Maçonaria e sionismo na fundação da Grande Loja de Londres
1. JB NEWS
Informativo Nr. 313
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras – 20h00 – Templo “Obreiros da Paz”
Praia de Canasvieiras – Florianópolis SC
Aracajú (SE), 07 de julho de 2011
Índice desta quinta-feira (continuando a ser editada em Aracaju-SE)
1. Almanaque
2. Propósitos da Primeira Grande Loja de Londres (Ir. Ailton Branco)
3. Maçonaria – Uma História sem Mistério
4. Destaques JB
3. 1456 - Joana d'Arc é absolvida (após ter sido executada).
1497 - Parte de Lisboa a expedição à Índia de Vasco da Gama.
1515 - As Cortes de Castela declaram formalmente a anexação do Reino de Navarra à
Coroa de Castela.
1769 - Guilherme Stephens recebe a administração da Fábrica de Vidros da Marinha
Grande.
1865 - Mary Suratt foi a primeira mulher a ser executada nos Estados Unidos. Ela foi
enforcada.
1925 - Fundação da cidade de Candelária, no Rio Grande do Sul.
1947 - Um disco voador, que teria caído na cidade de Roswell, nos Estados Unidos,
provocou um dos maiores mistérios do século.
1957 - Pelé estreou na seleção brasileira de futebol, aos 16 anos, e marcou um dos gols da
partida da Copa Rocca contra a Argentina, no Maracanã. Os oponentes levaram o jogo
por 2x1, mas o Brasil conquistou o título.
1974 - Comandada por Franz Beckenbauer, a Alemanha Ocidental venceu o "carrossel
holandês" de Cruyff por 2 a 1 e conquistou sua segunda Copa do Mundo, jogando em
casa.
1978 - Independência das Ilhas Salomão.
1987 - O primeiro comício por eleições diretas desde o início do governo Sarney foi
realizado em Brasília. O ato reuniu cerca de 5 mil pessoas.
2005 - Londres, capital da Inglaterra, sofre uma série de atentados terroristas, com
explosões em um ônibus (autocarro) e no sistema de metrô (metro).
2007
o O Live Earth é realizado em diversas cidades do mundo simultaneamente.
o São escolhidas em Lisboa, Portugal, as Novas Sete Maravilhas do Mundo.
4. o É promulgado o motu proprio Summorum Pontificum, que liberaliza a Missa
Tridentina.
2009 - Funeral do cantor Michael Jackson, no ginásio Staples Center.
Brasil
Dia das Paneleiras
Ilhas Salomão
Ilhas Salomão: dia da Independência
Japão
Japão: Tanabata
Santos do dia
São Panteno, fundador da Escola Catequética de Alexandria
São Firmino de Amiens, padroeiro de Amiens, Lesaka, Diocese de Pamplona, barqueiros,
viticultores e padeiros. Em Pamplona é comemorado neste dia, noutros lugares em 25 de
setembro.
(fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1881:
Publicada pela primeira vez Le Avventure di Pinochio, de autoria de Ir.'.
Carlos Collodi , jornalista e patriota italiano.
1823:
Foi instalada a Assembléia Constituinte, em 7 de julho de 1823, foi desfeita a
condenação contra os líderes maçônicos e eles puderam voltar. José Bonifácio
se afastou do governo em 17 de julho.
5. 1957:
Fundação da Loja Apolinário Moreira nr. 21, de Belém, Grande Loja do Pará.
1999:
Fundação da Loja Solidariedade Içarense nr. 73, de Içara (GLSC)
2005:
Fundação da Loja Templários da Nova Era nr. 91, Florianópolis (GLSC)
PROPÓSITOS DA PRIMEIRA
GRANDE LOJA DE LONDRES
Ir.’. Ailton Branco - ex-V.M GLMERGS – Semear Colégio de Estudos do Rito
Schröder - Oficina de Restauração do REAA - 19/04/2011
6. AÇÃO MAÇÔNICA INTERNACIONAL - AMI
Por que surgiu a primeira Grande Loja de Londres? Quais os interesses
não revelados que detonaram iniciativa tão marcante? Nos anos que
antecederam esse "landmark" na história da maçonaria mundial, a
confraria na Inglaterra mostrava duas realidades distintas: os maçons
católicos, que faziam suas reuniões em locais cedidos pela Igreja e os
maçons não católicos que se reuniam em locais públicos, como tavernas
e hospedarias. As Lojas que reuniam maçons cristãos obedeciam à
ritualística simples organizada para as recepções aos candidatos e para
as trocas de grau. Eram lideradas pela pujante Loja de York. As lojas
constituídas por maçons judeus, muçulmanos e budistas e que se
reuniam em tavernas, eram informais. As reuniões, em ágapes, se
destinavam às trocas de idéias variadas e às relações sociais.
A concorrência entre os dois segmentos da maçonaria britânica era
acirrada, até com episódios de violência contra o patrimônio.
Historiadores não comprometidos com a versão oficial revelam a
campanha sistemática de maçons filiados à Grande Loja de Londres
contra documentos de qualquer espécie que informassem algo sobre a
existência das Lojas católicas mais antigas.
A Grã-Bretanha, desde o Ato de Supremacia proclamado por Henrique
VIII, em 1534, para romper com Roma e estabelecer a Reforma
religiosa, viu-se dividida entre catolicismo e protestantismo. Esse último
ainda contribuiu com o puritanismo; movimento de confissão calvinista
que rejeitava tanto a Igreja Romana como a Igreja Anglicana. Em 1649,
a Revolução Puritana, sob a liderança de Oliver Cromwell, saiu-se
vencedora contra a Monarquia. Protagonizou a prisão e decapitação do
Rei Carlos I e proclamou a República na Grã-Bretanha. Com a morte de
Cromwell, abriu-se um período de crise, que conduziu à restauração dos
Stuart, em 1660. Quando Jaime II pretendeu restabelecer o catolicismo,
desprezando os interesses da maioria protestante, eclodiu a Revolução
Gloriosa, em 1688. O Stuart foi facilmente vencido, refugiando-se na
7. França de Luís XIV. A partir de 1714, reinaram os Hannover, alemães,
protestantes, pouco interessados na gestão do país e que, por isso,
favoreceram e reforçaram a importância dos "Whigs", adeptos de uma
Monarquia limitada pelo Parlamento.
Os intelectuais e cientistas da Royal Society, dentre eles vários maçons,
eram contra a influência da Igreja porque essa pregava a idéia do
criacionismo para explicar o surgimento do mundo. A Igreja apoiava sua
posição nas teses dos filósofos antigos, nas Sagradas Escrituras e na
autoridade de fé e de santidade dos padres.
Os integrantes da Royal Society adotaram o lema: Nullius in Verba, para
mostrar que acreditam na verdade dos fatos, obtida através da
experiência científica e não ditada pela palavra de alguma autoridade.
Combatiam também a Escolástica, que era uma linha dentro da filosofia
medieval com elementos notadamente cristãos. A Escolástica surgiu da
necessidade de responder às exigências de fé, ensinada pela Igreja,
acrescentando ao universo do pensamento grego os temas: Providência e
Revelação Divina e Criação a partir do nada.
O ambiente político estava favorável para os maçons não cristãos
prestigiarem sua atividade, substituindo as finalidades mundanas das
suas reuniões nas tavernas por encontros com formalidades específicas
para uma sociedade que pretendia parecer cultural e filantrópica.
A esse respeito escreve John J. Robinson, em "Nascidos do Sangue - Os
Segredos Perdidos da Maçonaria": "Enquanto a Maçonaria continental
estava ocupada em tecer mais e mais padrões complexos de rituais, a
Maçonaria britânica original de três graus enfrentava seus próprios
problemas. Como todo o conhecimento de qualquer propósito anterior
desaparecera, a Maçonaria emergiu como uma sociedade glutona e
beberrona, com, talvez, uma sombria ênfase exagerada na última. Todos
os Maçons ingleses provavelmente lamentavam que seu Irmão moralista,
William Hogarth, houvesse imortalizado o estado da Maçonaria londrina
do século XVIII em sua pintura intitulada A Noite, que retrata um
8. Mestre Maçom bêbado como um gambá sendo carregado para casa pelo
Guarda da Loja, ambos com as insígnias maçônicas."
Era preciso encontrar uma solução para esse comportamento. Os maçons
ligados à Royal Society, liderados por John Theophilus Desaguliers,
filósofo, assistente e divulgador de Isaac Newton, idealizaram fundar
uma associação de Lojas para planejar e organizar melhor o desempenho
da maçonaria não atrelada aos eventos da Igreja. Reuniram quatro Lojas
de tavernas e criaram a Grande Loja de Londres, em 1717.
A história da fundação da primeira Grande Loja no mundo mostra uma
dupla motivação para o evento: combater as Lojas que conservaram a
influência dos temas católicos na sua ritualística e ajudar a expandir o
sionismo entre as elites. A emigração de judeus sefarditas (de origem
espanhola e portuguesa) e asquenazes (de origem alemã e polonesa),
sobretudo oriundos da Holanda e da Alemanha para a Grã-Bretanha,
ganhou intensidade na segunda metade do século XVII. A Grã-Bretanha
proporcionou à sua minoria judia condições próximas do ideal para
cultivar seus rituais religiosos. A regularização social dos judeus teve
lugar em geral sem obstáculos, ao longo de um período prolongado.
Oliver Cromwell deu permissão para o culto público a um pequeno
grupo de sefarditas, em 1656, e a licença manteve-se após a restauração
da monarquia em 1660.
A geografia e a história colocaram a Grã-Bretanha de certo modo fora da
Europa continental e a experiência judaica ali, por sua vez, foi algo
especial. Os judeus foram admitidos tardiamente, mas, quando o foram,
desfrutaram das liberdades básicas durante um tempo mais prolongado
que em qualquer outro país europeu. A composição heterogênea da
sociedade britânica produziu crescente liberdade de culto. Embora a
vigência da Declaração de Direitos (1689) que, entre outras
regulamentações, restringiu a liberdade religiosa ao culto protestante, os
preconceitos contra grupos religiosos minoritários foram tênues.
Apesar de ser uma das comunidades menos importantes e menores na
Grã-Bretanha, os judeus aproveitaram a generosa tolerância reinante e
9. destacaram-se na política, no comércio, nas artes e nas ciências, enfim,
em todos os aspectos da vida nacional inglesa. A posição dominante da
Grã-Bretanha no mundo dotou os líderes judeus de um papel
preponderante internacional, como no desenvolvimento inicial do
sionismo.
E a maçonaria fez parte do processo sendo um dos meios de difusão do
sionismo. Os primeiros rituais surgidos da existência da Grande Loja de
Londres elegeram o Templo de Jerusalém construído por Salomão, o
símbolo da obra perfeita. Serviu de referência na analogia com o
trabalho da maçonaria de aprimoramento do caráter humano. O texto do
ritual reproduziu passagens bíblicas dos hebreus nas explanações aos
maçons. A resistência ao retorno do catolicismo na maçonaria e a
divulgação do sionismo conjugaram-se numa corrente que sufocou as
Lojas cristãs remanescentes. A influência dos judeus maçons com
posições de destaque na marinha, no comércio de armas e no mercado de
negócios bancários levou o poderio político e institucional da maçonaria
inglesa para além fronteiras da Grã-Bretanha. A estratégia de fazer
constar que a Grande Loja de Londres inaugurou uma nova maçonaria, a
especulativa, em substituição à operativa, deu certo. O mundo maçônico
acreditou. A eliminação dos documentos relativos às atividades
anteriores a 1717 deu veracidade à tese. A maçonaria britânica tornou-se
forte e respeitada. Os maçons ingleses mantiveram-se suficientemente
poderosos para ditarem ao mundo, cem anos mais tarde, as oito regras
para a regularidade das Lojas e dos maçons no universo.
10. Maçonaria - Uma História sem Mistério
Organizações de ofício, as precursoras
Prancha de José Castellani
Desde que o homem deixou as cavernas e as suas vivendas de nómada,
sedentarizando-se e formando uma sociedade estratificada, surgiram os
profissionais dedicados à arte da construção, os quais foram se
aperfeiçoando, não só na erecção de casas de residência, mas, também,
na de templos, de obras públicas e obras de arte. Embora tivessem, esses
profissionais, desde os seus primeiros tempos, mantido, entre si, certa
camaradagem e um sentimento de agregação, não havia, na realidade,
uma organização que os reunisse, que regulasse a sua actividade e que
lhes desse um maior sentido de responsabilidade profissional.
11. Foi no Império Romano do Ocidente, da Roma conquistadora, que, em
função da própria actividade bélica, surgiu, no século VI a.C., a primeira
associação organizada de construtores, os Collegia Fabrorum. Como a
conquista das vastas regiões da Europa, da Ásia e do norte da África,
levava à destruição, os collegiati acompanhavam as legiões romanas,
para reconstruir o que fosse sendo destruído pela guerra. Dotada de forte
carácter religioso, essa organização dava, ao trabalho, o cunho sagrado
de um culto às divindades. De início politeísta, tornou-se, com a
expansão do cristianismo, monoteísta, entrando, porém, em decadência,
após a queda do Império Romano do Ocidente, ocorrida em 476 d.C.,
embora persistissem pequenos grupos da associação no Império Romano
do Oriente, cujo centro era Constantinopla.
Na Idade Média é que iria florescer, através do grande poder da época, a
Igreja, a hoje chamada Maçonaria Operativa, ou Maçonaria de Ofício,
para a preservação da Arte Real entre os mestres construtores da Europa.
Assim, a partir do século VI, as Associações Monásticas, formadas,
principalmente, por clérigos, dominavam o segredo da arte de construir,
que ficou restrita aos conventos, já que, naquela época de barbárie,
quando a Europa estava em ruínas, graças às sucessivas invasões dos
bárbaros, e quando as guerras, os roubos e os saques eram frequentes e
até encarados como fatos normais, os artistas e arquitectos encontraram
refúgio seguro nos conventos. Posteriormente, pela necessidade de
expansão, os frades construtores começaram a preparar e a adestrar
leigos, proporcionando, a partir do século X, a organização das
Confrarias Leigas, que, embora formadas por leigos, recebiam forte
influência do clero, do qual haviam aprendido a arte de construir e o
cunho religioso dado ao trabalho.
É dessa época aquela que é considerada a primeira reunião organizada
de operários construtores: a Convenção de York, ocorrida em 926 e
convocada por Edwin, filho do rei Athelstan, para reparar os prejuízos
que as associações haviam tido com as sucessivas guerras e invasões.
Nela foi apresentada, para apreciação e aprovação, um estatuto, que, dali
12. em diante, deveria servir como lei suprema da confraria e que é,
geralmente, chamado de Carta de York.
Quase na mesma época, surgiriam associações simplesmente religiosas,
que, a partir do século XII, formaram corpos profissionais: as Guildas. A
elas se deve o primeiro documento em que é mencionada a palavra
“Loja”, para designar uma corporação e o seu local de trabalho. As
Guildas e sua contemporânea, a organização dos Ofícios Francos, foram
as principais precursoras da moderna Maçonaria. O seu nome “Gild”, de
origem teutónica, deriva do título dado, na antiga região da
Escandinávia, a um ágape religioso, durante o qual, numa cerimónia
especial, eram despejados três copos de chifre (chavelhos), conforme o
uso da época, cheios de cerveja, sendo um em homenagem aos deuses,
outro, pelos antigos heróis, e o último em homenagem aos parentes e em
memória dos amigos mortos; ao final da cerimónia, todos os
participantes juravam defender uns aos outros, como irmãos,
socorrendo-se mutuamente nos momentos difíceis. As Guildas
caracterizavam-se por três finalidades principais: auxílio mútuo,
reuniões em banquetes e autuação por reformas políticas e sociais.
Introduzidas na Inglaterra, por reis saxões, elas foram modificadas por
influência do cristianismo, mas, mesmo assim, não eram bem aceitas
pela Igreja, que não via com bons olhos a prática do banquete, por suas
origens pagãs, e a pretensão de reformas políticas e sociais, que
pudessem, eventualmente, contribuir para diminuir os seus privilégios e
os privilégios das corporações sob a sua protecção. Assim, para evitar a
hostilidade da Igreja, cada guilda era organizada sob a égide de um
monarca, ou sob o nome de um santo protector.
No século XII, associada às guildas, surgia uma organização de
operários alemães, os Steinmetzen, ou seja, canteiros, que, sob a
direcção de Erwin de Steinbach, alcançariam notoriedade, quando este
conseguiu a aprovação de seus planos para a construção da catedral de
Estrasburgo e deu um aperfeiçoado sentido de organização aos seus
obreiros. Canteiro é o operário que trabalha em cantaria, que esquadreja
13. e trabalha na escultura da pedra bruta; cantaria (palavra derivada de
canto) designa a pedra lavrada para as construções.
Surgem os ofícios francos, ou franco-maçonaria
No século XII, também, iria florescer a associação considerada a mais
importante desse período operativo: os Ofícios Francos (ou Franco-
Maçonaria), formados por artesãos privilegiados, com liberdade de
locomoção e isentos das obrigações e impostos reais, feudais e
eclesiásticos. Tratava-se, portanto, de uma organização de construtores
categorizados, diferentes dos operários servos, que ficavam presos a uma
mesma região, a um mesmo feudo, à disposição de seus amos. Na Idade
Média, a palavra franco designava não só o que era livre, em oposição
ao que era servil, mas, também, todos os indivíduos e todos os bens que
escapavam às servidões e aos direitos senhoriais; esses artesãos
privilegiados eram, então, os pedreiros-livres, franc-maçons, para os
franceses, ou free-masons, para os ingleses. Tais obreiros,
evidentemente, tinham esses privilégios concedidos pela Igreja, que era
o maior poder político da época, com grande ascendência sobre os
governantes.
A palavra francesa “maçon”, correspondente a pedreiro, converteu-se
em “maison” (casa) e, também, embora só relativamente, em “masse”
(maça, clava). Essa maça, ou clava, habilitava o porteiro a afastar os
indesejáveis intrusos e curiosos. O pesquisador alemão Lessing, um dos
clássicos da literatura alemã, atribui a palavra inglesa “masonry”
(maçonaria) a uma transmissão incorrecta. Originalmente, a ideia teria
sido dada pelo velho termo inglês “mase” (missa, reunião à mesa). Uma
tal sociedade de mesa, ou reunião de comensais, de acordo com a
alegoria da Távora Redonda, do rei Artur, poderia, segundo Lessing,
ainda ser encontrada em Londres, no século XVII. Ela se reunia nas
proximidades da famosa catedral de São Paulo e, quando sir Christopher
Wren, o construtor da catedral, tornou-se membro desse círculo, julgou-
se que se tratava de uma cabana dos construtores, que estabelecia uma
ligação de mestres construtores e obreiros; daí, então, ou seja, dessa
14. suposição errada, é que teria se originado o termo “masonry”, para
designar a sociedade dos construtores.
Uma explicação para o termo inglês “freemason” (pedreiro livre) está
ligada ao termo “freestone”, que é a pedra de cantaria, ou seja, a pedra
própria para ser esquadrejada, para que nela sejam feitos cantos, que a
transformem numa pedra cúbica, a ser usada nas construções. As
expressões “freestone mason” e “freestone masonry”, daí surgidas,
acabaram sendo simplificadas para “freemason” (o obreiro) e
“freemasonry” (a actividade). Esta é uma hipótese mais plausível do que
a de Lessing, que só considerou o caso particular da Inglaterra, quando
se sabe que não foi só aí que existiu uma íntima ligação com o trabalho
dos artífices da construção.
Nessa fase primitiva, porém, antes de, propriamente, se ter iniciado a
formação de Lojas, quase que não se pode falar em Maçonaria no
sentido que ela adquiriu na fase moderna, pois, sobretudo, naquele
tempo não podia ser considerada como uma sociedade secreta. O
segredo não era, a princípio, mais do que o processo pelo qual um dos
membros da irmandade reconhecia o outro. Diga-se a bem da verdade,
que, na época actual, a Maçonaria já não pode mais ser considerada
15. secreta, mas apenas discreta. Os segredos mais guardados e que
persistem são, obviamente, apenas os meios de reconhecimento,
reservados só aos iniciados, já que, de posse deles, um não iniciado
poderia ter acesso aos templos maçónicos e às sessões das Lojas.
É criado o importante estilo gótico
Na metade do século XII, surgia o estilo arquitectónico gótico, ou
germânico, primeiro no norte da França, espalhando-se, depois, pela
Inglaterra, Alemanha e outras regiões do norte da Europa e tendo o seu
apogeu na Alemanha, durante 300 anos. Tão importante foi o estilo
gótico para as confrarias de construtores, que as suas regras básicas eram
ensinadas nas oficinas dos canteiros, ou talhadores de pedra; tão
importante que a sua decadência, no século XVI, decretou o declínio das
corporações.
No século XIII, em 1220, era fundada, na Inglaterra, durante o reinado
de Henrique III, uma corporação dos pedreiros de Londres, que tomou o
título de The Hole Craft and Fellowship of Masons (Santa Arte e
Associação dos Pedreiros) e que, segundo alguns autores, seria o germe
da moderna Maçonaria. Pouco depois, em 1275, ocorria a Convenção de
Estrasburgo, convocada pelo mestre dos canteiros e da catedral de
Estrasburgo, Erwin de Steinbach, para terminar as obras do templo. A
construção da catedral, iniciada em 1015, estava praticamente terminada,
quando foi resolvido ampliar o projecto original e, para isso, foi
chamado Erwin A essa convenção acorreram os mais famosos
arquitectos da Inglaterra, da Alemanha e da Itália, que criaram uma
Loja, para as assembleias e discussão sobre o andamento dos trabalhos,
elegendo Erwin como Mestre de Cátedra (Meister von sthul).
Esclareça-se que, na época, os obreiros criavam uma Loja,
fundamentalmente, para tratar de determinada construção, como é o caso
dessa catedral. Tais Lojas serviam para tratar dos assuntos ligados
apenas à construção prevista, já que, para outras reuniões, inclusive com
obreiros de outras corporações, eram utilizados os recintos de tabernas e
hospedarias, principalmente em solo inglês. A palavra Loja, por sinal,
16. foi mencionada pela primeira vez em 1292, em documento de uma
guilda . Loja, do germânico leubja (pronúncia: lóibja), através do francês
lodge, designava o lar, a casa, o abrigo, o pátio, o alpendre e, também, a
entrada de edifício, ou galeria usada para exposições artísticas e venda
de produtos artesanais. As guildas de mercadores assim designavam seus
locais de depósito e venda de produtos manufacturados, enquanto que as
guildas artesanais adoptaram o termo para designar o seu local de
trabalho, ou seja, as oficinas dos artífices.
Próximo desse tempo, ou seja, no século XIV, começava, também, a
actuação do Compagnonnage (Companheirismo), criado pelos cavaleiros
templários . Os membros dessa organização construíram, no Oriente
Médio, formidáveis cidadelas, adquirindo certo número de métodos de
trabalho herdados da Antiguidade e constituindo, durante as Cruzadas,
verdadeiras oficinas itinerantes, para a construção de obras de defesa
militar, pontes e santuários. Retornando à Europa, eles tiveram a
oportunidade de exercer o seu ofício, construindo catedrais, igrejas,
obras públicas e monumentos civis. A Ordem da Milícia do Templo, ou
Ordem dos Templários, foi uma ordem religiosa e militar, criada em
1118, com estatutos feitos pelo abade de Clairvaux (São Bernardo).
Adquirindo prestígio e riqueza, a ordem excitaria a cobiça do rei francês
Filipe IV, cognominado “o Belo”, que, com a conivência do papa
Clemente V, conseguiu a sua extinção, em 1312, seguida da execução,
na fogueira, de seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, em 1314. Antes da
extinção, necessitando, em suas distantes comendadorias do Oriente, de
trabalhadores cristãos, os templários organizaram o Compagnonnage,
dando-lhe um estatuto chamado Santo Dever, de acordo com sua própria
filosofia.
No século XVI, a decadência das corporações de ofício
Já na primeira metade do século XVI, as corporações, diante das
perseguições que sofriam - principalmente por parte do clero - e diante
da evolução social europeia, começavam a entrar em declínio. Em 1535,
realizava-se, em Colónia, uma convenção, que fora convocada para
17. refutar as calúnias dirigidas pelo clero contra os franco-mações. Embora
ela não tenha tido o brilho e a frequência de outras convenções, consta,
embora tal afirmativa seja contestada, por carecer de comprovação, que,
na ocasião, teria sido redigido um manifesto, onde era estabelecido o
princípio de altos graus, que seriam introduzidos por razões políticas.
Em 1539, o rei da França, Francisco I, revogava os privilégios
concedidos aos franco-mações, abolindo as guildas e demais
fraternidades e regulamentando as corporações de artesãos. Em
contrapartida, em 1548, era concedido, aos operários construtores, de
maneira geral, o livre exercício de sua profissão, em toda a Inglaterra;
um ano depois, todavia, por exigência de Londres, era cassada a
autorização concedida, o que fazia com que os franco-mações ficassem
na condição de operários ordinários, como tais sendo tratados
legalmente. Em 1558, ao assumir o trono da Inglaterra, a rainha Isabel
renovava uma ordenação de 1425, que proibia qualquer assembleia
ilegal, sob pena dela ser considerada uma rebelião. Três anos depois, em
Dezembro de 1561, tendo, os franco-mações ingleses, anunciado a
realização de uma convenção em York, durante a festividade de São
João Evangelista, Isabel ordenou a dissolução da assembleia, decretando
a prisão de todos os presentes a ela; a ordem só não foi confirmada,
porque lorde Thomas Sackville, adepto da arte da construção, estando
presente, demoveu a rainha de seu intento, fazendo com que, em 1562,
ela revogasse a ordenação de 1425.
Em 1563, a Convenção de Basileia, feita por iniciativa da confraria de
Estrasburgo, organizava um código para os franco-mações alemães, o
qual serviria de regra à corporação dos canteiros, até que surgissem os
primeiros sindicatos de operários, no século XIX. Mas era patente o
declínio das confrarias, no século XVI. A Renascença relegara o estilo
gótico e a estrutura ogival das abóbadas - próprias da arte dos franco-
mações medievais - ao abandono, revivendo as características da arte
greco-romana. Assim, embora ela tivesse atingido a todos os campos do
conhecimento e a todas as corporações profissionais, foi a dos franco-
mações a mais afectada. No final do século, Ínigo Jones introduzia, na
18. Inglaterra, o estilo renascentista, sepultando o estilo gótico e apressando
a decadência das corporações de franco-mações ingleses. Estas,
perdendo o seu objectivo inicial e transformando-se em sociedade de
auxílio mútuo, resolveram, então, permitir a entrada de homens não
ligados à arte de construir, não profissionais, que eram, então, chamados
de Maçons aceitos.
Iniciava-se a transformação na Maçonaria actual
As corporações, evidentemente, começaram por admitir pessoas em
pequeno número e seleccionadas entre os homens conhecidos pelos seus
dotes culturais, pelo seu talento e pela sua condição aristocrática, que
poderiam dar projecção a elas, submetendo-se, todavia, aos seus
regulamentos. Era a tentativa de suster o declínio.
O primeiro caso conhecido de aceitação é o de John Boswell, lord de
Aushinleck - ou, segundo J.G. Findel, sir Thomas Rosswell, esquire de
Aushinleck - que, a 8 de Junho de 1600 foi recebido como Maçom
aceito - não profissional - na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja da
Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia. Esta Loja fora
criada em 1228, para a construção da Capela de Santa Maria,
19. destinando-se, como já foi visto, às assembleias dos obreiros e
discussões sobre o andamento das obras.
Depois disso, o processo de aceitação, iniciado na Escócia, iria se
espalhar e se acelerar, fazendo com que, ao final do século, o número de
aceitos já ultrapassasse, largamente, o de franco-mações operativos. Os
mais famosos nomes de “aceitos”, na primeira metade do século XVII,
foram: William Wilson, aceito em 1622; Robert Murray, tenente-general
do exército escocês, recebido, em 1641, na Loja da Capela de Santa
Maria e tornando-se, posteriormente, Mestre Geral de todas as Lojas do
Exército; o coronel Henry Mainwairing, recebido, em 1646, numa Loja
de Warrington, no Lancashire; e o antiquário e alquimista Elias
Ashmole, recebido na mesma Loja e no mesmo dia (16 de Outubro) que
o coronel Henry.
Em 1666, os franco-mações iriam recuperar parte do antigo prestígio,
diante do grande incêndio, que, a 2 de Setembro daquele ano, aconteceu
em Londres, destruindo cerca de quarenta mil casas e oitenta e seis
igrejas. Nessa ocasião, os Maçons acorreram para participar do esforço
de reconstrução, sob a direcção do renomado mestre arquitecto
Cristopher Wren, que, em 1688, viu aprovado o seu plano para
reconstrução da cidade, sendo nomeado arquitecto do rei e da cidade de
Londres. A obra principal de Wren foi a reconstrução da igreja de S.
Paulo, em cujo adro se desenvolveria e se estabeleceria, em 1691, uma
Loja de fundamental importância para a História da Maçonaria moderna:
a Loja São Paulo (em alusão à igreja), ou Loja da taberna “O Ganso e a
Grelha”, em alusão ao local em que, como faziam outras Lojas, realizava
suas reuniões de carácter informal e administrativo, como se verá
adiante. A reconstrução de Londres só iria terminar em 1710.
E nascia a primeira Grande Loja
Como, na época, não existiam templos maçónicos - o primeiro só seria
inaugurado em 1776 - os Maçons reuniam-se em tabernas, ou nos adros
das igrejas. As tabernas, cervejarias e hospedarias desse tempo,
principalmente na Inglaterra, tinham uma função social muito grande,
20. como local de reunião e de troca de ideias de intelectuais, artífices,
obreiros do mesmo ofício, etc. . A Loja da Cervejaria “The Goose and
Gridiron” (O Ganso e a Grelha), ou Loja São Paulo, inicialmente
formada só pelos Maçons de ofício que participaram da reconstrução de
Londres, resolvia, em 1703, diante do número cada vez maior de
Maçons aceitos, em todas as Lojas, admitir, a partir dali, homens de
todas as classes, sem qualquer restrição, promovendo, então, uma
reforma estrutural, que iria dar o arcabouço da moderna Maçonaria. A
admissão, em 1709, do reverendo Jean Théophile Désaguliers , nessa
Loja, em cerimónia realizada no adro da igreja de São Paulo, iria
apressar o processo de transformação, já que Désagulliers iria se tornar
seu líder e paladino.
A 7 de Fevereiro de 1717, Désagulliers conseguia reunir quatro Lojas
metropolitanas, para traçar planos referentes à alteração da estrutura
maçónica. Nessa ocasião, foi convocada uma reunião geral dessas quatro
Lojas existentes em Londres, para o dia 24 de Junho daquele ano. Essa
reunião foi realizada na taberna “The Apple Tree” (A Macieira), e as
Lojas presentes foram, além da “O Ganso e a Grelha”: a da Cervejaria
“The Crown” (A Coroa), a da Taberna “Rummer and Grappes” (O
Copázio e as Uvas) e a da Taberna “The Apple Tree” (A Macieira).
E, no dia 24 de Junho de 1717, como fora marcado, as quatro Lojas
reuniam-se e criavam The Premier Grand Lodge (a Primeira Grande
Loja), em Londres, implantando o sistema obediencial, com Lojas
subordinadas a um poder central, sob a direcção de um Grão-Mestre, já
que, antes disso, as Lojas eram livres de qualquer subordinação externa,
concretizando a ideia do “Maçom livre na Loja livre”. Isso era, portanto,
um fato novo e uma grande alteração - uma verdadeira revolução - na
estrutura maçónica tradicional, o que faz com que esse acontecimento
seja tomado como o divisor de águas, o marco histórico entre a antiga e
a moderna Maçonaria, ou seja, entre a operativa, ou de ofício, e a dos
aceitos, ou especulativa, sua forma moderna.
21. LOJA TEMPLÁRIOS DA NOVA ERA.
SEIS ANOS DE GLÓRIAS E CONQUISTAS
A Loja Templários da Nova Era nr. 91, de Canasvieiras, Florianópolis
(GLSC) completa neste dia 7 de julho, seis anos de existência e de bons
frutos destinados à Maçonaria Universal.
Aos Obreiros Templários, Cunhadas, Sobrinhos, enfim, à Família
Templária, os cumprimentos do JB News e a homenagem aos seus
fundadores: Ademar Valsechi, Domingos Silveira Júnior, Jeronimo
Borges, Lênio Rocha, Ricardo Teixeira, Sergio Ávila, Silvio de Amorim
e Vilson Bazzan.
22. ENCERRADA A XL ASSEMBÉIA GERAL DA
CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL – CMSB
Foi encerrado neste dia 6 de julho a 39ª. Assembléia Geral
Ordinária da Confederação Maçônica do Brasil.
O último dia do evento foi coroado por plenárias, palestras,
encerrando-se à noite com o baile de encerramento no Centro de
Convenções de Sergipe.
A próxima assembléia geral será realizada em Rio Branco nos dias
7 a 11 de julho de 2012, cujas inscrições encontram-se abertas através do
site WWW.gleac.com.br
25. El 26 de octubre de 1816, se presentó un mandil masónico a la Sociedad
Washington de Benevolencia de Penssylvania con una pequeña nota -
enmarcada actualmente con el mandil-, la cual dice: "A la sociedad
benévola de Washington. Los Legatees del General Washington,
impresionados con los sentimientos más profundos de respecto por la
institución noble que tienen el honor de tratar, pedir a licencia que les
presente que la reliquia que se incluye, del reverenciado y que
lamentado a "Padre de su País." Se persuaden de que el mandil fue
poseído una vez por el hombre, a quien la gente de Filadelfia estará
siempre encantada de honrar.
En 1829, la sociedad benévola de Washington decidió donar el mandil a
la Gran Logia de Pennsylvania, y desde entonces ha estado en su
posesión, con el conocimiento de que se trata de un querido pedazo
historia, norteamericana y masónica. Durante el año pasado, un equipo
de conservadores se dio a la tarea de preservar el mandil y sus accesorios
(marco, vidrio, exhibidor y la nota).