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Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016
Bloco 1 – Almanaque
Bloco 2 – IrNewton Agrella (Editorial de Domingo) A Coluna Protetora do Norte
Bloco 3 – IrJoão Ivo Girardi – (Coluna do Irmão João Gira) - Zelo
Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – Definido o que é Rito, Ritual e Ritualística. E qual o .......
Bloco 5 - IrHercule Spoladore – Algumas Reflexões a Respeito da Maçonaria no Brasil
Bloco 6 - IrJoão Anatalino Rodrigues – Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam ...
Bloco 7 - Destaques JB: Hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 2/33
RESENHA
Livro: “Diálogos entre o Esquadro e o Compasso”
Autor: Walter Celso de Lima
Editora: Londrina: A Trolha, 2015
232 páginas
ISBN 978-85-7252-341-7
Trata-se de 12 ensaios, escritos em 2014, sobre instrução, cultura e história da Maçonaria. Os
temas são bastante diversos, estanques e demarcados: há ensaios sobre rituais – a razão de sua
existência e suas origens; sobre autoridade e liderança; sobre mérito, merecimento e virtude;
sobre caridade – caridade não religiosa, caridade cristã, judaica, islâmica e caridade maçônica.
Contém ensaios sobre símbolos: águia bicéfala – no mundo leigo e na Maçonaria; o bom pastor –
símbolo religioso e não religioso maçônico; rosa-cruz; Kadosh – sentido religioso (a santidade) e
sentido maçônico não religioso (virtuosidade). Há um ensaio sobre O Corão e cultura islâmica; outro
sobre a mais antiga Loja de Pesquisas maçônicas no mundo, Loja na qual o Autor é afiliado. O título:
“Diálogos entre o Esquadro e o Compasso” tem um importante significado simbólico. Todos os
ensaios são ilustrados e têm a apresentação de referências bibliográficas onde o leitor pode se
aprofundar no tema. Esse é o quinto livro publicado pelo Autor sobre filosofia, história e cultura
maçônica - https://www.trolha.com.br
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 115º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 251 dias para terminar este ano bissexto
Dia Internacional do Jovem Trabalhador e
Dia do Operador de Triagem e Transbordo
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
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 286 — O imperador Diocleciano promove o seu general Maximiano a co-imperador com o posto
de Augusto e lhe dá o controle sobre as regiões ocidentais do Império Romano.
 325 — O príncipe Cheng de Jin, de quatro anos de idade, sucede ao seu pai Ming de Jin como
imperador da dinastia Jin Oriental.
 457 — Majoriano é aclamado imperador pelo exército romano.
 527 — O imperador bizantino Justino I nomeia seu sobrinho Justiniano como co-governante e sucessor
ao trono.
 1572 — Na Guerra dos Oitenta Anos, os Watergeuzen capturam Brielle dos espanhóis, ganhando o
primeiro ponto de apoio em terra para o que se tornaria a República das Sete Províncias Unidas dos
Países Baixos.
 1625 — A frota luso-espanhola de 52 navios começa a reconquista da Bahia dos holandeses durante
a Guerra Luso-Holandesa.
 1854 — O romance Hard Times de Charles Dickens começa a ser publicado em sua revista
semanal Household Words.
 1867 — Singapura torna-se uma colônia da coroa britânica.
 1873 — O vapor White Star RMS Atlantic afunda no litoral da Nova Escócia, matando 547 pessoas, no
pior desastre marítimo do século XIX.
 1924 — Adolf Hitler é condenado a cinco anos de prisão por sua participação no "Putsch da
Cervejaria". Porém, ele fica apenas nove meses preso, e durante esse período escreve Mein Kampf.
 1933 — Os nazistas recentemente eleitos, sob a liderança de Julius Streicher, organizam um boicote de
um dia a todas as empresas de propriedade de judeus na Alemanha, dando início a uma série de
atos antissemitas.
 1937
 Áden torna-se uma colônia da coroa britânica.
 Guerra Civil Espanhola: Xaém, Espanha é bombardeada pelas forças nazistas.
 1939 — Guerra Civil Espanhola: o Generalíssimo Francisco Franco, do Estado espanhol, anuncia o fim
da Guerra Civil Espanhola, quando os últimos das forças republicanas se rendem.
 1945 — Segunda Guerra Mundial: Operação Iceberg: tropas dos Estados Unidos desembarcam
em Okinawa, na última grande campanha da guerra.
 1946 — Sismo das Ilhas Aleutas: um sismo de magnitude de 8.6 próximo das ilhas Aleutas cria
um tsunami que atinge o arquipélago do Havaí, matando 150 pessoas, a maioria em Hilo.
 1948
 Guerra Fria: Bloqueio de Berlim: as forças militares, sob a direção do governo controlado
pelos soviéticos na Alemanha Oriental, interrompem o acesso por terra a Berlim Ocidental.
 As Ilhas Feroe ganham autonomia da Dinamarca.
 1949 — Guerra Civil Chinesa: o Partido Comunista da China mantém negociações de paz bem-
sucedidas com o Partido Nacionalista em Pequim, após três anos de luta.
 1955 — A rebelião EOKA contra o Império Britânico começa em Chipre, com o objetivo de obter a
unificação pretendida ("enosis") com a Grécia.
 1960
 O governo da África do Sul proíbe o Congresso Nacional Africano (ANC) e o Congresso Pan-
Africano.
 O satélite TIROS-1 transmite a primeira imagem de televisão da Terra obtida a partir do espaço.
 1962 — A Suíça recusa, em referendo, a produção e importação de armas nucleares.
 1964
 François Duvalier se autoproclama presidente vitalício do Haiti.
 Início do Regime militar no Brasil.
 1969 — O Hawker-Siddeley Harrier entra em operação com a Força Aérea Real.
 1976 — Fundada a Apple Inc. por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne.
 1977 — O Governo democrático espanhol dissolve a Falange Espanhola, partido único do regime
ditatorial de Francisco Franco.
 1997
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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 Portugal assume a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
 O cometa Hale-Bopp é visto passando no periélio.
 1999 — Nunavut é criado como um território canadense extraído da parte oriental dos Territórios do
Noroeste.
 2002 — Os Países Baixos tornam-se o primeiro país a legalizar a eutanásia.
 2004 — Google anuncia o Gmail para o público.
 2009 — Croácia e Albânia aderem à OTAN.
1894 Lei nº 184, desta data, criou o município de Palhoça, desmembrado de São José.
1920 Assume interinamente o governo do Estado de Santa Catarina o presidente do Congresso
Estadual, Raulino Horn, substituindo o titular Hercílio Luz.
1771 Constituída a Loja Amis Reunis, em Paris, fundadora do Rito Philaléthes (Amigos de
Verdade) para estudar os numerosos ritos franceses.
1784 Fundada a Grande Loja Nacional da Áustria, sob a proteção do Imperador Joseph II, mas
fechada em 1795 por Francisco II, instigado pelo alcagüete Leopold Hoffmann
1873 O Rito Adonhiramita passa a ter regência independente com a fundação do Capítulo dos
Cavaleiros Noaquistas. Com isto, deixa de existir o Grande Capítulo dos Ritos Azuis, que
englobava os Ritos Adonhiramita e Moderno.
1901 O Ir Theodoro Roosevelt, 26º presidente americano é feito Mestre Maçom.
1982 Fundada a Loja Maçônica Cavaleiros do Japuré nr. 124 – Oriente de Manga, MG – (G L M
M G)
1995 Fundada a Loja Estrela da Harmonia nr. 2.868 – Criciúma (GOB/SC)
1982 Fundada a Loja Inconfidência de Concórdia nr. 27 (Concórdia GLSC
2001 Fundada a Loja “Liberdade e Harmonia” nr. 81 (GLSC) em Florianópolis
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
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Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
" A COLUNA PROTETORA DO NORTE"
O processo de Iniciação obedece trâmites ritualísticos que invariavelmente levam o Iniciado a um
permanente estado de ansiedade e descompasso com o Universo que lhe é peculiar.
Agora, ele se defronta com o desconhecido.
A escuridão era sua sua fiel companheira até então, e nela tateava o mundo a sua volta, sem
imaginar o que viria pela frente.
Após etapas vencidas, medos e incertezas que o atormentavam, e o desconhecimento do que
estaria por vir, finalmente lhe é outorgado o direito de postar-se no local mais recôndito do
Universo Maçônico: a Coluna do Setentrião. Também conhecida como Coluna do Norte.
É nesse local do Templo, em que a Luz se faz mais tênue e o lugar é por si só mais escuro, onde
o Aprendiz Maçom começa paulatinamente a se ambientar e a observar como as atividades se
desenvolvem ao seu redor.
É ali que ele começa pouco a pouco a receber a Luz, ou seja; o conhecimento, a informação, o
aculturamento ritualístico maçônico.
Trata-se pois, de uma fase de transição da vida profana para a vida maçônica, da busca do
Conhecimento do significado da Vida e da Morte, da Criação do Universo, do Material e do
Imaterial.
O Conhecimento, a propósito, deve ser gradual para justamente evitarem-se incompreensões ou
interpretações equivocadas. Eis o porque o acesso à Luz deve ser gradativo.
O excesso de Luz ou de informações para aquele que está na fase inicial de sua jornada pode ser
prejudicial e é por isso que o Aprendiz deve tomar assento no local mais protegido da Luz, isto é:
o Norte.
A função deste Iniciado terá uma reduzida intervenção ao longo dos Trabalhos em Loja e por essa
razão ele ainda deverá permanecer nesta zona de proteção, para que possa aquilatar com
tranquilidade, concentração tudo aquilo que se desenvolve em oficina.
2 – Editorial de domingo – A Coluna Protetora do Norte
Newton Agrella
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O Aprendiz observa as movimentações dos Diáconos, nota as batidas do Malhete empunhado pelo
Venerável Mestre, seguido das batidas dos 1o. e 2o. Vigilante e começa a ouvir as primeiras
terminologias de natureza maçônica.... um linguajar um tanto erudito e pouco usual que o deixa
ainda mais apreensivo...diante dos augustos mistérios que começam a se descortinar diante dele.
Com o passar do tempo, orientado pelo pelos Vigilantes cuja missão dentre outras, é instruí-lo
com os ensinamentos do Grau, na Marcha, nos Toques, nas Palavras e nos Estudos pertinentes a
Simbologia do grau - é que o Aprendiz Maçom começa a divisar a Luz .
Porém de forma discreta, parcimoniosa e sempre revestida de muita sobriedade.
Eis o seu tempo de desbastar a pedra bruta, que é o templo que habita dentro de si, e começar sua
trajetória mais consistente.
Ele por enquanto não fala... ele mais ouve, vê e presta atenção a tudo que o cerca. E via de regra
só deve se pronunciar quando instado pelo Venerável Mestre secundado pelo 1o. Vigilante.
Esse processo deve ser o mais cuidadoso possível, pois é nele que o Aprendiz começa a ganhar
confiança e estabilidade para o início de sua jornada maçônica.
Fazendo-se uma analogia com o próprio planeta em que habitamos e onde o Hemisfério Norte se
caracteriza pelas noites longas, frias e onde até o Sol da Meia-Noite pode ser vislumbrado, tal se
faz com relação ao posicionamento do Ir.´. Aprendiz em Loja. O Norte é o seu lugar...
É tempo em que o exercício do Pensamento começa a se desencadear baseado no processo de
observação.
O primeiro Vigilante, segundo o Rito Escocês, é colocado ao norte, e, portanto, corresponde a
coluna do norte. Ressalta-se que os Aprendizes são colocados ao Norte (esquerda), mas ficam sob
a dependência do segundo Vigilante. As duas colunas marcam os limites do mundo criado.
O significado Místico da Coluna do Norte de acordo com o Autor Maçom Ragon em sua obra
Ritual de L’Apprenti Maçon, p.66 faz referência ao signos do zodíaco e ao mundo celeste. (Jules
Boucher - A Simbólica Maçônica)
As dimensões da Coluna são contrárias a todas as regras da arquitetura, para nos advertir que a
sabedoria e a força do Supremo Arquiteto estão acima das dimensões e da opinião dos homens.
A coluna é de bronze para resistir ao dilúvio, isto é, da barbárie; o bronze é aqui emblema da
eterna estabilidade das leis da natureza, base da doutrina maçônica. Oca, para poder conter os
instrumentos, que são os conhecimentos humanos.
A Coluna do Norte é a chama que mantém acesa a vida de uma Loja, pois é nesse logradouro em
que iniciam os seus trabalhos aqueles que serão o futuro da Ordem.
Os Aprendizes constituem-se nos elementos mais importantes de uma Loja Maçônica, pois eles
são o sinal que indicam a continuidade e a perenidade da Sublime Ordem.
É a coluna que precisa estar sempre povoada sob a vigilância fraterna e o cuidado permanente que
se exige. O Aprendiz portanto é o Homem do Setentrião.
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
ZELO
“Nunca poderá ser ofensivo aquilo que a simplicidade e o zelo ditam”. (Shakespeare).
1. Etimologia: Original do grego, zélos é uma grande energia, entusiasmo em defender uma causa
ou objetivo. No nosso português do dia a dia, zelo virou sinônimo de cuidar, de ter afeição com
algo, de agir com interesse em proteger. Este algo pode ser uma pessoa, um objeto, até mesmo
uma ação.
2. O que é Zelo: O zelo pode ser com animais ou objetos. Uma pessoa que tenha zelo por seu
animal de estimação significa que ela não apenas cuida de seu companheiro animal, mas que
também tem grande afeição por ele. Já uma pessoa que tenha zelo pelo relógio que pertenceu ao
seu tataravô é aquela que, mesmo que aquele pedaço do passado não sirva mais para muita coisa,
ela ainda o guarda com afeição e irá zelar pelo resto dos dias aquele objeto.
Profissionais também precisam ser zelosos no trabalho. O zelador de um prédio é o
profissional encarregado pelo zelo pelo patrimônio do condomínio, garantir que ele esteja em
ótimo estado. Vendedores zelosos são aqueles que querem que seu cliente leve produtos que
realmente valerão a pena e o farão voltar na loja em outra ocasião para comprar mais. Em suma,
profissonais de qualidade são aqueles que zelam pelo que fazem, agindo para assegurar que seus
clientes e aquilo que são encarregados estejam sempre bem cuidados. Uma pessoa que tenha zelo
pelo seu trabalho com certeza será bem sucedida no que faz.
O zelo também é destinado às pessoas. Pais que são zelosos com seus filhos são aqueles que
amam e cuidam para que seus herdeiros sejam felizes. Mas pais também podem ter zelo pelo
futuro dos seus filhos, e isto significa que, as vezes, é preciso dizer não, mesmo que a criança
fique triste e não entenda, porque no futuro aquele não poderá ser motivo para muita alegria. Ser
zeloso com alguém é demonstrar, acima de tudo, carinho. É ter respeito e reconhecer a
importância daquela pessoa na sua vida. O zelo com o outro é a forma realmente humana de tratar
uns aos outros, importando-se com o próximo.
Zelo é parte instinto parte uma resposta ao ambiente. É inegável o zelo natural que uma mãe
tem pelo seu bebê. Mas também é uma atitude que surge de acordo com o ambiente ou mesmo
com a responsabilidade. Ser zeloso no ambiente de trabalho não vem naturalmente para muitos,
3 – Coluna do Irmão João Gira ( Zelo )
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 8/33
mas ainda sim é uma atitude esperada pelo empregador. Em alguns casos, é necessário aprender a
ter zelo. É preciso, conscientemente, dirigir-se ás pessoas e objetos buscando tratá-los com
respeito, atenção e cuidado, mesmo que estes sentimentos não venham de forma automática.
Um mundo melhor passa necessáriamente pelo zelo. Basta ir às ruas de qualquer grande
cidade para notar em qualquer lugar a atual falta de zelo entre as pessoas, seja ofendendo uns aos
outros em cruzamentos no trânsito, seja desrespeitando as leis que assegurariam espaços e
assentos determinados à pessoas de idade ou com necesssidades especiais, ou ainda pela falta de
cordialidade com profissionais em diversos estabelecimentos. Além de pessoas, ser zeloso com o
espaço público é cuidar dele, não jogando lixo nas ruas, respeitando a real função de cada objeto e
recorrendo aos meios pertinentes para lutar por melhores condições. Isto também é um grande
passo para o crescimento tanto individual quanto coletivo.
Sermos zelosos significa então que nós nos importamos com a existência de algo, seja a
pessoa amada ou uma simples figurinha do album da copa. O ato de ter zelo é uma condição que
nos faz ser mais humanos, pois demonstra nossos sentimentos de afeto e proximidade. Tenha zelo
pelo que importa, e lembre-se de que zelar pelo outro é viver em harmonia consigo e com o
mundo e a garantia de um lugar melhor para você e seus filhos. (Fonte: significados.br).
3. Deus zeloso: Na Bíblia, Deus é descrito como um ser zeloso, que cuida do Seu povo, daqueles
que Ele ama.
A expressão o zelo do Senhor dos Exércitos fará isso significa que Deus não esquece as Suas
promessas, indicando coisas que certamente serão cumpridas. Também é possível referir que neste
caso, zelo não é apenas o cuidado mas também ciúme. Deus não divide a sua glória, louvor e
adoração com outros, e tem ciúmes quando o Seu povo não O coloca em primeiro lugar nas suas
vidas.
Em 2 Coríntios 11:2, o apóstolo Paulo afirma: O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem
de Deus, o que significa que os filhos de Deus também devem ser zelosos.
MAÇONARIA
1. Ensaio: Giz, Carvão e Argila: Significa que o Aprendiz deve servir a seu Mestre com
Liberdade, Fervor e Zelo. Não há nada mais livre do que o Giz, cujo mais leve toque deixa um
rastro; não há nada mais fervoroso do que o Carvão, porque, para ele, quando adequadamente
aceso, o mais endurecido metal derreterá; não há nada mais zeloso do que a Argila, nossa mãe
Terra, pois só ela, entre todos os elementos, nunca se mostrou inamistosa ao homem.
Massa dágua o encharcam com chuva, oprimem-no com granizo e submergem-no com
inundações; o ar desencadeia procelas e prepara a tempestade; o fogo acende o vulcão; mas a
terra, sempre gentil e indulgente, encontra-se subserviente aos seus desejos. Embora
constantemente agredida, mas para fornecer os luxos do que as necessidades da vida, ela nunca
recusa sua colheita, espalhando flores no seu caminho e comida na sua mesa.
Embora ela produza veneno, ela também fornece o antíodo e devolve com sobras cada bem
empregado em seu cuidado; e quando, afinal, nós somos chamados a passar pelo vale escuro da
sombra da morte, ela mais uma vez nos recebe e piedosamente cobre os nossos restos dentro do
seu seio, assim nos advertindo de que tal como dela viemos, assim a ele brevemente deveremos
retornar. (Fonte: Livro, O Rito de York, Sérgio Roberto Cavalcante).
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2. Do Hino da Maçonaria:
”Da luz depósito augusto / Recatando a hipocrisia / Guarda em si com o zelo santo / A pura
Maçonaria”.
Comentário: A Maçonaria guarda em si, com o devido cuidado, a luz da razão. Em seu interior, a
hipocrisia vai sendo recatada (envergonhada), enquanto que a verdade é exaltada. Questão
interessante sobre esse Hino, que recebeu o nome genérico de Hino da Maçonaria por não ter sido
originalmente nomeado, é quanto a sua autoria. Várias fontes maçônicas o colocam como sendo
letra e música de D. Pedro I. Não há documento algum que corrobore com essa teoria. Outras
tantas fontes, inclusive o GOB, apontam o autor como sendo Otaviano Bastos, o que é impossível.
O próprio Otaviano escreveu em sua obra Pequena Enciclopédia Maçônica que a música é de D.
Pedro I, mas a letra é de autor desconhecido. (Kennyo Ismail). Alguns autores citam que sua
música tenha sido composta por Albert Raymond Costet - Conde de Mascheville (?).
3. Rituais: (...) O Grande Arquiteto do Universo de vós exige novas provas de zelo e
devotamento; que, por sobre o mar tempestuoso das paixões e sob os golpes fulminantes dos raios
da maldade, é preciso avançar, avançar sempre com denodo e coragem para alcançar o porto.
(...) Depois das revelações misteriosas, que foram para vós imenso ensinamento, ela vos fez
conhecer o que de vós exige, em zelo e devotamento pela Humanidade, pela Pátria, por vossos
semelhantes e por vós mesmos. (RA).
(...) Do zelo que tiverdes pela instrução de todos e do interesse que demonstrardes em prol de
nossa Instituição, dependerão, em grande parte, o êxito e o proveito dos trabalhos desta Augusta
Loja... (RIVM).
Finalizando:
Neste final de semana estarei sendo homenageado pela GLSC com a Comenda de Mérito
Cultural Maçônico “Aquiles Garcia”. Quero creditar grande parte desta Comenda ao
Irmão Jerônimo Borges, que desde de 2010 abriu espaço neste nosso informativo para que
pudesse levar a todas as potências e ritos deste país, com zelo, um pouco da aculturação
maçônica. Tenho orgulho e humildade de fazer parte deste time que lê e escreve o JB News.
Obrigado, Mano.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
DEFININDO O QUE É RITO, RITUAL E RITUALÍSTICA. E QUAL O
SIGNIFICADO DE LITURGIA EM UMA SESSÃO MAÇÔNICA? ALIÁS,
LITURGIA NÃO SERIA UM TERMO AFETO AO UNIVERSO DAS
RELIGIÕES SOMENTE?
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Assim, no nosso entender não sendo a Maçonaria Especulativa Moderna uma
religião, como aliás, apregoam todos os conceitos presentes nos principais e
mais representativos livros que apresentam a nossa Instituição, não pode se valer
do viés semântico religioso da palavra ‘liturgia’, enquanto serviço público;
nossos trabalhos são privativos dos maçons, para tanto nos valemos dos
préstimos de um ‘Cobridor’. Ainda pelo fato de não ser a Maçonaria uma religião,
não podemos utilizar o sentido ‘teologal’ de uma crença específica, no caso o
Cristianismo, até porque a atmosfera religiosa cultivada pela Instituição é a do
ecumenismo, sendo vedado ‘toda a discussão religiosa ou política no interior das
Lojas’, tendo sido reafirmado no discurso de retorno das atividades maçônicas
em 1832: ‘respeito à religião’, isto é, uma visão ecumênica.” (“Anexo - Uso dos
Termos ‘Liturgia’ e ‘Ritualística’”, que é parte do capítulo final do trabalho de autoria do
Irmão Luiz V. Cichoski, “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da Sessão
Maçônica”)
INTRODUÇÃO
Os temas que constam no título acima, inaugurando a página, estão todos relacionados,
de certa forma, com os trabalhos que foram publicados ao longo dos últimos meses versando sobre a
história e as particularidades dos ritos, com destaque àqueles considerados, segundo a linha de
pensamento de alguns autores, os mais praticados no Brasil. Foram contemplados então: o REAA, o
Rito de York, o Rito Moderno, o Rito Adoniramita, o Rito Brasileiro e o Rito de Schröder. Além do mais,
foram publicados outros dois artigos, com foco na origem dos catecismos e dos rituais.
Se definir é indicar a significação exata, além de expor com clareza, então, é isso que eu
gostaria de fazer a partir de agora, no que tange aos significados dos termos rito e ritual, estes de
uma maneira mais sucinta, levando em conta que essa temática, em parte, esteve embutida nos
conteúdos anteriores, mas, ressalvado que, nos trabalhos citados não foi dada nenhuma ênfase ao
fato de que rito e ritual são termos passíveis de terem seus usos confundidos eventualmente, ou que
exista aquela tendência de serem vistos como sinônimos, o que não é bem verdade. Já com relação
aos termos, ritualística e liturgia, o objetivo é explorá-los um pouco mais. Em primeiro lugar porque se
faz necessário definir, mas, sem confundir, e em segundo lugar, para que fiquemos sabendo da sua
utilização, dos seus significados, e quais os contextos mais apropriados para eles. Pelo que se lê, e
4 – DEFININDO O QUE É RITO, RITUAL E RITUALÍSTICA. E QUAL O SIGNIFICADO
DE LITURGIA EM UMA SESSÃO MAÇÔNICA? ALIÁS, LITURGIA NÃO SERIA UM
TERMO AFETO AO UNIVERSO DAS RELIGIÕES SOMENTE?
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 11/33
não querendo generalizar, podemos perceber que um destes termos, pelo menos, é utilizado sem dó
nem piedade, como se a Maçonaria tivesse mais afinidade com alguma religião do que qualquer outra
coisa. Não é difícil detectar nesse caso, da utilização dos termos ritualística e liturgia, também, a
sinonímia, o que veremos se tem procedência ou não. Na verdade, veremos cada um deles, rito,
ritual, ritualística e liturgia, pois, não haveria como negar que nenhum deles está a salvo de um
emprego de forma equivocada. Não é então uma pesquisa etimológica, no sentido exato, é sim uma
pesquisa visando entender o porquê do uso dessas palavras específicas num contexto maçônico, e
uma identificação melhor de cada uma delas em seu significado, tudo dentro daquela intenção maior
de somente esclarecer, sendo que para isso, vamos utilizarmo-nos das opiniões dos nossos melhores
autores e estudiosos de assuntos maçônicos.
DEFININDO RITO
Vejamos a definição dada para rito, por aquele que foi um dos nossos maiores
estudiosos, o Irmão José Castellani:
“RITO. De maneira geral, é o cerimonial próprio de um culto, ou de uma sociedade, determinado pela
autoridade competente; é a ordenação de qualquer cerimônia; por extensão, designa culto, religião,
seita.
Apesar de não existirem diferenças palpáveis em relação à doutrina, à simbologia, à
filosofia e à ideologia, entre os diversos agrupamentos maçônicos, a realidade é que, em relação a
Ritos, existem diferenças flagrantes, motivadas por interpretações diferentes de fatos históricos; por
análises diversas do esoterismo básico de muitas práticas maçônicas; por influências religiosas,
políticas e sociais e até por situação geográfica.
Graças a isso, sempre existiram dezenas de Ritos maçônicos (muitos já extintos), o que,
longe de mostrar uma divisão, ou um enfraquecimento da decantada união maçônica, sugerem, muito
mais, a grande riqueza moral, intelectual e espiritual da ciência maçônica, que possibilita diversas
correntes de pensamento, as quais, embora muitas vezes díspares e até conflitantes, convergem,
sempre, sem qualquer incoerência, para um ponto comum a todos os agrupamentos maçônicos. (...)”
E numa definição mais didática, digamos assim, vejamos a de autoria de Frau Abrines,
que é citada pelo Irmão Nicola Aslan em seu dicionário:
“(...) chama-se Rito o conjunto de regras ou preceitos com os quais se praticam as Cerimônias e são
comunicados os Sinais, Toques e Palavras e todas as Instruções Secretas dos Graus. Rito é, em
outras palavras, uma codificação de certas cerimônias.”
Uma outra definição, a do Irmão Breno Trautwein, parece ser bem completa:
“Um rito maçônico deve conter um ritual com as respectivas cerimônias em determinada ordem de
execução (liturgia), mais os princípios sociais, filosóficos, históricos e simbólicos. É um complexo
ordenado de práticas, baseado numa tradição secular ou, mais propriamente, milenar. São as raízes da
maçonaria que não podemos esquecer e nem adulterar.”
DEFININDO RITUAL
Utilizando-me ainda das informações que constam no dicionário do Irmão Castellani, com
relação ao termo ritual, ali é dada a seguinte definição:
“RITUAL. É tudo o que é relativo a Rito, ou que contém Ritos; é, também, o livro que contém a ordem e
a forma das cerimônias, religiosas ou não, com as palavras, ou também orações que as devem
acompanhar; mais extensamente, refere-se a qualquer cerimonial, ou a um conjunto de regras a seguir.
Por essa definição, até atos diários da vida de uma sociedade, ou de um ser humano isolado, que se
repetem sempre da mesma maneira, são formas de um Ritual (conjunto de regras).
Em Maçonaria, o cerimonial de cada Rito é o seu Ritual que, na atualidade, designa,
realmente, o livro que contém a ordem e a forma das cerimônias. Isso, todavia, nem sempre
aconteceu, pois, primitivamente, o Ritual, como conjunto de regras a seguir, era transmitido oralmente
e totalmente decorado pelos Iniciados. Essa prática, além de reguardar o sigilo maçônico (já que um
Ritual escrito pode cair em mãos de profanos), ainda contribuía para que o Ritual permanecesse
imutável, como o segredo de bebidas nobres, transmitidos de geração a geração. A partir do momento
em que os Rituais passaram a ser escritos, além do possível acesso de elementos estranhos à
Maçonaria às mais recônditas práticas maçônicas, observaram-se as grandes deturpações ritualísticas,
exacerbadas à cada nova edição, a ponto de desfigurar alguns Ritos, de tal maneira que, comparados
à sua primitiva forma, parecem Ritos totalmente diferentes. (...)”
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A título de ilustração, e no que se refere ainda, ao tema envolvendo os rituais, o Irmão
Kennyo Ismail aponta para um erro que é muito comum, quando não temos assimilada a ideia de que
“o Ritual é o manual de procedimentos que determina a prática do Rito, o qual pode ter vários rituais.”
Então:
“Assim sendo, ao contrário dos prejulgamentos inconsequentes de alguns maçons quando dizem que
‘o Rito Escocês deles é diferente do nosso’, ou ainda pior, ‘isso não é Rito Escocês’, a variação não é
no Rito e sim nos Rituais. Essas diferenças nos Rituais são algo totalmente natural e esperado, e cuja
única consequência negativa são as ofensas que a fraternidade sofre com tal ignorância e intolerância
de alguns pelo que é diferente do que se está acostumado.”
DEFININDO LITURGIA
Agora vamos dar início à abordagem de uma das palavras que, dada a sua natureza,
digamos assim, seria comum detectá-la nos assuntos relacionados à religião e mais especificamente à
religião católica, onde a Liturgia pode ser descrita como “a ação do povo de Deus reunido em Jesus
Cristo na comunhão do Espírito Santo”, para usar as palavras do teólogo Silvano Tenório.
Mas, não vamos tratar do termo apologeticamente, o nosso objetivo é bem outro, o que
seria no máximo explorar um pouco sobre as suas origens, claro, há que se enveredar por caminhos
que levam às religiões sim, mas, somente para que cheguemos ao criadouro da palavra, e se
comprovadamente ela é fundamentalmente religiosa, o porquê do seu uso em um contexto maçônico.
Ainda, antes de dar prosseguimento, gostaria de recomendar a leitura de um trabalho, já
que tocamos no tema religião e catolicismo, e do qual um trecho já consta entre o título e a introdução
do presente. Para aqueles que tenham vontade de futuramente, descobrir se existe uma possível
relação entre a liturgia católica e a liturgia maçônica, hipótese aventada por alguns autores, mais
especificamente Ragon e Blavatsky, o trabalho de autoria do Irmão Luiz V. Chitoski, publicado na
revista “O PRUMO” em seus números 208, 209 e 210, composto, portanto, de três partes e mais um
anexo, se intitula “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da Sessão Maçônica”, tem a resposta,
além de que, por essas e outras, vale a pena ser lido, tão brilhante é a maneira com que o Irmão Luiz
Chitoski explana e expõe suas ideias, o que faz do seu trabalho uma aula, uma aula magna. Mais
adiante, voltaremos a fazer referência a este trabalho.
Prosseguindo, vejamos o que o “Vade-Mécum Maçônico”, do Irmão João Ivo Girardi tem
reservado sobre este termo, antes, dizendo que a definição atende do ponto de vista religioso e
maçônico:
“LITURGIA: [gr. Leitorgia, leos: povo+ergon: trabalho, função pública] 1. É o termo mais aplicado à
religião e designa a forma e a ordem aprovadas pela autoridade eclesiástica, para celebrar os ofícios
divinos, especialmente o da missa; é também, o estudo dos Ritos Sagrados. Todavia, pela própria
etimologia, qualquer sociedade que realize um cerimonial, seja público, ou apenas reservado aos seus
adeptos, em que exista uma ordenação e uma determinada forma de desenvolvimento da cerimônia,
estará exercendo uma função litúrgica. 2. Desde os tempos mais antigos o ser humano buscou formas
de entrar em contato com a divindade. Criou expressões corporais (danças, inclinações, prostrações),
utilizou elementos da natureza (flores, plantas, animais), formulou palavras, frases ou discursos e pôs
tudo isso a serviço da liturgia. Foi a maneira que o homem encontrou para celebrar a vida. A liturgia é
um diálogo entre a Divindade e o homem. 3. São as formas ou o ritual prescritos para o culto religioso e
o processamento dos trabalhos maçônicos nos diversos ritos. 4. Na Igreja Ortodoxa é chamada Liturgia
Divina; enquanto na Igreja Católica é denominada missa. 5. A Liturgia Ritualística é uma cerimônia com
fundo moral sobre um acontecimento natural, que tenta reproduzir a origem Divina/Sobrenatural da
humanidade; geralmente é apresentada como um crescimento espiritual explicando o ciclo da vida
(nascimento-morte-nascimento). A representação teatral da liturgia é que caracteriza os diversos ritos
que buscam elevar os homens de um determinado grupo a um Êxtase Sagrado e há um renascimento
espiritual após cada exercício ritualístico.”
LITURGIA JUDAICA E CRISTÃ: BUSCANDO AS ORIGENS
Na descrição que acabamos de ler acima, vimos que liturgia é um termo mais aplicado à
religião e que a liturgia vem designar a forma e a ordem aprovada pela ordem eclesiástica, o que
remete à Igreja. Mais adiante vimos que, por extensão, qualquer cerimonial em que haja uma
ordenação e um desenvolvimento prévio a ser cumprido, é um ato litúrgico e que o mesmo pode ser
estendido para qualquer sociedade.
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Pudemos captar ainda, que na origem disso tudo, está uma ordem a ser seguida.
Buscando as origens mais remotas, encontramos no hebraico a palavra SIDUR, que é
proveniente da palavra SEDER, que significa “ordem”, onde, a ordem da oração. O plural é SIDURIM.
O Sidur é o livro judaico de orações comuns para todos os dias da semana e para o Sabath. Pelo fato
dos judeus se espalharem pelo mundo, como consequência inevitável da sua dispersão, muitos
Sidurim foram compilados. No entanto, a matriz proveniente desde a época dos Sábios Talmúdicos foi
preservada em todos eles. O primeiro Sidur, com a ordem de oração, com todos os regulamentos e as
tradições, foi coordenado na antiga Babilônia, no Período Bizantino, e essa influência durou até as
Cruzadas. Depois vieram outras compilações de tradições, ritos e costumes, em virtude das várias
comunidades judias que haviam se formado durante a Diáspora. Os judeus sefaradim, no entanto,
moldaram o seu Sidur no dos sábios da Babilônia, os judeus askenazim num modelo que havia sido
criado na Terra Santa.
A vida judaica, após a fragmentação do povo nos guetos, também produziu outros
sidurim, além de que, vários episódios ligados à vida desse povo que constantemente tiveram de estar
se adaptando às diferentes realidades que iam se apresentando no decorrer da sua história.
E qual seria o motivo de eu ter citado ou relatado esses eventos da história judaica de
uma forma sucinta até aqui, sendo que, evidentemente, ela é muito mais rica em detalhes? Ocorre que
ao vermos como nasceu o Sidur, e a ordem que foi sendo colocada pelos sábios judeus através dos
tempos, onde consideradas as orações, as tradições e os regulamentos que somados, construíram a
sua liturgia, podemos detectar a história em seu início, e é essa liturgia que vai emprestar mais tarde
uma parte de suas raízes para o cristianismo. No entanto, volto a frisar, estamos somente buscando
as raízes concernentes ao que seja a liturgia e comprovando da sua ligação eminentemente religiosa.
Após termos comentado basicamente sobre a liturgia judaica em seus primeiros tempos,
falemos um pouco sobre outra religião que é o Cristianismo, onde o termo liturgia vai sendo
incorporado à medida que essa religião ia se separando, digamos assim, do Judaísmo, e ganhando
ares de uma nova religião.
Nos primeiros tempos, ou nos primórdios do cristianismo, tanto Jesus Cristo como os
seus apóstolos praticavam a religião judaica. Aliás, para os primeiros cristãos, eles se viam como se
fossem uma seita judaica. A liturgia cristã está enraizada na cultura do Antigo testamento, portanto, no
Judaísmo. Somente a partir do momento em que a Igreja começou a organizar-se é que começou a
criação de uma liturgia própria. Aí podemos já encontrar uma ordem compreendendo a oração, o
batismo e a eucaristia.
Os primeiros cristãos, com muita probabilidade, não possuíam ainda a compreensão
nítida do significado real da morte de Jesus e de todas as implicações para o culto, que adviriam
depois. Muitos dos cristãos em seus primeiros tempos ofereciam sacrifícios, e celebravam as festas
que eram naturalmente judaicas. As primeiras décadas do Cristianismo, podemos dizer que foi uma
fase de transição, e com o tempo os cristãos foram deixando de se reunir nas sinagogas e passaram a
se reunir em suas casas, e aqui, cabe dizer, que se não tivesse havido essa identificação primeira com
o Judaísmo, que era a única religião permitida no Império romano nessa época, talvez o cristianismo
nem tivesse sobrevivido.
Algumas discussões vão e vem, uma delas seria se os primeiros cristãos teriam
desenvolvido uma liturgia própria, outra, se o seu modelo foi a da sinagoga, o que outros amenizaram
achando que pelo fato do Cristianismo ser uma novidade cultural, incluíram apenas alguns elementos
da sinagoga, mas, não a copiaram exatamente .
Mas, as noções até aqui apresentadas, e que se referem aos primeiros tempos judaicos e
cristãos é simplesmente da construção de uma liturgia e que foi comum nos primeiros tempos às duas
religiões, o que dá toda a conotação religiosa ao termo com a qual já tinha sido acenado. Por falta de
espaço mesmo, e também por não ser o real objetivo deste trabalho, as origens das liturgias judaica e
cristã é um assunto muito rico e de muita bibliografia, o que facilita ao leitor que porventura tenha
ficado curioso em saber mais.
E A LITURGIA MAÇÔNICA?
O Irmão José Prudêncio Pinto de Sá, no seu artigo intitulado “Os Rituais e a Liturgia”
(artigo bastante esclarecedor, e que infelizmente tem sido descaradamente copiado por alguns
“pesquisadores” que não são capazes de ao menos citar as fontes, dando os créditos a quem os
merece de direito), assim se manifesta sobre a liturgia dos trabalhos maçônicos:
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“Para atingir os seus fins, os atos litúrgicos se revestem da pompa necessária, a fim de que os maçons
sejam influenciados pela seriedade do momento.
Além disso, por ocasião das iniciações, uma boa leitura de alguns textos explicativos
contribui para produzir uma forte impressão inicial nos neófitos, fenômeno que se repete a cada nova
cerimônia de passagem.
Abre-se, porém, o espaço para algumas observações, a primeira das quais põe em tela a
própria existência do ritual como instrumento de trabalho em loja. Na realidade, os atos litúrgicos só
deveriam ser lidos, naqueles momentos em que longos trechos de difícil memorização o exigissem,
sendo pronunciadas todas as falas ritualísticas sem o auxílio de qualquer papel ou livro.”
Por sua vez, o grande estudioso que foi o Irmão Breno Trautwein, em um artigo de sua
autoria intitulado “Ritos e Rituais” deu uma definição muito simples, muito didática, própria dos
verdadeiros Mestres, sobre o termo liturgia que diz assim:
“Ritual seria o livro dos ritos, ou a execução das cerimônias maçônicas, nesse caso confundindo-se
com cerimonial; e liturgia, a ordem a ser executada nas cerimônias maçônicas.”
DEFININDO RITUALÍSTICA
O Irmão Nicola Aslan apresenta em seu “Grande Dicionário Enciclopédico...” o termo
“RITUALÍSTICO”, e assim o define:
“Neologismo do vocabulário maçônico, que serve para distinguir do ‘Ritual’ em geral o que é
exclusivamente maçônico.”
Por outro lado, no “Vade-Mécum Maçônico”, temos:
“RITUALÍSTICA: 1. É tudo aquilo que é relativo ao Ritual, ao Rito, ou ao Ritualista. 2. Não pode ser
confundido com ritualismo, que é o sistema dos que se apegam a Ritos.”
E ainda no “Vade-Mécum Maçônico” temos logo abaixo do termo “Ritualística” um outro
que é:
“RITUALÍSTICA MAÇÔNICA: O modo como se processa a sessão, a começar pela entrada no
Templo.” Segue após um texto bastante extenso sobre a menira de como se processa a ritulística.
Já o “Dicionário Maçônico” do Irmão Rizzardo Da Camino” , diz:
“RITUALÍSTICO – Diz respeito à observância do uso de um Ritual. Na Maçonaria, a sessão ritualística
é sinônimo de sessão litúrgica, pois nela usa-se o Ritual adequado à cerimônia em desenvolvimento.”
COMENTÁRIOS:
Como deu para perceber, o termo ritualístico(a), é um neologismo, sendo que
neologismos são aquelas palavras novas criadas na nossa língua. A questão é que pelo fato de ser um
neologismo, isso faz com que não iremos encontrá-lo nos dicionários tradicionais, a não ser em
dicionários maçônicos. E como pudemos observar também, o Irmão Rizzardo Da Camino afirma que ‘a
sessão ritualística é sinônimo de sessão litúrgica’, mas, será que é assim que os outros autores
pensam?
CASTELLANI E O TERMO RITUALÍSTICA
Há um “Dicionário de Termos Maçônicos” de autoria do Irmão José Castellani, e foi nele
que achei as explicações mais esclarecedoras sobre o assunto:
“RITUALÍSTICA. É um neologismo (do grego, néos=novo + lógos=palavra; neologismo é, em
Gramática, a inovação linguística, quer no campo vocabular, quer no terreno sintático). O adjetivo
ritualístico designa aquilo que é relativo a Ritual, ou a ritualista; por analogia, criou-se,
maçonicamente, o termo ritualística, tudo aquilo que é referente ao Ritual, ao Rito, ou ao ritualista,
evidentemnte, um substantivo (assim, fala-se em ritualística maçônica, expressão na qual ‘ritualística’
seria um substantivo e ‘maçônica’ é o adjetivo).
O termo, mesmo sendo um neologismo, não deve ser confundido com ritualismo, que
significa conjunto de Ritos, ou o apego à cerimônia e formalidade. Também não pode ser confundido
com liturgia, palavra também usada em relação ao cerimonial maçônico. Liturgia é termo mais
aplicado à religião e significa a forma e a ordem aprovada pela autoridade eclesiástica,para celebrar os
ofícios divinos, principalmente a missa; é também o estudo dos Ritos sagrados. Todavia, pela própria
etimologia da palavra (originada do grego leitourgia=função pública), qualquer sociedade que realize
um cerimonial. Seja público, ou apenas reservado aos seus adeptos, em que exista uma ordenação e
uma determinada forma de desenvolvimento da cerimônia, estará exercendo uma função litúrgica. É o
que acontece com a Maçonaria. Assim, os termos Liturgia e Ritualística englobam todo o
desenvolvimento do cerimonial maçônico.”
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E AFINAL, LITURGIA OU RITUALÍSTICA?
Vejamos mais alguns trechos constantes no trabalho do Irmão Luiz V. Chitoski, que
definem sobre liturgia ou ritualística, sendo que a partir dessas informações é possível entender qual
seria o termo mais adequado no meio maçônico:
“Desta maneira, não se pode deixar de reconhecer a imensa carga religiosa que carregam os termos
liturgia, litúrgico e outros, que são entendidos como ‘o serviço público oficial da Igreja’, composto pelo
rito, cerimônias, orações e sacramentos. Dentre estes, um dos principais representantes e, exemplo
conhecido de todos, é a Missa Católica.(...)”
E mais adiante:
“Por outro lado, o viés profano, que distingue algumas atuações como se desempenhadas pelos
antigos liturgos, afastam-se ainda mais da atuação maçônica especulativa na sociedade, onde cada
maçom atua como cidadão e não como funcionário; e muito menos, no trabalho maçônico interno, onde
não mantém característica de profano’ mas exerce e desempenha a função de ‘iniciado’.
Neste ponto citamos a Bíblia Sagrada das edições Barsa, que nos alerta, textualmente,
não se poder confundir ‘LITURGIA com RUBRICAS, sendo estas as normas ou orientações de como
agir durante as funções litúrgicas’, o que nos remete ao estudo deste trabalho, isto é, a Ritualística
(rubricas) Maçônica.
Acompanhando o pensamento de Aslan e Castelllani, penso que o termo ‘liturgia’ deve
manter-se com sua característica dicionarizada, isto é, ‘mais aplicado à religião’. Advogo a ideia de
utilizar para a denominação das cerimônias e sessões maçônicas o neologismo ‘ritualística’, que além
de ser mais conhecido e utilizado nos trabalhos maçônicos, não carrega as acepções religiosas e
teológicas acima apresentadas. Ritualística nasceu e se desenvolveu como um termo maçônico
autêntico, próprio e bem definido.”
CONCLUSÃO
De acordo com as várias definições elencadas ao longo do trabalho, provenientes de
vários autores, sobre os quatro termos que constaram no título do trabalho, ou seja, rito, ritual,
ritualística e liturgia, pudemos obter conhecimentos que servem como subsídios para desfazer
quaisquer confusões no emprego dos mesmos.
Todos os termos que foram citados guardam as suas conexões, uns mais, outros menos,
independente da sua semelhança, pois, rito e ritual tem significados bastante diferentes, assim como,
ritualística é uma palavra que tem seu uso mais propriamente no ambiente maçônico e é um
neologismo. A que não guarda semelhança com as outras palavras em sua grafia, é mesmo liturgia,
deu para ver, é uma palavra que, ainda que seja utilizada na Maçonaria está muito mais afeta ao
ambiente religioso, portanto, é a mais discutível, é a que tem na palavra ‘ritualística’ uma substituta,
mas, que não seria tão fácil de ser substituída, pois, tem seu uso bastante consolidado, pelo que
parece.
Sempre aprendemos, ou reaprendemos. Durante o desenvolvimento do presente trabalho
vimos que na Maçonaria, Ritual é o livro que contém a Ordem, as fórmulas, as instruções que vão
propiciar uniformidade e regularidade aos nossos trabalhos maçônicos, que a liturgia é a Ordem a ser
executada nas cerimônias maçônicas, que pesquisando as origens do termo liturgia nos deparamos
com o Sidur judaico, e que esta palavra por sua vez, provém da palavra Seder, e que ela significa
Ordem. Aliás, por ocasião da Páscoa, a palavra Seder tem sua importância para determinados Graus,
o que, portanto, chega como uma coincidência. Aprendemos que os primeiros cristãos não se viam
como num contexto fora do judaísmo, mas, como uma seita do judaísmo, tanto que frequentavam as
sinagogas e a liturgia então, pode-se dizer que, era a judaica. E que tudo disso foi sendo apresentado,
ainda que, sucintamente, para deixar claro que a liturgia cristã tem raízes judaicas, ou no mínimo é
uma continuação da liturgia judaica, e que esse termo então, que é muito utilizado na Maçonaria tem
suas origens nessas religiões, o que vem comprovar de vez que é uma palavra de uso religioso.
Ao resumirmos a parte que trata sobre as origens da liturgia, fica uma lição bem mais
importante: a de que a Bíblia, o Livro Sagrado, nasceu da liturgia, da liturgia judaica e da liturgia cristã.
Por outro lado, ainda no cumprimento do objetivo que foi proposto que era elucidar
algumas questões semânticas, digamos assim, nesse que diz respeito ao uso da palavra ‘ritualística’ e
da palavra liturgia, ou qual a que seria a mais adequada para o ambiente maçônico, e baseado nas
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considerações que foram expostas tão inteligentemente pelo Irmão Luiz V. Cichoski, que optou pelo
termo ritualística, por ser o mais conhecido e utilizado em trabalhos maçônicos, e o que é mais
importante, por não carregar as acepções religiosas e teológicas e, consequentemente o que vem
reafirmar a posição ecumênica da Maçonaria, só posso concordar em gênero, número e grau.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“A Liturgia na História” – Ensaio da autoria do Frei Carlos Rockenbach. Disponível em:
www.estef.edu.br/.../
JB News, nº 865, de 15/01/13: “Os Rituais e a Liturgia” – Artigo de autoria do Irmão José Prudêncio
Pinto de Sá
JB News, nº 902, de 21/02/13: “O que é Rito e o que é Ritual” – Artigo de autoria do Irmão Kennyo
Ismail
“O ritual do templo judaico é modelo para o culto cristão?” – Artigo de Isaac Moreira – Disponível em:
www.adoracaoadventista.com/.../
Revistas:
O PRUMO, Edição 112 – Janeiro/Fevereiro de 1997: “Ritos e Rituais” – Artigo de autoria do Irmão
Breno Trautwein
O PRUMO, Edição 210 – Julho/Agosto de 2013: “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da
Sessão Maçônica (Final) ” - Artigo de autoria do Irmão Luiz V. Cichoski
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Volume 4 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. – 3ª Edição – 2012
AUSUBEL, Nathan. “JUDAICA – Volume 6 – Conhecimento Judaico II” – A Koogan Editor - 1989
CASTELLANI, José. “Dicionário de Termos Maçônicos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 2ª Edição
– 1995
DA CAMINO, Rizzardo. “Dicionário Maçônico” – Madras Editora Ltda. 2006
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Algumas reflexões
a respeito da Maçonaria no Brasil
Autor: Hercule Spoladore LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS “BRASIL”
São analisados e aferidos alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria brasileira através dos anos.
Alguns deles merecem ser citados e comentados. Alguns autores sustentam que o modelo
maçônico que foi legado pelos Irmãos do passado já não de adapta à Maçonaria atual. Este
modelo foi projetado para o homem recém-egresso do início da era industrial. Está defasado e
anacrônico. A Maçonaria atual no Brasil não poderia estar inserida nestes moldes.
Um gnóstico referiu ao autor deste artigo que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro
de seus templos existem ainda símbolos poderosos e mágicos, mas os maçons não os respeitam
como tais, pois já não conseguem vislumbrar os seus mais puros significados. Foi por esta razão
que a Maçonaria fragmentou-se, pois se confundiu e perdeu a sua força.
Outra versão refere que o maior objetivo político da Ordem e que acalentou gerações de maçons
no século XIX era justamente a Escravidão e a República, esta uma proclamada, perdeu-se o
objetivo prioritário. Não foi criada desde então nenhuma motivação cívica ou uma vocação social.
A Maçonaria brasileira fragmentou em várias potências, cada qual com sua orientação político-
social sempre se autodenominando, a verdadeira a regular e representante de todas as opiniões da
população maçônica brasileira.
De fato, uma vez proclamada a República, Maçonaria no Brasil, pouco fez. Inicialmente, resolveu
competir com as religiões cristãs na beneficência, na filantropia, onde com exceção de umas
poucas cidades, onde a Ordem faz um trabalho social racional muito importante, as demais
cidades do Brasil fazem uma filantropia amadora, sem planejamento, onerando sempre os seus
obreiros.
Costuma acontecer uma situação que parece ninguém liga, parece tudo normal a de uma loja, doar
cadeiras de rodas para um paraplégico e eliminar um Irmão por falta de pagamento das
mensalidades, sem pesquisar as necessidades momentâneas.
5 – Algumas reflexões a respeito da Maçonaria no Brasil
Hercule Spoladore
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Neste particular as lojas brasileiras fazem confusão com caridade profana e a caridade maçônica,
sem saber que nossos Irmãos de outrora da fase Operativa e mesmo da Maçonaria Moderna, o
conceito é de que a caridade deve ser feita ao maçom necessitado, à Família de maçons falecidos e
não para os profanos. Para profanos, não se deveria a rigor fazer caridade ou filantropia, se
seguisse os antigos costumes. Entretanto, é o que ocorre. Caridade para profanos, e esquecimento
do Irmão necessitado. Não de todos, diga-se de passagem, porque existem Lojas onde um grupo
de Irmãos se interessam e ajudam, visitam os Irmãos que estão nesta situação.
Se no quadro de uma loja existem aqueles Irmãos que são filantropos por natureza, por índole e
que queiram praticar caridade, que a façam às suas próprias expensas nunca envolvendo as lojas
em si.
Do ponto de vista político, a Maçonaria brasileira no século XX trabalhou em prol do divórcio em
1918. Calou-se quando o ditador Getúlio Vargas fez do Brasil o que quis. Durante a Revolução de
1964 também ficou quieta. Manifestou-se em prol do Parlamentarismo, porém não era a opinião
unânime de todos os maçons.
Quer dizer, o século XX foi perdido pelos maçons brasileiros do ponto de vista político. Passaram
vários presidentes maçons da República, mas não representando a Maçonaria e sim seus partidos
políticos.
.
Mas não foi só do ponto de vista político que ela se perdeu. Também sob o ponto de vista social e
ainda pior, na qualidade de seus membros. Aumentou o número de lojas, de potências e
consequentemente o número de adeptos. E daí?
Do ponto de vista dos trabalhos em Loja mudou a cor principal do REAA de vermelho, usado em
todo o mundo, para azul menos na Venezuela e Israel, este por causas políticas da região.
Entretanto a Maçonaria brasileira foi neste século passado campeã de brigas internas, com
aparecimentos de novas potências, cisões por dissidências, processos na justiça profana, expulsões
da Ordem etc.
Há outra versão sobre a Maçonaria brasileira defendida por alguns Irmãos pela qual não se
poderia exigir tanto dela, pois a sua função seria tão somente formar o Homem em si, como líder,
como embrião, como uma célula dentro da sociedade. Seria uma escola de vida. À Maçonaria
caberia tão somente mostrar aos seus adeptos os caminhos do seu auto aprimoramento, ensinando-
os a serem construtores sociais e que atuem na comunidade como um núcleo em torno do qual
estariam agregados os vários segmentos da sociedade.
Parece que este conceito seria o mais acertado e mais apropriado para o momento presente. Se a
Maçonaria formar um líder seja ele um político, um homem público, empresário, chefe de
escritório ou em qualquer segmento ele estará representando a Ordem de uma maneira muito
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eficiente e proveitosa. A partir daí sua participação na comunidade passa a ser naturalmente
político-social.
Mas como andam os problemas flagrantes da Ordem?
É claro que estas ponderações não estão se aplicando a todos os maçons e lojas, pois existe uma
grande parte da maçonaria que não se enquadra neste raciocínio, mas se tem a certeza que este
conceito se aplicará a muitos maçons a ás lojas. Se atentar-se para a realidade, e basta apenas
querer enxerga-la, sem reservas, com coragem, sem viseira pelo que se pode observar no dia a dia,
existem situações erradas na Ordem as quais serão abordadas apenas algumas, aleatoriamente.
-Falta de conscientização do que vem a ser Maçonaria. Certas sessões econômicas duram
duas a três horas e o período de estudos ou de instrução dura de quinze minutos a meia hora, isto
quando algum Irmão tem algum trabalho a apresentar.
-Com relação à instrução contínua, pois os aprendizes perguntam muito, é lógico, querem
saber, e geralmente quando fazem uma pergunta que poderia ser perfeitamente respondida por um
mestre, a resposta freqüente é “Isso não posso responder” “Tenha paciência você chegará lá”. Esta
resposta bloqueia de forma negativa, um aprendiz. O que não se pode dizer a ele são apenas
palavras, sinais, e certos símbolos inerentes aos graus dois e três. Mas a história, filosofia,
doutrina e uma série de coisas referentes à Ordem que são conceituais devem ser transmitidas aos
aprendizes e também aos companheiros.
- Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado. A grande maioria dos maçons
cresce na Ordem do ponto de vista de graus e os galga sem conhecer o grau em que está colado.
Quando chegam ao 33º grau é a gloria!
- A pressa de muitos Irmãos para que a sessão acabe logo, para poderem nos chamados
“fundões” dos templos sorverem todo o tipo de bebidas disponíveis e ao mesmo tempo se
alimentarem exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e sob os eflúvios
etílicos tomarem as decisões importantes da loja, tais como, por exemplo, quem será e quem não
será o próximo venerável, qual será o cardápio da próxima semana, fazer bazófias com certos
Irmãos que não concordam com eles, nas suas famosas “panelinhas” que se reúnem num canto do
salão para tramar, enfim uma série de situações que todos conhecem, mas fingem que não é nada
com ele. Geralmente muitas lojas têm o seu “dono” e os demais Irmãos dizem amém.
- Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras
“eminências pardas” dentro da sua própria diretoria.
- Carreirismo político maçônico com falsa liderança.
-Comportamento antiético e antimaçônico de alguns Irmãos, os quais querem prevalecer
sobre os demais, muitas das vezes querendo impor seus defeitos como regra para loja seguir.
- Candidatos para serem iniciados não gabaritados para tal.
-Os poderes dentro de uma potência, estão em muitas agremiações, desencontrados e
comumente Irmãos extrapolam seus direitos não respeitando às vezes o próprio grão-mestre que é
a autoridade maior.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 20/33
- As várias potências ditas regulares não se reconhecem entre si no papel, mas se toleram
e não se desprezam. Todavia, utilizam os mesmos ritos, cada qual á sua maneira (Vide REEA no
Brasil).
- A respeitável denominação Grande Arquiteto do Universo virou simplesmente “gadú”,
palavra muito pronunciada atualmente.
- Especialmente nas cidades de médio e grande porte, um templo de propriedade de uma
loja é usado um dia por semana. Fica ocioso o resto da semana, quando naquele templo poderiam
funcionar pelo menos mais sete lojas.
Quando um grupo de Irmãos, por uma cisão, geralmente litigiosa por causa da luta pelo poder
enxameia e funda uma nova loja, a primeira decisão é construir um novo templo. O dinheiro gasto
numa nova construção para esse fim poderia ser usado na construção de lar de apoio, asilo, numa
creche e doada para comunidade.
- Falta de patriotismo, com desconhecimento total da história maçônica do Brasil e da
participação dos maçons nos maiores eventos pátrios.
- Corrida atrás de graus. Muitos maçons querem mesmo ser 33 º grau, mas sem conhecer
Maçonaria.
- Sessões sem conteúdo. Apenas burocráticas sem apresentação de um trabalho cultural
com debates.
- A grande maioria dos Maçons não lêem.
-Cita-se de passagem, certos Irmãos que não honram seus compromissos valendo-se da
mal interpretada tolerância maçônica.
Se se quiser, serão enumerados mais de cinquenta itens facilmente.
Entretanto, é bom frisar que nem todas as lojas e nem todos os Irmãos estão enquadrados neste
panorama. Existem lojas tradicionais, bem administradas, bem instruídas, e existe uma parcela
razoável de Irmãos que são realmente maçons, e que são a esperança de uma Maçonaria melhor.
Estas situações, estes flagelos, são mencionados mais em sentido de alerta, pois tem se que mudar
a Maçonaria urgentemente quer no campo administrativo, histórico doutrinário e moral. Há que
ter um replanejamento urgente.
É preciso ter a ousadia e a coragem de citar os males que assolam a Ordem e a prudência de
sugerir soluções que possam melhora-la. Entretanto, prosseguindo, parece que tudo vai bem. Fala-
se muito em tolerância, todo maçom é livre e de bons costumes.
Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita que tudo realmente vai bem. São aqueles Irmãos,
simples, bem intencionados, almas limpas. Não vêm à maldade com sua pouca capacidade de
julgamento. Todos são bons para eles e todos são Irmãos. Isto lhes basta.
Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porem não é nada disso, os outros justos e perfeitos
fingem não saber do que se trata, pois aprenderam a ser é fraternais e tolerantes. Ficam calados
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 21/33
pela acomodação, e também pela mente embaçada pelo conformismo. Muitas vezes certos Irmãos
precisam realmente ser denunciados. Não são dignos de pertencer à Ordem.
A Maçonaria era muito mais rigorosa no passado. Havia os Conselhos de Família, o júri em loja e
aqueles que não merecessem a ser chamados de Irmãos eram afastados.
Esta análise tem muito de verdade. Se um Irmão que sabe discernir o que é tolerável e o que é
intolerável, tiver a coragem de denunciar, ele será considerado um vilão. Há na Ordem uma
verdadeira conspiração contra ela mesma. Uma conspiração do silêncio quando interessa a um
grupo. Porem se um Irmão cair em desgraça deste ou daquele grupo por motivos administrativos
ou políticos da loja ele é execrado.
Acredita-se que além da falta de planejamento que é uma das causas, e também a falta de uma
meta racional e altruísta a ser atingido, um plano de conscientização cultural, e instrução racional
resolveria muita coisa. É o mesmo problema da alfabetização. Imaginem se o Brasil numa
campanha total e heróica resolvesse decretar analfabetismo: zero. Mudaria totalmente a mente do
brasileiro.
Se na Maçonaria, tivesse três sessões mensais, onde alem se praticar uma ritualística correta
houvesse palestras, conferências, debates, cursos, mesas redondas, simpósios etc. a respeito da
filosofia, história da Ordem, ritualística, bem como de Política como ciência o preparo do maçom
seria outro. Quanto às sessões administrativas, deveria haver oficialmente uma por mês. A
Diretoria resolveria os problemas burocráticos em sessões paralelas, não ritualísticas.
Cada potência deveria manter encontros trimestrais de aprendizes companheiros e mestres para
toda a jurisdição onde fossem apresentados trabalhos e fosse estudada a Instituição como um todo.
Os altos corpos de cada potência, especialmente nas simbólicas deveriam manter uma severa
vigilância em cima dos responsáveis pela liturgia e ritualística especialmente com relação às
alterações achismos, invenções “enxertos” etc. Não pode haver confusões na execução dos ritos.
Os responsáveis pelas alterações deveriam constitucionalmente ser controlados e os altos poderes
da Obediência deveriam aprovar ou reprovar qualquer modificação após um estudo acurado, com
razões históricas inclusive. Os grão-mestres não deveriam participar, pois em regra têm sido eles
os responsáveis por tanta mudança. Esta seria uma das maneiras de se controlar tanta alteração
que pulula na Maçonaria brasileira, especialmente no rito maior que é o REAA.
Como a unificação total da Maçonaria no Brasil é uma utopia, a união, entretanto, não é, e ela já
está sendo realizada. As principais potências da Maçonaria Tradicional, e ditas regulares não se
reconhecem através de documentos, todavia em suas lojas-base está havendo uma intervisitação
sistemática que se pode dizer ver foi uma das maiores conquistas internas da Ordem no país. Este
contato entre Irmãos de potências diferentes está trazendo resultados muito importantes. Já não
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 22/33
são mais irmãos bastardos e nem primos, agora são Irmãos. E ninguém destruirá esta conquista,
mesmo que tente.
Os grão-mestres das principais potências deveriam em todos os Estados sentar-se em torno de uma
mesa e decidirem problemas de ordem social e política, mas também problemas da Maçonaria
como um todo. Em algum Estado fazem isso, mas não dão continuidade.
Em se tratando de um mesmo rito que se usasse um único ritual o qual seria organizado por uma
comissão de Irmãos versados em história e ritualística pertencentes a estas potências principais e
ditas regulares.
Nos ritos que tem Palavra Semestral, que ela fosse apenas uma para todas as potências.
Correspondências deveriam ser trocadas a respeito de candidatos não desejáveis para serem
maçons.
Em cidades em que haja diversas lojas das várias potências, deveria haver um conselho de
veneráveis (já existem em varias cidades) uma organização para maçônica, com a chefia de
mandato anual, em rodízio de cada potência para tratar de política (não partidária), problemas
econômicos, sociais, de segurança que atingem a região, filantropia, beneficência e defesa da
própria Ordem, a qual é sempre atacada por elementos de algumas religiões e não se defende. A
Ordem está muito exposta. Seus flancos estão totalmente desguarnecidos.
Estas medidas são viáveis e fáceis de serem aplicadas. Bastaria tão somente os grão-mestres
descerem um pouco do pedestal de sua autoridade de sua opulência e num gesto de humildade,
abrirem o seu coração à causa maçônica, e chegarem a um acordo.
O maçom brasileiro necessita com urgência de uma nova vocação, uma meta de um alcance
maior, mesmo que pareça impossível, mesmo que seja um sonho, a médio ou até em longo prazo,
mas que pudesse unir todos em torno do mesmo ideal.
O primeiro passo seria através dos mais brilhantes Irmãos de cada potência, após estudarem todos
os detalhes apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira atual.
Este diagnóstico terá que levar em conta o passado, analisando com muito cuidado o presente e
estabelecendo metas, reciclagens, e assim planejando o futuro.
O século XX foi perdido, e o XXI está apenas começando. Mas já está sendo perdido. Não
mudou absolutamente nada. Ainda há tempo, porque os maçons cada qual á sua maneira não
perderam o seu amor à Ordem.
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Brasil – Londrina-PR ·.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 23/33
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria
enxergam no desenho do universo uma forma
projetada pela mente...
Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam no desenho do universo uma forma
projetada pela mente de Deus. Nesse sentido ele é como se fosse um plano de arquitetura pré-
concebido e estruturado com extrema precisão. Esse plano é demonstrado admiravelmente na
extraordinária simbologia dos Quatro Mundos da Cabala e no desenho da Árvore da Vida. Nessas
duas concepções simbólicas, onde a intuição dos iniciados superou seus próprios conhecimentos
positivos á respeito do mundo, encontramos um projeto extremamente sugestivo da evolução do
todo universal, com suas visões passadas, presentes e futuras, com todas as suas especificações e
finalidades.
Nessa visão estrutural do plano cósmico, fica mais fácil encontrar um lugar para o complexo
das intuições humanas, que a nossa mente, por falta de uma linguagem apropriada, não consegue
explicar. Os pressupostos da metafísica, que tanta perplexidade causa aos estudiosos quando são
comprovadas em testes de laboratório, assumem contornos mais visíveis, mais inteligíveis e mais
belos até, porque nesse caso eles vêm vestidos de uma simbologia que nos enche os olhos e uma
poesia que nos alegra a alma.
Não é, pois, sem razão, que a Maçonaria ─ aos nossos olhos uma experiência social e
espiritual com um pé firmemente apoiado na tradição cabalística ─ chama Deus de Grande
6 – Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam no
desenho do universo uma forma projetada pela mente...
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 24/33
Arquiteto do Universo. E o porquê de o Templo onde se reúnem os Irmãos ter sido concebido
como um simulacro do Cosmo, e ter uma estrutura semelhante ao desenho da Árvore da Vida.
Isso ocorre porque nessa visão mística do processo de construção do edifício universal, a
Divindade é comparada a um arquiteto que projeta o edifício e depois os seus mestres de obras,
os arcanjos, e os seus pedreiros, os homens, o constroem. É nesse mesmo sentido que a planta do
Templo maçônico é vista como uma espécie de mandala mágica, construído de forma a captar a
energia criadora, para que o psiquismo dos Irmãos ali reunidos seja carregado com as melhores
virtudes e os vícios porventura existentes sejam dissolvidos. Essa é a ciência maçônica por
excelência, que é sintetizada na chamada “egrégora”, palavra que designa a energia cósmica
captada pela mente das pessoas reunidas no Templo, em estreita união, e convergentes para a
consecução de um mesmo objetivo.1
Esse também, diga-se de passagem, é o elo simbólico que justifica a tradição maçônica de
considerar o templo onde os Irmãos se reúnem uma cópia do Templo de Jerusalém, na forma
como ele foi projetado pelo arquiteto Hiram Abbif e construído pelo rei Salomão.2
Todo iniciado
na tradição maçônica sabe que o Templo de Jerusalém foi erigido segundo instruções místicas,
que visavam reproduzir nesse edifício o próprio desenho do Cosmo, e que, segundo acreditavam
os israelitas, era a “morada de Deus ”. 3
Essa visão se justifica plenamente, pois na construção de um edifício, quanto mais sofisticado
ele for, mais encontraremos noções de ciência aplicada. Nele se aplicam conhecimentos de física,
química, geologia, sociologia, matemática, astronomia-e muitas outras disciplinas, necessárias á
perfeita construção e adequação do logradouro às necessidades que ele visa atender. É o que dizia
Fulcanelli, por exemplo, quando se referia á catedral gótica, que no seu entender era um
verdadeiro santuário de tradição e aplicação das ciências físicas e sociais. 4
A Cabala chama de Sod aos enigmas que estão ligados ao desenho estrutural do universo, os
quais foram reproduzidos na planta do primeiro Templo de Jerusalém. Por isso ele era
originalmente chamado de Santuário da Solidão, pois ali reinava o Ùnico, o Santo dos Santos, que
não tinha par entre todas as potestades do universo.
Como se sabe, o Templo de Jerusalém foi desenhado a partir das instruções que Deus deu a
Moisés para a construção do Tabernáculo. Todos os utensílios, os adereços, as vestes dos
sacerdotes e as próprias medidas do Templo tinham uma função específica e um significado
arcano de grande importância.
O Tabernáculo tinha três divisões representando o céu, o mar e a terra. Os quatro tipos de tecido
usados na confecção do Tabernáculo simbolizavam os quatro elementos; a sobrepeliz do
Sacerdote Supremo (cohen gadol) com suas variações cromáticas era a imagem do universo
nascente, que em sua origem apresentava uma profusão fantástica de cores.5
As campainhas
significavam a harmonia do som, já que um dos elementos com os quais Deus faz o universo é o
som; as doze pedras preciosas no peitoral do sacerdote e os doze pães da preposição
simbolizavam, no plano cósmico, os doze signos do zodíaco e no sociológico as doze tribos de
1
Para uma definição mais precisa de egrégora e sua aplicação na tradição maçônica, ver a nossa obra “O Tesouro Arcano”, publicada
pela Editora Madras, São Paulo, 2013.
2
Esse pressuposto é colocado tendo em vista a tradição maçônica e não a História propriamente dita, pois historicamente, conforme
relata a Bíblia e também o historiador Flavio Josefo, Hiram não era arquiteto, mais sim um metalúrgico que fundiu as colunas de bronze
do Templo e os utensílios de culto neles usados.
3
Alex Horne- O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica. São Paulo. Ed. Pensamento, 1998.
4
Fulcanelli. O Mistério das Catedrais. Lisboa, Ed. Esfinge, 1964.
5
Ver, nesse sentido, a imagem apresentada por Stephen Hawking sobre a coloração inicial do universo. O Universo em Uma Casca de
Nóz- citado.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 25/33
Israel, maquete da Humanidade Autêntica. As duas esmeraldas nas ombreiras do sacerdote eram o
sol e a lua. Na mitra do sacerdote as quatro letras do Nome de Deus (IHVH), diziam que todo o
universo era construído a partir das letras do Nome Sagrado. O candelabro de sete braços
(menorah) significava os sete planetas conhecidos na época. A mesa arrumada na direção norte,
com os pães da preposição e o sal, arranjados na forma de uma mandala mágica, homenageavam a
chuva e o vento, forças necessárias á produção da terra. A grande bacia de bronze que os
sacerdotes usavam para lavar os pés e as mãos simbolizavam a limpeza de caráter que o homem
devia mostrar frente á divindade.
Assim, na simbologia do Templo e de seus utensílios estava descrita toda a estrutura de
constituição física do universo e também um vigoroso código de moral para guiar os seus
construtores, os homens. Essa também seria a formulação simbólica que viria a inspirar, na Idade
Média, os maçons operativos na mística da sua arte. Por isso é que eles mostravam, na execução
do trabalho puramente operativo, o desvelo próprio de um artista que sente estar repetindo a
própria obra de Deus; e na alma que assim se consagra a esse trabalho, havia um sentimento de
ascese que transcendia o plano físico para levá-lo a um arrebatamento próprio daqueles que se
dedicam á uma prática iniciática. Estava, assim, nascida a mística operativa que deu origem á
Maçonaria.6
6
Alusão á crença dos antigos maçons que construíam os templos religiosos na Idade Média, de que eles eram os “operários do Bom
Deus”, pois estavam construindo na terra as moradas da divindade. Por isso o caráter sacro da sua arte. Na Imagem, reconstituição do
Templo de Jerusalém: Fonte: Alex Horne: O Templo de Salomão na Tradição Maçônica.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 26/33
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis
12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis
21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba
26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis
28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul
28.04.2008 Consensio Içara
Data Nome da Loja Oriente
02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão
05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra
08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú
09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão
14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville
14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville
15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul
18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José
21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia
24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de abril
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 27/33
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis
03.04.1998 Pedra da Fraternidade - 3149 Itapoá
04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau
12.04.1973 Plácido O de Oliveira 2385 Rio do Sul
19.04.1996 Universo da Arte Real - 2947 Penha
23.04.2012 Ética e Justiça Florianópolis
24.04.1995 Estrela da Harmonia -2868 Criciúma
25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú
28.04.2003 Harmonia e Fraternidade -3490 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 28/33
A grata Visita
Num descontraído e proveitoso almoço na Praia de Bom Abrigo, em Florianópolis, nesta
sexta-feira, dia 22 de abril de 2016, a visita de dois ilustres Irmãos: Hélio Leite, de Fortaleza
e Aldo Buitoni, de São Paulo, recepcionados por nós, Irmãos Lima, Joel, Eleutério e
Jeronimo Borges.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 29/33
Da esquerda para a direita: O editor do JB News, JB; Hélio Leite, de Fortaleza escritor e ex Grão-Mestre
do GOB/DF; escritor Walter Celso de Lima; Irmão Arquiteto e Urbanista Aldo Buitoni de São Paulo;
escritor Eleutério Nicolau da Conceição e o palestrante e sábio Irmão Joel Guimarães de Oliveira.
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 30/33
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 –
Aleluia! Emocione-se Com o Maior Coral
Virtual do Mundo!
Exibir Conteúdo
2 – A Maçonaria:
A Maçonaria.mp4
3 – Feito pela mão do homem:
Feito pela mão do homem.pps
4 –
Todos podemos aprender com os Pássaros...
Exibir Conteúdo
5 – Melhor que Pelé:
Melhor que Pelé....mp4
6 –
O Belo Interior da França aos Olhos de Louis
Aston Knight
Exibir Conteúdo
7 – Filme do dia: A Guerra de Logan (Chuck Norris) - Dublado completo
Este é um filme raro de Chuck Norris para os fãs de ação
https://www.youtube.com/watch?v=wAXZ6AMU1q0
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O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Era um velho casarão.
Paredes pela metade, sem portas, e
telhado sem forro.
Divisão de espaço, apenas para
demarcação.
Sem privacidade, sem higiene, sem
tudo...
JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 32/33
Sobreviver, naquelas condições, era um
covarde desafio.
Muitas famílias, todas miseravelmente
pobres, lá viveram e em harmonia, talvez
unidas pelo sofrimento, quem sabe pelo
respeito ou medo.
Era um " cortiço ", pouco melhor que uma estrebaria.
Voltei aquele lugar para conferir, mas já não existe.
Uma suntuosa " residência de dois andares ",
me surpreendeu.
Um luxuoso automóvel, com crianças bem
cuidadas... que contraste !
Lembrei-me, então, dos amigos que
viveram naquele pardieiro, e por onde
poderiam andar... fazendo o que ?
Indaguei de um velho homem, que
também conheceu aquela " vergonha ",
sobre o destino de alguns moradores.
Para minha surpresa, disse-me que
todos sentem muito orgulho de haverem
sido moradores daquela velha casa, e
se tratam como irmãos e que houve
muita prosperidade entre eles.
Disse-me, mais:
" A falta de tudo, trouxe fartura de amor.
Virou uma só família, muito forte ! "
Fiquei feliz com a notícia !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis
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  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Bloco 1 – Almanaque Bloco 2 – IrNewton Agrella (Editorial de Domingo) A Coluna Protetora do Norte Bloco 3 – IrJoão Ivo Girardi – (Coluna do Irmão João Gira) - Zelo Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – Definido o que é Rito, Ritual e Ritualística. E qual o ....... Bloco 5 - IrHercule Spoladore – Algumas Reflexões a Respeito da Maçonaria no Brasil Bloco 6 - IrJoão Anatalino Rodrigues – Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam ... Bloco 7 - Destaques JB: Hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 2/33 RESENHA Livro: “Diálogos entre o Esquadro e o Compasso” Autor: Walter Celso de Lima Editora: Londrina: A Trolha, 2015 232 páginas ISBN 978-85-7252-341-7 Trata-se de 12 ensaios, escritos em 2014, sobre instrução, cultura e história da Maçonaria. Os temas são bastante diversos, estanques e demarcados: há ensaios sobre rituais – a razão de sua existência e suas origens; sobre autoridade e liderança; sobre mérito, merecimento e virtude; sobre caridade – caridade não religiosa, caridade cristã, judaica, islâmica e caridade maçônica. Contém ensaios sobre símbolos: águia bicéfala – no mundo leigo e na Maçonaria; o bom pastor – símbolo religioso e não religioso maçônico; rosa-cruz; Kadosh – sentido religioso (a santidade) e sentido maçônico não religioso (virtuosidade). Há um ensaio sobre O Corão e cultura islâmica; outro sobre a mais antiga Loja de Pesquisas maçônicas no mundo, Loja na qual o Autor é afiliado. O título: “Diálogos entre o Esquadro e o Compasso” tem um importante significado simbólico. Todos os ensaios são ilustrados e têm a apresentação de referências bibliográficas onde o leitor pode se aprofundar no tema. Esse é o quinto livro publicado pelo Autor sobre filosofia, história e cultura maçônica - https://www.trolha.com.br 1 – ALMANAQUE Hoje é o 115º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia) Faltam 251 dias para terminar este ano bissexto Dia Internacional do Jovem Trabalhador e Dia do Operador de Triagem e Transbordo Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 3/33  286 — O imperador Diocleciano promove o seu general Maximiano a co-imperador com o posto de Augusto e lhe dá o controle sobre as regiões ocidentais do Império Romano.  325 — O príncipe Cheng de Jin, de quatro anos de idade, sucede ao seu pai Ming de Jin como imperador da dinastia Jin Oriental.  457 — Majoriano é aclamado imperador pelo exército romano.  527 — O imperador bizantino Justino I nomeia seu sobrinho Justiniano como co-governante e sucessor ao trono.  1572 — Na Guerra dos Oitenta Anos, os Watergeuzen capturam Brielle dos espanhóis, ganhando o primeiro ponto de apoio em terra para o que se tornaria a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos.  1625 — A frota luso-espanhola de 52 navios começa a reconquista da Bahia dos holandeses durante a Guerra Luso-Holandesa.  1854 — O romance Hard Times de Charles Dickens começa a ser publicado em sua revista semanal Household Words.  1867 — Singapura torna-se uma colônia da coroa britânica.  1873 — O vapor White Star RMS Atlantic afunda no litoral da Nova Escócia, matando 547 pessoas, no pior desastre marítimo do século XIX.  1924 — Adolf Hitler é condenado a cinco anos de prisão por sua participação no "Putsch da Cervejaria". Porém, ele fica apenas nove meses preso, e durante esse período escreve Mein Kampf.  1933 — Os nazistas recentemente eleitos, sob a liderança de Julius Streicher, organizam um boicote de um dia a todas as empresas de propriedade de judeus na Alemanha, dando início a uma série de atos antissemitas.  1937  Áden torna-se uma colônia da coroa britânica.  Guerra Civil Espanhola: Xaém, Espanha é bombardeada pelas forças nazistas.  1939 — Guerra Civil Espanhola: o Generalíssimo Francisco Franco, do Estado espanhol, anuncia o fim da Guerra Civil Espanhola, quando os últimos das forças republicanas se rendem.  1945 — Segunda Guerra Mundial: Operação Iceberg: tropas dos Estados Unidos desembarcam em Okinawa, na última grande campanha da guerra.  1946 — Sismo das Ilhas Aleutas: um sismo de magnitude de 8.6 próximo das ilhas Aleutas cria um tsunami que atinge o arquipélago do Havaí, matando 150 pessoas, a maioria em Hilo.  1948  Guerra Fria: Bloqueio de Berlim: as forças militares, sob a direção do governo controlado pelos soviéticos na Alemanha Oriental, interrompem o acesso por terra a Berlim Ocidental.  As Ilhas Feroe ganham autonomia da Dinamarca.  1949 — Guerra Civil Chinesa: o Partido Comunista da China mantém negociações de paz bem- sucedidas com o Partido Nacionalista em Pequim, após três anos de luta.  1955 — A rebelião EOKA contra o Império Britânico começa em Chipre, com o objetivo de obter a unificação pretendida ("enosis") com a Grécia.  1960  O governo da África do Sul proíbe o Congresso Nacional Africano (ANC) e o Congresso Pan- Africano.  O satélite TIROS-1 transmite a primeira imagem de televisão da Terra obtida a partir do espaço.  1962 — A Suíça recusa, em referendo, a produção e importação de armas nucleares.  1964  François Duvalier se autoproclama presidente vitalício do Haiti.  Início do Regime militar no Brasil.  1969 — O Hawker-Siddeley Harrier entra em operação com a Força Aérea Real.  1976 — Fundada a Apple Inc. por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne.  1977 — O Governo democrático espanhol dissolve a Falange Espanhola, partido único do regime ditatorial de Francisco Franco.  1997 Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 4/33  Portugal assume a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.  O cometa Hale-Bopp é visto passando no periélio.  1999 — Nunavut é criado como um território canadense extraído da parte oriental dos Territórios do Noroeste.  2002 — Os Países Baixos tornam-se o primeiro país a legalizar a eutanásia.  2004 — Google anuncia o Gmail para o público.  2009 — Croácia e Albânia aderem à OTAN. 1894 Lei nº 184, desta data, criou o município de Palhoça, desmembrado de São José. 1920 Assume interinamente o governo do Estado de Santa Catarina o presidente do Congresso Estadual, Raulino Horn, substituindo o titular Hercílio Luz. 1771 Constituída a Loja Amis Reunis, em Paris, fundadora do Rito Philaléthes (Amigos de Verdade) para estudar os numerosos ritos franceses. 1784 Fundada a Grande Loja Nacional da Áustria, sob a proteção do Imperador Joseph II, mas fechada em 1795 por Francisco II, instigado pelo alcagüete Leopold Hoffmann 1873 O Rito Adonhiramita passa a ter regência independente com a fundação do Capítulo dos Cavaleiros Noaquistas. Com isto, deixa de existir o Grande Capítulo dos Ritos Azuis, que englobava os Ritos Adonhiramita e Moderno. 1901 O Ir Theodoro Roosevelt, 26º presidente americano é feito Mestre Maçom. 1982 Fundada a Loja Maçônica Cavaleiros do Japuré nr. 124 – Oriente de Manga, MG – (G L M M G) 1995 Fundada a Loja Estrela da Harmonia nr. 2.868 – Criciúma (GOB/SC) 1982 Fundada a Loja Inconfidência de Concórdia nr. 27 (Concórdia GLSC 2001 Fundada a Loja “Liberdade e Harmonia” nr. 81 (GLSC) em Florianópolis Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 5/33 Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com " A COLUNA PROTETORA DO NORTE" O processo de Iniciação obedece trâmites ritualísticos que invariavelmente levam o Iniciado a um permanente estado de ansiedade e descompasso com o Universo que lhe é peculiar. Agora, ele se defronta com o desconhecido. A escuridão era sua sua fiel companheira até então, e nela tateava o mundo a sua volta, sem imaginar o que viria pela frente. Após etapas vencidas, medos e incertezas que o atormentavam, e o desconhecimento do que estaria por vir, finalmente lhe é outorgado o direito de postar-se no local mais recôndito do Universo Maçônico: a Coluna do Setentrião. Também conhecida como Coluna do Norte. É nesse local do Templo, em que a Luz se faz mais tênue e o lugar é por si só mais escuro, onde o Aprendiz Maçom começa paulatinamente a se ambientar e a observar como as atividades se desenvolvem ao seu redor. É ali que ele começa pouco a pouco a receber a Luz, ou seja; o conhecimento, a informação, o aculturamento ritualístico maçônico. Trata-se pois, de uma fase de transição da vida profana para a vida maçônica, da busca do Conhecimento do significado da Vida e da Morte, da Criação do Universo, do Material e do Imaterial. O Conhecimento, a propósito, deve ser gradual para justamente evitarem-se incompreensões ou interpretações equivocadas. Eis o porque o acesso à Luz deve ser gradativo. O excesso de Luz ou de informações para aquele que está na fase inicial de sua jornada pode ser prejudicial e é por isso que o Aprendiz deve tomar assento no local mais protegido da Luz, isto é: o Norte. A função deste Iniciado terá uma reduzida intervenção ao longo dos Trabalhos em Loja e por essa razão ele ainda deverá permanecer nesta zona de proteção, para que possa aquilatar com tranquilidade, concentração tudo aquilo que se desenvolve em oficina. 2 – Editorial de domingo – A Coluna Protetora do Norte Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 6/33 O Aprendiz observa as movimentações dos Diáconos, nota as batidas do Malhete empunhado pelo Venerável Mestre, seguido das batidas dos 1o. e 2o. Vigilante e começa a ouvir as primeiras terminologias de natureza maçônica.... um linguajar um tanto erudito e pouco usual que o deixa ainda mais apreensivo...diante dos augustos mistérios que começam a se descortinar diante dele. Com o passar do tempo, orientado pelo pelos Vigilantes cuja missão dentre outras, é instruí-lo com os ensinamentos do Grau, na Marcha, nos Toques, nas Palavras e nos Estudos pertinentes a Simbologia do grau - é que o Aprendiz Maçom começa a divisar a Luz . Porém de forma discreta, parcimoniosa e sempre revestida de muita sobriedade. Eis o seu tempo de desbastar a pedra bruta, que é o templo que habita dentro de si, e começar sua trajetória mais consistente. Ele por enquanto não fala... ele mais ouve, vê e presta atenção a tudo que o cerca. E via de regra só deve se pronunciar quando instado pelo Venerável Mestre secundado pelo 1o. Vigilante. Esse processo deve ser o mais cuidadoso possível, pois é nele que o Aprendiz começa a ganhar confiança e estabilidade para o início de sua jornada maçônica. Fazendo-se uma analogia com o próprio planeta em que habitamos e onde o Hemisfério Norte se caracteriza pelas noites longas, frias e onde até o Sol da Meia-Noite pode ser vislumbrado, tal se faz com relação ao posicionamento do Ir.´. Aprendiz em Loja. O Norte é o seu lugar... É tempo em que o exercício do Pensamento começa a se desencadear baseado no processo de observação. O primeiro Vigilante, segundo o Rito Escocês, é colocado ao norte, e, portanto, corresponde a coluna do norte. Ressalta-se que os Aprendizes são colocados ao Norte (esquerda), mas ficam sob a dependência do segundo Vigilante. As duas colunas marcam os limites do mundo criado. O significado Místico da Coluna do Norte de acordo com o Autor Maçom Ragon em sua obra Ritual de L’Apprenti Maçon, p.66 faz referência ao signos do zodíaco e ao mundo celeste. (Jules Boucher - A Simbólica Maçônica) As dimensões da Coluna são contrárias a todas as regras da arquitetura, para nos advertir que a sabedoria e a força do Supremo Arquiteto estão acima das dimensões e da opinião dos homens. A coluna é de bronze para resistir ao dilúvio, isto é, da barbárie; o bronze é aqui emblema da eterna estabilidade das leis da natureza, base da doutrina maçônica. Oca, para poder conter os instrumentos, que são os conhecimentos humanos. A Coluna do Norte é a chama que mantém acesa a vida de uma Loja, pois é nesse logradouro em que iniciam os seus trabalhos aqueles que serão o futuro da Ordem. Os Aprendizes constituem-se nos elementos mais importantes de uma Loja Maçônica, pois eles são o sinal que indicam a continuidade e a perenidade da Sublime Ordem. É a coluna que precisa estar sempre povoada sob a vigilância fraterna e o cuidado permanente que se exige. O Aprendiz portanto é o Homem do Setentrião.
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 7/33 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. ZELO “Nunca poderá ser ofensivo aquilo que a simplicidade e o zelo ditam”. (Shakespeare). 1. Etimologia: Original do grego, zélos é uma grande energia, entusiasmo em defender uma causa ou objetivo. No nosso português do dia a dia, zelo virou sinônimo de cuidar, de ter afeição com algo, de agir com interesse em proteger. Este algo pode ser uma pessoa, um objeto, até mesmo uma ação. 2. O que é Zelo: O zelo pode ser com animais ou objetos. Uma pessoa que tenha zelo por seu animal de estimação significa que ela não apenas cuida de seu companheiro animal, mas que também tem grande afeição por ele. Já uma pessoa que tenha zelo pelo relógio que pertenceu ao seu tataravô é aquela que, mesmo que aquele pedaço do passado não sirva mais para muita coisa, ela ainda o guarda com afeição e irá zelar pelo resto dos dias aquele objeto. Profissionais também precisam ser zelosos no trabalho. O zelador de um prédio é o profissional encarregado pelo zelo pelo patrimônio do condomínio, garantir que ele esteja em ótimo estado. Vendedores zelosos são aqueles que querem que seu cliente leve produtos que realmente valerão a pena e o farão voltar na loja em outra ocasião para comprar mais. Em suma, profissonais de qualidade são aqueles que zelam pelo que fazem, agindo para assegurar que seus clientes e aquilo que são encarregados estejam sempre bem cuidados. Uma pessoa que tenha zelo pelo seu trabalho com certeza será bem sucedida no que faz. O zelo também é destinado às pessoas. Pais que são zelosos com seus filhos são aqueles que amam e cuidam para que seus herdeiros sejam felizes. Mas pais também podem ter zelo pelo futuro dos seus filhos, e isto significa que, as vezes, é preciso dizer não, mesmo que a criança fique triste e não entenda, porque no futuro aquele não poderá ser motivo para muita alegria. Ser zeloso com alguém é demonstrar, acima de tudo, carinho. É ter respeito e reconhecer a importância daquela pessoa na sua vida. O zelo com o outro é a forma realmente humana de tratar uns aos outros, importando-se com o próximo. Zelo é parte instinto parte uma resposta ao ambiente. É inegável o zelo natural que uma mãe tem pelo seu bebê. Mas também é uma atitude que surge de acordo com o ambiente ou mesmo com a responsabilidade. Ser zeloso no ambiente de trabalho não vem naturalmente para muitos, 3 – Coluna do Irmão João Gira ( Zelo ) João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 8/33 mas ainda sim é uma atitude esperada pelo empregador. Em alguns casos, é necessário aprender a ter zelo. É preciso, conscientemente, dirigir-se ás pessoas e objetos buscando tratá-los com respeito, atenção e cuidado, mesmo que estes sentimentos não venham de forma automática. Um mundo melhor passa necessáriamente pelo zelo. Basta ir às ruas de qualquer grande cidade para notar em qualquer lugar a atual falta de zelo entre as pessoas, seja ofendendo uns aos outros em cruzamentos no trânsito, seja desrespeitando as leis que assegurariam espaços e assentos determinados à pessoas de idade ou com necesssidades especiais, ou ainda pela falta de cordialidade com profissionais em diversos estabelecimentos. Além de pessoas, ser zeloso com o espaço público é cuidar dele, não jogando lixo nas ruas, respeitando a real função de cada objeto e recorrendo aos meios pertinentes para lutar por melhores condições. Isto também é um grande passo para o crescimento tanto individual quanto coletivo. Sermos zelosos significa então que nós nos importamos com a existência de algo, seja a pessoa amada ou uma simples figurinha do album da copa. O ato de ter zelo é uma condição que nos faz ser mais humanos, pois demonstra nossos sentimentos de afeto e proximidade. Tenha zelo pelo que importa, e lembre-se de que zelar pelo outro é viver em harmonia consigo e com o mundo e a garantia de um lugar melhor para você e seus filhos. (Fonte: significados.br). 3. Deus zeloso: Na Bíblia, Deus é descrito como um ser zeloso, que cuida do Seu povo, daqueles que Ele ama. A expressão o zelo do Senhor dos Exércitos fará isso significa que Deus não esquece as Suas promessas, indicando coisas que certamente serão cumpridas. Também é possível referir que neste caso, zelo não é apenas o cuidado mas também ciúme. Deus não divide a sua glória, louvor e adoração com outros, e tem ciúmes quando o Seu povo não O coloca em primeiro lugar nas suas vidas. Em 2 Coríntios 11:2, o apóstolo Paulo afirma: O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus, o que significa que os filhos de Deus também devem ser zelosos. MAÇONARIA 1. Ensaio: Giz, Carvão e Argila: Significa que o Aprendiz deve servir a seu Mestre com Liberdade, Fervor e Zelo. Não há nada mais livre do que o Giz, cujo mais leve toque deixa um rastro; não há nada mais fervoroso do que o Carvão, porque, para ele, quando adequadamente aceso, o mais endurecido metal derreterá; não há nada mais zeloso do que a Argila, nossa mãe Terra, pois só ela, entre todos os elementos, nunca se mostrou inamistosa ao homem. Massa dágua o encharcam com chuva, oprimem-no com granizo e submergem-no com inundações; o ar desencadeia procelas e prepara a tempestade; o fogo acende o vulcão; mas a terra, sempre gentil e indulgente, encontra-se subserviente aos seus desejos. Embora constantemente agredida, mas para fornecer os luxos do que as necessidades da vida, ela nunca recusa sua colheita, espalhando flores no seu caminho e comida na sua mesa. Embora ela produza veneno, ela também fornece o antíodo e devolve com sobras cada bem empregado em seu cuidado; e quando, afinal, nós somos chamados a passar pelo vale escuro da sombra da morte, ela mais uma vez nos recebe e piedosamente cobre os nossos restos dentro do seu seio, assim nos advertindo de que tal como dela viemos, assim a ele brevemente deveremos retornar. (Fonte: Livro, O Rito de York, Sérgio Roberto Cavalcante).
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 9/33 2. Do Hino da Maçonaria: ”Da luz depósito augusto / Recatando a hipocrisia / Guarda em si com o zelo santo / A pura Maçonaria”. Comentário: A Maçonaria guarda em si, com o devido cuidado, a luz da razão. Em seu interior, a hipocrisia vai sendo recatada (envergonhada), enquanto que a verdade é exaltada. Questão interessante sobre esse Hino, que recebeu o nome genérico de Hino da Maçonaria por não ter sido originalmente nomeado, é quanto a sua autoria. Várias fontes maçônicas o colocam como sendo letra e música de D. Pedro I. Não há documento algum que corrobore com essa teoria. Outras tantas fontes, inclusive o GOB, apontam o autor como sendo Otaviano Bastos, o que é impossível. O próprio Otaviano escreveu em sua obra Pequena Enciclopédia Maçônica que a música é de D. Pedro I, mas a letra é de autor desconhecido. (Kennyo Ismail). Alguns autores citam que sua música tenha sido composta por Albert Raymond Costet - Conde de Mascheville (?). 3. Rituais: (...) O Grande Arquiteto do Universo de vós exige novas provas de zelo e devotamento; que, por sobre o mar tempestuoso das paixões e sob os golpes fulminantes dos raios da maldade, é preciso avançar, avançar sempre com denodo e coragem para alcançar o porto. (...) Depois das revelações misteriosas, que foram para vós imenso ensinamento, ela vos fez conhecer o que de vós exige, em zelo e devotamento pela Humanidade, pela Pátria, por vossos semelhantes e por vós mesmos. (RA). (...) Do zelo que tiverdes pela instrução de todos e do interesse que demonstrardes em prol de nossa Instituição, dependerão, em grande parte, o êxito e o proveito dos trabalhos desta Augusta Loja... (RIVM). Finalizando: Neste final de semana estarei sendo homenageado pela GLSC com a Comenda de Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia”. Quero creditar grande parte desta Comenda ao Irmão Jerônimo Borges, que desde de 2010 abriu espaço neste nosso informativo para que pudesse levar a todas as potências e ritos deste país, com zelo, um pouco da aculturação maçônica. Tenho orgulho e humildade de fazer parte deste time que lê e escreve o JB News. Obrigado, Mano.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 10/33 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. DEFININDO O QUE É RITO, RITUAL E RITUALÍSTICA. E QUAL O SIGNIFICADO DE LITURGIA EM UMA SESSÃO MAÇÔNICA? ALIÁS, LITURGIA NÃO SERIA UM TERMO AFETO AO UNIVERSO DAS RELIGIÕES SOMENTE? *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “Assim, no nosso entender não sendo a Maçonaria Especulativa Moderna uma religião, como aliás, apregoam todos os conceitos presentes nos principais e mais representativos livros que apresentam a nossa Instituição, não pode se valer do viés semântico religioso da palavra ‘liturgia’, enquanto serviço público; nossos trabalhos são privativos dos maçons, para tanto nos valemos dos préstimos de um ‘Cobridor’. Ainda pelo fato de não ser a Maçonaria uma religião, não podemos utilizar o sentido ‘teologal’ de uma crença específica, no caso o Cristianismo, até porque a atmosfera religiosa cultivada pela Instituição é a do ecumenismo, sendo vedado ‘toda a discussão religiosa ou política no interior das Lojas’, tendo sido reafirmado no discurso de retorno das atividades maçônicas em 1832: ‘respeito à religião’, isto é, uma visão ecumênica.” (“Anexo - Uso dos Termos ‘Liturgia’ e ‘Ritualística’”, que é parte do capítulo final do trabalho de autoria do Irmão Luiz V. Cichoski, “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da Sessão Maçônica”) INTRODUÇÃO Os temas que constam no título acima, inaugurando a página, estão todos relacionados, de certa forma, com os trabalhos que foram publicados ao longo dos últimos meses versando sobre a história e as particularidades dos ritos, com destaque àqueles considerados, segundo a linha de pensamento de alguns autores, os mais praticados no Brasil. Foram contemplados então: o REAA, o Rito de York, o Rito Moderno, o Rito Adoniramita, o Rito Brasileiro e o Rito de Schröder. Além do mais, foram publicados outros dois artigos, com foco na origem dos catecismos e dos rituais. Se definir é indicar a significação exata, além de expor com clareza, então, é isso que eu gostaria de fazer a partir de agora, no que tange aos significados dos termos rito e ritual, estes de uma maneira mais sucinta, levando em conta que essa temática, em parte, esteve embutida nos conteúdos anteriores, mas, ressalvado que, nos trabalhos citados não foi dada nenhuma ênfase ao fato de que rito e ritual são termos passíveis de terem seus usos confundidos eventualmente, ou que exista aquela tendência de serem vistos como sinônimos, o que não é bem verdade. Já com relação aos termos, ritualística e liturgia, o objetivo é explorá-los um pouco mais. Em primeiro lugar porque se faz necessário definir, mas, sem confundir, e em segundo lugar, para que fiquemos sabendo da sua utilização, dos seus significados, e quais os contextos mais apropriados para eles. Pelo que se lê, e 4 – DEFININDO O QUE É RITO, RITUAL E RITUALÍSTICA. E QUAL O SIGNIFICADO DE LITURGIA EM UMA SESSÃO MAÇÔNICA? ALIÁS, LITURGIA NÃO SERIA UM TERMO AFETO AO UNIVERSO DAS RELIGIÕES SOMENTE? José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 11/33 não querendo generalizar, podemos perceber que um destes termos, pelo menos, é utilizado sem dó nem piedade, como se a Maçonaria tivesse mais afinidade com alguma religião do que qualquer outra coisa. Não é difícil detectar nesse caso, da utilização dos termos ritualística e liturgia, também, a sinonímia, o que veremos se tem procedência ou não. Na verdade, veremos cada um deles, rito, ritual, ritualística e liturgia, pois, não haveria como negar que nenhum deles está a salvo de um emprego de forma equivocada. Não é então uma pesquisa etimológica, no sentido exato, é sim uma pesquisa visando entender o porquê do uso dessas palavras específicas num contexto maçônico, e uma identificação melhor de cada uma delas em seu significado, tudo dentro daquela intenção maior de somente esclarecer, sendo que para isso, vamos utilizarmo-nos das opiniões dos nossos melhores autores e estudiosos de assuntos maçônicos. DEFININDO RITO Vejamos a definição dada para rito, por aquele que foi um dos nossos maiores estudiosos, o Irmão José Castellani: “RITO. De maneira geral, é o cerimonial próprio de um culto, ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente; é a ordenação de qualquer cerimônia; por extensão, designa culto, religião, seita. Apesar de não existirem diferenças palpáveis em relação à doutrina, à simbologia, à filosofia e à ideologia, entre os diversos agrupamentos maçônicos, a realidade é que, em relação a Ritos, existem diferenças flagrantes, motivadas por interpretações diferentes de fatos históricos; por análises diversas do esoterismo básico de muitas práticas maçônicas; por influências religiosas, políticas e sociais e até por situação geográfica. Graças a isso, sempre existiram dezenas de Ritos maçônicos (muitos já extintos), o que, longe de mostrar uma divisão, ou um enfraquecimento da decantada união maçônica, sugerem, muito mais, a grande riqueza moral, intelectual e espiritual da ciência maçônica, que possibilita diversas correntes de pensamento, as quais, embora muitas vezes díspares e até conflitantes, convergem, sempre, sem qualquer incoerência, para um ponto comum a todos os agrupamentos maçônicos. (...)” E numa definição mais didática, digamos assim, vejamos a de autoria de Frau Abrines, que é citada pelo Irmão Nicola Aslan em seu dicionário: “(...) chama-se Rito o conjunto de regras ou preceitos com os quais se praticam as Cerimônias e são comunicados os Sinais, Toques e Palavras e todas as Instruções Secretas dos Graus. Rito é, em outras palavras, uma codificação de certas cerimônias.” Uma outra definição, a do Irmão Breno Trautwein, parece ser bem completa: “Um rito maçônico deve conter um ritual com as respectivas cerimônias em determinada ordem de execução (liturgia), mais os princípios sociais, filosóficos, históricos e simbólicos. É um complexo ordenado de práticas, baseado numa tradição secular ou, mais propriamente, milenar. São as raízes da maçonaria que não podemos esquecer e nem adulterar.” DEFININDO RITUAL Utilizando-me ainda das informações que constam no dicionário do Irmão Castellani, com relação ao termo ritual, ali é dada a seguinte definição: “RITUAL. É tudo o que é relativo a Rito, ou que contém Ritos; é, também, o livro que contém a ordem e a forma das cerimônias, religiosas ou não, com as palavras, ou também orações que as devem acompanhar; mais extensamente, refere-se a qualquer cerimonial, ou a um conjunto de regras a seguir. Por essa definição, até atos diários da vida de uma sociedade, ou de um ser humano isolado, que se repetem sempre da mesma maneira, são formas de um Ritual (conjunto de regras). Em Maçonaria, o cerimonial de cada Rito é o seu Ritual que, na atualidade, designa, realmente, o livro que contém a ordem e a forma das cerimônias. Isso, todavia, nem sempre aconteceu, pois, primitivamente, o Ritual, como conjunto de regras a seguir, era transmitido oralmente e totalmente decorado pelos Iniciados. Essa prática, além de reguardar o sigilo maçônico (já que um Ritual escrito pode cair em mãos de profanos), ainda contribuía para que o Ritual permanecesse imutável, como o segredo de bebidas nobres, transmitidos de geração a geração. A partir do momento em que os Rituais passaram a ser escritos, além do possível acesso de elementos estranhos à Maçonaria às mais recônditas práticas maçônicas, observaram-se as grandes deturpações ritualísticas, exacerbadas à cada nova edição, a ponto de desfigurar alguns Ritos, de tal maneira que, comparados à sua primitiva forma, parecem Ritos totalmente diferentes. (...)”
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 12/33 A título de ilustração, e no que se refere ainda, ao tema envolvendo os rituais, o Irmão Kennyo Ismail aponta para um erro que é muito comum, quando não temos assimilada a ideia de que “o Ritual é o manual de procedimentos que determina a prática do Rito, o qual pode ter vários rituais.” Então: “Assim sendo, ao contrário dos prejulgamentos inconsequentes de alguns maçons quando dizem que ‘o Rito Escocês deles é diferente do nosso’, ou ainda pior, ‘isso não é Rito Escocês’, a variação não é no Rito e sim nos Rituais. Essas diferenças nos Rituais são algo totalmente natural e esperado, e cuja única consequência negativa são as ofensas que a fraternidade sofre com tal ignorância e intolerância de alguns pelo que é diferente do que se está acostumado.” DEFININDO LITURGIA Agora vamos dar início à abordagem de uma das palavras que, dada a sua natureza, digamos assim, seria comum detectá-la nos assuntos relacionados à religião e mais especificamente à religião católica, onde a Liturgia pode ser descrita como “a ação do povo de Deus reunido em Jesus Cristo na comunhão do Espírito Santo”, para usar as palavras do teólogo Silvano Tenório. Mas, não vamos tratar do termo apologeticamente, o nosso objetivo é bem outro, o que seria no máximo explorar um pouco sobre as suas origens, claro, há que se enveredar por caminhos que levam às religiões sim, mas, somente para que cheguemos ao criadouro da palavra, e se comprovadamente ela é fundamentalmente religiosa, o porquê do seu uso em um contexto maçônico. Ainda, antes de dar prosseguimento, gostaria de recomendar a leitura de um trabalho, já que tocamos no tema religião e catolicismo, e do qual um trecho já consta entre o título e a introdução do presente. Para aqueles que tenham vontade de futuramente, descobrir se existe uma possível relação entre a liturgia católica e a liturgia maçônica, hipótese aventada por alguns autores, mais especificamente Ragon e Blavatsky, o trabalho de autoria do Irmão Luiz V. Chitoski, publicado na revista “O PRUMO” em seus números 208, 209 e 210, composto, portanto, de três partes e mais um anexo, se intitula “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da Sessão Maçônica”, tem a resposta, além de que, por essas e outras, vale a pena ser lido, tão brilhante é a maneira com que o Irmão Luiz Chitoski explana e expõe suas ideias, o que faz do seu trabalho uma aula, uma aula magna. Mais adiante, voltaremos a fazer referência a este trabalho. Prosseguindo, vejamos o que o “Vade-Mécum Maçônico”, do Irmão João Ivo Girardi tem reservado sobre este termo, antes, dizendo que a definição atende do ponto de vista religioso e maçônico: “LITURGIA: [gr. Leitorgia, leos: povo+ergon: trabalho, função pública] 1. É o termo mais aplicado à religião e designa a forma e a ordem aprovadas pela autoridade eclesiástica, para celebrar os ofícios divinos, especialmente o da missa; é também, o estudo dos Ritos Sagrados. Todavia, pela própria etimologia, qualquer sociedade que realize um cerimonial, seja público, ou apenas reservado aos seus adeptos, em que exista uma ordenação e uma determinada forma de desenvolvimento da cerimônia, estará exercendo uma função litúrgica. 2. Desde os tempos mais antigos o ser humano buscou formas de entrar em contato com a divindade. Criou expressões corporais (danças, inclinações, prostrações), utilizou elementos da natureza (flores, plantas, animais), formulou palavras, frases ou discursos e pôs tudo isso a serviço da liturgia. Foi a maneira que o homem encontrou para celebrar a vida. A liturgia é um diálogo entre a Divindade e o homem. 3. São as formas ou o ritual prescritos para o culto religioso e o processamento dos trabalhos maçônicos nos diversos ritos. 4. Na Igreja Ortodoxa é chamada Liturgia Divina; enquanto na Igreja Católica é denominada missa. 5. A Liturgia Ritualística é uma cerimônia com fundo moral sobre um acontecimento natural, que tenta reproduzir a origem Divina/Sobrenatural da humanidade; geralmente é apresentada como um crescimento espiritual explicando o ciclo da vida (nascimento-morte-nascimento). A representação teatral da liturgia é que caracteriza os diversos ritos que buscam elevar os homens de um determinado grupo a um Êxtase Sagrado e há um renascimento espiritual após cada exercício ritualístico.” LITURGIA JUDAICA E CRISTÃ: BUSCANDO AS ORIGENS Na descrição que acabamos de ler acima, vimos que liturgia é um termo mais aplicado à religião e que a liturgia vem designar a forma e a ordem aprovada pela ordem eclesiástica, o que remete à Igreja. Mais adiante vimos que, por extensão, qualquer cerimonial em que haja uma ordenação e um desenvolvimento prévio a ser cumprido, é um ato litúrgico e que o mesmo pode ser estendido para qualquer sociedade.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 13/33 Pudemos captar ainda, que na origem disso tudo, está uma ordem a ser seguida. Buscando as origens mais remotas, encontramos no hebraico a palavra SIDUR, que é proveniente da palavra SEDER, que significa “ordem”, onde, a ordem da oração. O plural é SIDURIM. O Sidur é o livro judaico de orações comuns para todos os dias da semana e para o Sabath. Pelo fato dos judeus se espalharem pelo mundo, como consequência inevitável da sua dispersão, muitos Sidurim foram compilados. No entanto, a matriz proveniente desde a época dos Sábios Talmúdicos foi preservada em todos eles. O primeiro Sidur, com a ordem de oração, com todos os regulamentos e as tradições, foi coordenado na antiga Babilônia, no Período Bizantino, e essa influência durou até as Cruzadas. Depois vieram outras compilações de tradições, ritos e costumes, em virtude das várias comunidades judias que haviam se formado durante a Diáspora. Os judeus sefaradim, no entanto, moldaram o seu Sidur no dos sábios da Babilônia, os judeus askenazim num modelo que havia sido criado na Terra Santa. A vida judaica, após a fragmentação do povo nos guetos, também produziu outros sidurim, além de que, vários episódios ligados à vida desse povo que constantemente tiveram de estar se adaptando às diferentes realidades que iam se apresentando no decorrer da sua história. E qual seria o motivo de eu ter citado ou relatado esses eventos da história judaica de uma forma sucinta até aqui, sendo que, evidentemente, ela é muito mais rica em detalhes? Ocorre que ao vermos como nasceu o Sidur, e a ordem que foi sendo colocada pelos sábios judeus através dos tempos, onde consideradas as orações, as tradições e os regulamentos que somados, construíram a sua liturgia, podemos detectar a história em seu início, e é essa liturgia que vai emprestar mais tarde uma parte de suas raízes para o cristianismo. No entanto, volto a frisar, estamos somente buscando as raízes concernentes ao que seja a liturgia e comprovando da sua ligação eminentemente religiosa. Após termos comentado basicamente sobre a liturgia judaica em seus primeiros tempos, falemos um pouco sobre outra religião que é o Cristianismo, onde o termo liturgia vai sendo incorporado à medida que essa religião ia se separando, digamos assim, do Judaísmo, e ganhando ares de uma nova religião. Nos primeiros tempos, ou nos primórdios do cristianismo, tanto Jesus Cristo como os seus apóstolos praticavam a religião judaica. Aliás, para os primeiros cristãos, eles se viam como se fossem uma seita judaica. A liturgia cristã está enraizada na cultura do Antigo testamento, portanto, no Judaísmo. Somente a partir do momento em que a Igreja começou a organizar-se é que começou a criação de uma liturgia própria. Aí podemos já encontrar uma ordem compreendendo a oração, o batismo e a eucaristia. Os primeiros cristãos, com muita probabilidade, não possuíam ainda a compreensão nítida do significado real da morte de Jesus e de todas as implicações para o culto, que adviriam depois. Muitos dos cristãos em seus primeiros tempos ofereciam sacrifícios, e celebravam as festas que eram naturalmente judaicas. As primeiras décadas do Cristianismo, podemos dizer que foi uma fase de transição, e com o tempo os cristãos foram deixando de se reunir nas sinagogas e passaram a se reunir em suas casas, e aqui, cabe dizer, que se não tivesse havido essa identificação primeira com o Judaísmo, que era a única religião permitida no Império romano nessa época, talvez o cristianismo nem tivesse sobrevivido. Algumas discussões vão e vem, uma delas seria se os primeiros cristãos teriam desenvolvido uma liturgia própria, outra, se o seu modelo foi a da sinagoga, o que outros amenizaram achando que pelo fato do Cristianismo ser uma novidade cultural, incluíram apenas alguns elementos da sinagoga, mas, não a copiaram exatamente . Mas, as noções até aqui apresentadas, e que se referem aos primeiros tempos judaicos e cristãos é simplesmente da construção de uma liturgia e que foi comum nos primeiros tempos às duas religiões, o que dá toda a conotação religiosa ao termo com a qual já tinha sido acenado. Por falta de espaço mesmo, e também por não ser o real objetivo deste trabalho, as origens das liturgias judaica e cristã é um assunto muito rico e de muita bibliografia, o que facilita ao leitor que porventura tenha ficado curioso em saber mais. E A LITURGIA MAÇÔNICA? O Irmão José Prudêncio Pinto de Sá, no seu artigo intitulado “Os Rituais e a Liturgia” (artigo bastante esclarecedor, e que infelizmente tem sido descaradamente copiado por alguns “pesquisadores” que não são capazes de ao menos citar as fontes, dando os créditos a quem os merece de direito), assim se manifesta sobre a liturgia dos trabalhos maçônicos:
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 14/33 “Para atingir os seus fins, os atos litúrgicos se revestem da pompa necessária, a fim de que os maçons sejam influenciados pela seriedade do momento. Além disso, por ocasião das iniciações, uma boa leitura de alguns textos explicativos contribui para produzir uma forte impressão inicial nos neófitos, fenômeno que se repete a cada nova cerimônia de passagem. Abre-se, porém, o espaço para algumas observações, a primeira das quais põe em tela a própria existência do ritual como instrumento de trabalho em loja. Na realidade, os atos litúrgicos só deveriam ser lidos, naqueles momentos em que longos trechos de difícil memorização o exigissem, sendo pronunciadas todas as falas ritualísticas sem o auxílio de qualquer papel ou livro.” Por sua vez, o grande estudioso que foi o Irmão Breno Trautwein, em um artigo de sua autoria intitulado “Ritos e Rituais” deu uma definição muito simples, muito didática, própria dos verdadeiros Mestres, sobre o termo liturgia que diz assim: “Ritual seria o livro dos ritos, ou a execução das cerimônias maçônicas, nesse caso confundindo-se com cerimonial; e liturgia, a ordem a ser executada nas cerimônias maçônicas.” DEFININDO RITUALÍSTICA O Irmão Nicola Aslan apresenta em seu “Grande Dicionário Enciclopédico...” o termo “RITUALÍSTICO”, e assim o define: “Neologismo do vocabulário maçônico, que serve para distinguir do ‘Ritual’ em geral o que é exclusivamente maçônico.” Por outro lado, no “Vade-Mécum Maçônico”, temos: “RITUALÍSTICA: 1. É tudo aquilo que é relativo ao Ritual, ao Rito, ou ao Ritualista. 2. Não pode ser confundido com ritualismo, que é o sistema dos que se apegam a Ritos.” E ainda no “Vade-Mécum Maçônico” temos logo abaixo do termo “Ritualística” um outro que é: “RITUALÍSTICA MAÇÔNICA: O modo como se processa a sessão, a começar pela entrada no Templo.” Segue após um texto bastante extenso sobre a menira de como se processa a ritulística. Já o “Dicionário Maçônico” do Irmão Rizzardo Da Camino” , diz: “RITUALÍSTICO – Diz respeito à observância do uso de um Ritual. Na Maçonaria, a sessão ritualística é sinônimo de sessão litúrgica, pois nela usa-se o Ritual adequado à cerimônia em desenvolvimento.” COMENTÁRIOS: Como deu para perceber, o termo ritualístico(a), é um neologismo, sendo que neologismos são aquelas palavras novas criadas na nossa língua. A questão é que pelo fato de ser um neologismo, isso faz com que não iremos encontrá-lo nos dicionários tradicionais, a não ser em dicionários maçônicos. E como pudemos observar também, o Irmão Rizzardo Da Camino afirma que ‘a sessão ritualística é sinônimo de sessão litúrgica’, mas, será que é assim que os outros autores pensam? CASTELLANI E O TERMO RITUALÍSTICA Há um “Dicionário de Termos Maçônicos” de autoria do Irmão José Castellani, e foi nele que achei as explicações mais esclarecedoras sobre o assunto: “RITUALÍSTICA. É um neologismo (do grego, néos=novo + lógos=palavra; neologismo é, em Gramática, a inovação linguística, quer no campo vocabular, quer no terreno sintático). O adjetivo ritualístico designa aquilo que é relativo a Ritual, ou a ritualista; por analogia, criou-se, maçonicamente, o termo ritualística, tudo aquilo que é referente ao Ritual, ao Rito, ou ao ritualista, evidentemnte, um substantivo (assim, fala-se em ritualística maçônica, expressão na qual ‘ritualística’ seria um substantivo e ‘maçônica’ é o adjetivo). O termo, mesmo sendo um neologismo, não deve ser confundido com ritualismo, que significa conjunto de Ritos, ou o apego à cerimônia e formalidade. Também não pode ser confundido com liturgia, palavra também usada em relação ao cerimonial maçônico. Liturgia é termo mais aplicado à religião e significa a forma e a ordem aprovada pela autoridade eclesiástica,para celebrar os ofícios divinos, principalmente a missa; é também o estudo dos Ritos sagrados. Todavia, pela própria etimologia da palavra (originada do grego leitourgia=função pública), qualquer sociedade que realize um cerimonial. Seja público, ou apenas reservado aos seus adeptos, em que exista uma ordenação e uma determinada forma de desenvolvimento da cerimônia, estará exercendo uma função litúrgica. É o que acontece com a Maçonaria. Assim, os termos Liturgia e Ritualística englobam todo o desenvolvimento do cerimonial maçônico.”
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 15/33 E AFINAL, LITURGIA OU RITUALÍSTICA? Vejamos mais alguns trechos constantes no trabalho do Irmão Luiz V. Chitoski, que definem sobre liturgia ou ritualística, sendo que a partir dessas informações é possível entender qual seria o termo mais adequado no meio maçônico: “Desta maneira, não se pode deixar de reconhecer a imensa carga religiosa que carregam os termos liturgia, litúrgico e outros, que são entendidos como ‘o serviço público oficial da Igreja’, composto pelo rito, cerimônias, orações e sacramentos. Dentre estes, um dos principais representantes e, exemplo conhecido de todos, é a Missa Católica.(...)” E mais adiante: “Por outro lado, o viés profano, que distingue algumas atuações como se desempenhadas pelos antigos liturgos, afastam-se ainda mais da atuação maçônica especulativa na sociedade, onde cada maçom atua como cidadão e não como funcionário; e muito menos, no trabalho maçônico interno, onde não mantém característica de profano’ mas exerce e desempenha a função de ‘iniciado’. Neste ponto citamos a Bíblia Sagrada das edições Barsa, que nos alerta, textualmente, não se poder confundir ‘LITURGIA com RUBRICAS, sendo estas as normas ou orientações de como agir durante as funções litúrgicas’, o que nos remete ao estudo deste trabalho, isto é, a Ritualística (rubricas) Maçônica. Acompanhando o pensamento de Aslan e Castelllani, penso que o termo ‘liturgia’ deve manter-se com sua característica dicionarizada, isto é, ‘mais aplicado à religião’. Advogo a ideia de utilizar para a denominação das cerimônias e sessões maçônicas o neologismo ‘ritualística’, que além de ser mais conhecido e utilizado nos trabalhos maçônicos, não carrega as acepções religiosas e teológicas acima apresentadas. Ritualística nasceu e se desenvolveu como um termo maçônico autêntico, próprio e bem definido.” CONCLUSÃO De acordo com as várias definições elencadas ao longo do trabalho, provenientes de vários autores, sobre os quatro termos que constaram no título do trabalho, ou seja, rito, ritual, ritualística e liturgia, pudemos obter conhecimentos que servem como subsídios para desfazer quaisquer confusões no emprego dos mesmos. Todos os termos que foram citados guardam as suas conexões, uns mais, outros menos, independente da sua semelhança, pois, rito e ritual tem significados bastante diferentes, assim como, ritualística é uma palavra que tem seu uso mais propriamente no ambiente maçônico e é um neologismo. A que não guarda semelhança com as outras palavras em sua grafia, é mesmo liturgia, deu para ver, é uma palavra que, ainda que seja utilizada na Maçonaria está muito mais afeta ao ambiente religioso, portanto, é a mais discutível, é a que tem na palavra ‘ritualística’ uma substituta, mas, que não seria tão fácil de ser substituída, pois, tem seu uso bastante consolidado, pelo que parece. Sempre aprendemos, ou reaprendemos. Durante o desenvolvimento do presente trabalho vimos que na Maçonaria, Ritual é o livro que contém a Ordem, as fórmulas, as instruções que vão propiciar uniformidade e regularidade aos nossos trabalhos maçônicos, que a liturgia é a Ordem a ser executada nas cerimônias maçônicas, que pesquisando as origens do termo liturgia nos deparamos com o Sidur judaico, e que esta palavra por sua vez, provém da palavra Seder, e que ela significa Ordem. Aliás, por ocasião da Páscoa, a palavra Seder tem sua importância para determinados Graus, o que, portanto, chega como uma coincidência. Aprendemos que os primeiros cristãos não se viam como num contexto fora do judaísmo, mas, como uma seita do judaísmo, tanto que frequentavam as sinagogas e a liturgia então, pode-se dizer que, era a judaica. E que tudo disso foi sendo apresentado, ainda que, sucintamente, para deixar claro que a liturgia cristã tem raízes judaicas, ou no mínimo é uma continuação da liturgia judaica, e que esse termo então, que é muito utilizado na Maçonaria tem suas origens nessas religiões, o que vem comprovar de vez que é uma palavra de uso religioso. Ao resumirmos a parte que trata sobre as origens da liturgia, fica uma lição bem mais importante: a de que a Bíblia, o Livro Sagrado, nasceu da liturgia, da liturgia judaica e da liturgia cristã. Por outro lado, ainda no cumprimento do objetivo que foi proposto que era elucidar algumas questões semânticas, digamos assim, nesse que diz respeito ao uso da palavra ‘ritualística’ e da palavra liturgia, ou qual a que seria a mais adequada para o ambiente maçônico, e baseado nas
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 16/33 considerações que foram expostas tão inteligentemente pelo Irmão Luiz V. Cichoski, que optou pelo termo ritualística, por ser o mais conhecido e utilizado em trabalhos maçônicos, e o que é mais importante, por não carregar as acepções religiosas e teológicas e, consequentemente o que vem reafirmar a posição ecumênica da Maçonaria, só posso concordar em gênero, número e grau. Consultas Bibliográficas: Internet: “A Liturgia na História” – Ensaio da autoria do Frei Carlos Rockenbach. Disponível em: www.estef.edu.br/.../ JB News, nº 865, de 15/01/13: “Os Rituais e a Liturgia” – Artigo de autoria do Irmão José Prudêncio Pinto de Sá JB News, nº 902, de 21/02/13: “O que é Rito e o que é Ritual” – Artigo de autoria do Irmão Kennyo Ismail “O ritual do templo judaico é modelo para o culto cristão?” – Artigo de Isaac Moreira – Disponível em: www.adoracaoadventista.com/.../ Revistas: O PRUMO, Edição 112 – Janeiro/Fevereiro de 1997: “Ritos e Rituais” – Artigo de autoria do Irmão Breno Trautwein O PRUMO, Edição 210 – Julho/Agosto de 2013: “A Liturgia da Missa Católica e a Ritualística da Sessão Maçônica (Final) ” - Artigo de autoria do Irmão Luiz V. Cichoski Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Volume 4 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 3ª Edição – 2012 AUSUBEL, Nathan. “JUDAICA – Volume 6 – Conhecimento Judaico II” – A Koogan Editor - 1989 CASTELLANI, José. “Dicionário de Termos Maçônicos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 2ª Edição – 1995 DA CAMINO, Rizzardo. “Dicionário Maçônico” – Madras Editora Ltda. 2006 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 17/33 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Algumas reflexões a respeito da Maçonaria no Brasil Autor: Hercule Spoladore LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS “BRASIL” São analisados e aferidos alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria brasileira através dos anos. Alguns deles merecem ser citados e comentados. Alguns autores sustentam que o modelo maçônico que foi legado pelos Irmãos do passado já não de adapta à Maçonaria atual. Este modelo foi projetado para o homem recém-egresso do início da era industrial. Está defasado e anacrônico. A Maçonaria atual no Brasil não poderia estar inserida nestes moldes. Um gnóstico referiu ao autor deste artigo que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus templos existem ainda símbolos poderosos e mágicos, mas os maçons não os respeitam como tais, pois já não conseguem vislumbrar os seus mais puros significados. Foi por esta razão que a Maçonaria fragmentou-se, pois se confundiu e perdeu a sua força. Outra versão refere que o maior objetivo político da Ordem e que acalentou gerações de maçons no século XIX era justamente a Escravidão e a República, esta uma proclamada, perdeu-se o objetivo prioritário. Não foi criada desde então nenhuma motivação cívica ou uma vocação social. A Maçonaria brasileira fragmentou em várias potências, cada qual com sua orientação político- social sempre se autodenominando, a verdadeira a regular e representante de todas as opiniões da população maçônica brasileira. De fato, uma vez proclamada a República, Maçonaria no Brasil, pouco fez. Inicialmente, resolveu competir com as religiões cristãs na beneficência, na filantropia, onde com exceção de umas poucas cidades, onde a Ordem faz um trabalho social racional muito importante, as demais cidades do Brasil fazem uma filantropia amadora, sem planejamento, onerando sempre os seus obreiros. Costuma acontecer uma situação que parece ninguém liga, parece tudo normal a de uma loja, doar cadeiras de rodas para um paraplégico e eliminar um Irmão por falta de pagamento das mensalidades, sem pesquisar as necessidades momentâneas. 5 – Algumas reflexões a respeito da Maçonaria no Brasil Hercule Spoladore
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 18/33 Neste particular as lojas brasileiras fazem confusão com caridade profana e a caridade maçônica, sem saber que nossos Irmãos de outrora da fase Operativa e mesmo da Maçonaria Moderna, o conceito é de que a caridade deve ser feita ao maçom necessitado, à Família de maçons falecidos e não para os profanos. Para profanos, não se deveria a rigor fazer caridade ou filantropia, se seguisse os antigos costumes. Entretanto, é o que ocorre. Caridade para profanos, e esquecimento do Irmão necessitado. Não de todos, diga-se de passagem, porque existem Lojas onde um grupo de Irmãos se interessam e ajudam, visitam os Irmãos que estão nesta situação. Se no quadro de uma loja existem aqueles Irmãos que são filantropos por natureza, por índole e que queiram praticar caridade, que a façam às suas próprias expensas nunca envolvendo as lojas em si. Do ponto de vista político, a Maçonaria brasileira no século XX trabalhou em prol do divórcio em 1918. Calou-se quando o ditador Getúlio Vargas fez do Brasil o que quis. Durante a Revolução de 1964 também ficou quieta. Manifestou-se em prol do Parlamentarismo, porém não era a opinião unânime de todos os maçons. Quer dizer, o século XX foi perdido pelos maçons brasileiros do ponto de vista político. Passaram vários presidentes maçons da República, mas não representando a Maçonaria e sim seus partidos políticos. . Mas não foi só do ponto de vista político que ela se perdeu. Também sob o ponto de vista social e ainda pior, na qualidade de seus membros. Aumentou o número de lojas, de potências e consequentemente o número de adeptos. E daí? Do ponto de vista dos trabalhos em Loja mudou a cor principal do REAA de vermelho, usado em todo o mundo, para azul menos na Venezuela e Israel, este por causas políticas da região. Entretanto a Maçonaria brasileira foi neste século passado campeã de brigas internas, com aparecimentos de novas potências, cisões por dissidências, processos na justiça profana, expulsões da Ordem etc. Há outra versão sobre a Maçonaria brasileira defendida por alguns Irmãos pela qual não se poderia exigir tanto dela, pois a sua função seria tão somente formar o Homem em si, como líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade. Seria uma escola de vida. À Maçonaria caberia tão somente mostrar aos seus adeptos os caminhos do seu auto aprimoramento, ensinando- os a serem construtores sociais e que atuem na comunidade como um núcleo em torno do qual estariam agregados os vários segmentos da sociedade. Parece que este conceito seria o mais acertado e mais apropriado para o momento presente. Se a Maçonaria formar um líder seja ele um político, um homem público, empresário, chefe de escritório ou em qualquer segmento ele estará representando a Ordem de uma maneira muito
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 19/33 eficiente e proveitosa. A partir daí sua participação na comunidade passa a ser naturalmente político-social. Mas como andam os problemas flagrantes da Ordem? É claro que estas ponderações não estão se aplicando a todos os maçons e lojas, pois existe uma grande parte da maçonaria que não se enquadra neste raciocínio, mas se tem a certeza que este conceito se aplicará a muitos maçons a ás lojas. Se atentar-se para a realidade, e basta apenas querer enxerga-la, sem reservas, com coragem, sem viseira pelo que se pode observar no dia a dia, existem situações erradas na Ordem as quais serão abordadas apenas algumas, aleatoriamente. -Falta de conscientização do que vem a ser Maçonaria. Certas sessões econômicas duram duas a três horas e o período de estudos ou de instrução dura de quinze minutos a meia hora, isto quando algum Irmão tem algum trabalho a apresentar. -Com relação à instrução contínua, pois os aprendizes perguntam muito, é lógico, querem saber, e geralmente quando fazem uma pergunta que poderia ser perfeitamente respondida por um mestre, a resposta freqüente é “Isso não posso responder” “Tenha paciência você chegará lá”. Esta resposta bloqueia de forma negativa, um aprendiz. O que não se pode dizer a ele são apenas palavras, sinais, e certos símbolos inerentes aos graus dois e três. Mas a história, filosofia, doutrina e uma série de coisas referentes à Ordem que são conceituais devem ser transmitidas aos aprendizes e também aos companheiros. - Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado. A grande maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus e os galga sem conhecer o grau em que está colado. Quando chegam ao 33º grau é a gloria! - A pressa de muitos Irmãos para que a sessão acabe logo, para poderem nos chamados “fundões” dos templos sorverem todo o tipo de bebidas disponíveis e ao mesmo tempo se alimentarem exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e sob os eflúvios etílicos tomarem as decisões importantes da loja, tais como, por exemplo, quem será e quem não será o próximo venerável, qual será o cardápio da próxima semana, fazer bazófias com certos Irmãos que não concordam com eles, nas suas famosas “panelinhas” que se reúnem num canto do salão para tramar, enfim uma série de situações que todos conhecem, mas fingem que não é nada com ele. Geralmente muitas lojas têm o seu “dono” e os demais Irmãos dizem amém. - Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras “eminências pardas” dentro da sua própria diretoria. - Carreirismo político maçônico com falsa liderança. -Comportamento antiético e antimaçônico de alguns Irmãos, os quais querem prevalecer sobre os demais, muitas das vezes querendo impor seus defeitos como regra para loja seguir. - Candidatos para serem iniciados não gabaritados para tal. -Os poderes dentro de uma potência, estão em muitas agremiações, desencontrados e comumente Irmãos extrapolam seus direitos não respeitando às vezes o próprio grão-mestre que é a autoridade maior.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 20/33 - As várias potências ditas regulares não se reconhecem entre si no papel, mas se toleram e não se desprezam. Todavia, utilizam os mesmos ritos, cada qual á sua maneira (Vide REEA no Brasil). - A respeitável denominação Grande Arquiteto do Universo virou simplesmente “gadú”, palavra muito pronunciada atualmente. - Especialmente nas cidades de médio e grande porte, um templo de propriedade de uma loja é usado um dia por semana. Fica ocioso o resto da semana, quando naquele templo poderiam funcionar pelo menos mais sete lojas. Quando um grupo de Irmãos, por uma cisão, geralmente litigiosa por causa da luta pelo poder enxameia e funda uma nova loja, a primeira decisão é construir um novo templo. O dinheiro gasto numa nova construção para esse fim poderia ser usado na construção de lar de apoio, asilo, numa creche e doada para comunidade. - Falta de patriotismo, com desconhecimento total da história maçônica do Brasil e da participação dos maçons nos maiores eventos pátrios. - Corrida atrás de graus. Muitos maçons querem mesmo ser 33 º grau, mas sem conhecer Maçonaria. - Sessões sem conteúdo. Apenas burocráticas sem apresentação de um trabalho cultural com debates. - A grande maioria dos Maçons não lêem. -Cita-se de passagem, certos Irmãos que não honram seus compromissos valendo-se da mal interpretada tolerância maçônica. Se se quiser, serão enumerados mais de cinquenta itens facilmente. Entretanto, é bom frisar que nem todas as lojas e nem todos os Irmãos estão enquadrados neste panorama. Existem lojas tradicionais, bem administradas, bem instruídas, e existe uma parcela razoável de Irmãos que são realmente maçons, e que são a esperança de uma Maçonaria melhor. Estas situações, estes flagelos, são mencionados mais em sentido de alerta, pois tem se que mudar a Maçonaria urgentemente quer no campo administrativo, histórico doutrinário e moral. Há que ter um replanejamento urgente. É preciso ter a ousadia e a coragem de citar os males que assolam a Ordem e a prudência de sugerir soluções que possam melhora-la. Entretanto, prosseguindo, parece que tudo vai bem. Fala- se muito em tolerância, todo maçom é livre e de bons costumes. Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita que tudo realmente vai bem. São aqueles Irmãos, simples, bem intencionados, almas limpas. Não vêm à maldade com sua pouca capacidade de julgamento. Todos são bons para eles e todos são Irmãos. Isto lhes basta. Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porem não é nada disso, os outros justos e perfeitos fingem não saber do que se trata, pois aprenderam a ser é fraternais e tolerantes. Ficam calados
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 21/33 pela acomodação, e também pela mente embaçada pelo conformismo. Muitas vezes certos Irmãos precisam realmente ser denunciados. Não são dignos de pertencer à Ordem. A Maçonaria era muito mais rigorosa no passado. Havia os Conselhos de Família, o júri em loja e aqueles que não merecessem a ser chamados de Irmãos eram afastados. Esta análise tem muito de verdade. Se um Irmão que sabe discernir o que é tolerável e o que é intolerável, tiver a coragem de denunciar, ele será considerado um vilão. Há na Ordem uma verdadeira conspiração contra ela mesma. Uma conspiração do silêncio quando interessa a um grupo. Porem se um Irmão cair em desgraça deste ou daquele grupo por motivos administrativos ou políticos da loja ele é execrado. Acredita-se que além da falta de planejamento que é uma das causas, e também a falta de uma meta racional e altruísta a ser atingido, um plano de conscientização cultural, e instrução racional resolveria muita coisa. É o mesmo problema da alfabetização. Imaginem se o Brasil numa campanha total e heróica resolvesse decretar analfabetismo: zero. Mudaria totalmente a mente do brasileiro. Se na Maçonaria, tivesse três sessões mensais, onde alem se praticar uma ritualística correta houvesse palestras, conferências, debates, cursos, mesas redondas, simpósios etc. a respeito da filosofia, história da Ordem, ritualística, bem como de Política como ciência o preparo do maçom seria outro. Quanto às sessões administrativas, deveria haver oficialmente uma por mês. A Diretoria resolveria os problemas burocráticos em sessões paralelas, não ritualísticas. Cada potência deveria manter encontros trimestrais de aprendizes companheiros e mestres para toda a jurisdição onde fossem apresentados trabalhos e fosse estudada a Instituição como um todo. Os altos corpos de cada potência, especialmente nas simbólicas deveriam manter uma severa vigilância em cima dos responsáveis pela liturgia e ritualística especialmente com relação às alterações achismos, invenções “enxertos” etc. Não pode haver confusões na execução dos ritos. Os responsáveis pelas alterações deveriam constitucionalmente ser controlados e os altos poderes da Obediência deveriam aprovar ou reprovar qualquer modificação após um estudo acurado, com razões históricas inclusive. Os grão-mestres não deveriam participar, pois em regra têm sido eles os responsáveis por tanta mudança. Esta seria uma das maneiras de se controlar tanta alteração que pulula na Maçonaria brasileira, especialmente no rito maior que é o REAA. Como a unificação total da Maçonaria no Brasil é uma utopia, a união, entretanto, não é, e ela já está sendo realizada. As principais potências da Maçonaria Tradicional, e ditas regulares não se reconhecem através de documentos, todavia em suas lojas-base está havendo uma intervisitação sistemática que se pode dizer ver foi uma das maiores conquistas internas da Ordem no país. Este contato entre Irmãos de potências diferentes está trazendo resultados muito importantes. Já não
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 22/33 são mais irmãos bastardos e nem primos, agora são Irmãos. E ninguém destruirá esta conquista, mesmo que tente. Os grão-mestres das principais potências deveriam em todos os Estados sentar-se em torno de uma mesa e decidirem problemas de ordem social e política, mas também problemas da Maçonaria como um todo. Em algum Estado fazem isso, mas não dão continuidade. Em se tratando de um mesmo rito que se usasse um único ritual o qual seria organizado por uma comissão de Irmãos versados em história e ritualística pertencentes a estas potências principais e ditas regulares. Nos ritos que tem Palavra Semestral, que ela fosse apenas uma para todas as potências. Correspondências deveriam ser trocadas a respeito de candidatos não desejáveis para serem maçons. Em cidades em que haja diversas lojas das várias potências, deveria haver um conselho de veneráveis (já existem em varias cidades) uma organização para maçônica, com a chefia de mandato anual, em rodízio de cada potência para tratar de política (não partidária), problemas econômicos, sociais, de segurança que atingem a região, filantropia, beneficência e defesa da própria Ordem, a qual é sempre atacada por elementos de algumas religiões e não se defende. A Ordem está muito exposta. Seus flancos estão totalmente desguarnecidos. Estas medidas são viáveis e fáceis de serem aplicadas. Bastaria tão somente os grão-mestres descerem um pouco do pedestal de sua autoridade de sua opulência e num gesto de humildade, abrirem o seu coração à causa maçônica, e chegarem a um acordo. O maçom brasileiro necessita com urgência de uma nova vocação, uma meta de um alcance maior, mesmo que pareça impossível, mesmo que seja um sonho, a médio ou até em longo prazo, mas que pudesse unir todos em torno do mesmo ideal. O primeiro passo seria através dos mais brilhantes Irmãos de cada potência, após estudarem todos os detalhes apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira atual. Este diagnóstico terá que levar em conta o passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas, reciclagens, e assim planejando o futuro. O século XX foi perdido, e o XXI está apenas começando. Mas já está sendo perdido. Não mudou absolutamente nada. Ainda há tempo, porque os maçons cada qual á sua maneira não perderam o seu amor à Ordem. Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Brasil – Londrina-PR ·.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 23/33 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam no desenho do universo uma forma projetada pela mente... Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam no desenho do universo uma forma projetada pela mente de Deus. Nesse sentido ele é como se fosse um plano de arquitetura pré- concebido e estruturado com extrema precisão. Esse plano é demonstrado admiravelmente na extraordinária simbologia dos Quatro Mundos da Cabala e no desenho da Árvore da Vida. Nessas duas concepções simbólicas, onde a intuição dos iniciados superou seus próprios conhecimentos positivos á respeito do mundo, encontramos um projeto extremamente sugestivo da evolução do todo universal, com suas visões passadas, presentes e futuras, com todas as suas especificações e finalidades. Nessa visão estrutural do plano cósmico, fica mais fácil encontrar um lugar para o complexo das intuições humanas, que a nossa mente, por falta de uma linguagem apropriada, não consegue explicar. Os pressupostos da metafísica, que tanta perplexidade causa aos estudiosos quando são comprovadas em testes de laboratório, assumem contornos mais visíveis, mais inteligíveis e mais belos até, porque nesse caso eles vêm vestidos de uma simbologia que nos enche os olhos e uma poesia que nos alegra a alma. Não é, pois, sem razão, que a Maçonaria ─ aos nossos olhos uma experiência social e espiritual com um pé firmemente apoiado na tradição cabalística ─ chama Deus de Grande 6 – Sabemos que tanto a Cabala quanto a Maçonaria enxergam no desenho do universo uma forma projetada pela mente... João Anatalino Rodrigues
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 24/33 Arquiteto do Universo. E o porquê de o Templo onde se reúnem os Irmãos ter sido concebido como um simulacro do Cosmo, e ter uma estrutura semelhante ao desenho da Árvore da Vida. Isso ocorre porque nessa visão mística do processo de construção do edifício universal, a Divindade é comparada a um arquiteto que projeta o edifício e depois os seus mestres de obras, os arcanjos, e os seus pedreiros, os homens, o constroem. É nesse mesmo sentido que a planta do Templo maçônico é vista como uma espécie de mandala mágica, construído de forma a captar a energia criadora, para que o psiquismo dos Irmãos ali reunidos seja carregado com as melhores virtudes e os vícios porventura existentes sejam dissolvidos. Essa é a ciência maçônica por excelência, que é sintetizada na chamada “egrégora”, palavra que designa a energia cósmica captada pela mente das pessoas reunidas no Templo, em estreita união, e convergentes para a consecução de um mesmo objetivo.1 Esse também, diga-se de passagem, é o elo simbólico que justifica a tradição maçônica de considerar o templo onde os Irmãos se reúnem uma cópia do Templo de Jerusalém, na forma como ele foi projetado pelo arquiteto Hiram Abbif e construído pelo rei Salomão.2 Todo iniciado na tradição maçônica sabe que o Templo de Jerusalém foi erigido segundo instruções místicas, que visavam reproduzir nesse edifício o próprio desenho do Cosmo, e que, segundo acreditavam os israelitas, era a “morada de Deus ”. 3 Essa visão se justifica plenamente, pois na construção de um edifício, quanto mais sofisticado ele for, mais encontraremos noções de ciência aplicada. Nele se aplicam conhecimentos de física, química, geologia, sociologia, matemática, astronomia-e muitas outras disciplinas, necessárias á perfeita construção e adequação do logradouro às necessidades que ele visa atender. É o que dizia Fulcanelli, por exemplo, quando se referia á catedral gótica, que no seu entender era um verdadeiro santuário de tradição e aplicação das ciências físicas e sociais. 4 A Cabala chama de Sod aos enigmas que estão ligados ao desenho estrutural do universo, os quais foram reproduzidos na planta do primeiro Templo de Jerusalém. Por isso ele era originalmente chamado de Santuário da Solidão, pois ali reinava o Ùnico, o Santo dos Santos, que não tinha par entre todas as potestades do universo. Como se sabe, o Templo de Jerusalém foi desenhado a partir das instruções que Deus deu a Moisés para a construção do Tabernáculo. Todos os utensílios, os adereços, as vestes dos sacerdotes e as próprias medidas do Templo tinham uma função específica e um significado arcano de grande importância. O Tabernáculo tinha três divisões representando o céu, o mar e a terra. Os quatro tipos de tecido usados na confecção do Tabernáculo simbolizavam os quatro elementos; a sobrepeliz do Sacerdote Supremo (cohen gadol) com suas variações cromáticas era a imagem do universo nascente, que em sua origem apresentava uma profusão fantástica de cores.5 As campainhas significavam a harmonia do som, já que um dos elementos com os quais Deus faz o universo é o som; as doze pedras preciosas no peitoral do sacerdote e os doze pães da preposição simbolizavam, no plano cósmico, os doze signos do zodíaco e no sociológico as doze tribos de 1 Para uma definição mais precisa de egrégora e sua aplicação na tradição maçônica, ver a nossa obra “O Tesouro Arcano”, publicada pela Editora Madras, São Paulo, 2013. 2 Esse pressuposto é colocado tendo em vista a tradição maçônica e não a História propriamente dita, pois historicamente, conforme relata a Bíblia e também o historiador Flavio Josefo, Hiram não era arquiteto, mais sim um metalúrgico que fundiu as colunas de bronze do Templo e os utensílios de culto neles usados. 3 Alex Horne- O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica. São Paulo. Ed. Pensamento, 1998. 4 Fulcanelli. O Mistério das Catedrais. Lisboa, Ed. Esfinge, 1964. 5 Ver, nesse sentido, a imagem apresentada por Stephen Hawking sobre a coloração inicial do universo. O Universo em Uma Casca de Nóz- citado.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 25/33 Israel, maquete da Humanidade Autêntica. As duas esmeraldas nas ombreiras do sacerdote eram o sol e a lua. Na mitra do sacerdote as quatro letras do Nome de Deus (IHVH), diziam que todo o universo era construído a partir das letras do Nome Sagrado. O candelabro de sete braços (menorah) significava os sete planetas conhecidos na época. A mesa arrumada na direção norte, com os pães da preposição e o sal, arranjados na forma de uma mandala mágica, homenageavam a chuva e o vento, forças necessárias á produção da terra. A grande bacia de bronze que os sacerdotes usavam para lavar os pés e as mãos simbolizavam a limpeza de caráter que o homem devia mostrar frente á divindade. Assim, na simbologia do Templo e de seus utensílios estava descrita toda a estrutura de constituição física do universo e também um vigoroso código de moral para guiar os seus construtores, os homens. Essa também seria a formulação simbólica que viria a inspirar, na Idade Média, os maçons operativos na mística da sua arte. Por isso é que eles mostravam, na execução do trabalho puramente operativo, o desvelo próprio de um artista que sente estar repetindo a própria obra de Deus; e na alma que assim se consagra a esse trabalho, havia um sentimento de ascese que transcendia o plano físico para levá-lo a um arrebatamento próprio daqueles que se dedicam á uma prática iniciática. Estava, assim, nascida a mística operativa que deu origem á Maçonaria.6 6 Alusão á crença dos antigos maçons que construíam os templos religiosos na Idade Média, de que eles eram os “operários do Bom Deus”, pois estavam construindo na terra as moradas da divindade. Por isso o caráter sacro da sua arte. Na Imagem, reconstituição do Templo de Jerusalém: Fonte: Alex Horne: O Templo de Salomão na Tradição Maçônica.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 26/33 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 07.04.1997 Expedicionário Nilson Vasco Gondin Florianópolis 12.04.1997 Lara Ribas Florianópolis 21.04.1979 Colunas do Imbé Imbituba 26.04.1979 Duque de Caxias Florianópolis 28.04.1990 Luz do Vale Rio do Sul 28.04.2008 Consensio Içara Data Nome da Loja Oriente 02.04.2013 Sol do Oriente nr. 107 Balneário do Rincão 05.04.1983 Acácia Negra nr. 35 Mafra 08.04.2015 São Miguel da Terra Firme nr. 110 Biguaçú 09.04.1952 Fraternidade Tubaronense nr. 09 Tubarão 14.04.1956 Mozart nr. 08 Joinville 14.04.2014 Amadeus Mozart nr. 108 Joinville 15.04.2007 Acácia Riosulense nr. 95 Rio do Sul 18.04.1997 Padre Roma nr. 16 São José 21.04.1982 Inconfidência de Concórdia nr. 27 Concórdia 24.04.2001 Liberdade e Harmonia nr. 81 Florianópolis Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de abril 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 27/33 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 02.04.1860 Regeneração Catarinense - 0138 Florianópolis 03.04.1998 Pedra da Fraternidade - 3149 Itapoá 04.04.1974 Hermann Blumenau - 1896 Blumenau 12.04.1973 Plácido O de Oliveira 2385 Rio do Sul 19.04.1996 Universo da Arte Real - 2947 Penha 23.04.2012 Ética e Justiça Florianópolis 24.04.1995 Estrela da Harmonia -2868 Criciúma 25.04.2003 Laelia Purpurata - 3496 Camboriú 28.04.2003 Harmonia e Fraternidade -3490 Florianópolis
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 28/33 A grata Visita Num descontraído e proveitoso almoço na Praia de Bom Abrigo, em Florianópolis, nesta sexta-feira, dia 22 de abril de 2016, a visita de dois ilustres Irmãos: Hélio Leite, de Fortaleza e Aldo Buitoni, de São Paulo, recepcionados por nós, Irmãos Lima, Joel, Eleutério e Jeronimo Borges.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 29/33 Da esquerda para a direita: O editor do JB News, JB; Hélio Leite, de Fortaleza escritor e ex Grão-Mestre do GOB/DF; escritor Walter Celso de Lima; Irmão Arquiteto e Urbanista Aldo Buitoni de São Paulo; escritor Eleutério Nicolau da Conceição e o palestrante e sábio Irmão Joel Guimarães de Oliveira.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 30/33 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – Aleluia! Emocione-se Com o Maior Coral Virtual do Mundo! Exibir Conteúdo 2 – A Maçonaria: A Maçonaria.mp4 3 – Feito pela mão do homem: Feito pela mão do homem.pps 4 – Todos podemos aprender com os Pássaros... Exibir Conteúdo 5 – Melhor que Pelé: Melhor que Pelé....mp4 6 – O Belo Interior da França aos Olhos de Louis Aston Knight Exibir Conteúdo 7 – Filme do dia: A Guerra de Logan (Chuck Norris) - Dublado completo Este é um filme raro de Chuck Norris para os fãs de ação https://www.youtube.com/watch?v=wAXZ6AMU1q0
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 31/33 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Era um velho casarão. Paredes pela metade, sem portas, e telhado sem forro. Divisão de espaço, apenas para demarcação. Sem privacidade, sem higiene, sem tudo...
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 32/33 Sobreviver, naquelas condições, era um covarde desafio. Muitas famílias, todas miseravelmente pobres, lá viveram e em harmonia, talvez unidas pelo sofrimento, quem sabe pelo respeito ou medo. Era um " cortiço ", pouco melhor que uma estrebaria. Voltei aquele lugar para conferir, mas já não existe. Uma suntuosa " residência de dois andares ", me surpreendeu. Um luxuoso automóvel, com crianças bem cuidadas... que contraste ! Lembrei-me, então, dos amigos que viveram naquele pardieiro, e por onde poderiam andar... fazendo o que ? Indaguei de um velho homem, que também conheceu aquela " vergonha ", sobre o destino de alguns moradores. Para minha surpresa, disse-me que todos sentem muito orgulho de haverem sido moradores daquela velha casa, e se tratam como irmãos e que houve muita prosperidade entre eles. Disse-me, mais: " A falta de tudo, trouxe fartura de amor. Virou uma só família, muito forte ! " Fiquei feliz com a notícia ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.031 – Florianópolis (SC) – domingo, 24 de abril de 2016 Pág. 33/33