Este documento fornece diretrizes sobre o uso de antibióticos no tratamento de infecções. Ele discute a importância de culturas e antibiogramas antes de iniciar a antibioticoterapia, a seleção empírica baseada no local da infecção e histórico do paciente, e contraindicações como alergias a penicilinas. Também aborda fatores como função renal e hepática na escolha do antibiótico.
2. • Todo esforço deve ser feito para se obterem
amostras para cultura e antibiograma antes de
se iniciar antibioticoterapia.
• Antibioticoterapia empírica deve ser baseada
no conhecimento da patógenos prováveis para
o local da infecção, de informações do
histórico do paciente (por exemplo:
internações recentes, viagens e animais de
estimação), e susceptibilidade local.
3. • Pacientes com reações de hipersensibilidade
do tipo I (ou seja, anafilaxia) a penicilinas não
devem receber cefalosporinas. Alternativas às
cefalosporinas incluem aztreonam,
quinolonas, sulfonamida/trimetoprim ou
vancomicina, com base no tipo de cobertura
indicado.
4. • A depuração da creatinina deve ser estimada
para cada paciente e o intervalo de doses do
antibiótico ajustado em conformidade.
• A função hepática deve ser considerada para
drogas biotransformadas pelo sistema
hepatobiliar, como clindamicina, eritromicina,
e metronidazol.
5. • Associações de antibióticos podem ser
indicadas em multi-infecções (por exemplo,
intra-abdominais ou ginecológicas), para
produzir sinergismo (como β-lactamicos +
aminoglicosídeos em infecções por
Pseudomonas aeruginosa), ou para
prevenir/retardar o aparecimento de
resistência.
6. • Antibióticos com pequenos espectros de ação
devem ser preferidos, para se evitar
resistência precoce e superinfecção.
• As vias de administração devem ser avaliadas
diariamente, e a conversão de IV à terapia oral
deve ser indicada quando houver melhora
clínica em pacientes com trato gastrointestinal
funcionante (exceções são endocardite e
infecções no SNC).
7. • Todos os doentes tratados com antibióticos
devem ser monitorados clinicamente, para se
verificarem a resolução de sinais e sintomas
(por exemplo, diminuição da temperatura e da
contagem de células brancas do sangue) e
eventos adversos.
8. • Pacientes que não respondem clinicamente a um
tratamento antibiótico em 2 - 3 dias devem ser
reavaliados para assegurar:
a. Diagnóstico correto
b. Que as concentrações terapêuticas do fármaco
estejam sendo alcançadas
c. Que o paciente não esteja
imunodeprimido/suprimido
d. Que o paciente não tenha uma infecção inacessível
ao fármaco (isto é, com presença de abcesso ou corpo
estranho)
e. Que não se tenha desenvolvido resistência.
9. • A maioria dos médicos geralmente segue uma
sistemática para selecionar um regime
antimicrobiano.
• Os problemas surgem quando esta abordagem
sistemática é substituída por uma terapia de
amplo espectro, para cobrir o maior número
possível de organismos.
10.
11. • Consequências de não se usar a abordagem
sistemática:
- Risco maior de se usarem drogas mais caras e
potencialmente tóxicas.
-Risco maior de resistência generalizada/precoce
e de superinfecções difíceis de tratar.
-Administração de antibióticos sem necessidade,
como em condições clínicas auto-limitadas que têm
maior probabilidade de terem origem viral (por
exemplo o resfriado comum).
12. • A seleção inicial da terapia antimicrobiana é quase sempre
empírica e anterior a documentação e identificação do
patógeno.
• Doenças infecciosas são geralmente agudas, e atrasos na
instituição da terapia antimicrobiana podem resultar em
morbidade grave ou até mesmo mortalidade.
• A seleção empírica da terapia antimicrobiana deve basear-
se em informações recolhidas a partir do histórico do
paciente, no exame físico e nos resultados da coloração de
Gram ou de testes rápidos realizados em amostras do local
infectado. Esta informação, combinada com o
conhecimento do(s) patógeno (s) mais provável (prováveis)
deve resultar em uma seleção racional de antibióticos para
cada caso.
13. • Febre, dor.
• Contagem de leucócitos aumentada: infecções
bacterianas costumam cursar com aumento
de granulócitos. Checar neutropenia.
• Sinais locais: T.E.L., secreção purulenta, tosse
com expectoração de pus.
• Cultura.
14. • Achados clínicos + evidências + características
locais (hospital, endemias, epidemias)
• Tabelas de drogas de primeira escolha
(diretrizes)
15. • FATORES LIGADOS AO HOSPEDEIRO: idade,
gravidez, alergias, disfunções de órgãos,
variabilidade genética/metabólica, interações
medicamentosas, doenças concomitantes
16.
17. • Fatores ligados à droga: cinética, dinâmica, via
de administração, penetração nos tecidos
infectados, toxicidade, efeitos adversos,
avaliação risco/benefício.
18. • Aumentar a cobertura em multi-infecções
• Obter sinergismo
• Prevenir resistência
Mecanismos diferentes de ação, menor espectro
possível, efeitos advesos emsistemas diferentes
19. • Maior custo, maior risco de toxicidade (nefrotoxicidade
com aminoglicosídeos, anfotericina, e, possivelmente,
vancomicina), superinfecção com bactérias multi resistentes.
• Efeitos antagonicos. Clinicamente, o efeito de antagonismo
pode ser evidente quando uma droga induz a produção de β-
lactamase e a outra é β-lactamase sensível. Cefoxitina e
imipenem são exemplos de drogas capazes de induzir beta-
lactamases e podem acarretar a rápida inativação de
penicilinas quando utilizados em conjunto.
20. • Suspender a terapia presuntiva, exceto para
anaeróbios, assim que os resultados das
culturas e dos antibiogramas estejam
disponíveis e instituir a terapia específica.
• Verificar se há melhora clínica.
• Checar contagem de leucócitos e raios X, se
necessário. Algumas drogas exigem
monitorização das concentrações plasmáticas.
• Reavaliar as vias de administração.
21.
22. • Relacionados à seleção da droga: droga
inadequada, via inadequada, dosagem
inadequada. Má absorção, penetração
incompleta, metabolização e/ou excreção
alteradas por doenças concomitantes e/ou
interações medicamentosas. Superinfecção
por atuação de antibióticos de amplo espectro
sobre a flora normal.
23. • Relacionados ao hospedeiro:
imunossuprimidos, neutropenicos, não
realização de drenagem cirúrgica de abcessos
ou não retirada cirúrgica de tecido necrótico
e/ou corpos estranhos quando indicadas.
• Relacionado ao microorganismo: resistência
24. • Alteração predeterminada, a intervalos regulares
de tempo, na farmacoterapia antimicrobiana
recomendada para o tratamento empírico de
uma infecção específica. Também denominada
rotação de antimicrobianos.
• Reduz ou previne a resistência antimicrobiana.
• Ciclagem proativa: modificação planejada para
antecipar e prevenir a resistencia.
• Ciclagem reativa: resposta à resistência; muitas
vezes é feita uma única vez. A maioria dos
programas incorpora ambos os tipos de ciclagem.
25. • Implica retorno à farmacoterapia inicial depois
de se fazer um determinado número de
mudanças
• A ciclagem se baseia em 2 premissas:
a. A resistência é causada pelo uso excessivo de
um agente ou classe particular ou classe
b. A interrupção do agente ou classe irá
restaurar a susceptibilidade do patógeno
26. • Evidências mostram sua utilidade no combate
a patógenos nosocomiais Gram -, que tendem
a desenvolver resistência precoce.
• A ciclagem deve ser feita alternando-se drogas
ou classes de forma que os mecanismos de
desenvolvimento de resistência associados a
cada uma delas não se sobreponham.