A Ericeira é uma vila situada a 45 km de Lisboa, a 18 km de Sintra e a 11 km de
Mafra e hoje um importante centro turístico.
Reza a lenda que o nome Ericeira (ouriceira) significa, na origem, "terra de
ouriços", devido aos numerosos ouriços do mar que abundavam nas suas praias.
É uma das zonas do litoral do país mais procuradas pelos veraneantes, não apenas
pelas suas características climáticas e alto teor de iodo das suas águas, mas também
pelo seu património monumental e gastronómico, sendo o principal atractivo a
grande variedade de peixes e de mariscos.
Vila muito antiga, a Ericeira foi, presumivelmente, local de
passagem e instalação dos fenícios.
O seu primeiro foral data de 1229.
Noutros tempos, foi habitada quase só por gente do mar, que
formou durante muitos séculos um grupo étnico-geográfico
denominado Jagoz, diferente dos restantes habitantes da região
Saloia.
Deve-se ao porto da Ericeira o desenvolvimento da vila, que teve a
sua época áurea no século XIX, sendo então considerado o
quarto mais importante do país, atrás dos de Lisboa, Porto e
Setúbal.
O embarque para o exílio da Família Real Portuguesa, episódio
que assinala o fim da Monarquia em Portugal, fará sempre do
porto da Ericeira um dos locais mais dramáticos da geografia do
Concelho de Mafra.
Mafra
Capela de Nª Srª da Boa Viagem
Capela de Nossa Senhora da
Boa Viagem
A capela, hoje mais conhecida
como de "Santo António”, situa-
se numa plataforma sobre a Praia
dos Pescadores, a norte da
Vila da Ericeira.
Pouco se sabe sobre a história
desta capela até ao século XVII,
mas alguns registos apontam-na
como contemporânea da Igreja
Paroquial de S. Pedro, portanto
anterior a 1446.
Traseiras da Capela -
- lado poente
Sabe-se que em 1609,
já era sede das Confrarias
de Nossa Senhora da Boa
Viagem dos Homens
do Mar.
Em 1645, passou a ser a
Capela de Nossa Senhora
da Boa Viagem.
Esta capela não servia apenas de local de culto, mas também de
“farol”, assinalando a entrada dos barcos no porto da “Praia dos
Pescadores”, servindo-se para isso do pequeno sino colocado
num nicho na parede do lado poente.
O episódio da fuga de D. Manuel II para o exílio, da Praia dos Pescadores,
na Ericeira, tornou-se num marco da história da vila no último século.
Eram cerca das 15 horas do dia 5 de Outubro de 1910 quando D. Manuel II,
então com 20 anos, acompanhado da mãe, a rainha D. Amélia e da avó, a
Rainha D. Maria Pia, vindos de Mafra, surgiram de automóvel na vila para
embarcarem no Iate D. Amélia, fugidos da revolução republicana
que estalara na véspera em Lisboa.
Júlio Ivo, Presidente da Câmara Municipal de Mafra no tempo de Sidónio Pais,
em 1928 inquiriu a população da vila e relatou os pormenores do que se
passou naquele dia na Ericeira do seguinte modo:
"(...) os automóveis pararam e apeou-se a família real (…). A afluência nas ribas
era imensa. Tudo silencioso, mas de muitos olhos corriam lágrimas (...) El-
Rei ia muito pálido, D. Amélia com ânimo, D. Maria Pia, acabrunhada (...)
Ainda as barcas não tinham atracado ao iate, apareceu na vila, vindo do lado
de Sintra, um automóvel com revolucionários civis, armados de carabinas e
munidos de bombas, que disseram ser para atirar para a praia se tivessem
chegado a tempo do embarque (...)".
Antes de iniciar o passeio por esta encantadora vila
piscatória, quero dizer que foi difícil encontrar
“lixo” no chão ou “obra”por fazer.
Os peões têm o seu espaço … as viaturas também.
Mas as preocupações com o Ambiente não se
limitam às normas de higiene e de socialização
habituais.
Vamos ver o que aconteceu:
“A Junta de Freguesia da Ericeira foi multada em sete mil euros por
utilizar óleos reciclados para mover os carros do lixo, em vez de comprar
combustíveis fósseis, pelo que o Estado se considera lesado, não
arrecadando este a percentagem de 50 por cento.”.
E a notícia esclarece:
“Segundo o autarca Joaquim Casado, a Junta recolhe óleo alimentar em
todos os estabelecimentos de restauração, hotéis e escolas tendo
criado "oleões" de rua junto dos ecopontos”.
“(…) A Junta de Freguesia da Ericeira afirma que começou por entregar
todo o óleo usado recolhido porta-a-porta a uma empresa de
produção de biodiesel”.
"Com esse dinheiro comprámos fotocopiadoras para todas as escolas
do ensino básico e só mais tarde é que se avançou para a produção
própria de bio-combustível", o que permitiu ter já todas as viaturas da
Autarquia movidas a esse novo combustível gratuito,
disse Joaquim Casado”.
Um LITRO de óleo contamina cerca de 1 MILHÃO DE
LITROS de água (o equivalente ao consumo de uma
pessoa no período de 14 anos)!
A recolha desses resíduos de óleos alimentares impedia,
assim, que fossem parar aos cursos de água ou a uma
ETAR, na qual seria necessário despender milhares de
Euros para o seu tratamento.
Sete mil euros … foi a sanção para quem teve a ousadia de
“lesar” o Estado, preservando o Ambiente.
A actual Capela de Stª Marta,
situada a sul da vila da Ericeira,
foi erigida em 1760, no lugar da
antiga Ermida de Nª Srª da Saúde,
posteriormente Senhora
das Necessidades.
A Ermida, construída em 1484,
situava-se mais próximo do
mar, junto às "furnas", sendo
um local de devoção e ligada a
curas milagrosas da peste.
Em 1599, segundo a lenda, a
Venerada imagem de Nossa Senhora
das Necessidades foi levada, por um
casal de tecelões, para Lisboa, perto
de Alcântara e aí edificaram uma
ermida.
Esse "furto" foi atribuído ao facto
de a imagem ser considerada
milagrosa.
Mais tarde, no século XVIII, o rei
XVIII
D. João V, como prova de gratidão
V
a Nª Srª das Necessidades pelas
graças obtidas durante os
períodos de enfermidade de que
padecia, apropriou-se da capela e
das propriedades anexas e
mandou ampliar a ermida.
Construiu ainda um convento
que doou à Ordem de S. Filipe
Néri e um palácio para residir, o
Palácio das Necessidades.
Desde 1950 que o Palácio é a sede
do Ministério dos Negócios
Estrangeiros.
Esta “Travessa das Gaivotas”
conduz-nos directamente da
Rua Alves Crespo às arribas,
sobre o mar,
mas mais parece a
Travessa das Pombas!
MILTENBERG
AM
MAIN
Talvez aqui
more uma
família alemã!
Lembranças da
sua cidade …
FONTE DO CASINO
.
Esta fonte, inaugurada em 1926, exibe um painel de azulejos,
no qual está representado um tritão que numa das mãos
segura um ouriço-do-mar e na outra segura um búzio.
O ouriço-do-mar constitui uma alusão à Ericeira ; o búzio foi, no
passado, um fiel companheiro dos marinheiros durante a faina
da pesca, tendo servido como instrumento sonoro de aviso.
“Casa dos Ouriços” – Pastelaria que fabrica
um doce regional da Ericeira: os “Ouriços”.