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A AAVALIAÇÃO DDA CCOMPOSIÇÃO CCORPORAL -- AA MMEEDDIIÇÇÃÃOO DDEE PPRREEGGAASS
AADDIIPPOOSSAASS CCOOMMOO TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA AA AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO CCOORRPPOORRAALL
técnico
RESUMO
Com o nosso trabalho, pretendemos
elaborar um documento de pesqui-
sa e apoio, assim como de orien-
tação para futuros “avaliadores”
da Composição corporal, através
da Antropometria e mais concreta-
mente, através da medição de pre-
gas adiposas.
Isto surge porque a análise deta-
lhada da composição corporal per-
mite a quantificação de grande varie-
dade de componentes corporais e
torna-se de extrema importância
pois permite determinar a quanti-
dade total e regional de gordura
corporal (Fragoso e Vieira, 2000).
Existem várias técnicas para a
avaliação da mesma Composição
Corporal, desde técnica directas,
técnicas indirectas e técnicas dupla-
mente indirectas. Logicamente, as
técnicas directas são mais precisas,
mas infelizmente são as mais dis-
pendiosas e morosas, pelo que se
tornam de difícil execução. Assim,
torna-se bastante importante a
existência das outras técnicas que
são bem mais acessíveis, como é o
caso da Antropometria e a medição
de pregas adiposas. No entanto,
mesmo nesta técnica existem cui-
dados e procedimentos, tais como
o tipo de instrumento utilizado, os
locais de medição, etc., que devem
ser tidos em conta, de forma a
minimizar erros de medida.
ABSTRACT
With our work, we intend to elabo-
rate a document of research and
support, as well as of orientation for
future “appraisers” of the Body
Composition, through the Anthro-
pometry and more concretely, the
measurement of Skinfolds.
This arise because the detailed ana-
lysis of the Body Composition allows
the quantification of many body
components and becomes of extre-
me importance therefore allows to
determine the total and regional
amount of body fat (Fragoso and
Vieira, 2000).
Exists several techniques for the
evaluation of the same Body Com-
position, since direct technique,
indirect techniques and doubly indi-
rect techniques. Logically, the direct
techniques are more exactly, but
unhappyly they are expensive and
slow, for that, they become of diffi-
cult execution.
Thus, the existence of the other
techniques becomes very important
because are more accessible, as it
is the case of the Anthropometry
and the measurement of Skinfolds.
However, even in this technique
exists very cares and procedures,
such as the type of used instru-
ment, the places of measurement,
etc., that must be had in account,
to minimize measure errors.
AUTORES
Francisco Gonçalves1
Paulo Mourão2
1
Licenciado e Doutorando em Educação Física
e Desporto pela Universidade de Trás-os-
-Montes e Alto Douro
2
Licenciado em Educação Física pelo ISMAI
e Mestre em Ciências do Desporto pela
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
A AAVALIAÇÃO DDA CCOMPOSIÇÃO
CORPORAL -- AA MMEEDDIIÇÇÃÃOO DDEE PPRREEGGAASS
AADDIIPPOOSSAASS CCOOMMOO TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA AA
AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO CCOORRPPOORRAALL
4(4): 113-21
PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEE
composição corporal;
antropometria; pregas adiposas.
KKEEYYWWOORRDDSS
body composition;
anthropomety; skinfold.
data de submissão
AAbbrriill 22000077
data de aceitação
JJuunnhhoo 22000077
14|
15|
1. INTRODUÇÃO
A composição corporal é a propor-
ção entre os diferentes compo-
nentes corporais e a massa cor-
poral total, sendo normalmente
expressa pelas percentagens de
gordura e de massa magra. Pela
avaliação da composição corporal,
podemos, além de determinar os
componentes do corpo humano
de forma quantitativa, utilizar os
dados obtidos para detectar o grau
de desenvolvimento e crescimento
de crianças e jovens e o estado dos
componentes corporais de adultos e
idosos (Heyward e Stolarczyk, 2000).
A sua análise detalhada permite a
quantificação de grande variedade
de componentes corporais e torna-
-se de extrema importância porque
permite determinar a quantidade
total e regional de gordura cor-
poral (Fragoso e Vieira, 2000).
É neste sentido, que a avaliação
da Composição Corporal se revela
como extraordinariamente impor-
tante. Existem várias formas de o
fazer, no entanto, as mais precisas
são bastante dispendiosas e moro-
sas. Porém, existem formas indi-
rectas de calcular a Composição
Corporal, que são mais acessíveis
a todos os níveis. Uma dessas
formas é a Antropometria. No nosso
trabalho, centramo-nos e aprofun-
damos uma técnica antropomé-
trica para o cálculo da Composição
Corporal, que é a Medição de Pre-
gas Adiposas.
Assim, no nosso trabalho, começa-
mos por descrever o que é a Com-
posição Corporal, referindo a im-
portância da avaliação da mesma.
Seguidamente, iremos referir algu-
mas formas de medição e avaliação
da mesma, até chegarmos à Me-
dição de Pregas Adiposas, onde
iremos abordar entre outros, as
fontes de erro de medida, a técnica
de medição e os locais de medição
padronizados.
Desta forma, esperamos que o
nosso trabalho sirva de linha de
orientação a futuros “avaliadores”
da composição corporal, através
da antropometria e mais concre-
tamente, através da medição de
pregas adiposas.
2. REVISÃO
DA LITERATURA
2.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL
Segundo em Heyward e Stolarczyk
(2000), a Antropometria tem sido
utilizada para avaliar o tamanho
e as proporções dos segmentos
corporais, através da medição de
circunferências e comprimento dos
segmentos corporais. Por volta de
1915, a espessura do tecido adiposo
subcutâneo foi medida utilizando-
-se o método das pregas adiposas.
Nos anos 60 e 70, essas medidas
foram utilizadas para desenvolver
várias equações antropométricas
para predizer a densidade corporal
total e a gordura corporal.
Um outro método de avaliação da
composição corporal aplicável em
ambientes de campo e clínico é a
análise da Bioimpedância. Esta
técnica foi iniciou-se no início dos
anos 60, e é um método que avalia
essencialmente a quantidade de
água total no organismo, através
da aplicação de uma corrente eléc-
trica, baseando-se no princípio de
que só as substâncias ionizadas
têm, de conduzir corrente eléctrica.
Caracteriza-se por ser um método
rápido e não invasivo, porém é mais
caro que o método das pregas
adiposas e antropométrico. De acor-
do com Fragoso e Vieira (2000)
existe ainda a densitometria radio-
lógica de dupla energia, sendo um
método não invasivo que se utiliza
para medir o conteúdo mineral
ósseo, a quantidade de gordura
corporal e a quantidade de massa
isenta de gordura feita através
da quantificação da quantidade de
feixe de raio-x que é retardado ao
atravessar aquelas superfícies.
Actualmente, e segundo Heyward e
Stolarczyk (2000), a composição
corporal é a proporção entre os
diferentes componentes corporais
e a massa corporal total, sendo
normalmente expressa pelas per-
centagens de gordura e de massa
magra. Pela avaliação da compo-
sição corporal, podemos, além de
determinar os componentes do
corpo humano de forma quantita-
tiva, utilizar os dados obtidos para
detectar o grau de desenvolvimento
e crescimento de crianças e jovens
e o estado dos componentes cor-
porais de adultos e idosos.
Segundo Fragoso e Vieira (2000),
quando falamos em composição
corporal referimo-nos ao estudo de
diferentes componentes químicos
do corpo humano. A sua análise
detalhada permite a quantificação
de grande variedade de componen-
tes corporais, tais como a água, as
proteínas, a gordura, os hidratos
de carbono, os minerais, etc., ape-
sar das proporções corporais rela-
tivas destes componentes serem
idênticas em todos os indivíduos,
sendo o maior constituinte corporal
a água, seguindo-se as proteínas
e as gorduras, os hidratos de car-
bono, os minerais e os outros com-
ponentes, a quantidade de cada
constituinte corporal varia de
indivíduo para indivíduo.
2.1.1. IMPORTÂNCIA DA MEDIÇÃO
DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Em termos de condição física,
torna-se primordial a medição da
composição corporal, porque esta
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
t
avalia a quantidade total e regional
de gordura corporal. Segundo Hey-
ward e Stolarczyk (2000), podemos
utilizar a composição corporal para:
- Identificar riscos de saúde asso-
ciados a níveis excessivamente
altos ou baixos de gordura cor-
poral total;
- Identificar riscos de saúde asso-
ciados ao acumulo excessivo de
gordura intra-abdominal;
- Proporcionar a percepção sobre
os riscos de saúde associados à
falta ou ao excesso de gordura
corporal;
- Monitorizar mudanças na com-
posição corporal associadas a
certas doenças;
- Avaliar a eficiência das interven-
ções nutricionais e de exercícios
físicos na alteração da composi-
ção corporal;
- Estimar o peso corporal ideal de
atletas e não atletas;
- Formular recomendações dietéti-
cas e prescrições de exercícios
físicos;
- Monitorizar mudanças na com-
posição corporal associadas ao
crescimento, desenvolvimento,
maturação e idade.
Katch e McArdle (1983), demons-
traram que a percentagem de gor-
dura corporal (avaliada através
das pregas adiposas) de rapazes
e raparigas, em idades compreen-
didas entre 5 a 18 anos, estava
correlacionada com factores de
risco de doença coronária (pressão
sanguínea, colesterol total e pro-
porção das lipoprotaínas) em crian-
ças e adolescentes. Este, pode ser
um dos factores que levam a que a
avaliação da composição corporal,
deva ser incluída no currículo de
Educação Física (Heyward e
Stolarczyk, 2000).
2.1.2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Existem várias técnicas para a
determinação da composição cor-
poral, chamando-se a estas méto-
dos. Estes procedimentos podem-
-se classificar em (Pontes, 2003):
2.1.2.1. MÉTODO DIRECTO
É aquele em que há separação e
pesagem de cada um dos compo-
nentes corporais isoladamente.
De acordo com Costa (2001), a
dissecação de cadáveres é a única
metodologia considerada directa.
Neste método procede-se à sepa-
ração dos diversos componentes
estruturais do corpo humano, com
o intuito de verificar a sua massa
isoladamente e estabelecer relações
entre os diversos componentes e a
massa corporal total. Desta forma,
podemos perceber a razão pela
qual há tão poucos estudos tendo
como base este método, pois é uma
metodologia de difícil consecução.
2.1.2.2. MÉTODOS INDIRECTOS
São aqueles em que não há mani-
pulação dos componentes sepa-
rados, mas utilizam-se princípios
químicos e físicos que visam a
extrapolação das quantidades
de gordura e de massa magra;
Estes métodos são aqueles em que
não há manipulação dos compo-
nentes separados, pois realizam as
estimativas a partir de princípios
químicos e físicos com base na
extrapolação das quantidades de
gordura e de massa magra.
Entre os métodos indirectos, a
Pesagem Hidrostática tem sido
considerada como referência para a
validação de métodos duplamente
indirectos. Esta baseia-se no Prin-
cípio de Arquimedes segundo o qual
“todo o corpo mergulhado num
fluido (líquido ou gás) sofre, por
parte do fluido, uma força vertical
para cima, cuja intensidade é igual
ao peso do fluido deslocado pelo
corpo”. A Pesagem Hidrostática
define o volume corporal pelo cál-
culo da diferença entre a massa
corporal aferida normalmente e a
medição do corpo submerso em
água. Na Pesagem Hidrostática,
primeiro verifica-se a massa do
indivíduo fora de água, e seguida-
mente dentro de água. Na pesagem
dentro de água, o indivíduo deve
realizar uma expiração máxima,
visando eliminar a maior quanti-
dade de ar possível dos pulmões.
Como este procedimento envolve
adaptação ao meio líquido, são
realizadas de 8 a 12 pesagens sub-
mersas, apresentando, na fórmula
a média das três maiores medidas.
Outro dos métodos indirectos que
tem sido utilizado para validação
dos métodos duplamente indirectos
é a Densitometria Radiológica
de Dupla Energia. Este método é
considerado como uma técnica
avançada para avaliar a composi-
ção corporal (Costa, 2001).
Segundo Fragoso e Vieira (2000)
este método é um método não
invasivo que se utiliza para medir o
conteúdo mineral ósseo, a quanti-
dade de gordura corporal e a quan-
tidade de massa livre de gordura.
O princípio básico em que se fun-
damenta é o de que, o osso e os
tecidos moles do corpo podem ser
atravessados, até uma profundi-
dade de 30 cm, por feixes de raio-x
com energias diferentes, emitidos
alternadamente, sendo a predição
do conteúdo mineral ósseo, da mas-
sa gorda e da massa livre de gor-
dura feita através da quantificação
da quantidade de feixe de raio-x
que é retardado ao atravessar
aquelas superfícies.
RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee
da Fundação Técnica e Científica do Desporto
16|
17|
2.1.2.3. MÉTODOS
DUPLAMENTE INDIRECTOS
São aqueles que surgem a partir
dos métodos indirectos e que se
encontram devidamente validados.
Os procedimentos duplamente indi-
rectos podem ser validados por um
método indirecto, mais frequente-
mente a Pesagem Hidrostática e a
Densitometria Radiológica de Dupla
Energia, sendo que os mais utili-
zados em estudos de campo são,
nos dias de hoje, a Bioimpedância
e a Antropometria.
A análise de impedância bioeléc-
trica (Bioimpedância) é um método
rápido, não-invasivo e relativamente
barato para avaliar a composição
corporal em situações de campo e
clínicas. Uma corrente eléctrica de
baixo nível é passada através do
corpo do indivíduo e a impedância,
ou oposição ao fluxo da corrente,
é medida com um analisador de
Bioimpedância. A resistência ao
fluxo da corrente será maior em
indivíduos com grande quantidade
de gordura corporal, dado que o
tecido adiposo é mau condutor de
corrente eléctrica pela sua relativa
baixa quantidade de água. Existe
uma forte relação entre as medi-
das de impedância total do corpo
e água corporal total, por este
motivo sugere-se que o método de
Bioimpedância seja uma ferramen-
ta valiosa para a análise da compo-
sição corporal e avaliação da água
corporal total no ambiente clínico
(Heyward e Stolarczyk, 2000).
No entanto, para a avaliação clíni-
ca ou para o estudo de grandes
grupos populacionais surgem diver-
sas dificuldades com a utilização
de técnicas indirectas. Como tal,
surgem alternativas para minimizar
essas mesmas dificuldades. Uma
das alternativas mais comuns é o
uso de algumas técnicas baseadas
na utilização de medidas antropo-
métricas. Estas técnicas incluem
proporções massa – estatura, pe-
rímetros corporais e medidas de
pregas adiposas.
2.2. ANTROPOMETRIA
De acordo com Costa (2001), devi-
do ao baixo custo operacional e à
relativa simplicidade de utilização,
os métodos antropométricos são
aplicáveis a grandes amostras e
podem proporcionar estimativas
nacionais e dados para análise de
mudanças.
A predição da composição corporal
através da Antropometria utiliza
medidas relativamente simples co-
mo massa, estatura, perímetros,
diâmetros ósseos e espessura das
pregas adiposas. Quando o objectivo
é estimar somente a percentagem de
gordura corporal, as medidas mais
utilizadas são as pregas adiposas.
A Antropometria pode ser usada
para identificar indivíduos em risco
de doença, sendo indicada para
pesquisas epidemiológicas de larga
escala e propósitos clínicos (Nobre,
1995). As medidas de perímetros e
diâmetros ósseos são indicadores
de massa corporal magra, enquan-
to que, alguns perímetros são
altamente associados à componen-
te de gordura. Isso confirma que as
medidas de circunferência reflectem
tanto a gordura, quanto a massa
livre de gordura da composição
corporal.
Com base em Heyward e Stolarczyk
(2000), a exactidão e a fidelidade das
medidas antropométricas podem
ser afectadas por:
- Equipamento;
- Habilidade do Avaliador;
- Factores Individuais;
- Equação de predição utilizada.
Um outro método de avaliação da
composição corporal é o Índice de
Massa Corporal. Este método é
definido pela proporção do peso do
corpo para altura ao quadrado
(Heyward e Stolarczyk, 2000). O
Índice de Massa Corporal é um
método de grande importância prá-
tica e mostra uma boa correlação
com a mortalidade e morbilidade
gerais e com a mortalidade e mor-
bilidade relacionadas com diversas
patologias.
Uma outra medida antropométrica
com potencial para prognosticar a
distribuição de gordura e risco de
doença. O Índice de Conicidade é
baseado na ideia de que o corpo
humano muda de formato de um
cilindro para o de um cone duplo,
com o acumulo de gordura ao
redor da cintura.
2.2.1. PREGAS ADIPOSAS
A medição das pregas adiposas,
também denominadas pregas de
gordura subcutânea ou skinfold,
constitui um dos métodos de ava-
liação da gordura corporal mais
utilizados, pela facilidade de utiliza-
ção, baixo custo e pela sua grande
correlação com a gordura corporal
total (Fragoso e Vieira, 1994).
Esta metodologia baseia-se no
facto de cerca de 50% da gordura
corporal total estar localizada sub-
cutaneamente, constituindo aquilo
que se designa por massa adiposa
subcutânea ou panículo adiposo.
Em virtude da espessura da pele re-
presentar apenas cerca de 1,8 mm,
a maioria da espessura da prega é
representativa de gordura subcu-
tânea (Moreira, 1995).
Pesquisas demonstram que a gor-
dura subcutânea, avaliada pelo
método das pregas adiposas em
doze locais, é similar ao valor
obtido nas imagens de ressonância
magnética (Heyward Stolarczyk,
2000).
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
t
A medição das pregas adiposas
possui uma elevada correlação com
os outros meios mais sofisticados
de avaliação da composição corpo-
ral. Para além disto, constitui uma
alternativa simples, menos dispen-
diosa e precisa (Moreira, 1995).
Para Ferreira (1998), a espessura
das pregas subcutâneas quer no
braço (tricipital) quer no tronco
(subescapular), permitem uma
avaliação mais específica para
a obesidade ou sobrecarga pon-
deral, do que a utilização isolada
do Índice de Massa Corporal.
2.2.1.1. FONTES DE ERRO DE MEDIDA
Para Heyward e Stolarczyk (2000),
a exactidão teórica das equações
de pregas adiposas para predizer
a Densidade Corporal é 0,0075
g/cm3
ou 3,3 Gordura Corporal
devido à variabilidade biológica
em estimar a gordura subcutânea
através da espessura das pregas
adiposas e diferenças inter-indi-
viduais na relação entre a gordura
subcutânea e a gordura corporal
total. Portanto, erros de predição
≤3,5% Gordura Corporal ou
≤0,0080 g/cm3
para equações de
pregas adiposas são aceitáveis,
porque uma parte desse erro é
atribuída ao método de referência.
Na estimativa da Gordura Corporal,
a validade e fiabilidade das medidas
e do método das pregas adiposas
são afectadas pelos seguintes fac-
tores: (Heyward Stolarczyk, 2000):
- Habilidade do avaliador;
- Aproximadamente 3 a 9% da va-
riabilidade em medidas de pregas
adiposas podem ser atribuída a
erro de medida devido a dife-
renças entre avaliadores. Para
que a diferença seja a menor
possível, é necessário que haja
uma padronização dos procedi-
mentos do teste (marcação do
local da prega e bom conhecimen-
to das localizações anatómicas).
- Tipo do adipómetro:
- As pregas de adiposidade subcu-
tânea são medidas através de
um instrumento designado de
adipómetro, cujas normas de
construção estão padronizadas.
De entre os mais utilizados,
destacam-se os adipómetros de
Lange e de Harpenden. Contudo,
face ao seu custo elevado custo,
têm aparecido no mercado adipó-
metros fabricados em material
plástico, mais baratos, mais leves
e cuja a precisão de medida tem
merecido uma atenção crescen-
te por parte dos seus fabri-
cantes à semelhança do que
acon-tece com o adipómetro
de Slimguide. Seja qual for o tipo
de adipómetro utilizado, é impor-
tante ter em atenção que os
mesmos são susceptíveis de
conduzirem a diferentes resulta-
dos, contudo, todos eles devem
exercer um a pressão constante
de 10 g/mm2
sobre a pele e per-
mitirem leituras até às décimas
de milímetro. De salientar que
o adipómetro utilizado ao longo
do estudo deve ser sempre o
mesmo. (Heyward e Stolarczyk,
2000; Claessens, Beunen e Ma-
lina, s/d).
- Factores individuais:
- A variabilidade em medidas das
pregas adiposas entre indivíduos
pode ser atribuída não apenas
à diferença na quantidade de
gordura subcutânea no local,
mas à diferença na espessura
da pele, compressibilidade do
tecido adiposo, manuseio e nível
de hidratação. Para tal é neces-
sário ter alguns cuidados. Assim,
as pregas adiposas não devem
ser medidas:
- Imediatamente após o exer-
cício, devido à mudança dos
fluidos corporais para a pele
tender a aumentar o tamanho
prega;
- Nas mulheres, durante período
menstrual, devido à retenção
de água que aumenta a espes-
sura da prega;
- Dos dois lados (direito/esquer-
do). Ainda não existe um padrão
sobre qual o lado do corpo, em
que as medidas antropomé-
tricas devem ser medidas. Se-
gundo Harrisson et al. (1988),
estas devem ser medidas do
lado direito do corpo.
- Equação de predição utilizada:
- As equações de predição devem
ser seleccionadas baseadas na
idade, sexo, etnia e nível de
actividade física.
2.2.1.2. TÉCNICA DE MEDIÇÃO
Para se desenvolver a habilidade
como avaliador de pregas adipo-
sas, é necessário muito tempo e
prática. Seguir procedimentos pa-
dronizados aumenta a exactidão e
fidelidade das medidas (Harrisson
et al., 1988; Heyward e Stolarczyk,
2000; Claessens, Beunen e Malina,
s/d).
RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee
da Fundação Técnica e Científica do Desporto
FFIIGGUURRAA1
Adipómetros de alta precisão e de
plástico (Heyward e Stolarczyk, 2000).
18|
19|
Segundo Moreira (1995), a técni-
ca de medição deve respeitar os
seguintes procedimentos:
- Efectuar todas as medidas das
pregas adiposas do lado direito
do corpo;
- A temperatura ambiente deve
situar-se entre os 18 e os 22ºC
e a humidade deve ser inferior a
60%;
- Cuidadosamente identificar, me-
dir e marcar o local das pregas
adiposas, especialmente tratan-
do-se de um avaliador inexperiente;
- Para a medição, é preciso definir-
-se o eixo maior da prega e esta
deve ser segura, firmemente,
entre o polegar e o indicador da
mão esquerda. A prega é desta-
cada 1 cm acima do local a ser
medido;
- Destacar a prega, colocando o
polegar e o indicador a uma dis-
tância de 8 cm, numa linha per-
pendicular ao eixo longo da prega.
É nas extremidades destes 8 cm
(4+4) que a elevação da prega vai
ser realizada. O eixo longo é para-
lelo em relação às linhas naturais
da pele. Entretanto, para indiví-
duos com pregas adiposas extre-
mamente grandes, o polegar e o
indicador necessitam de separar
mais de 8 cm para que se consiga
destacá-la;
- Manter a prega pressionada en-
quanto a medida é realizada;
- Colocar as hastes do adipómetro
perpendiculares à prega, aproxi-
madamente 1 cm abaixo do pole-
gar e do indicador, e soltar a pres-
são das hastes lentamente;
- Efectuar as medições das pregas
adiposas 4 segundos após a
pressão ter sido aplicada para
haver estabilização do ponteiro
do adipómetro;
- Afastar as hastes do adipómetro
para removê-lo do local. Fechar as
hastes lentamente para prevenir
danos ou perda da calibragem.
medir a distância e no momento de
marcar o local com uma caneta;
- Ler o mostrador do adipómetro
ao 0,1 mm mais próximo (Harpen-
den ou Holtain), 0,5 mm (Lange)
ou 1 mm (adipómetros plásticos);
- Efectuar no mínimo de duas
medidas para cada local. Se os
valores diferem em mais de +/-
10%, efectuar medidas adicionais;
- Efectuar medidas de pregas adi-
posas numa ordem rotativa, em
vez de leituras consecutivas em
cada local;
- Efectuar medidas das pregas adi-
posas, quando a pele do indivíduo
estiver seca e sem cremes;
- Praticar as medidas de pregas
adiposas em 50 a 100 indivíduos;
- Evitar usar adipómetros plásti-
cos no caso de se tratar de um
avaliador inexperiente;
- Treinar com avaliadores experien-
tes e comparar seus resultados;
- Usar um vídeo sobre medidas de
pregas adiposas que demonstre
a técnica correcta;
- Procurar treino adicional.
Após a marcação dos pontos de
referência, Bubb (1986), refere que
o procedimento mais adequado é
realizar sucessivamente a medição
dos vários skinfolds (pregas adi-
posas) por 2 ou 3 vezes, confron-
tando-se então os resultados obti-
dos. Para Jackson (1984), devem
ser efectuadas no mínimo 2 me-
dições em cada local e, no caso
destas variarem em mais de 1 mm,
efectuar então uma terceira me-
dição. Se os valores obtidos se
forem tornando mais pequenos
nas sucessivas medições, então
isso é indicativo de que a gordura
já está a ser comprimida, o que
aliás é muito frequente em pessoas
com muito tecido muscular.
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
FFIIGGUURRAA2
Anatomia de uma prega adiposa
(adaptado de Heyward e Stolarczyk, 1996).
Músculo
Osso
Gordura
Pele
FFIIGGUURRAA3
Representação esquemática da marcação
do local de medição.
Ponto
Antropo-
métrico
1cm 1cm
4cm
Eixo maior
da prega
Para aumentar a habilidade do
avaliador de pregas adiposas há
aspectos que devem ser levados
em conta, como por exemplo:
- Ser meticuloso ao localizar os
pontos anatómicos usados para
identificar o local da prega, ao
t
O indivíduo que é alvo da medição
deve estar em posição antropo-
métrica, caracterizada do seguinte
modo (Moreira, 1995):
- Posição vertical com braços pen-
dentes ao lado do tronco e pal-
mas das mãos em contacto com
a face lateral das coxas (Fragoso
e Vieira, 2000), as palmas das
mãos do indivíduo devem estar
voltadas para a frente, com os
polegares voltados para fora e os
restantes dedos para baixo;
- A cabeça deve estar no plano
de Frankfurt, que pode ser de-
terminado adoptando os seguin-
tes procedimentos:
- Localizar o ponto Orbitale, loca-
lizado na margem inferior da
cavidade orbitaria;
- Localizar o ponto Tragion, situa-
do ao nível do pavilhão auricular,
por cima do osso;
- Considerar uma linha imaginária
unindo os dois pontos definidos
anteriormente. Essa linha ima-
ginária corresponde, de forma
quase exacta, ao eixo do olhar
quando o indivíduo tem os seus
olhos dirigidos para a frente.
- O indivíduo deve estar descalço,
com os calcanhares unidos, for-
mando um ângulo de 60o
entre si
e os dedos dos pés devem apontar
para a frente.
2.2.1.3. LOCAIS DE MEDIÇÃO
DAS PREGAS ADIPOSAS
Os locais de medição estão devi-
damente normalizados e mesmo
pequenas modificações na sua
determinação são susceptíveis de
alterar os resultados obtidos de
uma forma significativa (Harrisson
et al. 1988).
RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee
da Fundação Técnica e Científica do Desporto
SUBESCAPULAR
Oblíqua
(de cima para baixo
e de fora para den-
tro, cerca de 450
)
Linha de cliva-
gem natural da
pele junto ao
ângulo inferior
da omoplata
DDiirreeccççããoo
ddaa pprreeggaa
PPoonnttooss ddee
rreeffeerrêênncciiaa
MMeeddiiççããoo ddaa
PPrreeggaa AAddiippoossaa
CCoollooccaaççããoo ddoo
aaddiippóómmeettrroo
NNoommee
ddaa pprreeggaa
QQUUAADDRROO1 (CONT.)
Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995).
Posição
antropométrica
Costas voltadas
para o avaliador
(prega na parte
posterior do tronco)
1 cm por baixo
dos dedos
indicador e po-
legar esquerdos
do avaliador
SSuubbeessccaappuullaarr
PEITORAL
Oblíqua
(de cima para
baixo e de fora
para dentro)
Prega axilar
anterior
mamilo
MMaassccuulliinnoo - meia
distância entre a
prega axilar ante-
rior e o mamilo;
FFeemmiinniinnoo - 2/3
da distância
do mamilo
1 cm por baixo
dos dedos
indicador e po-
legar esquerdos
do avaliador
PPeeiittoorraall
MIDAXILAR
Horizontal Linha midaxilar
Apófise xifoide
do externo
Sobre a linha
midaxilar na
junção do alinha-
mento desta
coma apófise
xifoide do externo
1 cm à frente
dos dedos
indicador e po-
legar esquerdos
do avaliador
AAxxiillaarr mmééddiiaa
SUPRAILIACA
Oblíqua
(de cima para
baixo e de fora
para dentro)
Linha midaxilar
Bordo superior
da crista ilíaca
2 cm de distância
da linha midaxilar
sobre a crista ilía-
ca, seguindo a cli-
vagem natural da
pele e formando
um ângulo de 450
com a horizontal
1 cm à frente
dos dedos
indicador e po-
legar esquerdos
do avaliador
SSuupprraa--iillííaaccaa
20|
21|
Fragoso e Vieira (2000), defendem
que a prega tricipital é a mais útil
para avaliar a percentagem global
de gordura corporal e obesidade
periférica, enquanto a prega sub-
escapular avalia perfeitamente a
gordura no tronco. Neste contexto
o quociente entre ambas é um bom
indicador do predomínio da obesi-
dade em uma ou outra localização.
Um quociente elevado indica a exis-
tência de uma obesidade central,
que se correlaciona mais estreita-
mente com as alterações dos lí-
pidos plasmáticos, arteriosclerose,
patologias cardiovasculares e hiper-
tensão.
3. CONCLUSÕES
Ao longo deste trabalho, procura-
mos focar a importância da ava-
liação morfológica bem como as
diversas formas de o fazer. Cen-
tramos o nossa investigação nu-
ma das diversas formas de medir
e avaliar a Composição corporal,
que foi a avaliação antropométri-
ca, mais concretamente através da
medição de pregas adiposas.
Focamo-nos nesta área específica
pela extrema facilidade e utilidade,
relativamente às outras técnicas.
Esta forma de medição, sendo mais
acessível e de mais fácil aplicação,
torna-se num instrumento muito
utilizado.
Desta forma, esperamos que o
nosso trabalho sirva de linha de
orientação a futuros “avaliadores”
da composição corporal, através
da antropometria e mais concre-
tamente, através da medição de
pregas adiposas.
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
ABDOMINAL
Vertical ou
horizontal
Umbigo
DDiirreeccççããoo
ddaa pprreeggaa
PPoonnttooss ddee
rreeffeerrêênncciiaa
MMeeddiiççããoo ddaa
PPrreeggaa AAddiippoossaa
CCoollooccaaççããoo ddoo
aaddiippóómmeettrroo
NNoommee
ddaa pprreeggaa
QQUUAADDRROO1 (CONT.)
Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995).
5 cm de distância
do centro
do umbigo e do
lado do mesmo
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
AAbbddoommiinnaall
TRICIPITAL
Vertical Processo acro-
mial da omoplata
Processo olecrâ-
niano do rádio
Na parte poste-
rior do braço a
1/2 distância
entre o processo
acromial e o pro-
cesso olecrâniano
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
TTrriicceeppss
BICIPITAL
Vertical Músculo
bicípide
Zona de maior vo-
lume do músculo
bicipede a meia
distância entre
processo acro-
mial e o processo
olecrâniano
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
CRURAL
Vertical Dobra inguinal
Bordo próximal
da rótula
Anterior da coxa,
a meia distância
entre a prega
inguinal e o bordo
próximal da rótula
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
BBiicceeppss
ANTEBRAÇO
Vertical Parte posterior
do antebraço
Máxima circun-
ferência do ante-
braço, com o
membro superior
em total extensão
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
CCooxxaa
t
4. CORRESPONDÊNCIA
Francisco Gonçalves
Travessa Comendador Seabra da
Silva, n.º 226
3720-297 Oliveira de Azeméis
E-mail: franciscojmg@gmail.com
xicoze7@hotmail.com
Tlms: 917 668 858
966 833 562
Tlf: 256 285 335
5. REFERÊNCIAS
1. Bubb WJ (1986). Relative Lean-
ness. In Howley ET, Franks BD
(Eds). Health/Fitness Instructor’s
Handbook. (pp. 51-79). Champaign,
Illinois: Human Kinetics Publishers.
2. Claessens AL, Beunen G &
Malina RM (s/d). Anthropometry,
Physique, Body Composition and
Maturity. Paediatric Exercise Scien-
ce and Medicine, 11-22.
3. Costa R (2001). Composição cor-
poral - Teoria e Prática da Avalia-
ção. Editora Manole.
4. Ferreira I (1998). Sensibilidade
e Especificidade de Variáveis de
Aptidão Física e Composição Cor-
poral Como indicadores de Saúde
em Jovens dos 10 aos 15 Anos de
Idade. Tese não publicada, Uni-
versidade Técnica de Lisboa - Fa-
culdade de Motricidade Humana,
Lisboa, Portugal.
RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee
da Fundação Técnica e Científica do Desporto
GEMINAL
Vertical Face interna
da perna
DDiirreeccççããoo
ddaa pprreeggaa
PPoonnttooss ddee
rreeffeerrêênncciiaa
MMeeddiiççããoo ddaa
PPrreeggaa AAddiippoossaa
CCoollooccaaççããoo ddoo
aaddiippóómmeettrroo
NNoommee
ddaa pprreeggaa
QQUUAADDRROO1 (CONCLUSÃO)
Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995).
Máximo volume
geminal da face
interna da perna
1 cm distal dos
dedos polegar e
indicador esquer-
dos do avaliador
PPaannttuurrrriillhhaa
5. Fragoso I & Vieira F (2000).
Morfologia e Crescimento - Curso
Prático. Edições FMH.
6. Harrisson GG, Buskirk ER, Carter
JL, Johnston FE, Pollock ML, Roche
AF & Wilmore J (1988). Skinfold
thicknesses and measurement
technique. In Lohman T, Roche AF
& Martorell R (Eds). Anthropo-
metric Standardization Reference
Manual, (pp. 55-70). Champaign,
Illinois: Human Kinetics Books.
7. Heyward V & Stolarczyk L (1996)
Applied Body Composition Assess-
ment. Champaign, Illinois: Human
Kinetics Books.
8. Heyward V & Stolarczyk L (2000)
Avaliação da Composição Corporal
Aplicada. Editora Manole.
9. Jackson AS (1984). Pratical
Methods of Measuring Body Com-
position. In Storlie J, Jordan HA
(Eds). Evaluation and Treatment of
Obesity. (pp. 93-111). Champaign.
Illinois: Life and Enhancement Pu-
blications.
10. Katch F & McArdle W (1983).
Nutrição, Controlo de Peso e Exer-
cício. Editora Medsi.
11. Moreira MH (1995). Avaliação
das Pregas Adiposas. Prova de
Aptidão. Universidade de Trás-os-
-Montes e Alto Douro: Vila Real.
12. Nobre V (1995). Instrumentos,
Técnicas de Promoção, Avaliação e
Prescrição de Actividade Física de
Jovens e Adultos Aparentemente
Saudáveis. Tese não publicada,
Universidade Técnica de Lisboa -
Faculdade de Motricidade Humana,
Lisboa, Portugal.
13. Pontes S (2003). Caracterizar
o Estado de Aptidão Física e Com-
posição Corporal, em Dois Momen-
tos Diferenciados, em Raparigas
dos 10 aos 18 anos. Tese não pu-
blicada, Universidade Técnica de
Lisboa - Faculdade de Motricidade
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Avalacion corporal

  • 1. A AAVALIAÇÃO DDA CCOMPOSIÇÃO CCORPORAL -- AA MMEEDDIIÇÇÃÃOO DDEE PPRREEGGAASS AADDIIPPOOSSAASS CCOOMMOO TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA AA AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO CCOORRPPOORRAALL técnico RESUMO Com o nosso trabalho, pretendemos elaborar um documento de pesqui- sa e apoio, assim como de orien- tação para futuros “avaliadores” da Composição corporal, através da Antropometria e mais concreta- mente, através da medição de pre- gas adiposas. Isto surge porque a análise deta- lhada da composição corporal per- mite a quantificação de grande varie- dade de componentes corporais e torna-se de extrema importância pois permite determinar a quanti- dade total e regional de gordura corporal (Fragoso e Vieira, 2000). Existem várias técnicas para a avaliação da mesma Composição Corporal, desde técnica directas, técnicas indirectas e técnicas dupla- mente indirectas. Logicamente, as técnicas directas são mais precisas, mas infelizmente são as mais dis- pendiosas e morosas, pelo que se tornam de difícil execução. Assim, torna-se bastante importante a existência das outras técnicas que são bem mais acessíveis, como é o caso da Antropometria e a medição de pregas adiposas. No entanto, mesmo nesta técnica existem cui- dados e procedimentos, tais como o tipo de instrumento utilizado, os locais de medição, etc., que devem ser tidos em conta, de forma a minimizar erros de medida. ABSTRACT With our work, we intend to elabo- rate a document of research and support, as well as of orientation for future “appraisers” of the Body Composition, through the Anthro- pometry and more concretely, the measurement of Skinfolds. This arise because the detailed ana- lysis of the Body Composition allows the quantification of many body components and becomes of extre- me importance therefore allows to determine the total and regional amount of body fat (Fragoso and Vieira, 2000). Exists several techniques for the evaluation of the same Body Com- position, since direct technique, indirect techniques and doubly indi- rect techniques. Logically, the direct techniques are more exactly, but unhappyly they are expensive and slow, for that, they become of diffi- cult execution. Thus, the existence of the other techniques becomes very important because are more accessible, as it is the case of the Anthropometry and the measurement of Skinfolds. However, even in this technique exists very cares and procedures, such as the type of used instru- ment, the places of measurement, etc., that must be had in account, to minimize measure errors. AUTORES Francisco Gonçalves1 Paulo Mourão2 1 Licenciado e Doutorando em Educação Física e Desporto pela Universidade de Trás-os- -Montes e Alto Douro 2 Licenciado em Educação Física pelo ISMAI e Mestre em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro A AAVALIAÇÃO DDA CCOMPOSIÇÃO CORPORAL -- AA MMEEDDIIÇÇÃÃOO DDEE PPRREEGGAASS AADDIIPPOOSSAASS CCOOMMOO TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA AA AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO CCOORRPPOORRAALL 4(4): 113-21 PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEE composição corporal; antropometria; pregas adiposas. KKEEYYWWOORRDDSS body composition; anthropomety; skinfold. data de submissão AAbbrriill 22000077 data de aceitação JJuunnhhoo 22000077
  • 2. 14| 15| 1. INTRODUÇÃO A composição corporal é a propor- ção entre os diferentes compo- nentes corporais e a massa cor- poral total, sendo normalmente expressa pelas percentagens de gordura e de massa magra. Pela avaliação da composição corporal, podemos, além de determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar os dados obtidos para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens e o estado dos componentes corporais de adultos e idosos (Heyward e Stolarczyk, 2000). A sua análise detalhada permite a quantificação de grande variedade de componentes corporais e torna- -se de extrema importância porque permite determinar a quantidade total e regional de gordura cor- poral (Fragoso e Vieira, 2000). É neste sentido, que a avaliação da Composição Corporal se revela como extraordinariamente impor- tante. Existem várias formas de o fazer, no entanto, as mais precisas são bastante dispendiosas e moro- sas. Porém, existem formas indi- rectas de calcular a Composição Corporal, que são mais acessíveis a todos os níveis. Uma dessas formas é a Antropometria. No nosso trabalho, centramo-nos e aprofun- damos uma técnica antropomé- trica para o cálculo da Composição Corporal, que é a Medição de Pre- gas Adiposas. Assim, no nosso trabalho, começa- mos por descrever o que é a Com- posição Corporal, referindo a im- portância da avaliação da mesma. Seguidamente, iremos referir algu- mas formas de medição e avaliação da mesma, até chegarmos à Me- dição de Pregas Adiposas, onde iremos abordar entre outros, as fontes de erro de medida, a técnica de medição e os locais de medição padronizados. Desta forma, esperamos que o nosso trabalho sirva de linha de orientação a futuros “avaliadores” da composição corporal, através da antropometria e mais concre- tamente, através da medição de pregas adiposas. 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL Segundo em Heyward e Stolarczyk (2000), a Antropometria tem sido utilizada para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corporais, através da medição de circunferências e comprimento dos segmentos corporais. Por volta de 1915, a espessura do tecido adiposo subcutâneo foi medida utilizando- -se o método das pregas adiposas. Nos anos 60 e 70, essas medidas foram utilizadas para desenvolver várias equações antropométricas para predizer a densidade corporal total e a gordura corporal. Um outro método de avaliação da composição corporal aplicável em ambientes de campo e clínico é a análise da Bioimpedância. Esta técnica foi iniciou-se no início dos anos 60, e é um método que avalia essencialmente a quantidade de água total no organismo, através da aplicação de uma corrente eléc- trica, baseando-se no princípio de que só as substâncias ionizadas têm, de conduzir corrente eléctrica. Caracteriza-se por ser um método rápido e não invasivo, porém é mais caro que o método das pregas adiposas e antropométrico. De acor- do com Fragoso e Vieira (2000) existe ainda a densitometria radio- lógica de dupla energia, sendo um método não invasivo que se utiliza para medir o conteúdo mineral ósseo, a quantidade de gordura corporal e a quantidade de massa isenta de gordura feita através da quantificação da quantidade de feixe de raio-x que é retardado ao atravessar aquelas superfícies. Actualmente, e segundo Heyward e Stolarczyk (2000), a composição corporal é a proporção entre os diferentes componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa pelas per- centagens de gordura e de massa magra. Pela avaliação da compo- sição corporal, podemos, além de determinar os componentes do corpo humano de forma quantita- tiva, utilizar os dados obtidos para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens e o estado dos componentes cor- porais de adultos e idosos. Segundo Fragoso e Vieira (2000), quando falamos em composição corporal referimo-nos ao estudo de diferentes componentes químicos do corpo humano. A sua análise detalhada permite a quantificação de grande variedade de componen- tes corporais, tais como a água, as proteínas, a gordura, os hidratos de carbono, os minerais, etc., ape- sar das proporções corporais rela- tivas destes componentes serem idênticas em todos os indivíduos, sendo o maior constituinte corporal a água, seguindo-se as proteínas e as gorduras, os hidratos de car- bono, os minerais e os outros com- ponentes, a quantidade de cada constituinte corporal varia de indivíduo para indivíduo. 2.1.1. IMPORTÂNCIA DA MEDIÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Em termos de condição física, torna-se primordial a medição da composição corporal, porque esta investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
  • 3. t avalia a quantidade total e regional de gordura corporal. Segundo Hey- ward e Stolarczyk (2000), podemos utilizar a composição corporal para: - Identificar riscos de saúde asso- ciados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura cor- poral total; - Identificar riscos de saúde asso- ciados ao acumulo excessivo de gordura intra-abdominal; - Proporcionar a percepção sobre os riscos de saúde associados à falta ou ao excesso de gordura corporal; - Monitorizar mudanças na com- posição corporal associadas a certas doenças; - Avaliar a eficiência das interven- ções nutricionais e de exercícios físicos na alteração da composi- ção corporal; - Estimar o peso corporal ideal de atletas e não atletas; - Formular recomendações dietéti- cas e prescrições de exercícios físicos; - Monitorizar mudanças na com- posição corporal associadas ao crescimento, desenvolvimento, maturação e idade. Katch e McArdle (1983), demons- traram que a percentagem de gor- dura corporal (avaliada através das pregas adiposas) de rapazes e raparigas, em idades compreen- didas entre 5 a 18 anos, estava correlacionada com factores de risco de doença coronária (pressão sanguínea, colesterol total e pro- porção das lipoprotaínas) em crian- ças e adolescentes. Este, pode ser um dos factores que levam a que a avaliação da composição corporal, deva ser incluída no currículo de Educação Física (Heyward e Stolarczyk, 2000). 2.1.2. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Existem várias técnicas para a determinação da composição cor- poral, chamando-se a estas méto- dos. Estes procedimentos podem- -se classificar em (Pontes, 2003): 2.1.2.1. MÉTODO DIRECTO É aquele em que há separação e pesagem de cada um dos compo- nentes corporais isoladamente. De acordo com Costa (2001), a dissecação de cadáveres é a única metodologia considerada directa. Neste método procede-se à sepa- ração dos diversos componentes estruturais do corpo humano, com o intuito de verificar a sua massa isoladamente e estabelecer relações entre os diversos componentes e a massa corporal total. Desta forma, podemos perceber a razão pela qual há tão poucos estudos tendo como base este método, pois é uma metodologia de difícil consecução. 2.1.2.2. MÉTODOS INDIRECTOS São aqueles em que não há mani- pulação dos componentes sepa- rados, mas utilizam-se princípios químicos e físicos que visam a extrapolação das quantidades de gordura e de massa magra; Estes métodos são aqueles em que não há manipulação dos compo- nentes separados, pois realizam as estimativas a partir de princípios químicos e físicos com base na extrapolação das quantidades de gordura e de massa magra. Entre os métodos indirectos, a Pesagem Hidrostática tem sido considerada como referência para a validação de métodos duplamente indirectos. Esta baseia-se no Prin- cípio de Arquimedes segundo o qual “todo o corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”. A Pesagem Hidrostática define o volume corporal pelo cál- culo da diferença entre a massa corporal aferida normalmente e a medição do corpo submerso em água. Na Pesagem Hidrostática, primeiro verifica-se a massa do indivíduo fora de água, e seguida- mente dentro de água. Na pesagem dentro de água, o indivíduo deve realizar uma expiração máxima, visando eliminar a maior quanti- dade de ar possível dos pulmões. Como este procedimento envolve adaptação ao meio líquido, são realizadas de 8 a 12 pesagens sub- mersas, apresentando, na fórmula a média das três maiores medidas. Outro dos métodos indirectos que tem sido utilizado para validação dos métodos duplamente indirectos é a Densitometria Radiológica de Dupla Energia. Este método é considerado como uma técnica avançada para avaliar a composi- ção corporal (Costa, 2001). Segundo Fragoso e Vieira (2000) este método é um método não invasivo que se utiliza para medir o conteúdo mineral ósseo, a quanti- dade de gordura corporal e a quan- tidade de massa livre de gordura. O princípio básico em que se fun- damenta é o de que, o osso e os tecidos moles do corpo podem ser atravessados, até uma profundi- dade de 30 cm, por feixes de raio-x com energias diferentes, emitidos alternadamente, sendo a predição do conteúdo mineral ósseo, da mas- sa gorda e da massa livre de gor- dura feita através da quantificação da quantidade de feixe de raio-x que é retardado ao atravessar aquelas superfícies. RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee da Fundação Técnica e Científica do Desporto
  • 4. 16| 17| 2.1.2.3. MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRECTOS São aqueles que surgem a partir dos métodos indirectos e que se encontram devidamente validados. Os procedimentos duplamente indi- rectos podem ser validados por um método indirecto, mais frequente- mente a Pesagem Hidrostática e a Densitometria Radiológica de Dupla Energia, sendo que os mais utili- zados em estudos de campo são, nos dias de hoje, a Bioimpedância e a Antropometria. A análise de impedância bioeléc- trica (Bioimpedância) é um método rápido, não-invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal em situações de campo e clínicas. Uma corrente eléctrica de baixo nível é passada através do corpo do indivíduo e a impedância, ou oposição ao fluxo da corrente, é medida com um analisador de Bioimpedância. A resistência ao fluxo da corrente será maior em indivíduos com grande quantidade de gordura corporal, dado que o tecido adiposo é mau condutor de corrente eléctrica pela sua relativa baixa quantidade de água. Existe uma forte relação entre as medi- das de impedância total do corpo e água corporal total, por este motivo sugere-se que o método de Bioimpedância seja uma ferramen- ta valiosa para a análise da compo- sição corporal e avaliação da água corporal total no ambiente clínico (Heyward e Stolarczyk, 2000). No entanto, para a avaliação clíni- ca ou para o estudo de grandes grupos populacionais surgem diver- sas dificuldades com a utilização de técnicas indirectas. Como tal, surgem alternativas para minimizar essas mesmas dificuldades. Uma das alternativas mais comuns é o uso de algumas técnicas baseadas na utilização de medidas antropo- métricas. Estas técnicas incluem proporções massa – estatura, pe- rímetros corporais e medidas de pregas adiposas. 2.2. ANTROPOMETRIA De acordo com Costa (2001), devi- do ao baixo custo operacional e à relativa simplicidade de utilização, os métodos antropométricos são aplicáveis a grandes amostras e podem proporcionar estimativas nacionais e dados para análise de mudanças. A predição da composição corporal através da Antropometria utiliza medidas relativamente simples co- mo massa, estatura, perímetros, diâmetros ósseos e espessura das pregas adiposas. Quando o objectivo é estimar somente a percentagem de gordura corporal, as medidas mais utilizadas são as pregas adiposas. A Antropometria pode ser usada para identificar indivíduos em risco de doença, sendo indicada para pesquisas epidemiológicas de larga escala e propósitos clínicos (Nobre, 1995). As medidas de perímetros e diâmetros ósseos são indicadores de massa corporal magra, enquan- to que, alguns perímetros são altamente associados à componen- te de gordura. Isso confirma que as medidas de circunferência reflectem tanto a gordura, quanto a massa livre de gordura da composição corporal. Com base em Heyward e Stolarczyk (2000), a exactidão e a fidelidade das medidas antropométricas podem ser afectadas por: - Equipamento; - Habilidade do Avaliador; - Factores Individuais; - Equação de predição utilizada. Um outro método de avaliação da composição corporal é o Índice de Massa Corporal. Este método é definido pela proporção do peso do corpo para altura ao quadrado (Heyward e Stolarczyk, 2000). O Índice de Massa Corporal é um método de grande importância prá- tica e mostra uma boa correlação com a mortalidade e morbilidade gerais e com a mortalidade e mor- bilidade relacionadas com diversas patologias. Uma outra medida antropométrica com potencial para prognosticar a distribuição de gordura e risco de doença. O Índice de Conicidade é baseado na ideia de que o corpo humano muda de formato de um cilindro para o de um cone duplo, com o acumulo de gordura ao redor da cintura. 2.2.1. PREGAS ADIPOSAS A medição das pregas adiposas, também denominadas pregas de gordura subcutânea ou skinfold, constitui um dos métodos de ava- liação da gordura corporal mais utilizados, pela facilidade de utiliza- ção, baixo custo e pela sua grande correlação com a gordura corporal total (Fragoso e Vieira, 1994). Esta metodologia baseia-se no facto de cerca de 50% da gordura corporal total estar localizada sub- cutaneamente, constituindo aquilo que se designa por massa adiposa subcutânea ou panículo adiposo. Em virtude da espessura da pele re- presentar apenas cerca de 1,8 mm, a maioria da espessura da prega é representativa de gordura subcu- tânea (Moreira, 1995). Pesquisas demonstram que a gor- dura subcutânea, avaliada pelo método das pregas adiposas em doze locais, é similar ao valor obtido nas imagens de ressonância magnética (Heyward Stolarczyk, 2000). investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
  • 5. t A medição das pregas adiposas possui uma elevada correlação com os outros meios mais sofisticados de avaliação da composição corpo- ral. Para além disto, constitui uma alternativa simples, menos dispen- diosa e precisa (Moreira, 1995). Para Ferreira (1998), a espessura das pregas subcutâneas quer no braço (tricipital) quer no tronco (subescapular), permitem uma avaliação mais específica para a obesidade ou sobrecarga pon- deral, do que a utilização isolada do Índice de Massa Corporal. 2.2.1.1. FONTES DE ERRO DE MEDIDA Para Heyward e Stolarczyk (2000), a exactidão teórica das equações de pregas adiposas para predizer a Densidade Corporal é 0,0075 g/cm3 ou 3,3 Gordura Corporal devido à variabilidade biológica em estimar a gordura subcutânea através da espessura das pregas adiposas e diferenças inter-indi- viduais na relação entre a gordura subcutânea e a gordura corporal total. Portanto, erros de predição ≤3,5% Gordura Corporal ou ≤0,0080 g/cm3 para equações de pregas adiposas são aceitáveis, porque uma parte desse erro é atribuída ao método de referência. Na estimativa da Gordura Corporal, a validade e fiabilidade das medidas e do método das pregas adiposas são afectadas pelos seguintes fac- tores: (Heyward Stolarczyk, 2000): - Habilidade do avaliador; - Aproximadamente 3 a 9% da va- riabilidade em medidas de pregas adiposas podem ser atribuída a erro de medida devido a dife- renças entre avaliadores. Para que a diferença seja a menor possível, é necessário que haja uma padronização dos procedi- mentos do teste (marcação do local da prega e bom conhecimen- to das localizações anatómicas). - Tipo do adipómetro: - As pregas de adiposidade subcu- tânea são medidas através de um instrumento designado de adipómetro, cujas normas de construção estão padronizadas. De entre os mais utilizados, destacam-se os adipómetros de Lange e de Harpenden. Contudo, face ao seu custo elevado custo, têm aparecido no mercado adipó- metros fabricados em material plástico, mais baratos, mais leves e cuja a precisão de medida tem merecido uma atenção crescen- te por parte dos seus fabri- cantes à semelhança do que acon-tece com o adipómetro de Slimguide. Seja qual for o tipo de adipómetro utilizado, é impor- tante ter em atenção que os mesmos são susceptíveis de conduzirem a diferentes resulta- dos, contudo, todos eles devem exercer um a pressão constante de 10 g/mm2 sobre a pele e per- mitirem leituras até às décimas de milímetro. De salientar que o adipómetro utilizado ao longo do estudo deve ser sempre o mesmo. (Heyward e Stolarczyk, 2000; Claessens, Beunen e Ma- lina, s/d). - Factores individuais: - A variabilidade em medidas das pregas adiposas entre indivíduos pode ser atribuída não apenas à diferença na quantidade de gordura subcutânea no local, mas à diferença na espessura da pele, compressibilidade do tecido adiposo, manuseio e nível de hidratação. Para tal é neces- sário ter alguns cuidados. Assim, as pregas adiposas não devem ser medidas: - Imediatamente após o exer- cício, devido à mudança dos fluidos corporais para a pele tender a aumentar o tamanho prega; - Nas mulheres, durante período menstrual, devido à retenção de água que aumenta a espes- sura da prega; - Dos dois lados (direito/esquer- do). Ainda não existe um padrão sobre qual o lado do corpo, em que as medidas antropomé- tricas devem ser medidas. Se- gundo Harrisson et al. (1988), estas devem ser medidas do lado direito do corpo. - Equação de predição utilizada: - As equações de predição devem ser seleccionadas baseadas na idade, sexo, etnia e nível de actividade física. 2.2.1.2. TÉCNICA DE MEDIÇÃO Para se desenvolver a habilidade como avaliador de pregas adipo- sas, é necessário muito tempo e prática. Seguir procedimentos pa- dronizados aumenta a exactidão e fidelidade das medidas (Harrisson et al., 1988; Heyward e Stolarczyk, 2000; Claessens, Beunen e Malina, s/d). RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee da Fundação Técnica e Científica do Desporto FFIIGGUURRAA1 Adipómetros de alta precisão e de plástico (Heyward e Stolarczyk, 2000).
  • 6. 18| 19| Segundo Moreira (1995), a técni- ca de medição deve respeitar os seguintes procedimentos: - Efectuar todas as medidas das pregas adiposas do lado direito do corpo; - A temperatura ambiente deve situar-se entre os 18 e os 22ºC e a humidade deve ser inferior a 60%; - Cuidadosamente identificar, me- dir e marcar o local das pregas adiposas, especialmente tratan- do-se de um avaliador inexperiente; - Para a medição, é preciso definir- -se o eixo maior da prega e esta deve ser segura, firmemente, entre o polegar e o indicador da mão esquerda. A prega é desta- cada 1 cm acima do local a ser medido; - Destacar a prega, colocando o polegar e o indicador a uma dis- tância de 8 cm, numa linha per- pendicular ao eixo longo da prega. É nas extremidades destes 8 cm (4+4) que a elevação da prega vai ser realizada. O eixo longo é para- lelo em relação às linhas naturais da pele. Entretanto, para indiví- duos com pregas adiposas extre- mamente grandes, o polegar e o indicador necessitam de separar mais de 8 cm para que se consiga destacá-la; - Manter a prega pressionada en- quanto a medida é realizada; - Colocar as hastes do adipómetro perpendiculares à prega, aproxi- madamente 1 cm abaixo do pole- gar e do indicador, e soltar a pres- são das hastes lentamente; - Efectuar as medições das pregas adiposas 4 segundos após a pressão ter sido aplicada para haver estabilização do ponteiro do adipómetro; - Afastar as hastes do adipómetro para removê-lo do local. Fechar as hastes lentamente para prevenir danos ou perda da calibragem. medir a distância e no momento de marcar o local com uma caneta; - Ler o mostrador do adipómetro ao 0,1 mm mais próximo (Harpen- den ou Holtain), 0,5 mm (Lange) ou 1 mm (adipómetros plásticos); - Efectuar no mínimo de duas medidas para cada local. Se os valores diferem em mais de +/- 10%, efectuar medidas adicionais; - Efectuar medidas de pregas adi- posas numa ordem rotativa, em vez de leituras consecutivas em cada local; - Efectuar medidas das pregas adi- posas, quando a pele do indivíduo estiver seca e sem cremes; - Praticar as medidas de pregas adiposas em 50 a 100 indivíduos; - Evitar usar adipómetros plásti- cos no caso de se tratar de um avaliador inexperiente; - Treinar com avaliadores experien- tes e comparar seus resultados; - Usar um vídeo sobre medidas de pregas adiposas que demonstre a técnica correcta; - Procurar treino adicional. Após a marcação dos pontos de referência, Bubb (1986), refere que o procedimento mais adequado é realizar sucessivamente a medição dos vários skinfolds (pregas adi- posas) por 2 ou 3 vezes, confron- tando-se então os resultados obti- dos. Para Jackson (1984), devem ser efectuadas no mínimo 2 me- dições em cada local e, no caso destas variarem em mais de 1 mm, efectuar então uma terceira me- dição. Se os valores obtidos se forem tornando mais pequenos nas sucessivas medições, então isso é indicativo de que a gordura já está a ser comprimida, o que aliás é muito frequente em pessoas com muito tecido muscular. investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio FFIIGGUURRAA2 Anatomia de uma prega adiposa (adaptado de Heyward e Stolarczyk, 1996). Músculo Osso Gordura Pele FFIIGGUURRAA3 Representação esquemática da marcação do local de medição. Ponto Antropo- métrico 1cm 1cm 4cm Eixo maior da prega Para aumentar a habilidade do avaliador de pregas adiposas há aspectos que devem ser levados em conta, como por exemplo: - Ser meticuloso ao localizar os pontos anatómicos usados para identificar o local da prega, ao
  • 7. t O indivíduo que é alvo da medição deve estar em posição antropo- métrica, caracterizada do seguinte modo (Moreira, 1995): - Posição vertical com braços pen- dentes ao lado do tronco e pal- mas das mãos em contacto com a face lateral das coxas (Fragoso e Vieira, 2000), as palmas das mãos do indivíduo devem estar voltadas para a frente, com os polegares voltados para fora e os restantes dedos para baixo; - A cabeça deve estar no plano de Frankfurt, que pode ser de- terminado adoptando os seguin- tes procedimentos: - Localizar o ponto Orbitale, loca- lizado na margem inferior da cavidade orbitaria; - Localizar o ponto Tragion, situa- do ao nível do pavilhão auricular, por cima do osso; - Considerar uma linha imaginária unindo os dois pontos definidos anteriormente. Essa linha ima- ginária corresponde, de forma quase exacta, ao eixo do olhar quando o indivíduo tem os seus olhos dirigidos para a frente. - O indivíduo deve estar descalço, com os calcanhares unidos, for- mando um ângulo de 60o entre si e os dedos dos pés devem apontar para a frente. 2.2.1.3. LOCAIS DE MEDIÇÃO DAS PREGAS ADIPOSAS Os locais de medição estão devi- damente normalizados e mesmo pequenas modificações na sua determinação são susceptíveis de alterar os resultados obtidos de uma forma significativa (Harrisson et al. 1988). RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee da Fundação Técnica e Científica do Desporto SUBESCAPULAR Oblíqua (de cima para baixo e de fora para den- tro, cerca de 450 ) Linha de cliva- gem natural da pele junto ao ângulo inferior da omoplata DDiirreeccççããoo ddaa pprreeggaa PPoonnttooss ddee rreeffeerrêênncciiaa MMeeddiiççããoo ddaa PPrreeggaa AAddiippoossaa CCoollooccaaççããoo ddoo aaddiippóómmeettrroo NNoommee ddaa pprreeggaa QQUUAADDRROO1 (CONT.) Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995). Posição antropométrica Costas voltadas para o avaliador (prega na parte posterior do tronco) 1 cm por baixo dos dedos indicador e po- legar esquerdos do avaliador SSuubbeessccaappuullaarr PEITORAL Oblíqua (de cima para baixo e de fora para dentro) Prega axilar anterior mamilo MMaassccuulliinnoo - meia distância entre a prega axilar ante- rior e o mamilo; FFeemmiinniinnoo - 2/3 da distância do mamilo 1 cm por baixo dos dedos indicador e po- legar esquerdos do avaliador PPeeiittoorraall MIDAXILAR Horizontal Linha midaxilar Apófise xifoide do externo Sobre a linha midaxilar na junção do alinha- mento desta coma apófise xifoide do externo 1 cm à frente dos dedos indicador e po- legar esquerdos do avaliador AAxxiillaarr mmééddiiaa SUPRAILIACA Oblíqua (de cima para baixo e de fora para dentro) Linha midaxilar Bordo superior da crista ilíaca 2 cm de distância da linha midaxilar sobre a crista ilía- ca, seguindo a cli- vagem natural da pele e formando um ângulo de 450 com a horizontal 1 cm à frente dos dedos indicador e po- legar esquerdos do avaliador SSuupprraa--iillííaaccaa
  • 8. 20| 21| Fragoso e Vieira (2000), defendem que a prega tricipital é a mais útil para avaliar a percentagem global de gordura corporal e obesidade periférica, enquanto a prega sub- escapular avalia perfeitamente a gordura no tronco. Neste contexto o quociente entre ambas é um bom indicador do predomínio da obesi- dade em uma ou outra localização. Um quociente elevado indica a exis- tência de uma obesidade central, que se correlaciona mais estreita- mente com as alterações dos lí- pidos plasmáticos, arteriosclerose, patologias cardiovasculares e hiper- tensão. 3. CONCLUSÕES Ao longo deste trabalho, procura- mos focar a importância da ava- liação morfológica bem como as diversas formas de o fazer. Cen- tramos o nossa investigação nu- ma das diversas formas de medir e avaliar a Composição corporal, que foi a avaliação antropométri- ca, mais concretamente através da medição de pregas adiposas. Focamo-nos nesta área específica pela extrema facilidade e utilidade, relativamente às outras técnicas. Esta forma de medição, sendo mais acessível e de mais fácil aplicação, torna-se num instrumento muito utilizado. Desta forma, esperamos que o nosso trabalho sirva de linha de orientação a futuros “avaliadores” da composição corporal, através da antropometria e mais concre- tamente, através da medição de pregas adiposas. investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio ABDOMINAL Vertical ou horizontal Umbigo DDiirreeccççããoo ddaa pprreeggaa PPoonnttooss ddee rreeffeerrêênncciiaa MMeeddiiççããoo ddaa PPrreeggaa AAddiippoossaa CCoollooccaaççããoo ddoo aaddiippóómmeettrroo NNoommee ddaa pprreeggaa QQUUAADDRROO1 (CONT.) Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995). 5 cm de distância do centro do umbigo e do lado do mesmo 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador AAbbddoommiinnaall TRICIPITAL Vertical Processo acro- mial da omoplata Processo olecrâ- niano do rádio Na parte poste- rior do braço a 1/2 distância entre o processo acromial e o pro- cesso olecrâniano 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador TTrriicceeppss BICIPITAL Vertical Músculo bicípide Zona de maior vo- lume do músculo bicipede a meia distância entre processo acro- mial e o processo olecrâniano 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador CRURAL Vertical Dobra inguinal Bordo próximal da rótula Anterior da coxa, a meia distância entre a prega inguinal e o bordo próximal da rótula 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador BBiicceeppss ANTEBRAÇO Vertical Parte posterior do antebraço Máxima circun- ferência do ante- braço, com o membro superior em total extensão 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador CCooxxaa
  • 9. t 4. CORRESPONDÊNCIA Francisco Gonçalves Travessa Comendador Seabra da Silva, n.º 226 3720-297 Oliveira de Azeméis E-mail: franciscojmg@gmail.com xicoze7@hotmail.com Tlms: 917 668 858 966 833 562 Tlf: 256 285 335 5. REFERÊNCIAS 1. Bubb WJ (1986). Relative Lean- ness. In Howley ET, Franks BD (Eds). Health/Fitness Instructor’s Handbook. (pp. 51-79). Champaign, Illinois: Human Kinetics Publishers. 2. Claessens AL, Beunen G & Malina RM (s/d). Anthropometry, Physique, Body Composition and Maturity. Paediatric Exercise Scien- ce and Medicine, 11-22. 3. Costa R (2001). Composição cor- poral - Teoria e Prática da Avalia- ção. Editora Manole. 4. Ferreira I (1998). Sensibilidade e Especificidade de Variáveis de Aptidão Física e Composição Cor- poral Como indicadores de Saúde em Jovens dos 10 aos 15 Anos de Idade. Tese não publicada, Uni- versidade Técnica de Lisboa - Fa- culdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal. RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee da Fundação Técnica e Científica do Desporto GEMINAL Vertical Face interna da perna DDiirreeccççããoo ddaa pprreeggaa PPoonnttooss ddee rreeffeerrêênncciiaa MMeeddiiççããoo ddaa PPrreeggaa AAddiippoossaa CCoollooccaaççããoo ddoo aaddiippóómmeettrroo NNoommee ddaa pprreeggaa QQUUAADDRROO1 (CONCLUSÃO) Medição das várias Pregas Adiposas (Adaptado de Moreira, 1995). Máximo volume geminal da face interna da perna 1 cm distal dos dedos polegar e indicador esquer- dos do avaliador PPaannttuurrrriillhhaa 5. Fragoso I & Vieira F (2000). Morfologia e Crescimento - Curso Prático. Edições FMH. 6. Harrisson GG, Buskirk ER, Carter JL, Johnston FE, Pollock ML, Roche AF & Wilmore J (1988). Skinfold thicknesses and measurement technique. In Lohman T, Roche AF & Martorell R (Eds). Anthropo- metric Standardization Reference Manual, (pp. 55-70). Champaign, Illinois: Human Kinetics Books. 7. Heyward V & Stolarczyk L (1996) Applied Body Composition Assess- ment. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books. 8. Heyward V & Stolarczyk L (2000) Avaliação da Composição Corporal Aplicada. Editora Manole. 9. Jackson AS (1984). Pratical Methods of Measuring Body Com- position. In Storlie J, Jordan HA (Eds). Evaluation and Treatment of Obesity. (pp. 93-111). Champaign. Illinois: Life and Enhancement Pu- blications. 10. Katch F & McArdle W (1983). Nutrição, Controlo de Peso e Exer- cício. Editora Medsi. 11. Moreira MH (1995). Avaliação das Pregas Adiposas. Prova de Aptidão. Universidade de Trás-os- -Montes e Alto Douro: Vila Real. 12. Nobre V (1995). Instrumentos, Técnicas de Promoção, Avaliação e Prescrição de Actividade Física de Jovens e Adultos Aparentemente Saudáveis. Tese não publicada, Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal. 13. Pontes S (2003). Caracterizar o Estado de Aptidão Física e Com- posição Corporal, em Dois Momen- tos Diferenciados, em Raparigas dos 10 aos 18 anos. Tese não pu- blicada, Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal.