Este documento apresenta informações sobre o Arcadismo no século 18, incluindo seus principais componentes, características e influências. É descrito como um movimento literário que exaltava a natureza e retomava temas clássicos, tendo sido influenciado pelas reformas do Marquês de Pombal e poetas como Bocage.
4. Se o amor vive além da morte,
Constância eterna hei-de ter;
Se o amor dura só na vida,
Hei-de amar-te até morrer.”
“
Manuel Maria Barbosa du Bocage
5. Século das Luzes
• O século XVIII ficou conhecido como século das luzes,
por ter sido uma época de grande desenvolvimento no
campo das ideias, da ciência, das artes e da cultura.
6. Iluminismo
• O Iluminismo foi um movimento de cunho
cultural baseado no racionalismo feito pela
elite europeia.
8. Natureza
• As descobertas do físico Isaac
Newton permitiram que o
cosmos tivesse uma certa
interpretação. Para ele, o mundo
podia ser descrito como uma
máquina cujo funcionamento
era regido por leis inflexíveis e
universais.
Medida de Equilíbrio e Harmonia
Na base de seus estudos,
encontravam-se os
elementos que definiram a
postura iluminista: razão,
natureza e verdade.
9. Ordem e Convencionalismo
Havia, na Grécia antiga,
uma região do
Peloponeso denominada
Arcádia.
No séc XVIII, o termo
arcádia passou a
identificar as academias
ou agremiações de
poetas
Cada uma das arcádias
literárias contava com
doutrinadores.
10. • Escola literária que surgiu na Europa no século
XVIII (1756 e 1825), também denominada de
setecentismo ou neoclassicismo
• Exaltação da natureza.
• Expressa a crítica da burguesia aos abusos da
nobreza e do clero praticados no Antigo
Regime
11. Projeto Literário do Arcadismo
Esta escola literária
caracterizava-se pela
valorização da vida
bucólica e dos elementos da
natureza.
O nome faz
referência à Arcádia,
região da Grécia.
Ela também defendia
que a poesia deveria
imitar a natureza
Os árcades se viam
como os
restauradores do
bom-gosto.
12. Autores portugueses do Arcadismo
Projeto Literário do Arcadismo
Manuel Maria
Barbosa Du Bocage
Marquesa
de Alorna
António
Diniz Cruz e
Silva
13. O Resgate de Temas Clássicos
A imitação dos clássicos gregos e latinos retoma
temas que expressam algumas filosofias
características do mundo antigo. Os temas mais
retomados são:
• Fuga da cidade
• Mediocridade áurea
• Lugar ameno
• Cortar o inútil
• Cantar o dia
14. Marques de
Pombal
• Sebastião José de Carvalho e
Melo, Marquês de Pombal
• Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8
de maio de 1782
• Foi secretário de Estado do
Reino durante o reinado de D. José I
• Os primeiros sinais do novo movimento
apareceram Após 1750
• Iniciou várias reformas administrativas,
econômicas e sociais
15. Bocage
• A produção poética garantiu a Bocage lugar na
história como um dos três maiores sonetistas
portugueses, ao lado de Camões e Antero de
Quental.
• Os versos árcades
• O prenúncio das tensões românticas
O poeta das manhãs claras e das
noites tempestuosas
Bocage destacou-se entre seus
contemporâneos por desafiar os
princípios árcades de composição
que, no início da carreira,
predominaram em sua poesia.
16. Esperança Amorosa
Grato silêncio, trémulo arvoredo
Sombra propícia aos crimes, e
aos amores,
Hoje serei feliz! – Longe, temores,
Longe, fantasmas, ilusões do
medo.
Sabei, amigos Zéfiros, que cedo,
Entre os braços de Nise, entre
estas flores,
Furtivas glórias, tácitos favores,
Hei-de enfim possuir: porém,
segredo!
Nas asas frouxos ais, brandos
queixumes
Não leveis, não façais isto patente,
Quem nem quero que o saiba o pai
dos numes.
Cale-se o caso a Jove omnipotente;
Porque, se ele o souber, terá
ciúmes,
Vibrará contra mim seu raio
ardente.
BOCAGE. Obras. Porto:
Lello e Irmão, 1968. p. 143.
17. Referências
• CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira.
Rio de Janeiro, Ouro sobre azul, 2007, p. 48-69.
• ² FERREIRA, Joaquim. História da literatura portuguesa.
Porto, Ed. Domingos Barreira, s/a.
• RAMOS, Feliciano. História da literatura portuguesa.
Braga, Livraria Cruz, 1967, pp 33-54.
A natureza é o único desses conceitos que se manifesta de modo concreto para a observação humana. Por esse motivo, era tomada como exemplo da concretização do belo, alcançado pela harmonia e equilíbrio de seus elementos. Os artistas do século XVIII elegem a natureza como principal modelo a ser imitado.
A possibilidade de analisar e explicar os fenômenos naturais leva cientistas e filósofos a concluir que eles não eram provocados pela intervenção divina. Deus passa a ser encarado como uma causa primeira, uma razão superior, criadora do universo, mas a quem não deveriam ser atribuídos todos os pequenos acontecimentos da vida.
O ser humano torna-se, mais uma vez, senhor do próprio destino. Cabe a ele estudar e compreender os fenômenos naturais à luz da razão e, por meio da ciência, submetê-los à vontade humana.
O clima de renovação atingiu fortemente também Portugal que, no começo do século XVIII, passava pelo período final de sua reestruturação econômica, política e cultural.