1) O documento descreve a evolução histórica da assistência à saúde ao longo dos períodos históricos, desde o período pré-cristão até a enfermagem atual.
2) Florence Nightingale é apontada como a fundadora da enfermagem moderna no século 19, após seu trabalho durante a Guerra da Crimeia que reduziu significativamente a taxa de mortalidade.
3) A enfermagem atual tem uma abordagem holística do ser humano e atua de forma integrada nos serviços de saúde, com
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
A evolução histórica da assistência à saúde
1. Evolução da assistência à
saúde nos períodos históricos
Prof. Lucas Gois
Graduação em Enfermagem – UESPI
Especialista em Docência do Ensino Superior - UNIAMÉRICA
2. Enfermagem é a arte de cuidar e a ciência cuja
essência e especificidade é o cuidado ao ser humano,
individualmente, na família ou em comunidade de
modo integral e holístico, desenvolvendo de forma
autônoma ou em equipe atividades de promoção,
proteção, prevenção, reabilitação e recuperação da
saúde.
3. • Arte – É o conjunto de conhecimentos práticos
que mostram como trabalhar para conseguir
certos resultados.
• Ciência – É um conjunto de conhecimentos
baseados em um grande número de fatos
cuidadosamente observados, dispostos e
classificados de modo a estabelecerem
determinados princípios e leis.
4. • Neste período as doenças eram tidas como um castigo de Deus ou
resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou
feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros.
Período Pré-Cristão
• O tratamento consistia em aplacar as divindades, afastando os
maus espíritos por meio de sacrifícios. Usavam-se: massagens,
banho de água fria ou quente, purgativos, substâncias provocadoras
de náuseas.
• Mais tarde os sacerdotes adquiriam conhecimentos sobre plantas
medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes funções
de enfermeiros e farmacêuticos
5. • Alguns papiros, inscrições, monumentos, livros de orientações
política e religiosas, ruínas de aquedutos e outras descobertas
nos permitem formar uma idéia do tratamento dos doentes.
6. • Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina
conhecida em sua época. As receitas médicas deviam ser
tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas.
Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos;
acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde
de outras. Havia ambulatórios gratuitos, onde era
recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados.
Egito
7. • Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam:
ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos
para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo.
Índia
• Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas,
amputações, e corrigiam fraturas. Neste aspecto o budismo
contribui para o desenvolvimento da enfermagem e da medicina.
Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais.
• Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam
deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais
eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os
pacientes.
8. • Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para
médicos incompetentes, tais como: amputação das mãos,
indenização, etc. A medicina era baseada na magia -
acreditava-se que sete demônios eram os causadores das
doenças. Os sacerdotes-médicos vendiam talismãs com
orações usadas contra ataques dos demônios. Nos
documentos assírios e babilônicos não há menção de
hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura
dependia de milagres de Deus.
- Assíria e Babilônia
9. • Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças
eram classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves.
China
• Tratamento: anemias, indicavam ferro e fígado; doenças da pele,
aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais
de isolamento e casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a
proibição da dissecação de cadáveres.
• Os templos eram rodeados de plantas medicinais. Os chineses
conheciam algumas doenças: varíola e sífilis.
10. • Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A
medicina era fetichista e a única terapêutica era o uso de
águas termais
• Eutanásia : É definida como a conduta pela qual se traz a
um paciente em estado terminal, ou portador
de enfermidade incurável que esteja em sofrimento
constante, uma morte rápida e sem dor. É prevista em lei, no
Brasil, como crime de homicídio.
Japão
11. • As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus
sol, era o deus da saúde e da medicina. Usavam sedativos,
fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos
estranhos, também tinham casas para tratamento dos doentes. A
medicina era exercida pelos sacerdotes-médicos, que interpretavam
os sonhos das pessoas.
Grécia
• Tratamento: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água
pura mineral. Dava-se valor à beleza física, cultural e a
hospitalidade, contribuindo para o progresso da Medicina e da
Enfermagem.
12. • A medicina tornou-se científica, graças a
Hipócrates, que deixou de lado a crença de
que as doenças eram causadas por maus
espíritos.
Grécia
• Reconheceu doenças, tais como: tuberculose,
malária, histeria, neurose, luxações e fraturas.
• Hipócrates é considerado o Pai da Medicina.
Observava o doente, fazia diagnóstico,
prognóstico e a terapêutica.
13. Grécia
• Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em “não
contrariar a natureza, porém auxilia-la a reagir “. Tratamentos
usados: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias,
ventosas, vomitórios, purgativos e calmantes, ervas medicinais
e medicamentos minerais.
14. • A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito
tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. Os romanos
eram um povo, essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia
cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom
guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela limpeza
das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes
de esgoto.
Roma
15. • As práticas de saúde no mundo moderno, em especial, a de
Enfermagem, evoluíram juntamente ao sistema político-
econômico da sociedade capitalista, que promoveu o
surgimento da Enfermagem como prática profissional
institucionalizada. Processo que tem início com a Revolução
Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da
Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX.
17. ENFERMAGEM
ATUAL
•Visão holística : o homem – ser bio-psico-social;
•Holismo: cuidado do homem como um todo.
• Integração dos serviços de Saúde: Promoção, Prevenção e
Reabilitação;
• Sistematização dos cuidados através da aplicação do processo de
técnico-científico.
• Vasta atuação no campo da saúde
18. Tem como responsabilidades :
• a promoção e a restauração da saúde,
• a prevenção de agravos e doenças e o alívio do
sofrimento;
• proporciona cuidados à pessoa, à família e à
coletividade;
• organiza suas ações e intervenções de modo
autônomo, ou em colaboração com outros
profissionais da área;
• tem direito a remuneração justa e a condições
adequadas de trabalho, que possibilitem um cuidado
profissional seguro e livre de danos
27. Usar adequadamente novas tecnologias, tanto de
informação e comunicação, quanto de ponta para cuidar da
enfermagem;
28. Prestar cuidados de enfermagem, compatíveis
diferentes necessidades apresentadas
com as
pelo indivíduo, pela família e pelos diferentes
grupos da comunidade;
29.
30. 1- “Saúde” e “Doença” são termos que, sob a perspectiva da História,
vêm mudando de longo
Contemporaneamente, a
significado ao
Organização Mundial
do tempo.
de Saúde (OMS)
considera que “Saúde não é apenas a ausência de doença ou
enfermidade, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e
social”, sendo este conceito baseado em
A) uma abordagem holística da saúde.
B)uma abordagem negativa de saúde.
C)características individuais e específicas, próprias da espécie humana.
D) princípios jurídicos aceitos pela maioria dos países-membros da
OMS.
E) evidências científicas que se consolidaram após o final da
Idade Média.
31. 2- Florence Nightingale é considerada a fundadora da enfermagem
moderna. Sua família considerava a enfermagem algo inapropriado
para uma dama de boa estirpe, por isso, começou seus estudos
após 31 anos, em um curso de treinamento na Alemanha. [...].
A teoria de Florence Nightingale é baseada :
A) Na cultura
B) Na doença
C) No paciente
D) No ambiente
E) No diagnóstico
32. 3- Quem foi Ana Nery?Em que ano nasceu e morreu?
4- quem foi Maria Otavia Poty? Em que ano nasceu e
morreu? Onde se formou e o que exerceu?
5- Quem foi Florence Nightgale, quando nasceu e quando
morreu? Qual a sua importância para enfermagem?
35. Evolução Histórica
O cuidar de pessoas enfermas tem sido observado como a
essência da profissão de enfermagem. No entanto o modo como
esse cuidado vem sendo exercido ao longo dos anos exerce
estreita relação com a história da humanidade.
Os povos desenvolveram sua arte de tratar os doentes, baseados
em seus conhecimentos, crenças e costumes locais. Com base
nisto, se pode afirmar que o hospital, antes do século XVIII, era
uma instituição de assistência aos pobres e feridos em guerras.
36. Evolução Histórica
Mas as transformações ocorridas ao longo do tempo, além das
descobertas científicas, permitiram que os hospitais passassem a
ser concebidos como um espaço para cuidar, tratar e curar os
doentes. Tudo isto, se pode dizer, graças às mudanças resultantes
da organização do trabalho de enfermagem.
O dia 12 de maio é mundialmente comemorado como o Dia
Internacional da Enfermagem. Era a data de nascimento de
Florence Nightingale, a figura mais marcante da enfermagem
mundial. Ela viveu até os 90 anos, sendo cultuada até os dias
atuais, em Londres, como uma das grandes heroínas inglesas.
37. Evolução Histórica
Florence, desde a infância, gostava de cuidar de animais e
crianças doentes, e se revelava uma revolucionária, não
aceitando o destino reservado às mulheres de sua época: casar e
ter filhos. Assim, aos 24 anos decidiu trabalhar em um hospital.
No entanto, àquela época, os hospitais ingleses não ofereciam
condições recomendáveis de trabalho, dado que as pessoas que
prestavam algum tipo de cuidado ou assistência na área eram
religiosas católicas ou anglicanas, em sua maioria composta por
mulheres, sem preparo nem princípios morais, muitas vezes
atuando embriagadas, sendo, por isto, mal vistas pela sociedade.
38. Evolução Histórica
De acordo com Brasil (2003), aos 31 anos Florence conseguiu
autorização dos pais para fazer estágios na Alemanha, numa
instituição de diaconisas, sob orientação do Pastor Fliedner,
onde aprendeu a cuidar de doentes pobres.
Sendo poliglota, Florence aproveitou sua estada em um hospital
de Paris, onde conheceu, aprendeu e acompanhou por vários
meses o trabalho assistencial e administrativo realizado pelas
irmãs de caridade de São Vicente Paulo.
39. Evolução Histórica
Foi com elas que Florence aprendeu sobre regras, a cuidado
com os doentes, a fazer anotações, elaborar gráficos, listas de
atividades desenvolvidas, etc. Durante a Guerra de Crimeia, em
1854, Florence ofereceu seus serviços e partiu com outras 38
voluntárias de diferentes hospitais.
Ao encontrar 4.000 feridos em imensos galpões, organizou a
lavanderia, a cozinha e todos os serviços necessários para o
cuidado dos feridos, conseguindo baixar a mortalidade de 40%
para 2%.
40. Evolução Histórica
À noite, ela percorria os alojamentos e corredores do hospital
improvisado com uma lamparina para poder ver os pacientes,
passando a ser conhecida como a Dama da Lâmpada – motivo
pelo qual até hoje a enfermagem é representada pela lâmpada,
símbolo da sentinela, de vigília constante e do cuidado contínuo
do profissional que trabalha junto aos doentes.
Após a guerra da Criméia, Florence publicou dois livros: Notas
Sobre Hospitais, em 1858, e Notas Sobre Enfermagem, em 1859.
Devido ao sucesso de sua missão, recebeu homenagens do povo
e do governo, além de um prêmio em dinheiro, utilizado para a
organização da primeira escola de enfermagem dos tempos
modernos no Hospital São Tomas, em Londres, tendo as
primeiras 15 alunas matriculadas no ano seguinte.
41. Evolução Histórica
A ideia de Florence era reformar a enfermagem não apenas na
Inglaterra, mas no mundo inteiro, a partir da seleção de
candidatas jovens, educadas e de elevada posição social. Este
rigor se dava pelo intuito de eliminar o baixo nível social
daquelas que, até então, presavam assistência aos pacientes em
hospitais.
Apesar disto, o início foi de intensa luta, visto que poucos
entendiam a necessidade de se ter enfermeiras cultas e com
elevados dotes morais. E o mais grave: não se acreditava que
seriam necessários estudos e preparação especial para cuidar de
pessoas doentes.
42. Evolução Histórica
Acredita-se que as experiências de Florence durante sua
passagem pela França, aquelas adquiridas com as regras das
irmãs de caridade, de São Vicente de Paulo, além da rígida
convivência com a disciplina militar, a influenciaram quanto à
concepção de um modelo militarizado de organização das
atividades de enfermagem.
Algumas das enfermeiras diplomadas em sua escola
trabalharam na Europa, e outras forma para os EUA, Canadá,
Nova Zelândia e Austrália, o que permitiu a divulgação do
sistema Nightingale em todo o mundo, chegando, inclusive ao
Brasil.
43. Evolução Histórica
Este sistema tinha como pontos centrais:
a) As enfermeiras deveriam assumir a direção das escolas de
enfermagem, sendo as principais responsáveis pelo ensino
metódico da profissão;
b) Os critérios de conduta moral, intelectual, bem como de
aptidão, deveria ser usados na seleção das candidatas.
44. História da Enfermagem no Brasil
“No Brasil, como em muitos outros países, durante um longo
período, as funções de enfermagem foram relegadas ao plano
doméstico ou religioso, sem nenhum caráter técnico ou
científico” (BRASIL, 2003, p. 127).
Os poucos hospitais que existiam àquela época, voltavam-se
para o atendimento das vítimas de epidemias, soldados feridos
em guerra e indigentes. Às parteiras cabia o atendimento às
mulheres grávidas e doentes.
45. História da Enfermagem no Brasil
No início do século XIX, entre os graves problemas de saúde
pública existentes no território nacional, destacavam-se a
falta de saneamento das cidades, a precariedade das
habitações, a necessidade de controle sanitário dos portos e
das doenças epidêmicas, assim como alguns problemas
sociais decorrentes da presença de doentes mentais
perambulando pelas ruas (BRASIL, 2003, p. 127).
46. História da Enfermagem no Brasil
Nesse sentido, entre as múltiplas propostas de intervenção
sobre o espaço urbano com vistas ao saneamento, tem especial
importância a criação, no Rio de Janeiro, em 1824, de um
hospício, chamado posteriormente de Hospital Nacional de
Alienados. A criação deste pode ser considerada um marco
histórico que antecedeu à criação da primeira escola de
enfermagem no país.
A Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi crida em
1890, por força de um decreto federal, no 791, que funcionava
dentro do Hospital Nacional de Alienados.
47. História da Enfermagem no Brasil
Essa escola denominou-se, posteriormente, Escola de
Enfermagem Alfredo Pinto, que hoje pertence à Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Unirio). Observa-se que a escola não
fora instalada nos moldes do sistema Nightingale, dado que sua
divulgação não havia chegado ainda Brasil.
O primeiro curso de enfermagem seguindo os moldes
“nightingaleanos” surgiu em São Paulo, no ano de 1895, por
iniciativa de enfermeiras inglesas que praticavam também a
enfermagem domiciliar, que era muito importante na época,
tendo em vista que havia muita resistência à hospitalização,
especialmente no que diz respeito às camadas sociais elevadas.
48. História da Enfermagem no Brasil
Por ser um grupo restrito, dirigido por pessoas ligadas à religião
presbiteriana, essa iniciativa não teve grandes repercussões. Em
1916, no Rio de Janeiro, durante a Primeira Guerra Mundial, a
Cruz Vermelha Brasileira criou sua escola de enfermagem, com o
objetivo de preparar voluntárias para o exercício da enfermagem
em frentes de batalha (BRASIL, 2003).
O início da década de 1920 foi marcado pelas epidemias que
assolavam o País: tifo, cólera e febre amarela. Surgiu, então, o
Departamento Nacional de Saúde Pública, organizado pelo Dr.
Carlos Chagas.
49. História da Enfermagem no Brasil
Com vistas a conter a epidemia de febre amarela, Carlos Chagas
promoveu a vinda de um grupo de enfermeiras norte-
americanas, tendo a colaboração da Fundação Rockfeller.
Embora já funcionasse, há mais de vinte anos, uma escola
profissional e enfermeiros e enfermeiras, contando com a ajuda
do Departamento Nacional de Saúde Pública, criado por Chagas,
estas enfermeiras fundaram, então, em 1923 uma escola de
enfermagem, vinculada a este departamento, denominada
Escola de Enfermagem Anna Nery, que atualmente faz parte da
Unirio.
Deste modo, as duas escolas passaram a coexistir de forma
totalmente independente.
50. História da Enfermagem no Brasil
Após a formatura da primeira turma de enfermeiras dessa nova
escola, surgiu, então, a Associação Brasileira de Enfermagem
(Aben), em 1926. Diz-se que a história da enfermagem brasileira
se confunde com a história da Aben, cujas pioneiras (Edith de
Magalhães Fraenkel, Glete de Alcântara, Marina de Andrade
Resende, Haydée Guanais Dourado, Maria Rosa de Souza
Pinheiro, Irmã Maria Tereza Notarnicola, Maria Ivete Ribeiro de
Oliveira, entre muitas outras) lideraram, com intensa luta, todas
as conquistas da profissão (BRASIL, 2003).