PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Textos para analise (x30)
1. 1.
“Pelo meado do século V [a.C.], a situação de
Atenas modificou-se profundamente. Vitoriosa na guerra
contra a Pérsia, na qual estivera à cabeça da independência
helénica, Atenas alcançou a hegemonia no campo político,
económico e intelectual. Designa-se comummente este
período de «Século de Péricles», singularizando-o o facto
do génio helénico ter atingido por então o ponto mais alto
da sua actividade criadora, de influência decisiva não só
na cultura ulterior, como na cultura europeia, pois, como
pensava Werner Jaegar, é neste século V a.C. que «tem a
sua origem a ideia ocidental de cultura».
O plano educativo tradicional tornou-se
insuficiente, tanto mais que o regime da democracia
directa, por então o regime político ateniense, assente na
intervenção directa dos cidadãos e na competição das
ideias e das correntes de interesses, deu ensejo ao espírito
iluminista, isto é, ao convencimento de que as «luzes» da
razão podem esclarecer e guiar os diversos aspectos da
vida social.”
2.
“O próprio nome de «sofistas», que significa «sábio»,
desviado do seu sentido original, tornou-se sinónimo de
possuidor de um falso saber, não procurando senão enganar, e
fazendo, para isso, um considerável uso do paralogismo.
Aristóteles, seguindo o veredicto do seu mestre Platão, chamará
sofista «ao que tem da sabedoria a aparência, não a realidade»,
e o «sofisma» será sinónimo de falso raciocínio.
Não só o próprio nome de «sofista» foi desacreditado,
mas ainda demasiadas vezes se expuseram teses mestras dos
Sofistas apenas de acordo com a refutação operada pelo
platonismo; deste modo, a imagem da sofística apareceu-nos
através de uma distorção, em que os Sofistas figuram como os
eternos vencidos de antemão, que, se existem, é por terem
errado.
Os Sofistas possuem (...) personalidade e doutrinas
muito diferentes. Quais são, portanto, os traços comuns que
lhes proporcionam uma denominação semelhante? Talvez um
determinado número de temas, como o interesse prestado a
problemas sobre a linguagem, à problemática das relações entre
natureza e lei, por exemplo.”
Gilbert Romeyer-Dherbey, Os Sofistas, Edições 70
Leitura e analise de textos: