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ARCADISMO
A Origem do Arcadismo
O Arcadismo é uma
escola literária surgida na
Europa no século XVIII,
razão por que também é
denominada como sete-
centismo ou neoclassi-
cismo.
O nome “Arcadismo” é
uma referencia à Arcádia,
região campestre do
Peloponeso, na Grécia
antiga, tida como ideal de
inspiração poética.
Características
A principal característica
desta escola é a exalta-
ção da natureza e de tudo
que lhe diz respeito. É
por isto que muitos
poetas ligados ao arca-
dismo adotaram pseudô-
nimos de pastores gre-
gos ou latinos (pois o
ideal de vida válido era o
de uma vida bucólica).
No Brasil e em Portugal, a
experiência neoclássica na
literatura se deu em torno dos
modelos do Arcadismo ita-
liano, com a fundação de
academias literárias, simula-
ção pastoral, ambiente cam-
pestre, etc.
Esses ideais de vida simples e
natural vêm ao encontro dos
anseios de um novo público
consumidor em formação, a
burguesia, que historicamente
lutava pelo poder e denunci-
ava a vida luxuosa da nobreza
nas cortes.
Arcadismo no Brasil
Desenvolve-se no Brasil com
o Arcadismo a primeira pro-
dução literária adaptada à
vida da colônia, já que os
temas estão ligados à paisa-
gem local. Surgem vários
autores do gênero em Minas
Gerais, centro de riqueza na
época. Embora eles não che-
guem a criar um grupo nos
moldes das arcádias, consti-
tuem a primeira geração
literária brasileira.
Principais características do
arcadismo no Brasil
OPOSIÇÃO AO BARROCO – Proposta de linguagem simples, de frases na
ordem direta e de palavreado de uso popular, ou seja, o contrário das
pregações do seiscentismo.
VERSOS BRANCOS – Ao contrário do Barroco, o poeta árcade pode usar o
verso branco (sem rima), numa atitude que simboliza liberdade na criação.
No Brasil, Basílio da Gama foi o mais ousado: compôs o livro O Uruguai
(poema épico) sem fazer uso da rima.
A POESIA COMO IMITAÇÃO DA NATUREZA – Os árcades copiavam os
modelos clássicos antigos ou renascentistas, numa flagrante falta de
originalidade. O poeta buscava, na natureza, os modelos de beleza,
bondade e perfeição. Falta, pois, ao árcade a capacidade de inventar,
comum nos poetas do Barroco, do Romantismo, do Simbolismo e do
Modernismo.
COMPROMISSO COM A BELEZA, O BEM, A PERFEIÇÃO – Compromisso
com a poesia descritiva e objetiva. Nesse aspecto, a poesia árcade faz
lembrar a época parnasiana. Há mais preocupação com situações do que
com emoções.
PASTORALISMO – O poeta do Arcadismo imagina-se, na hora de produzir
poemas, um “pastor de ovelhas”. É de supor que um pastor não disponha
de linguagem sofisticada. Daí a ideia de simplicidade no escrever. O próprio
tema da poesia converge para assuntos bucólicos, amorosos, com riachos,
campinas, fontes, rebanho, ovelhas, cajado. A própria condição de amar e
ser feliz é condicionada à convivência campestre.
USO DE PSEUDÔNIMOS – O poeta árcade adota nome falso porque se
considera um “pastor de ovelhas”. É como se o escritor tivesse duas
identidades: uma real, outra especial, usada apenas para compor poesias.
Tomás Antônio Gonzaga, o nosso maior poeta árcade, era advogado e
político na vida real. Na momento de compor poemas, transformava-se em
Dirceu, um simples (às vezes nem tanto) pastor de ovelhas.
PRESENÇA DE MUSAS – Diz-se que a condição precípua para ser poeta, no
Arcadismo, era estar apaixonado. Exageros à parte, a maioria dos poetas
árcades brasileiros notabilizaram-se fazendo poesias líricas para suas
amadas. Alguns comedidos (caso de Gonzaga que se inspirava em uma só
mulher: Marília), outros mais ousados (caso de Cláudio Manuel da Costa
que fazia poemas para Nise e Eulina), a verdade é que poucos se
aventuraram à lavra pura e simples da poesia dissociada da figura feminina.
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
A transição do barroco para o Arcadismo se dá com a publicação,
em 1768, do livro Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa
(1729-1789), um dos integrantes da Inconfidência Mineira.
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
Entre os árcades se destacam ainda o português que viveu no
Brasil e participou da Inconfidência Mineira, Tomás Antônio
Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu.
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema épico O Uraguai;
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
Inácio José de Alvarenga Peixoto (1742-1744) , autor de Obras
Poéticas.
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), autor de Glaura.
Principais representantes
do Arcadismo no Brasil
Frei Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico
Caramuru.
Conclusão
Apesar do engajamento pessoal, a produção literária desses
autores não está a serviço da política. A escola predomina até o
início do século XIX, quando surge o Romantismo.
1º ANO
Matheus Max

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Arcadismo

  • 2. A Origem do Arcadismo O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, razão por que também é denominada como sete- centismo ou neoclassi- cismo. O nome “Arcadismo” é uma referencia à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
  • 3. Características A principal característica desta escola é a exalta- ção da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao arca- dismo adotaram pseudô- nimos de pastores gre- gos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica).
  • 4. No Brasil e em Portugal, a experiência neoclássica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo ita- liano, com a fundação de academias literárias, simula- ção pastoral, ambiente cam- pestre, etc. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunci- ava a vida luxuosa da nobreza nas cortes.
  • 5. Arcadismo no Brasil Desenvolve-se no Brasil com o Arcadismo a primeira pro- dução literária adaptada à vida da colônia, já que os temas estão ligados à paisa- gem local. Surgem vários autores do gênero em Minas Gerais, centro de riqueza na época. Embora eles não che- guem a criar um grupo nos moldes das arcádias, consti- tuem a primeira geração literária brasileira.
  • 6. Principais características do arcadismo no Brasil OPOSIÇÃO AO BARROCO – Proposta de linguagem simples, de frases na ordem direta e de palavreado de uso popular, ou seja, o contrário das pregações do seiscentismo. VERSOS BRANCOS – Ao contrário do Barroco, o poeta árcade pode usar o verso branco (sem rima), numa atitude que simboliza liberdade na criação. No Brasil, Basílio da Gama foi o mais ousado: compôs o livro O Uruguai (poema épico) sem fazer uso da rima. A POESIA COMO IMITAÇÃO DA NATUREZA – Os árcades copiavam os modelos clássicos antigos ou renascentistas, numa flagrante falta de originalidade. O poeta buscava, na natureza, os modelos de beleza, bondade e perfeição. Falta, pois, ao árcade a capacidade de inventar, comum nos poetas do Barroco, do Romantismo, do Simbolismo e do Modernismo.
  • 7. COMPROMISSO COM A BELEZA, O BEM, A PERFEIÇÃO – Compromisso com a poesia descritiva e objetiva. Nesse aspecto, a poesia árcade faz lembrar a época parnasiana. Há mais preocupação com situações do que com emoções. PASTORALISMO – O poeta do Arcadismo imagina-se, na hora de produzir poemas, um “pastor de ovelhas”. É de supor que um pastor não disponha de linguagem sofisticada. Daí a ideia de simplicidade no escrever. O próprio tema da poesia converge para assuntos bucólicos, amorosos, com riachos, campinas, fontes, rebanho, ovelhas, cajado. A própria condição de amar e ser feliz é condicionada à convivência campestre. USO DE PSEUDÔNIMOS – O poeta árcade adota nome falso porque se considera um “pastor de ovelhas”. É como se o escritor tivesse duas identidades: uma real, outra especial, usada apenas para compor poesias. Tomás Antônio Gonzaga, o nosso maior poeta árcade, era advogado e político na vida real. Na momento de compor poemas, transformava-se em Dirceu, um simples (às vezes nem tanto) pastor de ovelhas.
  • 8. PRESENÇA DE MUSAS – Diz-se que a condição precípua para ser poeta, no Arcadismo, era estar apaixonado. Exageros à parte, a maioria dos poetas árcades brasileiros notabilizaram-se fazendo poesias líricas para suas amadas. Alguns comedidos (caso de Gonzaga que se inspirava em uma só mulher: Marília), outros mais ousados (caso de Cláudio Manuel da Costa que fazia poemas para Nise e Eulina), a verdade é que poucos se aventuraram à lavra pura e simples da poesia dissociada da figura feminina.
  • 9. Principais representantes do Arcadismo no Brasil A transição do barroco para o Arcadismo se dá com a publicação, em 1768, do livro Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), um dos integrantes da Inconfidência Mineira.
  • 10. Principais representantes do Arcadismo no Brasil Entre os árcades se destacam ainda o português que viveu no Brasil e participou da Inconfidência Mineira, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu.
  • 11. Principais representantes do Arcadismo no Brasil Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema épico O Uraguai;
  • 12. Principais representantes do Arcadismo no Brasil Inácio José de Alvarenga Peixoto (1742-1744) , autor de Obras Poéticas.
  • 13. Principais representantes do Arcadismo no Brasil Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), autor de Glaura.
  • 14. Principais representantes do Arcadismo no Brasil Frei Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico Caramuru.
  • 15. Conclusão Apesar do engajamento pessoal, a produção literária desses autores não está a serviço da política. A escola predomina até o início do século XIX, quando surge o Romantismo. 1º ANO Matheus Max