1. JJBB NNEEWWSS
Informativo Nr. 094
Responsável: Ir Jerônimo Borges (Loja Templários da Nova Era - GLSC)
Florianópolis-SC 03 de dezembro de 2010
2. 1. Almanaque
2. Altar dos Juramentos (Ir Cícero D)
3. Ritos Praticados em Portugal no Sec. XIX (Ir José Oliveira C. Borges)
4. Espelho meu que tipo de Venerável sou eu? (IrVirgílio Reis de Oliveira)
5. Destaques JB
1 – ALMANAQUE
3. Hoje, 3 de dezembro, é o 337º dia do ano.
Faltam 28 para acabar 2010.
Eventos Históricos
1769 - O rei D. José I de Portugal é agredido por um demente, com duas pauladas, em
Vila Viçosa.
1818 - Illinois se torna o 21º estado norte-americano.
1825 - Van Diemens Land, hoje conhecida como Tasmânia, foi proclamada uma colônia
à parte da Nova Gales do Sul, com seu próprio sistema judiciário e conselho legislativo.
1839 - Bula do Papa Gregório XVI condena e proíbe a escravidão de negros (v. Tráfico
de escravos para o Brasil).
1860 - Instituição da tarifa Silva Ferraz que reduziu as taxas de importação sobre
máquinas, ferramentas e ferragens, no Brasil.
1870 - Vem a público o Manifesto Republicano que tem como um dos principais
redatores Quintino Bocaiúva.
1904 - Descoberta do satélite de Júpiter Himalia.
1905 - Prisão de Leon Trotski.
1933 - Guerra do Chaco: Estigarribia cercou as 4ª e 9ª divisões bolivianas em Campo
Vía.
1963 - Criação da Base Aérea de Brasília.
1965 - Os Beatles lançam o seu sexto álbum, Rubber Soul.
1967 - O Doutor Christian Barnard, realiza o primeiro transplante de coração, no Hospital
Groote Schuur, na Cidade do Cabo, África do Sul.
1971 - A Guerra Indo-Paquistã de 1971: o Paquistão ataca oito bases indianas.
1973 - A sonda Pioneer 10 sobrevoa o planeta Júpiter a aproximadamente 131.000 km.
1974 - A sonda Pioneer 11 sobrevoa o planeta Júpiter a aproximadamente 46.000 km.
1976 - Fidel Castro se diploma Presidente da República de Cuba.
1978 - Onze pessoas morrem na correria para conseguir melhores lugares no show da
banda The Who no estado de Ohio, Estados Unidos.
1994 - Lançamento do Playstation da Sony no Japão.
1997 - 700 mil trabalhadores israelitas fazem greve contra o programa governamental de
privatizações e aposentadorias, paralisando aeroportos, portos, bancos, empresas estatais
e parte dos serviços públicos (v. História de Israel).
2007 - Austrália ratificou o Protocolo de Quioto deixando os Estados Unidos da América
"sozinhos" para também o ratificar.
4. Nascimentos
1368 - Carlos VI de Valois, Rei de França (m. 1422). O louco ou o bem amado.
1483 - Nicolaus Von Amsdorf, reformador protestante alemão (m. 1565).
1729 - Padre Antônio Soler, compositor erudito clássico (m. 1783).
1767 - Guido Marlière, militar francês que atuou na conquista de índios brasileiros.
1885 - Miguel Costa, general comandante da marcha que ficou conhecida como Coluna
Prestes.
1886 - Karl Manne Georg Siegbahn, físico sueco (m. 1978).
1900 - Richard Kuhn, químico alemão (m. 1967).
1904 - Roberto Marinho, jornalista e empresário brasileiro (m. 2003).
1911 - Nino Rota, compositor italiano(m. 1979).
1923 - José Bonifácio Coutinho Nogueira, político e empresário brasileiro (m. 2002).
1925 - Kim Dae Jung, político sul-coreano.
1930 - Jean-Luc Godard, cineasta francês.
1932 - Corry Brokken, cantora e actriz neerlandesa.
1933 - Paul J. Crutzen, químico alemão.
1934 - Viktor Gorbatko, cosmonauta.
1940 - Manuela Ferreira Leite, governante e parlamentar portuguesa.
1942 - Pedro Virgílio Rocha Franchetti, jogador uruguaio de futebol.
1944 - António Variações, músico português (m. 1984).
1946 - Joop Zoetemelk, ciclista dos Países Baixos.
1948 - Ozzy Osbourne, cantor de rock.
1951 - Rick Mears, ex-piloto norte-americano de corridas.
1958 - Gilberto Barros, apresentador de televisão brasileiro.
Falecimentos
1154 - Papa Anastácio IV.
1552 - S. Francisco Xavier.
1894 - Robert Louis Stevenson, escritor britânico (n. 1850).
1902 - Prudente de Morais, terceiro presidente do Brasil (n. 1841).
1919 - Pierre-Auguste Renoir, pintor impressionista francês (n. 1841).
1939 - Louise Caroline Alberta, sexta criança e quarta filha da Rainha Vitória do Reino
Unido (n. 1848).
1959 - Gustavo Barroso, escritor, jornalista e político brasileiro, presidente da Academia
Brasileira de Letras (n. 1888).
1993 - Lewis Thomas, conselheiro de política e investigador estadunidense (n. 1913).
2007 - Heloneida Studart, escritora, ensaísta, teatróloga, jornalista, defensora dos direitos
das mulheres e política brasileira (n. 1932).
Feriados e eventos cíclicos
Dia internacional dos portadores de deficiências - Evento criado pelo órgão colegiado da
Organização Mundial da Saúde.
5. 1957 - É adotada a Bandeira do Rio Grande do Norte.
Fatos Históricos de Santa Catarina
1750 Aviso real determinava a criação de um colégio dos padres
da Companhia de Jesus, na vila de Nossa Senhora do
Desterro.
1961 Instalado o município de Campo Belo do Sul
1962 Criado o município de Canelinha, desmembrado de Tijucas.
Calendário Maçônico do Dia:
1999 Criação da Fundação Machado de Assis de Maçons do
Real Arco, no Rio de Janeiro.
2 – ALTAR DOS JURAMENTOS
6.
Ir Cícero D:.
A:.R:.L:.S:. Luz da Acácia – Nº 2586 – Or:. de Jaraguá
do Sul (GOB/SC)l
A Loja Maçônica simboliza o modo como o Universo era compreendido
antigamente (1). Nossos primeiros irmãos tiveram grande inspiração
quando perceberam que o mundo é um templo, coberto por uma abóbada
estrelada durante a noite, e iluminado pelo Sol em sua jornada durante o
dia. Um Universo no qual o Homem segue adiante em seu trabalho,
alternando luz e sombra, alegrias e tristezas, sempre buscando reproduzir
na Terra a lei e ordem presentes no Oriente, que é a origem de tudo (2).
Embora hoje saibamos que o mundo é fisicamente diferente daquele que
era conhecido por nossos ancestrais, ainda assim aquela inspiração inicial
de nossos primeiros irmãos continua e continuará verdadeira.
Parece-me que a idéia central dessa inspiração é que se o Homem tem o
propósito de construir seu próprio Templo Interior, ou se ele está disposto
a construir uma sociedade justa e duradoura nessa justiça, então ele deverá
estar iniciado nas leis e princípios que regem o Universo no qual ele vive. E
para isso, o Homem necessita não apenas de sabedoria, que deve ser
desenvolvida, mas também da ajuda de Deus, que é o G:.A:.D:.U:.
Bem por isso em nossas Lojas Maçônicas está o Altar – mais antigo que
qualquer Templo, e tão antigo quanto a própria vida mesma. Um foco de fé e
união. Um símbolo sagrado daquele pensamento inicial que inspirou a
nossa Arte Real. Um símbolo sagrado da existência do G:.A:.D:.U:.. Um
símbolo sagrado de nosso propósito de erguer Templos à Virtude e cavar
7. masmorras ao vício.
Nada há de mais impressivo na face da Terra que o silencio de uma reunião
de seres humanos curvados diante de um Altar. O instinto que faz com que
Homens se reúnam para orar é a mesma força invisível que move Homens a
desbastar pedras para construírem templos que corporificam o mistério de
Deus.
Até onde conhecemos, o Homem é o único ser em nosso planeta que pára
para rezar. E a beleza desse ato nos diz mais sobre nós do que qualquer
outro. Por uma profunda necessidade natural, o Homem procura Deus, e em
momentos de tristeza ou angústia, ou em momentos de tragédia e terror, ou
ainda em momentos de sincera gratidão e felicidade, o Homem deixa de
lado suas ferramentas de trabalho e olha para o horizonte. E sem perceber,
acaba por fixar seu olhar num ponto mais elevado do relevo que está
adiante. Talvez tenha nascido aí o termo Altar, substantivo masculino
proveniente do latim altare, que por sua vez derivou do adjetivo latino altus
(alto, elevado, levantado).
Pelas consultas realizadas, pude imaginar que a história do Altar na vida da
humanidade parece ser uma história mais fascinante que qualquer ficção.
Da procura inconsciente deste lugar mais elevado ou alto presente na
natureza que o cerca, o Homem evoluiu para construir este Altar perto de si.
Inicialmente rudimentares, sua construção dava-se pelo simples amontoar
de pedras. A centralidade e importância do Altar tornaram-no mais solene e
elaborado, sendo portador de uma série de significados e elemento central
dos mais variados rituais (holocaustos, preces, declaração de
compromissos, incensações, sacrifícios, etc). Todas as grandes civilizações e
culturas humanas ergueram altares: judeus, cristãos, muçulmanos, hindus,
romanos, gregos, egípcios, fenícios, incas, maias e astecas. Indígenas e
antigos pagãos de todas as partes tiveram e têm seus altares. Nunca, porém,
o Altar perdeu sua significação inicial, que é a de conduzir os pensamentos
do Homem ao seu elevado deus, seja ele denominado como for, e ao qual
chamamos G:.A:.D:.U:..
A partir de elementos como estes, podemos começar a perceber o
significado do Altar dos Juramentos na Maçonaria, e a razão de sua posição
na Loja.
8.
Na Maçonaria primitiva, não havia o Altar dos Juramentos, já que as Luzes
da Loja (L:. da L:., Esq:. e Comp:.) ficavam sobre o Altar do V:.M:., onde
também eram tomados os juramentos. Posteriormente, em alguns ritos,
criou-se uma mesa auxiliar, considerada como extensão do Altar do V:.M:..
Tal costume deu origem ao Altar dos juramentos, que originalmente,
portanto, ficava no Oriente, embora algumas Obediências o tivessem levado
para o centro da Loja, em desacordo com suas origens,
segundo Castellani (3).
Na maioria dos ritos, o Altar dos Juramentos está posicionado no Oriente,
defronte ao Altar do V:.M:.,. No Rito de York, porém, o Altar dos Juramentos
está posicionado sobre o Pavimento Mosaico, no centro da Loja. No
R:.E:.A:.A:., sua posição original é no Oriente. Posteriormente, no ritual
editado em 1980 (4), o Altar foi posicionado no centro da Loja. O ritual de
1998 e o atual, de 2001 (5), fizeram o Altar dos Juramentos retornar ao seu
posicionamento original, no Oriente, defronte ao Altar do V:.M:. (6).
Rizardo da Camino indica que “o Altar maçônico não tem forma nem
medidas definidas ou convencionais; ora é construído no formato de um
cubo ora de um triângulo e frequentemente de um quadrilátero; nada é
colocado na parte interna” (7).
9. Embora paire divergência entre os autores consultados acerca da localização
em Loja e do formato que deve ter, fato é que todos concordam que o Altar
dos Juramentos não é simplesmente uma peça imprescindível no mobiliário
maçônico. Muito mais do que isso, ele identifica a Maçonaria como uma
instituição de cunho religioso.
A Maçonaria não é uma religião, mas é religiosa em sua fé e seus princípios
básicos, em seu espírito e em seus propósitos. A Maçonaria não é uma
religião, muito menos uma seita, mas um culto em que todos os homens
podem se unir porque ela não pretende explicar, ou dogmaticamente
estabelecer, o que ou quem é deus. Maçonaria e religião andaram juntas até
esta última ingressar no feudo do sectarismo. A Maçonaria pretende unir
homens, e não dividi-los.
Assim, o Altar dos Juramentos é um altar de fé – profunda e eterna fé que está
na base de todo e qualquer credo religioso. Fé num Criador que é a pedra
angular e a chave para compreensão de tudo. Fé sem a qual a vida se torna
adivinhação e fraternidade se torna futilidade.
Ao mesmo tempo o Altar dos Juramentos é um Altar de Liberdade – não
liberdade pela fé, mas liberdade da própria fé. Seja qual for a sua fé, pode o
Maçom se unir aos seus irmãos. A Maçonaria, antes de ser operativa ou
especulativa, é co-operativa. E cooperação se faz pela união.
O Altar dos Juramentos exorta sentimentos natos de respeito ao Criador,
conduzindo o Maçom a se tornar o operário trabalhador e consciente, cujo
labor de aperfeiçoamento moral e espiritual resultará no engrandecimento
da Ordem em geral e no bem-estar de toda a Humanidade em particular (8).
E faz-nos lembrar também que o mais sagrado altar da Terra é a nossa
própria alma – Templo interior de fé, esperança, pureza, tolerância e amor ao
próximo.
NOTAS:
10. o Quanto a isso, por exemplo, esclarece-nos a 2ª Instrução do Gr:. de A:.M:., constante do Ritual
do R.E.A.A. editado pelo GOB em 2001, p. 157. “VEN:.(o) – Que forma tem o nosso Templo? 2º
VIG:. – A de um quadrilongo, sendo as suas medidas: - A largura, do Sul ao Norte; - O
comprimento, do Oriente ao Ocidente; - A altura, da Terra ao Céu; - A profundidade, da
superfície ao centro da Terra. VEN:. – Ir:. 1º:. Vig:., por que o Templo tem essas medidas? 1º
VIG:. – Porque a Maçonaria é Universal, e o Universo é um Templo.”
(2) O Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 158 também nos dá a indicação de
que a origem de tudo provém do Oriente, e que a lei e ordem presentes no Oriente devem se
estender ao resto do Universo: “VEN:. – Por que o Templo Maçônico está situado do Oriente ao
Ocidente? 1º VIG:. – Porque assim estão situados todos os Templos, pois o início da vida
aconteceu no Oriente, estendendo-se ao Ocidente, e assim será até o fim dos Tempos.”
(sublinhas minhas).
(3) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990.
n 8, p. 30-31.
(4) Classificado como “horrível” por Castellani, conforme se pode verificar em
https://seguro002.ifxweb.com.br/lojasmbr/consu3a/respo497.htm
(5) Vale notar que o Decreto do GOB n. 467, de 24 de abril de 2001, que “aprova e determina a
aplicação do Ritual do 1º Grau – Aprendiz Maçom do Rito Escocês antigo e
Aceito, Edição 2001” menciona expressamente em seus considerandos que “o Ritual do 1º Grau,
Aprendiz Maçom do Rito Escocês antigo e Aceito sofreu, ao longo do tempo, mudanças e
acréscimos que o tornaram distante das suas origens” e que “a edição de 1998 do aludido Ritual,
procurou imprimir correções e ajustes, sem alcançar entretanto, a excelência desejada”.
(6) Segundo o Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 4, “no centro do Oriente,
entre os degraus do Trono e a balaustrada, fica o Altar dos Juramentos, que é uma pequena
mesa triangular ou uma pequena coluna de um metro de altura, com caneluras e truncadas, em
cima da qual ficam o L:. da L:. (Bíblia), um Esquadro e um Compasso”.
(7) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 37.
(8) MONDEN, Ilson. O altar dos juramentos. In. A TROLHA, n. 231, janeiro/2006. p. 29.
REFERÊNCIAS:
- Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001
- CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8
11. 3 – RITOS PRATICADOS EM PORTUGAL NO SEC. XIX
Enviado pelo Ir José de Oliveira C. Borges
(Loja Excalibur - Lisboa)
De 1820 a 1869 praticaram-se na Maçonaria portuguesa seis ritos diferentes: o
Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo e Aceite, o Rito
de Heredom, o Rito Eclético Lusitano e o Rito de Adopção:. Diga-se desde já que
o primeiro e o terceiro predominaram, a grande distância, sobre os quatro outros:.
A constituição maçónica de 1806 adoptara o Rito Francês como oficial e único no
seio do Grande Oriente Lusitano:. Enquanto nesta obediência se esgotaram os
trabalhos maçónicos portugueses, o Rito Francês manteve a sua exclusividade:. E
mesmo depois, quando já os maçons portugueses se achavam divididos em
facções numerosas, o Rito Francês continuou a prevalecer:.
O Rito Simbólico Regular parece ter sido utilizado na loja de exilados instalada
em Inglaterra durante o reinado de D. Miguel:. Depois, esteve morto ou
moribundo durante quase todo o período em estudo:. Há notícias de uma única
oficina a praticá-lo, a loja 24 de Agosto, criada antes de 1843 na obediência da
12. Maçonaria do Norte e, em seguida, da sua sucessora Confederação Maçónica:.
Esta loja já não existia em 1867:.
O Rito Escocês Antigo e Aceite foi introduzido em Portugal em 1837, ao nível
dos três primeiros graus:. Deveu-se à Grande Loja de Dublin (Irlanda), que
instalou em Lisboa, nesse ano, a loja Regeneração I:. No conjunto dos 33 graus, o
Rito Escocês surgiu três anos mais tarde, sob a chefia de Silva Carvalho e da loja
Fortaleza, que constituíram o chamado Grande Oriente do Rito Escocês,
conseguindo, em 1841, autorização para erigir um Supremo Conselho:. Neste
mesmo anos de 1841, o Grande Oriente Lusitano introduziu o Rito em algumas
das suas lojas, criando, pouco depois, um segundo Supremo Conselho:. O Rito
Escocês Antigo e Aceite penetrou ainda no Grande Oriente de Portugal (1849), na
Confederação Maçónica Portuguesa (após 1849), no segundo Grande Oriente
Lusitano (1859) e, evidentemente, no Grande Oriente Português (1867):. Apesar
da manutenção e consolidação do Rito Francês foi, sem sombra de dúvida, o Rito
com maior dinamismo e força expansiva nos meados do século XIX, registando
aumentos contínuos e consistentes no número de lojas que agrupava:.
O Rito de Heredom ou Rito de Perfeição foi o antepassado do Rito Escocês
Antigo e Aceite e não passa de uma variante sua:. Pelo menos na década de 1840
confundia-se com o Rito Escocês, coexistindo, em diplomas, as duas
terminologias:. Tem 25 graus, com os mesmos títulos e características dos
primeiros 25 graus do Rito Escocês, à excepção dos nº 20, 21, 23 e 24, onde se
registavam variações:. Que se saiba, seguiu este Rito em Portugal uma única
oficina, a loja Fonseca Magalhães, fundada em Lisboa talvez em 1858 ou 1859,
na dependência directa do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antogo
e Aceite, presidido por Domingos Correia e Arouca:.
O Rito Eclético Lusitano deveu-se a Miguel António Dias e parece ter sido, até
hoje, a única tentativa de constituir um rito próprio e exclusivo dos maçons
portugueses:. Aquele autor esforçara-se, desde 1838, por reformar toda a
Maçonaria portuguesa, adoptando como rito as práticas básicas dos Rito Francês,
embora revisto e adaptado a Portugal:. Neste sentido redigiu umas "Bases Gerais"
em seis capítulos e 34 artigos, que publicou na sua Architectura Mystica do Rito
Francez ou Moderno (1943) e depois, novamente (1853), nos Annaes e Codigo
dos Pedreiros Livres em Portugal, agora com lei orgânica e regulamento apensos:.
Neste mesmo ano, Miguel António Dias conseguiu controlar uma série de
oficinas, levando-as a aceitar o novo rito e a sua presidência de um governo
provisório coordenador:. Para elas instalou-se formalmente o Grande Oriente da
Maçonaria Eclética Lusitana, com cinco lojas, sendo três em Lisboa (Regeneração
13. 20 de Abril, Firmeza, e Fraternidade), uma em Setúbal (Firmeza) e uma em
Torres Novas (Torre Queimada):. A nova obediência conseguiu ainda elaborar a
sua Constituição (28 de Setembro de 1860), mas não parece ter durado muito para
além dessa data:. Algumas das oficinas abateram colunas e outras integraram-se
no Grande Oriente de Portugal e na Confederação Maçónica Portuguesa, não
sabemos se mantendo o Rito Eclético Lusitano, se voltando ao Rito Francês:.
O Rito de Adopção, destinado exclusivamente a mulheres, surgiu e manteve-se
como ponte entre uma maçonaria estritamente masculina e arrogando-se de
ortodoxa, e uma maçonaria aberta a ambos os sexos:. Assim, cada loja deste rito
era fundada e patrocinada ("adoptada") por uma loja regular masculina, que nela
superintendia e a controlava:. Para não se criar, nas lojas femininas, a ilusão de
igualdade com as masculinas, através de práticas que fossem idênticas em ambas,
forjou-se um rito diferente - embora com alguns elementos comuns -, o chamado
Rito de Adopção:. Este Rito, na variante com cinco graus, foi introduzido em
Portugal em 1864, com a loja feminina Direito e Razão, aparentemente
subordinada à Confederação Maçónica Portuguesa:. Mas achava-se definido e
teorizado, com rituais em português, desde havia muito:.
Conclusões:
A existência e a adopção teóricas dos ritos não significavam necessariamente a
sua aplicação prática:. Para começar, muitas lojas, "não tendo rigorosamente
seguido rito algum especial, têm confundido muitos ritos diferentes" o que se
devia, quer à falta ou à escassa divulgação de manuais, quer à semelhança
existente entre os vários ritos, mormente nos três primeiros graus, quer ainda ao
desinteresse, ao nível de Obediência ou de oficina, pelo próprio ritual:.
Em 1822, por exemplo, saiu a público um manual do Rito Adoniramita, que
chegou a ser anunciado no Diario do Governo:. Era, provavelmente, o Cathecismo
de Aprendiz do Rito Adonhiramita, s.l., s.d., cujas divergências do Rito Francês
seriam mínimas e que pode ter sido utilizado nas lojas:. A preferência pelo Rito
Francês imposta pela Constituição maçónica, levou acaso ao abandono da
iniciativa tradutora:.
As influências francesa e brasileira na prática e teoria ritualistas parecem também
claras, exercendo-se sobre a esmagadora maioria das lojas de quase todas as
Obediências:. Originalidade portuguesa praticamente não existiu, a não ser no
caso esporádico da doutrinação de Miguel António Dias:.
14. Por fim, releve-se a extensão e prolixidade de todos os rituais, cuja prática
escrupulosa levaria a sessões de várias horas, equivalentes a espectáculos lúdicos
de qualquer género:. A participação em loja obedecia também à necessidade de
ocupar o tempo, numa sociedade onde as distracções não abundavam e o convívio
pessoal se impunha:.
* De A.H. de Oliveira Marques, "Para a História do Ritual Maçónico em Portugal no Século XIX (1820-
1869)", separata da Revista de História das Ideias, Vol. 15, Faculdade de Letras, Coimbra, 1993:.
4 – ESPELHO MEU, QUE TIPO DE VENERÁVEL SOU EU?
Espelho meu! que tipo de Venerável sou eu?
Ir∴ Virgílio Reis de Oliveira
Nós, veneráveis, precisamos estar cientes da forte influência que exercemos sobre um grupo
de Irmãos, quando estamos à frente de uma Loja.
Se uma Loja anda desmotivada, com pouco interesse e envolvimento, possivelmente seu
Venerável não vem transmitindo interesse e segurança suficiente aos Irmãos para liderá-los.
Empenho, motivação, competência, envolvimento, segurança, efetividade,
todos estes sentimentos estão. Em joga na relação Venerável - Loja.
Gostaríamos de comentar a importância do venerável enquanto modelo
para sua loja.
Certa vez ouvi um Irmão dizer que cada loja tem a "cara" de seu
venerável. Por que isso?
Vamos retroceder no tempo e recordar nossa primeira relação de poder: o
pai e o filho. É através dos ensinamentos e exemplos que são transmitidos pelos
pais, que a caráter do filho vai se moldando. Então, o filho repete não só o que o
pai diz.
Com relação a um grupo em Loja, as coisas não são muito diferentes. O
grupo não só aceita as orientações do venerável como também repete e imita a
sua postura, tanto em Loja, quanto na sociedade. Por isso, dizemos que uma Loja
15. tem a “cara" de seu venerável. Esse processo acontece em dois níveis distintos: um
intelectivo, outro afetivo.
No nível intelectivo, o Irmão colaborador acata ou não a orientação;
discute um planejamento de tarefa, tudo isso acontecendo com o seu conhecimento
e controle. Já no nível afetivo, as coisas acontecem com uma percepção menos
clara. Um venerável que se mostra pouco seguro em relação às suas atribuições,
transmitirá uma insegurança para o grupo de Irmãos que passará a agir de maneira
dúbia. O sentimento do venerável flui para o grupo que o capta num nível
inconsciente, passando a agir de acordo com ele.
Então, o venerável teria de ter um controle perfeito de todos os seus
sentimentos e emoções para só transmitir coisas positivas para sua Loja? Não, não
vamos chegar a tanto! Afinal, ninguém é perfeito! O que nós, veneráveis,
precisamos, sim, é estarmos cientes da forte in- fluência que exercemos sabre um
grupo, quando estamos na liderança. O clima entre o grupo é um excelente espelho
para se estudar a forma de gestão que esse grupo vem tendo.
Um grupo de Irmãos que forma uma Loja, que se sente respeitado, tratado
com dignidade e confiança, produz com excelência. Ele responde de acordo com o
que é esperado dele. Se dele é cobrado empenho e dedicação, mas o venerável não
demonstra envolvimento e interesse nos resultados, cria-se um clima dissonante,
um clima tenso. É como se houvesse duas forças contrárias no sentido intelectivo.
Sabe-se que um empreendimento qualquer em uma Loja deve ser executado com
empenho, mas em termos de afeto não se sente (ou não existe) comprometimento
por parte do venerável, daquele que está à frente do grupo. Como duas forças
contrárias se anulam, a Loja cai na inatividade e na desmotivação.
É necessário que a Loja como um todo perceba uma diretriz coerente par
parte de sua liderança, isto é, de seu venerável: pensamento e atitude caminhando
numa mesma direção, de modo a instaurar um sentimento de firmeza e equilíbrio
internos na equipe.
Na apostila do "Seminário. para administração de Lojas", realizada em
julho de 2003 pelo GOERJ, os Irmãos encontrarão essas idéias de forma didática e
explicativa. Vale a pena um reestudo. Afinal sempre estamos aprendendo quando
se trata de liderança.
5 – DESTAQUES
16. EXALTAÇÃO NA LOJA TEMPLÁRIOS DA NOVA ERA
- Ontem, quinta-feira, a Loja “Templários da Nova Era” teve a sua Sessão
Magna de Exaltação, ocasião em que foram Exaltados os IIr Humberto
Jeronimo Vidal Borges e Halan Lemos Moreira.
17.
18.
19.
20. vamos ajudar um irmão!
(fonte: projmaconariaoperativa@googlegroups.com; em nome de;
Wanderley Carlos do Nascimento [vaannaci@aol.com] )
Boa tarde meus amados IIr.'.,
sofri um grave acidente de carro e tive que fazer cirurgia
ortopédica em ambas as pernas, onde tive fraturas
expostas. Graças ao G.'.A.'.D.'.U.'., apenas as pernas
21. foram afetadas de imediato, sendo joelho, fêmur,
tornozelo, tíbia e mais algumas partes. Foram feitas 4
cirurgias teoricamente bem sucedidas, porém tive
complicações medicamentosas praticamente confirmadas
que por erro médico. Tive duas Síndromes, sendo
síndrome neuroléptica maligna e síndrome mielinólise
Pontinua, ambas com alto índice de óbito e de seqüelas
gravíssimas. Possuo plano TOP da UNIMED com resgate
aéreo, porém contrato antigo, com isso praticamente tudo
que precisei foi negado. Precisei de próteses, remoção
aérea (pois o acidente ocorreu em Angra dos Reis),
ambulâncias para exames, e hoje estou em casa sem
Home Care. Não tenho mais da onde retirar um centavo,
pois só de prótese foram R$ 50.000,00, remoção aérea
mais R$ 10.000,00, e muitos outros gastos estimando um
total de 120.000,00. Por ter tido tais complicações fiquei
60 dias de CTI em diversos "AÇOUGUES", pois mesmo
na rede particular estamos lascados com a saúde, e com
isso minha empresa faliu, meus bens se foram, enfim,
mas muito em breve estarei DE PÉ E À ORDEM.
Enfim, não estou pedindo nenhum tipo de ajuda
financeira, apesar de não serem rejeitadas, apenas
preciso de uma "ajudinha" na fila 71 do INTO, que é de
retorno de cirurgias mal sucedidas. Pois tive complicações
das cirurgias ortopédicas e apenas quero poder sair de
uma cadeira de rodas e voltar a trabalhar.
Peço apenas que se alguém puder interceder nesse
processo por mim, ou que conheça alguém que o possa,
que ajude esse Ir.'. de 32 anos de vida que ainda tem
muito o que lapidar, volte a andar e trabalhar.
Meu caso atual é simples porém a fila do INTO que é uma
22. incógnita.
Fraternalmente,
Claudio Galhardi.'.
CIM 241.045 - IME 077.623
Lj.'. Barão de cayrú, 1305 - GOB-RJ
Secretário de Ofício
Rosa Vermelha
* Sinval Santos da Silveira
ROSA VERMELHA
Um corpo caído ao chão.
Inerte, mas com vida.
Uma Mulher, mais ou menos 50 anos.
Pés descalços, mãos destratadas.
Mas com vestígios de esmalte carmim.
23. Certamente já embalaram seus amores.
Cabelos desalinhados, quase que
Escondendo um par de olhos miúdos.
Linhas profundas que o tempo,
Impiedosamente, esculpiu.
Na boca, um suave e misterioso sorriso,
Exalando um forte hálito de anisete.
As pessoas passam ...
O tempo passa ...
Todos passam ...
Cai a noite, a mulher acorda, retira
Do meio dos trapos uma ROSA VERMELHA
E a deposita no local onde deitara.
Ao lado, um bilhete com
Uma breve mensagem dizia:
“FELIZ NATAL a todos que cuidaram do meu
Corpo, enquanto eu sonhava com DEUS”.
A mulher partiu e nunca mais foi vista,
Mas a ROSA continua VERMELHA e CHEIROSA,
No coração de quem AMA.
* O Ir Sinval Santos da Silveira é MI da Loja “Alferes Tiradentes e Grande
Orador da Grande Loja de Santa Catarimna”. O presente poema foi extraído do site
http://www.alferes20.org mantido e produzido pelo Ir. Juarez de Oliveira Castro.
24. a PALESTRA DO DEPUTADO
O IrJoão Eduardo Noal Berbigier., MI da Loja 14 de Julho e Deputado
do Grãop-Mestre da Granbde Loja de Santa Catarina, proferiu palestra
na Loja “Cavaleiros da Luz. Falou sobre o “Bem e o Mal com foco no
exercício do poder”. O Ir Édio Coan, registrou:
PRA FECHAR a cortina...(guarde esta no arquivo)