1. JB NEWS
Informativo Nr. 457
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era – GLSC
Quinta-feira 20h00 – Templo Obreiros da Paz
Praia de Canasvieiras
Madri, 28 de novembro de 2011
Índice desta segunda-feira*
1. Almanaque
2. Consultório Maçônico (Ir. José Castellani)
3. O Simbolismo dos Instrumentos de Trabalho do Aprendiz-Maçom (Ir.
Frederico Cesar Mafra Pereira)
4. A Pedra em Bruto
5. A Maçonaria em Madri
6. Destaques JB
* Pesquisas e artigos da edição de hoje:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores –
Blogs - http:pt.wikipedia.org
Imagens: próprias e www.google.com.br
2. Livros Indicados
Livro de autoria do IrAquiles Garcia
Grande Instrutor Litúrgico da Grande Loja de Santa Catarina
SINOPSE:
Trata-se de estudo sobre três histórias e quatro fantasias que transitam
historicamente na Maçonaria, envolvendo-a com a Ordem dos Cavaleiros
Templários da Idade Média. Após uma incursão no panorama humano da Era
Medieval, sua educação e cultura, é descrita a pré, a proto e a história da
Maçonaria Operativa, sua transição para a Especulativa, com sua evolução
histórica. Também a proto-história e história da Cavalaria Templária. O estudo
incursiona na Arquitetura, desde recuados tempos, para chegar à Romântica e
à Gótica ligadas à envoltura dos Maçons Operativos e da Ordem Templária.
Encerra-se o estudo abordando de frente as realidades e fantasias maçônico-
templárias, inclusive sobre a gnose hermética desses Cavaleiros que se diz
fundamentando alguns dos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito. O
capítulo final trata sobre a realidade histórica que se passou entre a Maçonaria
Operativa e osTemplários.
Esta obra está disponível no site www.editoralexia.com
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3. Ir Jorge Sarobe (Loja Templários da Nova Era)
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4. 1 – Almanaque
Hoje, 28 de novembro de 2011,
é o 232º. dia do calendário gregoriano.
Faltam 33 para acabar o ano.
Eventos Históricos:
1660 - Fundação da Royal Society de Londres.
1824 - Emancipação do município de Franca.
1907 - Fundação do Leixões Sport Club.
1912 - Proclamada a independência da Albânia do Império Otomano.
1941 - Amin al-Husayni encontra-se com Adolf Hitler para trabalhar para os
nazis.
1958 - Chade, a República do Congo e o Gabão se tornam repúblicas
autônomas da França.
1960 - A Mauritânia torna-se um país independente da França.
1964 - Fundação do Partido Nacional Democrata da Alemanha (NPD).
1975 - Proclamação da república de Timor-Leste.
1979 - Um DC-10 da Air New Zealand choca contra o monte Erebus, na
Antártida. Morrem os 257 passageiros e tripulantes.
1991 - Declaração de independência da Ossétia do Sul (não reconhecida por
nenhum país).
1995 - TV Digital: o Acats recomendou que a agência do governo dos
Estados Unidos sugerisse o ATSC como o padrão norte-americano de TV
Digital.
o Os 15 países da União Europeia e 12 países do sul do Mediterrâneo
estabelecem uma parceria que deverá conduzir à criação de uma
zona de comércio livre.
2000 - Descoberta do planetóide Varuna, na Cintura de Kuiper.
o O time de futebol do Vasco da Gama se torna o segundo clube
brasileiro a atingir a marca dos 1.000 gols.
2006 - O Papa Bento XVI inicia visita de 4 dias a Turquia. É a 1ª vez que ele
vai a um país de maioria muçulmana.
Feriados e Eventos cíclicos:
Dia do Soldado Desconhecido no Brasil
Aniversário da cidade de Franca, São Paulo, Brasil
Aniverśario da cidade de Ampére, Paraná, Brasil
5. Fatos Históricos de santa catarina
1871:
Nasce em Sertão do Imaruí, município de São José, Alfredo Henrique Wagner.
Atuando na atividade agrícola e comercial, concorreu para o desenvolvimento da região
compreendida entre Bom Retiro e o litoral da capital catarinense. Por essa ação, quando
do desmembramento do distrito de Barracão, de Bom Retiro, o novo município passou a
denominar-se Alfredo Wagner, em homenagem a este pioneiro.
1872:
Morre, no Rio Grande do Sul, José Maria da Gama Lobo Coelho D’Eça, natural do
Desterro. Militar, participou de diversas campanhas no Sul, atingindo o generalato.
Em agosto de 1866 foi agraciado com o título de Barão de Saicam.
1877:
Morre na capital catarinense o poeta José Eliziário Quintanilha. Contava com 32 anos e
sua principal obra publicada foi o volume “Lírios e Rosas”.
1902
Assume o governo do Estado de Santa Catarina, Vidal José Ramos, substituindo o
titular Lauro Muller, que passou a exercer o mandato de Senador e, em seguida,
assumiu o Ministério de Viação e Obras Públicas, no governo de Rodrigues Alves.
1918:
Lei Nr. 1220 criou o município de Itaiópolis, desmembrado de Mafra.
Históricos maçõnicos do dia:
(Fonte: “o Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1728
Na Assembléia Trimestral da Primeira Grande Loja, foi feita a chamada das Lojas,
respondida pelos Mestres ou Vigilantes, pela ordem de sua antiguidade.
1867:
O Grande Oriente do Brasil decreta o uso do selo nos documentos Maçônicos e cria o
Cadastro Geral da Ordem.
1884:
É expedida a Carta Constitutiva da Quatuor Coronati nº 2076, a primeira e mais
importante Loja de Pesquisas.
6. 2 – Consultório Maçônico
.
Do livro "Consultório Maçônico" - vol. II
Editora A Trolha - 1a. ed. - 1989 - 2a. ed. - 1996
José Castellani
O Respeitável Irmão Hercule Spoladore, do Or.: de Londrina (PR) ,
apresenta a seguinte questão:
"Uma Loja, que está para escrutinar um candidato, que se declara
budista, está em dúvida quanto ao conceito de Grande Arquiteto
do Universo dos adeptos do budismo. Há confronto? Caso o
candidato seja aprovado, qual a conduta da Loja, em relação ao
juramento, livro sagrado, etc." ?
Resposta: (...) Os ensinamentos do Buda endossam muitos
aspectos do hinduísmo, criticando, entretanto, alguns de seus
tradicionais preceitos. Para o budismo, não existe começo nem
fim, criação, ou céu; mas aceita, como o hinduísmo, como
fundamental, a reencarnação da alma (transmigração) em outros
corpos e a teoria do karma, força moral, ou lei cósmica misteriosa,
que sobrevive à morte, que é definida como a total conseqüência
ética das ações individuais e que estabelece o destino de cada um,
nas existências futuras, até chegar ao Nirvana, o bem-aventurado
estado de vazio total, onde a libertação completa dispensa novas
reencarnações. O budismo discorda do hinduísmo, em relação aos
métodos utilizados para atingir os objetivos espirituais,
principalmente os ligados à mortificação e ao ascetismo rigoroso
que os religiosos hindus praticavam e que pareciam exagerados e
inúteis para o Buda. Dessa maneira, a sua doutrina, definida no
sermão de Benares, recomenda a adoção de um meio termo, um
meio caminho entre os ascetismo, a auto-mortificação e a auto-
indulgência. Para se trilhar esse caminho intermediário, há
necessidade de se admitir as chamadas Quatro Verdades
7. Nobres, assim relacionadas:
1. É necessário reconhecer que a dor é universal, ou seja, que
a vida humana é feita de angústia e sofrimento;
2. A causa da dor e do sofrimento reside no desejo de coisas
que não podem satisfazer ao espírito;
3. A dor tem remédio, ou seja, o sofrimento pode ter fim. 4.
O sofrimento só se extingue quando o homem renuncia a
esses desejos; já que a raiz desses desejos tem origem na
ignorância, a sabedoria é o melhor caminho para dominar a
dor e o sofrimento.
Admitindo essas quatro Verdades Nobres, dispõe, o homem, dos
meios para a libertação, seguindo a Senda das Oito Trilhas:
Pureza de Fé -- Opiniões Exatas -- Palavras Verdadeiras --
Procedimento Correto -- Vida Regrada -- Boas Aspirações --
Pensamentos Certos -- Meditação e Contemplação Virtuosa.
Além das quatro Verdades Nobres e das Oito Trilhas, o Buda
acrescentava, ainda, uma sentença, a Regra de Ouro, resumo de
toda a sua doutrina e norma geral de conduta: "Tudo o que
somos é o resultado do que pensamos".
Há, no budismo, um profundo respeito por todas as criaturas
viventes, fazendo com que os budistas considerem, como
obrigação fundamental de todos os seres humanos, viver em paz,
harmonia e fraternidade com seus semelhantes. Esse espírito
pacifista, tem origem num ensinamento do próprio Buda: "O ÓDIO
NÃO TERMINA COM O ÓDIO, MAS COM O AMOR".
Ao contrário do que acontece com as religiões, o budismo jamais
exige alguma coisa de seus seguidores: não existem cerimônias
de conversão, nem rituais de submissão do homem à divindades,
bastando, somente, conhecer as Quatro Verdades e seguir as Oito
Trilhas.
Dessa, maneira, mais do que uma religião, o budismo é uma
filosofia de vida, uma atitude perante o mundo, uma técnica de
comportamento, através da qual o homem aprende a se
desprender de tudo o que é transitório, buscando uma auto-
suficiência espiritual. Isso tem feito com que o budismo,
atualmente, seja muito acatado no Ocidente, tão sujeito a religiões
castradoras da mente e da vontade do homem. (...)
Em suas várias formas, ele chegou ao Ocidente, através de vários
8. filósofos (como Schopenhauer), escritores e poetas (como Antero
de Quental); sua doutrina enquadra-se no ideal de virtude,
tolerância e amor ao próximo, sem os preceitos dogmáticos, que
existem na maioria das religiões. (...) A Maçonaria, como escola
iniciática, tem muitos pontos de contato com o budismo.
Ela, da mesma maneira, pugna pelos bons costumes, pela
fraternidade e pela tolerância, respeitando, todavia, a liberdade de
consciência do homem, a qual não admite a imposição de dogmas.
Embora com algumas ligeiras modificações, as Quatro Verdades e
as Oito Trilhas estão presentes em toda a extensão da doutrina
maçônica, que ensina, aos iniciados, o desapego às coisas
materiais e efêmeras e a busca da paz espiritual, através das boas
obras, da vida regrada, do procedimento correto e das palavras
verdadeiras. (...)
O conceito de Grande Arquiteto do Universo, como o entende a
Maçonaria, não existe no budismo, pois, para este, não existe
começo nem fim, criação ou céu, ao contrário do hinduísmo e
do bramanismo (forma mais requintada do hinduísmo), que são as
religiões mais antigas da Índia, ambas originárias da religião
védica (baseada nos Vedas, seus livros sagrados). Para o Rig
Veda, o texto máximo do hinduísmo, existia, no começo dos
tempos, o mundo submerso na escuridão, imperceptível, sem
poder ser descoberto pelo raciocínio.
A criação do mundo, segundo os Vedas, apresenta extraordinária
semelhança com as concepções equivalentes, geradas por
diversos povos da Antigüidade, inclusive com a Bíblia, o que
mostra que esta representou uma amálgama das crenças
religiosas da Antigüidade, incrementando, meramente, a tendência
monoteísta, já vislumbrada nas antigas religiões.
O hinduísmo, embora admita a existência de incontáveis deuses,
acaba assimilando uma certa tendência ao monoteísmo, ao eleger
o seu primeiro grande deus, do qual provêm todos os outros; esse
deus primordial é Brahma (quem com Vishnu e Shiva, forma a
grande trindade divina hinduísta,, ou trimurti,, concepção que é
encontrada em diversas outras religiões, inclusive no cristianismo).
Apesar dessa atitude do budismo (em relação à criação), ele
reconhece a divindade, como se pode ver no ritual Kalachakra, do
budismo (lamaismo) tibetano, não entrando, assim, em conflito
com a doutrina teísta maçônica, excluída a concepção de
"arquiteto", como criador, mas admitindo como aperfeiçoador. Em
relação ao juramento --- ou compromisso --- maçônico, não há,
9. para o budista, qualquer impedimento, pois uma das Oito Trilhas
(Palavras Verdadeiras) permite-lhe assumi-lo.
Quanto ao Livro sagrado --- para o candidato prestar o
compromisso sobre ele --- embora o budismo não o possua, pode-
se usar tanto o Rig Veda quanto a Bíblia, pois, embora não seja
admitida a criação, os outros preceitos básicos do budismo estão
presentes em ambos os livros; nesse caso, eles estarão fechados,
pois basta a sua presença, no momento do compromisso. No caso
de ser usada a Bíblia, é preferível só o chamado Novo Testamento
(Evangelhos), cujos ensinamentos coincidem, em grande parte
com os do budismo.
OBS. - Tais assertivas não valem, evidentemente, para o Rito
Moderno, onde um budista sentir-se-ia bem mais acomodado, já
que o rito, em respeito à mais absoluta liberdade de consciência,
não usa compromissos sobre livros sagrados e não impõe
dogmas, crenças, ou padrões religiosos, que são considerados de
foro íntimo de cada maçom.
(Resposta resumida)
Do livro "Consultório Maçônico" - vol. II
Editora A Trolha - 1a. ed. - 1989 - 2a. ed. - 1996
10. 3 – o simbolismo dos instrumentos de
trabalho do aprendiz-maçom
Os instrumentos de trabalho do AP.'.M.'. – a Régua de 24 PP.'., o
Cinzel e o Maço – representam as três grandes forças da
consciência humana: conhecer, sentir e querer; ciência, emoção e
atividade; experiência, sentimento e força (GOMG, 2004).
Frederico Cesar Mafra Pereira, M.M.
ARLS Ordem E Progresso – N.133
– Belo Horizonte (MG) – Brasil
Simbolicamente, a Régua de 24 PP.'. representa o conhecimento, a
ciência, a experiência, ou seja, a SABEDORIA, a primeira das Três
Colunas Sagradas do Templo. Com ela o AP.'.M.'. deve medir suas
ações, permitindo-lhe ter consciência do valor e da utilidade de suas
idéias e atitudes. Quando o ser humano age sem planejar, sem
pensar sobre as conseqüências de seus atos, já inicia seu trabalho
de forma errada, sem noção do que quer fazer e aonde quer
chegar. O AP.'.M.'., no seu caminhar de constante busca pelo
progresso na Grande Obra, deve sempre pensar e avaliar sobre
suas ações, tanto materiais quanto espirituais, conhecendo o valor
e o impacto de cada uma delas perante a sociedade em que vive e
seus semelhantes. Isto é sabedoria maçônica. Segundo o nosso
Ritual, “sabedoria é prudência, e só é prudente o que sabe medir”
(GOMG, 2004).
O Cinzel, simbolicamente, representa o sentir, a emoção, ou seja, a
BELEZA, a segunda das Três Colunas Sagradas do Templo. Com
ele o AP.'.M.'. modela seu espírito e sua alma, conforme os planos
traçados pela Régua de 24 PP.'.. O Cinzel representa a execução
do que foi planejado, conforme as qualidades morais, sentimentos e
virtude de cada Maçom, permitindo-lhe agir com foco e
determinação na busca do resultado traçado.
11. Por último, o Maço representa o querer, a atividade, ou seja, a
FORÇA da ação do AP.'.M.'. em sua obra, sendo esta a terceira das
Três Colunas Sagradas do Templo. Traduz a energia, a impulsão
no ato de aplicar o Cinzel conforme o plano traçado pela Régua de
24 PP.'., ou de maneira simbólica, representa a força colocada na
execução dos planos e obras traçadas pelo AP.'..
Interessante notar que sempre em minha vida profana procurei
trabalhar com planejamento, sem saber que estava me utilizando do
conceito simbólico do instrumento da Régua de 24 PP.'.; sempre
procurei aplicar todas as minhas energias, concentração e força de
vontade na execução daquilo que tinha planejado, sem saber que
estava me utilizando dos conceitos do Maço e do Cinzel. Quando
me iniciei como Maçom e recebi de meus IIr.'. os três instrumentos
de trabalho do Aprendiz (1ª instrução), procurei estudá-los e
entender a sua aplicabilidade. Fiquei admirado com a sincronia e o
poder das funcionalidades de cada instrumento. A diferença, porém,
entre o que eu fazia (ou achava que fazia) e o que hoje posso
realizar está no fato de que a aplicação dos instrumentos de
trabalho do AP.'.M.'. podem e devem ser utilizados para toda e
qualquer obra, a todo momento, em todas as circunstâncias. A
busca da perfeição deve ser vista como uma missão de vida, e
estes instrumentos se constituem na base, no sustentáculo das
obras de todo Maçom.
Apesar de, inconscientemente, sempre ter utilizado os conceitos da
Régua de 24 PP.'., do Maço e do Cinzel, não tinha exata
compreensão de sua importância e de sua força. Como Maçom,
posso hoje perceber sua potencialidade e sua aplicabilidade para o
trabalho que irei desenvolver no meu caminhar de constante busca
pelo progresso na Grande Obra.
Esta é a diferença que faz toda a diferença; é o que caracteriza um
verdadeiro Maçom!
BIBLIOGRAFIA:
GOMG – Grande Oriente de Minas Gerais. Ritual e Instruções de
Aprendiz-Maçon do Rito Escocês Antigo e Aceito. 1ª edição. Belo
Horizonte: Grande Oriente de Minas Gerais, 2004.
12. 4 – a pedra em bruto
A PEDRA EM BRUTO –
Extraído do Livro A Pedra Bruta (Instruções de Aprendiz)
- 1995 do Ir.'. Antônio César Celente
Colaboração do Ir.'. José Carlos Lopes
M.'. I.'. Or.'. de Curitiba – PR
Na reunião passada, ao entrar em minha Loja, tropecei neste pedaço
de rocha que chamamos Pedra Bruta e que ornamenta minha coluna.
Com certa ironia, dei meia volta e lhe disse: “Desculpa, Pedra Bruta”.
Surpreso, escutei que me respondeu: “Não há de que, Maçom Bruto”.
Ofendido, voltei e lhe disse: “Ah! Então falas também ?”
“Sim, me disse. E o que é melhor, penso no que digo. Pena me dá ver
que IIr.'. como tu me tem em tão pouca estima. Passam e passam
sem sequer me dar um olhar compassivo, ou tão sequer um gesto
amável.
Isto me irrita, porque me dou conta de quão pouco compreendem a
grandeza que encerro dentro do meu significado.
Aqui onde me vês, não fui sempre o que sou; eu venho dos
penhascos, das alturas; onde podia ver o Sol antes de todos e
desfrutar de seus suaves raios, enquanto tu vivias na penumbra.
13. Eu aspirava o ar puro e fresco, e quando o furacão te causava
espanto e medo, eu simplesmente ria. Minha massa ereta, firme e
segura recortava, com o meu perfil perfeito, o infinito azul do
horizonte.
Nas mudanças de estações, as transformações atmosféricas
depositavam em mim copos alvos, que me faziam parecer mais pura e
branca, e ao coroar minhas têmporas, me fazia sentir orgulhosa de
receber a oferenda do espaço.
Depois as fazia escorregar por mim, transformadas em cascata clara e
cristalina, onde o Sol adornava com sua luz o Arco Íris. A minha altura,
somente os condores chegavam e era agradável ver a meus pés,
como ajoelhada ante minha grandeza, a imensa esmeralda do vale
bordada de lantejoulas de mil cores.
Os rios, os animais, as flores, não faziam mais que emoldurar a minha
beleza. Meu orgulho chegou a tal grau, que me cria invencível,
inacessível, eterna.
Porém, quão equivocada eu estava. Um dia o universo, como
querendo demonstrar meu erro, desatou sua fúria e mandou sobre
mim um raio que com sua luz, cegou meus olhos e, ao terrível
impacto, voei em mil pedaços.
Me precipitei no abismo, e a medida que rodava, mais pequena me
fazia, e rodando e rodando fui descendo até ficar no fundo do
barranco.
Chorei de raiva ao me ver nesta infinita impotência, quando os
elementos deformaram mais e mais minha outrora orgulhosa
presença.
Assim permaneci não sei quanto tempo, até que, igual a outras pedras
companheiras de infortúnio, nos transportaram.
E voltou a renascer minha esperança. Pensei que talvez, por minha
linhagem nobre, seria colocada em lugar que me correspondesse.
“Serei agora um monumento” - pensava - com minha presença
simbolizarei o coração duro e inflexível da razão; ou serei a venda que
representa a imparcialidade em todos os juízos.
Talvez formarei parte do monumento a Pátria, eternizando com minha
presença, as glórias de um povo.
14. Gostaria de ser a coroa de louro que cinge as têmporas do patriota ou
talvez, porque não, serei parte integrante do monumento à Mãe, para
que as gerações futuras vejam que, com minha cooperação, se
imortaliza o amor mais puro que existe.
Com que carinho acolheria a idéia de ser o braço da mãe que envolve
o menino em eterna caricia; ou os olhos que vêem com doçura a terna
criança; ou as lágrimas que as mães vertem ante à ingratidão de seus
maus filhos; isso teria querido ser.
Depois de ser grande, seguir sendo-o, não em tamanho, mas em
espírito, em essência. Quantas e quantas ilusões me fiz. Quantos
desejos de altura e grandeza. Mas porém, aqui me tens, tão dura e
feia como no barranco, tão grotesca que causo pena, e se não me
esculpem é porque nem para isso tenho forma.
Não haverá um artífice que me transforme, que me dê vida ? Maçom,
só tenho servido para representar-te, para que vejas em mim as tuas
imperfeições, teus vícios e tua ignorância. Sou agora o exemplo do
mal.
Todavia, às vezes me envergonho de que me comparem com alguns
de vocês.
Há pouco me vês, mas eu tenho visto tantos e tantos que por aqui
entraram que até perdi a conta.
Me perguntou: onde estão agora tantos MM.'. que aqui vieram jurar
fraternidade, lealdade e amor a esta augusta instituição?
Onde estão os MM.'. que aqui se iniciaram ? Eu não sei, nem me
explico. Só sei que saíram para nunca mais voltar, e que andarão por
aí dizendo: “Sou M.'.M.'.”.
E isto me dá pena e lástima, não pela Maçonaria, senão por eles que
não foram capazes de ver mais além de seus narizes; porque ilusos,
acreditaram que a Maçonaria é feira de vaidade, quando melhor
deveriam ter lutado por encontrar a formosa beleza que encerra esta
luz e esta verdade.
A ti, Aprendiz, tenho observado; e não creio que sejas diferente
daqueles, por isso desejo aconselhar-te. Vejo quando decifras tuas
peças, trêmulo, tanto quê quase teus joelhos se dobram de medo. E te
pergunto: medo de que ou de quem ? Tens por acaso medo de ti
15. mesmo ? Porém, quando escutas o aplauso de teus IIr.'., voltas a teu
lugar envaidecido.
Te inchas como um Pavão Real, e se pudesses ver-te como te vejo,
verias que não és mais que um pobre Pato.
Olhando-te em teu posto, vejo que quase explodistes de satisfação
perante os elogios, nem sempre feitos com justiça.
E isso é muito mau, não te deve subir à cabeça, o que supões um
êxito, porque podes cair no erro de sentir-te superior, quando não és
mais que um Apr.'. Serena-te e analisa. Sejas prudente em teus atos e
humilde em tuas afirmações.
Sejas sincero contigo mesmo, para que possas sê-lo com os demais,
mas sobre todas as coisas, conhece-te a ti mesmo.
Pratica tuas teorias, sejas bom, caritativo, honrado, estudioso, ajuda a
tua Loja e a teus IIr.'.. Não sejas M.'.de Bico, nem sejas M.'. Teórico.
A virtude, a honra, a lealdade, não se adquirem martelando liturgias.
Agora te felicitam, dando-te alento para seguir adiante, é justo que
festejem tuas peças de arquitetura, não por seu valor, mais bem para
dar-te ânimo para seguir lutando e melhorando.
Tu deves saber que melhoras a cada dia, e à medida que passa o
tempo, estás obrigado a superar-te.
Espero que entendas o que digo. Não te envaideças, aceita os
aplausos como estímulo para tua própria superação. Não te detenhas
enquanto tiveres traçando um caminho a seguir.
A Maçonaria é grande, muito grande, onde somente chegam poucos e
onde também a maledicência e a mediocridade se perdem no
torvelinho escuro do nada.
Para terminar quero pedir-te um favor. Não me digas Pedra Bruta, sou
Pedra em Bruto, que é diferente.
Me dispunha a responder à Pedra, quando com um golpe de malhete
meu V.'.M.'. disse:
“Silêncio IIr.'., estamos em Loja”...
fiquei calado, porém, pensando na infinita verdade que representa
esta humilde e feia Pedra em Bruto.
16. 5 – a maçonaria em madri
Texto fornecido pelo Ir. Ruiz Sobral
(Grande Loja Espanhola)
A presença histórica da Maçonaria em Madrid recua a 15 de Fevereiro de
1728, quando o Duque de Wharton, em companhia de um número reduzido
de ingleses, fundou nesta cidade a Loja French Arms, que só foi
reconhecida pela Grande Loja de Inglaterra em 1729. Teve a sua sede na
Calle San Bernardo, e era também chamada de Las Tres Flores de Lys por
causa do hotel francês que lhe ficava próximo, ficando conhecida pelo
sobrenome de Matritense, tendo cessado as suas actividades antes de 1768.
Em 1772, o oficial de guerra holandês Wulff, originário da cidade de
Gante, ao lado dum outro oficial de nome Collin, membros dos Guardas
Walones de sua Majestade, com outros súbditos originários dos Países
Baixos levantaram colunas ou fundaram uma Loja em Madrid, por
mediação de La Discrète Impériale de Alost, dentro do Palácio Real.
Nenhum deles era espanhol.
Com a chegada das tropas napoleónicas a Madrid, no princípio do século
XIX, a Maçonaria saiu da discrição em que se achava, forçada pelas
circunstâncias. É quando aparece a chamada Maçonaria Bonapartista e
passam a conhecer-se dois tipos de Lojas: as compostas maioritariamente
por franceses, dependentes do Grande Oriente de França, e as dos
espanhóis afrancesados, que abundaram sobremaneira em Madrid, como a
Beneficencia de Josefina, San José, Napoleón el Grande, Santa Julia ou a
Filadelfos, só para citar as mais relevantes que se reuniram a fim de
instituir-se na Grande Loja Nacional de Espanha. Foi um momento
histórico para a implantação definitiva e expansão da Ordem Maçónica a
partir de Madrid. O próprio rei José foi Grão-Mestre e influiu
poderosamente na primeira etapa expansiva da Maçonaria Bonapartista em
território espanhol.
Com a saída dos franceses de Espanha e o regresso de Fernando VII, a
Inquisição foi reimplantada, passando a Maçonaria espanhola a ser
perseguida duramente. Com o decreto real de 24 de Maio de 1814
pretendeu-se erradicar todo o tipo de círculos clandestinos, e em 2 de
Janeiro de 1815 Francisco Mier, Inquisidor Geral do Reino, publicou um
édito onde se condenava e proibia taxativamente a Maçonaria, forçando
muitos maçons a procurar o exílio em países amigos. No entanto e apesar
das perseguições implacáveis, durante o Triénio Liberal, nome por que
ficou conhecida a Guerra Civil espanhola de 1822-1823, destacou-se a
acção da Loja madrilena Los Amigos reunidos de la Virtud, dependente do
17. Grande Oriente de França. Em 1821 havia-se fundado em Madrid La
Sociedad de Caballeros Comuneros, com a intenção de reformar a
Maçonaria espanhola que acusavam de depender excessivamente das
organizações maçónicas estrangeiras. Nesse mesmo ano, criou-se também
em Madrid outra sociedade secreta, Los Carbonarios, integrada pelos
liberais exaltados que acabaram colaborando com Los Comuneros, ainda
que cada uma delas mantivesse os seus próprios ritos.
Há cinco Oficinas maçónicas em Madrid que se destacaram pelo seu
grande vigor e actividade contra a tirania e repressão tanto da Monarquia
fernandina como da República franquista: as Lojas Comuneros de Castilla,
La Razón, Fraternidad Ibérica, e os Capítulos Esperanza e Juan de
Padilla.
Destacadíssimas personalidades da Política, como Rafael de Riego ou
Nicolás de Salmerón, do Exército, como o general Serrano, da Academia
ou da Economia, surgiram na arena nacional a partir das Lojas. Com a
República a Maçonaria alcançou o seu esplendor, e sob o Franquismo
sofreu o ocaso parcial, quando milhares de maçons foram fuzilados pelo
simples facto de o serem, ou só por terem parentes na Maçonaria.
Em 6 de Novembro de 1982 a Maçonaria é legalizada com o agrupamento
de centenas de maçons em redor da Grande Loja de Espanha, a única
Obediência Regular no País. Actualmente são mais de quatro mil os
obreiros da Arte Real que trabalham nos Orientes de Espanha, estando
activas em Madrid as Lojas Hermes Tolerancia, Concordia IV, Arte Real,
Leb y Amanecer, todas elas dependentes da Grande Loja Simbólica
Espanola. Paralelamente a esta Maçonaria Liberal, em que se inscreve a
dita Obediência, trabalham hoje em Madrid igualmente as Lojas
Caballeros del Templo, Luz Fraterna, Lautaro, Hermes, Matritense,
Comenio, Fraternidad Universal, Phoenix, Hermes Amistad, Emulation,
18. Caballeros de la Rosa y Maestros Instalados de Castilla, por sua vez
integradas na Grande Loja de Espanha. Isto sem contar com as Oficinas
pertencentes a outras Grandes Lojas minoritárias.
A Maçonaria, como Sociedade Iniciática e Secreta, além de pautar o
combate cultural ao analfabetismo, à superstição e à tirania, flagelos
sociais, afirma-se herdeira da tradição espiritual e do saber operativo dos
antigos monges-construtores das grandes catedrais românicas e góticas,
cuja origem recuará aos Collegia Fabrorum dos primitivos artífices
romanos, o que dispõe a Maçonaria em três fases históricas distintas:
1.ª) Maçonaria Primitiva (terminada com os Collegia Fabrorum).
2.ª) Maçonaria Operativa (terminada em 1523).
3.ª) Maçonaria Especulativa (iniciada em 1717).
A presença do saber tradicional da Maçonaria em Madrid revela-se em
vários dos seus monumentos, de que sobressaem os seguintes:
Estátua de Emilio Castelar (Glorieta de Emilio Castelar). Três figuras
femininas coroam a cúspide e representam a Sabedoria, a Força e a Beleza,
as três grandes virtudes maçónicas. Benlliure, autor desta estátua, realizou
outras obras carregadas de grande simbolismo que se erigiram em honra de
outros maçons ilustres.
A Capela da Bolsa (restaurante). Antiga sede da Bolsa de Madrid, que na
altura albergou uma Loja maçónica, e hoje é um conhecido restaurante.
Porta do Sul (Parque Enrique Tierno Galván). Estrutura com imensos
elementos simbólicos, onde se destaca uma rampa com as cores
tradicionais da Maçonaria, branco e negro, uma grande construção
geométrica calculada para que o primeiro raio de Sol nos Solstícios se
projecte num lugar específico, uma chaminé metálica composta por 5
corpos com 49 metros de altura em cuja parte superior podem-se observar
as iniciais ALGADU (“Al Gran Arquitecto Del Universo”), separadas
19. pelos três pontos maçónicos clássicos, além de um tabuleiro semelhante ao
empregado para o pavimento das Lojas maçónicas.
Passeio das Acácias. Esta flor é considerada a da Iniciação e Imortalidade
na Maçonaria. Diversos alcaides de Madrid pertencentes à Ordem
Maçónica promoveram a plantação de acácias nas ruas madrilenas, por ser
a flor de eleição da própria Maçonaria.
Pasillo Verde Ferroviário. Aparece o monumento com os chamados cinco
sólidos platónicos numa praça com escadarias sucedendo-se na sequência
de três, cinco e sete degraus, números que coincidem com as idades
simbólicas do Aprendiz, Companheiro e Mestre da Maçonaria.
Destacam-se também as fachadas de diversos edifícios que receberam
influência maçónica, como a Escola de Engenheiros ou o Ministério da
Agricultura, este tanto por fora como por dentro, e ainda os frescos no tecto
do Salão dos Actos do Ateneo, centro tradicional de reuniões maçónicas ao
longo da sua existência que abrilhanta toda a Madrid.
20. 6 – Destaques JB
Iniciação na Loja Pitágoras
A Loja Pitágoras nr. 15 realizou neste último sábado (26) no
Templo do Condomínio Monte Verde, Sessão Magna com
Iniciação dos Irmãos Altair Acelon de Melo, Ledir Medeiros
dos Santos e Fernando Fabro Tomazine.
Com a colaboração do Ir. Édio Coan, segue abaixo o registro
fotográfico do concorrido evento.
Rádio Sintonia 33. 24 horas do no ar
cesse: www.radiosintonia33.com.br
21. Puerta Del Sol (Madri)
O Centro histórico de Madri que foi durante o século XV
a porta de entrada para a cidade.
22. Mausoléu dedicado a Pí y Margall (20.4.1824 – 29.11.1901),
Presidente do Poder Executivo da I República Espanhola
e Maçom distinto.
23. Registro feito da bela Madri na manhã ensolarada de domingo,
dia 27.11.2011 às 11h26