DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Benavente
1. Benavente está junto ao rio Sorraia que é um afluente do Tejo. É um concelho do distrito de Santarém e, aqui, estamos em pleno Ribatejo. Vamos à descoberta de Benavente Hoje vamos descobrir Benavente, aprender coisas sobre a nossa terra, a sua história, as suas gentes... BENAVENTE Fica ali!
2. Benavente surgiu numa época em que o nosso país estava ainda em formação. E os reis ou os senhores para ajudar a povoar novas terras, davam a essas terras um documento muito importante que eram as Cartas de Foral . Nas Cartas de Foral encontramos os deveres, os direitos e as obrigações das pessoas para que pudessem viver nessa terra, que se passava a chamar concelho. O Foral de Benavente foi dado por Pelágio, Mestre da Ordem Militar de Évora, em 25 de Março de 1200 e foi confirmado pelo Rei D.Sancho I. Benavente foi o segundo concelho criado na margem esquerda do rio Tejo. O quê? Já tem mais de 800 anos.
3. Em 1200,Benavente era ainda uma terra muito pequena, mas já tinha umas casas da Câmara, uma igreja e muitas casas.
4. Ao longo do tempo, Benavente cresceu muito e foram tantas as coisas que mudaram. Anda daí vamos à descoberta! Património Traje Gastronomia Cultura
5. Samora Correia Santo Estevão Barrosa Benavente O concelho de Benavente tem quatro freguesias
6. Bandeira do concelho A bandeira é um símbolo do poder local. O concelho de Benavente tem uma bandeira em verde e prateado e um brasão com as armas do concelho. Cruz de Avis Peias ou travas do gado 4 torres Bandeira
7. Aqui, os produtos são muito variados. Na lezíria temos o trigo , o milho , o girassol e o tomate . Também a criação do gado é um recurso muito importante. Na várzea o arroz Na charneca os sobreiros .
8. Vamos conhecer o património construído da vila: Estamos aqui, no Museu! Pelourinho Câmara Cruzeiro do Calvário Igreja da Misericórdia
9. P e l o u r i n h o O pelourinho foi construído no século XVI. Era um símbolo da justiça no concelho. Nos pelourinhos eram aplicadas as penas aos criminosos. Os castigos eram feitos em frente a toda a gente para que servissem de exemplo.
10. Cruzeiro do Calvário O Cruzeiro do Calvário foi construído no século XVII, por uma irmandade religiosa que existia na vila chamada Irmãos dos Santos Passos. Deste sítio temos uma excelente vista sobre a lezíria. Chegamos a avistar Santarém!
11. O edifício da Câmara foi construído no ano de 1876. Neste edifício funcionava também o tribunal, as finanças e a cadeia. Edifício da Câmara Primeiras casas da Câmara Segundas casas da Câmara
12. A Igreja da Misericórdia, foi construída no século XIII e, junto a ela, existia também o hospital. O seu interior está revestido com azulejos que pertenceram ao Convento de Jenicó. Antigamente, os hospitais eram religiosos e encarados como obras de caridade. Igreja da Misericórdia Painel de azulejos Vindos do Convento de Jenicó
13. Em 1909 um terramoto muito violento arrasou a vila de Benavente. Foi um dia muito triste, morreram pessoas, caíram muitas casas, igrejas e a primeira igreja de Benavente também ruiu. Deve ter sido assustador... Antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça
14. O património são todas as coisas naturais ou produzidas pelo homem ao longo do tempo, que fazem a nossa história. Por isso, o património cultural e natural deve ser conhecido e conservado, senão ficamos sem história. Por exemplo, o Museu guarda, conserva, estuda e mostra património. Quando visitas o Museu estás a conhecer mais um bocadinho de ti próprio, da tua terra e das pessoas que aqui viveram. Bem!... Deixa-me ver o que é o património...
15. Os ofícios tradicionais são profissões, que ainda existem hoje, mas com outro tipo de ferramentas. As ferramentas que agora são utilizadas já não são manuais, são máquinas que ajudam a fazer o trabalho mais depressa. Ofícios Tradicionais Sapateiro Calceteiro Ferreiro Moleiro Calafate Tanoeiro Barbeiro Costureira Existem vários tipos de ofícios tradicionais: Então... e o ferrador?
16. O ferrador ferra as animais (os cavalos e os bois), com as ferraduras que ele próprio faz. Sapatos de ferro? Coitado do cavalo!
17. Traje tradicional Trabalho Festa Trabalho Festa Traje feminino As mulheres vestiam saia rodada, avental, casaco, canos (protecção para as pernas) e lenço na cabeça; quando estava frio cobriam-se com um xaile. Nos dias de festa os fatos eram mais ricos e não usavam avental. Traje masculino O traje do homem variava entre os campinos e os trabalhadores rurais. O trabalhador rural vestia calça de polaina (a calça à frente tapava a bota ), colete, camisa, barrete preto, cinta e meias de algodão. O campino no traje de festa usa calção, colete, camisa, cinta vermelha, barrete verde e meias de pinha.
18. G a s t r o n o m i a Pratos tradicionais Bolo podre Arroz doce Bolo gungunhana Velhoses Velhoses Açorda de sável Bucho e tripas assadas Arroz de feijocas Torricado Açorda de sável
19. Jogos tradicionais Os jogos tradicionais eram actividades de rua e ocupavam o tempo livre tanto de crianças como de adultos. Oh! Que engraçado Jogo do Sarrabulho Jogo das cavalhadas Jogo das 3 pedrinhas
20. Jogo das cavalhadas Suspende-se de uma corda esticada entre dois postes ou árvores, uma bilha de barro contendo brindes ou enganos, por exemplo um frango, chouriço, água, areia, rebuçados, etc. Cada participante montado num burro, tenta em andamento, partir a bilha com um pau ou um cacete; a corda é abanada Por outros participantes de modo a dificultar a acção do que está em prova.
21. Sarampo A criança era envolvida numa saia de baeta ou em flanela vermelha para sair o sarampo. Tosse convulsa Ranho de caracoletas fervido com açucar e passado por um pano Dores de barriga Esfregava-se a barriga com azeite morno. Medicina Popular As idas ao doutor eram escassas e apenas em último caso, pelo que se resolviam os problemas de saúde em casa com “ mézinhas ”. O quê? Aquelas coisas curam?
22. L e n d a s Uma senhora andava a amamentar o seu bébé mas este cada vez mirrava mais. Certa noite de luar, enquanto dava mama ao filho, viu que quem mamava no seu peito não era o seu bébé mas sim uma cobra. E esta para que a criança não chorasse punha-lhe na boca a ponta do rabo. Que medo!!! Lenda da Cobra Pintura de Fernanda Birrento
24. Inicia-se logo de manhã com desfile de campinos, picaria, condução de jogos de cabrestos e largadas de touros. À noite há vinho, pão e sardinha assada para todos e isso atrai milhares de pessoas. A 1ª Festa foi em 28.6.1969 e continua a realizar-se no último fim de semana do mês de Junho. A Sardinha Assada é a Festa da Amizade Que grande touro!!!!...
25. O dia de Nª Srª da Paz comemora-se a 24 de Janeiro, mas a Festa, conhecida por Festa Grande, é no Verão. Nessa altura, são nomeados os festeiros (um secretário, um juíz, um tesoureiro e uma juíza) , e a entrega da bandeira aos novos juízes é um acontecimento importante. No mês de Janeiro há também uma pequena festa a que o povo chama de Festa Pequena. Festa de Nossa Senhora de Paz
26. A Feira de Benavente realizava-se no século XVI junto ao Convento de Jenicó. Mais tarde passou para o Largo do Chaveiro. A Feira sempre se realizou no mês de Setembro. Antigamente era na feira que as pessoas compravam as roupas e todos os objectos que usavam em casa. Uma ida à feira era uma grande festa e todos esperavam o mês de Setembro com grande ansiedade. Hoje, a Feira de Benavente é muito mais pequena mas ainda atrai alguns feirantes, carrosséis e outros divertimentos. Durante estes dias decorre também um festival de gastronomia. F eira de B enavente
27. A Quinta Feira da Ascensão é o nosso feriado municipal . Este é um dia de festa porque representa a abundância de pão. Neste dia é tradição passar o dia no campo e apanhar a espiga: A Quinta Feira da Ascensão comemora-se em todo o concelho em particular em São Brás. Quinta Feira da Ascensão Dia da Espiga Trigo - pão Oliveira - paz Flores campestres – papoilas e malmequeres A espiga guarda-se em casa para dar sorte e dinheiro o ano inteiro.
28. Todas as pessoas foram e são muito importantes para o desenvolvimento de Benavente, mas encontramos alguns que se destacaram. Gentes da nossa terra
29. Duarte Lopes Duarte Lopes foi viajante, mercador e embaixador. Natural de Benavente a sua família era judaica. Em Abril de 1578 embarcou numa nau chamada de Santo António que era do seu tio e foi para o Reino do Congo, em África. Escreveu muito sobre essa região e daí surgiu uma obra muito importante que se chama “ Relação do Reino do Congo e das Terras Circunvizinhas ”.
30. Rui d’Azevedo Rui Pinto d’Azevedo filho de lavrador, nasceu em Benavente, em 1889. Foi para Lisboa para seguir os seus estudos e formou-se no Curso Superior de Letras tornando-se professor de liceu. Foi um grande investigador da história portuguesa e foi ele quem terminou a obra, iniciada pelo seu tio, “ Benavente Estudo Histórico-Descritivo”, considerada uma das melhores da sua época.
31. Foi médico em Benavente no final do início do século XX, que ajudou muito os pobres, fazendo consultas gratuitas e dando medicamentos. Á sua porta fazia-se a chamada Procissão do Chinelo , onde as pessoas necessitadas iam buscar esmolas. O Dr. Sousa Dias foi também Presidente da Câmara de Benavente. Dr. Sousa Dias Era mesmo bonzinho!
32. Joaquim Rodrigues ( Parracho ) Joaquim Parracho dedicou a sua vida a recolher objectos, histórias e memórias de Benavente que, pacientemente, foi guardando no sotão do mercado municipal de Benavente, onde desempenhava funções de fiscal. O Museu de Benavente existe graças a ele, porque recebeu toda a sua doação.