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linguagem, códigos e suas tecnologias 
Questões do ENEM-2002 
Manoel Neves
TEXTO 
ENEM-2002 
MIGUILIM 
De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim 
saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, 
com um chapéu diferente, mesmo. 
– Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? 
– Miguilim. Eu sou irmão do Dito. 
– E o seu irmão Dito é o dono daqui? 
– Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. 
O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. 
Redizia: 
– Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? 
Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava.
TEXTO 
ENEM-2002 
– Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em 
tua casa? 
– É Mãe, e os meninos... 
Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com 
ele, era um camarada. 
O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: ... Miguilim, 
espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?. 
ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
QUESTÃO 01 
ENEM-2002 
Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da 
perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, 
inclusive espacial, fica explicitado em: 
O homem trouxe o cavalo cá bem junto. 
Ele era de óculos, corado, alto (...) 
O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...) 
Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...) 
Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos
QUESTÃO 01 
Solução comentada 
O advérbio de lugar cá indica proximidade [no trecho em que aparece, indica o lugar de onde o locutor 
emite o discurso]. Como no enunciado da questão afirma-se que o narrador de terceira pessoa apresenta 
a história sob a perspectiva de Miguilim e esta personagem é a protagonista do trecho em questão, 
deve-se assinalar a alternativa “a”.
INSTRUÇÃO 
ENEM-2002 
Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência 
significativa em sua carreira de escritor.
TEXTO 
ENEM-2002 
Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de 
segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os 
primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam “carneado”. (...) 
Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo 
pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para 
ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) 
Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos 
que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua 
lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia 
aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se 
não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos 
fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto. 
VERÍSSIMO, Érico. Solo de clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.
QUESTÃO 02 
ENEM-2002 
Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como 
uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura, 
criar a fantasia. 
permitir o sonho. 
denunciar o real. 
criar o belo. 
fugir da náusea.
QUESTÃO 02 
Solução comentada 
No segundo parágrafo, o locutor, através da analogia da lâmpada, afirma que o escritor deve numa 
época de atrocidades e injustiças acender a lâmpada, evitando que [...] caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos 
assassinos e aos tiranos. Trata-se de um fragmento metalinguístico em que o locutor defende o 
engajamento da arte, ou seja, defende que a criação artística deve estar a serviço de uma causa social 
e denunciar as injustiças. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
TEXTO 
ENEM-2002 
Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de 
fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas 
douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina – achando que era exagero usarem 
coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de 
toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não 
morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e 
caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo. 
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.
QUESTÃO 03 
ENEM-2002 
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar 
o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e 
“pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de 
esvaziamento de sentido. 
monotonia do ambiente. 
estaticidade dos animais. 
interrupção dos movimentos. 
dinamicidade do cenário.
QUESTÃO 03 
Solução comentada 
Posto que o gerúndio indica uma ação que transcorre no momento em que se fala, infere-se que o uso do 
gerúndio, nos fragmentos destacados no enunciado da questão, sugerem o movimento dos seres e, 
por extensão, a dinamicidade do cenário. Por isso, assinale-se a alternativa “e”.
TEXTO 
ENEM-2002 
O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para 
representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, 
diferentes pontos de vista.
QUESTÃO 04 
ENEM-2002 
Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja 
composição foi adotado um procedimento semelhante é:
Os amantes
Retrato de Françoise
Os pobres na praia
Os dois saltimbancos [Arlequim e sua companheira]
Marie-Thérèse apoiada no cotovelo
QUESTÃO 04 
Solução comentada 
Na história em quadrinhos, apropriou-se do processo de recorte e colagem, no qual se toma uma 
imagem, recorta-se e faz-se uma colagem, intentando sugerir movimento. 
Dentre as reproduções de obras de Pablo Picasso, aquela em que há o uso da técnica de recorte e 
colagem é Marie-Thérèse apoiada no cotovelo, na qual se pode observar uma figura feminina em vários 
ângulos. Os olhos e o nariz parecem estar sendo vistos de frente e a boca, o queixo, o pescoço, o 
braço e o tronco parecem estar de perfil, inclinados para a esquerda de quem observa a imagem.
TEXTO 
ENEM-2002 
Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído da crônica 
“A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal 
Última hora. 
Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. 
Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, 
como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se 
um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, 
mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo 
baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em 
penca. Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se 
verificou o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no 
Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio 
e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos.
QUESTÃO 05 
ENEM-2002 
Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento 
dos jogadores dentro do campo 
foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da copa do mundo. 
mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, 
principalmente nos ingleses. 
ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que os 
impediu de revidar as agressões sofridas. 
mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. 
mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não 
respeitavam os limites da esportividade.
QUESTÃO 05 
Solução comentada 
No fragmento da crônica “A alegria de ser brasileiro”, afirma-se que o brasileiro invejava o futebol 
inglês, pela sua fineza, sobriedade, polidez e cerimônia. 
Durante a Copa do Mundo, entretanto, verificou-se que os europeus [e, principalmente, os ingleses], 
diante do futebol brasileiro, não mantiveram as características aludidas acima, mas davam bonitadas em 
penca. 
O time brasileiro, por sua vez, se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade e apresentou 
as mesmas qualidades que admirava no futebol europeu, principalmente no inglês. Por isso, deve-se 
assinalar a alternativa “b”.
TEXTO 
ENEM-2002 
A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a 
introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou tutahou, “desenho”. 
Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformar-se: distintivo honorífico entre uns homens, 
ferrete de ignomínia entre outros, meio de assustar o adversário para os bretões, marca de uma classe 
de selvagens das ilhas marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de ódio (...). Há três casos de 
tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significação moral: os negros,os turcos com o 
fundo religioso e o bando de meretrizes, dos rufiões e dos humildes, que se marcam por crime ou 
por ociosidade. 
RIO, João do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999
QUESTÃO 06 
ENEM-2002 
Com base no texto são feitas as seguintes afirmações: 
João do Rio revela como a tatuagem já estava presente na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde 
o início do século XX, e era mais utilizada por alguns setores da população. 
A tatuagem, de origem polinésia, difundiu-se no ocidente com a característica que permanece até 
hoje: utilização entre os jovens com função estritamente estética. 
O texto mostra como a tatuagem é uma prática que se transforma no tempo e que alcança inúmeros 
sentidos nos diversos setores das sociedades e para as diferentes culturas. 
Está correto o que se afirma apenas em 
I II III 
I e II I e III
QUESTÃO 06 
Solução comentada 
No trecho da crônica de João do Rio, datado de 1904, mostra-se que a tatuagem já estava presente no 
Rio de Janeiro, no início do século XX e era de uso específico de uma camada da população. Por isso, 
o que se afirma em I é verdadeiro. 
O texto evidencia, ainda, que em cada sociedade a tatuagem assume um valor cultural diferente – 
motivo de honra em alguns lugares, é motivo de discriminação em outros, o que nos leva a afirmar 
que o item III também é verdadeiro.
TEXTO 
ENEM-2002 
Em reportagem sobre crescimento da população brasileira, uma revista de divulgação científica 
publicou tabela com a participação relativa de grupos etários na população brasileira, no período de 
1970 a 2050 (projeção), em três faixas de idade: abaixo de 15 anos; entre 15 e 65 anos; e acima de 65 
anos.
QUESTÃO 07 
ENEM-2002 
Admitindo-se que o título da reportagem se refira ao grupo etário cuja população cresceu sempre, ao 
longo do período registrado, um título adequado poderia ser: 
O Brasil de fraldas 
Brasil: ainda um país de adolescentes 
O Brasil chega à idade adulta 
O Brasil troca a escola pela fábrica 
O Brasil de cabelos brancos
QUESTÃO 07 
Solução comentada 
No quadro fornecido para esta questão, verifica-se que o único grupo etário cuja população sempre 
cresceu, durante o período apresentado, foi o de idosos, ou de pessoas com mais de 65 anos, o que 
nos leva a afirmar que o título mais adequado para a reportagem seria “O Brasil de cabelos brancos”.
TEXTO 
ENEM-2002 
Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que 
palavras como shopping center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de 
estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área 
de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão 
de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber: [...] 
Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território 
nacional; 
Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças 
como “Me vê um chopps e dois pastel”; 
Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de 
banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”; 
Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” 
ou “ver-se-ão”. 
PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.
QUESTÃO 08 
ENEM-2002 
No texto acima, o autor 
mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida 
contra deturpações de uso. 
ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais 
da língua. 
denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante 
brasileiro. 
revela-se preconceituoso em relação a certos registros lingüísticos ao propor medidas que os 
controlem. 
defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os 
pronomes.
QUESTÃO 08 
Solução comentada 
No texto “Uma proposta imodesta”, critica-se um projeto que proíbe o uso de estrangeirismos no 
português brasileiro. 
A enunciação irônica começa por intermédio da expressão só falta, que denuncia que o locutor é 
radicalmente contrário à proposta que será referida a seguir. 
Para reforçar sua argumentação, o locutor também sugere “outras medidas” para a preservação do 
idioma nacional. 
Nas medidas sugeridas, o locutor refere-se aos usos regionais como incorretos, do ponto de vista da 
língua padrão [que, teoricamente, seria defendida por intermédio das medidas enunciadas]. 
Os desvios ortográficos e erros gramaticais também deveriam ser extirpados da língua, conforme se 
observa na terceira medida. 
A última medida reforça a tese defendida no texto – a língua é um objeto vivo e o português 
brasileiro, que incorpora elementos de outras línguas –, na medida em que demonstra que a 
mesóclise [uso do pronome pessoal oblíquo átono no meio do verbo conjugado] é tão alheia ao 
português brasileiro, como são os anglicismos referidos no primeiro parágrafo. 
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
INSTRUÇÃO 
ENEM-2002 
Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último 
parágrafos:
TEXTO 
ENEM-2002 
“Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV 
francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de 
seus dois cotos de braços. [...] 
Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades 
básicas mais elementares? (...) 
Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta 
básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de 
remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos 
chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da 
Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas 
civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da 
palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais? 
UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001.
QUESTÃO 09 
ENEM-2002 
Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita 
uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é: 
tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque. 
ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas. 
a Europa nos explorou vergonhosamente. 
o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve. 
os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa.
QUESTÃO 09 
Solução comentada 
A pergunta em torno da qual se estrutura o texto está no segundo parágrafo: Como manter a paz num 
planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? 
O parágrafo seguinte indica que o sofrimento está globalizado: tanto sofreram os norteamericanos 
com o 11 de setembro, sofrem os chechenos, sofrem os iraquianos, sofrem os africanos. 
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
INSTRUÇÃO 
ENEM-2002 
A leitura do poema “Descrição da guerra em Guernica” traz à lembrança o famoso quadro de 
Picasso.
TEXTO 
ENEM-2002 
Entra pela janela 
o anjo camponês; 
com a terceira luz na mão; 
minucioso, habituado 
aos interiores de cereal, 
aos utensílios que dormem na fuligem; 
os seus olhos rurais 
não compreendem bem os símbolos 
desta colheita: hélices, 
motores furiosos; 
e estende mais o braço; planta 
no ar, como uma árvore 
a chama do candeeiro. [...] 
Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.
QUESTÃO 10 
ENEM-2002 
Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: 
a1, a2, a3 f1, e1, d1 e1, d1, c1 
c1, c2, c3 e1, e2, e3
QUESTÃO 10 
Solução comentada 
A principal cena apresentada no poema apresenta a mão que sai da janela e que segura uma vela e 
está nos quadros indicados na alternativa “c”.
INSTRUÇÃO 
ENEM-2002 
A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que 
vivemos.
TEXTO 
ENEM-2002 
Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui 
logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a 
hora. 
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a 
gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que 
usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele 
que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, 
trombadinha, ladrão. [...] Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda 
vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos 
lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que 
estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê.. 
COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
QUESTÃO 11 
ENEM-2002 
No terceiro parágrafo em .... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.., a troca de De pelo 
Na determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja 
de localização e não de qualidade. 
de origem e não de posse. 
de origem e não de localização. 
de qualidade e não de origem. 
de posse e não de localização.
QUESTÃO 11 
Solução comentada 
Atentando à argumentação da cronista, a preposição de indicaria, para aqueles que usam a 
expressão “menino de rua”, um atributo qualificativo de “menino”; para o locutor, entretanto, as 
crianças foram postas na rua –elas não nasceram ali. Ao invés de serem de rua, foram postas na 
rua por alguém. Dessa forma, a preposição de indicaria qualidade e a preposição na localização. 
Marque-se, pois, a alternativa “a”.
TEXTO 
ENEM-2002
QUESTÃO 12 
ENEM-2002 
De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se 
afirmar que a postura de Hagar 
valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse 
universo. 
desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação 
para esse universo. 
valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo. 
valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes. 
desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.
QUESTÃO 12 
Solução comentada 
A personagem Hagar adota uma postura exclusivista e apresenta uma explicação unilateral para o 
real, concebido de forma dualista. Marque-se, pois, a alternativa “b”.

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ENEM-2002

  • 1. linguagem, códigos e suas tecnologias Questões do ENEM-2002 Manoel Neves
  • 2. TEXTO ENEM-2002 MIGUILIM De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo. – Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? – Miguilim. Eu sou irmão do Dito. – E o seu irmão Dito é o dono daqui? – Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. Redizia: – Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava.
  • 3. TEXTO ENEM-2002 – Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa? – É Mãe, e os meninos... Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: ... Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?. ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
  • 4. QUESTÃO 01 ENEM-2002 Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em: O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto (...) O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...) Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...) Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos
  • 5. QUESTÃO 01 Solução comentada O advérbio de lugar cá indica proximidade [no trecho em que aparece, indica o lugar de onde o locutor emite o discurso]. Como no enunciado da questão afirma-se que o narrador de terceira pessoa apresenta a história sob a perspectiva de Miguilim e esta personagem é a protagonista do trecho em questão, deve-se assinalar a alternativa “a”.
  • 6. INSTRUÇÃO ENEM-2002 Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.
  • 7. TEXTO ENEM-2002 Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam “carneado”. (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto. VERÍSSIMO, Érico. Solo de clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.
  • 8. QUESTÃO 02 ENEM-2002 Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura, criar a fantasia. permitir o sonho. denunciar o real. criar o belo. fugir da náusea.
  • 9. QUESTÃO 02 Solução comentada No segundo parágrafo, o locutor, através da analogia da lâmpada, afirma que o escritor deve numa época de atrocidades e injustiças acender a lâmpada, evitando que [...] caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Trata-se de um fragmento metalinguístico em que o locutor defende o engajamento da arte, ou seja, defende que a criação artística deve estar a serviço de uma causa social e denunciar as injustiças. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
  • 10. TEXTO ENEM-2002 Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina – achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo. LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.
  • 11. QUESTÃO 03 ENEM-2002 No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de esvaziamento de sentido. monotonia do ambiente. estaticidade dos animais. interrupção dos movimentos. dinamicidade do cenário.
  • 12. QUESTÃO 03 Solução comentada Posto que o gerúndio indica uma ação que transcorre no momento em que se fala, infere-se que o uso do gerúndio, nos fragmentos destacados no enunciado da questão, sugerem o movimento dos seres e, por extensão, a dinamicidade do cenário. Por isso, assinale-se a alternativa “e”.
  • 13. TEXTO ENEM-2002 O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista.
  • 14. QUESTÃO 04 ENEM-2002 Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi adotado um procedimento semelhante é:
  • 17. Os pobres na praia
  • 18. Os dois saltimbancos [Arlequim e sua companheira]
  • 20. QUESTÃO 04 Solução comentada Na história em quadrinhos, apropriou-se do processo de recorte e colagem, no qual se toma uma imagem, recorta-se e faz-se uma colagem, intentando sugerir movimento. Dentre as reproduções de obras de Pablo Picasso, aquela em que há o uso da técnica de recorte e colagem é Marie-Thérèse apoiada no cotovelo, na qual se pode observar uma figura feminina em vários ângulos. Os olhos e o nariz parecem estar sendo vistos de frente e a boca, o queixo, o pescoço, o braço e o tronco parecem estar de perfil, inclinados para a esquerda de quem observa a imagem.
  • 21. TEXTO ENEM-2002 Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído da crônica “A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal Última hora. Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos.
  • 22. QUESTÃO 05 ENEM-2002 Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da copa do mundo. mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses. ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que os impediu de revidar as agressões sofridas. mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não respeitavam os limites da esportividade.
  • 23. QUESTÃO 05 Solução comentada No fragmento da crônica “A alegria de ser brasileiro”, afirma-se que o brasileiro invejava o futebol inglês, pela sua fineza, sobriedade, polidez e cerimônia. Durante a Copa do Mundo, entretanto, verificou-se que os europeus [e, principalmente, os ingleses], diante do futebol brasileiro, não mantiveram as características aludidas acima, mas davam bonitadas em penca. O time brasileiro, por sua vez, se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade e apresentou as mesmas qualidades que admirava no futebol europeu, principalmente no inglês. Por isso, deve-se assinalar a alternativa “b”.
  • 24. TEXTO ENEM-2002 A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou tutahou, “desenho”. Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformar-se: distintivo honorífico entre uns homens, ferrete de ignomínia entre outros, meio de assustar o adversário para os bretões, marca de uma classe de selvagens das ilhas marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de ódio (...). Há três casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significação moral: os negros,os turcos com o fundo religioso e o bando de meretrizes, dos rufiões e dos humildes, que se marcam por crime ou por ociosidade. RIO, João do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999
  • 25. QUESTÃO 06 ENEM-2002 Com base no texto são feitas as seguintes afirmações: João do Rio revela como a tatuagem já estava presente na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde o início do século XX, e era mais utilizada por alguns setores da população. A tatuagem, de origem polinésia, difundiu-se no ocidente com a característica que permanece até hoje: utilização entre os jovens com função estritamente estética. O texto mostra como a tatuagem é uma prática que se transforma no tempo e que alcança inúmeros sentidos nos diversos setores das sociedades e para as diferentes culturas. Está correto o que se afirma apenas em I II III I e II I e III
  • 26. QUESTÃO 06 Solução comentada No trecho da crônica de João do Rio, datado de 1904, mostra-se que a tatuagem já estava presente no Rio de Janeiro, no início do século XX e era de uso específico de uma camada da população. Por isso, o que se afirma em I é verdadeiro. O texto evidencia, ainda, que em cada sociedade a tatuagem assume um valor cultural diferente – motivo de honra em alguns lugares, é motivo de discriminação em outros, o que nos leva a afirmar que o item III também é verdadeiro.
  • 27. TEXTO ENEM-2002 Em reportagem sobre crescimento da população brasileira, uma revista de divulgação científica publicou tabela com a participação relativa de grupos etários na população brasileira, no período de 1970 a 2050 (projeção), em três faixas de idade: abaixo de 15 anos; entre 15 e 65 anos; e acima de 65 anos.
  • 28. QUESTÃO 07 ENEM-2002 Admitindo-se que o título da reportagem se refira ao grupo etário cuja população cresceu sempre, ao longo do período registrado, um título adequado poderia ser: O Brasil de fraldas Brasil: ainda um país de adolescentes O Brasil chega à idade adulta O Brasil troca a escola pela fábrica O Brasil de cabelos brancos
  • 29. QUESTÃO 07 Solução comentada No quadro fornecido para esta questão, verifica-se que o único grupo etário cuja população sempre cresceu, durante o período apresentado, foi o de idosos, ou de pessoas com mais de 65 anos, o que nos leva a afirmar que o título mais adequado para a reportagem seria “O Brasil de cabelos brancos”.
  • 30. TEXTO ENEM-2002 Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber: [...] Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional; Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”; Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”; Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”. PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.
  • 31. QUESTÃO 08 ENEM-2002 No texto acima, o autor mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso. ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua. denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro. revela-se preconceituoso em relação a certos registros lingüísticos ao propor medidas que os controlem. defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.
  • 32. QUESTÃO 08 Solução comentada No texto “Uma proposta imodesta”, critica-se um projeto que proíbe o uso de estrangeirismos no português brasileiro. A enunciação irônica começa por intermédio da expressão só falta, que denuncia que o locutor é radicalmente contrário à proposta que será referida a seguir. Para reforçar sua argumentação, o locutor também sugere “outras medidas” para a preservação do idioma nacional. Nas medidas sugeridas, o locutor refere-se aos usos regionais como incorretos, do ponto de vista da língua padrão [que, teoricamente, seria defendida por intermédio das medidas enunciadas]. Os desvios ortográficos e erros gramaticais também deveriam ser extirpados da língua, conforme se observa na terceira medida. A última medida reforça a tese defendida no texto – a língua é um objeto vivo e o português brasileiro, que incorpora elementos de outras línguas –, na medida em que demonstra que a mesóclise [uso do pronome pessoal oblíquo átono no meio do verbo conjugado] é tão alheia ao português brasileiro, como são os anglicismos referidos no primeiro parágrafo. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
  • 33. INSTRUÇÃO ENEM-2002 Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos:
  • 34. TEXTO ENEM-2002 “Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. [...] Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais? UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001.
  • 35. QUESTÃO 09 ENEM-2002 Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é: tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque. ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas. a Europa nos explorou vergonhosamente. o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve. os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa.
  • 36. QUESTÃO 09 Solução comentada A pergunta em torno da qual se estrutura o texto está no segundo parágrafo: Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? O parágrafo seguinte indica que o sofrimento está globalizado: tanto sofreram os norteamericanos com o 11 de setembro, sofrem os chechenos, sofrem os iraquianos, sofrem os africanos. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
  • 37. INSTRUÇÃO ENEM-2002 A leitura do poema “Descrição da guerra em Guernica” traz à lembrança o famoso quadro de Picasso.
  • 38. TEXTO ENEM-2002 Entra pela janela o anjo camponês; com a terceira luz na mão; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices, motores furiosos; e estende mais o braço; planta no ar, como uma árvore a chama do candeeiro. [...] Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.
  • 39.
  • 40. QUESTÃO 10 ENEM-2002 Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: a1, a2, a3 f1, e1, d1 e1, d1, c1 c1, c2, c3 e1, e2, e3
  • 41. QUESTÃO 10 Solução comentada A principal cena apresentada no poema apresenta a mão que sai da janela e que segura uma vela e está nos quadros indicados na alternativa “c”.
  • 42. INSTRUÇÃO ENEM-2002 A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.
  • 43. TEXTO ENEM-2002 Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. [...] Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê.. COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
  • 44. QUESTÃO 11 ENEM-2002 No terceiro parágrafo em .... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.., a troca de De pelo Na determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja de localização e não de qualidade. de origem e não de posse. de origem e não de localização. de qualidade e não de origem. de posse e não de localização.
  • 45. QUESTÃO 11 Solução comentada Atentando à argumentação da cronista, a preposição de indicaria, para aqueles que usam a expressão “menino de rua”, um atributo qualificativo de “menino”; para o locutor, entretanto, as crianças foram postas na rua –elas não nasceram ali. Ao invés de serem de rua, foram postas na rua por alguém. Dessa forma, a preposição de indicaria qualidade e a preposição na localização. Marque-se, pois, a alternativa “a”.
  • 47. QUESTÃO 12 ENEM-2002 De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo. desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse universo. valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo. valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes. desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.
  • 48. QUESTÃO 12 Solução comentada A personagem Hagar adota uma postura exclusivista e apresenta uma explicação unilateral para o real, concebido de forma dualista. Marque-se, pois, a alternativa “b”.