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TEXTO 3

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA E MARKETING ESTRATÉGICO



Texto traduzido livremente e adaptado pelo professor Gilson Monteiro a partir das obras

indicadas na Bibliografia



O Marketing na empresa e na economia

        A introdução da linguagem contidiana do termo marketing supõe que seu significado seja

uniforme. No entanto, esta é uma palavra deteriorada e mal entendida não só pelos detratores mas

também por alguns de seus adeptos. São encontradas usualmente três acepções para o marketing.

        A primeira delas dá conta de que o marketing é a publicidade, a promoção e a venda sob

pressão. Assim, é um conjunto de meios de venda particularmente agressivos utilizado para

conquistar os mercados existentes. Esta é uma acepção muito mercantilista, através da qual o

marketing seria aplicado principalmente aos mercados massivos e quase nada nos mercados nobres,

dos produtos de alta tecnologia, por exemplo, bem como na administração pública e nos serviços

sociais e culturais.

        O marketing é visto também como um conjunto de ferramentas de análises, de métodos de

previsão e de estudos de mercados utilizados como fins de desenvolver enfoques prospectivos das

necessidades e da demanda. Seria então um método muito complexo, reservado apenas para as

grandes empresas. Consiste em um discurso feito principalmente de palavras americanas cujos

custos são elevados e os valores práticos pouco evidentes.

        Há ainda a visão de que o marketing é o grande corruptor, o arquiteto da sociedade de

consumo. Assim sendo, é um sistema de mercado no qual os indivíduos são objetos de exploração

comercial pelo vendedor. Para poder vender cada vez mais seria necessário fabricar continuamente

novas necessidades. À alienação dos indivíduos, na qualidade de trabalhadores, por parte do
empregador, se somaria a alienação dos indivíduos, na qualidade de consumidores, por parte dos

vendedores.

       Nessas três visões esquemáticas encontram-se três dimensões características do conceito de

marketing. Uma dimensão de ação (a conquista de mercados), uma dimensão de análise (a

compreensão dos mercados) e uma dimensão ideológica (uma atitude). A tendência usual é reduzir

o marketing à dimensão ação, isto é, um conjunto de métodos de vendas (o marketing operativo) e

subestimar a dimensão análise (o marketing estratégico).

       Implícita nesta visão do papel do marketing encontra-se a idéia da omnipotência do

marketing e da publicidade, que seriam capazes de fazer com que o mercado aceite tudo graças às

poderosas ações de comunicação que se resumem em “fazer saber” e “fazer valer”., que seriam

concebidas independentemente de todo o desejo de satisfação das necessidades reais dos

compradores. O mito da omnipotência do marketing é um rumor persistente, muito embora haja

exemplos abundantes do fracasso de marcas e produtos.

O princípio da soberania do comprador

       Na realidade, o mal entendido é profundo pois a “teoria” ou a ideologia que sustenta a gestão

de marketing é muito diferente. O sistema de pensamento que sustenta o marketing, que se

denomina de conceito na ótica do marketing se apoia, na realidade, sobre a “teoria da ações

individuais na qual se fundamenta o princípio da soberania do comprador”. Visto desta forma o

marketing nada mais é do que a expressão social e a tradução das regras operativas de gestão dos

princípios enunciados pelos economistas clássicos nos finais do Século XVIII, que são a base da

economia de mercado. Os princípios enunciados por Adam Smith (1776) podem resumir-se como se

segue: “... o bem-estar social não depende em definitivo das intenções altruístas, mas resulta da

conjunção, por intercâmbio voluntário e competitivo, das motivações interessadas entre produtores

e consumidores”.

       Partindo do princípio de que a busca do interesse pessoal é uma tendência da maioria dos

seres humanos - a qual se pode lamentar no plano moral, mas não se pode negar que é uma
realidade - Adam Smith sugere deixar as pessoa serem o que são mas desenvolver um sistema que

procure fazer com que os indivíduos egocêntricos contribuam, sem querer, para o bem comum. Este

sistema é o intercâmbio competitivo e voluntário dirigido pela mão invisível da busca egoísta de

interesses pessoais que sirvam, ao final das contas, aos interesses gerais.

       Na base da economia de mercado encontram-se quatro idéias centrais, aparentemente

inocentes, mas carregadas de implicações no terreno da filosofia do enfoque sobre os mercados.

- O que os indivíduos perseguem não são experiências gratificantes para eles: é a busca de um

interesse pessoal que incita os indivíduos a produzir e trabalhar. Esta busca é o motor do

crescimento, do desenvolvimento individual, que, em definitivo, determina o bem-estar geral.

- O que é gratificante responde às eleições individuais as quais variam segundo os gostos, as

culturas, os sistemas de valores, etc. É abaixo do respeito às regras éticas, morais e sociais que uma

sociedade se fixa. Não se deve fazer nenhum juízo sobre o valor ou a frivolidade das eleições ou

sobre o que poderia ser considerado como verdadeira ou falsa necessidade. O sistema é pluralista e

respeitoso às diversidades de gostos e preferências (Friedman, 1980).

- Pelo intercâmbio voluntário e competitivo os indivíduos e suas organizações alcançam o melhor

de seus objetivos. Se o intercâmbio é voluntário, tenderá, ao fim do intercâmbio, a gerar utilidade

para as partes. Se o intercâmbio é competitivo, os riscos de abuso de poder de mercado dos produtos

estarão limitados.

- Os mecanismos da economia de mercado se apoiam no princípio da liberdade individual e, mais

particularmente, nos princípios da soberania do comprador. O fundamento moral do sistema reside

no reconhecimento do direito de que os indivíduos são responsáveis pelos seus atos e capazes de

decidir o que é bom e o que é mal para eles.

O campo de ação do marketing

       Baseado nos quatro princípios da filosofia de mercado, o marketing pode ser agrupado em

três grandes campos de ação:
- O marketing de bens e serviços de consumo se encarrega dos intercâmbios entre uma empresa e os

indivíduos, aos cuidados do consumidor.

- O marketing organizativo, o marketing de negócios, é aquele no qual os colaboradores dos

processo de intercâmbio são as organizações.

- O marketing social corresponde às organizações sem fins lucrativos, como museus, universidades,

etc.

       Cada um desse âmbitos implica que a satisfação das necessidades dos clientes deve ser o

objetivo principal de toda a atividade da organização, não por altruísmo, mas por interesses bem

entendidos: porque é o melhor meio de alcançar seus próprios objetivos de crescimento e

rentabilidade.

A funções de marketing na empresa

O marketing operativo

       O marketing operativo é uma gestão voluntarista de conquista de mercados existentes cujo

horizonte de ação no curto e médio prazo. É a clássica gestão comercial centrada na realização de

um objetivo de vendas que se apoia nos meios táticos baseados na política de produto, de

distribuição, de preço e de comunicação. A ação de marketing operativo se concentra em objetivos

de cota de mercado a alcançar e em pressupostos de marketing autorizados para realizar tais

objetivos.

       O marketing operativo é um braço comercial da empresa sem o qual o melhor plano

estratégico não pode desembocar em resultados notáveis. Um marketing operativo, por mais fluente

que seja, não pode criar uma demanda onde a necessidade não exista. Para ser rentável, o marketing

operativo de apoiar-se em uma reflexão estratégica baseada nas necessidades do mercado e sua

evolução.

O marketing estratégico

       O marketing estratégico se apoia na análise das necessidades dos indivíduos e das

organizações. A partir deste ponto de vista, o comprador busca o produto, ou o serviço, para
solucionar um problema, que tal produto ou serviço é susceptível de oferecer. Estes serviços podem

ser obtidos através de diferentes tecnologias as quais, por conseguinte, estão em contínuas

modificações. A função do marketing estratégico é seguir a evolução do mercado de referência e

identificar os diferentes produtos/mercados e segmentos atuais e potenciais, a partir de uma base de

necessidades a ser encontrada.

       Os produtos/mercados identificados representam uma oportunidade econômica cuja

atratividade de mercado é preciso valorar. O atrativo de um produto/mercado se mede em termos

quantitativos pela noção de mercado potencial e em termos dinâmicos pela duração de sua vida

econômica, representada pelo seu ciclo de vida. Para uma empresa determinada, sem embargo, o

atrativo de um produto/mercado depende de sua competitividade, de sua capacidade para atrair

melhor que seus competidores a demanda dos compradores. Essa competitividade existirá à medida

que a empresa detenha uma vantagem competitiva, seja pela presença de qualidade distintas que a

diferencia das rivais, seja por uma produtividade, o que lhe dá uma vantagem em custos.

       A função de marketing estratégico é, pois, orientar a empresa para as oportunidades

econômica atrativas, completamente adaptadas a seus recursos, a saber, que oferecem potencial de

crescimento e rentabilidade. A gestão de marketing, neste aspecto, se situa em médio e longo prazo.

Sua função é precisar a missão da empresa, definir seus objetivos, elaborar uma estratégia de

desenvolvimento e zelar por manter uma estrutura equilibrada na carteira de produtos.

O programa de marketing

       A função de reflexão e planificação estratégica é muito diferente do marketing operativo e

implica outros tipos de habilidades dos indivíduos que exerçam estas funções. As duas funções são,

sem embargo, totalmente complementares, em sentido de que a elaboração de um plano estratégico

deve ter uma estreita relação com o marketing operativo.

       Os meios de ação do marketing operativo são, principalmente, as variáveis preço,

publicidade, potencial de vendas e dinamização da rede de distribuição. Desta maneira o marketing

estratégico desemboca na eleição de produto/mercados nos quais a empresa detenha uma vantagem
competitiva e sobre uma previsão de demanda global em cada um dos produtos/mercados

considerados. O marketing operativo se propõe a um objetivo de quota de mercado a alcançar em

cada produto/mercado, assim como os pressupostos de marketing necessários para a realização

destes objetivos.

       A comparação para cada produto/mercado do objetivo de quota de mercado e da previsão de

demanda global permite, em primeiro lugar, despejar um objetivo de venda em volume e

seguidamente em unidades monetárias, tendo em conta a política de preços adotada. O benefício

bruto esperado se obtém depois da dedução dos custos diretos de produção, de cargas de impostos

próprios e eventuais e de gastos de marketing destinados à força de venda, publicidade e promoção,

segundo se expressa no pressuposto de marketing. Este benefício bruto e a contribuição aportada

pelo produto/mercado da empresa, destinada a assegurar a cobertura dos gastos gerais de exploração

e também de lucro. Esse conjunto de análise se concretiza no plano de marketing.

O novo papel do marketing estratégico

       O marketing estratégico na empresa tem por objetivo a) fundamentar sua atividade com

opções estratégicas sólidas e claramente definidas, b) desenvolver sistemas de vigilância do

ambiente e de análise de competência, c) reforçar a capacidade de adaptação às mudanças do

ambiente e d) prever regulamente a renovação da carteira de produtos/mercados.

       A eficácia do marketing estratégico tem sido posta em evidencia em numerosos estudos

empíricos realizados na Europa e nos Estados Unidos. Cooper (1979) principalmente analisou as

causas do êxito de mais de 200 produtos industriais. Sua análise evidenciou que os três fatores

chaves do êxito dependem diretamente da qualidade do marketing estratégico: a) a superioridade do

produto para o comprador e a presença de qualidades distintas, b) o conhecimento do mercado e o

saber fazer marketing. Além disso, Booz, Allen e Hamilton (1982) evidenciaram que há uma

estreita relação entre a orientação para o mercado e a rentabilidade econômica.

A orientação para o mercado como filosofia de gestão
O conceito de marketing como está sendo apresentado parece ser tão evidente para um

observador exterior, assim como nenhum empresa contestaria a validade de tal princípio. Mas, ao

contrário, seria provavelmente difícil de contestar que a única maneira de gerenciar eficazmente um

negócio consiste em encontrar as necessidades dos usuários. Apesar deste acordo aparente, muitas

empresas atuais se limitam a praticar o marketing operativo (vendas) e têm tendência em

transformar o marketing estratégico em um conjunto de boas intenções.

       Uma empresa que adota esta filosofia de gestão deve colocar-se em lugar de uma

organização com orientação para o mercado na qual o comportamento e as ações sejam coerente

com o conceito de marketing. Criar, com proveito, um produto ou serviço que represente para o

comprador um valor superior às ofertas é a competência e responsabilidade da gestão de marketing.

Trata-se do objetivo de toda organização e não somente da função de marketing. Em outras

palavras, a mensagem do marketing estratégico e demasiado importante para ser deixada

unicamente por conta do departamento comercial.

       O fatores-chave que caracterizam uma orientação para o mercado são:

- A orientação para o cliente final implica na vontade, em todos os níveis da organização, de criar os

produtos e serviços geradores de utilidade para os usuários, o que supõe uma boa capacidade de

compressão e de antecipação de sua necessidades.

- O orientação para o cliente intermediário implica na vontade de tratar os distribuidores como

clientes e não simplesmente como colaboradores e tentar identificar suas necessidades específicas.

- A orientação para os competidores implica no conhecimento dos pontos fortes e fracos dos

competidores, na capacidade de antecipar suas ações e de reagir rapidamente aos seus ataques.

- Uma coordenação interfuncional implica na difusão de informações sobre o mercado em todos os

níveis da empresa, exame comum das opções estratégicas e participação ativa das outras funções na

análise das necessidades e problemas dos consumidores e usuários.
Há um quinto fator importante na orientação para o mercado: a vigilância do ambiente

tecnológico, social, político, de forma a detectar em tempo as ameaças e oportunidades para a

empresa.

         O marketing estratégico cumpre pois um âmbito que supera amplamente a gestão de

marketing tal como habitualmente entendida (os 4 P), já que sua aplicação demanda uma cultura e

um ambiente de empresa que permita a adoção de comportamentos e atitudes que acabam de ser

descritos. Desta maneira, pode-se definir o marketing estratégico como:

         “Um processo adotado por uma organização que tem orientação para o mercado e cujo

objetivo consiste em um rendimento econômico mais elevado que o do mercado através de uma

política contínua de criação de produtos e serviços que apontam aos usuários um valor superior às

ofertas da concorrência”.

         Os conceitos aqui são: valor para o usuário, superioridade competitiva e rendimento

econômico.

A função do marketing na economia

         A função do marketing em uma economia de mercado é organizar o intercâmbio voluntário e

competitivo de maneira que assegure um encontro eficiente entre a oferta e a demanda de produtos e

serviços. Este encontro espontâneo, no entanto, exige a organização de atividades de união de dois

tipos:

- A organização material do intercâmbio é decidir os fluxos físicos de bens do local da produção

para o local do consumo.

- A organização da comunicação é decidir os fluxos de informação que devem preceder,

acompanhar e seguir o intercâmbio, com o fim de assegurar um encontro eficiente entre a oferta e a

demanda.

         A função do marketing na economia é, pois, organizar o intercâmbio e a comunicação entre

produtores e compradores. A definição proposta aqui se concentra nas tarefas e funções do

marketing qualquer que seja o processo de intercâmbio. Como tal, esta definição se aplica tanto às
atividades comerciais quanto às atividades sem fins lucrativos, de uma maneira geral a todas as

situações onde o intercâmbio voluntário entre uma organização e um público usuário dos serviços

oferecidos por esta organização.

A organização do intercâmbio

       A organização do intercâmbio de bens e serviços e de responsabilidade da distribuição, que

tem como função fazer com que os bens passem da situação de distributiva de produção para a

situação distributiva de consumo. Ao passo que a situação distributiva de consumo implica na

produção, pela distribuição, de três tipos de utilidades, as quais constituem o valor agregado da

distribuição:

- A utilidade de estado é decidir o conjunto de transformações materiais destinadas a por os bens em

condições de consumo: são as operações de fracionamento, acondicionamento, sortimento, etc.

- As utilidades de lugar, ou transformações espaciais, tais como transporte, distribuição geográfica,

etc. que contribuem para situar os bens à disposição dos usuários nos lugares de utilização,

transformação ou de consumo.

- As utilidades de tempo, ou transformações temporais, que permitem a disponibilidade dos bens

nos momentos desejados pelo comprador.

       São estas diferenças que fazem com que os bens fabricados estejam “disponíveis” e

“acessíveis” à clientela e permitem assim o encontro material entre a oferta e a demanda.

       O valor agregado da distribuição se mede pela margem de distribuição, conhecida como a

diferença entre o preço pago ao produtor pelo primeiro comprador e o preço pago pelo usuário ou

consumidor final do produto. Na margem de distribuição, podem, pois, ser incluídas, as margens de

um ou vários distribuidores, por exemplo, dos maiores e menores distribuidores. A margem de

distribuição remunera, pois, as funções exercidas pelos diferentes intermediários. No setor de bens

de consumo, estima-se que o custo de intercâmbio, que cobre o conjunto de funções exercidas pela

distribuição, estão ao redor de 40% das vendas. Em todos os setores de atividade, o custo da

distribuição representa uma parte significativa do preço pago pelo comprador.
A organização da comunicação

       A reunião de condições materiais do intercâmbio não são suficientes para assegurar um

ajuste eficaz entre a oferta e a demanda. Para que um bom intercâmbio possa exercer-se, supõem-se

que os compradores potenciais sejam conscientes e estejam alertados da existência dos bens a fim

que possam decidir pelas combinações alternativas de atributos susceptíveis de satisfazer suas

necessidades. As atividades de comunicação têm por objetivo “produzir” o conhecimento para os

produtores, distribuidores e compradores. Podem ser distinguidos os seguintes fluxos de

comunicação:

1. Antes da produção, cabe ao produtor buscar informações com o fim de identificar as

  necessidades e funções dos compradores que constituem uma oportunidade atrativa para ele. É a

  função de estudos de mercado e do marketing estratégico.

2. A iniciativa do comprador potencial, o estudo das oportunidades oferecidas pelos provedores e a

  organização dos anúncios de estímulo de oferta.

3. Depois da produção, as ações de comunicação do fabricante são orientadas para a distribuição

  cujo objetivo é obter a informação do produto e a cooperação dos distribuidores em matéria de

  espaço de venda, promoção e preço.

4. A iniciativa do fabricante, as atividades de promoção através publicidade ou da força de venda

  são destinadas a dar a conhecer aos compradores a existência dos bens e suas qualidade distintas

  reivindicadas pelo produtor.

5. A iniciativa dos distribuidores, as atividades de promoção e de comunicação são orientadas em

  direção ao comprador e destinadas a dar a conhecer a variedade oferecida e as condições de

  venda, além de criar fidelidade na clientela.

6. Depois da utilização ou consumo dos bens, as medidas de satisfação ou insatisfação são buscadas

  pelo produtor para permitir ajustar sua oferta às reações dos compradores.
7. Depois da utilização ou consumo dos bens, as avaliações e reivindicações transmitidas

  espontaneamente pelos compradores, são tratadas organizadamente ou em grupos organizados

  (consumerismo).

       Nos mercados de pequenas dimensões, estas comunicações se fazem espontaneamente entre

os agentes do processo de intercâmbio. Nos mercados maiores, o distanciamento físico e

psicológico é importante entre as partes e estas atividades de comunicação estão expressamente

organizadas.

O marketing passivo

       Uma organização de marketing passivo é uma forma de organização que prevalece em um

ambiente econômico caracterizado pela existência de um mercado potencial importante, mas onde

há escassez de oferta, sendo as capacidades de produção insuficientes para as necessidades do

mercado. A demanda é superior à oferta. A existência de necessidades conhecidas e estabelecidas,

assim, como um débil ritmo de inovação tecnológica são os fatores que incitam igualmente à adoção

deste estilo de gestão de marketing. Este tipo de situação econômica foi observado principalmente

no início do Século e ao largo da Revolução Industrial. Mas tarde, o mesmo fenômeno aconteceu no

pós-guerra: este ambiente existe ainda em vários países em vias de industrialização e mais

particularmente no Leste Europeu.

       Está claro que em um ambiente caracterizado pela escassez de oferta, o marketing tem um

papel limitado e passivo: o marketing estratégico exerce naturalmente já que as necessidades são

conhecidas: o marketing operativo se reduz à saída dos produtos fabricados, sendo supérfluas as

ações promocionais, já que a empresa não pode alimentar o mercado como desejaria. Os contatos

com o mercado se limitam ao máximo ao primeiro escalão, ou seja, ao primeiro comprador do

produto, que freqüentemente é um intermediário, atacadista ou distribuidor industrial. Por

conseguinte, há poucos contatos com a demanda final e os estudos de mercado não são freqüentes.

Este estado de coisas aparece na organização das empresas que estão dominadas pela função de
produção sendo que a preocupação prioritária é desenvolver a capacidade de produção e melhorar a

produtividade da maquinaria. O marketing é para vender o que é produzido.

       A estrutura de uma organização com a “ótica da produção” tem, em geral, as seguintes

características:

- Um desequilíbrio das funções: o marketing não está representado ao mesmo nível hierárquico das

funções de produção, financeira, administrativa e de recursos humanos.

- O primeiro nível do marketing é um departamento comercial encarregado das relações com o

cliente e da administração de vendas.

- A escolha dos produtos depende da função de produção; os preços de venda e as previsões estão

sob a responsabilidade da função financeira. Geralmente, há uma dispersão de responsabilidades

para tudo o que concerne aos recursos de marketing (4 P).

       Esta forma de organização favorece o desenvolvimento de uma ótica de produção que se

apoia na hipótese implícita de que a empresa sabe o que é bom para o comprador, o qual

compartilha esta convenção. Os dirigentes das empresas estão convencidos que fabricam um

produto superior e têm tendência a considerar, por experiência, que os compradores continuarão

demandando seus produtos. Esta atitude, tipicamente burocrática, conduz a privilegiar as

preocupações internas de funcionamento e não a satisfação dos compradores. A ótica de produção

está, pois, em completa oposição com a ótica do comprador, que vê no produto uma solução e não

uma entidade técnica.

       Este planejamento é concebido em um ambiente em que a demanda é superior à oferta, os

compradores estão dispostos a compra não importa que modelo de produto, se podem encontrá-los.

Na realidade, estão condições de mercado são excepcionais e quando prevalecem, são temporárias.

o perigo em que se constitui a ótica de produção é transformar a empresa em míope e não favorece à

mudança de mentalidade em tempo, isto é, antes que o ambiente se modifique.

       O marketing passivo é uma forma de organização de marketing que não convém em um

ambiente no qual se encontra as maiores empresas dos países industrializados. A ótica de produção
persiste, sem embargo, em algumas empresas, principalmente de produtos industrializados, e é a

causa do desaparecimento de muitas delas que não souberam se adaptar às condições de

funcionamento do mercado.

       Nos países em desenvolvimento, a ótica de produção é dominante. Mas nestes países o

marketing pode chegar a exercer um papel ativo e contribuir para o desenvolvimento econômico, à

medida que seus métodos se adaptem inteligentemente às condições muito diferentes dos países

industrializados.

O marketing de organização

       O marketing de organização acentua a ótica de venda. Esta ótica de gestão tem sido

progressivamente adota nas economias ocidentais ao longo dos anos 50 pelas empresas de bens de

consumo, quando a demanda estava em expansão e as capacidades de produção disponíveis. Nestes

mercados em pleno crescimento, a organização material do intercâmbio era muito deficiente e

pouco produtiva.

       As mudanças observadas no ambiente, responsáveis por esta nova orientação da gestão de

marketing, são as seguintes:

- O aparecimento de novas formas de distribuição, principalmente o auto-serviço, contribuiu para

modificar a estrutura das redes de distribuição tradicionais pouco adaptadas às exigências da

distribuição em massa.

- A expansão geográfica dos mercados e o distanciamento físico e psicológico que se dá entre

produtores e consumidores fez-se necessário o uso crescente dos meios de comunicação como força

de vendas e, sobretudo, a publicidade nos meios de comunicação.

- O desenvolvimento generalizado da política de marca exigida pela venda em auto-serviço é

utilizado pela empresa como meio de controle de sua própria demanda.

       O principal objetivo do marketing nesta fase é criar uma organização comercial eficaz. O

papel do marketing se torna menos passivo. Trata-se agora de buscar e organizar as saídas para os

produtos fabricados. Nesta fase, a maior parte das empresas se concentra nas necessidades do núcleo
central de mercado com produtos que respondem às necessidades da maioria dos compradores. Os

mercados estão, pois, escassamente segmentados e as decisões estratégicas referentes à política de

produto saem da responsabilidade da produção. O marketing tem por missão organizar a

comercialização dos produtos e questionar o conjunto de tarefas que se inscrevem no processo de

comercialização.

       No organograma da empresa, estas modificações das preocupações prioritárias se traduzem

na criação de uma direção de vendas e de uma direção comercial e se observa um certo reequilibro

das funções. Esta direções comerciais estão encarregadas de por em funcionamento a rede de

vendas, a organização da distribuição física, a publicidade e a promoção. Gerenciam também os

estudos de mercado cuja importância começa a manifestar-se, especialmente pela análise dos

hábitos de compra, da eficácia da publicidade, do impacto das marcas, dos condicionamentos etc.

A ótica de vendas

       A ótica de vendas é uma característica muitas vezes presente no marketing operativo. As

hipóteses implícitas na ótica de vendas são as seguintes:

- Os consumidores têm, por natureza, tendência a resistir à compra de produtos que não são

essenciais.

- Os consumidores podem ser motivados a comprar mais se utilizam diferentes meios de estímulo

de vendas.

- A empresa deve criar um departamento de vendas potente e utilizar meios promocionais

importantes para atrair e manter a clientela.

O risco do marketing de manipulação e do marketing selvagem

       O marketing de organização favorece o desenvolvimento da ótica de vendas que implica

uma certa agressividade comercial com a hipótese implícita de que o mercado é capaz de absorver

tudo se se submete a uma pressão suficiente. Esta política de vendas tem se revelado eficaz a julgar

pelas altas taxas de crescimento de consumo privado e pelos níveis alcançados pelos equipamentos

domiciliares ao longo deste período.
A eficácia da ótica de vendas deve ser valorizada, porém, sem esquecer as características do

ambiente no momento: um mercado principalmente em expansão, produtos debilmente

diferenciados e consumidores pouco experimentados como compradores. O risco da ótica de vendas

é considerar este enfoque comercial como válido em todas as circunstâncias e confundi-lo com a

ótica de marketing.

       Recorrer com demasiado entusiasmo à publicidade e à venda pode desembocar, de alguma

maneira, em um marketing de manipulação ou marketing selvagem, cujo objetivo é submeter a

demanda às exigências da oferta em vez de adaptar a oferta às expectativas da demanda.

O marketing ativo

       A fase do marketing ativo caracteriza-se pelo desenvolvimento ou reforço do papel do

marketing estratégico na empresa. Três fatores originaram esta evolução:

- A aceleração da difusão e da penetração do progresso tecnológico.

- A maturidade dos mercados e a saturação progressiva das necessidades correspondentes ao núcleo

central do mercado.

- A internacionalização crescente dos mercados devido ao desaparecimento progressivo dos

obstáculos ao comércio internacional.

O progresso tecnológico

       Uma das características significativas o período entre o Plano Marshall (1947) e a criação da

OPEP (1973) foi a extraordinária difusão do progresso tecnológico, que em poucos anos havia

penetrado e influído a maior parte dos setores industriais. Como conseqüência, se observa, ao longo

destes 25 anos de crescimento contínuo, uma verdadeira explosão quantitativa e qualitativa de

novos produtos e de novas indústrias. Um grande número de produtos que utilizamos

continuamente hoje não existiam há bem pouco tempo. Nas empresas rentáveis, é freqüente

observar que de 40 a 60% dos negócios estão sendo realizados com produtos que não existiam há

cinco anos.
Em matéria de progresso tecnológico este período tem sido sobretudo um período de

inovações mais que um período de invenções. A distinção entre inovação e invenção é importante.

A invenção é um ato criador do início de uma inovação: a inovação é a aplicação original e lograda

de um conceito, de um descobrimento, de uma invenção portadora de progresso. Assim, a inovação

é o resultado de uma vontade explícita de mudança e não a simples conseqüência de uma feliz

casualidade.

       Esta difusão do progresso tecnológico é resultado de uma aceleração, de uma generalização e

de uma sistematização da investigação científica.

- A difusão do progresso tecnológico se acelera no sentido em que se observa um crescimento do

ritmo de inovações e uma redução no tempo requerido para passar do desenvolvimento à exploração

comercial em grande escala.

       Essa evolução leva a uma redução da vida tecnológica dos produtos e, por conseguinte, do

tempo disponível para rentabilizar os esforços de pesquisa e desenvolvimento (P & D).

- A difusão do progresso tecnológico se generaliza através dos setores, das empresas e dos países.

Poucos setores estão ficando foram do alcance das inovações tecnológicas, das quais algumas são

“destrutivas” no sentido de Schupeter (1949), isto é, ameaçando e fazendo desaparecer as indústrias

existentes.

       Setores básicos como aço, couro, têxtil, papel... se encontram frente a produtos substitutivos

provenientes de indústrias muito mais avançadas tecnologicamente. Esta evolução exige, por

conseguinte, uma vigilância maior do ambiente tecnológico e competitivo.

- A difusão do progresso tecnológico se sistematiza no sentido que a atividade de pesquisa

científica, em outros tempos fenômenos de indivíduos mais ou menos isolados, se institucionaliza

nas empresas, nas universidades e nos organismos especializados, tanto privados quanto públicos.

Os estados jogam um papel nada depreciável neste campo, concedendo recursos importantes, como

ajuda para a pesquisa científica e industrial.

A saturação do núcleo básico do mercado
A expansão rápida da economia ao longo dos anos 50 conduziu a uma saturação da demanda

de produtos correspondentes às necessidades básicas do mercado e esta evolução é uma segunda

mudança significativa, que contribuiu para modificar de novo o papel da função de marketing na

empresa. Esta mudança manifestou-se pelo aparecimento de uma demanda potencial para produtos

mais especificamente adaptados às necessidades de grupos distintos de consumidores e de

compradores. Esta evolução, que se havia manifestado em diferentes momentos segundo os setores,

provoca uma fragmentação dos mercados e agressivas estratégias de segmentação.

       A fase do marketing ativo aparece quando há uma saturação das necessidades

correspondentes ao núcleo central de mercado devido, especialmente, ao número elevado de

competidores fazendo ofertas similares. É interessante descobrir as diferenças das preferências e

interessar-se por segmentos periféricos, desenvolvendo produtos concebidos especialmente para

satisfazer suas necessidades.

       Estes segmentos são menores, porém, constituem-se em potencial sem exploração, uma vez

que os consumidores não haviam encontrado nunca um produto que corresponda às suas

preferências. A empresa passa, pois, a pratica uma estratégica de segmentação e o mercado passa a

subdividir-se em segmentos aos quais correspondem produtos diferenciados. Esta fase chamada de

fase de fragmentação exige por parte da empresa um conhecimento mais exato do mercado e das

vantagens buscadas pelos diferentes grupos de compradores potenciais.

       Neste estado de maturidade do mercado a política de produto deve basear-se,

principalmente, na análise das necessidades e das funções esperadas dos produtos. Nas economias

industrializadas, as necessidades básicas se acham facilmente na maioria dos mercados. Encontrar

segmentos portadores de crescimento não é tarefa fácil. Exige um conhecimento profundo dos

mercados, das necessidades, dos usuários e dos modos de uso dos produtos. Este conhecimento não

se pode obter senão pelo reforço da dimensão de análise da gestão de marketing, isto é, através do

marketing estratégico.

A internacionalização dos mercados
O período ao qual agora se chama de golden sixties corresponde ao início da

internacionalização dos mercados, que continuará até os anos 90. Em nível europeu, esta

internacionalização se manifestou com a criação do Mercado Comum, em nível mundial pelos

acordos do GATT e a liberação progressiva dos intercâmbios como conseqüência lógica do final da

guerra fria e pelo desenvolvimento dos intercâmbios Este-Oeste. Todos estes fatores contribuíram

para a ampliação dos mercados e, de uma maneira geral, a intensificação da competência e a

questionar as posições competitivas ocupadas.

A ótica marketing e seus limites

       A hipótese que leva à ótica marketing, por conseguinte, que a satisfação das necessidades do

comprador é o objetivo primordial da empresa, não por altruísmo, mas porque é o melhor meio para

alcançar seus próprios objetivos de rentabilidade e de crescimento.

       Igualmente à ótica de produção e à ótica de vendas, se deve ter em mente que a ótica de

marketing tem seus limites. Um risco que pode representar a adoção demasiado entusiasta da ótica

de marketing é incitar a empresa a acentuar exageradamente os produtos demandados pelo mercado

em detrimento de produtos desconhecidos por eles mas impulsionados pela tecnologia. Uma

estratégica de marketing guiada exclusivamente pelas vozes do mercado tende fatalmente a

favorecer inovações menores e menos revolucionárias que aquelas propostas em laboratório. Estas

inovações que correspondem às necessidades experimentadas e expressadas pelo mercado são de

fato, menos arriscadas, portanto, percebidas como atraentes para a empresa. Entretanto, uma

estratégia baseada no avanço tecnológico tem mais probabilidade de desembocar em uma inovação

de ruptura e de assegurar assim, à empresa, uma vantagem competitiva a longo prazo, mas

dificilmente alcançada pela concorrência. Constata-se, com efeito, que a maioria das inovações de

ruptura surgem do laboratório e não do mercado. É, pois, importante guardar um equilíbrio entre

estas estratégias de desenvolvimento: desenvolvimento para o mercado ou desenvolvimento para a

tecnologia.
Na prática, a ótica de marketing se aplica de diversas formar nas empresas, ainda assim, a

maior parte pretende inspirar-se nela. na realidade, a ótica de marketing é um ideal a alcançar,

raramente logrado por completo, mas que deve, não obstante, guiar toda a atividade da empresa.

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Adm estrategica e marketing estra

  • 1. TEXTO 3 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA E MARKETING ESTRATÉGICO Texto traduzido livremente e adaptado pelo professor Gilson Monteiro a partir das obras indicadas na Bibliografia O Marketing na empresa e na economia A introdução da linguagem contidiana do termo marketing supõe que seu significado seja uniforme. No entanto, esta é uma palavra deteriorada e mal entendida não só pelos detratores mas também por alguns de seus adeptos. São encontradas usualmente três acepções para o marketing. A primeira delas dá conta de que o marketing é a publicidade, a promoção e a venda sob pressão. Assim, é um conjunto de meios de venda particularmente agressivos utilizado para conquistar os mercados existentes. Esta é uma acepção muito mercantilista, através da qual o marketing seria aplicado principalmente aos mercados massivos e quase nada nos mercados nobres, dos produtos de alta tecnologia, por exemplo, bem como na administração pública e nos serviços sociais e culturais. O marketing é visto também como um conjunto de ferramentas de análises, de métodos de previsão e de estudos de mercados utilizados como fins de desenvolver enfoques prospectivos das necessidades e da demanda. Seria então um método muito complexo, reservado apenas para as grandes empresas. Consiste em um discurso feito principalmente de palavras americanas cujos custos são elevados e os valores práticos pouco evidentes. Há ainda a visão de que o marketing é o grande corruptor, o arquiteto da sociedade de consumo. Assim sendo, é um sistema de mercado no qual os indivíduos são objetos de exploração comercial pelo vendedor. Para poder vender cada vez mais seria necessário fabricar continuamente novas necessidades. À alienação dos indivíduos, na qualidade de trabalhadores, por parte do
  • 2. empregador, se somaria a alienação dos indivíduos, na qualidade de consumidores, por parte dos vendedores. Nessas três visões esquemáticas encontram-se três dimensões características do conceito de marketing. Uma dimensão de ação (a conquista de mercados), uma dimensão de análise (a compreensão dos mercados) e uma dimensão ideológica (uma atitude). A tendência usual é reduzir o marketing à dimensão ação, isto é, um conjunto de métodos de vendas (o marketing operativo) e subestimar a dimensão análise (o marketing estratégico). Implícita nesta visão do papel do marketing encontra-se a idéia da omnipotência do marketing e da publicidade, que seriam capazes de fazer com que o mercado aceite tudo graças às poderosas ações de comunicação que se resumem em “fazer saber” e “fazer valer”., que seriam concebidas independentemente de todo o desejo de satisfação das necessidades reais dos compradores. O mito da omnipotência do marketing é um rumor persistente, muito embora haja exemplos abundantes do fracasso de marcas e produtos. O princípio da soberania do comprador Na realidade, o mal entendido é profundo pois a “teoria” ou a ideologia que sustenta a gestão de marketing é muito diferente. O sistema de pensamento que sustenta o marketing, que se denomina de conceito na ótica do marketing se apoia, na realidade, sobre a “teoria da ações individuais na qual se fundamenta o princípio da soberania do comprador”. Visto desta forma o marketing nada mais é do que a expressão social e a tradução das regras operativas de gestão dos princípios enunciados pelos economistas clássicos nos finais do Século XVIII, que são a base da economia de mercado. Os princípios enunciados por Adam Smith (1776) podem resumir-se como se segue: “... o bem-estar social não depende em definitivo das intenções altruístas, mas resulta da conjunção, por intercâmbio voluntário e competitivo, das motivações interessadas entre produtores e consumidores”. Partindo do princípio de que a busca do interesse pessoal é uma tendência da maioria dos seres humanos - a qual se pode lamentar no plano moral, mas não se pode negar que é uma
  • 3. realidade - Adam Smith sugere deixar as pessoa serem o que são mas desenvolver um sistema que procure fazer com que os indivíduos egocêntricos contribuam, sem querer, para o bem comum. Este sistema é o intercâmbio competitivo e voluntário dirigido pela mão invisível da busca egoísta de interesses pessoais que sirvam, ao final das contas, aos interesses gerais. Na base da economia de mercado encontram-se quatro idéias centrais, aparentemente inocentes, mas carregadas de implicações no terreno da filosofia do enfoque sobre os mercados. - O que os indivíduos perseguem não são experiências gratificantes para eles: é a busca de um interesse pessoal que incita os indivíduos a produzir e trabalhar. Esta busca é o motor do crescimento, do desenvolvimento individual, que, em definitivo, determina o bem-estar geral. - O que é gratificante responde às eleições individuais as quais variam segundo os gostos, as culturas, os sistemas de valores, etc. É abaixo do respeito às regras éticas, morais e sociais que uma sociedade se fixa. Não se deve fazer nenhum juízo sobre o valor ou a frivolidade das eleições ou sobre o que poderia ser considerado como verdadeira ou falsa necessidade. O sistema é pluralista e respeitoso às diversidades de gostos e preferências (Friedman, 1980). - Pelo intercâmbio voluntário e competitivo os indivíduos e suas organizações alcançam o melhor de seus objetivos. Se o intercâmbio é voluntário, tenderá, ao fim do intercâmbio, a gerar utilidade para as partes. Se o intercâmbio é competitivo, os riscos de abuso de poder de mercado dos produtos estarão limitados. - Os mecanismos da economia de mercado se apoiam no princípio da liberdade individual e, mais particularmente, nos princípios da soberania do comprador. O fundamento moral do sistema reside no reconhecimento do direito de que os indivíduos são responsáveis pelos seus atos e capazes de decidir o que é bom e o que é mal para eles. O campo de ação do marketing Baseado nos quatro princípios da filosofia de mercado, o marketing pode ser agrupado em três grandes campos de ação:
  • 4. - O marketing de bens e serviços de consumo se encarrega dos intercâmbios entre uma empresa e os indivíduos, aos cuidados do consumidor. - O marketing organizativo, o marketing de negócios, é aquele no qual os colaboradores dos processo de intercâmbio são as organizações. - O marketing social corresponde às organizações sem fins lucrativos, como museus, universidades, etc. Cada um desse âmbitos implica que a satisfação das necessidades dos clientes deve ser o objetivo principal de toda a atividade da organização, não por altruísmo, mas por interesses bem entendidos: porque é o melhor meio de alcançar seus próprios objetivos de crescimento e rentabilidade. A funções de marketing na empresa O marketing operativo O marketing operativo é uma gestão voluntarista de conquista de mercados existentes cujo horizonte de ação no curto e médio prazo. É a clássica gestão comercial centrada na realização de um objetivo de vendas que se apoia nos meios táticos baseados na política de produto, de distribuição, de preço e de comunicação. A ação de marketing operativo se concentra em objetivos de cota de mercado a alcançar e em pressupostos de marketing autorizados para realizar tais objetivos. O marketing operativo é um braço comercial da empresa sem o qual o melhor plano estratégico não pode desembocar em resultados notáveis. Um marketing operativo, por mais fluente que seja, não pode criar uma demanda onde a necessidade não exista. Para ser rentável, o marketing operativo de apoiar-se em uma reflexão estratégica baseada nas necessidades do mercado e sua evolução. O marketing estratégico O marketing estratégico se apoia na análise das necessidades dos indivíduos e das organizações. A partir deste ponto de vista, o comprador busca o produto, ou o serviço, para
  • 5. solucionar um problema, que tal produto ou serviço é susceptível de oferecer. Estes serviços podem ser obtidos através de diferentes tecnologias as quais, por conseguinte, estão em contínuas modificações. A função do marketing estratégico é seguir a evolução do mercado de referência e identificar os diferentes produtos/mercados e segmentos atuais e potenciais, a partir de uma base de necessidades a ser encontrada. Os produtos/mercados identificados representam uma oportunidade econômica cuja atratividade de mercado é preciso valorar. O atrativo de um produto/mercado se mede em termos quantitativos pela noção de mercado potencial e em termos dinâmicos pela duração de sua vida econômica, representada pelo seu ciclo de vida. Para uma empresa determinada, sem embargo, o atrativo de um produto/mercado depende de sua competitividade, de sua capacidade para atrair melhor que seus competidores a demanda dos compradores. Essa competitividade existirá à medida que a empresa detenha uma vantagem competitiva, seja pela presença de qualidade distintas que a diferencia das rivais, seja por uma produtividade, o que lhe dá uma vantagem em custos. A função de marketing estratégico é, pois, orientar a empresa para as oportunidades econômica atrativas, completamente adaptadas a seus recursos, a saber, que oferecem potencial de crescimento e rentabilidade. A gestão de marketing, neste aspecto, se situa em médio e longo prazo. Sua função é precisar a missão da empresa, definir seus objetivos, elaborar uma estratégia de desenvolvimento e zelar por manter uma estrutura equilibrada na carteira de produtos. O programa de marketing A função de reflexão e planificação estratégica é muito diferente do marketing operativo e implica outros tipos de habilidades dos indivíduos que exerçam estas funções. As duas funções são, sem embargo, totalmente complementares, em sentido de que a elaboração de um plano estratégico deve ter uma estreita relação com o marketing operativo. Os meios de ação do marketing operativo são, principalmente, as variáveis preço, publicidade, potencial de vendas e dinamização da rede de distribuição. Desta maneira o marketing estratégico desemboca na eleição de produto/mercados nos quais a empresa detenha uma vantagem
  • 6. competitiva e sobre uma previsão de demanda global em cada um dos produtos/mercados considerados. O marketing operativo se propõe a um objetivo de quota de mercado a alcançar em cada produto/mercado, assim como os pressupostos de marketing necessários para a realização destes objetivos. A comparação para cada produto/mercado do objetivo de quota de mercado e da previsão de demanda global permite, em primeiro lugar, despejar um objetivo de venda em volume e seguidamente em unidades monetárias, tendo em conta a política de preços adotada. O benefício bruto esperado se obtém depois da dedução dos custos diretos de produção, de cargas de impostos próprios e eventuais e de gastos de marketing destinados à força de venda, publicidade e promoção, segundo se expressa no pressuposto de marketing. Este benefício bruto e a contribuição aportada pelo produto/mercado da empresa, destinada a assegurar a cobertura dos gastos gerais de exploração e também de lucro. Esse conjunto de análise se concretiza no plano de marketing. O novo papel do marketing estratégico O marketing estratégico na empresa tem por objetivo a) fundamentar sua atividade com opções estratégicas sólidas e claramente definidas, b) desenvolver sistemas de vigilância do ambiente e de análise de competência, c) reforçar a capacidade de adaptação às mudanças do ambiente e d) prever regulamente a renovação da carteira de produtos/mercados. A eficácia do marketing estratégico tem sido posta em evidencia em numerosos estudos empíricos realizados na Europa e nos Estados Unidos. Cooper (1979) principalmente analisou as causas do êxito de mais de 200 produtos industriais. Sua análise evidenciou que os três fatores chaves do êxito dependem diretamente da qualidade do marketing estratégico: a) a superioridade do produto para o comprador e a presença de qualidades distintas, b) o conhecimento do mercado e o saber fazer marketing. Além disso, Booz, Allen e Hamilton (1982) evidenciaram que há uma estreita relação entre a orientação para o mercado e a rentabilidade econômica. A orientação para o mercado como filosofia de gestão
  • 7. O conceito de marketing como está sendo apresentado parece ser tão evidente para um observador exterior, assim como nenhum empresa contestaria a validade de tal princípio. Mas, ao contrário, seria provavelmente difícil de contestar que a única maneira de gerenciar eficazmente um negócio consiste em encontrar as necessidades dos usuários. Apesar deste acordo aparente, muitas empresas atuais se limitam a praticar o marketing operativo (vendas) e têm tendência em transformar o marketing estratégico em um conjunto de boas intenções. Uma empresa que adota esta filosofia de gestão deve colocar-se em lugar de uma organização com orientação para o mercado na qual o comportamento e as ações sejam coerente com o conceito de marketing. Criar, com proveito, um produto ou serviço que represente para o comprador um valor superior às ofertas é a competência e responsabilidade da gestão de marketing. Trata-se do objetivo de toda organização e não somente da função de marketing. Em outras palavras, a mensagem do marketing estratégico e demasiado importante para ser deixada unicamente por conta do departamento comercial. O fatores-chave que caracterizam uma orientação para o mercado são: - A orientação para o cliente final implica na vontade, em todos os níveis da organização, de criar os produtos e serviços geradores de utilidade para os usuários, o que supõe uma boa capacidade de compressão e de antecipação de sua necessidades. - O orientação para o cliente intermediário implica na vontade de tratar os distribuidores como clientes e não simplesmente como colaboradores e tentar identificar suas necessidades específicas. - A orientação para os competidores implica no conhecimento dos pontos fortes e fracos dos competidores, na capacidade de antecipar suas ações e de reagir rapidamente aos seus ataques. - Uma coordenação interfuncional implica na difusão de informações sobre o mercado em todos os níveis da empresa, exame comum das opções estratégicas e participação ativa das outras funções na análise das necessidades e problemas dos consumidores e usuários.
  • 8. Há um quinto fator importante na orientação para o mercado: a vigilância do ambiente tecnológico, social, político, de forma a detectar em tempo as ameaças e oportunidades para a empresa. O marketing estratégico cumpre pois um âmbito que supera amplamente a gestão de marketing tal como habitualmente entendida (os 4 P), já que sua aplicação demanda uma cultura e um ambiente de empresa que permita a adoção de comportamentos e atitudes que acabam de ser descritos. Desta maneira, pode-se definir o marketing estratégico como: “Um processo adotado por uma organização que tem orientação para o mercado e cujo objetivo consiste em um rendimento econômico mais elevado que o do mercado através de uma política contínua de criação de produtos e serviços que apontam aos usuários um valor superior às ofertas da concorrência”. Os conceitos aqui são: valor para o usuário, superioridade competitiva e rendimento econômico. A função do marketing na economia A função do marketing em uma economia de mercado é organizar o intercâmbio voluntário e competitivo de maneira que assegure um encontro eficiente entre a oferta e a demanda de produtos e serviços. Este encontro espontâneo, no entanto, exige a organização de atividades de união de dois tipos: - A organização material do intercâmbio é decidir os fluxos físicos de bens do local da produção para o local do consumo. - A organização da comunicação é decidir os fluxos de informação que devem preceder, acompanhar e seguir o intercâmbio, com o fim de assegurar um encontro eficiente entre a oferta e a demanda. A função do marketing na economia é, pois, organizar o intercâmbio e a comunicação entre produtores e compradores. A definição proposta aqui se concentra nas tarefas e funções do marketing qualquer que seja o processo de intercâmbio. Como tal, esta definição se aplica tanto às
  • 9. atividades comerciais quanto às atividades sem fins lucrativos, de uma maneira geral a todas as situações onde o intercâmbio voluntário entre uma organização e um público usuário dos serviços oferecidos por esta organização. A organização do intercâmbio A organização do intercâmbio de bens e serviços e de responsabilidade da distribuição, que tem como função fazer com que os bens passem da situação de distributiva de produção para a situação distributiva de consumo. Ao passo que a situação distributiva de consumo implica na produção, pela distribuição, de três tipos de utilidades, as quais constituem o valor agregado da distribuição: - A utilidade de estado é decidir o conjunto de transformações materiais destinadas a por os bens em condições de consumo: são as operações de fracionamento, acondicionamento, sortimento, etc. - As utilidades de lugar, ou transformações espaciais, tais como transporte, distribuição geográfica, etc. que contribuem para situar os bens à disposição dos usuários nos lugares de utilização, transformação ou de consumo. - As utilidades de tempo, ou transformações temporais, que permitem a disponibilidade dos bens nos momentos desejados pelo comprador. São estas diferenças que fazem com que os bens fabricados estejam “disponíveis” e “acessíveis” à clientela e permitem assim o encontro material entre a oferta e a demanda. O valor agregado da distribuição se mede pela margem de distribuição, conhecida como a diferença entre o preço pago ao produtor pelo primeiro comprador e o preço pago pelo usuário ou consumidor final do produto. Na margem de distribuição, podem, pois, ser incluídas, as margens de um ou vários distribuidores, por exemplo, dos maiores e menores distribuidores. A margem de distribuição remunera, pois, as funções exercidas pelos diferentes intermediários. No setor de bens de consumo, estima-se que o custo de intercâmbio, que cobre o conjunto de funções exercidas pela distribuição, estão ao redor de 40% das vendas. Em todos os setores de atividade, o custo da distribuição representa uma parte significativa do preço pago pelo comprador.
  • 10. A organização da comunicação A reunião de condições materiais do intercâmbio não são suficientes para assegurar um ajuste eficaz entre a oferta e a demanda. Para que um bom intercâmbio possa exercer-se, supõem-se que os compradores potenciais sejam conscientes e estejam alertados da existência dos bens a fim que possam decidir pelas combinações alternativas de atributos susceptíveis de satisfazer suas necessidades. As atividades de comunicação têm por objetivo “produzir” o conhecimento para os produtores, distribuidores e compradores. Podem ser distinguidos os seguintes fluxos de comunicação: 1. Antes da produção, cabe ao produtor buscar informações com o fim de identificar as necessidades e funções dos compradores que constituem uma oportunidade atrativa para ele. É a função de estudos de mercado e do marketing estratégico. 2. A iniciativa do comprador potencial, o estudo das oportunidades oferecidas pelos provedores e a organização dos anúncios de estímulo de oferta. 3. Depois da produção, as ações de comunicação do fabricante são orientadas para a distribuição cujo objetivo é obter a informação do produto e a cooperação dos distribuidores em matéria de espaço de venda, promoção e preço. 4. A iniciativa do fabricante, as atividades de promoção através publicidade ou da força de venda são destinadas a dar a conhecer aos compradores a existência dos bens e suas qualidade distintas reivindicadas pelo produtor. 5. A iniciativa dos distribuidores, as atividades de promoção e de comunicação são orientadas em direção ao comprador e destinadas a dar a conhecer a variedade oferecida e as condições de venda, além de criar fidelidade na clientela. 6. Depois da utilização ou consumo dos bens, as medidas de satisfação ou insatisfação são buscadas pelo produtor para permitir ajustar sua oferta às reações dos compradores.
  • 11. 7. Depois da utilização ou consumo dos bens, as avaliações e reivindicações transmitidas espontaneamente pelos compradores, são tratadas organizadamente ou em grupos organizados (consumerismo). Nos mercados de pequenas dimensões, estas comunicações se fazem espontaneamente entre os agentes do processo de intercâmbio. Nos mercados maiores, o distanciamento físico e psicológico é importante entre as partes e estas atividades de comunicação estão expressamente organizadas. O marketing passivo Uma organização de marketing passivo é uma forma de organização que prevalece em um ambiente econômico caracterizado pela existência de um mercado potencial importante, mas onde há escassez de oferta, sendo as capacidades de produção insuficientes para as necessidades do mercado. A demanda é superior à oferta. A existência de necessidades conhecidas e estabelecidas, assim, como um débil ritmo de inovação tecnológica são os fatores que incitam igualmente à adoção deste estilo de gestão de marketing. Este tipo de situação econômica foi observado principalmente no início do Século e ao largo da Revolução Industrial. Mas tarde, o mesmo fenômeno aconteceu no pós-guerra: este ambiente existe ainda em vários países em vias de industrialização e mais particularmente no Leste Europeu. Está claro que em um ambiente caracterizado pela escassez de oferta, o marketing tem um papel limitado e passivo: o marketing estratégico exerce naturalmente já que as necessidades são conhecidas: o marketing operativo se reduz à saída dos produtos fabricados, sendo supérfluas as ações promocionais, já que a empresa não pode alimentar o mercado como desejaria. Os contatos com o mercado se limitam ao máximo ao primeiro escalão, ou seja, ao primeiro comprador do produto, que freqüentemente é um intermediário, atacadista ou distribuidor industrial. Por conseguinte, há poucos contatos com a demanda final e os estudos de mercado não são freqüentes. Este estado de coisas aparece na organização das empresas que estão dominadas pela função de
  • 12. produção sendo que a preocupação prioritária é desenvolver a capacidade de produção e melhorar a produtividade da maquinaria. O marketing é para vender o que é produzido. A estrutura de uma organização com a “ótica da produção” tem, em geral, as seguintes características: - Um desequilíbrio das funções: o marketing não está representado ao mesmo nível hierárquico das funções de produção, financeira, administrativa e de recursos humanos. - O primeiro nível do marketing é um departamento comercial encarregado das relações com o cliente e da administração de vendas. - A escolha dos produtos depende da função de produção; os preços de venda e as previsões estão sob a responsabilidade da função financeira. Geralmente, há uma dispersão de responsabilidades para tudo o que concerne aos recursos de marketing (4 P). Esta forma de organização favorece o desenvolvimento de uma ótica de produção que se apoia na hipótese implícita de que a empresa sabe o que é bom para o comprador, o qual compartilha esta convenção. Os dirigentes das empresas estão convencidos que fabricam um produto superior e têm tendência a considerar, por experiência, que os compradores continuarão demandando seus produtos. Esta atitude, tipicamente burocrática, conduz a privilegiar as preocupações internas de funcionamento e não a satisfação dos compradores. A ótica de produção está, pois, em completa oposição com a ótica do comprador, que vê no produto uma solução e não uma entidade técnica. Este planejamento é concebido em um ambiente em que a demanda é superior à oferta, os compradores estão dispostos a compra não importa que modelo de produto, se podem encontrá-los. Na realidade, estão condições de mercado são excepcionais e quando prevalecem, são temporárias. o perigo em que se constitui a ótica de produção é transformar a empresa em míope e não favorece à mudança de mentalidade em tempo, isto é, antes que o ambiente se modifique. O marketing passivo é uma forma de organização de marketing que não convém em um ambiente no qual se encontra as maiores empresas dos países industrializados. A ótica de produção
  • 13. persiste, sem embargo, em algumas empresas, principalmente de produtos industrializados, e é a causa do desaparecimento de muitas delas que não souberam se adaptar às condições de funcionamento do mercado. Nos países em desenvolvimento, a ótica de produção é dominante. Mas nestes países o marketing pode chegar a exercer um papel ativo e contribuir para o desenvolvimento econômico, à medida que seus métodos se adaptem inteligentemente às condições muito diferentes dos países industrializados. O marketing de organização O marketing de organização acentua a ótica de venda. Esta ótica de gestão tem sido progressivamente adota nas economias ocidentais ao longo dos anos 50 pelas empresas de bens de consumo, quando a demanda estava em expansão e as capacidades de produção disponíveis. Nestes mercados em pleno crescimento, a organização material do intercâmbio era muito deficiente e pouco produtiva. As mudanças observadas no ambiente, responsáveis por esta nova orientação da gestão de marketing, são as seguintes: - O aparecimento de novas formas de distribuição, principalmente o auto-serviço, contribuiu para modificar a estrutura das redes de distribuição tradicionais pouco adaptadas às exigências da distribuição em massa. - A expansão geográfica dos mercados e o distanciamento físico e psicológico que se dá entre produtores e consumidores fez-se necessário o uso crescente dos meios de comunicação como força de vendas e, sobretudo, a publicidade nos meios de comunicação. - O desenvolvimento generalizado da política de marca exigida pela venda em auto-serviço é utilizado pela empresa como meio de controle de sua própria demanda. O principal objetivo do marketing nesta fase é criar uma organização comercial eficaz. O papel do marketing se torna menos passivo. Trata-se agora de buscar e organizar as saídas para os produtos fabricados. Nesta fase, a maior parte das empresas se concentra nas necessidades do núcleo
  • 14. central de mercado com produtos que respondem às necessidades da maioria dos compradores. Os mercados estão, pois, escassamente segmentados e as decisões estratégicas referentes à política de produto saem da responsabilidade da produção. O marketing tem por missão organizar a comercialização dos produtos e questionar o conjunto de tarefas que se inscrevem no processo de comercialização. No organograma da empresa, estas modificações das preocupações prioritárias se traduzem na criação de uma direção de vendas e de uma direção comercial e se observa um certo reequilibro das funções. Esta direções comerciais estão encarregadas de por em funcionamento a rede de vendas, a organização da distribuição física, a publicidade e a promoção. Gerenciam também os estudos de mercado cuja importância começa a manifestar-se, especialmente pela análise dos hábitos de compra, da eficácia da publicidade, do impacto das marcas, dos condicionamentos etc. A ótica de vendas A ótica de vendas é uma característica muitas vezes presente no marketing operativo. As hipóteses implícitas na ótica de vendas são as seguintes: - Os consumidores têm, por natureza, tendência a resistir à compra de produtos que não são essenciais. - Os consumidores podem ser motivados a comprar mais se utilizam diferentes meios de estímulo de vendas. - A empresa deve criar um departamento de vendas potente e utilizar meios promocionais importantes para atrair e manter a clientela. O risco do marketing de manipulação e do marketing selvagem O marketing de organização favorece o desenvolvimento da ótica de vendas que implica uma certa agressividade comercial com a hipótese implícita de que o mercado é capaz de absorver tudo se se submete a uma pressão suficiente. Esta política de vendas tem se revelado eficaz a julgar pelas altas taxas de crescimento de consumo privado e pelos níveis alcançados pelos equipamentos domiciliares ao longo deste período.
  • 15. A eficácia da ótica de vendas deve ser valorizada, porém, sem esquecer as características do ambiente no momento: um mercado principalmente em expansão, produtos debilmente diferenciados e consumidores pouco experimentados como compradores. O risco da ótica de vendas é considerar este enfoque comercial como válido em todas as circunstâncias e confundi-lo com a ótica de marketing. Recorrer com demasiado entusiasmo à publicidade e à venda pode desembocar, de alguma maneira, em um marketing de manipulação ou marketing selvagem, cujo objetivo é submeter a demanda às exigências da oferta em vez de adaptar a oferta às expectativas da demanda. O marketing ativo A fase do marketing ativo caracteriza-se pelo desenvolvimento ou reforço do papel do marketing estratégico na empresa. Três fatores originaram esta evolução: - A aceleração da difusão e da penetração do progresso tecnológico. - A maturidade dos mercados e a saturação progressiva das necessidades correspondentes ao núcleo central do mercado. - A internacionalização crescente dos mercados devido ao desaparecimento progressivo dos obstáculos ao comércio internacional. O progresso tecnológico Uma das características significativas o período entre o Plano Marshall (1947) e a criação da OPEP (1973) foi a extraordinária difusão do progresso tecnológico, que em poucos anos havia penetrado e influído a maior parte dos setores industriais. Como conseqüência, se observa, ao longo destes 25 anos de crescimento contínuo, uma verdadeira explosão quantitativa e qualitativa de novos produtos e de novas indústrias. Um grande número de produtos que utilizamos continuamente hoje não existiam há bem pouco tempo. Nas empresas rentáveis, é freqüente observar que de 40 a 60% dos negócios estão sendo realizados com produtos que não existiam há cinco anos.
  • 16. Em matéria de progresso tecnológico este período tem sido sobretudo um período de inovações mais que um período de invenções. A distinção entre inovação e invenção é importante. A invenção é um ato criador do início de uma inovação: a inovação é a aplicação original e lograda de um conceito, de um descobrimento, de uma invenção portadora de progresso. Assim, a inovação é o resultado de uma vontade explícita de mudança e não a simples conseqüência de uma feliz casualidade. Esta difusão do progresso tecnológico é resultado de uma aceleração, de uma generalização e de uma sistematização da investigação científica. - A difusão do progresso tecnológico se acelera no sentido em que se observa um crescimento do ritmo de inovações e uma redução no tempo requerido para passar do desenvolvimento à exploração comercial em grande escala. Essa evolução leva a uma redução da vida tecnológica dos produtos e, por conseguinte, do tempo disponível para rentabilizar os esforços de pesquisa e desenvolvimento (P & D). - A difusão do progresso tecnológico se generaliza através dos setores, das empresas e dos países. Poucos setores estão ficando foram do alcance das inovações tecnológicas, das quais algumas são “destrutivas” no sentido de Schupeter (1949), isto é, ameaçando e fazendo desaparecer as indústrias existentes. Setores básicos como aço, couro, têxtil, papel... se encontram frente a produtos substitutivos provenientes de indústrias muito mais avançadas tecnologicamente. Esta evolução exige, por conseguinte, uma vigilância maior do ambiente tecnológico e competitivo. - A difusão do progresso tecnológico se sistematiza no sentido que a atividade de pesquisa científica, em outros tempos fenômenos de indivíduos mais ou menos isolados, se institucionaliza nas empresas, nas universidades e nos organismos especializados, tanto privados quanto públicos. Os estados jogam um papel nada depreciável neste campo, concedendo recursos importantes, como ajuda para a pesquisa científica e industrial. A saturação do núcleo básico do mercado
  • 17. A expansão rápida da economia ao longo dos anos 50 conduziu a uma saturação da demanda de produtos correspondentes às necessidades básicas do mercado e esta evolução é uma segunda mudança significativa, que contribuiu para modificar de novo o papel da função de marketing na empresa. Esta mudança manifestou-se pelo aparecimento de uma demanda potencial para produtos mais especificamente adaptados às necessidades de grupos distintos de consumidores e de compradores. Esta evolução, que se havia manifestado em diferentes momentos segundo os setores, provoca uma fragmentação dos mercados e agressivas estratégias de segmentação. A fase do marketing ativo aparece quando há uma saturação das necessidades correspondentes ao núcleo central de mercado devido, especialmente, ao número elevado de competidores fazendo ofertas similares. É interessante descobrir as diferenças das preferências e interessar-se por segmentos periféricos, desenvolvendo produtos concebidos especialmente para satisfazer suas necessidades. Estes segmentos são menores, porém, constituem-se em potencial sem exploração, uma vez que os consumidores não haviam encontrado nunca um produto que corresponda às suas preferências. A empresa passa, pois, a pratica uma estratégica de segmentação e o mercado passa a subdividir-se em segmentos aos quais correspondem produtos diferenciados. Esta fase chamada de fase de fragmentação exige por parte da empresa um conhecimento mais exato do mercado e das vantagens buscadas pelos diferentes grupos de compradores potenciais. Neste estado de maturidade do mercado a política de produto deve basear-se, principalmente, na análise das necessidades e das funções esperadas dos produtos. Nas economias industrializadas, as necessidades básicas se acham facilmente na maioria dos mercados. Encontrar segmentos portadores de crescimento não é tarefa fácil. Exige um conhecimento profundo dos mercados, das necessidades, dos usuários e dos modos de uso dos produtos. Este conhecimento não se pode obter senão pelo reforço da dimensão de análise da gestão de marketing, isto é, através do marketing estratégico. A internacionalização dos mercados
  • 18. O período ao qual agora se chama de golden sixties corresponde ao início da internacionalização dos mercados, que continuará até os anos 90. Em nível europeu, esta internacionalização se manifestou com a criação do Mercado Comum, em nível mundial pelos acordos do GATT e a liberação progressiva dos intercâmbios como conseqüência lógica do final da guerra fria e pelo desenvolvimento dos intercâmbios Este-Oeste. Todos estes fatores contribuíram para a ampliação dos mercados e, de uma maneira geral, a intensificação da competência e a questionar as posições competitivas ocupadas. A ótica marketing e seus limites A hipótese que leva à ótica marketing, por conseguinte, que a satisfação das necessidades do comprador é o objetivo primordial da empresa, não por altruísmo, mas porque é o melhor meio para alcançar seus próprios objetivos de rentabilidade e de crescimento. Igualmente à ótica de produção e à ótica de vendas, se deve ter em mente que a ótica de marketing tem seus limites. Um risco que pode representar a adoção demasiado entusiasta da ótica de marketing é incitar a empresa a acentuar exageradamente os produtos demandados pelo mercado em detrimento de produtos desconhecidos por eles mas impulsionados pela tecnologia. Uma estratégica de marketing guiada exclusivamente pelas vozes do mercado tende fatalmente a favorecer inovações menores e menos revolucionárias que aquelas propostas em laboratório. Estas inovações que correspondem às necessidades experimentadas e expressadas pelo mercado são de fato, menos arriscadas, portanto, percebidas como atraentes para a empresa. Entretanto, uma estratégia baseada no avanço tecnológico tem mais probabilidade de desembocar em uma inovação de ruptura e de assegurar assim, à empresa, uma vantagem competitiva a longo prazo, mas dificilmente alcançada pela concorrência. Constata-se, com efeito, que a maioria das inovações de ruptura surgem do laboratório e não do mercado. É, pois, importante guardar um equilíbrio entre estas estratégias de desenvolvimento: desenvolvimento para o mercado ou desenvolvimento para a tecnologia.
  • 19. Na prática, a ótica de marketing se aplica de diversas formar nas empresas, ainda assim, a maior parte pretende inspirar-se nela. na realidade, a ótica de marketing é um ideal a alcançar, raramente logrado por completo, mas que deve, não obstante, guiar toda a atividade da empresa.