1. O documento resume notícias e eventos históricos ocorridos em 16 de setembro, incluindo a partida do Mayflower para a América do Norte e acontecimentos durante a Segunda Guerra Mundial.
2. A seção seguinte discute a relação entre maçonaria, iluminismo e religião, argumentando que a maçonaria promove a razão e a ciência sem questionar as crenças individuais.
3. O terceiro artigo explica a origem e significado dos signos do zodíaco
1. JB NEWS
Informativo Nr. 381
Editoria: Ir Jerônimo Borges
Loja Templários da Nova Era – GLSC
Quinta-feira 20h00 – Templo Obreiros da Paz
Praia de Canasvieiras
Florianópolis (SC) 16 de setembro de 2011
Índice desta sexta-feira:
1. Almanaque
2. Percepção, Verdade e Tolerância
3. O Zodíaco e a Astronomia ( Acervo Mundial dos MM do Arco
Real)
4. Questões sobre Maçonaria – Perguntas e Respostas (Ir.
Pedro Juk)
5. Destaques JB
2. livros Indicados
JB NEWS E RADIO SINTONIA
UMA DOBRADINHA INCRÍVEL
ACESSE:
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3. 1620 - Com 27 m de comprimento, o barco Mayflower parte de Plymouth,
Inglaterra, levando 102 peregrinos, para dar início à colonização da Nova
Inglaterra, na América do Norte.
1721 - Fundação do Arquivo Público do Estado de São Paulo, a mais antiga
repartição pública da capital paulista.
1732 - Explosão do paiol de pólvora do castelo de Campo Maior devido a uma
tempestade, matando grande parte da população local.
1765 - Em Portugal, criam-se as fábricas de serralharia.
1769 - Sebastião José de Carvalho e Melo recebe o título de Marquês de Pombal
pelo rei José I de Portugal.
1782 - O Brasão de Armas dos Estados Unidos da América é usado pela
primeira vez.
1810 - Início da Guerra da Independência do México.
1817 - O estado de Alagoas é emancipado da Capitania de Pernambuco, em
consequência da Revolução Pernambucana daquele ano.
1824 - Frei Caneca se refugia na cidade de Abreu e Lima, derrotado na
Confederação do Equador.
1854 - Desembarque de tropas aliadas na Guerra da Criméia.
1901 - Emanicipação da cidade de Caxambu, Minas Gerais, Brasil.
1908 - General Motors é fundada por William Durant.
Segunda Guerra Mundial:
o 1941 - A cidade de Odessa é ocupada pelas tropas alemãs.
o 1944 - Tropas brasileiras da FEB ocupam Massarosa, Monte Castello e
Montese, na Itália.
1947 - Oswaldo Aranha é eleito presidente da Assembléia Geral da ONU.
1949 - É criado o desenho animado Papa-Léguas e Coiote (Wile E. Coyote and
Road Runner) por Chuck Jones para os estúdios Warner Bros.
1955 - Golpe militar na Argentina depõe o Presidente Juan Perón
1959 - Barbara Hepworth recebe o Grande Prêmio da V Bienal.
4. 1969 - A Junta militar brasileira emite nota oficial comunicando o afastamento
definitivo de Costa e Silva e a constituição de uma junta de três generais para
encaminhar a questão sucessória (v. AI-15).
1969 - É proibida no Brasil a música "Je t'aime... moi non plus".
1975 - Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe são admitidos como
Estados-Membro da ONU.
1975 - Independência da Papua-Nova Guiné.
1982 - 2 mil palestinos são massacrados nos acampamentos de Sabra e Chatila,
nos subúrbios de Beirute Ocidental, por forças direitistas do exército libanês
articuladas com militares israelenses. (v. Invasão do Líbano).
1984 - O primeiro transplante de coração animal (babuíno) para ser humano.
1987 - Assinado o Protocolo de Montreal para a redução da emissão de gases
nocivos à camada de ozônio. Em comemoração, a ONU declarou a data como
Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.
1988 - Abertos os Jogos Olímpicos de Seul.
1993 - Primeira transmissão (original) nos EUA, na NBC, da série de televisão
Frasier.
2000 - Dois recordes olímpicos de ciclismo são registrados nas Olimpíadas de
Sydney.
2004 - A Assembleia da República de Portugal aprova, por unanimidade,
translado dos restos mortais de Manuel de Arriaga para o Panteão Nacional de
Santa Engrácia.
2004 - Furacão Ivan atinge a Flórida.
2004 - Parlamento Pan-africano é aberto na África do Sul.
Dia da Independência do México
Emancipação Política de Alagoas
Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, a Ozonosfera
Festival de Dana (3 dias) em honra da Mãe tríplice ou Tríplice Deusa (Mitologia
celta)
Aniversário da cidade de Jacutinga (Minas Gerais, Brasil)
Aniversário da cidade de Itaúna (Minas Gerais, Brasil)
Aniversário da cidade de Ituiutaba (Minas Gerais, Brasil)
Aniversário da cidade de Caxambu (Minas Gerais, Brasil)
Aniversário da cidade de Esmeraldas (Minas Gerais, Brasil)
São Cornélio, Papa e mártir
São Cipriano, Bispo de Cartago e mártir
5. (fonte: “O Livro dos Dias” e arquivo pessoal)
1883:
Nasce Douglas D. Knoop, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº
2076, de Londres, autor inglês, político e muito respeitado.
1896:
Morte do compositor e IrAntônio Carlos Gomes, nascido em Campinas
no dia 11 de julho de 1836.
1978:
Fundação do Grande Oriente Estadual do Rio de Janeiro, federado ao
GOB
Repasse: Ir George de Araujo Gomes MM – São José - SC
"Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do
Iluminismo." disse Kant. Deste lema pode também apropriar-se a
maçonaria. Esta esteve na linha avançada do Iluminismo, promovendo
as ciências, as artes e a razão ao serviço do Homem. Esta tríade tem de
fato vindo, paulatinamente, a dar-nos cada vez mais e melhores meios
para entendermos o mundo de forma objetiva, permitindo confirmar -
e refutar - muitas das convicções que antes tínhamos sem que as
pudéssemos provar.
Se - como afirmam alguns - a ciência tem vindo a "tentar tirar o lugar a
Deus", explicando e atribuindo a fenômenos naturais o que dantes era
6. do foro do maravilhoso e do sagrado, não era senão de esperar que o
entusiasmo de uns se tornasse no anátema de outros, tornando o
choque inevitável. Esse choque foi interiorizado de formas diversas em
diferentes culturas. Em França deu origem a um ‘anti-clericalismo’
feroz, cujos princípios estiveram na gênese da Maçonaria Liberal. Na
Alemanha e na Inglaterra, por seu lado, esse choque foi mais suave, até
porque os seus maiores pensadores e filósofos da época procuravam a
harmonia entre a razão e a espiritualidade, e cedo entenderam que há
convicções que a ciência não pode provar ou refutar.
De fato, as verdades da fé não são, por definição, demonstráveis. As
"provas da existência de Deus" passaram já de moda por isso mesmo.
Se algo é demonstrável, então não é precisa a fé para que nos
convençamos da sua veracidade: basta a constatação. Por outro lado,
se a fé é necessária, então de nada serve tentar-se recorrer à razão,
pois esta não está no seu meio. Ora, todas as religiões apresentam, em
maior ou menor grau, em maior ou menor quantidade, postulados,
axiomas ou dogmas que não podem ser demonstrados nem são
passíveis de discussão; se não apresentassem dogmas e apenas se
confinassem ao que a razão pode demonstrar não seriam religiões, mas
meras disciplinas científicas.
Mais: a maioria das religiões reclama para si a verdade. Não uma
verdade, mas a verdade. A maioria afirma mesmo, clara e
inequivocamente, deter o "monopólio" da Verdade, da Salvação e do
Bem. Não contentes com isso, muitas demonizam, excluem e
proscrevem os seguidores de qualquer outra religião. Nos melhores
dos casos, aceitam que uma pessoa boa possa, sem culpa própria, estar
equivocada, não devendo por isso ser excluída da recompensa que essa
religião anuncia estar reservada aos "eleitos", seja esta o Paraíso, o
Nirvana, ou qualquer outra designação que se lhe dê.
Ora, se todas as religiões acreditassem nas mesmas coisas, ou se tudo
aquilo que afirmassem fosse compatível, poderíamos, no limite, tomar
todas essas afirmações por verdadeiras. Contudo, não é o que se
verifica. De fato, cada fé, cada religião, cada crença, se distingue das
demais precisamente pela singularidade dos seus dogmas. Assim, como
seria facilmente demonstrável, é racionalmente impossível que todas
estejam certas.
Acolhendo no seu seio crentes de diversas facções e correntes, a
maçonaria não poderia privilegiar uma religião em detrimento de
7. outra, sob pena de alienar uns para agradar a outros. Assim, a fé de
cada um é, dentro da maçonaria, um assunto pessoal que não se
discute em loja. Cada um é livre de depositar a sua fé onde queira, sem
que essa mesma fé seja questionada, escrutinada ou contrariada; todas
são aceites.
Não quer dizer isto que um maçom, pelo fato de o ser, tenha que
aceitar como verdadeiros todos os dogmas de toda fé e religiões
professadas por todos os maçons do mundo; pelo contrário, espera-se
de cada maçom que acredite e preste culto de acordo com os preceitos
da sua própria fé. Espera-se, por outro lado, que aceite que cada pessoa
possa ter um sistema de crenças diferente, e que este possa ser tomado
por verdadeiro por cada um que nele acredite, e como tal deva ser
respeitado.
A posição da maçonaria é, assim, clara: promove e discute as verdades
que a razão pode demonstrar, e respeita sem discutir aquelas que são
do foro da fé. Contudo, por ser promotora de uma atitude tida, por um
lado, por ‘disruptiva’ e iconoclasta enquanto promotora da ciência e da
razão, e por outro lado por relativista e sincrética em face da
multiplicidade de verdades incompatíveis entre si que as diversas
religiões professam, a maçonaria tem, desde a sua origem, sido
afastada, repudiada e condenada pela maioria dessas mesmas
religiões.
(Acervo Mundial dos MMdo Arco Real –
Ir Belmiro Alves Jety – Salvador BA.)
Na astronomia o Zodíaco (seu nome vem dos gregos antigos que o
chamavam zodiakos kyklos, ou círculo de animais) é um cinturão em
volta dos céus se estendendo a nove graus em cada lado do eclíptico. O
8. eclíptico é o grande círculo no qual o Sol aparece para descrever seu
curso anual de oeste a leste. Os gregos observavam que os eclipses do
Sol e da Lua deveriam acontecer perto desse círculo, daí o nome
eclíptico. Dentro do eclíptico o Sol na verdade aparece em 13
constelações. O grande astrônomo Ptolomeu (Claudius Ptolemaeus
c.100-175 d.C.) dividiu o círculo em 12 arcos de 30 graus, dando a cada
um os nomes que eram associados às constelações: Áries, Touro,
Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio,
Aquário e Peixes.
Ele dividiu a constelação Ophiucus entre Escorpião e Sagitário, apesar
do fato de que o Sol permanece em Escorpião por apenas sete dias.
Um astrônomo mais antigo escreveu um livro conhecido como o
Calendário de Dionísio (c.285 a.C.), no qual alguns dos meses eram
nomeados com os signos do Zodíaco (correspondendo
aproximadamente ao período do ano quando o Sol estava no signo).
Esses eram Tauron, Didymon, Leonton, Parthenon, Skorpion, Aigon e
Hydron. Os antigos astrônomos associavam o nascer do Sol a
acontecimentos na Natureza.
O falecido J.H. Franklin usou esse conceito em seu artigo entregue a
Hertfordshire, First Principals Chapter No. 4090 em março de 1971. No
entanto, de maior importância é o fato de que o conceito era popular
nos anos de 1730, em uma época em que o simbolismo e os ritos
estavam se desenvolvendo na Franco-maçonaria do Arco Real.
Em 1733 uma tradução para o inglês de um livro francês – Spectacle de
la Nature or Nature Display’d being discourses on such particulars of
Natural History as were thought most proper to excite the curiosity
and Form the Minds of Youth – foi publicada em 1735 e quando chegou
1739 ela já havia sido expandida para pelo menos quatro volumes
(talvez até sete) com outras edições entre 1740-1748, 1754 e uma
oitava edição em 1757. O volume IV da edição de 1739 é dedicado a sir
Hans Sloane, presidente, e ao Conselho e Companheiros da Royal
Society de Londres para a Melhora do Conhecimento Natural... John
Baptist de Freval. Os Capítulos ou “Diálogos” na edição de 1733
consistem de questões colocadas pelo Chevalier du Breuil com
respostas dadas pelo Prior de Jonval. Os signos do Zodíaco são
discutidos no Diálogo XV intitulado “Um estudo das Plantas”.
O prior explica que:
“Os sábios são da Opinião de que os egípcios deram aos Doze Signos os
Nomes de diferentes Animais; .... sou muito tentado a acreditar que eles
representavam Deuses e seus Atributos; tal é sua Imensidão, sua
Onipotência, sua Fecundidade e Pureza, sob o Símbolo do Sol: e que
eles representam a Natureza, ou Matéria que é completamente
9. dependente da Deidade...”
Ele diz então que mais tarde os gregos tiveram um gosto pobre para
fábulas e inventavam conceitos a respeito de suas origens e aplicavam
às outras estrelas os nomes de animais e heróis. A explicação então
continua:
“Os velhos egípcios, depois que observaram as quatro Porções do Ano
naturais, viram que o Sol em cada uma dessas Estações era colocado
com sucesso sob diferentes Estrelas... eles dividiam cada uma das
quatro Estações em três Cantões de diferentes Estrelas; e todo o Ano
em Doze Casas ou Estações do Sol, para as quais eles deram os Nomes
de doze Animais, que eram relativos ao que acontecia na Terra em cada
uma dessas Porções do Ano.
O Sol, na Primavera, cobre a Terra com Bênçãos, e aquelas que os
Antigos mais queriam obter, e pelas quais eles tinham a maior Estima,
eram Ovelhas, Vacas e Cabras. A primeira Constelação sob a qual o Sol
é descoberto no Encerramento do Inverno, quando os Dias e as Noites
são iguais, tinha o Título de primeiro Animal que nasce comumente
naquele Período, eu digo o Cordeiro, ou o Pai daquela Criatura, que é o
Carneiro. Á segunda eles deram o nome do Touro: e como as Cabras,
que têm o cio em Novembro e ficam prenhes no Espaço de cinco Meses
dão origem na Expiração daquela Época Dois jovens para a
Generalidade, eles designaram para essa terceira Constelação da
Primavera o nome dos Gêmeos, ou das Crianças, que os Gregos, sem a
menor razão, substituíram os dois irmãos Castor e Pollux.
Quando o Sol chegou no Solstício de Verão, ele interrompe seu
progresso em direção ao Pólo, e começa a retornar com um movimento
retrógrado para o Equador, motivo pelo qual os egípcios acharam
adequado dar o nome do Caranguejo às estrelas sob as quais ele
aparecia; todos conhecem a Marcha desse animal, e nada poderia
intimar de forma mais apropriada a Retrogradação do Sol. Os Calores
excessivos que se seguem fizeram o Sol ser pensado em seu Vigor
completo, que eles delinearam, ao dar a Constelação sob a qual ele
então move o nome do Leão, o mais formidável de todos os animais.
A Colheita, que se dá imediatamente, fez a sexta Constelação ser
caracterizada pela Figura de um Jovem Ceifador, segurando uma
Espiga de milho. O Símbolo é levado dessas jovens Donzelas que
ganharam sua Vida ao colher informações sobre os Ceifadores; e nada
poderia marcar melhor aquela Estação do Ano quando a providência
fornece ao Rico e ao Pobre suas provisões necessárias. O Cavaleiro
ficará satisfeito em saber que a Espiga de Milho que ela tem em Mãos é
chamada de Shibboleth na Língua Hebraica, e na Árabe, Sibbul ou
Sibula.
10. A Constelação sob a qual o Equinócio acontece, que equivale aos Dias e
às Noites, não poderia ser expressa por nada melhor que a Idéia de um
Equilíbrio in Equilibrio.
Os Destemperos causados pelo Sol em seu Recuo, ou que eclodem no
Meio do Outono, deram ao próximo Conjunto de Estrelas o Nome de
Escorpião, porque esse Animal traz um Ferrão e um Saco de Veneno
em sua Cauda, e usa ambos em sua
Fuga. O Sagitário ou Arqueiro que vêm em seguida tem uma Relação
com a Caça, que é uma Distração seguida após a Queda da Folha.
Assim como o Caranguejo, que anda para trás, representado pelo
Solstício de Verão, depois do qual o Sol sempre volta para o Equador;
então ao Contrário, para descrever o Solstício de Inverno, depois do
qual o Sol sobe e continua escalando para o outro Trópico, o Nome do
Bode ou Capricórnio foi escolhido, porque esses Animais geralmente
escalam enquanto se alimentam, e à medida em que sobem, sempre
pastando até que tenham alcançado o Topo das Rochas e Montanhas. A
Ânfora de Água pode muito bem representar as Chuvas e as Neves, e a
melancólica Estação do Inverno; e por último, os dois Peixes que são
unidos por uma Faixa, parecem ter relação com a Geração daqueles
Animais que aparecem no Fim do Inverno, Estação na qual a Pescaria
começa a ficar boa”.
Eu citei detalhadamente para que os irmãos tirem as conclusões que
desejarem. Minha visão pessoal é de que isso contém muitas coisas
razoáveis. O que é mais importante é que essas eram visões de pessoas
instruídas no século XVIII, e consequentemente influenciaram o
desenvolvimento do simbolismo na Franco-maçonaria. O falecido Colin
Dyer, em seu livro Symbolism in Craft Freemasonry cita da oitava
edição (1757), volume I, o parágrafo que se refere à Espiga de Milho
sendo chamada de Shibboleth. Eu acrescentaria que no Almagesto de
Ptolomeu, desenhos de animais eram usados para identificar a estrela
para a qual ele estava calculando a longitude e latitude.
Por exemplo, a estrela mais ao norte entre as três na asa direita de
Virgem é chamada de “Vindemiatrix”, que significa o Arauto da
Vindima , e a estrela do lado esquerdo é chamada de “Spica” – uma
espiga de milho ou trigo.
11. .
O Ir. Pedro Juk,
após o seu giro por Orientes do Nordeste e Centro-Oeste
do País, onde ministrou palestras e ensinamentos,
retorna ao JB News
respondendo aos seus leitores.
Como a mulher tem sido foco das últimas edições deste
informativo, nada mais apropriado do que a pergunta e a
resposta que se seguem:
Questão apresentada pelo respeitável Irmão Thiers
Antônio P. Ribeiro, Loja Maçônica “Deus e Liberdade”, n°
62, Oriente de Montes Claros (MG) – COMAB
Contato: t.penalva@uol.com.br
12. Prezado Irmão Pedro Juk,
Um irmão, também pertencente ao nosso quadro, quer por quer, que a
nossa Loja admita mulheres. Já disse a ele que, esse assunto fere aos
landmarques, portanto é inadmissível para uma Loja Regular. Para que o
fato acontecesse, ficaríamos irregulares perante nossa Obediência, o
Grande Oriente de Minas Gerais e de todas as lojas regulares do
Universo. Indiquei a ele Loja Mista, pertencente ao Direito Humano, filiado
ao Grande Oriente de França. Não houve acordo. Acredita ele, que temos
que começar um movimento para que o mesmo seja vitorioso e as
mulheres, freqüentarem a nossa Loja e consequentemente, todas as
Lojas do Universo, que evidentemente com a concordância das mesmas,
elas também, se tornarão Lojas Mistas. Solicito seu pronunciamento de
maneira detalhada, para que possa apresentar essa polêmica aos irmãos.
Loja Mista
Fraternalmente,
Thiers Antônio P. Ribeiro.
Considerações:
Caro Irm∴ Thieres, antes de qualquer consideração sobre o ímpeto de
certos Irmãos defensores das modificações ao bel prazer, segue o
seguinte comentário:
“Direitos Humanos” - Embora citado por René Joseph
Charlier in Mosaico Maçônico como um discurso bastante sugestivo
produzido por Maria Deraismes, historicamente não pode ser
considerado como afirmativa comprovada, posto que a sua iniciação na
Loja Livre Pensadores é ainda questionada pela história acadêmica. Se
existe algum elo, este discurso se rotula como uma espécie de manobra
que, sob seu cometimento é fundada em 1.893 a “Ordem Mista
Internacional - O Direito Humano”, cuja sede está situada em Paris à
Rua Jules Breton, com o escopo de admitir homem e mulher em
irrestrita igualdade. Embora belo, o discurso acabaria por assumir uma
faceta bastante tendenciosa e contrária aos “Landmarks”, fato que
objetivava a época a contração do reconhecimento pela Maçonaria
Regular à Ordem Mista Internacional. Nesse aspecto a alocução
(tendenciosa) afirmava a iniciação de mulheres no tempo da Franco-
Maçonaria (período operativo – canteiros medievais) e até mesmo
especulativa anterior aos primórdios do Século XVIII, sendo que estas
inferências possuíam mesmo o cunho para vincular uma antiguidade
para algo sem qualquer base comprobatória alicerçada por fatores
históricos e sociais.
13. Embora, bastante debatido, a supressão de mulheres na
Maçonaria conta ao seu favor os usos, os costumes e a sua tradição,
disposta, por exemplo, como princípio fundamental exarado pela
Constituição de Anderson – instrumento jurídico básico da Maçonaria
Regular. O artigo 4 dos princípios de base para reconhecimento de uma
Grande Loja, datado de 4 de setembro de 1.929 pela Grande Loja Unida
da Inglaterra, a prevê de forma mandatória. Mesmo as Obediências não
reconhecidas pela G∴L∴U∴D∴I∴, como é o caso da Grande Loja da
França e do Grande Oriente da França procedem da mesma forma.
A justificativa dessa exclusão é explicada primeiramente
por razões históricas sob a alegação de que na época da Maçonaria
Operativa era impossível a existência de “pedreiras”. Nesse sentido,
quando da fundação das primeiras Lojas inteiramente especulativas no
Século XVIII, estas obtiveram o seu arquétipo embasado no período
operativo, peculiar de uma instituição tipicamente britânica ou,
efetivamente masculina.
Em segunda instância aparece o agente psicológico e
moral que aborda a soi-disant inaptidão das mulheres para guardarem
segredo, o que é verdadeiramente uma incoerência e assume as raias
do absurdo. Há também a alegação da dificuldade feminina de admitir
a igualdade social entre elas e a sua sensibilidade mais ativa do que a
dos homens. Em um sistema fechado como é o da Maçonaria onde a
sensibilidade se torna mais arrebatada, a vivacidade de certas reações
femininas poderia prejudicar o espírito fraternal.
Outro aspecto enfatizado é o da própria antipatia mais
fácil que as mulheres sustentam umas pelas outras, sobretudo se são
de idades diferentes, assim como o perigo que o espírito fraternal
correria de eventuais adultérios e também das brigas entre homens.
A bem da verdade o Direito Humano (1.893) estimulado por
Maria Deraismes tenta resolver as questões colocando o homem e a
mulher em pé de igualdade absoluta. Isso está explícito no axioma que
indica bem as suas idéias: “Na humanidade, a mulher tem os mesmos
direitos que o homem. Ela deve ter os mesmos direitos na família e na
sociedade”.
O “Direito Humano” foi mesmo produto das reivindicações
feministas do final do século XIX e de uma campanha ideológica que
tendia a igualdade civil e política. Sob esse prisma, não sem lógica,
seria exortado o direito a iniciação maçônica feminina contra a recusa
ao mesmo tempo em que elas fossem juridicamente capazes, eleitoras
e elegíveis. Os partidos políticos de esquerda de então eram tão
antifeministas quanto os partidos de direita e, além disso, estavam
hipnotizados pelo temor, postos em voga por Michelet que apregoava a
14. versão de que caso se reconhecesse à mulher francesa direitos
eleitorais, a ditadura “clerical” sobreviveria por seu próprio intermédio
- (Michelet in Le Prêtre, la Femme et la Famille (O padre, a mulher e a
família).
Embora os esforços de uma minoria favorável às
reivindicações feministas, as Obediências Maçônicas não às acolheram
mais do que os sucessivos Parlamentos em que, após um simulacro na
Câmara dos Deputados em final de sessão, o “Voto das Mulheres” foi
sistematicamente rejeitado pelo Senado, reprimido pelo grupo de
esquerda democrática, cujos membros eram pertencentes ao Grande
Oriente da França.
Considerações à parte, nos dias atuais a mulher na França
adquiriu a igualdade civil e política, mas não a igualdade maçônica, e o
“Direito Humano”, cujas idéias “profanas” triunfaram, continua isolado
e sendo considerada como irregular até mesmo pelas próprias
Obediências ditas irregulares.
Com o passar dos tempos, alguns pregam uma solução
separatória que consiste em uma espécie de “apartheid” dos sexos.
Cada qual possuindo a sua própria maçonaria. É o exemplo da Co-
Masonry inglesa (existente no Brasil), na qual as mulheres se chamam
de Brother. Na França as coisas se complicam quando a Grande Loja
Feminina Francesa (exclusivamente formada por damas) é
considerada como irregular pelo Direito Humano de Deraismes (note a
questão entre as próprias mulheres). As “Irmãs” da Grande Loja
Feminina Francesa - constituída em 1.959, recusaram a fórmula
“mista”, estimando serem as qualidades femininas específicas, e, por isso,
deverem as questões maçônicas ser examinadas por elas no plano
feminino, “fora das lojas masculinas”. A Grande Loja Feminina Francesa,
originária da Grande Loja da França (Irregular), utilizaria, renunciando
aos rituais das Lojas de Adoção, os rituais masculinos do Rito Escocês
Antigo e Aceito com respectivas modificações. Note o estado confuso
que se aporta.
Outra tentativa conciliatória consiste em dar às mulheres um
ritual próprio, mas sem estabelecer para isso uma divisão estagnada
entre as Maçonarias feminina e masculina, o que é um contra senso,
pois regularmente não existe maçonaria masculina ou feminina – o que
existe mesmo é Maçonaria, pura e simplesmente. Essa foi uma fórmula
apregoada no Século XVIII haurida das chamadas “Lojas de Adoção”
embasadas nas Lojas masculinas (sic). As damas não mantinham
sozinhas as Lojas, mas eram assistidas por Irmãos. Em linhas gerais
essa era uma solução do antigo regime francês e convinha, sobretudo, à
sociedade aristocrática, pois, aparentemente, a intelectualidade
15. feminina não participava dela. Essa espécie de Maçonaria, com os seus
símbolos próprios e os seus sinais próprios, persistiu sobre o Império
(a Imperatriz Joséphine foi iniciada na Loja Imperial dos Francos
Cavaleiros – Loja de Adoção), no século XIX e acabou por fenecer no
século XX.
Ainda em outra adaptação consistia na criação de Ordens
paralelas e semelhantes à Maçonaria, cuja existência de um ritual
regeria os seus “segredos”, todavia não tivessem o nome de Franco-
Maçonaria. Desse modelo se apresenta a Ordem da Eastern Star, nos
Estados Unidos, a Maria Order, na Noruega, e a Ordem das Fiandeiras,
nos Países Baixos.
Em termos conclusivos há que se admitir que se em pleno
Século XXI a igualdade dos sexos é admitida em todos os países
civilizados, a Franco-maçonaria continua, a despeito dos paliativos,
sendo uma organização puramente masculina, isso porque essa é
simplesmente a sua natureza. Transpondo a arte de construir para o
plano moral, a Maçonaria permanece viril, exatamente como nos
tempos operativos. Essa natureza particular pela qual ela se distingue
das sociedades civis é, sem dúvida, muitas vezes considerada arcaica,
porém está longe de ser verdade se definir o antiquado como um mal e
que toda novidade seja um progresso.
Sem qualquer desrespeito à mulher, essa característica é,
não obstante, irreformável, como todo “Landmark” cuja característica
principal é a de ser imemorial. Lembram as Antigas Constituições:
“Nenhum homem, nem nenhum grupo de outros homens tem o poder de
modificar um Landmark” e, se, por um acaso pouco provável, o futuro
distante reservasse tal modificação, a sociedade assim modificada não
seria, simplesmente, mais a Franco-maçonaria.
Embora essas tentativas, vez por outra são aventadas, a
tradição o uso e o costume da Maçonaria como sustentáculo da Ordem
não pode ser modificado pura e simplesmente por uma razão evolutiva
da sociedade ou por certas “vontades” de Irmãos.
Finalizando, o ímpeto de certos irmãos em iniciar mulheres,
se confunde pelo próprio desconhecimento de causa. Ora, elas têm a
sua própria maçonaria, seja ela mista, ou mesmo feminina. Não
querendo abusar da lei do menor esforço, talvez fosse mais fácil aos
descontentes solicitar a sua filiação em alguma Loja mista do que
perturbar e semear discórdia nos trabalhos de uma Loja Maçônica. Ao
Orador da Loja cabe coibir idéias que vão contra o que exara a
Constituição da Obediência.
Segue abaixo um resumo bibliográfico para consulta sobre o
tema que sugiro seja apresentado ao Irmão feminista.
16. Para consulta bibliográfica.
MELLOR, Allec – La Franc-Maçonnerie à L’heure du Choix (A Francomaçonaria na
hora da decisão), Paris, Edit. Mame 1.963.
BOYOU, Rémy – Histórie de la Féderation Francaise de l’Ordre Maçonnique Mixte
International “Le Droit Humain” – Bordeaux, Imp. A Jarlet 1.962
MELLOR, Allec – Dictionnaire des Franc-Maçons et La Franc-Maçonnerie, Belfond,
Paris, 1971-1979.
Annales Originis Historie de la Fondation du Grand Orient de France – Cronologia
histórica da Francomaçonaria Francesa, 1813 e 1.815.
FAY, Bernard – La Franc-Maçonnerie et la Révolution Intellectuelle du XVIII siècle,
Paris, ed. De Cluny, 1.935.
Site da Grande Loja Unida da Inglaterra – Pontos de Reconhecimento.
Constituições atualizadas das Obediências Brasileiras.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
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jbnews@floripa.com.br
mencionando nome completo,
Loja, Oriente, Rito praticado
e Obediência.
O Irmão receberá a resposta
diretamente do Ir Pedro Juk,
e pelo JB News.
LOJA ALFERES TIRADENTES DE CASA NOVA
A Loja Alferes Tiradentes tem Sessão nesta sexta-feira, em
novo endereço. Vai trabalhar, até a construção de seu Templo,
à Rua Bias Peixoto, nr. 200 – Condomínio “Amigos de Hiram”
bairro Abrahão.
17. RETORNO
Após ter percorrido alguns Estados do Nordeste com
palestras e ensinamentos, o Ir. Pedro Juk está retornando ao
JB News com as suas “Perguntas e Respostas”.
Bem-vindo Ir. Juk. É um prazer deliciar-se culturalmente com
suas respostas inteligentes.
I CICLO DE PALESTRAS MAÇÔNICAS DO VALE DOS SINOS
Começa nesta sexta-feira-feira (16) estendendo-se até sábado o I Ciclo
de Palestras Maçônicas do Vale dos Sinos, em São Leopoldo, Estado
do Rio Grande do Sul, com a seguinte programação:
Sexta-feira dia 16:
20h00 – Abertura
20h30min - Palestra: "A Presença da Maçonaria nas Revoluções do
Século XIX, no Rio Grande do Sul".
Palestrante - Ora. Eliane Lucia Colussi.
22hOOmin - Confraternizacão:
Lançamento de Livro, aquisição e autógrafos.
Sábado dia 17:
09h30min - Palestra: "Quântica, Espiritualidade e Sucesso".
Palestrante: Prof. Moacir Costa de Araujo Lima.
11hOOmin - Confraternização:
Lançamento de Livros, aquisição e autógrafos.
14hOOmin - Palestra: "A Maçonaria no Século XXI".
Palestrante: Dr. Anatoli Oliynik
15hOOmin - Perguntas da plateia:
15h30min - Encerramento
16hOOmin - Confraternização:
Aquisição de livros e autógrafos.
RELAÇÕES SUSPENSAS
Acaba de chegar do Mano Robson Gouveia de Brasília a informação de
que “A Grande Loja da Inglaterra Suspendeu formalmente as
relações com a Grande Loja Nacional Francesa “
http://lmlenglish.over-blog.com/article-ugle-formally-suspends-
masonic-relations-with-the-glnf-84261312.html
Pela notícia, então, não há mais nenhum reconhecimento da UGLE por
Obediências existentes na França.
18.
19. Um dos Templos (nr. 4) do Grande Oriente de França - Paris