2. A Alemanha, assim como o Japão e o Canadá,
são países de industrialização tardia.
Isso significa que passaram pelo processo de
mecanização a partir de 1850, a altura da
Segunda Revolução Industrial.
3. Indicadores Socioeconômicos de Países Selecionados
Países Alemanha EUA Brasil
PIB (US$ tri)
1º Setor
2º Setor
3º Setor
3,317 (4º)
1%
30%
60%
13,751 (1º)
1%
22%
77%
2,396 (7º)
5,5%
28,7%
65,8%
Crescimento do
PIB (Período 2000-
2007)
1% 2,6%
Não Encontrado
3,3% (00-09)
População 82 milhões 302 milhões 194 milhões
Renda per capta US$ 38.990 US$ 46.040 US$ 19.016
Número de
Grandes Empresas
39 26 8
4. A Alemanha, antes da metade do séc. XIX, era
uma imensa colcha de retalhos, composta
por pequenos estados feudais divididos em
zonas de influência prussiana e austríaca.
O processo de unificação já começavam em
1834 com o Zollverein, que derrubava as
barreiras aduaneiras, estimulando o comércio
e a indústria nascente.
5. O território alemão também era rico tanto
em carvão como em ferro e petróleo, e,
apesar de não ter passado por uma revolução
liberal, o chanceler Otto von Bismark forjou
uma importante aliança entre os industriais e
a alta nobreza prussianos, otimizando os
processos político-econômicos.
6. As primeiras indústrias alemãs se instalaram
na região da foz do rio Ruhr, que deságua do
rio Reno (mais especificamente, entre
Düsseldorf e Essen).
Isso se dá devido a ampla presença de hulha
no vale do rio Ruhr e de que o rio Reno foi,
desde a Idade Média, passagem entre a Itália
e a Holanda, favorecendo o escoamento,
além da condição financeira dos nobres da
região também ser favorável.
7. Com o fim do processo de unificação, o
Império Alemão tinha um terreno fértil para a
indústria.
À época da Primeira Guerra Mundial, o país
era o maior produtor de ferro do mundo,
tinha um dos maiores PIBs e era a economia
que mais crescia.
8. O Tratado de Versalhes impôs pesados
espólios de guerra sobre a Alemanha, que já
havia sido devastada pelo conflito.
Foram indenizações, perdas de territórios
produtores de carvão e mercados e sanções
militares.
Logo após a guerra, ocorreu a Revolução de
Novembro, que derrubou o Kaiser e quase
instaurou um regime socialista no país.
9.
10.
11. Os primeiros períodos da “República de
Weimar” foram tumultuados.
O país não tinha como pagar as indenizações.
Como resultado, a Bélgica e a França
ocuparam o vale do rio Ruhr em 1923.
As fábricas que ali se concentravam
resistiram entrando em greve. A ocupação
terminou um ano depois.
12. Ao decorrer da década, a dívida alemã com a
Entente foi gradualmente sendo paga ou
perdoada.
Em 1929, a Alemanha já estava plenamente
recuperada e vivia uma época de intenso
desenvolvimento cultural, especialmente no
cinema, que viveu sua época de ouro entre
1925 e 1929.
13. A economia da Alemanha da época era
baseada em dois fatores: a indústria de base
e a exportação.
A crise de 1929 cessou a importação da maior
parte dos países, impactando fortemente a
indústria germânica.
A situação só pôde ser contornada com a
eleição de Hitler para chanceler em 1933.
14. Hitler solucionou o problema da economia
alemã fortalecendo a outra grande indústria
do país, o ferro, remilitarizando a Alemanha,
aquilo que convinha com suas ambições
megalomaníacas.
O investimento em indústria militar não
podia parar, então os nazistas faziam
demandas após demandas, garantindo que
sempre houvesse mercado para as armas
produzidas.
15. A Alemanha fora destruída na Segunda
Guerra tanto quanto fora na Primeira.
No entanto agora três fatores diferenciam o
pós-Primeira e o pós-Segunda Guerra: o
Tratado de Potsdam não previa indenizações;
o Plano Marshall não permitiu a bancarrota
dos cofres do país; e a Alemanha foi dividida
em zonas de ocupação, que foram sucedidas
pela divisão entre RFA e RDA.
16.
17.
18. A partir do fim da Segunda Guerra, a
Alemanha fora dividida em República Federal
Alemã (Ocidental) e República Democrática
Alemã (Oriental).
As duas “metades” passaram por processos
muito distintos, visto que a Oriental era
comunista sobre a influência da URSS e a
Ocidental era capitalista e alinhada aos EUA.
19. Na Alemanha Ocidental adotou-se um
modelo liberalista, inédito na economia
alemã, que sempre contou com forte
intervenção governamental.
O lado oeste, em consonância com as outras
nações capitalistas europeias, estruturou o
chamado Estado de Bem-Estar Social.
20. A Alemanha Ocidental também foi capaz de
se estruturar sob um sistema mais
competitivo e dinâmico.
Isso, somado ao Plano Marshall e a CEE
(embrião da EU), permitiu uma reconstrução
muito rápida: já na década de 1950 voltava a
crescer e, em 1973, era a quarta maior
economia do mundo, com um PIB de US$ 944
bilhões.
21. Quase que o completamente oposto, a
República Democrática Alemã tornou-se uma
ditadura de partido único, comunista,
economia de modelo planificado com todos
os meios de produção na mão do Estado.
A produtividade crescia muito lentamente e o
parque industrial ficava a cada dia mais
defasado, o que piorava ainda mais a
situação.
22. Com a produção baixa e arcaica, além de um
mercado controlado, os salários eram baixos
se comparados aos padrões ocidentais.
Apesar de se tratar de uma nação
comunista, os serviços públicos eram
melhores e mais eficientes do outro lado do
Muro.
A confluência desses fatores causava um
abismo entre a vida no Leste e no
Oeste, levando centenas a fugirem.
23. As indústrias foram reconstituídas
praticamente nos mesmos locais que
ocupavam pré-Guerra.
O vale do rio Reno continua sendo uma das
maiores zonas industriais da Alemanha e do
planeta.
Os alemães continuam detendo uma das
maiores produções siderúrgicas do mundo.
24. Também são importantes a indústria
automobilística (Volkswagen, Wolfsburg),
petrolífera (norte), naval (Hamburgo),
eletroeletrônica e aeronáutica (Munique).
A Alemanha também era, até 2008, o maior
exportador do mundo. É também a nação
europeia menos afetada durante a crise
daquele ano.
25. Como já foi dito antes, o parque industrial
oriental era improdutivo e defasado. O PIB
Ocidental era 4 vezes maior que o Oriental.
Por isso, logo após a reunificação, muitas
empresas fecharam as portas ou foram
vendidas pelo governo.
As que sobreviveram a concorrência
ocidental tiveram que demitir milhares de
pessoas, agravando muito os problemas
sociais do Leste.
26. No entanto, depois de grande intervenção do
governo, o Leste já não carrega mais as
marcas dos anos comunistas, e prevê-se que,
até 2020, as duas Alemanhas estejam em
completa paridade econômico-social.