundo Emilia Ferreiro
“Um sujeito intelectualmente ativo não é um sujeito que
‘faz muitas coisas’, nem um sujeito que tem uma
atividade observável. Um sujeito ativo é um sujeito que
compara, exclui, ordena, categoriza, reformula,
comprova, formula hipóteses, reorganiza, etc., em ação
interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo
seu nível de desenvolvimento). Um sujeito que está
realizando algo materialmente, porém, segundo as
instruções ou o modelo para ser copiado, dado por outro,
não é, habitualmente, um sujeito intelectualmente ativo.”
(Ferreiro; Teberosky, 1985, p. 29)
8. Níveis de escrita segundo Emilia
Ferreiro
• Nível pré-silábico
A escrita da criança não tem correspondência
com o som. Nesse nível é característico o uso de
rabiscos, desenhos, bolinhas, risquinhos, etc.
• Nível silábico
Ao escrever, a criança conta os “pedaços
sonoros” – as sílabas das palavras e das frases –
e usa uma letra para representar cada sílaba
9. Níveis de escrita segundo Emilia
Ferreiro
• Nível silábico-alfabético
O valor sonoro torna-se fundamental, e começa a
acrescentar letras principalmente na primeira sílaba. A
palavra boneca, por exemplo, é escrita assim: “bonc”, e
não mais “bnc” (escrita silábica).
• Nível alfabético
A criança agora faz consegue ler e expressar graficamente
o que pensa ou fala. Porém, escreve foneticamente (ou
seja, faz relação entre som e letra) e ainda não consegue
escrever ortograficamente.