1) A doença de Alzheimer afeta mais mulheres do que homens e o risco aumenta drasticamente após os 65 anos de idade.
2) A fisioterapia para Alzheimer objetiva retardar a progressão das perdas motoras e cognitivas e incentivar a independência do paciente por meio de exercícios, alongamentos e mobilizações.
3) Estudos indicam que atividades físicas e estimulação cognitiva podem desacelerar o declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer leve a moderado.
2. EPIDEMIOLOGIA
Afeta (+) mulheres que homens (Alzheimer’s Association)
Risco de uma mulher desenvolver a doença aos 65 anos: 1 em 6
Quase o dobro do risco de câncer de mama
Homens: risco de 1 em 11
2000 – 2010
Mortes por DA (Estados Unidos): subiram 68%
HIV, Derrames, D. Cardíacas e Câncer de Próstata: caiu significantemente
3. EPIDEMIOLOGIA
BRASIL
Quase 1 milhão e meio de pessoas
Aprox. 5% dos indivíduos (+) 65 anos
20% daqueles com mais de 80 anos
Esporadicamente em torno dos 40 anos
*Custos com Demência no mundo passam 600 bilhões
5. FATORES DE RISCO
Idade
50 anos: esporádicos
60 a 65 anos: ↓ de 1%.
A partir de 65 anos: duplica a cada 5 anos
Depois dos 85 anos: 30 a 40% da população
História Familiar
↑ Risco
*Irmãos gêmeos com Alzheimer → 67% idênticos, 22% diferentes
6. FATORES DE RISCO
Síndrome de Down
(+) Frequência
(+) Precocimente
Sexo
Mulheres: pequeno predomínio
65 anos
Risco 12% a 19% no sexo feminino
6% a 10% nos homens
Traumatismos
7. FATORES PROTETORES
Escolaridade
Aquisição de Conhecimentos
Novas Sinapses – Desenvolvimento cerebral – Neuroplasticidade
Aumenta a Reserva Intelectual
Analfabetismo e a Baixa Escolaridade: (+) Prevalência
Atividade Física
Vários estudos sugerem Efeito Protetor
8. CONCEITO
Descrita por 1ª vez pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer, 1909
“É um tipo de Demência Senil, de declínio cognitivo crescente e irreversível,
com múltiplos déficits cognitivos, dos quais um obrigatoriamente é a
Memória, suficientemente intensos para causar impacto nas AVDs.”
(MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2002)
Principal forma de Demência Senil – D. Neurodegenerativa mais prevalente
DEMÊNCIA: déficit cognitivo adquirido de gravidade suficiente p/ alterar o
funcionamento social e profissional
FUNÇÕES COGNITIVAS: Funcionamento de diferentes áreas intelectuais
10. TIPOS DE MEMÓRIA
Memória Sensorial
Percepção da Realidade pelos sentidos
Retém por alguns segundos a informação sensorial
Processamento inicial da informação
Memória de Curto Prazo
Recebe e retém as informações da M. Sensorial
Utilizá-las, descartá-las ou mesmo armazená-las
Determina se a inf. é útil para o org. e deve ser armazenada
Informações semelhantes na de Longo Prazo
Pode reter informações durante 15/30 seg.
11. TIPOS DE MEMÓRIA
Memória de Trabalho ou Operacional
Processo de transição da Memória a Curto Prazo – Memória a Longo Prazo
*Lembrar para a prova: minutos a dias
Acessa sempre que necessário a M. a Longo Prazo
Memória a Longo Prazo
Influencia na tomada de decisões
*Emoções, Atenção – Importância das informações
“Interminável”
12. TIPOS DE MEMÓRIA
Esquecimento
Causado pela passagem do tempo
Memória de Curto Prazo: possui duração de armazenamento limitado
Conhecimento
M. a Curto Prazo – M. a Longo Prazo
Retenção mais prolongada de informações
13. TIPOS DE MEMÓRIA
Memória Não Declarativa – Implícita
Aquisição de habilidades mediante a repetição
Habilidades motoras, sensitivas e intelectuais
Habilidade para dirigir
Jogar bola
Dar um nó no cordão do sapato
Dar um nó na gravata
14. TIPOS DE MEMÓRIA
Memória Declarativa – Explícita
Fatos e Eventos
Lembrança de datas
Fatos históricos
Números de telefone
Tudo o que podemos evocar por meio de palavras
Memória de fatos vivenciados pela pessoa: memória episódica
Significado das palavras: memória semântica
Permite manter conversas com significado
15. DOENÇA DE ALZHEIMER
1º SINAL
Perda da Memória
Memória de Trabalho, Explícita, Episódica = Fatos recentes
Confusão de tempo, local, compromissos*
Problemas para lidar com dinheiro
Aprendizado de novas informações: Memória Curto Prazo – Longo Prazo
Mudanças de humor, como depressão, ansiedade e irritabilidade
16. REABILITAÇÃO COGNITIVA
REABILITAÇÃO DA MEMÓRIA
Trabalhar a modalidade intacta: Compensar a modalidade que não está
(Goldstein e Beers, 1998)
Trabalhar as habilidades residuais da modalidade deficitária
TERAPIA DE ORIENTAÇÃO PARA A REALIDADE (TOR) (James Folson em 1968)
Obj: reduzir a desorientação e confusão dos idosos
Orientam o paciente no tempo e no espaço
Relembrando: o dia do mês, o ano e o local
*MEEM
17. REABILITAÇÃO COGNITIVA
TERAPIA DA REMINISCÊNCIA
Objetivo
M. Longo Prazo do paciente
Valorização do passado
Fatos importantes
Lembranças significativas
Diferentes instrumentos:
Canções antigas, cartas, fotos, discos, presentes, álbuns de família, filmes,
jornais
Proporcionar lembranças agradáveis
*Poucos estudos
18. REABILITAÇÃO COGNITIVA
ESTIMULAÇÃO COGNITIVA
Atividades: ludicidade
Favorecer os atos da vida cotidiana
Usar cores
Dias da semana, mês e ano, hora
Sabores, cheiros
*Folhetos de Supermercado: lista de compras, cálculo, culinária
19. REABILITAÇÃO MEMÓRIA
REABILITAÇÃO BASEADA NA FACILITAÇÃO DA M. IMPLÍCITA RESIDUAL
Relativamente preservada na fase inicial
Tarefas repetidas de habilidades
Treinos específicos com aplicação direta na vida diária
APRENDIZAGEM SEM ERRO
Pcts memória episódica: não lembram seus erros
Não diz o erro: pcte é incentivado a dizer que não sabe
Pistas e Dicas podem ser utilizadas
20. QUADRO CLÍNICO
FORMA INSIDIOSA: Sobrevida média é de 6 a 9 anos (20 anos)
Queixas de dificuldade de Memorização
Desinteresse pelos acontecimentos diários
Sintomas geralmente menosprezados pelo paciente*
Memória de Trabalho, Curta Duração – Rotina Diária
Chaves do carro, a carteira, o talão de cheques, o nome de um conhecido
Tarefas pela metade
Esquece o que foi fazer no quarto, deixa o fogão aceso
Abre o chuveiro e sai do banheiro
Perde-se no caminho de volta para casa
21. QUADRO CLÍNICO
Agravamento do Esquecimento
1as
Habilidades Perdidas: Avançadas e Instrumentais
Manejo das finanças (*Capacidade de cálculo esteja preservada)
Planejamento de viagens
Preparo de refeições
*Dificuldade de Aprendizado
22. QUADRO CLÍNICO
Comprometimento discreto da Linguagem
Torna-se vazia, sem significado
Fluência e Leitura está Preservada
Perda do interesse a vida social e outras atividades
Orientação Espaço-Visual se deteriora
Dificuldade de Orientação e de reconhecimento de Lugares Conhecidos
Percepção das próprias Deficiências: preservada no início
23. QUADRO CLÍNICO
FASE MODERADA-AVANÇADA
Mutismo
Distúrbios de Memória Semântica
Dificuldade de nomeação e de elaboração da Linguagem
Déficits de Atenção
Prejuízos nas habilidades vísuoespaciais e nas funções executivas
Desorientação Espacial
Dificuldade/Incapacidade de Reconhecer Faces
Dificuldade/Incapacidade de Controlar Esfíncteres
Dificuldade/Incapacidade para as Básicas
Dependência de Terceiros (progressiva e irreversível)
25. QUADRO CLÍNICO
4 ESTÁGIOS
Estágio 1 (forma inicial)
Alterações
Estágio 2 (forma moderada)
Dificuldades
Depressão, Agitação, Insônia, Irritabilidade
AIVD – Independência Funcional
Déficit de Memória Recente – Desorientação Espacial
Dificuldade na Linguagem: encontrar a palavra certa
Dificuldade: Entender o que lhe foi dito
26. QUADRO CLÍNICO
Estágio 3 (forma grave)
Deficiência motora progressiva
Dependente para AIVD + ABVD
Dificuldade em vestir, higiene pessoal
Memória ++ prejudicada
++ Desorientados e não reconhece parentes
Bradicinesia, andar lento
Praxia e agnosia alteradas (IMOBILISMO)
27. QUADRO CLÍNICO
Estágio 4 (terminal)
Restrição ao leito
Mutismo
Dificuldade p/ Deglutição
Infecções intercorrentes
Perda total p/ realizar AVD e Comunicação
Hipertonia
Não deambula
28. FISIOTERAPIA
OBJETIVO GERAIS
Retardar a Progressão das perdas Motoras e Cognitivas
Evitar Encurtamentos e Deformidades
Incentivar a Independência
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mobilidade
Flexibilidade
Equilíbrio
Coordenação Motora
Transferências e Marcha
29. FISIOTERAPIA
PRÁTICA REGULAR DE AF* (V4)
Melhora retenção das habilidades motoras
Melhora qualidade do sono
Melhora circulação sanguínea
Prevenção de algumas lesões ortopédicas
Treinamento aeróbico: funções mentais
Caminhada e Bicicleta: comportamento, nutrição e risco de quedas
(ROLLAND et al., 2000)
30. FISIOTERAPIA
EXERCÍCIO FÍSICO (COELHO et al, 2009)
Protocolos bastante variados
Apenas Exercícios Aeróbios (3 vezes na semana – 12 semanas)
Exercícios calistênicos (somáticos) – relaxamento e respiração profunda
Caminhada com Estimulação Cognitiva (est. da comunicação verbal)
Exercícios Multivariados: de flexibilidade, exercícios aeróbios, treinamento
com pesos, equilíbrio e estímulo cognitivo e sensorial
31. TRATAMENTO
DANÇA – CAMINHADA
Melhora/Mantem mobilidade, equilíbrio, socialização, FM e est. emocional
EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
Alongamento da musculatura Cervical, MS, Tronco, MI (Auto-alongamentos)
MOBILIZAÇÃO ARTICULAR
Melhorar dor e rigidez
Cervical, escapular, ombro, cotovelos, punhos e dedos
Tronco, quadril e joelho
Flexão plantar e dorsilexão
*Ativo, assistido ou passivo
32. TRATAMENTO
PQ A AF PODE AJUDAR O PACIENTE COM DA?
Beneficios observados no Sistema Cardiovascular
Se extendem ao sistema Cerebrovascular
Incremento da Neurogênese
Melhora da Citoarquitetura Cerebral (v. sanguíneos, dendritas, microglia)
Melhora das Propiedades Eletrofisiológicas
Aumento dos Fatores de Crescimento Cerebrais
Diminuição da formação das Placas Amilóides
33. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
A controlled clinical trial on the effects of exercise on neuropsychiatric
disorders and instrumental activities in women with Alzheimer’s disease
Carla M. C. Nascimento et al, 2011
Pacientes: Doentes fase leve-moderada
Avaliação: MEEM, Pfeffer
Intervenção: 3x/semana
1h: exercícios aeróbicos, exercício de flexibilidade e resistência muscular
(15-20 repetições), coordenação motora e equilíbrio
Simultaneamente houve Estimulação Cognitiva:
Atenção, memória: reconhecimento de objetos, cálculos simples
Duração: 6 meses
Resultados: Menos Deterioro Cognitivo
34. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Neuroestimulación eléctrica transcutánea (TENS) para la demencia
(COCHRANE)
Cameron M, Lonergan E, Lee H, 2008
TENS: Coluna/cabeça pode melhorar a Cognição e a Conduta
Pode aliviar Trastornos do Sono
Altera a atividade de diversos neurotransmissores
Aumenta a Atividade Cerebral
Atrasa a Degeneração Neural
Estimula Processos Regenerativos
Dados insuficientes p/ determinar a eficácia da TENS na Demência
35. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Programas de actividad física para pacientes con demencia (COCRHANE)
Forbes Dorothy et at, 2008
Existem algumas provas de que a AF atrasa o início da Demência
Reduz o risco em 30-50% (3-6 anos depois)
Desacelera o Déficit Cognitivo
Necessidade (+) estudos: tipo de exercício, frequência, duração
*Estudos experimentais de melhor qualidade científica
Estudos em modelos animais indicam que a AF tem potencial de atenuar a
fisiopatologia da Demência
Regulação positiva dos fatores de crescimento, ↑ da neurogênese
36. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Musicoterapia para personas con demencia (COCRHANE)
Vink AC, Birks JS, Bruinsma MS, Scholten RJS, 2004
5 estudos encontraram que a Musicoterapia é beneficiosa
Qualidade Metodológica dos estudos generalmente Deficiente
Não se podem estabelecer conclusões úteis
Escutar música foi mais eficaz que o controle ou nenhuma intervenção
Leitura, sessões de conversação
Menos comportamentos agressivos, agitação
Habilidades de linguagem (conteúdo da fala e fluidez)
Mais felizes e mais alertas
37. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
Actividad física y optimización del estado físico para mejorar la función
cognitiva en personas mayores sin deterioro cognitivo comprobado
(COCRHANE)
Angevaren M, Aufdemkampe G, Verhaar HJJ, Aleman A , Vanhees Luc, 2008
8 de 11 estudos: exercícios aeróbicos resultaram melhora o estado
cardiorrespiratório – aumento do VO2máx. de aprox. 14%
Coincidiu com as melhorias:
Capacidade Cognitiva
Função motora
Velocidad cognitiva: Atenção auditiva e visual
38. FAMILIAR/CUIDADOR
ORIENTAR O CUIDADOR
BANHO: estresse, medo – resistência ou esquecimento
Rotina
Preparar objetos
Temperatura da água
Inspecionar a pele
Segurança: barras, antiderrapantes e cadeiras
Máximo de independência
Evitar confrontos e discussões
39. FAMILIAR/CUIDADOR
VESTUÁRIO
Muitos botões, cintos e fivelas
Máximo de Independência
Evitar quedas
Fase Avançada – incontinência urinária e fecal
Rotina: horários p/ banheiro
Luz acesa a noite
Fraldas geriátricas: *molhadas
Não restringir líquidos