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EDITORES:
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
 luizferreira1937@gmail.com)
             1937@gmail
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jefcdias@gmail.com)
                jefcdias@gmail.com)

Edição 337 – ANO VII                                            Nº 44 – 22 de junho de 2011

                            OS TRÊS SANTOS DE JUNHO
                                   Reginaldo Guimarães
Conjuntamente com a devoção religiosa,           restava dos musculosos troncos, os rapazes e
recebemos dos portugueses também a               as moças brincavam de "pular fogueira". E os
tradição popular dos três santos do mês de       namorados, para que os santos os protegessem,
junho: Santo Antônio, São João e São Pedro.      facilitando-lhes o casamento, saltavam de mãos
E até o princípio deste século nenhuma festa     dadas. E os mais velhos assavam milho verde e
religiosa de caráter folclórico, a não ser o     batata-doce no braseiro.
Natal e a noite de Reis, capitalizava uma        As janelas, que raramente eram abertas nos
riqueza de motivos igual àquelas de junho.       dias comuns, nessas noites ficavam
Infelizmente, com o ritmo dos novos costumes,    escancaradas, com as crianças debruçadas
essa tradição foi-se empobrecendo, sobretudo     soltando pistolas e traques, a gritar:
nas grandes cidades que substituíram a           — Acorda, João
fogueira, os balões e os fogos pelos bailes de   O céu ficava coalhado de balões. Cada
gala ou à caipira.                               família procurava superar o vizinho, numa
Contudo as cidadezinhas do interior              prodigalidade de novo rico. O trabalho quase
conservaram        ponderável     parte    das   em segredo de meses atrás aparecia de
brincadeiras de antanho.                         repente. E várias vozes exclamavam,
Antigamente, nas cidades do Nordeste, área       apontando os balões, enquanto o rojão
cultural que conservou mais nítida a cultura     riscava os ares:
lusitana,    armavam-se       fogueiras   com    — O malhado ganhou este ano! Que beleza
volumosos toros de madeira, acesas ao            de balão-de-barquinha!
anoitecer da véspera de Santo Antônio, São       Uma culinária típica enfeitava a mesa da sala
João e São Pedro. E nessa ocasião, o             de jantar. Nela predominava o milho verde,
arrumador da lenha tinha cuidado para que os     que para ser colhido nesse tempo plantara-se
grossos troncos, depois de parcialmente          no dia de São José.
consumidos, não tombassem para o lado da
                                                 Além do milho, apareciam o coco, a canela, o
residência. Em caso contrário, morreria
                                                 cravo, o mungunzá, a carimã, a tapioca, o
alguém da família muito em breve.
                                                 amendoim, o arroz. E de todos esses
Na Bahia havia ruas, como a da Saúde e a do      ingredientes pontilhava, em todas as mesas, por
Jogo Carneiro e centenas, do mesmo jeito,        mais pobre que fosse, a gostosíssima canjica de
que não mediam mais do que dez metros de         milho verde espraiando-se nas fôrmas mais
largura, não deixando os moradores de            graciosas e depois cortada em fatias triangulares
empilhar a sua fogueira. E não era raro ver-se   para alegria dos gourmets acompanhada com
duas moradias, frente a frente, disputarem o     licor de jenipapo, maduro ou aluá.
maior volume de fogo.                            Não se desprezava também a pamonha de
Depois que o fogaréu diminuía a intensidade      carimã ou de milho, o arroz-doce, os
e um montão de cinza e pequenos braseiros
afamados bolos de receitas disputadas, o          Das moças casadas!
milho assado, o milho cozido, a batata-doce, o    Orvalhudas
mingau de tapioca.                                Orvalhudas
Dentro de casa ou no jardim, sentados em          Viva o rancho
cadeiras, moços e velhos puxavam a sorte,         Das moças viúvas!
comiam o amendoim e liam o versinho impresso
numa pequena tira de papel colorido. Outros
divertiam-se de "disparates" ou cantavam ao       Muito ao molde dos nossos avós, havia uma
violão. Eram noites de alegria popular.           moda que também cantavam na Bahia, um
Os estudantes, que moravam em repúblicas,         tanto irreverente, porém ingênua como toda
enviavam cartas com quadras chistosas             criação popular:
pedinchando canjicas e doces às famílias, e a     A ripinica
maioria delas atendiam, satisfeitas.              A ripinica
Embora ninguém deixasse de fazer a sua            É São João
canjica, todas as casas mandavam e                Vertendo na bica
recebiam pratos desse acepipe, comparando         Era a noite de São João a mais popular na
e orgulhando-se de ser a sua a melhor             Bahia, e a de Santo Antônio a que tinha
preparada.                                        ligações mais estreitas com a tradição
Nas festas íntimas cantavam-se músicas            católica. Tanto que, entre os festejos
anônimas. Recordo-me dessa cantiga que            praticamente     indispensáveis    ao     santo
ouvia nas noites de São João, em Salvador, e      português figurava a novena, não só rezada
que encontrei depois registrada por J. Leite de   nas igrejas como em muitas residências,
Vasconcelos em Portugal:                          acompanhada de coro e música.
                                                  São João representava o ponto culminante da
Orvalheiras                                       trindade, caindo um pouco com São Pedro.
Orvalheiras!                                      Bem perto vinha se aproximando uma data
Viva o rancho                                     tradicional, pomposamente louvada pelos
                                                  baianos, o Dois de Julho, a festa do Caboclo
Das moças solteiras!                              e da Independência.
Orvalhadas                                        (Guimarães, Reginaldo. "Os três santos de
Orvalhadas                                        junho". Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 15 de
Viva o rancho                                     junho de 1958, 3º caderno, p.7)

                                  NOITE DE SÃO JOÃO
                                    Maria Hilda de J. Alão
 Dêem a mão, batam o pé,            Na panela tem quentão,             Toca catira e baião,
Dancem o saruê e o calango,        Nhá Zica oferece pinhão,           Com tanta animação,
   O baião ou fandango               Tira do fogo no chão,           Que é eterno convidado
  Hoje é dia de São João.          Quase queimando a mão,            Pro “arraiá” de S. João.
  Moça prendada e bonita             A batata doce assada
  Faz complicada simpatia            Para dar à molecada.               Explode o rojão,
   Prende no laço de fita,                                               Risca o traque,
        Quer casar                     “Minduim torradim!”             Corre o busca-pé,
    E não ficar pra titia.            Grita “seu” Armandim.           Serpenteia a cobrinha
                                        Ih! Lá vem a Noca            No chão de terra batida.
  O povo dança a quadrilha             Oferecendo pipoca:
  Girando ao redor do fogo.          “tá quentim, “seu”moço              Soa o atabaque,
     A lua no céu brilha,        Di lençu vremeio nu pescoçu,           Lá vem a Ritinha,
    E na barraca de jogo                    Vai querê?                    Tão bonitinha,
   Crianças em alvoroço          Ocê num vai si arrenpendê!”             Vestida de noiva
   Jogam arcos num pino                                            Pra “casar” com o Bentinho.
  Para uma prenda ganhar.             O sanfoneiro Ticão              Eita! Lá vem o padre
                                      Não se cansa, não!            Com o copo de quentão,
Abençoa o par com uma mão              De Santo Antônio,               Cantando pra não ficar
 Com a outra ele entorna o           São João e São Pedro,                  enfadonha
         quentão.                    Brindemos aos santos               A noite de São João
                                     Com quentão, canjica e                       .
     E viva a festa junina                 pamonha,

                                   FESTAS JUNINAS
                             "A Quadrilha" - Origem Francesa
A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma       fenômeno popular e rural, também recebeu a
dança de salão francesa para quatro pares, a       influência do movimento nacionalista e da
"quadrille", em voga na França entre o início      sistematização dos costumes nacionais pelos
do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A       estudos folclóricos.
"quadrille" francesa, por sua parte, já era um     O nacionalismo folclórico marcou as ciências
desenvolvimento da "contredanse", popular          sociais no Brasil como na Europa entre os
nos meios aristocráticos franceses do século       começos do Romantismo e a Segunda Guerra
XVIII. A "contredanse" se desenvolveu a partir     Mundial. A quadrilha, como outras danças
de uma dança inglesa de origem campesina ,         brasileiras     tais    que    o  pastoril, foi
surgida provavelmente por volta do século          sistematizada e divulgada por associações
                                                   municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo
XIII, e que se popularizara em toda a Europa
                                                   também defendida por professores e
na primeira metade do século XVIII.                praticada por alunos em colégios e escolas,
                                                   na zona rural ou urbana, como sendo uma
                                                   expressão da cultura cabocla e da república
                                                   brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano
                                                   explica duma certa maneira o aspecto matuto
                                                   rígido e artificial da quadrilha.
                                                   No entanto, hoje em dia, essa artificialidade
                                                   rural é vista pelos foliões como uma atitude
                                                   lúdica, teatral e festiva, mais do que como a
                                                   expressão de um ideal folclórico, nacionalista
 Quadrilha Junina da Festa do São Pedro de         ou acadêmico qualquer. Seja como for, é
              Belém (Paraíba)                      correto afirmar que a quadrilha deve a sua
                                                   sobrevivência urbana na segunda metade do
A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o        século XX e o grande sucesso popular atual
interesse da classe média e das elites             aos cuidados meticulosos de associações e
portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo   clubes juninos da classe média e ao trabalho
que fosse a última moda de Paris (dos discursos    educativo de conservação e prática feito pelos
republicanos de Gambetta e Jules Ferry,            estabelecimentos do ensino primário e
passando pelas poesias de Victor Hugo e            secundário, mais do que à prática campesina
Théophile Gautier até a criação de uma academia    real, ainda que vivaz, porém quase sempre
de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah    desprezada pela cultura citadina.
Bernhardt até ao uso do cavanhaque).
                                                   Desde do século XIX e em contato com
Ao longo do século XIX, a quadrilha se             diferentes danças do país mais antigas, a
popularizou no Brasil e se fundiu com danças       quadrilha sofreu influências regionais, daí
brasileiras pré-existentes e teve subsequentes     surgindo muitas variantes:
evoluções (entre elas o aumento do número
                                                   • "Quadrilha Caipira" (São Paulo)
de pares e o abandono de passos e ritmos
franceses). Ainda que inicialmente adotada         • "Saruê", corruptela do termo francês
pela elite urbana brasileira, esta é uma dança         "soirée", (Brasil Central)
que teve o seu maior florescimento no Brasil       • "Baile Sifilítico" (Bahia)
rural (daí o vestuário campesino), e se tornou     • "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
uma dança própria dos festejos juninos,            • "Quadrilha" (Sergipe)
principalmente no Nordeste. A partir de então,     • "Quadrilha Matuta"
a quadrilha, nunca deixando de ser um
Hoje em dia, entre os instrumentos musicais        comunidades caboclas), executam diversas
que normalmente podem acompanhar a                 evoluções em pares de número variável. Em
quadrilha     encontram-se      o     acordeão     geral o par que abre o grupo é um "noivo" e
(acordeom), pandeiro, zabumba, violão,             uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar
triângulo e o cavaquinho. Não existe uma           um casamento fictício. Esse ritual matrimonial
música específica que seja própria a todas as      da quadrilha liga-a às festas de São João
regiões. A música é aquela comum aos bailes        européias que também celebram aspirações
de roça, em compasso binário ou de                 ou uniões matrimoniais. Esse aspecto
marchinha, que favorece o cadenciamento            matrimonial juntamente com a fogueira junina
das marcações.                                     constituem os dois elementos mais presentes
Em geral, para a prática da dança é importante a   nas diferentes festas de São João da Europa.
presença de um mestre "marcante" ou                Outras danças e canções
"marcador", pois é quem determina as               No Nordeste brasileiro, o forró assim como
figurações diversas que os dançadores devem        ritmos aparentados tais que o baião, o xote,o
desenvolver. Termos de origem francesa são         reizado, o samba-de-coco e as cantigas são
ainda utilizados por alguns mestres para           danças e canções típicas das festas juninas.e
cadenciar a dança.                                 algumas vezes musicas antigas de autores
Os participantes da quadrilha, vestidos de         famosos.
matuto ou à caipira, como se diz fora do           http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_junina
nordeste(indumentária que se convencionou
pelo folclorismo como sendo a das

                           O SÃO JOÃO DO MANOEL JOÃO
                                       Luiz Ferreira Silva
Manoel João possuía feições arianas,               esqueceu da sua missão e só voltou para
contrastando com a cor morena dos demais           casa três dias após o parto da sua filha mais
moradores        daquela   pequena       Cidade    nova. O pior, sem o “gás”.
alagoana, Coruripe, tingidos pelo sol              Vivia de fazer tamancos, principal calçado da
escaldante tropical e pelo sal iodado do mar       maioria da população apreciado por pobres e
do Pontal, oriundos da miscigenação de             ricos, em razão da excelência do produto. Era
raças, com forte prevalência cabocla.              um artesão de mão cheia! Passava o dia a
Além da sua diferenciação racial, era uma          recortar os diversos moldes, talhando-os em
figura distinta de todos, seja na maneira de       uma madeira especial, oriunda da mata
agir, de pensar, de ver as coisas, de se           atlântica, ao tempo em que contava lorotas e
divertir e de amar. Por isso, era admirado,        atendia, sempre com muita alegria, a sua
especialmente pela energia que emanava e           clientela e visitantes que se esbaldavam com
pela facilidade de se comunicar e, até,            o seu palavreado sutil, espirituoso e sem
conquistar as pessoas, notadamente as              agressão a quem quer seja.
mulheres. Amou muitas delas; deixou outras         Uma, dentre muitas características, era comer
na saudade e gerou muitos filhos.                  muito, ou melhor, exageradamente. Gostava
Não havia tempo ruim para ele. Vivia               das coisas boas e adorava queijo, que comia
intensamente o presente, sem se apegar ao          um quilo de uma assentada só, conforme
passado e, tampouco, se preocupar com o            presenciei. Empanturrava-se de feijão, farinha
futuro. O hoje era o mais importante para ele.     e charque, sem esquecer o toucinho,
Para      se    ter   uma    idéia    da    sua    terminando com meio quilo de goiabada.
irresponsabilidade ou vibração por festas e        Por tal vida desregrada, nos vários aspectos,
noitadas, conta-se que, aos primeiros              contraiu uma doença venérea, culminando por
sintomas do nascimento de sua filha                se acometer de uma incontinência urinária,
Margarida, mais que depressa foi comprar           que o levou a viver um bom tempo, e até os
querosene para iluminar as placas naquela          seus últimos dias, de saia - uma espécie de
noite fria de junho, na expectativa da chegada     saiote, que ele mesmo confeccionava. Pela
de mais um rebento.                                sua maneira de ser e respeito que impunha,
No caminho, atraído por uma dança de coco          era visto com certa normalidade e todo mundo
que se desenrolava na rua do cassaco,
absorvia aquele homão de olhos claros e pele     especiais” do Manuel João, que recebia o
rosada com traje feminino.                       assessoramento do Luiz ferreiro, assim chamado
O curioso era que, mesmo assim, mantinha         pela sua atividade, aliás, um exímio profissional.
sua condição de macho conquistador e muitas      Seu vizinho e amigo de muitos anos.
mulheres vieram morar com ele, o que era         A cada São João, inovações iam surgindo,
uma constância, pois nenhuma delas               dando lugar também aos bonecos articulados
demorava mais de uma semana. Dizia ele,          que, através de engrenagens, movimentavam
que também era palrador, que elas não            serras, casa de farinha, dançarinos, oriundas
agüentavam o seu fogo e, portanto, tiravam o     da criatividade do melhor ferreiro da região,
time do campo em pouco tempo de jogo.            logicamente incentivado pelo tamanqueiro.
Era fantástico ouvir as suas estórias. A sua     Em 1950, deixei a terra e não mais me avistei
casa, que também era o local de trabalho,        com o Manuel João, que faleceu poucos anos
vivia cheia de espectadores. Lembro-me, aos      depois, porém ficou guardada na minha “caixa
10 anos de idade, de uma platéia assídua,        preta” essa bonita recordação da minha
que incluía meu pai, cujos papos, na maioria     infância interiorana.
das vezes, eram impróprios para crianças e, a    Assim foi o meu primeiro herói: humilde,
contragosto, eu tinha que me retirar,            simples, de muita prosa, amigo, solidário;
justamente no melhor momento da conversa –       alegre, feliz, irresponsável em alguns
sobre as aventuras amorosas.                     momentos de sua vida e muito festeiro.
Entretanto, o mais marcante na memória de        Uma figura forte, de alto astral e que só pensava
todos, especialmente dos mais jovens, era        no presente, com a concepção de viver
seu espírito festeiro, sobretudo no período de   intensamente cada momento que dispunha.
São João. Aí, ele era o máximo: enfeitava a      Tinha, pois, uma filosofia de vida muito
rua, fazia uma fogueira de mais de dois          avançada para a época. Não precisava de muita
metros cúbicos, implantava um mastro e           coisa para ser feliz e ainda passava bons fluidos
passava toda noite bebericando e assando         para os outros, sem se aperceber e, tampouco,
milho, que era distribuído para os amigos e      por querer propositadamente, mas por emanar
admiradores, pois jamais foi mesquinho e         espontaneamente vibrações positivas.
nunca teve inimigo.                              Uma grande figura que, como todos aqueles
A apoteose da festa, eram os fogos e a famosa    que por aqui passam, para cumprir uma nobre
corrida de barquinhos, aviõezinhos e bonecos     missão, não morrem jamais! Pelo menos,
que, impulsionados por foguetes, deslocavam-se   para mim, ele continua presente, mesmo que
sobre um arame, a uns 2 metros de altura, numa   não seja nome de rua ou logradouro público
distância de 100 metros, deixando a todos        Senti isso quando passei pela atual Rua
extasiados com aqueles “efeitos especiais”,      Lindolfo Simões, em uma visita á Terra Natal,
únicos em toda redondeza.                        no meu retorno às origens, e visualizei o local
A rua do rosário toda se enfeitava e o povo se   onde era a sua casa, 60 anos depois.
aglomerava para assistir “aqueles efeitos

                            A PIADA DA SEMANA
              O mineiro observando o engenheiro com o teodolito.
"- Dotor, pra que serve esse treco aí?           - Ah não home. aqui quando a gente qué fazê
- É que vamos passar uma estrada por aqui.       uma istrada, a gente sorta um burro e vai
estou fazendo as medições.                       seguindo ele. Por onde o bicho passá, é o mió
- E precisa desse negocio pra fazê a estrada?    caminho pra se fazê a istrada
- Sim, precisa. por que, vocês não usam isso     - Ahh, que interessante. E se vocês não
pra fazer estradas não?                          tiverem o burro?
                                                 - Bão, dai a gente chama us engenhero..."


                                          oOo
                              Acessar: www.r2cpress.com.br

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Festas juninas: A origem da quadrilha

  • 1. AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS virtual. Pasquim informativo virtual. Opiniões, Opiniões, humor e mensagens. mensagens. EDITORES: EDITORES: Luiz Ferreira da Silva luizferreira1937@gmail.com) 1937@gmail (luizferreira1937@gmail.com) e Jefferson Dias (jefcdias@gmail.com) jefcdias@gmail.com) Edição 337 – ANO VII Nº 44 – 22 de junho de 2011 OS TRÊS SANTOS DE JUNHO Reginaldo Guimarães Conjuntamente com a devoção religiosa, restava dos musculosos troncos, os rapazes e recebemos dos portugueses também a as moças brincavam de "pular fogueira". E os tradição popular dos três santos do mês de namorados, para que os santos os protegessem, junho: Santo Antônio, São João e São Pedro. facilitando-lhes o casamento, saltavam de mãos E até o princípio deste século nenhuma festa dadas. E os mais velhos assavam milho verde e religiosa de caráter folclórico, a não ser o batata-doce no braseiro. Natal e a noite de Reis, capitalizava uma As janelas, que raramente eram abertas nos riqueza de motivos igual àquelas de junho. dias comuns, nessas noites ficavam Infelizmente, com o ritmo dos novos costumes, escancaradas, com as crianças debruçadas essa tradição foi-se empobrecendo, sobretudo soltando pistolas e traques, a gritar: nas grandes cidades que substituíram a — Acorda, João fogueira, os balões e os fogos pelos bailes de O céu ficava coalhado de balões. Cada gala ou à caipira. família procurava superar o vizinho, numa Contudo as cidadezinhas do interior prodigalidade de novo rico. O trabalho quase conservaram ponderável parte das em segredo de meses atrás aparecia de brincadeiras de antanho. repente. E várias vozes exclamavam, Antigamente, nas cidades do Nordeste, área apontando os balões, enquanto o rojão cultural que conservou mais nítida a cultura riscava os ares: lusitana, armavam-se fogueiras com — O malhado ganhou este ano! Que beleza volumosos toros de madeira, acesas ao de balão-de-barquinha! anoitecer da véspera de Santo Antônio, São Uma culinária típica enfeitava a mesa da sala João e São Pedro. E nessa ocasião, o de jantar. Nela predominava o milho verde, arrumador da lenha tinha cuidado para que os que para ser colhido nesse tempo plantara-se grossos troncos, depois de parcialmente no dia de São José. consumidos, não tombassem para o lado da Além do milho, apareciam o coco, a canela, o residência. Em caso contrário, morreria cravo, o mungunzá, a carimã, a tapioca, o alguém da família muito em breve. amendoim, o arroz. E de todos esses Na Bahia havia ruas, como a da Saúde e a do ingredientes pontilhava, em todas as mesas, por Jogo Carneiro e centenas, do mesmo jeito, mais pobre que fosse, a gostosíssima canjica de que não mediam mais do que dez metros de milho verde espraiando-se nas fôrmas mais largura, não deixando os moradores de graciosas e depois cortada em fatias triangulares empilhar a sua fogueira. E não era raro ver-se para alegria dos gourmets acompanhada com duas moradias, frente a frente, disputarem o licor de jenipapo, maduro ou aluá. maior volume de fogo. Não se desprezava também a pamonha de Depois que o fogaréu diminuía a intensidade carimã ou de milho, o arroz-doce, os e um montão de cinza e pequenos braseiros
  • 2. afamados bolos de receitas disputadas, o Das moças casadas! milho assado, o milho cozido, a batata-doce, o Orvalhudas mingau de tapioca. Orvalhudas Dentro de casa ou no jardim, sentados em Viva o rancho cadeiras, moços e velhos puxavam a sorte, Das moças viúvas! comiam o amendoim e liam o versinho impresso numa pequena tira de papel colorido. Outros divertiam-se de "disparates" ou cantavam ao Muito ao molde dos nossos avós, havia uma violão. Eram noites de alegria popular. moda que também cantavam na Bahia, um Os estudantes, que moravam em repúblicas, tanto irreverente, porém ingênua como toda enviavam cartas com quadras chistosas criação popular: pedinchando canjicas e doces às famílias, e a A ripinica maioria delas atendiam, satisfeitas. A ripinica Embora ninguém deixasse de fazer a sua É São João canjica, todas as casas mandavam e Vertendo na bica recebiam pratos desse acepipe, comparando Era a noite de São João a mais popular na e orgulhando-se de ser a sua a melhor Bahia, e a de Santo Antônio a que tinha preparada. ligações mais estreitas com a tradição Nas festas íntimas cantavam-se músicas católica. Tanto que, entre os festejos anônimas. Recordo-me dessa cantiga que praticamente indispensáveis ao santo ouvia nas noites de São João, em Salvador, e português figurava a novena, não só rezada que encontrei depois registrada por J. Leite de nas igrejas como em muitas residências, Vasconcelos em Portugal: acompanhada de coro e música. São João representava o ponto culminante da Orvalheiras trindade, caindo um pouco com São Pedro. Orvalheiras! Bem perto vinha se aproximando uma data Viva o rancho tradicional, pomposamente louvada pelos baianos, o Dois de Julho, a festa do Caboclo Das moças solteiras! e da Independência. Orvalhadas (Guimarães, Reginaldo. "Os três santos de Orvalhadas junho". Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 15 de Viva o rancho junho de 1958, 3º caderno, p.7) NOITE DE SÃO JOÃO Maria Hilda de J. Alão Dêem a mão, batam o pé, Na panela tem quentão, Toca catira e baião, Dancem o saruê e o calango, Nhá Zica oferece pinhão, Com tanta animação, O baião ou fandango Tira do fogo no chão, Que é eterno convidado Hoje é dia de São João. Quase queimando a mão, Pro “arraiá” de S. João. Moça prendada e bonita A batata doce assada Faz complicada simpatia Para dar à molecada. Explode o rojão, Prende no laço de fita, Risca o traque, Quer casar “Minduim torradim!” Corre o busca-pé, E não ficar pra titia. Grita “seu” Armandim. Serpenteia a cobrinha Ih! Lá vem a Noca No chão de terra batida. O povo dança a quadrilha Oferecendo pipoca: Girando ao redor do fogo. “tá quentim, “seu”moço Soa o atabaque, A lua no céu brilha, Di lençu vremeio nu pescoçu, Lá vem a Ritinha, E na barraca de jogo Vai querê? Tão bonitinha, Crianças em alvoroço Ocê num vai si arrenpendê!” Vestida de noiva Jogam arcos num pino Pra “casar” com o Bentinho. Para uma prenda ganhar. O sanfoneiro Ticão Eita! Lá vem o padre Não se cansa, não! Com o copo de quentão,
  • 3. Abençoa o par com uma mão De Santo Antônio, Cantando pra não ficar Com a outra ele entorna o São João e São Pedro, enfadonha quentão. Brindemos aos santos A noite de São João Com quentão, canjica e . E viva a festa junina pamonha, FESTAS JUNINAS "A Quadrilha" - Origem Francesa A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma fenômeno popular e rural, também recebeu a dança de salão francesa para quatro pares, a influência do movimento nacionalista e da "quadrille", em voga na França entre o início sistematização dos costumes nacionais pelos do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A estudos folclóricos. "quadrille" francesa, por sua parte, já era um O nacionalismo folclórico marcou as ciências desenvolvimento da "contredanse", popular sociais no Brasil como na Europa entre os nos meios aristocráticos franceses do século começos do Romantismo e a Segunda Guerra XVIII. A "contredanse" se desenvolveu a partir Mundial. A quadrilha, como outras danças de uma dança inglesa de origem campesina , brasileiras tais que o pastoril, foi surgida provavelmente por volta do século sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo XIII, e que se popularizara em toda a Europa também defendida por professores e na primeira metade do século XVIII. praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha. No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista Quadrilha Junina da Festa do São Pedro de ou acadêmico qualquer. Seja como for, é Belém (Paraíba) correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o século XX e o grande sucesso popular atual interesse da classe média e das elites aos cuidados meticulosos de associações e portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo clubes juninos da classe média e ao trabalho que fosse a última moda de Paris (dos discursos educativo de conservação e prática feito pelos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, estabelecimentos do ensino primário e passando pelas poesias de Victor Hugo e secundário, mais do que à prática campesina Théophile Gautier até a criação de uma academia real, ainda que vivaz, porém quase sempre de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah desprezada pela cultura citadina. Bernhardt até ao uso do cavanhaque). Desde do século XIX e em contato com Ao longo do século XIX, a quadrilha se diferentes danças do país mais antigas, a popularizou no Brasil e se fundiu com danças quadrilha sofreu influências regionais, daí brasileiras pré-existentes e teve subsequentes surgindo muitas variantes: evoluções (entre elas o aumento do número • "Quadrilha Caipira" (São Paulo) de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada • "Saruê", corruptela do termo francês pela elite urbana brasileira, esta é uma dança "soirée", (Brasil Central) que teve o seu maior florescimento no Brasil • "Baile Sifilítico" (Bahia) rural (daí o vestuário campesino), e se tornou • "Mana-Chica" (Rio de Janeiro) uma dança própria dos festejos juninos, • "Quadrilha" (Sergipe) principalmente no Nordeste. A partir de então, • "Quadrilha Matuta" a quadrilha, nunca deixando de ser um
  • 4. Hoje em dia, entre os instrumentos musicais comunidades caboclas), executam diversas que normalmente podem acompanhar a evoluções em pares de número variável. Em quadrilha encontram-se o acordeão geral o par que abre o grupo é um "noivo" e (acordeom), pandeiro, zabumba, violão, uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar triângulo e o cavaquinho. Não existe uma um casamento fictício. Esse ritual matrimonial música específica que seja própria a todas as da quadrilha liga-a às festas de São João regiões. A música é aquela comum aos bailes européias que também celebram aspirações de roça, em compasso binário ou de ou uniões matrimoniais. Esse aspecto marchinha, que favorece o cadenciamento matrimonial juntamente com a fogueira junina das marcações. constituem os dois elementos mais presentes Em geral, para a prática da dança é importante a nas diferentes festas de São João da Europa. presença de um mestre "marcante" ou Outras danças e canções "marcador", pois é quem determina as No Nordeste brasileiro, o forró assim como figurações diversas que os dançadores devem ritmos aparentados tais que o baião, o xote,o desenvolver. Termos de origem francesa são reizado, o samba-de-coco e as cantigas são ainda utilizados por alguns mestres para danças e canções típicas das festas juninas.e cadenciar a dança. algumas vezes musicas antigas de autores Os participantes da quadrilha, vestidos de famosos. matuto ou à caipira, como se diz fora do http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_junina nordeste(indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das O SÃO JOÃO DO MANOEL JOÃO Luiz Ferreira Silva Manoel João possuía feições arianas, esqueceu da sua missão e só voltou para contrastando com a cor morena dos demais casa três dias após o parto da sua filha mais moradores daquela pequena Cidade nova. O pior, sem o “gás”. alagoana, Coruripe, tingidos pelo sol Vivia de fazer tamancos, principal calçado da escaldante tropical e pelo sal iodado do mar maioria da população apreciado por pobres e do Pontal, oriundos da miscigenação de ricos, em razão da excelência do produto. Era raças, com forte prevalência cabocla. um artesão de mão cheia! Passava o dia a Além da sua diferenciação racial, era uma recortar os diversos moldes, talhando-os em figura distinta de todos, seja na maneira de uma madeira especial, oriunda da mata agir, de pensar, de ver as coisas, de se atlântica, ao tempo em que contava lorotas e divertir e de amar. Por isso, era admirado, atendia, sempre com muita alegria, a sua especialmente pela energia que emanava e clientela e visitantes que se esbaldavam com pela facilidade de se comunicar e, até, o seu palavreado sutil, espirituoso e sem conquistar as pessoas, notadamente as agressão a quem quer seja. mulheres. Amou muitas delas; deixou outras Uma, dentre muitas características, era comer na saudade e gerou muitos filhos. muito, ou melhor, exageradamente. Gostava Não havia tempo ruim para ele. Vivia das coisas boas e adorava queijo, que comia intensamente o presente, sem se apegar ao um quilo de uma assentada só, conforme passado e, tampouco, se preocupar com o presenciei. Empanturrava-se de feijão, farinha futuro. O hoje era o mais importante para ele. e charque, sem esquecer o toucinho, Para se ter uma idéia da sua terminando com meio quilo de goiabada. irresponsabilidade ou vibração por festas e Por tal vida desregrada, nos vários aspectos, noitadas, conta-se que, aos primeiros contraiu uma doença venérea, culminando por sintomas do nascimento de sua filha se acometer de uma incontinência urinária, Margarida, mais que depressa foi comprar que o levou a viver um bom tempo, e até os querosene para iluminar as placas naquela seus últimos dias, de saia - uma espécie de noite fria de junho, na expectativa da chegada saiote, que ele mesmo confeccionava. Pela de mais um rebento. sua maneira de ser e respeito que impunha, No caminho, atraído por uma dança de coco era visto com certa normalidade e todo mundo que se desenrolava na rua do cassaco,
  • 5. absorvia aquele homão de olhos claros e pele especiais” do Manuel João, que recebia o rosada com traje feminino. assessoramento do Luiz ferreiro, assim chamado O curioso era que, mesmo assim, mantinha pela sua atividade, aliás, um exímio profissional. sua condição de macho conquistador e muitas Seu vizinho e amigo de muitos anos. mulheres vieram morar com ele, o que era A cada São João, inovações iam surgindo, uma constância, pois nenhuma delas dando lugar também aos bonecos articulados demorava mais de uma semana. Dizia ele, que, através de engrenagens, movimentavam que também era palrador, que elas não serras, casa de farinha, dançarinos, oriundas agüentavam o seu fogo e, portanto, tiravam o da criatividade do melhor ferreiro da região, time do campo em pouco tempo de jogo. logicamente incentivado pelo tamanqueiro. Era fantástico ouvir as suas estórias. A sua Em 1950, deixei a terra e não mais me avistei casa, que também era o local de trabalho, com o Manuel João, que faleceu poucos anos vivia cheia de espectadores. Lembro-me, aos depois, porém ficou guardada na minha “caixa 10 anos de idade, de uma platéia assídua, preta” essa bonita recordação da minha que incluía meu pai, cujos papos, na maioria infância interiorana. das vezes, eram impróprios para crianças e, a Assim foi o meu primeiro herói: humilde, contragosto, eu tinha que me retirar, simples, de muita prosa, amigo, solidário; justamente no melhor momento da conversa – alegre, feliz, irresponsável em alguns sobre as aventuras amorosas. momentos de sua vida e muito festeiro. Entretanto, o mais marcante na memória de Uma figura forte, de alto astral e que só pensava todos, especialmente dos mais jovens, era no presente, com a concepção de viver seu espírito festeiro, sobretudo no período de intensamente cada momento que dispunha. São João. Aí, ele era o máximo: enfeitava a Tinha, pois, uma filosofia de vida muito rua, fazia uma fogueira de mais de dois avançada para a época. Não precisava de muita metros cúbicos, implantava um mastro e coisa para ser feliz e ainda passava bons fluidos passava toda noite bebericando e assando para os outros, sem se aperceber e, tampouco, milho, que era distribuído para os amigos e por querer propositadamente, mas por emanar admiradores, pois jamais foi mesquinho e espontaneamente vibrações positivas. nunca teve inimigo. Uma grande figura que, como todos aqueles A apoteose da festa, eram os fogos e a famosa que por aqui passam, para cumprir uma nobre corrida de barquinhos, aviõezinhos e bonecos missão, não morrem jamais! Pelo menos, que, impulsionados por foguetes, deslocavam-se para mim, ele continua presente, mesmo que sobre um arame, a uns 2 metros de altura, numa não seja nome de rua ou logradouro público distância de 100 metros, deixando a todos Senti isso quando passei pela atual Rua extasiados com aqueles “efeitos especiais”, Lindolfo Simões, em uma visita á Terra Natal, únicos em toda redondeza. no meu retorno às origens, e visualizei o local A rua do rosário toda se enfeitava e o povo se onde era a sua casa, 60 anos depois. aglomerava para assistir “aqueles efeitos A PIADA DA SEMANA O mineiro observando o engenheiro com o teodolito. "- Dotor, pra que serve esse treco aí? - Ah não home. aqui quando a gente qué fazê - É que vamos passar uma estrada por aqui. uma istrada, a gente sorta um burro e vai estou fazendo as medições. seguindo ele. Por onde o bicho passá, é o mió - E precisa desse negocio pra fazê a estrada? caminho pra se fazê a istrada - Sim, precisa. por que, vocês não usam isso - Ahh, que interessante. E se vocês não pra fazer estradas não? tiverem o burro? - Bão, dai a gente chama us engenhero..." oOo Acessar: www.r2cpress.com.br