O documento fornece informações sobre um informativo maçônico chamado JB News. O texto inclui saudações aos irmãos leitores, um índice do conteúdo da edição, eventos históricos do dia, fatos históricos de Santa Catarina e fatos maçônicos. Além disso, contém anúncios sobre eventos maçônicos e um artigo sobre a polidez do aprendiz maçom.
1. JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Campos Novos (SC)
(Publique aqui a imagem de sua cidade: jbnews@floripa.com.br)
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.325 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrCharles Evaldo Boller – Polidez do Aprendiz Maçom
Bloco 3-IrJosé Garibaldi – A Crise da Transição
Bloco 4-IrPedro Campos de Miranda – Procura-se (do Site O Ponto Dentro do Círculo)
Bloco 5-IrJorge Muniz Barreto – Os Sonhos do Rei – Exemplo de Desapego
Bloco 6-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do IrPaulo Assis Valduga – (São Borja – RS)
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 10 de fevereiro e hoje com versos do Irmão e Poeta
Franklin dos Santos Moura (Vila Velha – ES)
2. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 2/36
Hercule Spoladore – A Bíblia de– A Bíblia de Jefferson
Hercule Spoladore – A Bíblia de Jefferson
10 de fevereiro
870 — O Quarto Concílio de Constantinopla é encerrado.
1525 — América Colonial: o espanhol Hernán Cortés executa último imperador asteca, Cuauhtémoc.
1644 — Brasil Colônia: holandeses abandonam São Luís do Maranhão, que volta ao domínio português.
1736 — Por decreto, a Coroa portuguesa, obriga a que o transporte de ouro, diamantes e outras pedras
preciosas do Brasil, se faça exclusivamente nos cofres das frotas.
1854 — O primeiro desfile de carros alegóricos durante o carnaval no Brasil aconteceu no Rio de Janeiro.
1897 — A Rainha Ranavalona III, a última monarca de Madagáscar (ou Madagascar), é deposta pelas
tropas militares da França.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 41º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 324 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Cheia às 21h33–
Dia do Atleta Profissional
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
3. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 3/36
1904 — Fundado o Sport Lisboa e Benfica, um dos mais populares clubes de Portugal.
1912 — No Missouri (Estados Unidos) Albert Perry, capitão norte-americano realizou o primeiro salto
de pára-quedas de um avião.
1914 — Carlitos (em Portugal, Charlot), interpretado por Charlie Chaplin, aparece pela primeira vez
no cinema, em Between Showers.
1922 — A independência do Egito foi reconhecida pelo Reino Unido, que mesmo assim continuou com o
controle do Canal de Suez.
1960 — Cerimônia de abertura da I Universíada de Inverno em Villars, Suíça.
1964 — Paulínia é emancipada, separando-se de Campinas.
1966 — Foi fechado definitivamente o local das primeiras apresentações dos Beatles, o bar Cavern Club.
1974 — Depois de sete anos de desentendimentos, Estados Unidos e Egito restabelecem relações
diplomáticas.
1986 — Com medidas para conter a inflação e estabilizar a economia foi decretado no Brasil o Plano
Cruzado. A nova moeda substitui o cruzeiro, com o corte de três zeros (mil cruzeiros passaram a valer um
cruzado).
1991 — Fim da Guerra do Golfo.
1994 — Aviões americanos abateram quatro aviões iugoslavos na Bósnia, na primeira ação militar da OTAN.
1996 — No Reino Unido a princesa Diana concordou em se divorciar do príncipe Charles.
1997 — Um sismo de magnitude 5,5 na escala de Richter, sentido no noroeste do Irão (Irã), provoca cerca
de 1100 mortos e entre 40 a 60 mil feridos.
2010 — Cerimônia de encerramento dos XXI Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver, Canadá.
2013 — Termina o pontificado de Bento XVI, que anunciou sua renúncia do dia 11 de fevereiro do mesmo
ano.
2014 — A Universidade de Guadalajara, no México, ganha o reconhecimento de "benemérita" pelo
congresso do estado de Jalisco.
1725 Por ato de D. Rodrigo de Menezes, é criada a comarca de Paranaguá, desmembrando-a de São
Paulo. Determinava que as ilhas de São Francisco e Santa Catarina e as terras da Laguna até o
rio da Prata, pertenceriam à nova comarca.
1883 Morre no Rio de Janeiro o Barão de Iguatemi, Almirante Francisco Cordeiro Torres Alvim.
Nasceu na cidade de Desterro a 4 de agosto de 1822. Na marinha participou da campanha do
Paraguai.
1890 Instalação da Comarca de Blumenau, criada pela Lei Provincial nº 1.109 de 30 de agosto de 1886.
1954 Instalação do município de Presidente Getúlio, criado pela Lei nº 133 de 30 de dezembro de 1953.
1824 Fundado o Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco do Distrito de Colúmbia, USA.
1930 Fundado o Supremo Conselho da Alemanha, fechado pelos nazistas e reconstituído em 1947.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
4. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 4/36
Os Irmãos Templários te esperam nos Ingleses para uma
“Templar Bier” e gostosos petiscos de cair a espada,
digo, de cair o queixo.
O “Templar Bier” nos Ingleses, à rua geral nr. 6040,
é o novo ponto de encontro dos Maçons de Florianópolis.
Contatos: Ir Darci Rocco (Loja Templários da Nova Era) nos telefones
(48) 3233-5069 – 9 9943 1571
5. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 5/36
Venerável Mestre!
Desejas criar e manter um site
de qualidade da sua Loja?
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(Coisa de Irmão para Irmão)
6. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 6/36
Ir Charles Evaldo Boller
Curitiba – PR –
Charleseb@terra.com.br
Todas às sextas-feiras você tem um encontro especial
com algum artigo extraído de sua obra,
“Iluminação”
Polidez do Aprendiz Maçom
A Polidez é definida como o caráter ou a qualidade do que é polido e gentil. É também a
forma do discurso que indica cortesia e civilidade daquele que fala, ao que este se esforça no
uso de expressões que atenuam o tom autoritário, imperativo e outras fórmulas de etiqueta
linguística.
2 – Polidez do Aprendiz Maçom
Charles Evaldo Boller
7. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 7/36
Partindo do princípio que uma virtude não é natural, mas uma qualidade desenvolvida ao longo do
crescimento individual, conclui-se que, do ponto de vista moral, a Polidez é também virtude.
Como exemplo: o que acorreria com as quatro virtudes cardeais: justiça, prudência,
temperança e coragem, se o indivíduo não é polido ou destituído de qualquer educação ou
cortesia? Seriam inúteis! Sem a educação e o respeito não há como desenvolver nenhuma
outra virtude.
E como a Polidez é algo de aparente pouca importância, é neste "quase nada" que
reside seu mérito.
Quando o aprendiz maçom conhece suas ferramentas simbólicas: o malho, o cinzel e a
régua, de que poderão lhe servir sem a Polidez? Não basta ser apresentado a estas
ferramentas sem que pratique seu uso com maestria. É necessário que se eduque em
afabilidade, carinho e civilidade para que o conhecimento e a prática possam nortear sua busca
em polir seu grande templo interior. A delicadeza é, como a cortesia, a flor da humanidade.
Como o polirá com as outras ferramentas que vir a conhecer no futuro sem que seja
finamente educado para isto? Em nenhuma circunstância são as ferramentas colocadas nas
mãos do inexperiente sem treinamento. Como poderá fazê-lo sem Polidez?
O uso do malho, que representa a força bruta, a vontade que executa deve apenas ser
firme e perseverante. Emblema do trabalho que fornece a força material, para alegoricamente
desbastar a pedra bruta e educar, polir, a agreste e inculta personalidade das coisas
maçônicas para uma vida ou obra superior.
Sem o malho não poderia trabalhar a pedra bruta. Sem a vontade do malho não poderia
exercer o livre-arbítrio do cinzel. Simboliza a vontade ativa, energia, decisão, o aspecto ativo da
consciência do aprendiz, o membro viril, reprodutor, da força, da vontade; da iniciativa, da
perseverança, símbolo da inteligência que age, persevera, dirige o pensamento e anima a
meditação daquele que, no silêncio de sua consciência procura a verdade.
Não é instrumento de criação, mas de desbaste, ele retira e não coloca.
Em sua ação de autodesbaste, retira as primeiras e grosseiras arestas de sua
personalidade. Sua ação é forte, decisiva e dolorosa. Age de forma descontinua, num esforço
inconstante, pois pressão continua no cinzel tira a sua precisão.
Usar o malho com mestria significa derrubar obstáculos e superar dificuldades. O
resultado é a realização prática. Relacionado com a energia que age e a determinação moral.
Com a Polidez, os resultados têm beleza, delicadeza, sutileza e demonstram o intelecto
por trás da ação. Empunhado pela mão direita, lado ativo, é também insígnia do comando. Não
é massa metálica, pesada e brutal. A vontade não deve ser de obstinação ou teimosia, mas o
emblema da lógica, sem a qual não se raciocina corretamente, e por isto mesmo, não pode ser
dispensado por nenhuma ciência.
O malho é inseparável do cinzel para talhar, desbastar a pedra bruta. Representa o
intelecto. Do ponto de vista intelectual concorrem para o mesmo objetivo. Exemplo de dualismo
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construtivo, positivo e eficaz o cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. Corresponde ao
aspecto passivo da consciência, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da
personalidade. Seu uso é quase nulo sem a ajuda do malho. É usado para trabalho mais bruto,
no alicerce de uma construção, um trabalho básico.
Exige a participação de outra ferramenta porque sozinho nada poderá executar. Assim é
a inteligência humana que isolada nada constrói: necessita da parte operativa, de esforço
maior. Corresponde a penetração, discernimento e receptividades intelectuais.
A lógica torna o homem independente. Sem sua intervenção seria inútil, senão perigoso.
Representa as soluções aprisionadas no espírito.
É o emblema da escultura, da arquitetura e das belas artes. Imagem da causticidade dos
argumentos que permitem destruir os sofismas do erro. Seguro pela mão esquerda, lado
passivo, corresponde à receptividade intelectual, ao discernimento especulativo. O aço
aplicado sobre a pedra serve de intermediário entre o homem e a natureza. Deve ser afiado
continuamente: exige constante aporte de novos conhecimentos, para não embotar.
Para polir, desenvolver a qualidade da Polidez é necessário desenvolver o uso conjunto
destas duas ferramentas. Mas o trabalho ainda não tem precisão, falta-lhe algo que forneça
exatidão, para poder ajustar-se perfeitamente uma pedra na outra na construção do templo
interior. Aí entra outro instrumento de trabalho, a régua de vinte e quatro polegadas: antigo
símbolo de retidão, método e lei; símbolo de precisão e exatidão na ação. Emblema da
disciplina, moral, exatidão, justiça. Simboliza que o aprendiz deve seguir através de um
caminho retilíneo, uma conduta reta, sempre em frente. A marcha do aprendiz maçom
representa os seus passos adentrando ao templo e devem ser retos e decisivos em direção ao
oriente. Serve também para a medida do tempo. Que as vinte e quatro horas do dia devem ser
usadas na ação e ociosidade de forma equilibrada. Simboliza gastar bem o tempo na
meditação, estudo e ociosidade, recreio e repouso. Todas as horas a serviço da humanidade.
Quem não for bastante delicado e cortês não pode ser muito bom. Cerimônias são
diferentes em cada país, mas a verdadeira cortesia é igual em todos os lugares. A Terra se
tornaria inabitável, se cada um deixasse de fazer por Polidez o que é incapaz de fazer por
amor. O mundo seria quase perfeito, se cada um conseguisse fazer por amor o que faz só por
Polidez.
A cortesia faz a pessoa parecer por fora como deveria ser por dentro. Todo o mundo vê o
não visto em proporção à claridade de seu coração e isso depende do quanto ele o tenha
polido. Quem mais poliu, vê mais formas invisíveis que se manifestam a ele.
Assim como a cera, naturalmente dura e rígida, torna-se, com um pouco de calor tão
moldável que se pode levá-la a tomar a forma que se desejar, também se pode, com um pouco
de cortesia e amabilidade, conquistar os obstinados e os hostis.
A polidez é virtude que deve acompanhar o francomaçom em toda a sua estrada pela
vida para tornar-se digno na honra que presta ao Grande Arquiteto do Universo.
9. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 9/36
Ir José Garibaldi
MM da Loja Salvador Allende
Lisboa - Portugal
A Crise da Transição
Perspectiva histórica da transição da maçonaria operativa
para a maçonaria especulativa
De todos os debates sobre a história da maçonaria, o que remete às origens da Maçonaria
especulativa é um dos mais fundamentais. Este tema surgiu no início dos anos setenta, na
Escócia, e em França através de Roger Dachez com a divulgação de dois longos artigos
publicados na revista Renaissance Traditionnelle, em 1989.
O simples fato de se levantar a questão das origens da Maçonaria especulativa e de se
mencionar a ausência de filiação directa com a Maçonaria operativa medieval como uma
hipótese concebível, provocou em diferentes meios e em diferentes estudos reacções
abertamente hostis, algumas delas chegando até à irracionalidade. Vários autores em
diferentes trabalhos, consideraram útil mencionar este debate, já dado como inevitável e que,
portanto, era preciso examinar, pelo menos, as teorias da substituição e a teoria clássica da
transição, julgadas igualmente dignas dentro da Maçonaria.
Em 1947 dois grandes historiadores britânicos da Maçonaria, Knoop e Jones, expressaram no
prefácio da primeira edição da sua principal obra, A Gênese da Maçonaria, o seguinte: “embora
até agora tenha sido habitual pensar a história da Maçonaria como uma questão totalmente
separada da história comum, justificando, assim, um tratamento especial, nós achamos que se
trata de um ramo da história social, do estudo de uma determinada instituição social e das
ideias que estruturam esta instituição, e que se deve abordá-la e escrevê-la exatamente da
mesma maneira que a história de outras instituições sociais.”
Assim como a história de certas religiões e igrejas, quando tratada com a objetividade às vezes
dolorosa do historiador, leva a conflitos com os que se recusam a olhar para a sua própria
história, também a “história secular” da Maçonaria não tem conseguido a adesão unânime dos
maçons. Durante mais de 15 anos, John Hamill no seu trabalho História da Maçonaria Inglesa,
publicado em 1994, após um profundo trabalho de revisão do original The Craft, expressava
claramente esta dificuldade: “Há, portanto, dois tipos de abordagens para a história maçónica:
a abordagem propriamente dita, como “autêntica” ou científica, segundo a qual uma teoria se
fundamenta e é desenvolvida a partir de factos verificáveis ou de documentos, e uma
3 – A Crise da Transição
José Garibaldi
10. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 10/36
abordagem dita “não autêntica” que tenta colocar a Maçonaria no contexto das tradições do
Mistério, procurando ligações entre os ensinamentos, a alegoria e o simbolismo da Maçonaria,
por um lado, e as diferentes tradições esotéricas, por outro. A falta de alguns conhecimentos
sobre o período das origens da Maçonaria e a diversidade de abordagens possíveis podem
explicar a razão pela qual ainda é tão cativante este estudo. A descoberta das verdadeiras
origens da Maçonaria é uma questão que permanece em aberto.”.
Com esta perspectiva, impõem-se algumas considerações sobre as origens da Maçonaria
especulativa.
Vulgata Maçónica: a teoria da transição
A tese mais antiga e mais difundida é aquela que é apresentada na maior parte das obras
dedicadas à história da maçonareia , partilhada espontaneamente por muitos maçons, não
examinando, no entanto, suficientemente a questão. É a teoria conhecida como transição.
Mesmo na rigorosa escola inglesa da Maçonaria, fundada no final do século XIX por Gould e
Hughan, ensinou-se durante muito tempo essa teoria, tendo nas últimas décadas em Harry
Carr o seu partidário mais brilhante, o qual tem sobre os outros historiadores ingleses uma
importante posição de destaque intelectual. Esta teoria afirma que, ao sair da Idade Média, a
Maçonaria Operativa, que tinha então uma organização com lojas e rituais, sofreu um certo
declínio devido às mudanças económicas que afectaram os ofícios ligados à construção civil.
Na Grã-Bretanha, e em particular na Escócia no final do Renascimento, e mais particularmente
durante o século XVII, produziu-se uma transformação sensível da instituição. Estranhos ao
ofício, que às vezes ocupavam cargos importantes na sociedade civil e intelectuais –
voluntários dados à especulação alquimista de então, do neoplanismo nascido em Florença, no
século XV, e da tradição Rosacruz, difundida desde o início do século XVII –fizeram a sua
entrada nas Lojas que à época se encontravam quase moribundas.
Estes Maçons Aceitos foram pouco a pouco aumentando de número tendo a sua influência
crescido ao ponto de se tornarem dominantes no interior das Lojas, chegando, de alguma
maneira, a eliminar os maçons operativos, tornados dessa maneira em estranhos dentro de sua
própria instituição.
Esta Vulgata implica também algumas alternativas que, por vezes, integram o que poderia ser
chamado de Lendas complementares.
A primeira destas lendas, por exemplo, é a dos Mestres Comacinos, pedreiros italianos
misteriosos que, em virtude de isenções que lhes foram concedidas pelo papa – e que
justificariam assim a expressão maçon franco, ou livre – teriam atravessado a Europa,
divulgando os seus conhecimentos de arquitetura, esotéricos e geométricos, e lançado as
primeiras sementes da Maçonaria especulativa. Embora esta descrição não tenha qualquer
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base documental, por força de cópias consecutivas sem comprovação das fontes, esta
descrição transformou-se em lenda, adquirindo foros de verdade.
Outra componente, muitas vezes confusa, mas muito viva na teoria da transição, é a hipótese
do companheirismo. Esta hipótese repousa em grande parte numa confusão muito comum
sobre a Maçonaria operativa, já que esta poderia existir sob formas extremamente
diversificadas na Europa, desde a Idade Média e, particularmente, em França, Inglaterra e
Alemanha, com estatutos muito diferentes. A Guilda do Companheirismo propriamente dita,
organização de origem essencial e exclusivamente francesa durante muito tempo, cujas
origens históricas parecem remontar ao século XV, carece de confirmação confiável anterior ao
final do século XVIII.
Em todo caso, é importante ressaltar o facto de que a Maçonaria Especulativa foi constituída
sob condições ainda duvidosas, durante o século XVII, em Inglaterra, e jamais conheceu ou
teve pontos em comum com a Guilda do Companheirismo, pelo menos no momento da sua
fundação. Que se possa alegar que são organizações vinculadas aos ofícios da construção civil
– mas não exclusivamente à Guilda de Companheiros – nas semelhanças de formas e usos,
não nos deve surpreender. Porém, seguindo um princípio de todo historiador escrupuloso não
nos devemos esquecer que “comparação não é razão”.
Foi preciso esperar até aos anos setenta para que se tivesse uma crítica decisiva e se fizesse
avançar a teoria da transição. Esse foi o trabalho de um notável investigador inglês, Eric Ward.
A crítica deste investigador assenta no sentido convencionalmente atribuído a algumas das
palavras-chave usadas pela teoria da transição. Alguns exemplos:
Maçon, Maçon Franco ou Livre. A origem e o significado da palavra franco-maçon é um bom
exemplo das ambiguidades exploradas pela teoria clássica. Ward foi capaz de mostrar de
forma conclusiva que, contrariamente a todas as etimologias fantasiosas que ainda circulam
hoje, a expressão franco-maçon (freemason) não pertence à Idade Média, pois é uma
formação de duas palavras freestone mason – pedreiro (maçon) da pedra branca –
designando um trabalhador que trabalha efectivamente com uma determinada pedra macia que
se pode cortar e trabalhar de maneira muito detalhada.
Porém, se considerarmos os primeiros testemunhos relativos aos pedreiros não operativos
ingleses do século XVII, nota-se que estes Maçons Aceitos são também indiferentemente
designados pelas palavras Free Masons, ou Free-Masons, com ou sem hífen, mas sempre com
duas palavras.
Tudo indica que, a partir do final do século XVII e início do XVIII, os termos Aceito e Franco são
equivalentes para designar os Maçons não operativos. Mas como observa Ward, freemason
não é Free-Mason. A palavra Free, em Free-Mason ou Free and Accepted (Maçon Livre e
Aceito) refere-se ao facto de que esses “novos” maçons são “livres” em relação ao Ofício, ou
seja, simplesmente estranhos à profissão. Em resumo, a identidade fonética e a proximidade
morfológica das palavras freemason (palavra muito antiga, derivada do anglo-normando, e
ligada à prática operativa) e Free-Mason, não nos devem fazer esquecer a verdadeira
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dissimilaridade semântica, e não nos podem autorizar a introduzir uma relação de parentesco
entre homens de eras diferentes, os quais traziam essas designaçõs por razões muito distintas.
As lojas operativas inglesas
Outro problema é o facto de a Maçonaria especulativa ter nascido em Inglaterra, no sentido
exacto do termo. Não existe, porém, qualquer documento que prove que pessoas estranhas à
profissão tenham sido admitidas nas lojas operativas inglesas. Por outro lado, a realidade das
lojas operativas, no sentido que podemos dar à palavra loja, à luz da maçonaria especulativa –
uma estrutura permanente, regular e controlando o Ofício em todos os pontos do território, com
rituais específicos – é um facto problemático em Inglaterra, uma vez que não há qualquer
vestígio histórico disso. Além disso, e segundo o estudo de Knoop e Jones, O Maçon Medieval,
citado por vários autores, as raras lojas operativas permaneceram operativas até ao seu
desaparecimento.
A Loja de Chester, que era, de facto, operativa e desenvolveu a sua acção em meados do
século XVII, foi muito bem estudada pelos historiadores ingleses. Teve uma existência efémera
e é praticamente um “hapax[1]” na história da maçonaria inglesa. Inclusive, no que diz respeito
à famosa Acception de Londres, do século XVII, erroneamente descrita como uma loja, já que
esse termo nunca aparece nos seus anais, e que também erroneamente é citada como uma
prova da transição especulativa, deve-se dizer que ninguém sabe quem tomou a iniciativa de a
fundar ou por que motivo. Este círculo de lojas constituído à margem da Companhia de
Maçons de Londres foi a única guilda organizada conhecida em Inglaterra para o ofício de
pedreiro (maçon), e a sua autoridade nunca ultrapassou a cidade de Londres.
Historicamente, a Acception deixa dois documentos: em 1610 e, depois, em 1686, incluídos no
relatório de Elias Ashmole. Não se conhece qualquer outra estrutura comparável em Inglaterra,
nesta época ou mesmo mais tarde. Parece ter sido uma espécie de clube que recebia, de
acordo com a fórmula clássica de patrocínio muito conhecida também na Escócia,
personalidades e notáveis que se revelassem úteis para o Ofício. Lembremo-nos, sobretudo,
que os próprios operativos deviam ser admitidos no seio da loja, já que não eram membros de
direito. E embora a Companhia dos Maçons de Londres tenha continuado até nossos dias, a
Acception desapareceu sem deixar descendência conhecida.
A hipótese do empréstimo
A partir da crítica a esta teoria, nasceu, no início da década de setenta, o que pode ser
chamado de contra-teoria. Essencialmente negativa, não se propõe respondr de forma positiva
à questão das origens da Maçonaria, mas sugere que a Maçonaria especulativa,
contrariamente às afirmações da teoria da transição, teria deliberadamente pedido
“emprestado” textos originais e práticas que pertenceram aos operativos, mas de forma
completamente independente, sem filiação direta ou autorização.
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A Maçonaria especulativa, portanto, teria mantido desde a sua fundação ligações puramente
nominais ou, quando muito, laços alegóricos com os construtores das catedrais. Deixando, até
certo ponto, a Maçonaria especulativa órfã da sua tradição fundadora, o questionamento
levantado por Ward levou os maçons ingleses a procurar um modelo de substituição à teoria da
transição, muito pouco operativa na sua formulação clássica.
As múltiplas teorias
Diversos autores têm ultimamente formulado teorias alternativas que possam racionalizar o
conjunto de provas documentais existentes relacionadas com o período histórico que envolve o
nascimento da Maçonaria especulativa, e que seja capaz de superar as objeções de Ward.
Uma das abordagens consiste na teoria política ligada aos acontecimentos da guerra de 1640-
1660 em Inglaterra, acompanhada de uma teoria religiosa que também explorou o papel da
caridade e da sociabilidade das primeiras sociedades de ajuda mútua nascidas no século XVII
entre os artesãos, além do papel desempenhado pela dissolução das comunidades monásticas
após a Reforma inglesa de 1534.
A chave escocesa: David Stevenson, em The Origins of Freemasonry
Em 1988, apareceram duas obras do investigador escocês David Stevenson. Estas, por sua
vez, trouxeram consigo uma completa revisão da questão controversa das fontes da Maçonaria
especulativa. Resumidamente, Steveson sustenta que em 1598-1599, um alto funcionário da
Coroa escocesa, William Schaw, Supervisor Geral dos Maçons e Intendente dos Edifícios do
Rei, edita uma série de regulamentos que organizam, sobre novas bases, a profissão de
pedreiro na Escócia. Os Estatutos Schaw criam uma rede de lojas regionais com jurisdição
geograficamente definida, e dão a estas lojas, cujos procedimentos operacionais foram bem
definidos, a responsabilidade de dar aos trabalhadores os dois graus da Profissão: Aprendiz-
Iniciante (Entered-Apprentice), atribuído após um aprendizagem simples que durava cerca de
sete anos, onde recebiam o grau que lhes permitia procurar livremente trabalho com um
Mestre, ou seja, com um empregador. O Companheiro de Ofício (Fellowcraft) afirmava o total
domínio da Profissão, mas, sobretudo, era-lhe permitido postular a entrada na Guilda de
Mestres, denominada Incorporation, distinta da loja e uma organização puramente civil e
política, que se apresentava como uma espécie de sindicato de patrões, controlando, por sua
vez, tanto o Ofício quanto a Cidade.
Stevenson mostra que esta organização foi profundamente inovadora e estrictamente
escocesa. Nunca, nem na Escócia nem antes em Inglaterra, havia existido tal sistema. Ao dotar
a loja de um estatuto legal, e ao definir o papel dos seus Oficiais (Wardens ou Vigilantes ou
Diáconos), os Estatutos Schaw representam o lançamento das bases estruturais que mais
tarde se transformariam, no resto da Escócia, na Maçonaria especulativa. A principal
contribuição de Stevenson para a origem da maçonaria especulativa foi mostrar que, ao
contrário da versão divulgada pelas teorias clássicas, o fenómeno da Aceitação – tomando
emprestada uma expressão puramente inglesa nunca usada na Escócia – conhecido por
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permitir a substituição progressiva dos operativos pelos especulativos nas lojas, nunca ocorreu
na Escócia no século XVII.
Analisando cuidadosamente as listas de membros dessas lojas e examinando a sua história ao
longo de várias décadas, Stevenson mostra que as lojas escocesas permaneceram
essencialmente, e durante muito tempo, como operativas. Importa também dizer, e este é
provavelmente o aspecto mais importante dos trabalhos de Stevenson, que a prática
excepcional, mas inegável, de receber nessas lojas como membros honorários pessoas
estranhas ao Ofício pode ter criado um contingente, embora provavelmente pequeno, de
“pedreiros livres”, podendo, dessa forma, transmitir a ideia de uma Maçonaria aberta para que
eles a transformassem em função dos seus próprios interesses intelectuais. Portanto, é
extremamente interessante ter em conta que Robert Moray, um dos primeiros “especulativos”
conhecidos da Maçonaria, foi recebido, em 1640, numa loja temporária, constituída à margem
de uma guerra, em território inglês. Outro facto que deve ser registado é a existência da
enigmática Loja Warrington, igualmente temporária, que recebeu Ashmole seis anos mais
tarde, à margem da mesma guerra, situada muito ao norte da Inglaterra.
A Escócia não inventou a Maçonaria especulativa. Criou, sob a liderança de William Schaw, as
estruturas de uma maçonaria operativa bem organizada que servirá indiscutivelmente de
modelo para a maçonaria especulativa que se organizará no início do século XVIII. Fez,
especialmente, com que pedreiros não-operativos, que nunca tinham pertencido ao Ofício,
assegurassem que esta frágil construção pudesse ser usado para além da “fronteira do norte”
(Northern Border) e que, tendo colocado o pé em solo inglês, pudesse espalhar-se. Desse
modo pode-se compreender a razão porque a maçonaria inglesa do século XVII é ao mesmo
tempo especulativa.
Rumo a uma teoria sintética
Existem ainda muitas questões pendentes sobre este assunto tão complexo. Ainda há muitos
enigmas a serem desvendados e muitos pontos ainda permanecem obscuros. O que pode ser
dito é que actualmente estamos já na posse de uma teoria sintética sobre as origens da
Maçonaria especulativa.
Na Grã-Bretanha e no resto da Europa a Maçonaria operativa desenvolveu-se num ambiente
social pouco comunicante, estruturado principalmente em torno de poderes locais, e numa
época em que os órgãos de poder, tal como os entendemos actualmente, não faziam qualquer
sentido. Havia, em Inglaterra, trabalhadores mais ou menos qualificados, experientes, chefes e
Mestres de Obra. Havia trabalhos que podiam ocupar a vida inteira de um pedreiro, para quem
o ofício se resumia à construção de uma catedral da qual não havia visto ser colocada nem a
primeira pedra e nem veria a sua conclusão. E isso exigia, necessariamente, a transmissão dos
conhecimentos sobre as obras. Assim, os Companheiros, mais antigos, formavam os mais
jovens, os Aprendizes. Eram homens simples, analfabetos, não tinham sequer um sobrenome.
Havia lojas que davam apoio ao edifício em construção, onde se guardavam as ferramentas,
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onde se descansava, onde se conversava sobre os problemas da obra e os projetos do dia
seguinte.
Para organizar os contigentes de pedreiros, escreviam-se textos e regulamentos, e para dar
significado ao trabalho destes homens, procuravam-se nas antigas crónicas elementos para o
que viria a ser uma história dos Maçons. Sabe-se que o poema Regius foi escrito
provavelmente por um sacerdote do Priorado de Lanthony. É dele que constava o famoso
ensinamento das lojas operativas, além do conhecimento específico do exercício da própria
profissão, de forma natural e sem mistério. Havia também alguns costumes, certas cerimónias
de caráter religioso, como em tudo o que acontecia na Europa da Idade Média. Um trabalhador
de obras jurava perante a Bíblia respeitar a Deus, à Santa Igreja, ao seu Rei e ao Mestre da
obra.
Eis tudo o que é conhecido das lojas operativas inglesas da Idade Média, ou seja, pedreiros
que trabalhavam e viviam como pedreiros em construções que duravam anos, mesmo
décadas. Isso é tudo o que se sabe, porque provavelmente é tudo o que há para se saber. A
hipótese de uma rede desconhecida de lojas iniciáticas e secretas, cuja existência e
ensinamentos teriam escapado aos olhos do historiador é absolutamente insustentável, pelo
menos quando à investigação histórica diz respeito.
A partir dos século XV, e sobretudo no século XVI, em função da Reforma, o Ofício sofreu
profundas transformações: os pedreiros passaram a estar cada vez mais ao serviço da nobreza
e burguesia nascente, trabalhando sozinhos ou com outros companheiros. O patrão agora era
chamado de Mestre. A loja não tinha mais razão de ser, pois o novo tipo de construções não a
tornava necessária. Isso explica a razão por que as lojas operativas não deixaram quaisquer
vestígios em Inglaterra, porque não existiam. Na ausência de qualquer tipo de protecção social,
pelo menos fora da Igreja, em toda a Europa, em todos os burgos, em todas as cidades, em
todos os ofícios – não só o dos pedreiros – desenvolveu-se mais a solidariedades natural,
muitas vezes centradas numa profissão ou grupo social, e que se supõe ter sido a base das
irmandades, cujo objetivo principal era a assistência mútua. Mantinha-se um fundo financeiro
comum e assim podia-se conseguir um enterro digno e apoiar, até certo ponto, a viúva e os
filhos, ou procurar emprego para aqueles que estavam temporariamente privados dele.
Em Londres, no século XVII, a poderosa Companhia dos Maçons, acolhia benfeitores
escolhidos entre os notáveis da cidade, visando enriquecer o seu fundo de ajuda. Essas
irmandades municipais ainda existem, e algumas delas não mudaram a sua vocação original:
não eram Operativas e, no entanto, não se tornaram especulativas, pois essa seria uma
mudança muito radical. Ainda em Londres, no início do século XVIII, pouco antes da primeira
reunião da primeira Grande Loja, existiam algumas lojas – havia apenas quatro em 1717 – cuja
composição e atividade parecem corresponder em muitos aspectos a alguma atividade
mutualista e caritativa. Ignora-se, porém, que rituais utilizavam ou seguiam as diferentes lojas.
Tudo leva a crer que eram muito simples, como a loja onde Elias Ashmole foi iniciado e fez o
seu juramento, ouvindo a leitura de um manuscrito dos Antigos Deveres.
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Nessa época, tanto nas Ilhas Britânicas como em todo o continente, certas personalidades
eram essenciais na vida social. Muitos eventos sociais eram ritualizados, muitas vezes com
uma evidente conotação religiosa. Assim, os pedreiros escoceses recebiam os Aprendizes e
Companheiros com a ajuda de um ritual, embora muito rudimentar, no qual prometiam proteger
os segredos do reconhecimento. Aalém disso, estas lojas garantiam o privilégio de emprego e
a proteção da ajuda mútua aos pedreiros devidamente registrados, e não aos Cowans, como
se designavam na Escócia os pedreiros independentes, ou aqueles que não estavam filiados
em qualquer loja. Embora com uma função utilitária, todo o segredo se justificava , e era
essencial num país onde a vida era difícil e o emprego extremamente raro. Alguns dos
Cavalheiros Maçons, sensíveis ao eco do neoplatonismo renascentista e às proclamações
misteriosas dos primeiros manifestos Rosacruzes, na segunda década do século XVII,
reuniam-se nestas lojas para fazer delas o objecto dos seus trabalhos e pesquisas. Por uma
questão de discrição, pelo gosto do mistério, pela sedução dos rituais estranhos e antigos que
haviam conhecido, talvez tenham decidido agrupar-se tomando emprestadas as formas
simbólicas e rituais dos pedreiros escoceses. Esta era a situação na Escócia e também no
norte da Inglaterra, como mostra o caso Ashmole, em meados de final do século XVII.
Como se deve, então, explicar o aparecimento em princípios do século XVIII, em Londres,
quase saída do nada documental, uma Maçonaria não operativa, que já não estava ligada à
profissão de pedreiro, mas organizada em padrões muito próximos dos padrões da Maçonaria
Escocesa? O elo perdido continua por encontrar. E, por isso, encontram-se maçons livres, sem
lojas, como Ashmole e Moray, de ascendência escocesa e de lojas livres, como a Masonry
inglesa descrita no final do século XVII por Robert Plot. E também por isso se mantém a crise
da transição e cada uma das maçonarias, a operativa e a especulativa continuam a sofrer de
um sentimento de exílio.
José Garibaldi, M.’.M.’.
R.’.L.’. Salvador Allende
G.’.O.’.L.’.
Referências
Carr, H (1976). Six hundred years of craft ritual. https://www.freemasonry.bcy.ca/history/600_years.pdf
Hamill, J (1986). The Craft: a history of english freemasonary. Crucible.
Stevenson, D (1990). The origins of freemasonery. Cambridge University Press.
Ward, E (1978). The birth of free-masonary. The creation of a myth. https://www.freemasonry.bcy.ca/aqc/birth.html
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O Ponto Dentro do Círculo
(https://opontodentrodocirculo.wordpress.com)
Seu espaço para estudos e pesquisas
Procura-se
Irmão Pedro Campos de Miranda
Publicado pelo Ir Luiz Marcelo Viegas
Procura-se um homem que luta para preservar e desenvolver os valores de seu templo
interior. Esse homem é acusado de ser livre e de ter bons costumes, de gostar de aparar as
arestas da imperfeição, de ser um incansável pesquisador da verdade. De procurar respeitar a
humanidade, tolerando suas crenças diversas, mas sempre obstinado em palmilhar a senda
espiritual que conduz à luz maior que é Deus, o Grande Arquiteto do Universo.
Esse homem é apontado como elemento que incomoda aos que não dão aos outros o direito
de pensar e que não permitem a ninguém tentar encontrar explicações inteligentes sobre o
início da vida do homem, sobre a criação e o funcionamento desse universo fantástico, sobre
como os homens devem amar-se uns aos outros, independentemente de raças, de posições
sociais, etc. Tal homem combate ininterruptamente o ódio que ainda hoje provoca matanças de
irmãos criados pelo mesmo Pai.
Outra acusação que pesa contra esse homem é a de procurar fazer feliz a humanidade. Já
pensou um mundo totalmente feliz, sem desavenças, com todos se comportando como
verdadeiros irmãos? Quem iria dominar quem e quem tiraria proveito político e financeiro
disso? Muitos acham que isso é perigoso. Ainda mais: ele procura ser sempre participativo,
presente na explosão da alegria e mais presente ainda no tormento da dor de seus
semelhantes.
4 – Procura-se (Site: O Ponto Dentro do Círculo)
Pedro Campos de Miranda
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Além disso, junta-se à legião dos que combatem a ignorância, a injustiça, as trevas, a
escravidão, a intolerância, e procura sempre conquistar homens de boa formação moral,
cultural e espiritual que poderão vir a ser pedreiros-livres, os quais, em breve, aprenderão a
construir o seu templo interior, a mais nobre edificação que o homem pode erigir em honra ao
Grande Arquiteto do Universo.
Também é acusado de haver descoberto o amor e de procurar mostrar aos outros essa
maravilha que Deus colocou à nossa disposição. Isso é imperdoável para os que odeiam. Amar
a todos, a começar de seus pais, de seus irmãos, de sua esposa e de seus filhos, de seus
amigos e de seus colegas, de seus semelhantes. Vejam só!
Fala-se que ele acredita em Deus e que usa a denominação Grande Arquiteto do Universo
para não ofender aos que conhecem o Pai Celestial como Jeová, Viracocha, Btahma, Alá,
Odin, etc., e que se tornam seus irmãos. Comenta-se que ele não acredita em um Deus
vingativo, mal humorado e que fala sempre em um Deus de amor, de esperança e de
compaixão.
Acredita naquele Criador de que nos fala o filósofo Benedictus de Spinoza, a quem devemos
procurar não por medo de castigos ou para pleitear favores, mas tão somente porque Ele é a
única opção válida com que contamos no caminho evolutivo. Um Deus que jamais considera
uns salvos e outros pecadores, mas que ama indistintamente a todos nós que Ele criou. Esse
Deus deve ser propagado?
Esse homem é tido como avesso às vaidades humanas ligadas a distinções características do
lado exterior do seu ser e que não irão acompanhar o seu espírito quando ele for chamado ao
Oriente Eterno. Propaga-se que ele é um grande sonhador, pretendendo combater o vício com
a virtude e que é um defensor intransigente do Direito, da Justiça e da Verdade e que
aconselha todos a manterem o bom humor, característica que facilita muito o desenvolvimento
espiritual. É apaixonado pela liberdade, mas sabe cumprir seu dever. Por isso entusiasma-se
com o grande jurisconsulto que foi Cícero: Sou livre porque sou escravo da lei.
Outra coisa: vive falando em usar a consciência e a razão. Fala que só quem vive em paz
consigo é capaz de viver em paz com os outros. Sobre a tão conhecida Escada de Jacó, que
simboliza o caminho percorrido pelos anjos para contato com os mortais, esse homem acredita
que tal escada sugere-nos que o topo da caminhada está muito além do patamar que nos é
visível, significando que não será apenas subindo alguns degraus perceptíveis no estágio em
que nos encontramos que iremos alcançar a perfeição.
Quando alguém é proposto para entrar em sua instituição, exige que a vida do candidato,
passada e presente, seja levantada com zelo e cuidado; procura descobrir se o candidato
gostará de passar por uma verdadeira metanoia, que é uma alteração dos sentimentos,
atingindo um novo estado de consciência que o tornará um autêntico obreiro da paz, do amor,
da solidariedade. Julga-se membro de uma corrente espiritual do Terceiro Milênio desejosa de
fazer todos felizes. Chama os conflitos armados de estupidez da guerra. Entende que ser livre
não é mudar de senhor, mas deixar de ser escravo; é manter uma vontade firme de eliminar a
preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade; que se considera livre, mas não se esquece da
lei da física “ação e reação”, que pode ser aplicada também aos seres humanos.
Diz ele que a vida é como uma orquestra: cada músico toca um instrumento diferente, com tons
e compassos estabelecidos para cada um, com notas próprias, etc., com marcação do
momento em que cada músico atua, dentro de uma cultivada harmonia que torna agradável e
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benfazejo o resultado de tais diferenças. E que, quando a humanidade agir como uma
orquestra, regida por maestros responsáveis e conhecedores da real harmonia, não haverá
mais fome, nem doentes desamparados, nem gente morando nas ruas, nem violência, nem
donos da verdade.
Apregoa como muito útil a repetição dos ensinamentos de homens abençoados que
pertenceram a religiões diversas, que nos ensinaram a dirigirmo-nos a Deus, como recomenda
Gibran Khalil Gibran: “Nada Te podemos pedir, pois Tu conheces nossas necessidades antes
mesmo que elas nasçam em nós.” Acredita que Joel Goldsmith está certo: “Quando pararmos
de pedir coisas a Deus, receberemos o maior dos presentes: Deus mesmo!” Está sempre
aconselhando-nos a não vivermos na sombra para que, um dia, não venhamos a ter medo da
luz.
Se você encontrar esse homem, procure ficar perto dele e sentir a energia positiva que ele
irradia. Sinta a sua doçura no falar. Sinta-lhe a vontade de ser útil, a sua disposição de fazer.
Esse homem é um maçom! Agradeça-lhe por tudo o que os maçons já fizeram pela
humanidade em tempos diferentes e difíceis, em países diversos, escrevendo gloriosas
páginas da conquista da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Agradeça-lhe, sobretudo,
pelo o que os maçons vêm procurando realizar em benefício do ser humano, até em favor
daqueles que os agridem torpemente.
Procure tratá-lo com carinho e respeito. Ele sonha em poder garantir sua felicidade. O maçom
dirige sua oração ao Grande Arquiteto do Universo sabendo que ela não lhe desagrada os
ouvidos nem o coração:
“Sou livre e honro o Criador, amando a criatura. Faço isso livremente porque desejo viver um
dia na luz plena, onde não haverá dúvidas e nem amarguras e onde todos serão
verdadeiramente irmãos; e bendirei todas as ações que desenvolvi, contribuindo para que
nosso Templo fosse sempre um reflexo da ordem e da beleza que resplandecem no trono do
Grande Arquiteto do Universo.”
O pedreiro-livre encontra na Maçonaria uma floração mística da alma, apoiada na razão. Quem
vem apenas buscar, perde. Ela nos faz entender que o trabalho é um hino de amor à vida. Só
ele nos capacita a receber o maravilhoso salário de bençãos com que o Altíssimo nos
recompensa. E a maior das bençãos é a própria vida. Esta permiti-nos experimentar e
aprender, orientando o corpo para que fique mais fácil para o espírito acompanhar a senda
visível que foi traçada pelas boas ações no campo material.
Antes de se entregar ao sono de cada noite o maçom agradece ao Grande Arquiteto do
Universo por tudo que recebeu Dele durante o dia e pede-Lhe que abençoe e ilumine aqueles
que o consideram um inimigo, a fim de que se tornem verdadeiramente seus amigos e seus
irmãos e, de modo particular, àqueles que o fazem ou o fizeram sofrer, ajudando-lhe a lapidar o
seu espírito.
“Aquele que tem a luz dentro de seu próprio peito, claro, pode sentar-se no centro e desfrutar
de um dia brilhante; mas aquele que esconde uma alma obscura e pensamentos negativos,
ainda incomodado pela luz do meio-dia, ele próprio é sua masmorra.” (John Milton)
Autor: Pedro Campos de Miranda
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Jorge Muniz Barreto, MI
ARLS Lealdade 3058, Rito Moderno, GOB-SC
ARLS Delta Brasileiro3691, Rito Brasileiro, GOB-SC
Quatour Coronati Lodge nº 2076 da UGLE (Membro Correspondente)
muniz.barreto@gmail.com
Os Sonhos do Rei
Exemplo de Desapego
Há muitos anos, havia na India, um pequeno reinado e um rei muito bom. Um dia um grande rei
sonhou com uma raposa pulando para cima e para baixo no seu lindo palácio. Acordou
revoltado e inquieto. Chamou os ministros e narrou o sonho. Ele queria uma resposta, uma
interpretação. Ninguém sabia explicar. Quanto mais ele contava o sonho menos as pessoas
compreendiam, e as respostas que davam eram tolas ou falsas.
O rei decidiu dar uma recompensa áquele que trouxesse uma resposta coerente, e
mandou que o arauto real saísse a espalhar a notícia.
Ivan era um sem casta, estrangeiro, originário da Sibéria, um verdadeiro mlecha e voltava para
casa depois de um dia duro de trabalho. Viera para a India e constituira família. Ouvira sobre o
sonho do rei mas estava tão cansado que sentou perto de uma cachoeira para repousar e
começou a pensar:
- Ah, que bom seria se eu soubesse decifrar o sonho. Poderia me tornar rico. Mas ai de mim,
como são ilusórios esses pensamentos.
- Você quer mesmo saber o significado do sonho?
Disse uma voz suave de traz da água que caia. Ivan olhou e viu uma linda jóvem
escondendo seu corpinho nas águas que caiam mas deixando ver um corpinho
maravilhoso, com seios durinhos, esbelta e pernas fortes como convém a uma
jovem atleta.
- Que esta fazendo aqui tomando banho nua na cachoeira? Seus pais sabem disto?
5 –Os Sonhos do Rei – Exemplo de Desapego
Jorge Muniz Barreto
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- Se gostou de meu corpo devias olhá-lo e não falar de meus pais, mas não se preocupe, eles
sabem que estou aqui!
- Porque não me conta o significado do sonho, se é que sabe?
A quase menina saiu debaixo da cachoeira. A água ia até pouco abaixo de seu umbigo
deixando perceber que ela estava realmente completamente nua. Tinha no entanto colares de
bolas brancas, um cordão de contas na cintura e braceletes de bolinhas. Ivan quiz se aproximar
mas ela disse:
- Entre nos existe um poço e um rodamoinho, não tente se aproximar. Não foi
para fazer-te sentir meu corpo e minha feminilidade que voltei, mas para
ajudar-te a ganhar a recompensa do rei. Ivan ficou parado.
- Vou lhe contar se prometer me dar metade da recompensa que receberá do
rei.
Ivan concordou.
A estranha criatura então falou:
-A raposa pulando significa que a atmosfera está cheia de falsidade. O palácio é o símbolo do
reino e a raposa é o símbolo da falsidade. O rei deveria ser muito cauteloso com aqueles que
estão ao seu redor.
Agradecendo Ivan partiu em direção ao palácio.
Chegando ele, viu o rei na sala de audiência cercado de astrólogos, sacerdotes, eruditos,
videntes. Mas pelo ar pensativo que ele tinha, Ivan percebeu que o rei não estava satisfeito.
Sentiu também um certo ar de conspiração,
Aproximou-se saudou o rei e pediu licença para interpretar o sonho em particular.
O rei o atendeu a sós, e Ivan narrou o que sabia.
O rei ficou satisfeito, lhe recompensou com uma imensa quantia e o apresentou a
todos como um sábio. No dia seguinte enquanto fazia o caminho de volta para
casa, Ivan ia feliz, mas lembrou que deveria dividir o dinheiro com a jóvem. Ficou triste, e
decidiu que iria pra casa viver a sua vida, e esqueceu o encontro.
Casou-se construiu uma bela mansão e viveu feliz durante alguns anos.
----------
Um belo dia um mensageiro do rei bate à sua porta. Outro sonho precisava ser
decifrado. O rei queria vê-lo o mais depressa possível. Ivan diz que estará no
palácio no outro dia cedo, mas pede ao mensageiro que lhe narrasse o novo
sonho. O rei sonhou que um deslumbrante punhal oscilava sobre o palácio,
especialmente à volta da cúpula do palácio.
Ivan passou a noite inteira pensando em uma resposta e nada lhe ocorria.
22. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 22/36
O jeito era procurar a jóvem do lago, se ela ainda estivesse por lá. Foi.
Chamou-a e ela apareceu. Apesar dos anos continuava linda e ainda mais sensual.
Depois de ouvir as desculpas de Ivan, disse:
- Tudo bem, eu lhe conto desde que você me dê metade do que receber.
Ivan concordou.
- Há violência na atmosfera. O punhal é o símbolo da violência, o palácio é o
símbolo do reino e a cúpula é a cabeça do reino. O reino e o rei estáo
cercados de inimigos que estão tramando desencadear violência. O rei deveria
ficar de atalaia.
Ivan corre ao encontro do rei para lhe narrar o significado.
O rei fica satisfeito com o resultado e dá uma quantia maior do que a da
primeira vez. Ivan retorna feliz e ao ver a cachoeira de longe se entristece.
Por que eu tenho que dividir o que é meu? E se ela ficar zangada, e for contar
toda a verdade ao rei? Automaticamente apanha uma pedra e esconde no bolso. Ao vê-lo, a
mulher vem em direção de Ivan, e é atingida em cheio pela pedrada,
mas mesmo assim ainda encontra forças para fugir.
Ivan vai para casa e vive feliz. Todos o consideram um chefe de família
exemplar.
--------
Anos depois recebe a visita de outro mensageiro. Fica desesperado por que
precisa interpretar mais um sonho. Desta vez o rei sonhou com lindos carneiros,
brancos como a neve saltitando por seu palácio. O mensageiro percebe que
Ivan está relutante, com muitas desculpas, volta e conta tudo ao comandante
das tropas que imediatamente o procura com ameaça de morte por
desobediência. Ivan chora a noite toda arrependido.
O seu arrependimento lhe deu coragem para voltar a cachoeira novamente e a
encontra náo muito longe, mostrando todo seu corpo na relva. Quando ele se
aproxima la lhe diz:
- O rei lhe procurou outra vez?
- Sim!
- Você promete me dar metade do que receber desta vez?
- Acredite, eu lhe darei tudo!
- Pois muito bem, o sonho significa que a atmosfera está cheia de paz, amor e
inocência. O rei não tem nada a temer.
Ivan vai ao palácio, conta ao rei a sua interpretaçáo, e retorna com muito
mais dinheiro. Desta vez a imagem da mulher na relva náo lhe sai da cabeça. Vai
até a cachoeira, chama a jóvem e diz:
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- ó sábia camponesa que não sei nem o nome aqui está tudo conforme lhe prometí, e vou
agora até a minha casa pegar o restante que lhe roubei. Sou um sem casta, estrangeiro
vivendo com dificuldade. O que dou para minha família é com muito esforço. Por favor, me
perdoe. Sua beleza me perturba mas tenho mulher e filhos que me deram amor todos estes
anos. Não devo sentir o erotismo de teu corpo pois estaria fazendo-os sofrer.
- Espere, eu não o censuro por sua conduta passada. Na primeira vez você foi
tentado a me enganar porque havia falsidade no ar. Me olhou com cobiça
disfarçada. Na segunda vez você foi violento comigo porque havia violência no
ar. Antes queria me violar ainda no lago da cachoeira. Você é como qualquer
homem comum, governado pelo espírito que domina o ambiente. Se comporta em
macho lutador esquecendo que ganhar e subjugar o inimigo nada significa. A
vitória não é eterna! Poucos são os que não se deixam influenciar.
E foi se afastando. .
-E o dinheiro?
Parou e se voltou. Os seus mamilos, com o vento, estavam eretos. Ivan se
sentiu invadido de amor sensual.
“Eu não preciso. Se tivesse necessidade dele eu mesmo teria ido até o rei. Sou uma apsara
(Espíritos femininos que habitam as florestas, ficando preferencialmente nas nascentes e nas
cascatas. Podem ser consideradas sacerdotizas do amor). Prego o que aprendí com minha
mãe Prakrit(A máe Natureza). Para mim não existem castas nem estrangeiros, todos foram
concebidos e nascem do mesmo modo, logo são todos iguais. Na terceira vez você foi honesto
pois pairava no ar "paz, amor e inocência”. Apesar de minha nudez soubestes me respeitar e
muito mais importante: respeitar tua família. Com meus poderes só sou violada quando quero,
e isto o faço em nome do amor… Desta vez você deu valor aos valores femininos, aos meus
valores. Eu soube te perdoar e compreender teus erros: tal a mãe que sempre perdoa seus
filhos por que os ama, eu te perdoei apesar de não gostar de teu comportamento agressivo
com a vida: fostes como homem guerreiro primitivo duas vezes. Na última vez mudou: foi
movido pela honestidade, verdade e amor. Que o amor erótico que sentiu ao ver meu corpo
seja a chama que acenderá em ti o amor em todos os teus atos. Para ter amor te comporte de
modo feminino: como a mãe que olha para o filho que acabou de sair dela e que é também sua
criação - olhe com todo amor. Adeus, desejo-te uma vida feliz e sensata, cheia de amor.
Aprenda esta lição de “desapego”.
E aquele corpinho maravilhoso começou a se tornar transparente. Foi desaparecendo e
deixando atraz de si apenas o som do vento que cortando as águas da cachoeira faziam ouvir
“AUUUMMMMM...”
Referência: http://www.inf.ufsc.br/~j.barreto/sonho.htm (escrito em 08/01/2006)
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Este Bloco é produzido
pelo Irmão Pedro Juk, às segundas,
quartas e sextas-feiras
Insígnias na recreação
Em 27/06/2016 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, Loja Luz Invisível, REAA, GORGS
(COMAB), Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, solicita o seguinte esclarecimento:
paulovalduga@gmail.com
Sobre a vossa consideração sobre a Loja em Recreação, publicada em JB NEWS
2.095, faço a pergunta: as Luzes e Oficiais permanecem com suas joias? Pela vossa resposta
creio que permanecem com suas joias, ficando abolidos apenas os sinais de reconhecimento,
no entanto, por estas bandas, é costume nas ditas Sessões Brancas retirarem as joias. Quando
fui VM não me utilizei nem do "tempo de recreação", tampouco da transformação da sessão em
"sessão em família", apesar de nossos rituais (GORGS) trazerem em seu bojo, e caso os
assuntos mereciam uma discussão mais aprofundada, com réplicas, tréplicas e "coisa e tal",
marcava uma Sessão Administrativa para que a matéria fosse tratada de forma ampla e informal,
o que me levou a tomar cacetadas por todos os lados.
Tomo a liberdade de enviar alguns traçados sobre a egrégora, sobre a qual tenho tantas dúvidas
como meu Irmão.
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
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Considerações:
Não existe a mínima necessidade das Luzes, Dignidades e Oficiais da Loja se
despirem das suas joias numa situação dessas. Isso é mero excesso de preciosismo e não
serve para nada. Aliás, serve sim, porém para engordar o cardápio dos enxertos que assolam a
nossa Maçonaria.
No que diz respeito ao tempo de recreação, sem dúvida que o melhor mesmo é não
apressar os fatos. Ideal mesmo é uma Sessão Administrativa previamente marcada. Nesse
sentido indubitavelmente se dá melhor andamento para as discussões (sem a formalidade
ritualística). A praxe nesse é levar o resultado pronto desses debates para uma Sessão
Ordinária (em outro dia) para a competente aprovação do assunto já esmiuçado (sem mais
discussões).
Sobre a tal “egrégora”, penso que todos conhecem a minha opinião a respeito. Não
discuto aquilo que não conheço e não quero conhecer. Defini-la então, não dá mesmo, já que o
termo nem mesmo faz parte do idioma vernáculo. A propósito, essa dita egrégora é assunto que
me parece não fazer parte da racionalidade maçônica. Mesmo assim, respeito às opiniões de
outrem, porém não me obrigo a dela compactuar.
T.F.A. PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com -
Ago/2016
26. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 26/36
LANÇAMENTO
R$50,00
Todos os dias dá para pinçar alguma coisa para discutir em Loja e enriquecer a
sessão.
(O JB News só usa para o seu 1º. Bloco, informações fornecidas pelo
“O Livro dos Dias”)
Dia após dia, está em O Livro dos Dias, em sua 21ª Edição!
Aproveite para conferir em
www.artedaleitura.com
De Irmão para Irmão
As publicidades aqui veiculadas são cortesia do JB News,
como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, preferindo o que está sendo anunciado.
27. JB News – Informativo nr. 2.325– Florianópolis (SC), sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 - Pág. 27/36
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (trabalha no
recesso maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Vem aí o IX Chuletão Templário.
O evento filantrópico Maçônico
Loja “Templários da Nova Era”
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Notícias de Vitória da Conquista (BA)
Loja Simbólica Acadêmica Guardiões da Alpha Crucis.
Oriente de Vitória da Conquista
A Loja Simbólica Acadêmica Guardiões da Alpha Crucis, iniciou suas atividades maçônicas
no último sábado dia 04 de Fevereiro. Os trabalhos foram presididos pelo Venerável Mestre
Saulo das Neves que em momento oportuno palestrou sobre os Rituais de Emulação que foi
criado na “Loja Emulação”, sendo uma versão dos Rituais surgidos após a fusão das duas
Grandes Lojas Inglesas que ocorreu em 1813, e que sofreram forte influência dos costumes
herdados da Grande Loja dos Modernos.
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Loja Simbólica Pensadores Livres
Já a Loja Simbólica Pensadores Livres N.4448 - Rito Moderno do Oriente de Vitória da Conquista BA,
realizou na noite do dia 02 de Fevereiro, como já é tradição, o seu Banquete Maçônico onde estiveram presentes
irmãos de várias potências e oficinas, reinando a fraternidade e uma justa e perfeita egrégora. Os trabalhos foram
presididos pelo Venerável Mestre Valter Silveira
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Notícias da Grande Loja do Estado do Acre
Posse da diretoria da Loja Libertadora Acreana, de Tarauacá com o delegado do Grão Mestrado
representando o Grão Mestre. No registro, a confraternização entre irmãos e cunhadas.
Cumprimentos ao Venerável empossado, Ir. Nilson Veras.
Ocorreram ainda as posses das novas administrações da Loja União e Trabalho nr. 9, da Loja
Imperador Galvez e Loja Teresa Cristina, de Brasiléia,
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Posse no Conselho do
Capítulo Ilha de Santa Catarina
O Irmão Helton Costa, 2º. Vigilante da Loja Templários da Nova Era (foto) toma
posse neste sábado, dia 11, como Presidente do Conselho do Capítulo Ilha de Santa
nr. 184 da Ordem DeMolay, em substituição ao Ir. Paulo Lukoff cujo mandato chega
a seu fim.
A solenidade será às 18h00 no Templo da Loja Padre Roma, no Bairro Jardim
Atlântico. A Loja Templários da Nova Era é patrocinadora do Capítulo e pela
primeira vez um de seus integrantes participa da presidência daquele Conselho.
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
10 de fevereiro
AUM
Vocábulo hindu pelo qual se designa a divindade. Seu valor está na sua vocalização,
que produz um som prolongado; é preciso obter a harmonia exata em um tom de voz
adequado, para que o crente possa entrar em contato com Deus; situa-se como um
mantra, de cujas benesses os ocidentais não chegam a usufruir.
Em Maçonaria temos "huzzé", que equivale palidamente ao mantra "Aum"; apenas a
emissão do som não está regulamentada.
Cada Loja o entoa de modo diverso e até com acentuação diferente, contudo, resulta
benefício, uma vez que em Maçonaria nada é executado em vão.
Ao pronunciar-se "huzzé", com plena força pulmonar, expulsam-se os fluidos
negativos.
O som que produz desperta energias ocultas; trata-se de uma benesse que a todos
atinge.
Ignora-se se o "huzzé" pode ser exclamado a qualquer momento e fora do templo.
Trata-se de um aspecto que merece pesquisa e exercício.
Porém, tudo o que beneficia deve ser considerado judiciosamente, a fim de não tornar
profano o que é, para os maçons, sagrado.
"Huzzé huzzé, huzzé!"
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 60.
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Ir Franklin dos Santos Moura
Loja Prof. Hermínio Blackman 1761
Vila Velha – GOB-ES
Membro Fundador da ACADGOB-ES
Cadeira 22, Patrono Wagner Araújo
Está escrevendo às sextas-feiras.
fsmoura1761@yahoo.com.br
A escalada maçônica
Conhece a ti mesmo obreiro
Pois é a Luz interior que guiará seus passos
Liberte-se do material e alimente o espírito
Pois assim chegará ao conhecimento.
Seja discreto e não mergulhe no abismo da vaidade
Aplique a clava da justiça a ti e aos outros...igualdade.
Assim construirá uma sociedade melhor.
Sem esquecer que o Templo começa em você,
E que a mão deve estar sempre estendida.
Plante suas sementes com ética,
E colherás virtude.
Ser bravo com suas fraquezas requer atitude.
Lutar pela busca da verdade exige toda uma vida.
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