3. ROMA: de aldeia a capital do
Império
Roma fica localizada na Península Itálica e
desenvolveu-se ao longo de 7 colinas do Lácio, junto
ao rio Tibre
Roma
5. Em adultos fundaram a cidade junto do rio Tibre.
Para povoar a aldeia aceitaram ladrões e raptaram
as Sabinas (raparigas de uma tribo próxima).
Rómulo mata o irmão e torna-se no primeiro chefe
de Roma.
Segundo a lenda, em
753 a. C., os gémeos
Rómulo e Remo
fundaram a cidade de
Roma. Devido a lutas
de poder, um tio
lançou-os ao rio, foram
salvos e criados por
uma loba.
A Lenda
8. A divulgação do Latim
O LATIM originou o português, o
francês, o espanhol, o italiano e o
romeno.
9. Uma vasta rede de estradas
Ligavam as diversas regiões do Império e por onde
passavam as populações, as tropas, os funcionários e
as mercadorias.
10. Etapas da formação do
Império
Séc. VIII a.C.- Fundação de Roma (753 a.C.)
1. Séc. V a. C.-III a. C- Ocupação da Península Itálica
2. Séc. III a. C.-I a. C. – Domínio da bacia do Mediterrâneo
(Guerras Púnicas): Península Ibérica, Sul da Gália, Ilíria,
Grécia, Ásia Menor, Fenícia e Palestina, Cirenaica e
Cartago
3. Séc. I a. C.-I d.C.- Domínio do Norte de África e das áreas
adjacentes à bacia mediterrânica
4. Séc. I - III d. C. – Domínio de territórios distantes como a
Germânia (as terras até aos rios Reno e Danúbio); a
Britânia; da Palestina e da Mesopotâmia até ao rio
Eufrates.
“Mare Nostrum” (Mar Mediterrâneo)
11. Roma- cidade ordenadora do
império
➙ Roma foi uma cidade-estado que uniu num
mesmo Império as duas margens do Mar
Mediterrâneo ➙«Mare Nostrum»
➙ Fundada em 753 a.C. (data mítica)
➙ 3 regimes políticos diferenciados:
➙ monarquia — 753 a.C. até 509 a.C.
➙ república — 509 a.C. até 27 a.C.
➙ império — 27 a.C. até 476 d.C.
12. A Economia Romana
Economia urbana:
Os principais centros económicos ficavam
situados em cidades
Economia comercial:
a actividade principal era o comércio
Economia monetária:
grande circulação de moeda.
13. Factores que permitiram a
expansão do império romano
a excelente organização e disciplina do seu exército
boa estão dos recursos económicos do império
criação de uma vasta rede viária terrestre
desenvolvimento do comércio inter-regional
mare nostrum: eixo de ligação de todo o império
grande capacidade de organização política e
administrativa
descentralização do poder a nível local / provincial
introdução do latim como língua comum e oficial
aplicação a nível local do direito romano
integração progressiva de todos os habitantes do
império na cidadania romana
14. ➙ O império romano está profundamente ligado
à cidade
➙ A cidade romana é uma célula administrativa
▼
centro de poder
concentra as instituições
governativas
goza de relativa autonomia
("descentralização")
➙ Os romanos levaram o modelo de cidade a
todos os cantos do império
➙ As cidades do império são réplicas da própria
Roma
➙ A base do império romano foram as cidades
16. Instituições Políticas - República
16
Durante a República o poder político era exercido pelos:
• Comícios, assembleias que integravam todos cidadãos
romanos: os patrícios integravam o Comício das Centúrias e o
das Tribos. Comício da Plebe reunia os plebeus. Os comícios
elegiam Magistrados e aprovavam as leis.
• Magistrados, tinham o poder executivo, governavam a
República. Os comícios elegiam anualmente as magistraturas
ordinárias: cônsules, pretores, edis, questores e de 5 em 5 anos
os censores; O Comício da Plebe elegiam todos os anos 10
Tribunos da Plebe. Em situações de crise ou de guerra um
cônsul poderia designar um ditador, com um mandato de 6
meses.
• Senado, órgão de grande importância que integrava os pater
famílias, os antigos cônsules, controlava os magistrados e o
tesouro, dirigia a política externa e nomeava os governadores
das províncias.
Em 27 a. C. , o Senado aprovou o reforço dos poder a Octávio
17. Da República ao Império
O governo republicano demonstrou as suas fragilidades
com a expansão do mundo romano, não conseguia
resolver a situação de guerra civil, as crises políticas
sucediam-se.
Num último período da República foi criado o
Triunvirato, um governo com três cônsules que
partilhavam o poder sobre o império.
◦ Um 1º triunvirato foi constituído por Júlio César, por Crasso
e Pompeu, 3 representantes das famílias mais
importantes, mas os problemas continuaram e viveu-se um
verdadeira guerra civil, terminou com o assassínio de Júlio
César na escadaria do Senado em 44 a. C..
◦ A fórmula manteve-se e constituiu-se o 2º triunvirato com
Lépido, Marco António e Octávio, a crise politica manteve-
se. Durante este período o império foi dividido em 3 partes,
ficando a Europa ocidental para Octávio, a parte Oriental e
Próximo Oriente para Marco António e o Norte de África.
18. Ascensão de Octávio César Augusto
Octávio (63 a. C. - 14 d. C) sobrinho e filho adoptivo de
Júlio César, assume-se como seu herdeiro. E foi
concentrando nas suas mãos os seguintes poderes:
IMPERATOR: imperium: poder militar e judicial
CONSUL: cônsul: controla o poder legislativo
PRINCEPS SENATUS: domínio sobre o senado (poder
para fazer cumprir as leis)
AUGUSTUS: carácter divino; próximo dos deuses
TRIBUNICIA POTESTA ES: poder tribunício: pode
vetar as leis; torna o “imperador” inviolável
PONTIFEX MAXIMUS: sumo pontífice: poder religioso;
administração e fiscalização dos sacerdotes e do culto;
capacidade para interpretar a vontade dos deuses
PATER PATRIAE: pai da pátria; pai de todos os
romanos
PRINCEPS CIVITATIS: o primeiro dos cidadãos
19. As dinastias do Império Romano
O período da história de Roma conhecido como
Império Romano iniciou-se com a chegada de
Otávio ao poder, em 27 a.C., estendendo-se até
476 d.C. Esse período é dividido em duas etapas,
entre o Alto Império (27 a.C. a 235 d.C.) e
o Baixo Império (235 d.C. a 476 d.C.).
No Alto Império, quatro dinastias sucederam-se no
poder:
1. a Júlio-claudiana, que se iniciou com a morte de Otávio
em 14 d. C. e até 68;
2. a dos Flávios, no poder entre 68 e 96;
3. a dos Antoninos, que governou entre 96 e 192;
4. a dos Severos, que esteve à frente do Império entre
193 e 235.
20. As Instituições do Império
As instituições republicanas apesar de continuarem a existir
foram esvaziadas de poder. A administração do estado
centrou-se no imperador que se criou novos órgãos políticos.
21. As Instituições do Império
O Conselho Imperial órgão consultivo e deliberativo, composto por
senadores e magistrados da confiança do Imperador, preparava as leis
e outras decisões a apresentar ao senado.
Um novo corpo de altos funcionários recrutado pelo imperador entre
as classes mais preparadas, par ao desempenho de funções na
administração central e provincial. Os mais importantes eram os
prefeitos (que administravam as cidades do império) acompanhados
pelos respectivos procuradores, curadores e secretários.
O imperador passou a nomear directamente os governadores das
províncias do império (os legados imperiais) ou a confirmar os
governadores propostos pelo Senado (os procônsules).
Todos os generais ficam subordinados ao Imperador, dependendo
dele directamente.
A Guarda Pretoriana, um corpo militar privativo do imperador,
destinado à sua protecção pessoal e ao policiamento da ordem pública
em Roma, conjuntamente com as milícias urbanas. O seu comandante
era o Prefeitos do Pretório, homem de confiança do imperador,
verdadeira segunda figura do Estado, podendo substituir o imperador
quando este estava ausente.
22. A unidade do Império
Num Império tão vasto, foi necessário um grande
esforço para integrar os povos conquistados,
destacando os seguintes elementos que
promoveram a unidade do Império:
o culto a Roma e ao Imperador
o direito romano
a extensão da cidadania
o exército garantia a paz romana,
a língua latina,
a rede de estradas.
23. O culto a Roma e ao Imperador
Na parte oriental do Império, os reis era considerados deuses. No
Ocidente, e em particular em Roma os generais era tidos como
agentes dos deuses, com uma missão divina. Octávio neste campo
atuou de forma prudente para não chocar os romanos:
nas províncias adora-se o Imperador. Em Roma apenas se veneram as
“virtudes imperiais”, ou seja, os benefícios da existência do governo
imperial: “VITÓRIA AUGUSTA”, “JUSTIÇA AUGUSTA”,” PAZ AUGUSTA”,
“LIBERDADE AUGUSTA”
Ao morrer em 14 d.C., o Senado confere a Octávio o título de DIVUS
(divino).
Os imperadores que se seguiram foram também agraciados com o título
de Augusto.
O Culto Imperial foi associado ao culto à cidade de Roma, vista como
força superior, predestinada a governar o mundo e que trás a paz, a
prosperidade e a justiça aos povos.
A personificação da cidade de Roma aparece ligada a uma figura
feminina armada, que acaba por ser objecto de culto, transformada em
“DEUSA ROMA” – Thea Roma ou Roma Aeterna.
Para o seu culto construíram-se Templos em todo o Império.
Este culto simultâneo ao Imperador e a Roma , tornou-se mais um
elemento de união política e ideológica que enaltece os benefícios da
dominação romana: uma espécie de devoção cívica que passa por cima
24. O Direito Romano
O direito é um conjunto de princípios e normas
jurídicas que regem a vida de um povo.
Inicialmente os romanos, como os outros povos,
não tinham leis escritas. O direito baseava-se na
tradição e nos costumes- direito
consuetudinário: normas imprecisas, vagas e
sujeitas a deturpações eram transmitidas
oralmente de geração em geração.
No sec. V a.C. (425 a.C.), os plebeus revoltaram-
se contra esta situação e exigiram leis escritas. Os
nobres romanos encarregaram 10 decênviros de
redigir de forma clara e concisa as leis, gravadas
em 12 tábuas- o primeiro código escrito de leis
25. O Direito Romano
A Lei das XII Tábuas: um
direito legítimo (baseado na lei-
legis), linguagem clara e
concisa, “fonte de todo o direito
público e privado”. Decorada
pelos meninos na escola.
Contudo aquelas leis depressa se revelaram
insuficientes, novas situações exigiram novas leis:
◦ Os Pretores (magistrados responsáveis pela justiça)
aplicavam o direito através das suas decisões- os éditos;
◦ O Senado tomava as suas decisões- senatus consultus;
◦ O Imperador manifestava a sua vontade através de decretos;
◦ Os jurisconsultos, espécie de advogados, que eram
consultados nos casos de difícil resolução e emitiam
pareceres especializados.
26. O Direito Romano
Consciente do valor do Direito criado durante séculos, os
últimos imperadores procuraram preservá-lo, ordenando a
sua compilação. O imperador Justiniano (482-565)
encarregou uma comissão de reunir 10 séculos de leis
escritas, harmonizando-as e eliminado repetições e
contradições, o resultado foi o Código Justiniano, ou
Corpus Iuris Civilis base de todo o direito do mundo
ocidental.
A estrutura do Corpus Iuris Civilis (4 volumes): Codex
(compilação dos decretos imperiais), o Digesto ou
Pandecta (pareceres de jurisconsultos), os Instituta
(manual de direito) e as Novelas (decretos imperiais
publicados depois de 534)
O direito romano contribuiu para a pacificação e a união
dos povos do império que consideravam estas leis claras,
27. A cidadania romana
A sociedade romana era muito complexa, entre os homens
livres, os estatutos era diversificados, ser cidadão romano
implicava um conjunto de direitos e deveres.
Direitos conferidos pela plena cidadania romana: Principais deveres do cidadão
Direito de possuir propriedades, comprar, vender,
fazer contratos, redigir um testamento.
Direito de contrair casamento legítimo, exercer os
direitos de um pater familias (pai de família), transmitir
aos filhos a cidadania romana.
Direito de participar na vida política da cidade através
do voto, nas assembleias.
Direito de ser eleito para o desempenho de cargos
públicos (magistraturas).
Direito de manter a cidadania em caso de migração
para outra cidade.
Direito de instaurar um processo em tribunal.
Direito de recurso das decisões dos magistrados e dos
tribunais.
Direito de não ser torturado nem condenado à morte, a
não ser em caso de traição.
As obrigações do cidadão
romano não eram apenas
jurídicas mas também sociais,
decorrendo do que se esperava
fosse a conduta de um cidadão.
Viver honradamente e exercer
as suas funções como pater
familias.
Participar na vida política da
cidade.
Servir no exército como
legionário.
Pagar imposto sobre as
sucessões.
28. A cidadania romana
Até ao séc. I a.C. só os naturais de Roma e seus descendentes
eram considerados cidadãos. Em 49 a,C. esse direito estendeu-se
a Itália.
No séc. I e II, eram atribuídos os direitos como prémio, a
estrangeiros que se distinguissem por serviços prestados ao
Império.
No mesmo período, era também concedido o direito aos habitantes
livres de algumas cidades indígenas pacificadas, transformando-se
assim, em municípios.
No início do séc. III, em 212, o Imperador Caracala promulgou um
édito, que estendia a cidadania a todos os habitantes livres do
império, obtendo vantagens políticas, fiscais, militares e culturais.
A progressiva extensão da cidadania formou a harmonização da
população, estabelecendo o regime imperial e a acalmar os
conflitos, rivalidades e revoltas sociais, que eram consequência das
alterações económicas provocadas pelas conquistas e alargamento
do império.
30. Possuíam uma fortuna avaliada em
um milhão de sestércios;
Constituía uma elite privilegiada;
Possuíam grandes propriedades
(latifúndios);
Exerciam as mais altas funções do
estado:
Membro do senado, magistrado(cônsul,
pretor) e governador das províncias. 30
Ordem Senatorial
•Eram nomeados pelo
Imperador;
Sociedade Romana
31. Sociedade Romana
◦ Ordem Equestre
Possuíam uma fortuna avaliada em 400
mil de sestércios;
Os Imperadores utilizavam-nos para
limitar o poder dos senadores nomeados
para importantes cargos administrativos.
Dedicavam-se ao comércio e ao
negócios.
31
32. Sociedade Romana
◦ Plebeus
homens livres;
pequenos proprietários de terras,
camponeses, artesãos, pequenos
comerciantes, indigentes urbanos;
muitos estavam dependentes de famílias
ricas;
o Império procurava controlar as revoltas,
distribuindo gratuitamente pão e
promovendo espetáculos de gladiadores
ou corridas de cavalos- “pão e circo”.
32
33. Sociedade Romana
◦ Escravos
Eram prisioneiros decorrentes
das conquistas;
eram considerados “coisas” e
não tinham direitos civis, nem
políticos;
Trabalhavam na agricultura, nas
minas, no serviço doméstico.
Também podiam ser gladiadores
Libertos: antigos escravos a
quem era dada a liberdade por
testamento.
33
35. Uma Cultura Urbana
Pragmática
Na cultura romana salienta-se o facto de o seu povo ter caráter
pragmático e utilitário do pensamento e da cultura.
A cultura romana impôs-se através:
Da sua inteligência prática (resolvia problemas concretos da
vida);
Do espírito político (sentido gregário e tendência para a ordem,
disciplina e poder);
Do sentido histórico;
Da vontade para a monumentalidade e riqueza, bem patente
no urbanismo e na arquitetura;
Dos hábitos de luxo.
Os Romanos mais cultos, consideravam sempre a cultura grega
como um modelo de cultura superior.
Pragmático: Filosofia ou corrente de pensamento que
valoriza o senso comum, ou juízo prático e objetivo,
como orientação da vida.
36. A padronização do urbanismo
As cidades edificadas
pelo Império seguiam o
padrão da cidade de
Roma.
Planta rectilínea,
inspirada nos
acampamentos
militares;
Duas vias organizavam
o espaço urbano: o
Cardo (eixo N-S) e o
Decumanos (eixo O-E).
O espaço da urbe
romana era limitado
por uma muralha,
designada de
pomerium
Planta de Timgad
37. A padronização do urbanismo
No cruzamento do Cardo com o Decumanos surgia o
fórum (o centro religioso e administrativo da cidade
romana), onde se localiza:
◦ a cúria, local de reunião do Senado;
◦ a basílica servia, ao mesmo tempo, de tribunal público e sala
de reuniões;
◦ Os templos em honras de vários deuses, nomeadamente
dos Imperadores.
◦ Nas proximidades do fórum existiam bibliotecas, mercados
públicos, termas (com águas quentes e frias) . Na urbe
romana existiam outros edifício públicos como: anfiteatros,
circos e os teatros.
A higiene era uma das preocupações dos romanos,
de tal forma que os aquedutos, as redes de esgotos
sempre estiveram incluídos nos planos urbanísticos
romanos.
41. As domus, localizadas nos centros urbanos, eram habitada pelos
grandes senhores da sociedade romana. Estas casas eram
espaçosas e bastante luxuosas. Algumas tinham banhos
privativos, jardins interiores e estavam decoradas com pinturas
murais e mosaicos. 41
A Casa Romana
Existiam três
tipos de
habitações:
domus,
insulae,
villa
42. As ínsulas eram prédios habitacionais com vários andares,
situados nos centros urbanos. Os espaços eram em grande parte
comuns e habitados por mais que uma família. Construídas em
madeira, estas casas não revelavam grandes condições e ardiam
com facilidade. Nelas habitavam as camadas mais pobres.
42
A Casa Romana
43. 43
As vilas ou casas de campo pertenciam a grandes proprietários
rurais. Eram sinónimo de riqueza e bom gosto.
A Casa Romana
44. A arquitetura romana
A arquitectura foi influenciada pelos
gregos, adoptaram a três ordens
arquitectónicas de forma criativa, recriando-
as, (a ordem toscana é uma variante da
ordem dórica), sobrepondo-as num único
edifício ou conjugando os seus elementos
numa única ordem, a ordem compósita.
Ordem Compósita
Ordem Toscana
Ordem Coríntia
Ordem Jónica
O coliseu de Roma
45. A arquitetura romana
Os romanos utilizaram novos materiais e técnicas. O sentido
prático fê-los adoptar na construção materiais mais baratos, fáceis
de utilizar e existentes em todo o império, como o tijolo e o betão.
Em grandes obras, o tijolo e o betão eram escondidos por um
revestimento de mármore ou outra pedra.
A utilização de tijolo e betão permitiu que o sistema trilítico dos
gregos fosse substituído pelos arcos de volta perfeita, os tectos
planos pelas abóbadas de berço e de arestas e pelas cúpulas.
Arco de Volta
Perfeita
Abóbada de
Berço
Abóbada de
Arestas
Cúpula
46. A arquitetura romana
A monumentalidade dos edifícios construídos tinha intenções
propagandísticas do poder imperial, de celebrar as conquistas e
demonstrar a força do império (Arco do Triunfo, Colunas
Comemorativas).
Arco de Sétimo Severo Coluna de Trajano
47. Mosaico e Pintura
◦ Decoravam o chão e as paredes das casas dos
romanos;
◦ Os melhores exemplos encontram-se cidades de
Pompeia e de Herculano.
47
48. A Escultura
As obras escultóricas são frequentes
no espaço romano e permitindo-nos
reconhecer os seus traços:
Os romanos demonstraram um
grande apreço pela escultura grega.
Os cidadãos mais ricos
encomendavam réplicas de obra
gregas ou mandavam esculpir à
maneira dos gregos.
Esculturas de grande realismo,
procurando captar as feições, o
olhar, os cabelos das pessoas
retratadas.
Enaltecimento do poder imperial,
com o advento do Império ao lado da
tendência realista desenvolveu-se
um estilo oficial, solene, em que os
retratados têm rostos serenos e
gestos suaves. Estas representações
fazem lembrar as de um herói ou
Busto de Séneca
Busto de Caracala
49. ◦ Relevo Narrativo
Os relevos têm uma função didáctica, de narrar
os grandes feitos do povo romano e exaltar as
virtudes dos seus chefes.
Propaganda política
49
Pormenor da Coluna de Trajano
A Escultura
50. A apologia do Império na épica
O século I foi o período áureo da cultura
romana. Cultivaram-se as letras gregas e
desenvolveram-se os seus próprios
modelos, em que se destacaram, pela
correcção de linguagem e elogio à
virtude. O pragmatismo foi um traço
dominante da cultura romana. Vejamos
alguns exemplos:
A literatura e as manifestações de arte no
império serviam para enaltecer o regime e
eram patrocinadas por particulares
(Mecenas) ou pelo imperador, não poden-
do ser, por este motivo, isentas.
Na poesia também seguiram o modelo
grego e, embora todo o romano culto
soubesse citar os Poemas Homéricos, o
seu grande poema épico foi a Eneida, de
Virgílio, em que a narrativa focava a
fundação lendária de Roma pelo herói
troiano Eneias, vindo de Tróia. Cultivaram-
Virgílio
Horácio
Ovídio
51. A apologia do Império na historiografia
Para os Romanos, a História devia ser didáctica e colocada ao
serviço da educação dos jovens do império. Assim, deveriam ser
salientados todos os casos que pudessem ser encarados como
exemplares e omitidos ou aligeirados os que não fossem tão
dignos de nota. O historiador Tito Lívio, na sua História de
Roma, seguiu esta linha. Tácito narrou os costumes dos povos
opositores a Roma, deixando um testemunho antropológico
notável, mas colocou a história ao serviço do Estado e da moral.
Tito Lívio
Tácito
52. O ensino no tempo do Império
A educação em Roma, no tempo do império, era pro-
fundamente influenciada pelo modelo grego:
Tal como na Grécia, a educação escolar iniciava-se aos 7 anos, rapazes e
raparigas eram enviados ao litterator (professor primário) para aprender a
ler e escrever. Esta escola funcionava numa das arcadas do fórum. Os
alunos sentados no chão escreviam em tabuinhas de cera. Os
professores gozavam de uma enorme autoridade, ainda que fossem
escravos. O castigo físico para punir a preguiça era comum. Com um
outro professor, o calculator, os alunos iniciavam-se na matemática.
Aos 12 anos, os filhos das elites do império continuariam os seus estudo
no ensino secundário O gramaticus ensinava-lhes a par do latim o grego,
estudavam os Poemas Homéricos, os poetas e os textos literários gregos
com a mesma profundidade com que se debruçavam sobre autores
latinos como Virgílio e Horácio e aprofundavam os conhecimentos de
geometria, música, astronomia e matemática.
Por fim, com 17 anos alguns rapazes eram acompanhados pelo rethor,
para desenvolver a retórica isto é o estudo da palavra dita, pedra angular
de uma vida política activa.
Por todo o império as escolas multiplicavam-se, unificando os paradigmas
(modelos) culturais. Os professores protegidos e privilegiados, o erário
público custeavam as despesas dos professores e suportava a criação de
escolas.
54. Conquista da Hispânia
◦ Processo lento e difícil
Forte resistência dos povos locais,
nomeadamente do Lusitanos chefiados por
Viriato.
A pacificação do território só aconteceu no séc.
I a. C. por Júlio César e Augusto.
54
55. Após 206 a. C. 19 a. C. 214 d. C.
Hispânia Citerior
Hispânia Ulterior
Tarraconense
Lusitânia
Bética
Tarraconense
Galécia
Cartaginense
Lusitânia
Bética
55
A Península Ibérica romana
56. Administração da Península
Depois de dominarem toda Península Ibérica, os romanos
dividiram o território em três províncias e estas em
conventus:
Tarraconense, com capital em Tarraco
Bética, com capital em Corduba
Lusitânia, com capital em Emerita Augusta.
56
Península Ibérica
Província
Tarraconense
Província Bética
Província
Lusitânia
Conventus
Scalabis
Conventus Pax
Julia
Conventus
Emerita Augusta
57. Hispânia
◦ A presença romana durou quase 600 anos;
◦ Durante todo este processo a Hispânia sofre
uma enorme transformação:
Romanização
Processo de difusão da cultura romana pelos povos
indígenas;
Processo lento, a ritmos diversificados;
Leva à padronização do império romano:
Urbanismo (colónias e municípios segundo o modelo
de Roma),
Igual aplicação do direito,
Latim como língua oficial,
Instituições administrativas romanas,
Cultos oficiais (incluindo o do Imperador),
Estrutura social idêntica para todo o império.
57
58. Veículos de
romanização
Uma densa rede
de cidades
O Exército e a
pax romana
As leis (o direito e a
administração)
A língua (latim)
As vias de
comunicação
59. • Centro da vida política, social,
económica e cultural;
• Forma encontrada para estruturar e
administrar o império;
• Polo de atração dos habitantes locais;
• Remodelação de zonas urbanas
preexistentes e fundação de novas
urbes:
• Colónias (direito romano),
• Municípios (direito latino),
• Cidades estipendiárias,
• Cidades federadas.
As cidades
60. Exército e imigração
Exército: o primeiro a chegar e
aquele que impõe a ordem;
Portadores e difusores da
cultura romana (o pacto de
hospitalidade);
Estabelecem contato com os
indígenas – processo de
miscigenação;
Tropas auxiliares licenciados
(os veteranos);
Colonos romanos deslocados
para regiões onde podem ter
melhores condições de vida;
A crise política do séc. A.C.
reforça a romanização.
Pactum hospitium entre os
Túrdulos Velhos e os Romanos,
V.N. Gaia
61. A ação das autoridades
provinciais
Ação determinante na
aculturação dos povos
dominados;
Criação de um sólido
edifício administrativo;
Estabelecimento de um
clima de paz, tolerância
e confiança;
Criação e fomento de
escolas e campanhas
de difusão da cultura
romana –
estabelecimento de
elites locais;
Política de obras
públicas e
monumentalidade das
cidades.
Templo Romano de Évora
62. A língua, a religião e o direito
O latim tornou-se a língua oficial,
facilitando a comunicação entre
conquistadores e conquistados;
Uniformização cultural;
Religião romana tolerante, absorve
os deuses locais;
Coexistência e aculturação;
Difusão do culto imperial,
permitindo a coesão;
Todo o império se rege pelas
mesmas leis;
Manutenção da ordem, segurança
e paz, colocando em igualdade
conquistadores e conquistados
Cabeça do
Endovélico
63. Desenvolvimento económico
Desenvolvimento das áreas
conquistadas (especialmente a
norte);
Introdução da agricultura
intensiva;
Estabelecimento de grandes
propriedades rurais, as villae;
Introdução de novas culturas,
como o trigo, o azeite ou o
vinho;
Desenvolvimento da pecuária
(bovinos, equídeos, suínos…);
Desenvolvimento das indústrias
urbanas (olaria, tecelagem,
preparação de peixe -
garum…);
Exploração mineira (ouro, prata
e cobre) e extração do sal;
Desenvolvimento dos mercados
e feiras;
Tanques de garum,
Tróia
64. A romanização da Hispânia
Assim, a romanização implicou uma profunda
transformação dos modos de vida – material e cultural –
dos povos da região correspondente ao atual território
português:
Alteração do regime da propriedade fundiária (passou a
ser individual, deixando de ser comunitária);
Introdução de novas culturas, como a oliveira e a vinha;
Introdução da economia comercial e monetária;
Desenvolvimento de atividades ligadas à exploração
mineira, à pesca e à indústria conserveira;
Introdução de um novo estilo de vida, copiado dos
Romanos, mais pacífico e civilizado, testemunhado pela
existência de teatros, anfiteatros, termas, estádios,
balneários públicos e fóruns.
Segundo alguns historiadores, a Hispânia foi a província
mais romanizada do Império. Onde esses traços perduraram
muito além do fim do Império.