1. JB NEWS
Informativo Nr. 463
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era – GLSC
Quinta-feira 20h00 – Templo Obreiros da Paz
Praia de Canasvieiras
Florianópolis (SC), 04 de dezembro de 2011
Índice deste domingo*
1. Almanaque
2. No Chão de Estrelas há uma rua Barbosa Nunes
3. Emulação e a linha sucessória (Irt. Anatoli Oliynik)
4. Candeeiro – Verbete do Ir. João Ivo Girardi
5. Perguntas e Respostas (Ir.Pedro Juk)
6. Destaques JB
* Pesquisas e artigos da edição de hoje:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores –
Blogs - http:pt.wikipedia.org
Imagens: próprias e www.google.com.br
2. Livros Indicados
Livro de autoria do IrAquiles Garcia
Grande Instrutor Litúrgico da
Grande Loja de Santa Catarina
SINOPSE:
Trata-se de estudo sobre três histórias e quatro fantasias que
transitam historicamente na Maçonaria, envolvendo-a com a Ordem
dos Cavaleiros Templários da Idade Média. Após uma incursão no
panorama humano da Era Medieval, sua educação e cultura, é
descrita a pré, a proto e a história da Maçonaria Operativa, sua
transição para a Especulativa, com sua evolução histórica. Também
a proto-história e história da Cavalaria Templária. O estudo
incursiona na Arquitetura, desde recuados tempos, para chegar à
Romântica e à Gótica ligadas à envoltura dos Maçons Operativos e
da Ordem Templária. Encerra-se o estudo abordando de frente as
realidades e fantasias maçônico-templárias, inclusive sobre a gnose
hermética desses Cavaleiros que se diz fundamentando alguns dos
Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito. O capítulo final trata
sobre a realidade histórica que se passou entre a Maçonaria
Operativa e os Templários.
Esta obra está disponível no site www.editoralexia.com
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3. MARINA’S PALACE HOTEL
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4. 1 – Almanaque
Hoje, 04 de dezembro de 2011,
é o 338º. do calendário gregoriano.
Faltam 27 para acabar o ano.
Eventos Históricos:
1154 - É eleito o Papa Adriano IV.
1818 - Fundação da cidade de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo.
1963 - Promulgação pelo Papa Paulo VI do Sacrosanctum Concilium.
1971 - Guerra Indo-Paquistanesa de 1971: a Índia invade massivamente o leste
do Paquistão.
1975 - O Suriname é admitido como Estado-Membro da ONU.
1980 - O primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, e seis
acompanhantes, morrem em queda de aeronave em Camarate, a norte de Lisboa.
1989 - Fundação da Associação Desportiva São Caetano, em São Caetano do
Sul (São Paulo).
1996 - Lançamento da missão Pathfinder a Marte
Feriados e Eventos cíclicos:
Brasil
Dia do Orientador educacional
Feriado municipal em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo (dia da padroeira e
aniversário da cidade)
Internacional
Dia Latino-americano da Propaganda, data escolhida em homenagem à
fundação, em 4 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, da "Asociación de Jefes
de la Propaganda"
Religioso Católico
Dia de Santa Bárbara, padroeira dos artilheiros e dos mineiros. Dia festejado na
cidade de Criciúma - Santa Catarina
Festa de Santa Bárbara em Salvador, Bahia.
5. Fatos Históricos de santa catarina
1840:
Morre, no Rio de Janeiro, João Antônio Rodrigues de Carvalho.
Formado em Leis pela Universidade de Coimbra, foi o 1º. Presidente da
Província de Santa Catarina, nomeado a 25 de novembro de 1823
exercendo o cargo até março de 1825.
1878:
Nasce, em Portugal, Joaquim Domingues de Oliveira. Vindo com a
família para o Brasil, foi ordenado sacerdote em 1901. Formado em Direito
Canônico pela Universidade Gregoriana de Roma, foi sagrado bispo em
1914 e designado para a Diocese de Florianópolis, tendo exercido o
episcopado até sua morte, em 1967.
1961:
Instalado o município de Anita Garibaldi
1964:
Criados os municípios de Nova Erechim, desmembrado de Saudade, e
Atalanta, desmembrado de Ituporanga.
6. Históricos maçõnicos do dia:
(Fonte: “o Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1802:
O Supremo Conselho de Charleston (hoje, SC Jurisdição Sul dos Estados
Unidos) comunica ao mundo sua criação através de uma circular em que
apresenta o sistema de 33 Graus e atribui a sua criação.
1821:
O intendente da Polícia do Rio de Janeiro solicita tropas fiéis de Lisboa ao
ministro Villanova Portugal, porque os militares daqui simpatizavam com o
movimento de Independência, “obra maldita dos Maçons astuciosos, com
a chefia de Gonçalves Ledo”.
1836:
Nasce Quintino Bocayuva () em Itaguaí, Rio de Janeiro.
1985:
Fundação da Loja Fraternidade Londrinense (3.12), de Londrina, que
trabalha no REAA
1997:
Fundação da Loja Fraternidade e Justiça nr. 70 (02.12) de Blumenau
(GLSC).
2003:
Fundação da Loja Trabalho e União, de Londrina, que trabalha no
REAA.
7. 2 – no chão de estrelas
há uma rua barbosa nunes
Artigo do Ir Barbosa Nunes,
advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado,
professor e Grão Mestre do
Grande Oriente do Estado de Goiás que escreve
todos os domingos
Contato: barbosanunes@terra.com.br
NO CHÃO DE ESTRELAS HÁ UMA RUA BARBOSA NUNES
Elias Bufaiçal nasceu em Ipameri em 24 de agosto de 1922.
Empresário futurista, de visão positiva e competente com relação a
Goiânia desde 1950, quando fundou a conhecida Imobiliária Faiçal.
Presidiu a Associação Comercial. Em 1980, chegou à presidência
da Federação do Comércio em Goiás, permanecendo no cargo por
24 anos. Foi membro da Confederação Nacional do Comércio,
ministro do Tribunal Superior do Trabalho e expandiu o SESC e
SENAC pelo interior de Goiás.
Faleceu em 24 de fevereiro de 2007, sendo seu sucessor, o
maçom José Evaristo dos Santos, que preside o Sistema Federação
do Comércio SESC/SENAC de Goiás, com a mesma atuação
idealista, profissional e moderna do seu líder. Dezenas de ruas,
avenidas, escolas, bairros, prédios, recebem o nome deste
importante goiano.
8. Consta que por apreciar a música “Chão de Estrelas”, letra de
Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, interpretada desde 1935 e
sucesso nacional a partir de 1950, pelo cancioneiro de mais longa
atividade na música popular brasileira, prestou ao texto sua
homenagem. Intitulou oficialmente um dos seus inúmeros
loteamentos, este localizado às margens da rodovia GO-040, no
município de Aragoiânia, como “Setor Chão de Estrelas”, aprovado
por Decreto da Prefeitura Municipal, em 20 de dezembro de 1977.
Aragoiânia, cuja população é pouco superior a 10 mil habitantes,
distante 32 km da capital, fazendo parte da Região Grande Goiânia,
carrega até hoje o pseudônimo de “Biscoito Duro”, apelido peculiar
devido ao local que era parada de lanche entre Goiânia e Rio Verde.
Por intermédio do jornalista Alírio Afonso de Oliveira, que foi à
época o contato para definição das denominações, as dezenas de
ruas, avenidas e alamedas receberam nomes de jornalistas,
radialistas, escritores e membros de organizações culturais.
Walder de Goes, Sílvio Medeiros, Gerson de Castro Costa,
Geraldo Vale, Maria José, Amália Hermano, Djalma Lustosa, Rosa
de Bessa, Celina Leite, Tupinambá dos Reis, José Paiva, Lourival
Batista Pereira, Irorê de Oliveira, Leon Borba, Fabrício Freire,
Armando Accioly, Hélio de Oliveira, Jaime Câmara, Caetano
Begueli, José Guimarães, Odorico Cunha, Walter Rodrigues,
Montalvão Neto, Genaro Maltez, Jeováh Bailão, Jurandir Vieira,
Waldir Amaral, Aroldo Gurgel, Humberto Bonfim, Isorico Barbosa,
Pimenta Neto, Roberto Ferreira, Antônio Porto, Oscar Sabino Júnior,
Jorge Abrão, Alcides Romão, Colemar Natal e Silva, Serafim
Colombo, Modesto Gomes, Eliezer Pena, Cunha Júnior, Walter
Menezes, Clóvis Guerra, Moisés Santana, Heron Domingues,
Vivaldo Vieira, Gelmires Reis, Pedro Jonas, Wilson Cláudio, Irnaldo
Jaime, Aloísio Feichtenberger, Antônio Ramalho, João Guimarães,
Ângelo Fleury, Antônio Gregório, Abílio Lopes de Almeida, Luiz de
Carvalho, Waldomiro dos Santos, Henrique Hech e Sílvio Fracari.
Retornando da cidade de Paranaiguara, onde fomos em missão
maçônica junto à Loja Estrela do Sudoeste, em companhia de
Jayme Luiz Pereira e Daniel Duarte, passamos por Aragoiânia na
manhã do domingo dia 27 de novembro, evitando os desvios das
obras da segunda pista. Os trabalhos em ritmo acelerado, que nos
dão a certeza de que a duplicação da BR-060 acontecerá em médio
prazo.
9. Adentrei ao Setor Chão de Estrelas, com um pequeno número de
habitações, percorri quase todas as ruas e avenidas e do morador
Jorge Valentim, ex motorista de taxi por longos anos em Goiânia,
recebi inúmeras informações, inclusive nos levando à rua que tem o
nome de “Rua Barbosa Nunes”, o que muito nos emocionou.
Rua que margeia a GO 040, limitada pela Rua Armando Accioly,
vizinha das Ruas Geraldo Vale, Lourival Batista Pereira, Jaime
Câmara, Irorê Gomes, Tupinambá dos Reis e outros renomados
nomes da imprensa goiana, entre eles Antônio Porto, com quem sob
o seu comando, tive a honra e o prazer de integrar o “Escrete de
Ouro” da Brasil Central de Goiânia, onde vivi o rádio, o que me
proporcionou amizades que conservo até os dias de hoje, durante
mais de 20 anos.
O disco “LP”, de vinil narrando os gols e a estatística do título de
campeão goiano de 1964, conquistado pelo Atlético Clube
Goianiense, produzido por Antônio Porto, traz a nossa participação e
registro em sua capa, o que nos dá muita saudade do rádio, dos
colegas e dos amigos ouvintes.
“Escrete de Ouro”, na época da Rádio Brasil Central na Avenida
Anhanguera n° 71, entre a Rua 6 e Avenida Araguaia,
posteriormente no Setor Vila Nova, integrado por colegas, muitos
em vida, outros no Oriente Eterno, como Ledes Gonçalves, Aloísio
Martins, Luiz Rotoli, Nickerson Filho, Rodrigues Paes, Caetano
Begueli, Oswaldo Mesquita, Draulas Vaz e na sequência sob o
comando de Jayro Rodrigues, profissionais comunicativos como
Jurandir Santos, José Carlos Rangel, Luciano Rangel, Batista
Cardoso, Nunes Macedo, Gonçalves Lima, Carlos Alberto Safady,
Evandro Gomes, Jota Junior, Levi de Assis e outros que com
certeza, não estou registrando, por falha pessoal.
O rádio que foi muito importante na minha vida, traz recordações
positivas, portas que abri, amizades que fiz e que as recordei,
embora rapidamente, no lançamento do livro de Ubirajara Galli,
“Jerônimo Rodrigues da Silva – JEROMINHO”, Editora Kelps, no
salão Dona Gercina Teixeira, do Palácio das Esmeraldas, no dia 25
de novembro, em conversa fraterna, alegre e saudosa com dois
colegas comunicadores de minha época, Jacir Silva e Francisco
Paes (Chicão).
À minha família e aos meus amigos transmito a honra de ter
percorrido grande parte da minha vida na Rádio Jornal de Inhumas,
Rádio Brasil Central de Goiânia e Televisão Anhanguera.
10. 3 – emulação e a linha sucessória
EMULAÇÃO E A LINHA SUCESSÓRIA
Por Anatoli Oliynik
Esta é uma questão que tem suscitado muitas dúvidas, senão
controvérsias e até dissidências nas lojas maçônicas brasileiras que adotam o
Ritual Emulação, linha inglesa.
O principal problema decorre da falta de compreensão do objetivo da
linha sucessória. Imagina-se que a “linha sucessória” seja um direito, quando
se trata apenas de um indicativo para aqueles que aspiram um dia a ascender
à cadeira de Mestre da Loja.
No meu livro "O Rito de York (Emulation Rite)" (esgotado), página
145, está descrito o seguinte:
"No Rito de York é tradição que o candidato a Mestre da Loja tenha
passado por todos os cargos da linha sucessória, que é a seguinte:
1º - Guarda Interno;
2º - Segundo Diácono;
3º - Primeiro Diácono;
4º - Segundo Vigilante;
5º - Primeiro Vigilante;
6º - Mestre da Loja.
"Este procedimento se revela interessante e eficaz, uma vez que o
postulante ao cargo de Mestre da Loja, depois de ter vivenciado os vários cargos
acima relacionados, está, ao menos teoricamente, mais capacitado para
exercício do cargo, em razão da experiência adquirida"
"O procedimento resulta da tradição e da prática das lojas que adotam o
rito. Não se trata de um dispositivo de ordem regulamentar, ... "
Isso posto, chamo a atenção do leitor para três aspectos importantes:
Primeiro, trata-se de um procedimento administrativo onde cada Loja
pode implementar seus próprios procedimentos e isto está garantido pelo
11. Artigo 155 da Constituição da Grande Loja Unida da Inglaterra, na seção que
trata dos procedimentos das lojas. O Artigo 155 pode ser encontrado na página
562 do meu livro EMULAÇÃO (esgotado).
Segundo, a linha sucessória não estabelece obrigações e nem garante
direitos, mas apenas um indicativo. Isso quer dizer que o fato de alguém ter
seguido toda a linha sucessória e chegado a 1º Vigilante, não significa que ele
tenha adquirido direito para ser naturalmente candidato a Mestre da Loja. Ele
precisa ter mérito para isso. A falta de entendimento desta premissa tem
causado muitos equívocos, brigas e dissidências em Lojas do rito no Brasil por
ocasião das eleições. Aliás, eleição versus dissidência é tradição no Brasil. Faz
parte da cultura não somente dos maçons, mas de todo o povo brasileiro.
Lamentavelmente essa (in)cultura está arraigada por aqui.
Herbert F. Inman uma das maiores autoridades do ritual Emulação
na Inglaterra, em seu livro "Emulation Working Explained" ["Trabalho
de Emulação Explicado"], Editora A. Lewis, Londres, 3ª edição, 1935, página
14, assim descreve:
"In the Fourth of the Antient Charges we are told: "All
preferment among Masons is grounded upon real worth and
personal merit only... Therefore no Master or Warden is
chosen by seniority, but for his merit."
Traduzindo:
["Na Quarta das Antigas Obrigações nos é dito: „Toda
promoção entre Maçons está fundada apenas no
real valor e mérito pessoal [...] Portanto, nenhum
Mestre ou Vigilante é escolhido por antigüidade,
mas por seu mérito’ "].
A seguir ele complementa com o seguinte parágrafo:
"An admirable counsel of perfection, but one which, it is to
be feared, has for many years been honoured more in the
breach than in the observance. All too common has become
the practice of promoting Brethren according to their
position in the Lodge list of Members, with litle or no
thought as to their qualifications, or as to the manner in
which they are likely to discharge the duties appertaining to
their Office".
Traduzindo:
["Um admirável conselho de perfeição, e que é para ser
respeitado, entretanto, tem por muitos anos sido, mas
12. honrado por sua violação do que por sua observância.
Ingteiramente comum também é a pratica de promover
Irmãos de acordo com sua posição na lista de Membros da
Loja, com pouca ou nenhuma meditação com respeito às
suas qualificações, ou pela maneira com a qual eles
provavelmente se desincumbem dos deveres pertinentes ao
seu Cargo"].
Para finalizar, “As Obrigações de um Maçom”, constante no
preâmbulo da CONSTITUIÇÃO da Grande loja Unida da Inglaterra, edição
2003, em seu Inciso IV Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e
Aprendizes , e que o Irmão Inman se refere, estabelecem o seguinte:
“Todas as promoções entre maçons são baseadas
unicamente em valor real e mérito pessoal, de forma
a melhor servir os interesses dos superiores, sem sujeitar os
Irmãos à vergonha e sem denegrir a Arte Real. Por isso,
nenhum Mestre ou Vigilante é escolhido por
antigüidade, mas por seu mérito. Não é possível
descrever todas estas coisas por escrito e cabe a todo o
Irmão comparecer e desempenhar as suas obrigações
regularmente, aprendendo-as da maneira peculiar a esta
fraternidade. Os candidatos devem saber que o Mestre não
tem de admitir um Aprendiz a menos que haja trabalho
suficiente e a menos que seja um jovem perfeito, não tendo
mutilações nem defeitos que possam impedi-lo de aprender
a Arte, de servir ao superior de seu Mestre, de ser feito
Irmão e, no devido tempo, tornar-se um Companheiro, após
ter servido pelo número de anos devido, conforme os
costumes locais. Ele deve descender de pais honestos, de
forma que, estando ademais qualificado, possa atingir a
honra de ser Vigilante e, após, Mestre da Loja, Grande
Vigilante e eventualmente o Grão Mestre de todas as Lojas,
de acordo com o seu mérito.” (Os grifos são meus)
A maior dificuldade para o maçom brasileiro é raciocinar segundo a
tradição da cultura inglesa toda ela fundamentada no direito consuetudinário.
A cultura brasileira se fundamenta no direito romano. É do confronto entre
estes dois conceitos paradoxos que decorre toda a confusão. É preciso superar
isso, senão fica impossível chegar a um consenso.
Espero que com esta explanação tenha tirado as dúvidas dos leitores
que adotam o Ritual Emulação e trazido esclarecimentos culturais maçônicos
àqueles que praticam outros ritos.
13. 4 – Verbete do Vade-Mécum: candeeiro
O Ir. João Ivo Girardi
da Loja Obreiros de Salomão nr. 39 (Blumenau)
dominicalmente enfoca um dos mais de 3.000 verbetes
de sua obra de 700 páginas.
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”.
Contato: joaogira@terra.com.br
VERBETE DESTE DOMINGO:
Será que o Irmão já observou este pequeno detalhe
no Painel do Aprendiz, e sua simbologia?
14. CANDEEIRO: [lat. candela: vela de sebo ou de cera] 1. Aparelho de
iluminação, alimentado por óleo, com mecha incandescente.
2. Ensaio: A Candeia e o Alqueire: Os termos candeia, ou candeeiro e
alqueire representam a simbologia da transmissão do conhecimento. A
transmissão conhecimento deve ser proporcional à compreensão do
ouvinte. O significado dos termos: Candeia: do lat. candela, vela de sebo
ou de cera - significa pequeno aparelho de iluminação, que se suspende
por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro
material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de
emprego em casas pobres. Alqueire: do ár. al-kail, antiga medida de
capacidade para secos e líquidos, variável de terra para terra. Na
Europa correspondia, pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e
31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região:
48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP). O uso simbólico do alqueire
deve-se essencialmente a seu emprego pelas sociedades secretas: a idéia
básica é tirar o que está oculto debaixo, mais propriamente, o que está no
interior. Para isso, colocavam arroz vermelho, alimento da imortalidade,
dentro do alqueire. E, se o alqueire contém esse alimento, é por causa da
potência da luz, ou do conhecimento. Bíblia:1) Não se acende uma candeia
para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim
de que ela clareie todos aqueles que estão na casa. (Mt 5, 15). 2) Não há
ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou
a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro a fim de que aqueles
que entrem veja a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser
descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e
manifestar-se publicamente. (Lc 8, 16-17). 3) Seus discípulos, se
aproximando, disseram-lhe: por que lhes falais por parábolas? E, lhes
respondendo, disse: porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os
mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por
parábolas, porque vendo não vêem, e escutando não ouvem nem
compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: vós
escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e
não vereis. Porque o coração deste povo está entorpecido e seus ouvidos
tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos
15. não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda,
e que, estando convertidos, eu não os curasse. (Mt. 13, 10-15). Contexto
histórico dos Evangelhos: A palavra evangelho, do grego euangélion, quer
dizer boa-notícia. O sentido mais antigo está relacionado com a gorjeta
que se dava aos que traziam boas-notícias. Nas cidades gregas, falava-se
do Evangelho quando ecoava a notícia de uma vitória militar ou do
nascimento do filho de um rei, de um imperador. Unia-se aos cânticos e às
cerimônias festivas, dando uma conotação de alegria. No AT, Deus
comunica os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés, aos chefes
e aos profetas de seu povo. No NT, Deus dá o maior dos anúncios, o
anúncio de Jesus. O Evangelho torna-se então o alegre anúncio da vinda
do Cristo salvador e a proclamação da sua missão. O judaísmo compreende
as leis, costumes, práticas religiosas peculiares aos judeus a partir do
cativeiro da Babilônia. O povo judeu, ao qual Jesus e os apóstolos
pertenciam fazia parte do grande império romano que estendia as asas
das suas águias do Atlântico ao Índico. O jugo romano, porém, pesava de
modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros povos. O
ambiente histórico, em que o Evangelho nasceu, é o do judaísmo, formado
e alimentado pelos livros sacros do AT, condicionado pelos
acontecimentos históricos, pelas instituições nas quais se encontrou
inserido e pelas correntes religiosas que o especificaram. Embora o
Cristianismo seja uma religião revelada, diferente da judaica, apareceu
historicamente como continuação e aperfeiçoamento da revelação dada
por Deus ao povo de Israel. Jesus era um judeu, que nasceu e viveu na
Palestina. Os apóstolos eram todos da sua gente e da sua religião. Os
primeiros ouvintes do Evangelho e os primeiros convertidos eram
adoradores do Deus de Israel e seguidores da legislação mosaica.
Conceito de Conhecimento: No conhecimento encontram-se frente a
frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento
apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos, que nela
permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e
objeto pertence à essência do conhecimento”. (Hessen). Desta forma: -
conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade; - damos o nome
de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade;
- à concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.
16. Tipos de Conhecimento: a) Conhecimento folk, que é o processo pelo qual
adquirimos conhecimento ao longo da vida quotidiana e através dos
relacionamentos comuns na família, entre amigos, no grupo de iguais etc.
Seu defeito maior é a dificuldade de ser acumulado, pois existe apenas
nas cabeças dos viventes. Pode desfazer-se com uma simples epidemia. b)
Conhecimento literário, processo de conhecimento envolvendo o uso da
escrita ou outras formas de registro de informações. Começou a partir
mais ou menos do ano 3.000 a. C. e dura até os dias atuais. Isso veio
tornar o problema da transmissão do estoque de conhecimentos de uma
geração para a outra muito mais fácil e permitir maior especialização,
visto que o estoque de conhecimentos não ficava confinado ao que uma
cabeça individual pode guardar. c) O conhecimento científico pode ser
apontado como o terceiro processo de produzir conhecimento, e tem sido
o característico dos últimos 300 anos. damo-lhe o nome de ciência. O
progresso do conhecimento produzido por esse movimento praticamente
dobrou a duração da vida humana, lançou o homem no espaço, explorou
toda a superfície da Terra, liberou enorme fontes de energia, criou
materiais inteiramente novos e provocou enorme acréscimo de
produtividade e de riqueza. d) Conhecimento filosófico, como processo de
autoconhecimento do homem. A maiêutica socrática encontra-se
atualíssima na era moderna. e) Conhecimento religioso, como processo de
relacionamento entre criatura e criador, consubstanciando na Revelação,
na intuição e outras formas. A Linguagem Simbólica: No símbolo, a
pessoa se expressa. No símbolo a pessoa é conhecida. No símbolo
encontra-se com outra no plano da comunicação e da confidência que une
dois seres pessoais. Foi por isso, que, com razão, já se definiu o homem
como um ser simbólico. Toda a cultura é uma produção de símbolos dos
quais os homens se expressam, se comunicam e se trocam a riqueza
interior. A palavra símbolo presta-se a muitas significações. Confundimo-
la com a metáfora, a alegoria, a parábola, o apólogo etc. Há, até uma
matéria filosófica, denominada simbólica, que estuda a gênese, o
desenvolvimento, a vida, a morte e a ressurreição do símbolo. A pedagogia
de Jesus: Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos
extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de
sua linguagem. A educação é um processo lento. O amadurecimento do ser
17. requer consideração, reflexão e ponderação constantes. Por sua própria
natureza, a educação é um diálogo. Através desse diálogo, as gerações
mais experimentadas transmitem às mais jovens a riqueza de seus
conhecimentos e vivências. Cristo é o grande educador da humanidade.
Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles
gráficas e alegorias. Parábola é um relato que possui sentido próprio,
destinado, porém, a sugerir, além desse sentido imediato, uma lição moral.
No fundo do parabole grego há a idéia de comparação, enigma,
curiosidade. As parábolas evangélicas contadas por Jesus são imagens
tomadas das realidades terrestres para serem sinais das realidades
reveladas por Deus. Elas precisam de uma explicação mais profunda. O
conhecimento exotérico e o conhecimento esotérico estão implícitos nas
parábolas. O conhecimento exotérico refere-se à exposição que Jesus
fazia publicamente, enquanto o conhecimento esotérico, refere-se às
explicações que Jesus dava aos apóstolos, em particular. Mistério: do
grego mysterion evoca a idéia de coisa secreta. É um dogma religioso cuja
compreensão está acima da razão humana. Pode ser, também, o
ensinamento dado à parte aos iniciados em uma doutrina ou religião.
Temos, assim, o mistério eleusíaco, o mistério órfico, o mistério da
encarnação, o mistério da Santíssima Trindade etc. Reino dos Céus: é
uma realidade misteriosa que só Jesus pode dar a conhecer. Jesus revela
o reino dos céus às crianças, aos humildes e aos pobres de espírito.
Nega-o, porém, aos prudentes. (Sérgio Biagi Gregório).
3. A Candeia, o Alqueire e a Maçonaria: Os nossos rituais, fornece-nos
subsídios valiosos para a interpretação desta e de outras passagens
evangélicas. Analisemos, pois: a) reino dos céus - não é um lugar
circunscrito, nem governo ou Estado; é o governo do cada um pela
obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência. b) o
falar por parábolas - Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro,
somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto
à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a
compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E,
mesmo com estes, não disse tudo. c) o mistério - é um instrumento valioso
para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz
18. mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe
que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios.
Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.
Cabe-nos, portanto, não só estudar os princípios fundamentais da nossa
Ordem, como também, penetrar no âmago do psiquismo humano. Tal
empreendimento auxiliar-nos-á eficazmente no sentido de transmitirmos
os nossos mistérios de acordo com a capacidade de entendimento
daqueles que nos ouvem.
4. Painel da Loja de Aprendiz: No Painel da Loja de Aprendiz aparece
um candeeiro sobre a Pedra Cúbica. Antigamente os candeeiros eram
alimentados com óleo de oliva, que ainda é considerado o mais puro dos
óleos; a luz que será emitida por este candeeiro será a nossa própria Luz
interna. Tudo está pronto para o grande despertar; basta, agora
querermos que a iluminação se faça. No princípio, esta claridade será
realmente pouco intensa, mas aos poucos, à medida que formos colocando
em prática os ensinamentos recebidos, esta pequena Luz irá aumentando
sua intensidade e o clarão invadirá as trevas. (V. Candelabro, Luzes, Painel
da Loja de Aprendiz, Vela).
19. 5 – Perguntas e Respostas
- Ir Pedro Juk
O Respeitável Irmão Ismael Ramos Gomes, Loja Templários da
Nova Era, 91, REAA, GLSC, Oriente de Florianópolis Estado de
Santa Catarina, apresenta a seguinte questão:
ismaelrg@brturbo.com.br
Gostaria de saber qual o correto. O Painel da Loja de Aprendiz
é colocado na minha Loja, no Ocidente, próximo ao Altar dos
Juramentos. Mas sou sabedor que mesmo no REAA algumas
oficinas da Grande Loja em alguns Estados, esse painel é
colocado no Oriente. Está certo isso?
Resposta.
No tocante à tradição e não levando em conta os inúmeros rituais
publicados no universo maçônico, existem dois aspectos a ser
considerados. Primeiro: genuinamente no Rito Escocês Antigo e
Aceito o Altar dos Juramentos fica no Oriente. Segundo:
tradicionalmente o Painel da Loja fica colocado sobre o eixo
longitudinal da Loja no centro do Ocidente.
O Painel da Loja, a despeito da existência do Retábulo do Oriente
que é o espaço onde ficam fixados o Delta, o Sol e a Lua,
imediatamente atrás do lugar do Venerável Mestre, tem sua origem
nos tapetes simbólicos que eram colocados no centro da sala da
Loja na oportunidade passada quando as primeiras Lojas
especulativas se reuniam nas Tabernas. Com a evolução e
aparecimento dos Templos Maçônicos como local específico para
20. os Trabalhos, artistas como os Irmãos Willian Digth e John Harris,
transcreveram os símbolos para os painéis. Primitivamente na
Maçonaria Especulativa esses símbolos eram, em linhas gerais,
riscados no chão da sala com giz, ou carvão que eram apagados no
final dos trabalhos. Assim nessa trajetória os símbolos passariam a
fazer parte de um tapete que era levado embora após estar a Loja
fechada (costume que alguns ritos ainda mantem) e posteriormente
para o Painel, porém já em solo dos nossos conhecidos Templos
Maçônicos.
Infelizmente, muitos autores e ritualistas por não conhecerem essa
história, além de não identificarem a particularidade de cada Rito
quanto à sua vertente (inglesa ou francesa) misturaram os painéis
de origem inglesa com os de ilharga francesa aplicando-os
indistintamente em um rito específico como é o caso do Escocês
Antigo e Aceito que é de origem francesa. Nessa miscelânea,
acabaram por criar o tal do Painel Alegórico (inexistente no
escocesismo) e o resultado desse equívoco é que em alguns rituais
aparecem dois painéis na Loja, quando na verdade existe apenas
um – o do centro do Ocidente e que deve estar de acordo com a
origem do rito. Nesse sentido, se faz cogente primeiro à
identificação do painel correto e por fim o seu tradicional local na
Loja.
A título de esclarecimento, o Painel da Loja no Rito Escocês Antigo
e Aceito é aquele que aparecem as duas Colunas (B e J), as três
janelas, etc. O outro que chamam de alegórico é do “Craft” inglês e
nada tem a ver com o simbolismo do rito Escocês.
Com relação a sua pergunta no tocante ao “correto” essas são as
minhas considerações, todavia entendo que muitos rituais em vigor
apontam verdadeiras contradições. Infelizmente, enquanto esses
estiverem legalmente aprovados e em vigor, mesmo contraditórios
devem ser rigorosamente cumpridos, cabendo aos autores dos
ditos explicarem o porquê dos contraditos.
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
DEZ/2011.
21. NA DÚVIDA
pergunte ao jbnews@floripa.com.br
que o Ir Pedro Juk responde.
Não esqueça de mencionar nome completo, Loja,
Oriente, Rito praticado e Obediência.
Rádio Sintonia 33.
24 horas do no ar
cesse: www.radiosintonia33.com.br
22. 6 – Destaques JB
Novos Companheiros
A Loja Alferes Tiradentes nr. 20 realizou na noite de sexta-feira (2)
Sessão Magna em que foram Elevados os Irmãos Ailton Gonçalves e
Nilton Ronchi, com foto abaixo cedida pelo Ir. Édio Coan.
23.
24. Um dos novos Templos do Condomínio do bairro Abrahão,
na parte continental de Florianópolis,
onde desde o mês de setembro está trabalhando a
Loja Alferes Tiradentes.
26. Retornarás.
Estou emocionado.
Viajarás das altas cordilheiras, para comigo ficar e,
desta vez, pela vida inteira.
Novamente, quero tereceber
com todo o carinho
e afeição.
Virás das profundezas da terra,
pois conquistasteo
meu coração.
Sinto saudade de ti, da tua cor,
e da ternura.
Mas foi a tua bravura,
viajando como passageira dos ventos,
em direção aos meus sentimentos,
27. que despertou todo o meu amor.
Ainda guardo tua imagem,
gravada em minha vidraça.
Estás linda.
Da Cidade onde moras,
chegou ummensageiro,
bem ligeiro,
portando um bonito recado,
para o mundo inteiro.
Desta vez, quero abrir as janelas do meu quarto,
abraçar tua alma cansada,
sentir tua pele morena e tão serena,
depois de tudo quepassou...
Quero saber novidades das entranhas da tua morada,
da viagem tão arriscada,
28. e da passagem pelo vulcão.
Aqui, sempre serás bem vinda,
encontrando a paz merecida,
após tão ingrata expulsão
Por exigência da previsão,
renascerás das cinzas,
agora como um lindo pássaro,
para voar, bela e graciosa,
nas profundezas infinitas do meu coração !
Veja mais poemas do autor:
Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com/
* Sinval Santos da Silveira
Obreiro da ARLS.·. Alferes Tiradentes
Registrado sob o nº 20 da M.·. R.·. Grande Loja de Santa Catarina
Os presentes versos foram extraídos do site da Loja Alferes Tiradentes: http://www.alferes20.org
Criado e mantido pelo Ir. Juarez de Oliveira Castro