2. Introdução:
Durante o final da Idade Média surgiram
vários movimentos que desafiaram algumas
das doutrinas básicas da Igreja Católica
Romana. Muitos destes movimentos foram
oficialmente condenados pela igreja como
heresias e foram severamente oprimidos.
Vejamos alguns desses movimentos:
3. 1. Os Albigensianos surgiram no sul da
França no final do século XII e início do século
XIII. Os Albigensianos (também chamados de
Catari) seguiam um dualismo rigoroso
semelhante ao antigo gnosticismo. Eles
defendiam o NovoTestamento como o único
padrão de autoridade — um desafio à
autoridade alegada pelo papa.
4. 2. Um movimento conhecido como os
Waldensianos provavelmente foi fundado no
século XI por PedroWaldo. Pregadores viajantes
conhecidos como os Homens Pobres de Lyons
enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia.
Traduziram o NovoTestamento para a língua
comum do povo, rejeitaram as doutrinas
católicas do sacerdócio e purgatório, e
defenderam à volta às Escrituras como a única
autoridade na religião.
5. 3. Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384),
um professor bem-conhecido da Oxford,
também desafiou a autoridade do papado.
Durante o Papado de Avinhão, ele
argumentou que todo o domínio legítimo
vem de Deus e é caracterizado pela
autoridade exercida por Cristo na terra – não
de ser servido mas sim, de servir.
6. 4. Uma outra voz precoce clamando pela
reforma foi a de João Hus (1369-1415), um
pregador e estudioso boêmio. Influenciado
pelos escritos deWiclif, Hus argumentou que
a verdadeira igreja não era a instituição como
definida pelo catolicismo, mas o corpo dos
eleitos sob a liderança de Cristo.
8. 1. Fatores religiosos
Entre os motivos religiosos que
determinaram um descontentamento em
relação à Igreja católica, podemos citar:
9. A . Corrupção do clero religioso: para ganhar
dinheiro, o alto clero de Roma iludia a boa fé
das pessoas através do comércio de relíquias
sagradas.
B. Ignorância do clero: a maior parte dos
sacerdotes desconhecia a própria doutrina
católica e demonstrava absoluta falta de
preparo para funções religiosas.
10. C . Aumento dos estudos religiosos: com a
utilização da imprensa, aumentou o número
de exemplares da Bíblia que podiam chegar
às mãos dos estudiosos e da população. A
divulgação dos textos sagrados e de outras
obras religiosas contribuiu para o surgimento
de diferentes interpretações da doutrina
cristã.
11. Apareceu, por exemplo, tinia corrente
religiosa que, buscando apoio na obra de
SantoAgostinho, afirmava que a salvação do
homem era alcançada pela fé. Essas idéias
contrariavam a posição da Igreja, baseada em
SantoTomás de Aquino, que dizia o seguinte:
são a fé e as boas obras que conduzem à
salvação.
12. 2. Fatores socioeconômicos
A Igreja católica, durante o período medieval,
condenava o lucro excessivo (a usura) e
defendia o preço justo. Essa moral econômica
entrava em choque com a ganância da
burguesia. Grande número de comerciantes
não se sentia à vontade para extrair o lucro
máximo.Viviam ameaçados com o inferno.
13. 3. Fatores políticos
Com o fortalecimento das monarquias
nacionais, os reis passaram a encarar a
Igreja, que tinha sede noVaticano e utilizava
o latim, como entidade estrangeira que
interferia em seus países. A Igreja, por seu
lado, insistia em se apresentar como
instituição universal que unia o mundo
cristão.
14. Essa noção de universalidade, entretanto, perdia
força, pois crescia o sentimento nacionalista.
Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas
tradições, estava mais interessado em afirmar
suas diferenças em relação a outros Estados do
que suas semelhanças. A Reforma Protestante
correspondeu a esses interesses nacionalistas.
Exemplo: a doutrina cristã dos reformadores foi
divulgada na língua nacional de cada país e não
em latim, o idioma oficial da Igreja.
16. 1. A Contra-Reforma foi um movimento da
Igreja Católica no século XVI que surge como
resposta às críticas dos humanistas e de
diversos membros da Igreja e de importantes
Ordens Religiosas, tais como os Franciscanos,
Dominicanos e Agostinhos, que apelavam à
moralidade e ao regresso à pureza e
austeridade primitivas.
17. Além disso, a Contra-Reforma surge também
como resposta ao avanço da Reforma
Protestante iniciada por Martinho Lutero.
Este movimento assume assim uma vertente
de Reforma Católica (que procura redefinir a
Doutrina da Igreja e a disciplina do clero) e
uma vertente de Contra-Reforma que procura
combater e impedir o avanço do
protestantismo
18. 2. A Companhia de Jesus (também conhecida
como Jesuítas), uma congregação religiosa
fundada pelo espanhol Inácio de Loiola (futuro
Santo Inácio de Laiola), teve a sua "regra" ("a
obediência a Deus por intermédio dos seus
superiores" aprovada pelo Papa Paulo III em
1540. Esta "regra" jesuíta associada ao facto do
superior geral da congregação, escolhido através
de eleição, depender diretamente da Santa
Sé, tornava a Companhia de Jesus como uma
espécie de exército religioso ao serviço do Papa.
19. 3. Um Concílio consiste numa reunião geral dos
representantes máximos da Igreja Católica. No
caso do Concílio deTrento, presidido pelo Papa
Paulo III, este iniciou-se em 1545 na cidade
italiana deTrento, e teve como objetivo
encontrar respostas para os problemas
colocados pelos protestantes e pelos
humanistas. Das conclusões saídas do Concílio
deTrento destaca-se a centralização de poderes
no Papa que passa a ser considerado como
"Pastor Universal da Igreja" sendo-lhe atribuída
toda a supremacia em matéria de dogmas e de
disciplina.
20. 4. A Inquisição foi um tribunal eclesiástico
criado na Idade Média para combater as
heresias e vigiar os judeus e muçulmanos
convertidos ao criatianismo. No século XVI a
Inquisição foi restaurada em diversos países
do Sul da Europa, entre os quais
Portugal, para perseguir e
condenar, em autos-de-fé todos os que se
manifestassem a favor do Luteranismo ou de
algumas ideias defendidas pelos humanistas
21. Conclusão:
Portanto, tanto as influências de pensadores
como Agostinho, os movimentos que
aconteceram dos séculos XII ao XVI, e o
estopim, liderado por Lutero, resultou em
reformas profundas na igreja católica como
também no campo econômico e político.