2. BIOGRAFIA
Nasceu em 21 de abril de 1930 em Jaú, São
Paulo;
Faleceu em 04 de fevereiro de 2004 aos 73
anos em Campinas, São Paulo.
Foi a única filha do fazendeiro de café,
jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de
Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst,
imigrante originário da Alsácia-Lorena, e de
Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado.
3. BIOGRAFIA
Sua mãe, Bedecilda Vaz Cardoso, era filha
de imigrantes portugueses. Em 1932, seus
pais se separaram. Em plena Revolução
Constitucionalista, Bedecilda mudou-se
para Santos, com Hilda e Ruy Vaz Cardoso,
filho do seu primeiro casamento. Em 1935,
Apolônio foi diagnosticado com esquizofrenia
paranoide.
4. BIOGRAFIA
Em 1937, Hilda ingressou como aluna
interna do Colégio Santa Marcelina, em
São Paulo, onde cursou o primário e o
ginasial, com desempenho considerado
brilhante. Nesse ano, a mãe lhe revelou a
doença de seu pai.
5. BIOGRAFIA
Em 1945, iniciou o curso secundário
no Instituto Presbiteriano Mackenzie, onde
permaneceu até a conclusão do curso.
Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo (Largo São
Francisco), onde conheceu aquela que seria
sua grande amiga ao longo da vida, a
escritora Lygia Fagundes Telles.
6. BIOGRAFIA
Presságio, publicado em 1950, foi recebido com
grande entusiasmo pelos poetas Jorge de
Lima e Cecília Meireles.
A partir de 1951, ano em que publicou seu
segundo livro de poesia, Balada de Alzira, foi
nomeada curadora do pai.
Concluiu o curso de Direito em 1952. Depois da
leitura do livro Carta a El Greco, do escritor
grego Nikos Kazantzakis, Hilda decide afastar-se
da vida agitada de São Paulo e, em 1964, passa a
viver na sede da fazenda de sua mãe, próximo
a Campinas, durante a construção da sua casa
numa parte daquela propriedade.
7. BIOGRAFIA
Em 1966, findos os trabalhos da construção,
Hilda muda-se para sua Casa do Sol, casa
planejada detalhadamente pela autora para ser
um espaço de inspiração e criação artística.
Hilda Hilst viveu o resto de sua vida na Casa do
Sol e nela hospedou diversos escritores e
artistas por vários anos. Os escritores Bruno
Tolentino e Caio Fernando Abreu foram
hóspedes da Casa do Sol.
8. BIOGRAFIA
Hilda Hilst escreveu por quase cinquenta anos, tendo
sido agraciada com os mais importantes prêmios
literários do Brasil.
Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo,
por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao
Ohno Editor, 1962).
Em 1969, a peça O Verdugo arrebatou o Prêmio
Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No
mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes,
composta por seu primo, o compositor Almeida Prado,
sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta
português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro
prêmio do I Festival de Música da Guanabara
9. BIOGRAFIA
A escritora Hilda Hilst morreu na madrugada
do dia 04 de fevereiro de 2004, aos 73 anos,
em Campinas(interior de São Paulo).
Internada havia 35 dias no Hospital das
Clínicas da Unicamp para a realização de
uma cirurgia, após sofrer uma queda que
causou uma fratura no fêmur, a escritora
tinha deficiência crônica cardíaca e
pulmonar, o que agravou seu quadro clínico.
10. SUA OBRA...
Assuntos tidos como socialmente
controversos foram temas abordados pela
autora em suas obras. No entanto, conforme
a própria escritora confessou em sua
entrevista ao Cadernos de Literatura
Brasileira, seu trabalho sempre buscou,
essencialmente, retratar a difícil relação
entre Deus e o homem.
11. SUA OBRA...
Alguns de seus textos foram traduzidos para
o francês, inglês, italiano e alemão. Em
março de 1997, seus textos Com os meus
olhos de cão e A obscena senhora D foram
publicados pela Editora Gallimard, tradução
de Maryvonne Lapouge, que também
traduziu Grande Sertão: Veredas, de João
Guimarães Rosa.
12. POESIA
Presságio - SP: Revista dos Tribunais, 1950.
Balada de Alzira - SP: Edições Alarico, 1951.
Balada do festival - RJ: Jornal de Letras, 1955.
Roteiro do Silêncio - SP: Anhambi, 1959.
Trovas de muito amor para um amado senhor - SP: Anhambi, 1959. SP: Massao Ohno, 1961.
Ode Fragmentária - SP: Anhambi, 1961.
Sete cantos do poeta para o anjo - SP: Massao Ohno, 1962. (Prêmio PEN Clube de São Paulo)
Poesia (1959/1967) - SP: Editora Sal, 1967.
Amado Hilst- SP: Editora Sal, 1969.
Júbilo, memória, noviciado da paixão - SP: Massao Ohno, 1974.
Poesia (1959/1979) - SP: Quíron/INL, 1980.
Da Morte. Odes mínimas - SP: Massao Ohno, Roswitha Kempf, 1980.
Da Morte. Odes mínimas - SP: Nankin/Montréal: Noroît, 1998. (Edição bilíngüe, francês-
português.)
Cantares de perda e predileção - SP: Massao Ohno/Lídia Pires e Albuquerque Editores, 1980.
(Prêmio Jabuti/Câmara Brasileira do Livro. Prêmio Cassiano Ricardo/Clube de Poesia de São
Paulo.)
Poemas malditos, gozosos e devotos - SP: Massao Ohno/Ismael Guarnelli Editores, 1984.
Sobre a tua grande face - SP: Massao Ohno, 1986.
Alcoólicas - SP: Maison de vins, 1990.
Amavisse - SP: Massao Ohno, 1989.
Bufólicas - SP: Massao Ohno, 1992.
Do Desejo - Campinas, Pontes, 1992.
Cantares do Sem Nome e de Partidas - SP: Massao Ohno, 1995.
Do Amor - SP: Massao Ohno, 1999.
13. FICÇÃO
Fluxo - Floema - SP: Perspectiva, 1970.
Qadós - SP: Edart, 1973.
Ficções - SP: Quíron, 1977. (Prêmio APCA/ Associação Paulista dos
Críticos de Arte. Melhor livro do ano.)
Tu não te moves de ti - SP: Cultura, 1980.
A obscena senhora D - SP: Massao Ohno, 1982.
Com meus olhos de cão e outras novelas - SP: Brasiliense, 1986.
O Caderno Rosa de Lory Lamby - SP: Massao Ohno, 1990.
Contos D'Escárnio / Textos Grotescos - SP: Siciliano, 1990.
Cartas de um sedutor - SP: Paulicéia, 1991.
Rútilo Nada - Campinas: Pontes, 1993. (Prêmio Jabuti/Câmara
Brasileira do Livro.)
Estar Sendo/ Ter Sido - SP: Nankin, 1997.
Cascos e Carícias - crônicas reunidas (1992-1995) - SP: Nankin, 1998.
14. TEATRO
A Possessa - 1967.
O rato no muro - 1967.
O visitante - 1968.
Auto da Barca de Camiri - 1968.
O novo sistema - 1968.
Aves da Noite - 1968.
O verdugo - 1969 (Prêmio Anchieta)
A morte de patriarca - 1969
15. TRADUÇÕES
Para o francês:
« Agda » (fragment). In : Brasileiras : voix, écrits du Brésil. Org. de Clelia Pisa e Maryvonne
Lapouge Petorelli. Paris, Des Femmes, 1977, p. 5-14e 341-358.
Contes Sarcastiques - Fragments érotiques. Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris,
Gallimard, 1994.
L’obscène madame D suivi de Le Chien. Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris,
Gallimard, Coll. Arpenteur, 1997.
Sur ta grande face. Trad. de Michel Riaudel. In : Pleine Marge : cahiers de littérature, d’arts
plastiques & de critique. Paris, Éditions Peeters-France, 1997, p. 29-51.
Cinq poèmes d’Hilda Hilst. In : Anthologie de la poésie brésilienne. Edição bilíngue. Prefácio e
seleção de Renata Pallottini; Trad. de Isabel Meyrelles. Paris, Ed. Chandeigne, 1998, p. 373-
381.
Da morte. Odes mínimas. De la mort. Odes minimes. Edição bilíngue. Trad. de Álvaro Faleiros.
São Paulo, Nankin Editorial; Montréal: Ed. Noroît, 1998.
Contes Sarcastiques - Fragments érotiques. Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris, Le
Serpent à Plumes, 1999.
De l'amour précédé de Poèmes maudits, jouissifs et dévots. Trad. Catherine Dumas. Paris,
Caractères, Coll. Planètes, 2005.
Rutilant Néant - Et autres fictions. Trad. Ilda Mendes Dos Santos. Paris, Caractères, Coll.
Ailleurs-là-bas, 2005.
L'âme de retour (crônica). Trad. Michel Riaudel. in EUROPE - Littérature du Brésil. Paris, La
Source, Nov-Déc. 2005. n 919-920. pp. 167–170.
16. TRADUÇÕES
Para o italiano:
Il quaderno rosa di Lori Lamby. Trad. Adelina Aletti. Milano:
Sonzogno, 1992.
Para o alemão:
Briefe Eines Verführers. Trad. Mechthild Blumberg. Bremen,
2000.
Para o inglês:
The Obscene Madame D." Trans. Nathanaël and Rachel Gontijo
Araujo. Nightboat, NY, and A Bolha, Rio de Janeiro. USA. 2012
Letters from a Seducer. Trans. John Keene. Nightboat, NY, and A
Bolha, Rio de Janeiro. USA. 2014
With My Dog Eyes. Trans. Adam Morris. Melville House, NY.
2014
18. DOCUMENTÁRIOS E AUDIOVISUAIS
ALMEIDA; BARBIN; RAZUK. Eu lambo, tu lambes, Lori Lamby.
Mackenzie-SP, 2005.
CHIQUETTI; TROYA; RIOS. Hilda Hilst para virgens. PUC-
Campinas, 2001
DEPOIMENTO da escritora Hilda Hilst. Setor de audiovisual do
Instituto de Estudos da Linguagem IEL-UNICAMP. Campinas,
1991.
GRANDO & LOBO. Hilda Hilst: Casa do Sol Viva. Brasil, 2006.
26min.
HILDA Humana Hilst. Programa Memória Expressa.
Departamento de Comunicação CCO-UNICAMP, Campinas,
2003.
LAMBERT, Leandra & GWAZ, Alexandre. A Obscena Senhora
Silêncio. Rio de Janeiro, 2010. 15min.
POETA Hilda Hilst investiga o fenômeno das vozes eletrônicas.
Programa Fantástico, 18 de mar. de 1979. 10min.
19. ACERVO FOTOGRÁFICO
“Te amo ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara
me faça menos osso e mais verdade.”
21. ACERVO FOTOGRÁFICO
Araras versáteis (Hilda Hilst)
Araras versáteis. Prato de anêmonas.
O efebo passou entre as meninas
trêfegas.
O rombudo bastão luzia na mornura das
calças e do dia.
Ela abriu as coxas de esmalte, louça e
umedecida laca
E vergastou a cona com minúsculo açoite.
O moço ajoelhou-se esfuçando-lhe os
meios
E uma língua de agulha, de fogo, de
molusco
Empapou-se de mel nos refolhos
robustos.
Ela gritava um êxtase de gosmas e de
lírios
Quando no instante alguém
Numa manobra ágil de jovem marinheiro
22. ACERVO FOTOGRÁFICO
E por que haverias de querer…
(Hilda Hilst)
E por que haverias de querer
minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas,
deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que
gostávamos.
Mas não menti gozo prazer
lascívia
Nem omiti que a alma está além,
buscando
Aquele Outro. E te repito: por que
haverias
De querer minha alma na tua
cama?
Jubila-te da memória de coitos e
de acertos.
23. ACERVO FOTOGRÁFICO
“Que canto há de cantar o que
perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os
lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos
indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?”
(Hilda Hilst)
24. ACERVO FOTOGRÁFICO
Poemas aos Homens do nosso
tempo
Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis,
ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.
25. CONCLUINDO...
Enigmática, estranha e instigante: esses são alguns dos
adjetivos que bem descrevem Hilda Hilst, um dos grandes nomes
da Literatura brasileira e importante voz feminina em nossa
poesia.
Hilda Hilst dedicou boa parte de sua vida à Literatura, tendo
deixado mais de quarenta livros publicados. Embora não tenha
caído nas graças do grande público e da crítica, que considera
ainda hoje seus textos herméticos.
A temática de sua poesia circundou as ações humanas, a
inquietude do ser, a morte, o amor, o sexo, Deus e indagações
metafísicas, tema que a levou a flertar com a Física e com a
Filosofia.
26. CONCLUINDO...
Entre suas experiências literárias, esteve
aquilo que ela chamou de
“Transcomunicação Instrumental”, quando
deixava gravadores ligados por sua chácara
(a Casa do Sol, hoje Instituto Hilda Hilst)
com o intuito de gravar vozes de espíritos,
demonstrando assim sua clara preocupação
com a sobrevivência da alma.
28. A CASA DO SOL
Casa em estilo convento colonial onde
Hilda passou mais da metade de sua vida;
É cercada de histórias famosas;
Teve como morador o escritor Caio
Fernando Abreu;
Possui no quintal uma figueira que,
segundo dizem, realiza desejos;
29. A CASA DO SOL
Possui uma mesa de mármore quebrada,
décadas atrás, com o peso de Jô Soares,
outro amigo de Hilda;
Foi lá que ela criou obras como “Júbilo,
Memória, Noviciado da Paixão” (1974), cujas
iniciais remetiam à paixão platônica por
Júlio Mesquita Neto (1922-1996), diretor de
“O Estado de S. Paulo;
30. A CASA DO SOL
Foi onde também criou a trilogia erótica “O
Caderno Rosa de Lori Lamby”, “Contos d’
Escárnio/Textos Grotescos” e “Diário de Um
Sedutor” que lhe garantiu mais atenção nas
vendas nos anos 1990;
Em 2013, foram localizados lá um livro
infantil, poemas, desenhos e textos em
prosa: material para ao menos quatro novos
livros;
31. A CASA DO SOL
Após a morte de Hilda Hilst, em 2004, a casa
demorou a virar o que é hoje, o Instituto
Hilda Hilst, pois havia pendências - a maior
delas, uma de IPTU, desde 1990, que em
2011 superava R$3 milhões;
Tombada em 2011, a casa teve sua dívida
renegociada e quitada em 2013
35. A CASA DO SOL
Para os interessados em visitá-la:
Localização: Rua João Caetano Monteiro,
s/n, Parque Xangrilá, Campinas.
Telefone: (11) 9.9261-3068
Site: http://www.hildahilst.com.br/
36. ALGUMAS DAS MELHORES POESIAS DE HILDA
HILST
Dez chamamentos ao amigo
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
(I)
37. Árias Pequenas. Para Bandolim
Antes que o mundo acabe, Túlio,
Deita-te e prova
Esse milagre do gosto
Que se fez na minha boca
Enquanto o mundo grita
Belicoso. E ao meu lado
Te fazes árabe, me faço israelita
E nos cobrimos de beijos
E de flores
Antes que o mundo se acabe
Antes que acabe em nós
Nosso desejo.
38. Lobos? São muitos.
Mas tu podes ainda
A palavra na língua
Aquietá-los.
Mortos? O mundo.
Mas podes acordá-lo
Sortilégio de vida
Na palavra escrita.
Lúcidos? São poucos.
Mas se farão milhares
Se à lucidez dos poucos
Te juntares.
Raros? Teus preclaros amigos.
E tu mesmo, raro.
Se nas coisas que digo
Acreditares.
39. Que este Amor não me Cegue
Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
40. Porque Há Desejo em Mim
Porque há desejo em mim, é tudo
cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.