2. ROTEIRO DE AULA
OBJETO DO CONHECIMENTO:
Literatura Brasileira: Introdução aos estudos do Romantismo no Brasil –
Contexto histórico e social; características específicas.
HABILIDADE:
(EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileira, piauiense e
de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a
latino-americana, (...) considerando o contexto de produção (visões de
mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e
culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.
OBJETIVOS:
Reconhecer diferenças entre poesia do nosso Romantismo em relação à
Europa.
DA TEORIA À PRÁTICA:
Comentários e reflexões sobre o país recém-Independente.
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4. O ROMANTISMO NA EUROPA
ORIGENS:
• O ROMANTISMO TEM ORIGENS NA INGLATERRA E NA ALEMANHA
NO FINAL DO SÉCULO XVIII.
• A HERANÇA POLÍTICA DO ILUMINISMO (SÉC. XVIII): IDEOLOGIA
LIBERAL E A ASCENSÃO DA BURGUESIA.
• A FRANÇA É O BERÇO DA REVOLUÇÃO FRANCESA (1789) E FOI
UM GRANDE REFERENCIAL DA NOVA ESTÉTICA.
• AS REVOLUÇÕES BURGUESAS MUDARAM O PERFIL DA
SOCIEDADE EUROPEIA: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS,
ECONÔMICAS E POLÍTICAS.
• A BURGUESIA PASSOU A RECONHECER-SE NA ARTE ROMÂNTICA.
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5. • A ALEMANHA GEROU O NACIONALISMO
ROMÂNTICO: CADA POVO É ÚNICO E CRIATIVO
(GHOETHE FOI QUEM MELHOR EXPRESSOU).
• A INGLATERRA: ONDA DE NOSTALGIA DOS
ROMANCES HISTÓRICOS ACENTUOU A
EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS E EMOÇÕES
(TEMAS SOBRENATURAIS).
• A FRANÇA: A CONSCIÊNCIA SOCIAL, O
NASCIMENTO DO CIDADÃO...
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6. CARACTERÍSTICAS GERAIS:
• O Romantismo é a força dos sentimentos.
• A imaginação é superior à razão e à beleza.
• A originalidade substitui a imitação.
• Interpretar a realidade pelo filtro da emoção.
• A fuga do presente e da realidade.
• Pessimismo: individualismo/egocentrismo/escapismo.
• O nacionalismo: o cidadão de uma pátria/relação entre
o coletivo e o individual.
• Linguagem com liberdade artística.
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7. O ROMANTISMO NO BRASIL
• O Romantismo aconteceu durante quase todo o
século XIX e foi marcante no processo de construção
de nossa cultura.
• O movimento acompanhou o processo de nossa
Independência e estimulou o jornalismo, a poesia e o
teatro nacionais.
• Cresceu o número de leitores.
• Despertou nossos escritores para a busca da nossa
identidade nacional.
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8. CONTEXTO E CARACTERÍSTICAS:
• Ideias que ficaram da Conjuração Mineira.
• Independências na América espanhola.
• A Revolução Liberal do Porto (1820).
A primeira metade do século XIX foi marcada de profundas e
decisivas transformações:
• A Corte no Brasil (1808);
• Elevação do Brasil à categoria de reino 1816);
• A Independência do Brasil (1822);
• Primeiro reinado (D. Pedro I, 1822-1831);
• Período de regência (D. Pedro II, 1831-1840);
• Segundo reinado até 1889.
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11. ROMANTISMO
BRASILEIRO
VIGÊNCIA
HISTÓRICA
Arte identificada com a
Independência política (1822)
Nacionalismo Ufanista
•Indianismo / Regionalismo.
• Culto à natureza.
• Projeto de cultura brasileira (raízes
históricas, linguísticas e culturais).
1836 – Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.
1871 – Morte do último poeta romântico de valor: Castro Alves.
1881 – Publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas
ROMANTISMO BRASILEIRO
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13. CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO NO BRASIL
• Renovação dos padrões literários contribuindo para
dotar o novo país de uma expressão original e legítima
dos sentimentos nacionais.
• Em 1836, um grupo de brasileiros lançou em Paris a
Niterói, revista brasiliense.
• A revista pregava a adoção dos ideais românticos: o
nacionalismo e a religiosidade.
• O Romantismo teve duração de meio século, evoluindo
por três Gerações de Poetas.
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14. GERAÇÃO DENOMINAÇÃO COMPONENTES MODELOS POÉTICOS TEMAS
1.ª Nacionalista/
Indianista
• Gonçalves de
Magalhães
e
• Gonçalves Dias
Chateaubriand
e
Lamartine
– O ÍNDIO
– A SAUDADE DA PÁTRIA
– A NATUREZA
– A RELIGIOSIDADE
– O AMOR IMPOSSÍVEL
2.ª
Byroniana /
Ultrarromântica
• Álvares de
Azevedo
• Casimiro de
Abreu
• Fagundes Varela
Byron
e
Mussett
– O PESSIMISMO / INFÂNCIA
– O TÉDIO / A ORGIA
– A DÚVIDA / A MORTE
– O MEDO DO AMOR
– O SOFRIMENTO
– SATANISMO / GÓTICO
3.ª
Liberal /
Social /
Condoreira
• Castro Alves
• Sousândrade
Vitor Hugo
– DEFESA DE CAUSAS
HUMANITÁRIAS
– DENÚNCIA DA ESCRAVIDÃO
– AMOR ERÓTICO
GERAÇÕES DA POESIA DO ROMANTISMO
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15. O CANTO DO GUERREIRO
(Gonçalves Dias)
I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
– Ouvi-me, Guerreiros.
– Ouvi meu cantar.
II
Valente na guerra
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
– Guerreiros, ou vi-me;
– quem há, como eu sou?
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17. SONETO (Álvares de Azevedo)
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu já não vive!
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18. ALMEIDA JÚNIOR – MOÇA COM LIVRO (SUGERE LER, REFLETIR E SONHAR)
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20. Navio negreiro (Castro Alves)
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
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22. E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doidas espirais...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
VI
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto,
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
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