SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral
Maria Teresa Thomaz
Instituto de Física, UFF
Versão revisada em 10 de Julho de 2013
Digitação feita por: João Pedro Boechat Florencio.
1. Noção de Limites
Antes de discutirmos o conceito de limite, vamos rever o significado de uma
função de um dado parâmetro.
Note que a função é a forma que temos para relacionar dois números: o número
dado pelo parâmetro x e o número associado a x pela função f(x).
Seja um parâmetro que representamos por x. Associamos a esse parâmetro
um outro número que chamamos de f(x):
Vejamos um tipo de função que estamos acostumados a tratar no nosso dia-a-dia:
o ônibus 47 sai do ponto final, ao lado das barcas, às 7 horas. Às 7h10 o ônibus está na
Rua Passo da Pátria, às 7h20 o ônibus está passando em frente ao supermercado Pão de
Açúcar...
Neste exemplo, a cada instante de tempo associamos a posição em que o ônibus
se encontra. Criamos na verdade, uma função do tempo, que relaciona, em cada
instante, a posição em que o ônibus se encontra: x(t) e o instante de tempo t em que
isto ocorre. A Matemática nos permite mostrar essa correlação através de uma frase
com símbolos, que é muito mais curta de se escrever:
Consideremos agora, um exemplo simples, a função:
Através dessa relação matemática, estamos representando de forma mais
simples e compacta todo o conjunto de números:
x f(x)
-4 32
-1 2
0 0
2 8
5 50
Na verdade, o conjunto (x, f(x)) representa não só o conjunto de números acima,
mas qualquer número x que está no intervalo (-∞,∞) e o número f(x) associado a ele.
Uma forma diferente de se representar esses pontos é através de um gráfico:
Consideremos x = 2 e o valor da função f(x) para x=2:
Vejamos o que acontece quando consideramos valores de x próximos ao valor
x=2:
Vemos que à medida que a variável x se aproxima de número 2, a função f(x) se
aproxima do valor 8. Dizemos então que no limite em que x tende a 2, por valores
menores e maiores que 2, a função f(x) tende ao valor de f(2) = 8. Podemos reescrever
esta última frase através de símbolos matemáticos:
Em resumo, o limite de uma dada função f(x) é o valor para o qual ela se
aproxima à medida em que x se aproxima de um valor estipulado.
2. Noções de Derivadas
Para discutirmos a definição de derivada, necessitamos do conceito de limite
que discutimos na seção 1. A derivada corresponde a determinarmos o limite de uma
divisão bem definida.
Antes de discutirmos a derivada, relembramos algumas relações trigonométri -
cas. Seja um triângulo retângulo ABC, como desenhado a seguir:
x f(x)
1,9 7,22
1,99 7,9202
1,999 7,992002
1,9999 7,99920002
1,99999 7,99992
x f(x)
2,1 8,082
2,01 8,0802
2,001 8,0080002
2,0001 8,00080002
2,00001 8,00008
a: hipotenusa
As seguintes relações trigonométricas são escritas em termos dos lados de um
triângulo retângulo:
Lembrando que
Para fixarmos a ideia da definição de derivada, continuamos a considerar a
função:
Fixamos o ponto x = 2 para continuar a nossa discussão sobre a derivada desta
função. Definimos a derivada da função f(x) = 2x² no ponto x = 2 como sendo:
Note que à medida que x se aproxima de 2, a reta que liga os dois pontos em
que a reta corta a função: f(x) 2 x2
, se aproxima também à tangente da função f(x) no
ponto x = 2. Lembre-se que a tangente no ponto x é a reta que toca na curva f(x)
uma única vez e o ponto em que ela toca tem coordenadas (x, f(x)).
Vejamos numericamente qual o limite desta divisão no ponto x = 2. Temos:
x f (x)
3 18
2,5 12,5
2,1 8,82
2,01 8,0802
2,001 8,008002
2,00001 8,00008
2,000001 8,000008
Verificamos numericamente que:
Note que uma maneira diferente de escrever a expressão da derivada é notar que
se x tende a 2, x → 2, então isso quer dizer que podemos escrever:
e o pedacinho Δx tem que se aproximar de zero para que x se aproxime de 2. Então,
a expressão da derivada fica sendo:
Logo,
onde Δx é um valor muito pequeno, muito próximo de zero. O valor de Δx é MUITO
próximo de zero mas nunca é igual a zero.
Calculamos numericamente a derivada no ponto x = 2. Se quisermos calcular a
derivada em outro ponto x, por exemplo x = 5, será que temos que sempre fazer esta
análise numérica, ou temos uma outra maneira sistemática de realizar o cálculo da
derivada em qualquer ponto x?
Para ver isso, utilizamos a definição de derivada para a função f(x) = 2x² .
Então,
Mas,
Assim, para f(x) = 2x², temos que:
Logo, a derivada da função f(x) = 2x² em qualquer ponto x é:
Lembramos que a derivada no ponto x é igual ao valor da inclinação da reta
neste ponto x.
Se considerarmos agora a função:
= 2
Qual o valor da derivada da função g(x) no ponto x que escolhemos? Usando a
definição de derivada,
temos então que:
Note que a derivada da função g(x) = 4x não depende do valor x que escolhemos
para calcular a derivada desta função. Isto porque a função g(x) é uma reta que se
confunde com a sua tangente em todos os pontos x.
Na verdade, a derivada de qualquer polinônio:
é,
como obtivemos anteriormente nos casos: n= 1 e n= 2.
Propriedades importantes de derivadas, cujas demonstrações deixamos
como exercícios:
1)
onde a é uma constante qualquer.
2)
onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer.
3)
onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer.
3. Noções de Integral
Consideramos a curva y = f(x) representada pelo gráfico abaixo,
Queremos calcular a área que fica compreendida abaixo dessa curva, y = f(x), e
o eixo horizontal e que está entre as retas verticais: x = a e x = b. Como fazer esse
cálculo?
Se não sabemos calcular a área abaixo da curva y = f(x), sabemos pelo menos
calcular a área de retângulos:
área do retângulo = f(xi) Δx
Se escolhemos um valor para Δx muito grande, a soma da área dos retângulos na
figura anterior é igual a:
é diferente da área sob a curva que queremos calcular e o número que obtemos é muito
diferente do que procuramos. No entanto, a medida que diminuímos a base de cada
retângulo, Δx vai diminuindo, a área coberta pelos retângulos se aproxima da área
localizada entre a curva f(x) e o eixo horizontal. O intervalo total que temos no eixo
dos x é (b – a). Escolhemos todos os intervalos Δx iguais, de forma que
sendo N um número inteiro. N é igual ao número de retângulos que estamos usando
para calcular aproximadamente a área abaixo da curva y = f(x) e acima do eixo
horizontal.
Como a diferença (b-a) é fixa, então dizer que Δx diminui é equivalente a dizer
que N aumenta, de forma que para N muito grande (N→∞ ), a área sob a curva y =
f(x) é igual a,
∫ f(x).dx com os limites de integração a e b, é chamada de integral definida, no
entanto antes de nos apavorarmos ante essa nova notação, temos que lembrar que a
integral não é nada mais nem nada menos que uma soma e que o seu resultado é a
área fica entre a curva e o eixo horizontal.
A integral tem várias propriedades, mas vamos considerar apenas aquelas que
nos auxiliam no estudo da Mecânica.
Sejam f(x) e g(x) duas funções de x. Queremos calcular a integral da soma de
duas funções: f(x) + g(x). Mostraremos que
Usando a definição de integral,
sendo que
Então
Assim,
Um outro teorema importante para nós é o que trata de intervalos em que
definimos as integrais.
Teorema: se a função f(x) é integrável nos intervalos fechados [a,b], [a,c] e [c,b],
então
onde as constantes a, b e c satisfazem a desigualdade: a<c<b.
Não vamos demonstrar mas apenas ver o significado dessa soma de integrais:
Esse teorema nos permite partir o nosso intervalo de integração segundo a nossa
conveniência.
Essas demonstrações que estamos apresentando não são rigorosas como as que
são feitas nas aulas de Cálculo. Neste momento, estamos interessados em tornar os
resultados plausíveis para vocês.
Para terminamos com esse passeio pela Matemática vamos ver o chamado
Teorema Fundamental do Cálculo.
Teorema Fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e
x é um número qualquer que está dentro do intervalo [a,b]. Se F é uma função
definida por
onde t é chamada de variável muda, a é um valor fixo e F(a) uma constante que
depende o valor de a que escolhemos, então,
Note que quando x=a, obtemos que a integral é igual a zero. Isto porque neste caso, a
curva se reduz a um único ponto, e a área debaixo de um único ponto é igual a zero.
É através dessa relação que vamos ser capazes de descobrir quem é F(x)!!!
Afinal, derivar nós sabemos.
Para mostrar de maneira plausível esse resultado, vamos pegar o ponto x e outro
ponto muito perto de x, ou seja, x + Δx, então,
Calculando a diferença F(x+ Δx) – F(x), obtemos:
Devemos observar que
a medida que Δx → 0.
No limite em que Δx → 0, a diferença anterior dividida por Δx fica:
Qual a importância do Teorema Fundamental do Cálculo? A gente sabe que
a integral é igual a área sob a curva, mas e daí se não sabemos calcular a expressão da
área para qualquer curva? Então a gente adivinha quem é a função F(x) e a deriva, de
forma a verificar se ela é a expressão certa. F(x) é a função correta no caso de sua
derivada ser igual a função g(x).
Vamos ver um caso importante para nós é a integral indefinida
onde A é uma constante determinada pelos valores de a e b do intervalo de integração
definida. Para ver que o resultado anterior está correto, basta ver que,
Exercício: Calcule a integral indefinida: ∫(t²+1) dt.
0
Usando a ideia de integral de uma função da variável tempo, vamos obter as
equações de movimento uniformemente acelerado em uma dimensão espacial (D=1).
Pela definição de velocidade instantânea,
O Teorema Fundamental do Cálculo nos dá
Além disso, como pela definição de aceleração instantânea temos que
No caso em que a aceleração é constante:
onde estamos usando a notação: v0 = v(t0 ). Note que v0 é a velocidade do corpo no
instante inicial t = t0.
Escolhendo o instante inicial como sendo 0, ou seja, t0 = 0, a expressão anterior
para a velocidade instantânea de um corpo sujeito a uma aceleração constante a fica
Para calcular a posição x(t), temos que
e usando a expressão acima, e usando a notação x0 = x(t0), temos que
Logo,
que é a equação de movimento de uma partícula ao longo de uma reta quando está sob
a ação de uma aceleração constante a tendo como posição inicial x0 e velocidade
inicial v0. Estamos assumindo que começamos a observar o movimento do corpo ao
longo da reta no instante inicial em que t0 = 0.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E SobrejetorasFunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetorasandreabelchol
 
Função do 2º grau
Função do 2º grauFunção do 2º grau
Função do 2º grauleilamaluf
 
Ponto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivávelPonto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivávelAdrianne Mendonça
 
Apresentação de equação de 2º grau
Apresentação de equação de 2º  grauApresentação de equação de 2º  grau
Apresentação de equação de 2º grauantonio carlos doimo
 
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)GernciadeProduodeMat
 
34 nucleo e imagem de uma transformacao linear
34 nucleo e imagem de uma transformacao linear34 nucleo e imagem de uma transformacao linear
34 nucleo e imagem de uma transformacao linearAndressa Leite Rodrigues
 
Função seno
Função senoFunção seno
Função senomyri2000
 
Calculo vetorial
Calculo vetorialCalculo vetorial
Calculo vetorialtooonks
 
Analise de Sensibilidade
Analise de SensibilidadeAnalise de Sensibilidade
Analise de SensibilidadeVivi Basilio
 
Exercícios Resolvidos: Área com integrais
Exercícios Resolvidos: Área com integraisExercícios Resolvidos: Área com integrais
Exercícios Resolvidos: Área com integraisDiego Oliveira
 
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas (63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas wilkerfilipel
 
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitasSistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitasrosilenedalmolin
 

Mais procurados (20)

Limite de função de duas variáveis
Limite de função de duas variáveisLimite de função de duas variáveis
Limite de função de duas variáveis
 
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E SobrejetorasFunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
 
Função do 2º grau
Função do 2º grauFunção do 2º grau
Função do 2º grau
 
Zero da função do 1º grau
Zero da função do 1º grauZero da função do 1º grau
Zero da função do 1º grau
 
Função exponencial
Função exponencialFunção exponencial
Função exponencial
 
Aula de LOGARITMOS
Aula de LOGARITMOSAula de LOGARITMOS
Aula de LOGARITMOS
 
Ponto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivávelPonto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivável
 
Apresentação de equação de 2º grau
Apresentação de equação de 2º  grauApresentação de equação de 2º  grau
Apresentação de equação de 2º grau
 
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)
MATEMÁTICA | 1ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC | (EM13MAT101)
 
Variáveis aleatórias discretas - Estatística II
Variáveis aleatórias discretas - Estatística IIVariáveis aleatórias discretas - Estatística II
Variáveis aleatórias discretas - Estatística II
 
34 nucleo e imagem de uma transformacao linear
34 nucleo e imagem de uma transformacao linear34 nucleo e imagem de uma transformacao linear
34 nucleo e imagem de uma transformacao linear
 
Funções
FunçõesFunções
Funções
 
Função do 2º Grau
Função do 2º GrauFunção do 2º Grau
Função do 2º Grau
 
Função seno
Função senoFunção seno
Função seno
 
Calculo vetorial
Calculo vetorialCalculo vetorial
Calculo vetorial
 
Regra da cadeia
Regra da cadeiaRegra da cadeia
Regra da cadeia
 
Analise de Sensibilidade
Analise de SensibilidadeAnalise de Sensibilidade
Analise de Sensibilidade
 
Exercícios Resolvidos: Área com integrais
Exercícios Resolvidos: Área com integraisExercícios Resolvidos: Área com integrais
Exercícios Resolvidos: Área com integrais
 
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas (63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas
(63 alíneas) Exercicios resolvidos sobre logaritmos e equações logaritmicas
 
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitasSistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas
 

Destaque

Factsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetFactsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetRichard Lennartz
 
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ
 
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...Tony Alvarado A
 
Portland public schools
Portland public schoolsPortland public schools
Portland public schoolsAIA Portland
 
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaTrabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaIria López Barro
 
Insurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment AttorneysInsurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment Attorneyscjohns83
 
Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Rolando Bedoya
 
Aquecimento global o que é
Aquecimento global   o que éAquecimento global   o que é
Aquecimento global o que éSarmentoMiguel
 
Chapter 02
Chapter 02Chapter 02
Chapter 02mgamache
 
Classe dos verbos
Classe dos verbosClasse dos verbos
Classe dos verbosluciamcp
 
Brother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bBrother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bskallio
 

Destaque (18)

ραψωδία κ
ραψωδία κραψωδία κ
ραψωδία κ
 
Factsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetFactsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswet
 
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
 
Planilla de notas si anidados
Planilla de notas si anidadosPlanilla de notas si anidados
Planilla de notas si anidados
 
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
 
Portland public schools
Portland public schoolsPortland public schools
Portland public schools
 
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaTrabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
 
Insurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment AttorneysInsurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment Attorneys
 
Award mercedez
Award mercedezAward mercedez
Award mercedez
 
Manuela
ManuelaManuela
Manuela
 
Reportaje 1
Reportaje 1Reportaje 1
Reportaje 1
 
Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104
 
Aquecimento global o que é
Aquecimento global   o que éAquecimento global   o que é
Aquecimento global o que é
 
Chapter 02
Chapter 02Chapter 02
Chapter 02
 
8SC SCJ Maintenance Manual
8SC SCJ Maintenance Manual8SC SCJ Maintenance Manual
8SC SCJ Maintenance Manual
 
Classe dos verbos
Classe dos verbosClasse dos verbos
Classe dos verbos
 
Brother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bBrother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 b
 
ecologia
ecologiaecologia
ecologia
 

Semelhante a Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral

Semelhante a Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral (20)

Apostila calculo
Apostila calculoApostila calculo
Apostila calculo
 
Apostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integraisApostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integrais
 
Derivadas apresent definiç_2016
Derivadas apresent definiç_2016Derivadas apresent definiç_2016
Derivadas apresent definiç_2016
 
625639 a-teoria-dos-limites-calculo
625639 a-teoria-dos-limites-calculo625639 a-teoria-dos-limites-calculo
625639 a-teoria-dos-limites-calculo
 
Introdução ao cálculo
Introdução ao cálculoIntrodução ao cálculo
Introdução ao cálculo
 
Precalculo
PrecalculoPrecalculo
Precalculo
 
Cálculo usando MatLab
Cálculo usando MatLabCálculo usando MatLab
Cálculo usando MatLab
 
Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8
 
Lista de exercícios 2 - Cálculo
Lista de exercícios 2 - CálculoLista de exercícios 2 - Cálculo
Lista de exercícios 2 - Cálculo
 
CUSC.pptx
CUSC.pptxCUSC.pptx
CUSC.pptx
 
Fourier
FourierFourier
Fourier
 
Material sobre a Derivada
Material sobre a DerivadaMaterial sobre a Derivada
Material sobre a Derivada
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Calculo limites de funcoes
Calculo limites de funcoesCalculo limites de funcoes
Calculo limites de funcoes
 
Aula4 derivadas integrais
Aula4 derivadas integraisAula4 derivadas integrais
Aula4 derivadas integrais
 
Lista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - CálculoLista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - Cálculo
 
Lista 2 - FUV - Resolução
Lista 2   - FUV - ResoluçãoLista 2   - FUV - Resolução
Lista 2 - FUV - Resolução
 
Função Quadrática
Função QuadráticaFunção Quadrática
Função Quadrática
 
Teste Derivadas
Teste DerivadasTeste Derivadas
Teste Derivadas
 

Último

P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiorosenilrucks
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaPaula Duarte
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 

Último (20)

P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 

Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral

  • 1. Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral Maria Teresa Thomaz Instituto de Física, UFF Versão revisada em 10 de Julho de 2013 Digitação feita por: João Pedro Boechat Florencio. 1. Noção de Limites Antes de discutirmos o conceito de limite, vamos rever o significado de uma função de um dado parâmetro. Note que a função é a forma que temos para relacionar dois números: o número dado pelo parâmetro x e o número associado a x pela função f(x). Seja um parâmetro que representamos por x. Associamos a esse parâmetro um outro número que chamamos de f(x): Vejamos um tipo de função que estamos acostumados a tratar no nosso dia-a-dia: o ônibus 47 sai do ponto final, ao lado das barcas, às 7 horas. Às 7h10 o ônibus está na Rua Passo da Pátria, às 7h20 o ônibus está passando em frente ao supermercado Pão de Açúcar...
  • 2. Neste exemplo, a cada instante de tempo associamos a posição em que o ônibus se encontra. Criamos na verdade, uma função do tempo, que relaciona, em cada instante, a posição em que o ônibus se encontra: x(t) e o instante de tempo t em que isto ocorre. A Matemática nos permite mostrar essa correlação através de uma frase com símbolos, que é muito mais curta de se escrever: Consideremos agora, um exemplo simples, a função: Através dessa relação matemática, estamos representando de forma mais simples e compacta todo o conjunto de números: x f(x) -4 32 -1 2 0 0 2 8 5 50 Na verdade, o conjunto (x, f(x)) representa não só o conjunto de números acima, mas qualquer número x que está no intervalo (-∞,∞) e o número f(x) associado a ele. Uma forma diferente de se representar esses pontos é através de um gráfico: Consideremos x = 2 e o valor da função f(x) para x=2:
  • 3. Vejamos o que acontece quando consideramos valores de x próximos ao valor x=2: Vemos que à medida que a variável x se aproxima de número 2, a função f(x) se aproxima do valor 8. Dizemos então que no limite em que x tende a 2, por valores menores e maiores que 2, a função f(x) tende ao valor de f(2) = 8. Podemos reescrever esta última frase através de símbolos matemáticos: Em resumo, o limite de uma dada função f(x) é o valor para o qual ela se aproxima à medida em que x se aproxima de um valor estipulado. 2. Noções de Derivadas Para discutirmos a definição de derivada, necessitamos do conceito de limite que discutimos na seção 1. A derivada corresponde a determinarmos o limite de uma divisão bem definida. Antes de discutirmos a derivada, relembramos algumas relações trigonométri - cas. Seja um triângulo retângulo ABC, como desenhado a seguir: x f(x) 1,9 7,22 1,99 7,9202 1,999 7,992002 1,9999 7,99920002 1,99999 7,99992 x f(x) 2,1 8,082 2,01 8,0802 2,001 8,0080002 2,0001 8,00080002 2,00001 8,00008 a: hipotenusa
  • 4. As seguintes relações trigonométricas são escritas em termos dos lados de um triângulo retângulo: Lembrando que Para fixarmos a ideia da definição de derivada, continuamos a considerar a função: Fixamos o ponto x = 2 para continuar a nossa discussão sobre a derivada desta função. Definimos a derivada da função f(x) = 2x² no ponto x = 2 como sendo:
  • 5. Note que à medida que x se aproxima de 2, a reta que liga os dois pontos em que a reta corta a função: f(x) 2 x2 , se aproxima também à tangente da função f(x) no ponto x = 2. Lembre-se que a tangente no ponto x é a reta que toca na curva f(x) uma única vez e o ponto em que ela toca tem coordenadas (x, f(x)). Vejamos numericamente qual o limite desta divisão no ponto x = 2. Temos: x f (x) 3 18 2,5 12,5 2,1 8,82 2,01 8,0802 2,001 8,008002 2,00001 8,00008 2,000001 8,000008
  • 6. Verificamos numericamente que: Note que uma maneira diferente de escrever a expressão da derivada é notar que se x tende a 2, x → 2, então isso quer dizer que podemos escrever: e o pedacinho Δx tem que se aproximar de zero para que x se aproxime de 2. Então, a expressão da derivada fica sendo: Logo, onde Δx é um valor muito pequeno, muito próximo de zero. O valor de Δx é MUITO próximo de zero mas nunca é igual a zero. Calculamos numericamente a derivada no ponto x = 2. Se quisermos calcular a derivada em outro ponto x, por exemplo x = 5, será que temos que sempre fazer esta análise numérica, ou temos uma outra maneira sistemática de realizar o cálculo da derivada em qualquer ponto x? Para ver isso, utilizamos a definição de derivada para a função f(x) = 2x² . Então,
  • 7. Mas, Assim, para f(x) = 2x², temos que: Logo, a derivada da função f(x) = 2x² em qualquer ponto x é: Lembramos que a derivada no ponto x é igual ao valor da inclinação da reta neste ponto x. Se considerarmos agora a função: = 2
  • 8. Qual o valor da derivada da função g(x) no ponto x que escolhemos? Usando a definição de derivada, temos então que: Note que a derivada da função g(x) = 4x não depende do valor x que escolhemos para calcular a derivada desta função. Isto porque a função g(x) é uma reta que se confunde com a sua tangente em todos os pontos x. Na verdade, a derivada de qualquer polinônio: é, como obtivemos anteriormente nos casos: n= 1 e n= 2. Propriedades importantes de derivadas, cujas demonstrações deixamos como exercícios: 1) onde a é uma constante qualquer. 2)
  • 9. onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer. 3) onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer. 3. Noções de Integral Consideramos a curva y = f(x) representada pelo gráfico abaixo, Queremos calcular a área que fica compreendida abaixo dessa curva, y = f(x), e o eixo horizontal e que está entre as retas verticais: x = a e x = b. Como fazer esse cálculo? Se não sabemos calcular a área abaixo da curva y = f(x), sabemos pelo menos calcular a área de retângulos: área do retângulo = f(xi) Δx
  • 10. Se escolhemos um valor para Δx muito grande, a soma da área dos retângulos na figura anterior é igual a: é diferente da área sob a curva que queremos calcular e o número que obtemos é muito diferente do que procuramos. No entanto, a medida que diminuímos a base de cada retângulo, Δx vai diminuindo, a área coberta pelos retângulos se aproxima da área localizada entre a curva f(x) e o eixo horizontal. O intervalo total que temos no eixo dos x é (b – a). Escolhemos todos os intervalos Δx iguais, de forma que sendo N um número inteiro. N é igual ao número de retângulos que estamos usando para calcular aproximadamente a área abaixo da curva y = f(x) e acima do eixo horizontal. Como a diferença (b-a) é fixa, então dizer que Δx diminui é equivalente a dizer que N aumenta, de forma que para N muito grande (N→∞ ), a área sob a curva y = f(x) é igual a, ∫ f(x).dx com os limites de integração a e b, é chamada de integral definida, no entanto antes de nos apavorarmos ante essa nova notação, temos que lembrar que a integral não é nada mais nem nada menos que uma soma e que o seu resultado é a área fica entre a curva e o eixo horizontal. A integral tem várias propriedades, mas vamos considerar apenas aquelas que nos auxiliam no estudo da Mecânica. Sejam f(x) e g(x) duas funções de x. Queremos calcular a integral da soma de duas funções: f(x) + g(x). Mostraremos que
  • 11. Usando a definição de integral, sendo que Então Assim,
  • 12. Um outro teorema importante para nós é o que trata de intervalos em que definimos as integrais. Teorema: se a função f(x) é integrável nos intervalos fechados [a,b], [a,c] e [c,b], então onde as constantes a, b e c satisfazem a desigualdade: a<c<b. Não vamos demonstrar mas apenas ver o significado dessa soma de integrais: Esse teorema nos permite partir o nosso intervalo de integração segundo a nossa conveniência. Essas demonstrações que estamos apresentando não são rigorosas como as que são feitas nas aulas de Cálculo. Neste momento, estamos interessados em tornar os resultados plausíveis para vocês. Para terminamos com esse passeio pela Matemática vamos ver o chamado Teorema Fundamental do Cálculo. Teorema Fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e x é um número qualquer que está dentro do intervalo [a,b]. Se F é uma função definida por
  • 13. onde t é chamada de variável muda, a é um valor fixo e F(a) uma constante que depende o valor de a que escolhemos, então, Note que quando x=a, obtemos que a integral é igual a zero. Isto porque neste caso, a curva se reduz a um único ponto, e a área debaixo de um único ponto é igual a zero. É através dessa relação que vamos ser capazes de descobrir quem é F(x)!!! Afinal, derivar nós sabemos. Para mostrar de maneira plausível esse resultado, vamos pegar o ponto x e outro ponto muito perto de x, ou seja, x + Δx, então, Calculando a diferença F(x+ Δx) – F(x), obtemos: Devemos observar que
  • 14. a medida que Δx → 0. No limite em que Δx → 0, a diferença anterior dividida por Δx fica: Qual a importância do Teorema Fundamental do Cálculo? A gente sabe que a integral é igual a área sob a curva, mas e daí se não sabemos calcular a expressão da área para qualquer curva? Então a gente adivinha quem é a função F(x) e a deriva, de forma a verificar se ela é a expressão certa. F(x) é a função correta no caso de sua derivada ser igual a função g(x). Vamos ver um caso importante para nós é a integral indefinida onde A é uma constante determinada pelos valores de a e b do intervalo de integração definida. Para ver que o resultado anterior está correto, basta ver que, Exercício: Calcule a integral indefinida: ∫(t²+1) dt. 0
  • 15. Usando a ideia de integral de uma função da variável tempo, vamos obter as equações de movimento uniformemente acelerado em uma dimensão espacial (D=1). Pela definição de velocidade instantânea, O Teorema Fundamental do Cálculo nos dá Além disso, como pela definição de aceleração instantânea temos que No caso em que a aceleração é constante: onde estamos usando a notação: v0 = v(t0 ). Note que v0 é a velocidade do corpo no instante inicial t = t0. Escolhendo o instante inicial como sendo 0, ou seja, t0 = 0, a expressão anterior para a velocidade instantânea de um corpo sujeito a uma aceleração constante a fica
  • 16. Para calcular a posição x(t), temos que e usando a expressão acima, e usando a notação x0 = x(t0), temos que Logo, que é a equação de movimento de uma partícula ao longo de uma reta quando está sob a ação de uma aceleração constante a tendo como posição inicial x0 e velocidade inicial v0. Estamos assumindo que começamos a observar o movimento do corpo ao longo da reta no instante inicial em que t0 = 0.